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A importância da leitura no ensino fundamental – uma perspectiva

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Academic year: 2018

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A IM P O R T A N C IA

D A L E IT U R A N O E N S IN O F U N D A M E N T A L

U M A P E R S P E C

-T IV A IN -T E R D IS C IP L lN A R

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

HE IMPORTANCE

OF THE READING

IN THE FUNDAMENTAL

TEACHING

- A PERSPECTIVE

INTERDISCIPLlNARY)

R E S U M O

RQPONMLKJIHGFEDCBA

A e v o l u ç ã o d o s e r h u m a n o e o a v a n ç o d a c i -v i l i z a ç ã o d e p e n d e r a m p r i n c i p a l m e n t e d a e v o l u ç ã o d o s m e i o s d e r e c e b e r , c o m u n i c a r , r e g i s t r a r o s c o n h e -c i m e n t o s e p a r t i c u l a r m e n t e d o d e s e n v o l v i m e n t o d a l e i t u r a e d a e s c r i t a . O h o m e m éu m a n i m a l c o m u n i -c a t i v o e e s s a c o m u n i c a ç ã o s e c o n s t i t u i n u m a d e s u a s a t i v i d a d e s e s s e n c i a i s . E s t e a r t i g o d e s c r e v e a i m p o r -t â n c i a d a l e i t u r a e s u a p e r s p e c t i v a I n t e r d i s c i p l i n a r , a s s i m c o m o s e u s e f e i t o s n o d e s e n v o l v i m e n t o d o s e r h u m a n o , o b j e t i v a n d o s o b r e t u d o u m a . v i d a m e l h o r

d e n t r o d a s o c i e d a d e n a q u a l e s t á i n s e r i d o .

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

P a l a v r a s - c h a v e : L e i t u r a e m p o r t u g u ê s ; E n s i n o F u n -d a m e n t a l ; P e r s p e c t i v a d e A p r e n d i z a g e m

A B S T R A C T

T h e h u m a n b e i n g e v o l u t i o n a n d t h e p r o g r e s s o f t h e c i v i l i z a t i o n d e p e n d e d m a i n l y o n t h e e v o l u t i o n o f t h e m e a n s o f r e c e i v i n g , t o c o m m u n i c a t e , t o r e g i s t e r t h e k n o w l e d g e a n d p a r t i c u l a r l y o f t h e d e v e l o p m e n t o f l h e r e a d i n g a n d o f t h e w r i t i n g . T h e m a n i s a t a l k a t i v e a n i m a l a n d t h a t c o m m u n i c a t i o n i s c o n s t i t u t e d i n a n o f i t s e s s e n t i a l a c t i v i t i e s . T h i s a r t i c l e d e s c r i b e s t h e i m p o r t a n c e o f t h e r e a d i n g a n d i t s p e r s p e c t i v e , I n t e r d i s c i p l i n a r y , a s w e l l a s i t s e f f e c t s i n t h e h u m a n

b e i n g à e v e l o p m e n t , w i t h o b j e c t i v e o f a b e t t e r l i f e a b o v e a l i i n s i d e o f t h e s o c i e t y in w h i c h is inserted.

K e y w o r d s : R e a d i n g i n P o r t u g u e s e ; F u n d a m e n t a l T e a c h i n g ; P e r s p e c t i v e o f L e a r n i n g .

ISABEL CRISTINA

ONMLKJIHGFEDCBA

F.OLIVEIRA I

R . B . NASCIMENT02

IN T R O D U Ç Ã O

Falando-se em leitura, asseguramos que o de-senvolvimento da humanidade pode ser caracteriza-do como um amplo processo de leitura crítica, de busca da compreensão do mundo, das suas leis e da existência do futuro.

Ler é um processo de passar da consciência ingênua fragmentada, sincrética para uma visão crí-tica globalizadora. É passar de uma experiência con-fusa, apoiada no afetivo e na imaginação para uma síntese coerente, esclarecedora e significativa. Atra-vés da leitura o homem adquire uma consciência a qual indo além das aparências, percebe a realidade como mutável, tornando-se um investigador, capaz de examinar o velho e o novo sem preconceito.

O ser humano, visto ser passivo de mutações torna-se com a leitura um agente de transformação numa práxis crítico-reflexiva.

Neste artigo, apresentamos a importância da leitura e sua perspectiva interdisciplinar, assim como os efeitos da leitura no processo de desenvolvimento do ser humano, sua vivência em sociedade além da comunicação entre os povos sua interação e partici-pação na sociedade na qual está inserido

Este artigo está organizado como segue. Na Seção 2, descrevemos o mundo da leitura na escola. Na Seção 3, introduzimos a leitura como um proces-so político. a Seção 4 descre ercos Q}),\Q "IC ':> ':> Q ~ IC

alfabetização. a Seção 5 abordamos o processo de \e\tma. t- :Seç.ãc>6,sUbóivióióa em quatro subseções,

descreve a metodologia, a área de execução, a popu-lação, a amostra e as técnicas para a coleta de dados. Finalmente, as conclusões e sugestões são

apresen-tadas na S e ç ã o 7 .

IProfa. da Rede Oficial do Estado do Ceará

• Prof. do Dep. de Fundamentos da Educação da FACED-UFC-Universidade Federal do Ceará

(2)

o

PONMLKJIHGFEDCBA

M U N D O D A L E IT U R A E A E S C O L A

ONMLKJIHGFEDCBA

o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

saber ler e escrever estão entrelaçados des-de os primeiros anos des-de escola da criança; embora nem

sempre seja enfatizada essa relação no que concerne a leitura versus motivação e linguagem empregada.

O hábito de leitura muitas vezes, se dissol-ve entre as obrigações da escola, não associando-se às diferentes modalidades de textos com que a criança está envolvida e habituada a lidar. A leitu-ra, nessa circunstância torna-se intransitivo e inexplicável, visto que, no âmbito da escola, ela se confunde com a metodologia de ensino, inse-rindo-se em métodos destinados à alfabetização. Desse ponto de vista, cabe formalmente a escola, desenvolver as relações entre a leitura e o indiví-duo, em todas as suas interfaces.

Para a burguesia, a expansão da leitura foi

sobre vários aspectos importantes na consolidação enquanto classe dominante. Sob o prisma do contex-to burguês a educação consistia no único caminho que conduzia o homem a ascensão social. Nesta pers-pectiva, a leitura como base da educação é conside-rada como agente democratizante, mascarando o objetivo sociopolítico-econômico que a leitura repre-sentava para aquela classe. Dentro deste contexto, a leitura representou também, o aumento quantitativo do público leitor e por conseguinte contribuiu para a ampliação do mercado consumidor referente a

jor-nais, revistas, almanaques, folhetos e livros. Nesta época surgiram também gêneros originais como o ro-mance, destinado ao público infantil, e houve ainda uma divulgação crescente da literatura de massa que beneficiou a difusão do ensino.

Do ponto de vista do Estado, a leitura assume perfil político servindo a uma ação paternalista e com-pensatória por parte dos governantes nos três níveis - municipal, estadual e federal, com a distribuição de livros didáticos aos educandos, as bibliotecas objetivando a alfabetização dos adultos ainda não al-fabetizados, pertencentes as camadas populares ur-banas e rurais visados como futuros eleitores. Observa-se dessa maneira, o não incentivo para o hábito de leitura por parte daqueles que comandam o destino da nação.

Nas Ciências Humanas, voltadas às manifes-tações verbais, constatam-se diferentes teorias

rela-tivas a natureza da leitura, ocorrendo reflexões sobre como se dá a aquisição da linguagem' pelo leitor e pelo falante e a exploração do texto em sua relação com o recebedor.

Como produto de uma reflexão Interdisci-plinar, observa-se a seguinte perspectiva:

• explicitação para a sociedade brasileira, no decorrer da história nacional do papel desempenha-do ou não, pelas ciências da linguagem, no processo da leitura.

• proposta de uma outra prática de leitura na sociedade e na escola brasileira, mais abrangente, eficaz e consciente;

• revisão dos fundamentos das teorias e metodologias de leitura à luz da História do Brasil.

A leitura é considerada como uma interação verbal entre indivíduos socialmente determinados. Portanto, o hábito de leitura é imprescindível para o desenvolvimento da humanidade.

O ato de ler está intimamente relacionado com a escrita e o leitor é visto como decodificador da le-tra. A leitura é pois, elemento indispensável para o processo educacional eficiente, proporcionando a formação integral do indivíduo. Todavia os educa-dores, em alguns casos, constatam sua importância diante do que denominam a "crise de leitura."

No contexto brasileiro a escola é o lugar onde a maioria aprende a ler e escrever e muitos têm sua única oportunidade de contato com os livros, estes, denominados

RQPONMLKJIHGFEDCBA

l i v r o s d i d á t i c o s .

A história nos mostra que o conhecimento que temos hoje, da escrita e da gramática, desenvolveu-se ao longo dos séculos; seria portanto, necessário e mais sensato darmos a criança o tempo de que ela necessita para apropriar-se dos conceitos básicos e as concepções do adulto instruído.

Como acredita nos estágios de maturação da criança, deveria também a escola procurar respeitá-Ios no desenvolvimento da capacidade de ler e escrever.

Necessário se faz portanto que o professor possua metodologia didática, senso crítico de discernimento e sobretudo praticidade para captar as potencial idades da criança, seu nível de inteligência e assimilação de modo a conduzi-Ia a passos lentos, ao entendimento do processo de codificação,

l e t r a s ~ s í l a b a s ~ p a l a v r a s

de maneira a chegar no processo de leitura propria-mente dito, isto é, que seja entendido o processo de codificar e decodificar mensagens, tanto faladas como escritas.

(3)

A L E IT U R A C O M O P R O C E S S O

P O L íT IC O

ONMLKJIHGFEDCBA

É

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

natural se enfatizar o papel que as ciências da linguagem vêm desempenhando na formulação da

pe-dagogia e da política de leitura implantadas na socieda-de brasileira no decorrer de sua história e ter como expectativa,

RQPONMLKJIHGFEDCBA

a p r o p o s t a d e u m a o u t r a p r á t i c a d e l e i t u r a n a s o c i e d a d e e n a e s c o l a b r a s i l e i r a , m a i s a b r a n g e n t e p o r é m i g u a l m e n t e e f i c a z e c o n s c i e n t e .

Faz-se necessário, que aqueles que formam a galeria dos leitores estejam conscientes da importân-cia do seu papel enquanto formadores de opiniões; para não incorrer nas mesmice que só enfatizam, re-forçam e inibem a transformação social como um todo, reprodutoras que são de uma política arcaica e descomprometida com a educação.

A realidade é que dentro desse processo, a escola espera do aluno, em relação ao aprender a ler, um comportamento de letrado desde o início de sua aprendizagem e não um desenvolvimento gradativo.

A expectativa da escola, em sua política de aprendizagem, fundamenta-se no "obter da criança o comportamento de letrado além de incorrer no grave erro de esperar que se possa ensinar à criança estra-tégias do leitor maduro."

O processo de iniciação ao aprendizado da lei-tura pode ser resumido conforme os passos a seguir.

• Pictografia - idéias expressas por meio de desenhos das coisas;

• Ideograma: concepção semântica de pala-vra como unidade mínima representada pela escrita;

• Alfabeto - concepção fonética de letra; • Palavra - concepção fonológica, mundo da

linguagem.

Dentro das fases de aprendizagem da alfabe-tização, a criança representa o mundo, suas diversi-dade de coisas e seus eventos, pelo desenho ou o pictograma mantendo uma relação icônica; na fase seguinte destaca-se uma representação simbólica, mas, com uma certa concepção de quantidade, co-meça a atribuir a cada coisa um símbolo (letra) ou uma relação de tamanho entre o símbolo e a coisa representada. Na fase da concepção ideográfica (da escrita) começa aí a delineação do conceito de uni-dade mínima de significado não consciente.

Fase da consciência da possibilidade de decomposição de unidades menores de diferente

natu-B C H -U F (~ ,

P E R IO O C O S

reza - a sílaba e o fonema; havendo palavras impor-tantes na ligação das unidades. Essa concepção fonológica de palavras auxilia na construção do con-ceito de palavras tais como - unidade lexológica, ca-racterizada, fonológica, sintática e semântica, a qual é dependente do mundo e do texto.

Quanto a interdisciplinaridade da leitura en-tre as ciências da linguagem e as da educação pode-se constatar que alguns teóricos na área da educação, em suas reflexões, vêm denunciando os aspectos so-ciais como fatores que interferem no desenvolvimento da aprendizagem.

P R O C E S S O D E A L F A B E T IZ A Ç Ã O

A alfabetização é a fase em que a criança gosta de palavras rimadas. Seu vocabulário baseia-se em palavras que fazem rima com outras, facilitando um pouco sua aprendizagem e compreensão da leitura. Contudo, mesmo admitindo que a compreensão seja um processo automático de seleção de relevâncias e construção de sentidos, enfatiza-se a tese central do cognitivismo construtivista quando diz que um dado texto não existe objetivamente mas, tem uma estru-tura que é única para cada indivíduo dependendo de como o indivíduo entendeu e memorizou o texto.

Atualmente, observa-se que existe uma defa-sagem no sistema educacional brasileiro. As escolas esquecem que o processo de alfabetização não signi-fica somente ensinar a ler e escrever, a codificação e decodificação da língua.

O processo de alfabetização deve ser enten-dido como um instrumento comunicativo através do qual a criança passa a internalizar e expressar seus pensamentos e sentimentos. O objetivo da alfabeti-zação nem sempre é cumprido, principalmente por parte das escolas públicas que são as mais carentes.

Os métodos de ensino são por vezes ainda antiquados os quais não vêem as crianças como agen-tes do processo de alfabetização, nem amparam o professor no sentido de dar-lhe melhores condições de trabalho em sala de aula para que possa desenvol-ver adequadamente suas atividades. Daí a realidade de muitas crianças que cursam a }!série ainda não saberem ler e nem escrever. E, para agravar mais ain-da a situação, o nosso país não consegue suprir a iain-dade de construção de escolas; a demanda de crianças em idade escolar ainda é enorme e nos centros desen-volvidos os alunos não acompanham o ritmo de ensi-no ministrado nas escolas, provocando um grau de repetência na ordem de 50%.

(4)

Devido a esses e outros problemas o país pos-sui um alto índice de estudantes que não estudam e 80% das crianças, principalmente as nordestinas não têm acesso ao 10 grau, e aqueles que o têm não se

identificam com a escola além de não encontrarem no ensino ministrado nenhuma relação com os seus

interesses e necessidades.WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

PONMLKJIHGFEDCBA

P R O C E S S O D E L E IT U R A

A realização de uma boa escrita está segura-mente associada a uma boa leitura. Indubitavelmente é através da leitura que tomamos lições de estilo, pois ao realizar uma leitura atenta descobre-se as sutile-zas do estilo do autor.

A leitura é considerada como um processo que se constitui das seguintes características:

• identificação das palavras; • interpretação do autor; • compreensão do texto; • fixação das idéias; • reprodução das idéias.

Para que a criança desde cedo tenha possibi-lidade de assimilação e compreensão de todo e qual-quer tipo de texto tanto na modalidade escrita quanto na oral, é relevante conhecer previamente os aspec-tos abaixo relacionados, considerados importantes.

• Base contextual - existência de um sistema com estrutura lingüística de domínio comum e sufi-ciente aos propósitos dos interactantes.

• Condição de coerência - a coerência temática é necessária tanto na produção quanto na recepção do texto que requer a presença de contex-tos suficientes situados num tempo e espaço

defini-dos. Conhecimentos relevantes necessários com

RQPONMLKJIHGFEDCBA

n possibilidades interpretativas dentro de alternativas

mutuamente aceitáveis.

No processo de aprendizagem se faz necessário que a criança compreenda o texto e não o memorize, pois como a rnemorização não garante a c o m p r e e n s ã o esta também não garante a m e m o r i z a ç ã o .

Com o advento do rádio e da televisão

trans-ferimos a leitura e os livros para um segundo plano.

ONMLKJIHGFEDCBA

É inegável que os modernos meios de comunicação nos permitem um maior conhecimento acerca do mundo. No entanto, esses meios de comunicação nos apresentam fatos sem nos dar a chance de usarmos nosso raciocínio. A quantidade de informações é tão grande que não temos tempo de refletir sobre os

acon-tecimentos. Desta forma nós passamos a conhecer melhor o mundo porém, sem entendê-lo. Raramente tomamos uma decisão própria pois a televisão e o rádio nos apresentam uma mesma opinião tantas ve-zes e de forma tão incisiva que acabamos aceitando-a como se fosse nossaceitando-a. E como faceitando-azer paceitando-araceitando-a mudaceitando-ar taceitando-al aspecto e atitude? Afirmamos que a leitura nos im-pede de aceitar tal imposição.

Quando adquirimos o hábito de leitura passa-mos a ver a importância do pensamento e da atitude crítica para a compreensão do mundo em que vive-mos, a atitude das pessoas, suas opiniões, indaga-ções, entendendo mais claramente o meio em que vivemos enquanto espaço repleto de informações.

Se a escola conduz o educando ao hábito da lei-tura ele passa a se beneficiar das seguintes vantagens:

• enriquecer o vocabulário;

• facilitar a aquisição de experiências; • ampliar o conhecimento da língua; • espírito de crítica;

• despertar a inteligência, • fertilidade na imaginação; • clarear as idéias;

• aperfeiçoar a cultura;

• fornecer a resolução clara para problemas propostos.

Isto nos mostra que o hábito de ler nos permi-te entrar em contato com a experiência de pessoas mais cultas, mais vividas, mais sofridas, mais velhas, de outra cultura, outra época e outra raça, sem a ne-cessidade de sua presença física.

Quando as nossas imagens e idéias forem es-cassas, quando precisarmos aperfeiçoar a nossa cul-tura, lembremo-nos que a solução está na boa leitura.

É a partir dela que, obviamente, o aluno será capaz de detectar os problemas atuais da sociedade da qual faz parte, discernir e ponderar quando necessário, assim como julgar e tomar atitudes corretas. Ler e escrever são duas práticas sociais básicas em todas as sociedades independente do número de pessoas que as praticam. E quando se fala em ler e escrever, releva-se que a alfabetização não é a apenas uma habilidade que recebe irrestrita aprovação social institucionalmente incentivada, com o status de vir-tude, de caráter normativo e prescritivo.

Necessário se faz que na prática escolar haja um maior respeito pela criatividade do aluno, evi-tando-se submetê-lo a respostas sempre estanques como se no texto só tivesse apenas leitura.

(5)

Fundamental é que, conhecendo os limites de sua ação, os educadores repensem sua prática profis-sional e passem a agir de uma maneira objetiva e coerente em face aos desafios e desequilíbrios que a realidade apresenta. Temos então, mais um motivo para ampliar a noção e o hábito de leitura nas crian-ças logo no início de sua aprendizagem.

Ler e escrever são duas atividades com valo-res desiguais e até desencontradas, considerando-se as condições e os interesses dos diversos segmentos sociais.

Os aspectos ideológicos sociais e antropoló-aicos são essenciais num tratamento adequado à

o .

questão e caracteriza sua natureza interdisciplinar.WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

M E T O D O L O G I A

A pesquisa que culminou neste artigo, faz uma abordagem sobre a importância da leitura numa pers-pectiva interdisciplinar no processo de aprendizagem do educando. A dimensão social do estudo em apre-ço é traduzida pelo fato de que tanto os pesquisado-res quanto os pesquisados pertencem ao mesmo contexto histórico-social, com seus valores, respon-sabilidades, interesses e preferências refletidos numa dada realidade: a Escola Pública.

PONMLKJIHGFEDCBA

Á re a d e E x e c u ç ã o d a P e s q u is a

A pesquisa foi realizada junto ao Estabeleci-mento de Ensino E. E. F. M . pertencente à Rede

Es-tadual de Ensino Público do Estado situado na periferia de Fortaleza- Ceará,

ONMLKJIHGFEDCBA

à rua Padre Perdigão Sampaio, 780 em Antônio Bezerra.

Este estabelecimento de ensino, possui pro-essores com habilitação para o M agistério do 42 pe-dagógico, Licenciatura e Especialização; I Diretor Geral e 2 Adjuntos; um número razoável de agentes administrativos, além de 2.965 alunos distribuídos nos turnos da manhã, tarde e noite. Fisicamente, a

escola possui 29 salas de aula funcional com as se-zuintes modalidades de ensino: 12grau menor (l! a

-o séries); 12grau maior (5! a 8! série), Telensino, 22

:: au pedagógico e Científico.

o p u la ç ã o e A m o s tra

A população é constituída de elementos da _ munidade, alunos e professores do

estabelecimen-itado, bem como os pais de alunos.

A amostra selecionada é não probabilística intencional por cotas, uma vez que foi selecionada uma amostra réplica da população e através de uma estratégia foram escolhidos casos que representaram um bom julgamento da população.

In s tru m e n to s e té c n ic a s p a ra c o le ta d e d a d o s

Seguem-se os instrumentos e técnicas usados para a coleta de dados.

i ) O b s e r v a ç ã o

A observação realizou-se em sala de aula

du-rante dois meses, numa turma de 6' série por ocasião da disciplina lecionada - Comunicação e Expressão.

i i ) E n t r e v i s t a

Através da entrevista contatamos diretamen-te com alunos, profissionais de ensino, pessoas da comunidade escolar e pais de alunos, com o objetivo de obter informações acerca do processo de leitura, estratégias e metodologias utilizadas no trabalho de regência de classe e opiniões sobre a importância da leitura para o educando.

C o le ta d e d a d o s

A coleta de dados foi realizada nos horários diurno e noturno da referida escola através de entre-vista, numa sala de 60 série; além de conversa

infor-mal com pessoas da comunidade. Por ocasião da realização da pesquisa houve,

RQPONMLKJIHGFEDCBA

a p r i o r i , uma explana-ção sobre a importância do assunto.

C O N C L U S Ã O E S U G E S T Õ E S

A leitura vista como um processo interativo e num sentido mais amplo independente do contexto escolar permite compreender e valorizar melhor cada passo do aprendizado das coisas. É através do ato de

ler que o ser humano adquire a possibilidade da des-coberta de características comuns e diferenças entre os indivíduos e os grupos sociais, incentiva ainda tanto a fantasia quanto a consciência da realidade objetiva, proporcionando elementos para uma postu-ra crítica, apontando alternativas. E, quando se fala em leitura, isto é, no ato de ler, nos referimos tanto a algo escrito quanto a outros meios de expressão do fazer humano, caracterizando-se como um

(6)

mento histórico, estabelecendo uma relação também

histórica entre o leitor e o que é lido.

Caracteriza-se a leitura como um processo de decodificar mecanicamente sinais traduzidos da lingüística oriundos de um aprendizado a partir do condicionamento estímulo-resposta, mais que isso, ao nosso ver, constitui-se num processo de compre-ensão abrangente, envolvendo diversos componen-tes sensoriais, emocionais, neurológicos, culturais,

econômicos e políticos numa perspectiva cognitiva sociológica.

Conforme a exposição acima, ressalta-se a importância da leitura não só na aprendizagem do educando bem como em todo o decorrer de sua exis-tência, quando através desse processo ele aprende a ler o mundo e o contexto social do qual é parte inte-grante, procurando discernir, ponderar e, por que não dizer, partindo de uma práxis-reflexiva coerente, tor-na-se um agente de transformação, organizando seus pensamentos e sendo responsável por sua história, dentro de uma lógica verdadeira.

A leitura nessa perspectiva contribui para o crescimento do educando enquanto ser humano. En-tretanto, o não hábito de leitura que foi gradativa-mente se instalando em nossa sociedade contribuiu de forma singular para a formação alienante e descomprometida com a transformação social.

A problemática descrita poderá ser minimizada a médio e longo prazos, através da conscientização

de forma globalizada sobre a importância da leitura, tanto no meio escolar quanto junto a população de modo geral, visto que, o hábito de ler, mesmo na vida cotidiana, nasce de sugestões dos outros e de esco-lhas próprias.

Finalmente, essa conscientização aliada a um trabalho de incentivo, com visitas a bibliotecas da cidade e das próprias escolas; assim como a progra-mação de palestras, teatro de bonecos e conversas periódicas sobre o prazer e a rica fonte de informa-ções contidas nos livros, revistas, jornais e pasquins, tende a despertar o fascínio que a leitura reserva. No nosso entendimento, começar dessa maneira é o início de um longo caminho.

PONMLKJIHGFEDCBA

R E F E R Ê N C IA S B IB L IO G R Á F IC A S

1. CARDOSO, BEATRIZ

ONMLKJIHGFEDCBA

& TEBEROSKY.

RQPONMLKJIHGFEDCBA

R e f l e -x õ e s s o b r e o e n s i n o d a l e i t u r a e d a e s c r i t a . 4 .

ed. São Paulo: Trajetória Cultural. Editora da

UNICAM P.1991.

2. FRElRE, Paulo. E d u c a ç ã o c o m o p r á t i c a d e l i b e r -d a -d e . 20. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1991. 3. F ARACO & M OURA. L í n g u a e l i t e r a t u r a . 9. ed.

São Paulo: Ática. 1990.

4. LAGOA, Ana. Analfabetismo: o mundo não sabe ler. N o v a E s c o l a . São Paulo: Abril, ano VII, n° 71, p. 54-55.

5. M ORAM , M anuel J. C o m o v e r t e l e v i s ã o : l e i t u r a d o s m e i o s d e c o m u n i c a ç ã o . São Paulo: Paulinas, 1991. (Coleção Comunicação). 6. M ARTINS, M aria Helena. O q u e é l e i t u r a . 9. ed.

São Paulo: Brasiliense, 1998.

7. ORLANDI, P. Eni, M ELO, M . José. (et ali). L e i t u -r a - p e -r s p e c t i v a s i n t e r d i s c i p l i n a r e s . São Pau-lo: Ática, 1988. (Série Fundamentos).

8. SANTOS, Eli Rosendo. P o r q u e l e m o s m a l e c o m o l e r e e s t u d a r m e l h o r . Rio de Janeiro. Editora Tecnoprin Ltda. 1980.

9. Anexos

Elementos Referenciais

Entrevista realizada na Escola de I ° e 2° Graus An-tônio Bezerra.

Cidade - Fortaleza. Bairro: Antônio Bezerra.

Profissão

• Estudantes. • Professores • Comerciários

• Profissionais Autônomos.

1. Você considera a leitura como imprescindível para uma boa comunicação?

Sim () Não ( )

2. O desenvolvimento da sociedade pode ser carac-terizado como um amplo processo de leitura na

busca da compreensão do mundo? Sim () Não ( )

3. O hábito de leitura favorece a aquisição de mais conhecimentos além de aumentar a habilidade de ler e escrever?

Sim () Não ( )

4. Uma criança bem alfabetizada tem melhor con-dição de aprendizagem?

Sim () Não ( )

5. Ler é uma necessidade básica do indivíduo, isso porque adquirimos pensamentos e atitudes críticas para a compreensão do mundo em que vivemos. Sim ( ) Não ( )

(7)

6. Você acredita que a linguagem das pessoas, atual-mente vem empobrecendo devido a falta de leitura? Sim () Não ( )

Considera-se como boa leitura, quando o aluno identifica as palavras, interpreta o pensamento do autor, compreende as idéias e analisa o que leu? Sim ( ) Não ( )

8. Você concorda que aquele que não gosta de leitu-ra terá maior dificuldade em sua aprendizagem? Sim () Não ( )

9. Para as camadas populares, pais e filhos conside-ram a aprendizagem da leitura como um instru-mento para a obtenção de melhores condições de vida?

Sim () Não ( )

10. Para que o educando desenvolva sua capacidade intelectual deve adquirir o hábito de ler livros, revistas e jornais?

Sim () Não ( )

ONMLKJIHGFEDCBA

Referências

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