• Nenhum resultado encontrado

ESTADOS UNIDOS DO BRASIL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ESTADOS UNIDOS DO BRASIL "

Copied!
48
0
0

Texto

(1)

BOLETIM ELEITORAL

ESTADOS UNIDOS DO BRASIL

(Decreto n. 21.076, de 24 de fevereiro de 1932) . ^ Ç^Ç| ^ " ^ - ^

ANO II RIO D E JANEIRO, 31 D E MAIO D E 1933 N. 100

TRIBUNAL SUPERIOR DE JUSTIÇA E L E I T O R A L

Data da i n s t a l a ç ã o — 20 de maio de 1932.

Presidente — Ministro Hermenegildo Rodrigues de Barros.

Vice-presidente — Ministro J o s é Soriano de Souza F i l h o . Procurador Geral — Desembargador Renato de Carvalho T a -

vares .

Juizes efetivos — Ministro João Martins de Carvalho Mourão, e desembargador J o s é Linhares, Drs. Affonso Penna J ú - nior, Prudente de Moraes Filho e Francisco Carneiro Monteiro de Salles.

Juizes substitutos — Ministros Eduardo Espinola e Plinio Casado; desembargadores Leopoldo de L i m a e Arthur Collares Moreira; D r s . J o s é Miranda Valverde, L e v i Fernandes Carneiro, Alceu de Amoroso L i m a e J o ã o C . da Rocha Cabral.

NOTAS — O ministro J o s é Soriano de Souza Filho acha-se licenciado, estando s u b s t i t u í d o pelo ministro Eduardo Espinola, assim como o D r . Prudente de Moraes Filho, que está s u b s t i t u í d o pelo D r . J o s é Miranda Valverde.

S U M Á R I O

I — L e g i s l a ç ã o Eleitoral:

Decreto n. 22.745, que dispõe sobre o reconhecimento dos sindicatos cujos pedidos tiverem^ sido recebidos até 20 de maio de 1933, e dá outras providencias.

II — I n s t r u ç õ e s aprovadas pelo Tribunal Superior, regulando os recursos das d e c i s õ e s tomadas pelas turmas apuradoras.

III — Atas do Tribunal Superior:

1. 34* sessão ordinária, em 2 de maio de 1933.

2. 35* sessão ordinária, em 5 de maio de 193-3.

3. 36* sessão ordinária, em 9 de maio de 1933.

1.

2.

3.

IV — J u r i s p r u d ê n c i a do Tribunal Superior:

Ação penal n. 1 — Distrito Federal.

Ação penal n. 2 — Paraíba.

V — Atas do Tribunal Regional do Distrito Federal:

sessão, em 25 de novembro de 1932.

43*

44"

45*

sessão, em 29 de novembro de 1932.

sessão, em 2 de dezembro de 1932.

VI Editais e avisos:

MINISTÉRIO PÚBLICO

Procurador geral — Desembargador Renato de Carvalho T a - vares .

PROCURADORES REGIONAIS:

Acre — D r . Severino Alves de Souza Amazonas — D r . Ricardo Amorim.

P a r á — D r . Alcindo Comba do Amaral Cancella.

Maranhão — D r . Romualdo Crepory Barroso Franco.

P i a u í — Desembargador Francisco Pires de Castro.

Ceará — D r . Moraes C o r r ê a .

Rio Grande do Norte — D r . Miguel Seabra Fagundes.

P a r a í b a — D r . Flodoardo L i m a da Silveira.

Pernambuco — D r . Domingos V i e i r a . Alagoas — D r . J o s é H e l v é c i o de Souza.

Sergipe — D r . Octavio Gomes Cardoso.

B a í a — D r . Thomaz Garcez Paranhos Montenegro J ú n i o r . Espirito Santo — D r . Barros Wanderley.

Distrito Federal — D r . A n t ô n i o Fernandes J ú n i o r . Rio de Janeiro — D r . A n t ô n i o Cardoso Cotrim da Silva.

S ã o Paulo — D r . Plinio Barreto.

P a r a n á — D r . Pinheiro L i m a . Santa Catarina — D r . J o s é Boiteux.

Rio Grande do Sul — D r . Oswaldo Caminha.

Minas Gerais — D r . Orozimbo Nonato da Silva.

Mato Grosso — D r . Alfeu Rosas Martins.

Goiaz — D r . Rodolpho Luz V i e i r a .

Secretaria da Procuradoria Geral de J u s t i ç a Eleitoral, em 24 de maio de 1933. — Aprigio de Carvalho Rodrigues dos Anjos, s e c r e t á r i o . — Visto, Renato Tavares, procurador geral.

L E G I S L A Ç Ã O E L E I T O R A L

DECRETO N. 22.745 —D E 24 D E MAIO DE 1933 (*)

Dispõe sobre o reconhecimento dos sindicatos cujos pedidos tiverem sido recebidos até 20 de maio de 1933, e dá outras providencias.

O Chefe do Governo Provisório da Republica dos Es- tados Unidos do Brasil, usando da atribuição contida no ar- tigo Io do decreto n. 19.398, de 11 de novembro de 1930, resolve:

Ari. 1.° Os sindicatos profissionais cujos pedidos de re- conhecimento tiverem sido recebidos pelo Ministério do Tra- balho, Indústria e Comércio até ao dia 20 de maio de 1933 poderão ser reconhecidos para o fim de que trata o art. 3o do decreto n. 22.653, de 20 de abril de 1933, até ao dia 15 de junho de 1933, bem como poderão ser, também, reconhe- cidas até esta última data as associações profissionais sindi- calizaveis, constituídas de conformidade com a legislação comum que se queiram transformar em sindicatos.

Parágrafo único. Só serão reconhecidas como sindicatos as organizações de caráter profissional com objetivo perma-

(*) Os decretos ns. 22.653 e 22.696, referentes á representa- ção profissional, foram publicados no "Boletim Eleitoral" nume- ro 9ô, de 27 de maio de 1983^

(2)

nente e íins exclusivamente associativos em defesa de inte- resses de classe, a juizo do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio.

Art. 2.° Revogam-se as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 24 de maio de 1933, 112° da Indepen- dência e 45° da Republica.

G E T U L I O VARGAS.

Joaquim Pedro Salgado Filho.

Francisco Antunes Maciel.

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Senhor Chefe do Governo Provisório — O projeto de decreto que tenho a honra de submeter ao elevado julga- mento de V . Ex. consigna uma prorrogação de prazo per- missiva do-direito de voto, nas assembléas em que, sob a pre- sidência do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, devem ser eleitos os representantes das associações profis- sionais, aos sindicatos cujos pedidos de reconhecimento tenham sido oficialmente recebidos, por este Ministério, até o dia 20 do corrente mês, data em que findou a dilação es- tatuída pelo art. 3o do decreto n. 22.653, de 20 de abril de 1933.

Concede, por outro lado, ás associações profissionais sindícalizaveis, até agora constituídas no país, a faculdade de se transformarem1 em sindicatos, podendo, para isso, apresentar, desde a data da publicação deste decreto até 15 de junho próximo futuro, os seus requerimentos, acompa- nhados dos documentos precisos para se adaptarem ás pres- crições da lei n. 19.770, de 19 de março de 1931.

Visa, além disso, o decreto proposto subordinar o reco- nhecimento de organizações profissionais á- exigência de te- rem objetivo permanente e fim exclusivamente associativo em defesa de interesses de classe, para evitar o desvirtua- mento da verdadeira instituição sindical, quando, em vez de sindicatos profissionais, se pretende, apenas, com desígnio preconcebido, formar e reunir numerosos colégios- eleitorais para satisfação de propósitos puramente políticos.

Evidencia-se, com efeito, que elementos alheios ao na- tural movimento sindicalista que, sob o amparo da lei, se vai operando por parte de empregados, e empregadores, come- çaram a promover campanha para o reconhecimento de or- ganizações que, embora simulem sindicatos, não apresentam, na verdade, o requerido- caráter profissional, objetivo per- manente e o fim associativo indispensáveis á consecução do bem comum e, assim, pretendem, com o intento aposto á na- tureza do próprio instituto, conseguir eleitores nas .asw;m- bléas que devem-escolher os representantes das associações genuinamente profissionais.

Tal exigência, deante das justas"e oportunas razões que a ditaram e justificam, não representa," de fato, uma restri- ção á escolha dos delegádòs-eleitores", mandatários de sindi- catos legítimos, desde que, contrastando com essa suposição, se faculta a muitos deles, ainda não reconhecidos em 20 dô corrente mês, a prorrogação necessária para que possam obter o reconhecimento legal, revelando os intuitos da pro- posta a preocupação de evitar sé deturpe, na prática, o nobre pensamento que inspirou o" decreto n. 22.653, de 20 de abril .de 1933.

Rio de Janeiro, 24 de maio 4c 1933. — Salgado Filho.

TRIBUNAL SUPERIOR DE JUSTIÇA E L E I T O R A L

Instruções aprovadas pelo Tribunal Superior de Jus- tiça Eleitoral, regulando os recursos das decisões tomadas pelas turmas apuradoras

O Tribunal Superior de J u s t i ç a Eleitoral, usando da a t r i b u i ç ã o que lhe confere o n . 4, do art. 14, do decreto n . 21.076, de 24 de fevereiro de 1933, e de conformidade com o que d i s p õ e o art. 9° das I n s t r u ç õ e s aprovadas pelo decreto n . 22.695, de 10 do corrente m ê s , resolve expedir as seguintes i n s t r u ç õ e s regulando os recursos ás d e c i s õ e s tomadas pelas turmas apuradoras.

A r t . 1." Das d e c i s õ e s tomadas pelos presidentes das turmas apuradoras, qualquer candidato, fiscal de candidato ou delegado de partido, p o d e r á recorrer, sem efeito sus- pensivo, para o Tribunal Regional (Cod. E l e i t . , art. 96;

Instr. apr. pelo decr. n . 22.695).

§ 1." O recurso s e r á interposto verbalmente logo após a d e c i s ã o proferida pelo presidente da turma ou dentro de quarenta e oito horas, contadas da ata dos trabalhos que, em cada dia, s e r á lavrada.

§ 2.° Interposto o recurso, logo a p ó s a decisão, o re- corrente a p r e s e n t a r á , até quarenta e oito horas depois, ao presidente da turma, quando esta reunida, em p e t i ç ã o es- crita ou datilografada, datada e assinada, as razões do mesmo recurso, o que na ata se d e c l a r a r á .

§ 3.° Si interposto o recurso,, dentro de quarenta e oito horas, s e r á acompanhado das respectivas r a z õ e s .

§ 4." Quando a i n t e r p o s i ç ã o do recurso f ô r da d e c i s ã o proferida na ultima r e u n i ã o , ou entre a p e n ú l t i m a e a ú l - tima n ã o medeiar o prazo de quarenta e oito horas, será ele tomado por termo na Secretaria do Tribunal Regional independente de despacho.

§ 5.° Qualquer dos casos mencionados nos parágrafos segundo, terceiro e quarto, p o d e r ã o os contendores do recor- rente ou os interessados, responder as razões daquele, dentro em quarenta e oito horas de apresentadas, ou, ainda, no caso do parágrafo antecedente, de publicada no jornal oficial, a i n t e r p o s i ç ã o .

§ 6.° O recurso s e r á anotado e as razões p o d e r ã o ser acompanhadas de documentos.

§ 7." O Tribunal Regional j u l g a r á o recurso, indepen- dentemente de resposta do juiz recorrido e do parecer es- crito do procurador regional.

§ 8." Os interessados p o d e r ã o recorrer se juntem aos autos de recursos, a t é a primeira reunido do Tribunal, quaisquer documentos, inclusive j u s t i f i c a ç õ e s perante os juizes eleitorais.

A r t . 2.° No que forem a p l i c á v e i s , s e r ã o observadas as d i s p o s i ç õ e s dos artigos sessenta e seis e seguintes do Regi- mento Interno dos Tribunais Regionais, d i s t r i b u í d o s , p o r é m , a um só relator, todos os recursos concernentes á mesma mesa receptora.

Parágrafo ú n i c o . Das d e c i s õ e s assim proferidas pelos Tribunais Regionais, n ã o h a v e r á recurso, salvo ao Tribunal Superior de J u s t i ç a Eleitoral conhecer do assunto e j u l g á - l o por o c a s i ã o do recurso interposto da e x p e d i ç ã o dos d i - s

plomas.

A r t . 3.° Os presidentes das turmas apuradoras reme- t e r ã o ao Tribunal Regional, uma r e l a ç ã o dos recursos i n - terpostos, indicando as atas de onde constem.

Tribunal Superior de J u s t i ç a Eleitoral, em 23 de maio de 1933. — Hermenegildo de Barras. — Ed. Espinola. — Carvalho Mourão. — José Linhares. — Renato Tavares. — A . Penna Júnior, — /„ de Miranda Valverde. — Monteiro cie Salles.

(3)

ATAS

34" SESSÃO ORDINÁRIA, E M 2 D E MAIO D E 1933 PRESIDÊNCIA DO SR. MINISRO HERMENEGILDO DE BARROS, PRE-

SIDENTE

1) Abertura da sessão; 2) Leitura e aprova- ção da ata da sessão anterior; 3) Publicação dos acórdãos referentes aos processos ns. 470, 471 e 474; 4) Julgamento do processo n. 445 — Rio de Janeiro — representação contra o escrivão do 6o Oficio de Campos; 5) Telegrama do Sr. Alipio de Miranda Ribeiro, alegando coação para exer- cer o direito de voto; 6) Instruções sobre o sor- teio do procurador regional para servir nas tur- mas apuradoras; sobre o direito do procurador regional recorrer, mesmo fazendo parte de tur- ma apuradora; sobre a nomeação de peritos para o exame de urnas que apresentarem indicio de violação; sobre si o candidato pôde servir como membro de mesa receptora; 7) Julgamento do processo n. 451 — Santa Catarina — sobre si o pocurador regional pôde fazer parte de turma apuradora (prejudicado); 8) Providencia sobre o modo de ser exercido o direito do voto pelos ce- gos; 9) Julgamento do processo n. 459 — Rio de Janeiro — sobre a expedição dos titulos dos ci- dadãos inscritos depois do dia 10 de abril próxi- mo passado; 10) Julgamento do processo n. 464

— Secretaria — sobre os requisitos das cédulas, funcionamento das mesas receptoras e votação;

11) Julgamento do processo n. 465 — Minas Ge- rais — sobre a votação dos militares quando transferidos; 12) Julgamento do processo n. 466

— Rio Grande do Norte — sobre requisição de funcionários federaes ou estaduaes para auxilia- rem os funcionários da secretaria do T. R. na vigilia das urnas (art. 37 das Instruções apro- vadas pelo decreto n. 22.627; 13) Julgamento do processo n. 463 — sobre o cancelamento da ins- crição eleitoral de candidatos á Constituinte, re- gistrados no T . R. de Mato Grosso (declaração expressa do Ministério da Justiça feita de acor- do com o decreto n. 22.194; 14) Julgamento da apelação criminal n. 2 — Apelante, o procurador regional da Paraíba; apelado, o juiz eleitoral, Sa- lustino E . Carneiro da Cunha; 15) Julgamento do "habeas-corpus" n. 8 — Rio Grande do Sul — Pacientes, coronel Antônio Irineu Alves Nunes e Mario Russomano; 16) Leitura de um oficio-urgen- te do Sr. ministro da Justiça, sobre comícios eleitorais promovidos pela União Operaria e Com- poneza; 17) Encerramento da sessão.

A's nove horas, presentes os juizes: ministros Eduardo Espinola e Carvalho Mouráo, desembargadores J o s é Linhares e Renato Tavares, doutores Affonso Penna J ú n i o r , Monteiro de Sales e Miranda Valverde, abre-se a s e s s ã o . E ' lida e, sem debate, aprovada a ata da s e s s ã o anterior. S ã o publi- cados os acórdãos referentes aos processos ns.. 470, 471 e 474. O S R. PRESIDENTE comunica ao Tribunal o n ú m e r o de eleitores inscritos em todo o p a í s , num total de 1.438.729 e dando c i ê n c i a de outras medidas referentes a e l e i ç ã o , tudo .conforme os telegramas recebidos dos presidentes dos T r i -

bunais Regionais. O S R . RENATO TAVARES relata o processo n. 445 (do Estado do Rio de Janeiro, r e p r e s e n t a ç ã o contra o e s c r i v ã o do 6o oficio de Campos), e vota no sentido de ser encaminhada a r e p r e s e n t a ç ã o ao procurador regional desse Estado para oferecer denuncia, si julgar conveniente.

E ' unanimemente aceito o voto do relator. O mesmo juiz submete á c o n s i d e r a ç ã o do Tribunal, por ser m a t é r i a u r - gente, um telegrama do S r . Alipio de Miranda Ribeiro, j u l - gando-se coagido por ter de votar em mesa presidida por um seu desafeto, e vota pelo arquivamento do telegrama, visto nada haver a deferir. O voto do relator ó aceito una- nimemente. O mesmo juiz traz ao conhecimento do Tribunal varias q u e s t õ e s relativas ás f u n ç õ e s dos procuradores regio-

nais e sobre si o candidato pode ser membro de Mesa Recep- tora, e vota no sentido de que: Io, o procurador regional entra no sorteio para a c o n s t i t u i ç ã o das turmas apuradoras;

2°, o procurador regional, mesmo fazendo parte de turma apuradora, pode recorrer, como procurador, de qualquer ato

das turmas apuradoras, quando lhe seja facultado esse re- curso; 3°, o procurador regional pode e deve conciliar as suas f u n ç õ e s de membro do Tribunal e de turma apuradora com as de procurador; 4o, o Tribunal Regional, por proposta do presidente, n o m e a r á tres peritos, sendo um desempatador, para proceder ao exame das urnas no caso de indicio de vio- l a ç ã o ; 5o, o candidato n ã o pode servir como membro de Mesa Receptora de votos. Todas as c o n c l u s õ e s do S r . Renato T a -

•vares s ã o aceitas unanimemente, exceto a ú l t i m a que é aceita, contra os votos dos Srs. J o s é Linhares e Miranda Valverde, que entendiam n ã o haver incompatibilidade legal, e apenas

motivo legal de escusa, o fato do candidato ser designado para membro de Mesa Receptora. O S R . JOSÉ LINMARES relata o processo n . 451 (de Santa Catarina, sobre si o pro-t curador regional pode fazer parte de turma apuradora), e vota no sentido de se considerar prejudicada a consulta, por já ter sido resolvida a m a t é r i a da mesma. E ' aceito o voto do relator unanimemente. O mesmo juiz p r o p õ e que se tome uma d e l i b e r a ç ã o quanto a v o t a ç ã o do cego, e sugere que, ao i n v é s da assinatura do cego, conste a d e c l a r a ç ã o do presidente da Mesa Receptora de que o eleitor deixou de assinar por ser cego. E ' unanimemente aceito o voto do r e - lator. O S R . RENATO TAVARES relata o processo n . 459^ (do Estado do Rio de Janeiro, sobre a e x p e d i ç ã o de titulos dos inscritos depois de dez de abril p. p . ) , e vota no sentido de ser indeferida a r e p r e s e n t a ç ã o , de acordo com as d e c i s õ e s anteriores do Tribunal sobre o mesmo assunto. O voto do relator é unanimemente aceito. O S R . CARVALHO MOURÃO relata o processo n . 464 (da Secretaria, sobre os requisitos das c é d u l a s , funcionamento das Mesas Receptoras e v o t a ç ã o para a e l e i ç ã o da A s s e m b l é a Nacional Constituinte, e, « m resposta, vota no sentido de: Io, que n ã o constitue nulidade o fato da c é d u l a trazer a i n d i c a ç ã o — para deputados, para deputados á Constituinte, para a Constituinte—, por n ã o se- rem considerados dizeres estranhos á mesma c é d u l a ; 2°, tam- bém, n ã o constitue nulidade da c é d u l a a declaração da pro- f i s s ã o e r e s i d ê n c i a do candidato; 3°, a c é d u l a pode trazer o n ú m e r o de ordem dos candidatos; 4°, qualquer membro da Mesa Receptora que comparecer depois das sete horas, n ã o p o d e r á tomar mais parte nos trabalhos da mesa; 5o, o eleitor cujo nome houver sido omitido na lista geral dos. eleitores da respectiva zona p o d e r á votar em qualquer s e c ç ã o da mesma zona, segundo o processo de v o t a ç ã o estabelecido para

esse caso. Todas as c o n c l u s õ e s do relator s ã o aceitas una- nimemente. O S R . JOSÉ LINHARES relata o processo n . 465 '(de Minas Gerais, sobre a v o t a ç ã o dos militares transferi-

dos), e vota no sentido de que s ó devem votar em outra r e g i ã o os que tiverem pedido, em tempo oportuno, a sua transferencia, tal como estabelece o Código Eleitoral. E ' o voto do relator aceito unanimemente. O S R . RENATO T A - VARES relata o processo n . 466 (do Rio Grande do Norte, sobre r e q u i s i ç ã o de - f u n c i o n á r i o s para auxiliarem os do T r i - bunal Regional na vigilia das urnas), e vota no sentido de que, devido a escassez de f u n c i o n á r i o s é permitido requisitar f u n c i o n á r i o s federais ou estaduais, para auxiliarem os do Tribunal Regional na guarda e vigilia das urnas, durante a a p u r a ç ã o . E ' unanimemente aceito o voto do relator. O SR. CARVALHO MOURÃO relata o processo n . 463 (oficio do Sr. ministro da J u s t i ç a — d e c l a r a ç ã o expressa — de acordo

com o decreto n . 22.194, sobre o cancelamento da i n s c r i ç ã o dos candidatos registrados em Mato Grosso, Eduardo Olimpio Machado, Gabriel Vandoni de Barros, Alberto Fernandes Trigo de Loureiro), consulta que havia sido d i s t r i b u í d a a ô Sr. Eduardo Espinola, que se declarou impedido, por a m i - sade intima com Eduardo Olimpio Machado,, e levanta a pre- liminar de n ã o poder mais ser cancelada .a i n s c r i ç ã o desses candidatos por n ã o poderem ser s u b s t i t u í d o s os seus nomes.

O Sr. Affonso Penna J ú n i o r vota contra essa preliminar, fazendo c o n s i d e r a ç õ e s sobre a a p l i c a ç ã o do decreto n. 22.194, e declarando que como c i d a d ã o lamenta que semelhante lei haja sido promulgada, mas que, como juiz s ó lhe cabia apli- c á - l a . O relator declara que em vista das p o n d e r a ç õ e s feitas

pelo S r . Affonso Penna J ú n i o r muda de voto e rejeita a preliminar. E ' rejeitada a preliminar contra os votos dos Srs. J o s é Linhares e Monteiro de Sales. De meritis resolve o Tribunal mandar cancelar as i n s c r i ç õ e s como eleitores dos Srs. Eduardo Olimpio Machado, Gabriel Vandoni de Barros e Alberto Fernandes Trigo de Loureiro, contra os votos dos Srs. J o s é Linhares e Monteiro de Sales, e tendo o senhor Miranda Valverde declarando que fazia i d ê n t i c a declaração á feita pelo S r . Affonso Penna J ú n i o r . O SR. JOSÉ LINHARES apresenta a a p e l a ç ã o crime n . 2, da qual pedira vista na s e s s ã o anterior, e vota no sentido de ser declarado nulo o julgamento por falta de dilação p r o b a t ó r i a e por n ã o ter tido o acusado c i ê n c i a do dia em que foi julgado o processo.

Falam o procurador geral e o relator, entendendo que n ã o procedem essas nulidades. O Tribunal, por ter havido empate, resolve considerar nulo o julgamento por n ã o ter tido o acusado c i ê n c i a do dia em que foi julgado o processo, e n ã o constar do mesmo haver sido assegurada a defesa oral, como p r e v ê o Código, contra os votos dos Srs. Carvalho Mourão, Affonso Penna J ú n i o r e Miranda Valverde. O S R . EDUARDO ESPINOLA relata o habeas-corpus n . 8, em que s ã o pacientes o coronel A n t ô n i o Irineu Alves Nunes e outros, e vota no sentido de se tomar conhecimento, originariamente pela ur-

C o n f e r e com o O r i g i n a l

(4)

2164 Quarta-feira 31 BOLETIM ELEITORAL

gencia da medida e deante do que estabelece o art. 16, n. 4, in-fine, do Regimento Interno. O Tribunal toma conheci- mento do pedido, unanimemente. De meritis, vota o relator pela c o n c e s s ã o da ordem. O Tribunal, unanimemente, con- cede a ordem de habeas-corpus aos pacientes, coronel A n t ô n i o

Irineu Alves Nunes e Mario Russomano, si por al n ã o esti- verem presos. O S R . PRESIDENTE comunica ao Tribunal um

oficio urgente que acaba de receber do S r . ministro da J u s t i ç a , sobre c o m í c i o s eleitorais promovidos pela U n i ã o Operaria e Camponesa, e o Tribunal decide que nenhuma providencia cabe ao Tribunal, que fica inteirado do oficio.

O S r . presidente, pelo adeantado da hora, declara encerrada a s e s s ã o . Levanta-se a s e s s ã o á s onze horas e cincoenta minutos.

35" SESSÃO ORDINÁRIA, E M 5 D E MAIO D E 1933 PRESIDÊNCIA DO SR. MINISRO HERMENEGILDO DE BARROS, PRE-

SIDENTE

1) Abertura da sessão; 2) Leitura e aprova- ção da ata da sessão anterior; 3) Considerações do Sr. Carvalho Mourão, sobre a reabertura do alistamento. Nomeação de uma comissão para estudar o assunto; 4) Julgamento do processo n. 463 — 3o julgamento — sobre suspeição en- tre os juizes das turmas apuradoras e os candi- datos, como se proceder na substituição quando não fôr possível começar, por incompatibilidade;

5) Julgamento do processo n. 444 — Goiaz — so- bre si as tres vias do titulo devem acompanhar o processo da inscrição impugnada, e sobre si ha incongruência entre o art. 45 letra "a" e "b" e art. 51 do Código Eleitoral; 6) Julgamento do processo n. 453 — sobre o exercício do direito do voto pelos oficiais do Forte de Coimbra; 7) Jul-

gamento do processo n. 458 — sobre o cancela- mento "ex-oíficio" por parte do T . B . , na qua- lificações feitas em virtude da disposição do ar- tigo 37 do Código, (adiado); 8) Julgamento do processo n. 468 — Rio Grande do Sul — sobre o modo de ser apurada a cédula sem legenda, que contiver nomes de candidatos registrados soí> le- gendas diversas; 9) Encerramento da sessão.., A's nove horas, presentes os juizes: ministros Eduardo Espinola e Carvalho Mourão, desembargadores J o s é Linhares e Renato Tavares, doutores Affonso Penna J ú n i o r , Monteiro de Sales e Miranda Valverde, abre-se a s e s s ã o . E ' lida o aprovada sem debate, a ata da s e s s ã o anterior. O S R . CAR- VALHO MOURÃO, no expediente, faz c o n s i d e r a ç õ e s sobre a reabertura do alistamento, tendo em vista que o decreto n. 2 2 . 1 6 8 s ó se referiu ao alistamento para a e l e i ç ã o da Constituinte e os Tribunais Regionais, na sua maioria, n ã o e s t ã o aparelhados para fazer o alistamento, de acordo com as e x i g ê n c i a s do Código Eleitoral. A l é m disso, ha d i s p o s i ç õ e s do decreto de e m e r g ê n c i a que na p r á t i c a , deram os melhores

•resultados e p r o p õ e seja nomeada uma c o m i s s ã o para es- tudar o assunto. O S r . presidente nomeia uma c o m i s s ã o composta dos Srs. Carvalho Mourão, Renato Tavares e A f - fonso Penna J ú n i o r . O S R . EDUARDO ESPINOLA relata o p r o - .cesso n. 463, j á decidido, para serem apreciados diversos telegramas sobre a mesma m a t é r i a , e p r o p õ e que se tele- grafe aos presidentes dos Tribunais Regionais no sentido de que a s u s p e i ç ã o do juiz do Tribunal Regional para fazer

parte de turma apuradora da e l e i ç ã o a que concorre um candidato seu parente s ó se verifica quando esse parentesco fôr até o segundo grau, inclusive, consanguineo ou afin; e quando n ã o f ô r p o s s í v e l substituir algum membro substi- tuto, deve-se convocar um juiz eleitoral da Capital ou da comarca mais p r ó x i m a . Ambas as propostas s ã o aprovadas, a primeira unanimemente, e a segunda contra o voto do Sr. Carvalho Mourão, que entende n ã o ser o Tribunal com- petente para resolver o assunto, por si, entendendo dever ser feita proptsta ao Governo uma medida nesse sentido.

O S R . JOSÉ LINHARES relata o processo n . 444 (de Goiaz, sobre si as tres vias do titulo devem acompanhar o processo da i n s c r i ç ã o impugnada, e sobre si ha i n c o n g r u ê n c i a entre o art. 45, letras a e b, e o art. 51 do Código Eleitoral), o vota no sentido de que: Io, devem as tres vias do titulo eleitoral acompanhar o processo da i n s c r i ç ã o impugnada quando remetido do c a r t ó r i o eleitoral para o Tribunal Re- gional; 2O, n ã o ha i n c o n g r u ê n c i a entre o art. 45, letras a e b,

e art. 51 do Código Eleitoral, porque um se refere á expe- dição do titulo do eleitor inscrito e o outro ao cancelamento de i n s c r i ç õ e s j á feitas, quando ocorrer qualquer dos motivos de nulidade enumerados no art. 5 0 do mesmo C ó d i g o . E ' unanimemente aceito o voto do relator. O S R . AFFONSO -PENNA JÚNIOR relata o processo n. 4 5 3 (aviso do senhor

Maio de^933

ministro da J u s t i ç a encaminhando uma s u g e s t ã o sobre a vo- tação dos oficiais do Forte de Coimbra), e vota no sentido de que se acha prejudicada a m a t é r i a da consulta, visto que j á se realizou a e l e i ç ã o . O voto do relator é aceito unani- memente. O S R . JOSÉ LINHARES relata o processo n . 458 (do procurador geral, sobre si compete ao Tribunal Regio- nal cancelar "ex-officio" q u a l i f i c a ç õ e s feitas em virtude da d i s p o s i ç ã o do art. 37 do Código Eleitoral), e vota no sentido afirmativo. O S r . Carvalho Mourão diverge. E ' adiado o julgamento por ter o S r . Affonso Penna J ú n i o r pedido vista

dos autos. O S R . MIRANDA VALVERDE relata o processo n ú - mero 4 6 8 (do Rio Grande do Sul, sobre o modo de ser apu- rada a c é d u l a sem legenda que contiver nomes de candidatos registrados sob diversas legendas), e vota que tal c é d u l a deve ser apurada conforme o disposto no art. 58, n, 5, § 1° do Código Eleitoral. E ' unanimemente aceito o voto do relator.

Nada mais havendo a tratar, o S r . presidente declara encer- rada a s e s s ã o . Levanta-se a s e s s ã o á s dez horas e cincoenta minutos.

36" SESSÃO ORDINÁRIA, E M 9 D E ' MAIO D E 1933 PRESIDÊNCIA DO SR. MINISRO HERMENEGILDO DE BARROS, PRE-

SIDENTE

1) Abertura da sessão; 2) Leitura e aprova- ção da ata da sessão anterior, publicação dos acór- dãos referentes aos processos julgados nas sessões de 2 e 5 do corrente; 3) Leitura dos telegramas de congratulações dos Srs. chefe do Governo e minis- tro da Justiça, sobre a realização do pleito de 3 de maio; 4) Considerações feitas pelo Sr. presidente sobre a necessidade de serem adotadas medidas no sentido de acelerar os trabalhos de apuração, os quais não se devm prolongar por muito tempo. Su- gestões dos Srs. juizes. Nomeação de uma comissão para estudar o assunto. Convocação de uma sessão extraordinária, visto se tratar de matéria de máxi- ma urgência; 5) Julgamento do processo n. 470 -— São Paulo — Pedido de dispensa do juiz

substituto do T . R., Dr. Abrahão Ribeiro;

6) Julgamento do processo n. 471 — Amazonas

— sobre si é nula a votação feita perante mesa receptora presidida por um candidato ou por ir- mão do candidato; 7) Julgamento do processo nu- mero 474 — Paraíba — sobre o prazo para a in- terposição dos recursos das decisões das turmas apuradoras; 8) Declaração do Sr. Carvalho Mou- rão, de que se acham quasi concluídos os tra- balhos da comissão incumbida de estudar a ma- neira de se fazer a reabertura do alistamento;

9) Encerramento da sessão.

A's nove horas, presentes os juizes: ministros Eduardo Espinola e Carvalho Mourão, desembargadores J o s é Linhares e Renato Tavares, doutores Affonso Penna Júnior, Monteiro de Sales e Miranda Valverde, abre-se a s e s s ã o . E ' lida e, sem debate, aprovada a ata da s e s s ã o anterior. S ã o publi- cados os a c ó r d ã o s referentes aos processos julgados nas ses- s õ e s de dois e cinco do corrente m è s . O S R . PRESIDENTE procede a leitura de um telegrama do Chefe do Governo P r o v i s ó r i o e de um oficio do S r . ministro da J u s t i ç a de con- g r a t u l a ç õ e s ao Tribunal Superior e a toda a magistratura eleitoral, pelo modo por que foram realizadas em todo o p a í s as e l e i ç õ e s de 3 do corrente. O S R . PRESIDENTE, dando conhecimento ao Tribunal de um telegrama do presidente do Tribunal Regional de Minas Gerais sobre as dificuldades encontradas no trabalho de a p u r a ç ã o , acha que o Tribunal deve estudar o assunto e propor ao Governo as medidas que julgar convenientes para apressar, o andamento dos trabalhos

•de a p u r a ç ã o , que n ã o se devem prolongar. O S R . MIRANDA VALVERDE diz que lhe foi d i s t r i b u í d a uma consulta tratando da mesma q u e s t ã o , a de n . 475, precisamente de Minas Ge- rais, pedindo a u t o r i z a ç ã o para organizar novas turmas, e como acha que deve ser tomada uma providencia de caráter geral, p r o p õ e que se adie o julgamento a t é que o Tribunal assente as medidas a serem adotadas. O S R . JOSÉ LINHARES concorda em que se deve dar ao problema uma s o l u ç ã o geral, mas acha que essa s o l u ç ã o e s t á no desdobramento das turmas apuradoras. O S R . AFFONSO PENNA JÚNIOR mostra-se inclinado a aceitar as s u g e s t õ e s feitas pelo Tribunal Regio- nal de Minas Gerais, Estado em que o problema apresenta maior dificuldade de s o l u ç ã o . O S R . EDUARDO ESPINOLA pro- p õ e que os Tribunais Regionais sejam autorizados a nomear turmas apuradoras, com as garantias do art. 65 do Código

C o n f e r e com o O r i g i n a l

(5)

Eleitoral e presididas por um membro do Tribunal Regional, efetivo ou substituto, ou ainda juiz eleitoral convocado para esse f i m . O S R . CARVALHO MOURÃO entende que deve ser afastada a h i p ó t e s e da c o n v o c a ç ã o dos juizes para os traba- lhos da apuração, porque do c o n t r á r i o resolve-se o problema da apuração, mas desorganiza-se a j u s t i ç a o r d i n á r i a e a p r ó - pria j u s t i ç a eleitoral de primeira i n s t â n c i a , que j á deve ir cuidando da reabertura do alistamento. Encerra o S r . Car- valho Mourão a sua e x p o s i ç ã o propondo as seguintes medi- das para facilitar os trabalhos da a p u r a ç ã o : 1", que o T r i - bunal Regional se divida em tantas turmas quantas s ã o os membros efetivos e substitutos, inclusive o presidente, mas, sendo e x c l u í d o o procurador regional; 2a, que, a l é m do membro do Tribunal Regional a turma apuradora se com- ponha de mais dois c i d a d ã o s de n o t ó r i a idoneidade moral, nomeados pelo Tribunal Regional; 3*, que d e v e r á haver, a l é m do procurador regional, um sub-procurador, fiscalisando cada um cinco turmas apuradoras; 4a, que o presidente da turma apuradora possa requisitar f u n c i o n á r i o s de outras reparti- ç õ e s para auxiliar os trabalhos de a p u r a ç ã o . O S R . PRESI- DENTE nomeia uma c o m i s s ã o para estudar o assunto, com- posta dós Srs. Eduardo Espinola, Carvalhão Mourão, Renato Tavares e Affonso Penna J ú n i o r , e pede aos outros juizes que auxiliem essa c o m i s s ã o comparecendo á r e u n i ã o da mesma e levando-lhe as s u g e s t õ e s que tiverem; convocando na mesma o c a s i ã o uma s e s s ã o e x t r a o r d i n á r i a para o dia se- guinte, quarta-feira, dia 10, á s nove horas, por ser de extrema u r g ê n c i a a m a t é r i a . O S R . AFFONSO PENNA JÚNIOR

apresenta a julgamento o processo n . 444, do qual pedira vista, e vota de acordo com o relator, no sentido de que o Tribunal Regional pode cancelar i n s c r i ç õ e s de cidadãos qua- lificados "ex-officio", quando ficar provado n ã o ter esse cidadão as qualidades exigidas para ser eleitor. O voto do relator é aceito unanimemente. O S R . EDUARDO ESPINOLA relata o processo n . 470 (de S ã o Paulo, pedido de dispensa do S r . A b r a h ã o Ribeiro), e vota no sentido de que, tendo o S r . - . A b r a h ã o Ribeiro provado pertencer á diretoria de companhia subvencionada pelo Governo, deve o Tribunal d e c l a r á - l o i n c o m p a t í v e l para exercer o cargo de juiz subs- tituto do Tribunal Regional. O Tribunal, unanimemente, decide haver incompatibilidade no e x e r c í c i o do cargo de juiz substituto do Tribunal Regional pelo D r . A b r a h ã o Ribeiro, por exercer ele cargo na diretoria de empresa que recebe s u b v e n ç ã o do Governo. O S R . CARVALHO MOURÃO relata o processo n . 471 (do Amazonas, sobre si é nula a v o t a ç ã o feita perante Mesa Receptora presidida por um candidato ou por i r m ã o de candidato), e vota no sentido de que, tendo o Tribunal decidido que o candidato n ã o pode fazer parte de Mesa Receptora, embora essa r e s o l u ç ã o tenha chegado ao conhecimento da autoridade que fez a n o m e a ç ã o depois da realização da e l e i ç ã o , é nula a v o t a ç ã o feita perante Mesa Receptora da qual fez parte um candidato; mas que no caso do i r m ã o do candidato n ã o ha incompatibilidade e sim mo- tivo de s u s p e i ç ã o , n ã o sendo nula a v o t a ç ã o procedida pe- rante Mesa JB&Qoeptora de que faz parte um i r m ã o de can- didato. A pfimeira parte do voto do relator é aceito, contra os votds dos Srs. J o s é Linhares e Miranda Valverde, e a se- gunda contra o voto do Sr. Monteiro de Sales. O SR. AFFONSO PENNA JÚNIOR relata o processo n . 474 (da Paraíba, sobre o prazo para i n t e r p o s i ç ã o do recurso contra d e c i s õ e s das turmas apuradoras), e vota no sentido de que o prazo para a i n t e r p o s i ç ã o dos recursos de que trata o § 2o do art. 46 das I n s t r u ç õ e s é de quarenta e oito horas. E ' o voto do relator unanimemente aceito. O S R . CARVALHO MOURÃO comunica que a c o m i s s ã o nomeada para estudar as medidas n e c e s s á r i a s á reabertura do alistamento j á se reuniu, estando o seu tra- balho quasi c o n c l u í d o . O S R . PRESIDENTE declara que nada mais ha a tratar e encerra a s e s s ã o . Levanta-se a s e s s ã o ás onze horas e dez minutos.

N O T A — O telegrama do Sr. Chefe do Governo e o oficio do Sr. ministro da Justiça, mencionados nesta ata, j á foram publicados na integra, na parte'do expediente ( B . E . n . 98, de 24 de maio de 1933).

J U R I S P R U D Ê N C I A

Recursos e A p e l a ç õ e s Criminais — (Regimento Interno do T. S. — art. 30 — classe 4a)

Ação penal n. 1

RECURSO CRIMINAL DISTRITO FEDERAL

(Agão movida contra o escrivão da Quinta Pretória Civel, doutor Marcellino Rodrigues Machado, como incurso no Código Elei- toral, art. 107, §§ 8» e 28).

Juiz relator — O S r . ministro Eduardo Espinola.

Recorrente — Partido Social Progressista.

Recorrido _ o Tribunal Regional de J u s t i ç a Eleitoral do Distrito Federal.

/ — Nos recursos criminais, emi- tido o parecer do Dr. procurador geral, não terá vista o recorrente para ale- gações escritas; é-lhe permitido ape- nas falar por 15 minutos na sessão de julgamento (Reg. do Trib. Sup., ar- tigo 81, § 4° e art. 83).

II — A iniciativa da ação penal, nos crimes eleitorais, compete aos pro- curadores eleitorais ou a qualquer elei- tor {C. E., art. 110).

/// — Os partidos políticos podem, por meio de seus delegados ou repre- sentantes, levar ao conhecimento das autoridades competentes as faltas e de- litos dos funcionários eleitorais, para que se instaure o procedimento oficial (C. E., art. 100, n. 2, Reg. do Trib.

Sup., art. 21; Reg. Trib. Reg., ar- tigo 21).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos:

Considerando que, nos recursos criminais, uma.

vez emitido o parecer do procurador geral, s e r ã o os autos submetjdos a julgamento na primeira s e s s ã o (Reg. T r i b . Sup., art. 81, § 4o), cabendo ao recor- rente a faculdade de falar, e n t ã o , por 15 minutos

(Reg. citado, art. 83);

Considerando que a iniciativa da ação penal, nos delitos eleitorais, foi a t r i b u í d a pela lei exclusivamente aos procuradores eleitorais ou a qualquer eleitor (G.

E . , art. 110);

Considerando que os partidos p o l í t i c o s podem, por meio de seus delegados ou representantes, levar ao conhecimento das autoridades competentes as faltas e delitos dos f u n c i o n á r i o s eleitorais (C. E . , art. 100, n . 2), para que se promova e instaure o procedimento judicial dos procuradores eleitorais (Reg. T r i b . Sup., art. 21; Reg. T r i b . Reg., art. 21):

ACORDAM os juizes do Tribunal Superior de Jus- tiça Eleitoral, por unanimidade de votos, em indeferir o pedido de vista do recorrente e, tomando conheci- mento do recurso, negar-lhe provimento, para confir- mar a d e c i s ã o recorrida.

Tribunal Superior de J u s t i ç a Eleitoral, em 4 de abril d ê 1933. — Eermenegildo de Barros, presidente.

— Eduardo Espinola, relator. ( D e c i s ã o unanime.)

C o n f e r e com o O r i g i n a l

(6)

A N E X O N . 1

Parecer do procurador regional de Justiça Eleitoral do Distrito Federal

O fundamento da denuncia de fls. 2, é este:

— Estar o denunciado dificultando, perturbando, obstando o alistamento eleitoral, nesta Capital, porquan- to se tem negado a fornecer ao "Partido Social Pro- gressista " as certidões por ele requeridas, para instru- ção dos processos de qualificação de seus correligio- nários, faltando, assim, voluntariamente, ao cumpri- mento . de obrigação que o Código Eleitoral expressa- mente lhe impõe.

O denunciado enquadrou o fato narrado em duas . disposições do Código: nas dos § § 8 e 28 do arti-

go 107.

O denunciado defendeu-se, confirmando, em si, o fato da denuncia, e dando as razões por que recusou ao denun- ciante tais certidões, a saber:

1) — porque o Código não permite que os delega- dos ou representantes dos partidos peçam certidões ás repartições publicas, para alistar eleitores;

2) — porque o "Partido Social Progressista"

ainda não estava inscrito no Tribunal, quando o seu delegado requereu, para tal fim, as certidões que lhe foram negadas.

Preliminarmente, é manifesto que a disposição do § 8, do artigo 107, não tem aplicação á espécie. O processo do alistamento é todo de ação individual. Só se pôde enten- der que está sendo perturbado ou obstado de qualquer fôr- ma, quando é o próprio alistando que sofre a perturbação ou obstáculo na sua ação, ou antes, no exercício do seu direito. Ora, não ha provas nos autos de que as pessoas, para as quais o representante do "Partido Social Progres- sista " solicitou as certidões, lhe houvessem dado, para esse fim, procuração. Logo, não se pôde concluir que o denun- ciado estivesse perturbando ou obstando o processo do alis- tamento delas.

Quanto á primeira razão da defesa:

' — O art. 132 dó Código prescreve:

" A s repartições .publicas são obrigadas, no prazo máximo de dez dias, a fornecer ás autoridades, aos representantes dos partidos, ou a qualquer alistando, as informações e certidões que solicitarem, relativas á ma- téria eleitoral".

O Código, aí, não firma o principio de que as infor- mações e certidões devam ser fornecidas a quem quer que seja. A o contrario, indica as individualidades a que as re- partições publicas devem atender:

— ás autoridades,

— aos representahtes dos partidos, ou

— a qualquer alistando.

Neste caso, pergunto: — E ' necessário que ao solici- tar-se. a certidão, se especifique o ato eleitoral a que ela se destina? — Ou basta que se declare que é para fim elei- toral? — Para mim, não ha necessidade dessa especificação.

Se fosse necessária, o Código tê-lo-ia determinado. Desde que é. não formulou, ao funcionário público não compete exigí-la nem das autoridades, nem dos representantes dos- partidos, nem dos alistandos. E ' a certidão para fim elei- toral? -O seu dever é fornecê-la. E ' uma restrição que, não estando na lei, contraria, entretanto, uma das finalidades intrínsecas dos partidos. O fim destes, como é sabido, é constituírem governos ou se fazerem representar nos par- lamentos- ou nos conselhos eletivos, por meio de seus de- legados. Para esse fim, não se lhes pode recusar todo o empenho de sua atividade honesta. Entre os seus direitos implícitos, está, sem dúvida, o de auxiliarem os seus par- tidários no -serviço do alistamento eleitoral. E um dos meios de exercerem esse auxilio, está no se encarregarem de obter, para eles, certidões e informações necessárias, nas repartições publicas. Relativamente ás certidões, é relevante o que o Código faculta, estabelecendo, no art. 122 que:

" N ã o dependem de petição escrita, nem de despa- cho de juizes, as certidões de assentamento, notas e averbações concernentes ou destinadas aos processos eleitorais " .

Demais, o denunciado não tinha competência para fazer uma interpretação grave, de alta hermenêutica, como a que

fez, sobre o alcance do art. 132, para recusar as certi- dões. No caso de dúvida, o seu dever era consultar a este Tribunal, o qual, por si, ou mediante consulta ao Tribunal Superior de Justiça Eleitoral, poria ter«no ao incidente.

Sou, pois, de parecer, que, sob esse ponto de vista, seria procedente a denuncia, porque o denunciado, com a sua atuação, faltara, de fato, voluntariamente, ao cumpri- mento da obrigação que o Código Eeitoral lhe impõe, no art. 132.

Quanto á segunda razão:

—- Indicando o Código as pessoas a que as repartições publicas são obrigadas a fornecer as informações e certi- dões que solicitarem, quais são — as autoridades, os repre- sentantes dos partidos ou qualquer alistando — claro é que, se alguém se apresentar a uma repartição, pedindo, em nome de um partido, certidões de certos atos para o serviço elei- toral, terá de justificar que é, efetivamente, representante legal desse partido. Se o não justificar, a repartição tem o direito de lh'a recusar.

Ora, ao tempo em que a pessoa, que se apresentou no cartório do denunciado, e requereu, em nome do "Partido Social Progresssita", as certidões a que se referem as petições de fls. 10 a 21, esse partido, deante da lei eleito- ral, ainda não estava reconhecido por quem de direito. De.

fato. Antes de registrado na Secretaria deste Tribunal, era vedado a esse partido fazer-se representar perante as repartições publicas.

Pois bem. Nenhuma das petições em que se assenta a acusação contra o denunciado, alcança a data de 20 de dezembro de 1932, no entanto, o acórdão, que mandou ins- crever o "Partido Social Progressista", na Secretaria deste Tribunal, é datado de 27 de dezembro. E ' , pois, manifesto, que o representante desse partido ainda não tinha capaci- dade jurídica para, em nome dele, rgclamar o fornecimento das certidões solicitadas.

Verdade é que o denunciado ignorava essa circunstan- cia, ou antes — tinha como certo que o partido denunciante já então estava investido da respectiva personalidade. Mas é compreensível que o erro ou engano sobre essa circuns- tancia não podia ter a virtude de converter a situação ilegal do denunciante em situação legal para que lhe fosse licito promover o presente processo, fundado naquelas peças. Seria admitir que a falta por ele cometida se transformasse em direito, e em direito de exercer ação penal contra o de- nunciado .

Opino, portanto, pela improcedencia da ação, só pelo segundo fundamento da defesa.

Tribunal Regional do Distrito Federal, 24 de fevereiro de 1933. — Amalio da Silva, procurador regional, inte-

A N E X O IN. 2

D e c i s ã o do Tribunal Regional de Justiça Eleitoral do Distrito Federal

Vistos, relatados e discutidos estes autos de ação penal, em que são partes, denunciante o Partido Social Progres- sista e réu Marcellino Rodrigues Machado:

E atendendo a que a iniciativa da ação repressiva dos direitos eleitorais compete exclusivamente aos procuradores eleitorais ou a qualquer eleitor (Cod. Eleit., art. 110);

Atendendo a que, na espécie, a denuncia foi oferecida por um partido político, pessoa jurídica que não participa da qualidade de representante do Ministério Público, nem da de eleitor;

Atendendo a que não aproveita a pretenção do denun- ciante o disposto no art. 100, n . 2, do citado Código, de vez que a expressão aí usada — denunciar perante, a auto- ridade competente os funcionários eleitorais — não se refere ás denuncias para o inicio da ação penal j á regulada pelo citado artigo 100, mas ás reclamações por fatos ou irregula- ridades que, por sua natureza ou importância, não envol- vam a existência de um delito eleitoral;

-Atendendo a que, em matéria penal, é vedada a inter- pretação analógica, ou por extensão, em prejuízo dos acusados;

Acordam os juizes do Tribunal Regional em julgar nulo o processo instaurado a fls. 2, por ilegitimidade da parte denunciante.

Distrito Federal, 7 de março de 1933 (data do julga- mento) . — Ataulpho, presidente. — Bdgard Costa, relator designado. —> Moraes Sarmento, vencido. Votei jpela legi-

C o n f e r e com o O r i g i n a l

(7)

timidade do denunciante, ex-vi do art. 100, n . 2, do Código Eleitoral, julgando, porém, improcedente, a denuncia, por- que, nas datas em que o denunciado negou-se a fornecer as certidões requeridas pelo delegado do Partido Social Progressista, este ainda não estava devidamente registrado na fôrma da lei.

A N E X O N . 3

Parecer do Sr. procurador geral de J u s t i ç a Eleitoral Procuradoria Geral — Recurso criminal n . 1 — Dis- trito Federal — Recorrente, Partido Social Progressista;

recorrido, Tribunal Regional de Justiça Eleitoral — Pare- cer n. 20:

Do acórdão de fls. 72, do Tribunal Regional do Dis- trito Federal, que julgou nulo o processo, por ilegitimidade da parte denunciante, recorre para este Tribunal Superior o Partido Social Progressista.

O que se discute neste recurso, é se a iniciativa da ação repressiva dos delitos eleitorais compete, exclusiva- mente, aos procuradores eleitorais ou a qualquer eleitor, nos termos do art. 110 do Código Eleitoral, como decidiu o Tribunal Regional, ou se a denuncia pôde também ser ofe- recida por um partido político, como quer o recorrente,

com fundamento no art. 100 do mesmo código.

Penso que a razão está com o Tribunal Regional.

Sou desse parecer, pelos dois motivos seguintes:

1° — Porque entendo que a decisão recorrida está certa.

O Código Eleitoral, na parte quinta, titulo terceiro, capítulo segundo, cuida especialmente da ação penal e ao tratar dela dispôs no primeiro artigo que lhe está subor- dinado sobre o modo como seria iniciada dita ação. N o art. 110 está dito claramente a quem compete a iniciativa.

" A iniciativa da ação penal, pelos crimes eleitorais, defi- nidos neste Código, compete aos procuradores eleitorais, ou a qualquer eleitor " .

Dúvida não ha, portanto, que só a estes a lei conferiu o direito de propor a ação penal nos .crimes eleitorais;.

2o _— Porque o art. 100 do nosso estatuto eleitoral, subordinado como está ao capítulo que cuida da "fiscaliza- ç ã o " que podem exercer os partidos políticos nos atos re- ferentes ao alistametno, apenas a esses atos se referem, de modo que com tal objetivo conferiu-lhes o direito de levar ao conhecimento da autoridade competente as faltas ou ir- regularidades dos funcionários eleitorais, para que ela pro- ceda como julgar de direito, mas não deu aos partidos po- líticos a competência de iniciar ação penal.

Ademais, conforme bem frisa o acórdão recorrido, em matéria penal, é vedada a interpretação analógica ou por ex- tensão, em prejuízo dos acusados. Por assim pensar, sou de parecer que se negue provimento ao recurso, para confir- mar a decisão recorrida.

Rio de Janeiro, 30 de março de 1933. — Renato de Carvalho Tavares, procurador geral.

Ação penal n. 2

APELAÇÃO CRIMINAL PARAÍBA

Ação movida pelo Ministério Público Eleitoral, contra o juiz da 17" zona, Dr. Salustino Ephigenio Carneiro da Cunha, por haver se ausentado da sede da referida zona eleitoral, sem prévia licença do Tribunal Regional — Código Eleitoral — art. 107, S, 10.

Juiz relator — O Sr. ministro Carvalho M o u r ã o .

Apelante — o procurador regional de J u s t i ç a Eleitoral no Estado da P a r a í b a .

Apelado — O D r . Salustino Ephigenio Carneiro da Cunha.

E' assegurado ao acusado, na ses- são de julgamento, defesa oral de seu direito pelo espaço de quinze minutos . . (Cod. Eleit., art. i l Q , § 5°; Regimento

Interno dos T. R., art. 61, § 5o) . E'

nulo o processo, verificado que não haja sido assegurado tal direito de defesa.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de ape- lação criminal entre partes, como apelante o doutor procurador regional do Estado da Paraíba, e apelado o D r . Salustino Ephigenio Carneiro da Cunha:

ACORDAM os juizes do Tribunal Superior de Jus- t i ç a Eleitoral, por desempate, anular o processo de fls. 27 em diante, visto como n ã o foi assegurado ao apelado o direito de defesa, porquanto n ã o consta dos autos nem tampouco de copia autentica da ata a fls. 50, que o apelado tivesse tido c i ê n c i a da s e s s ã o de julgamento para que pudesse se defender oral- mente, consoante o disposto no art. 110, § 5°, do C ó - digo Eleitoral.

Tribunal Superior de J u s t i ç a Eleitoral, em 2 de abril de 1933. — Hermenegüdo de Barros, presidente.

— José Linhares, relator designado. — Carvalho Mou- rão, vencido — Dava provimento ao recurso, de acordo com o parecer do Sr. desembargador procurador geral a fls. 53, para, reformando a d e c i s ã o apelada, conde- nar o r é u nas penas do art. 107, § 10, ú l t i m a parte do Código Eleitoral: — multa de 3:500$000 — grau m é d i o do citado artigo, na a u s ê n c i a de agravantes e atenu- antes; perda do cargo e i n h a b i l i t a ç ã o , por dois anos, para exercer qualquer outro cargo p ú b l i c o .

N ã o considerei nulo o julgamento por falta de u l - t i m a ç ã o ao denunciado para c i ê n c i a da respectiva ses- s ã o ; porque n ã o vejo, nem na lei, nem no Regimento Interno dos Tribunais Regionais, e x i g ê n c i a de tal for- malidade; ao c o n t r á r i o , do processo estabelecido no

§ 5o do art. 61 do citado Regimento resulta, a meu vôr, claramente que, expirado o prazo para alegações finais, i n s t i t u í d o no § 4o do mesmo artigo, segue-se automaticamente o julgamento na primeira s e s s ã o . A l i á s , é isto mesmo que e s t á estabelecido no art. 88, combinado com o § 3° do art. 87, do Regimento In- terno do Supremo Tribunal Federal, para o processo de julgamento dos crimes comuns e de responsabili- dade, de c o m p e t ê n c i a originaria do mesmo Tribunal.

(Votaram com os Srs. J o s é Linhares os senhores Eduardo Espinola e Monteiro de Sales e com o senhor Carvalho Mourão os. Srs. Affonso Penna J ú n i o r e M i - randa Valverde.)

A N E X O N . 1

D e c i s ã o do Tribunal Regional de Justiça Eleitoral da P a r a í b a

Vistos e relatados os presentes autos de ação penal, entre partes —1 Justiça Federal versus juiz eleitoral da 17*

Zona.

O D r . -procurador eleitora!, em data de 20 de deíem- bro do ano próximo findo, denunciou a este Tribunal contra o juiz eleitoral da 17° Zona (Souza), dando-o como incur- so nas penas do art. 107, parágrafo 10, última parte do Código Eleitoral.

Refere a denuncia que o juiz eleitoral da 17* Zona, D r . Salustiano Ephigenio Carneiro da Cunha, tendo ob- tido trinta (30) dias de férias, no seu serviço de juiz de Direito da comarca de Souza, comunicou ao presidente deste Tribunal a sua intenção de entrar no goso das mes- mas férias, no inicio do mês de dezembro. E m resposta, cientificou-o o presidente deste Tribunal de que as férias

Referências

Documentos relacionados

Miranda (205), filho de Maria Ce- cília da Conceição, nascido a 2 do março de 1908, no Districto Federal, residente á rua Clarindo de Mello n. 748, commercio, solteiro, com

Waldemar Martins .Maya. JorgtTde Godoy -e Alfredo -de Souza Monteiro. Partido Nacional Evolueionista Partido Nacional dos. Partido Autonomista t' Antônio Máximo Nogueira

Albertino Silva Teixeira Alcides Antunes de Andrade Antônio Ferreira Vianna Nelto Augusto Pamplona '. Breno Machado Vieira Cavalcanti. Cezar de Farias Lemos. Esther Pego

Ordena-se o cahcelMw r.nlo da in- scripção do eleilyr Antônio Teixeira Reis, porque o laudo de pericia -medica não pôde ser acceito como prova de idade da alistando..

Carlos de Souza Fernandes. Elpidio Joaquim Afftnrso. João Miguel Vitaca. - João Pereira da Cruz Joaquim José do Rego. José Francisco Mendonça Manoel Ângelo Andrade Manoel

comm ercio, solteiro, com dom icilio eleitoral no d islricto municipal de E sp irito

634. Jacira Marques da Paz. Alcides de Souza Ramos. Oclacilio Bernardo da Costa. Paulo Pinheiro Fortes. Lcopoldino Augusto Sondas. José Francisco Barbosa. Antônio Joaquim da Costa

bernaz e de Marianna Albernaz, naseido a 10 de abril de 1912, em Cuyabá, Estado de Matto Grosso, íuneciona- rio publico, solteiro, com domicilio eleitoral no distrieto municipal