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Jurisdição e ação: conceito, natureza e características; das condições da ação

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Academic year: 2021

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Jurisdição e ação: conceito, natureza e características; das condições da ação Jurisdição: é o poder de dizer o direito

Ação: direto público subjetivo

Processo: método de compor litígios

Procedimento: expressão sinônima de rito. Maneira de organizar atos processuais Prazo: mola propulsora do processo

ATOS PROCESSUAIS

Forma dos Atos

Art. 154 - Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencheram a finalidade essencial.

Assim, há relevância nas formas prescritas pelo CPC. Entretanto, em geral, a inobservância das formas não é causa de nulidade do ato, se este atingiu a sua finalidade essencial.

Como exemplo temos o comparecimento espontâneo do réu aos autos para se defender que supre a falta ou nulidade de citação, art. 214, §1o do CPC.

Via de regra, somente quando não se atinge o fim visado pelo ato processual é que deve ser reconhecida a invalidade.

Comunicação dos Atos Processuais

Art. 154. Parágrafo único. Os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão disciplinar a prática e a comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP - Brasil.

§2o. Todos os atos e termos do processo podem ser produzidos, transmitidos, armazenados e assinados por meio eletrônico, na forma da lei (Lei 11419/2006)

O virtual, o digital se sobrepõe ao papel meio físico e encontra respaldo no Código de Processo Civil. Por exemplo: e-proc, diário de justiça eletrônico, assinatura digital, entre outros.1

Art. 169. Os atos e termos do processo serão datilografados ou escritos com tinta escura e indelével, assinando-os as pessoas que neles intervieram. Quando estas não puderem ou não quiserem firmá-los, o escrivão certificará, nos autos, a ocorrência.

§ 1o É vedado usar abreviaturas. (Incluído pela Lei nº 11.419, de 2006).

1 “A norma autoriza os tribunais a, no âmbito e no limite de sua jurisdição e competência, estabelecer regras para a comunicação de seus atos por meios eletrônicos, atendidos os requisitos do sistema de chaves públicas da ICP-Brasil, instituído pela MP 2200-2/01” (Nelson Nery Junior. Código de Processo Civil Comentado)

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§ 2o Quando se tratar de processo total ou parcialmente eletrônico, os atos processuais praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes. (Incluído pela Lei nº 11.419, de 2006).

§ 3o No caso do § 2o deste artigo, eventuais contradições na transcrição deverão ser suscitadas oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano, registrando-se a alegação e a decisão no termo. (Incluído pela Lei nº 11.419, de 2006).

Efeito Jurídico Direto e Imediato

Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.

Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença.

Atos do Juiz

Cadeia de atos a serem praticados até a prolação da sentença. Gradativa construção de um provimento final.

A enumeração dos atos do juiz está feita pelo próprio CPC:

a) sentença;

b) decisão interlocutória;

c) despachos.

Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

Autorização para que o escrivão pratique atos de mero expediente, sem cunho decisório

§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)

O acréscimo do §4o ao CPC 162 legaliza procedimento que já vinha sendo adotado em alguns Estados, por meio de norma de organização judiciária. O dispositivo permite a desburocratização de serviços meramente ordinatórios do processo, sem a necessidade de que deles participe o juiz. Apenas quando surgir alguma questão sobre eles é que o juiz é chamado a decidir. Do ato do servidor não cabe nenhum recurso.

O ato do juiz que cause gravame(decisório) à parte é recorrível.

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PRAZOS

Prazos para a Fazenda Pública ou o Ministério Público

Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.

A Fazenda Pública é a Administração Pública por qualquer de suas entidades da administração direta: União, Estados e Municípios.

As empresas públicas e sociedades de economia mista não fazem jus ao benefício do prazo.

Autarquias e Fundações Públicas: Por expressa disposição de lei (DL 7659/45, 1o), as autarquias já podiam utilizar-se da prerrogativa do prazo. O CPC 188 se aplica, igualmente, às fundações públicas: “Art. 10. Aplica-se às autarquias e fundações públicas o disposto nos arts.

188 e 475 caput e no seu inciso II, do Código de Processo Civil” (Lei 9469/97)

No que tange à Defensoria Pública, não se aplica o art. 188 do CPC. Entretanto, os defensores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios têm as prerrogativas de serem intimados pessoalmente nos processos em que atuam e de gozarem da contagem em dobro de todos os prazos processuais, forte na Lei Complementar 80/94 – Lei da Defensoria Pública.

A expressão “contestar” do art. 188 é extensiva a todas as resposta do réu: contestação, reconvenção e exceção.

Conforme Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery:

“Procedimento Sumário. Por expressa determinação do CPC 277 caput, o prazo para a resposta no procedimento sumário, quando o réu for a Fazenda Pública, autarquias ou fundações instituídas pelo poder público (L 9469/97 10) ou o MP, é contado em dobro e não em quádruplo. Pelo princípio da especialidade, a regra especial revoga a geral, de modo que, no procedimento sumário, o CPC 188 tem incidência apenas para os recursos, mas não para a resposta do réu, aplicando-se o CPC 227.”

“Recorrer. O MP e a Fazenda Pública podem valer-se da prerrogativa de prazo apenas para interpor recurso. O prazo em dobro pode ser utilizado para qualquer tipo de recurso, em qualquer de suas modalidades, seja no primeiro grau, em instância superior ou em qualquer tribunal, inclusive no STJ e STF. Para contra-arrazoar, o prazo é singelo”

Prazos para Liticonsortes com Diferentes Procuradores

Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.

A duplicação dos prazos beneficia tanto os litisconsortes ativos como os litisconsortes passivos. Importante que sejam diferentes os procuradores. Na expressão ‘falar nos autos’

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estão abrangidas todas as manifestações da parte no processo, inclusive contra-razões de recursos. Aplica-se o art. 191 somente enquanto durar o litisconsórcio.

Se a parte for litisconsorte da Fazenda Pública ou do MP, aplica-se a estes últimos o art. 188 e, para falar nos autos, o art. 191. Ao particular se aplica somente o art. 191.

Súmula 641 do STF: “Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido”

NULIDADES – VÍCIOS DOS ATOS PROCESSUAIS

A nulidade no processo civil brasileiro divide-se em absoluta e relativa.

A nulidade absoluta refere-se aos temas de ordem pública, podendo ser declarada a pedido da parte interessada ou mesmo decretada de ofício, sendo insuscetíveis de preclusão.

A nulidade relativa, por sua vez, depende sempre de provocação da parte e estão sujeitas à preclusão, caso não argüidas na primeira oportunidade que a parte teria para faze-la no processo, com a conseqüente sanação do vício.

A nulidade pode ser ainda, cominada ou não-cominada. Na nulidade cominada há expressa previsão na lei, a nulidade cominada é sempre absoluta. A nulidade não-cominada, depende de ser extraída por meio de interpretação do sistema de direito processual, sendo sempre relativa.

Binômio para o entendimento das nulidades: prejuízo / finalidade.

Verificação do prejuízo e atingimento da finalidade.

A nulidade no processo civil sempre depende de declaração judicial, tanto para a absoluta quanto para a relativa.

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Art. 243. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que Ihe deu causa.

A parte que dá causa à nulidade não pode jamais requerer a sua decretação.

“Não deve ser declarada nulidade quando a parte a quem possa favorecer para ela contribuiu e se absteve de qualquer impugnação no curso da demanda, relativamente ao devido processo legal” (RSTJ 12/366)

Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade.

O juiz deve desapegar-se do formalismo, procurando agir de modo a propiciar às partes o atingimento das finalidades do processo. Princípio da instrumentalidade das formas.

“Em tema de nulidade no processo civil, o princípio fundamental que norteia o sistema preconiza que para o reconhecimento da nulidade do ato processual é necessário que se demonstrem, de modo objetivo, os prejuízos conseqüentes, com influência no direito material e reflexo na decisão da causa”(STJ, 6a. T. RSTJ 119/621)

“O atual CPC prestigia o sistema que se orienta no sentido de aproveitar ao máximo os atos processuais, regularizando sempre que possível as nulidades sanáveis”(STJ – RT 659/183)

Art. 245. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.

Parágrafo único. Não se aplica esta disposição às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão, provando a parte legítimo impedimento.

O caput do art. 245 aplica-se somente às nulidades relativas, devendo ser argüidas pela parte interessada na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos, sob pena de preclusão temporal, perdendo a faculdade processual de promover a anulação.

O parágrafo único vai regular as nulidades absolutas, não sendo aplicável a preclusão.

Ressalte-se que conforme posicionamento de Nelson Nery Júnior em sua obra Código de Processo Civil Comentado, a nulidades relativas são chamadas de “anulabilidades”, visto que são sanáveis. Assim comenta o art. 245 caput “Embora fale de nulidade, a norma regula as anulabilidades, pois somente estas estão sujeitas à preclusão. Evidentemente a norma se refere às anulabilidades, isto é, invalidades sanáveis, pois as nulidades absolutas, cominadas, não podem ser convalidadas nem são suscetíveis de preclusão.”

Art. 246. É nulo o processo, quando o Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir.

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Parágrafo único. Se o processo tiver corrido, sem conhecimento do Ministério Público, o juiz o anulará a partir do momento em que o órgão devia ter sido intimado.

Como há independência do MP relativamente ao juiz, que sobre ele não tem poder hierárquico, o magistrado não pode obriga-lo a intervir no feito. Assim, o que enseja a nulidade do ato não é a falta de intervenção do MP, mas a falta de sua intimação.

“O que enseja nulidade, nas ações em que há obrigatoriedade de intervenção do MP, é a falta de intimação do seu representante, não a falta de efetiva manifestação deste” (RSTJ 43/227)

“A intervenção posterior do MP não convalida o processo (RTJ STF 72/267)

Art. 247. As citações e as intimações serão nulas, quando feitas sem observância das prescrições legais.

Só serão decretadas se trouxerem prejuízo para a parte que foi citada ou intimada regularmente. Ainda assim, é possível que a citação nula se convalide. (CPC art. 214, §2o).

Importar esclarecer que o vício da citação autoriza, inclusive, a parte prejudicada a oferecer impugnação se a atividade cognitiva tramitou à sua revelia art. 475-L, I

Art. 248. Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subseqüentes, que dele dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes.

“Não constando o nome do advogado da parte, tal como exige o art. 236, par. 1°, do CPC, da publicação com efeito de intimação, impende reconhecer a nulidade, que alcança os atos subseqüentes, na forma ao art. 248 do mesmo Código. Cuidando-se de nulidade decretável de ofício, não há cogitar de preclusão (art. 249, par. Único, do CPC)” (STJ –3a T., Resp 100.790, rel. Min. Costa Leite, j. 10.2.98, deram provimento, v.u., DJU 30.3.98, p.41)

“RECURSO ESPECIAL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - INTIMAÇÃO DA SENTENÇA – PUBLICAÇÃO EFETIVADA EM NOME DE ADVOGADO DIVERSO DO INDICADO EXPRESSAMENTE NA CONTESTAÇÃO - NULIDADE - RECURSO ESPECIAL PROVIDO. I - Consoante a jurisprudência do STJ, havendo requerimento expresso, a intimação dos atos precessuais só é válida se efetivada em nome do advogado indicado. II - Não efetivada a intimação em nome do advogado que a requereu, deve ser reconhecida a nulidade desse ato, reabrindo-se o prazo para a interposição do recurso cabível. III - RECURSO ESPECIAL PROVIDO.” (REsp 1036980 / RJ - RECURSO ESPECIAL 2008/0048197-4 Ministro MASSAMI UYEDA - DJ 20.06.2008)

“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. PLURALIDADE DE PROCURADORES.

INTIMAÇÃO APENAS DE UM DELES. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE DOS ATOS DECISÓRIOS. DISSÍDIO PRETORIANO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO E DEMONSTRAÇÃO. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. APLICAÇÃO DO ÓBICE DA SÚMULA 07/STJ. 1. "Publicação em que não consta o nome de todos os advogados da parte. Dissídio de jurisprudência superado. Súmula 286. Ambas as Turmas do

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STF têm decidido que, quando da mesma procuração consta o nome de vários advogados, basta que a intimação seja feita a um deles." (Recurso Extraordinário nº 94685/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Néri da Silveira). 2. Precedentes jurisprudenciais: AgRg no Ag 847.725/DF (DJ de 14.05.2007); AgRg no AgRg no REsp 505.885/PR (DJ de 11.04.2007); REsp 900.818/RS (DJ de 02.03.2007); AgRg no REsp 801.614/SP (DJ de 20.11.2006); HC 44.206/ES (DJ de 09.10.2006); AgRg no AgRg no Resp 617.850/SP (DJ de 02.10.2006); RMS 16.737/RJ (DJ de 25.02.2004). 3. A interposição do recurso especial pela alínea "c", do permissivo constitucional, exige a comprovação e a demonstração do dissídio pretoriano, consoante as condições de admissibilidade previstas nos arts. 255, §§ 1º, 2º e 3º, do Regimento Interno do STJ, e 541, parágrafo único, do Código de Processo Civil. 4. Destarte, constando do aresto a assertiva de que "Inexiste nos autos requerimento de publicação exclusiva em nome do advogado, sendo certo que os requerimentos de fls. 161 e 201 o fazem de forma complementar" (fl. 280), a revisão desse aspecto recursal implica revolvimento fático-probatório, insindicável em sede de recurso especial, em face do óbice contido na Súmula 7/STJ. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido.” (REsp 905632 / SP RECURSO ESPECIAL 2006/0254352-9 Ministro LUIZ FUX - DJ 02.06.2008)

Art. 249. O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados.

§ 1o O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a falta quando não prejudicar a parte.

§ 2o Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.

Exemplo: na eventualidade de a parte ser incapaz e o Ministério Público não ter sido intimado a participar do processo (arts. 84 e 246), o juiz não declarará sua nulidade se a resolução de mérito for favorável ao incapaz (EDREsp 26.898/SP).

Art. 250. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo praticar-se os que forem necessários, a fim de se observarem, quanto possível, as prescrições legais.

Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados, desde que não resulte prejuízo à defesa.

O Código adotou o princípio da instrumentalidade das formas, segundo o qual o que importa é a finalidade do ato e não ele em si mesmo considerado. Se puder atingir sua finalidade, ainda que irregular na forma, não se deve anula-lo.

Erro de forma do processo: procedimento sumário, procedimento ordinário. A medida do art.

250 só é viável em casos como o da conversão de rito ordinário em especial e de sumário em ordinário, mas sempre dentro do mesmo tipo de processo, isto é, prestando à parte a mesma tutela jurisdicional, com mudança apenas de rito, dentro da mesma espécie de processo.

Entretanto, se o feito só poderia ser apreciado no processo de conhecimento e o autor lançou mão do processo de execução forçada, é impossível a conversão, porque o juiz estaria alterando o próprio pedido do autor, o que nunca lhe é permitido, dentro da sistemática de nosso direito processual.

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COMUNICAÇÃO DOS ATOS - CITAÇÃO

Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender.

- A citação visa cientificar o demandado dos termos em que proposta ação. - Ampla defesa e contraditório.

Art. 214. Para a validade do processo é indispensável a citação inicial do réu.

Sendo nula ou inexistente a citação é causa de nulidade absoluta.

§ 1o O comparecimento espontâneo do réu supre, entretanto, a falta de citação.

- A juntada da procuração do advogado do demandado com poderes específicos para receber citação é considerada comparecimento espontâneo. A retirada de carga dos autos pelo advogado do réu já é considerada a citação

§ 2o Comparecendo o réu apenas para argüir a nulidade e sendo esta decretada, considerar-se-á feita a citação na data em que ele ou seu advogado for intimado da decisão.

Art. 215 Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente autorizado.

- A citação tem de ser pessoal. Considera-se pessoal a procuração realizada diretamente a parte, ao seu representante legal ou ao seu procurador legalmente autorizado. Os incapazes(

art. 3º. CC) e os relativamente incapazes( art.4 CC) serão citados nas pessoas de seus representantes e assistentes.

§ 1o Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu mandatário, administrador, feitor ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.

§ 2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou na localidade, onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação, será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis.

Art. 216 A citação efetuar-se-á em qualquer lugar em que se encontre o réu.

CUIDADO: Excetuam-se as hipóteses dos artigos 217-218 do CPC.

Parágrafo único. O militar, em serviço ativo, será citado na unidade em que estiver servindo se não for conhecida a sua residência ou nela não for encontrado.

- O militar deverá ser citado preferencialmente em sua residência. Na impossibilidade, aplica- se a citação na unidade . - artigo 76 do CC: “do militar, onde servir”.

Art. 217. Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:

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I - a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;

II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;

Ex.: Falecimento da Sogra.

III - aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias de bodas;

IV - aos doentes, enquanto grave o seu estado.

- Em atenção aos princípios constitucionais: dignidade da pessoa humana (art.1º, III,), à proteção a liberdade de culto (art. 5º, VI) e a solidariedade entre as pessoas (art.3º, I).

Art. 218. Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou está impossibilitado de recebê-la.

- Este artigo prevê casos em que o réu ainda não foi interditado, uma vez que se fosse interditado a citação teria que ser na pessoa de seu curador.

- Fica impossibilitado de receber a citação aquele que, mesmo por causa transitória, não pode exprimir a sua vontade (art. 3º.,III, CC), o ébrio habitual, o viciado em tóxicos, o que tem o discernimento reduzido (art. 4º, II CC) e o excepcional, sem desenvolvimento mental completo (ART. 4º, III, CC).

§ 1o O oficial de justiça passará certidão, descrevendo minuciosamente a ocorrência. O juiz nomeará um médico, a fim de examinar o citando. O laudo será apresentado em 5 (cinco) dias.

§ 2o Reconhecida a impossibilidade, o juiz dará ao citando um curador, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida na lei civil. A nomeação é restrita à causa.

§ 3o A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu.

Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.

- 5 efeitos típicos da citação válida:

a) torna prevento o juízo (fixa a competência do juízo);

b) induz litispendência (indica que pende a lide ao demandado);

c) faz litigiosa a coisa (a demanda para o réu);

e mesmo que ordenada por juiz incompetente d) constitui em mora o devedor;

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e) interrompe a prescrição.

- Outros efeitos: vedação a adição ou modificação do pedido, sem o consentimento da outra parte.

§ 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.

§ 2o Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias subseqüentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.

§ 3o Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90 (noventa) dias.

§ 4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes, haver-se-á por não interrompida a prescrição.

- Não haverá a interrupção da prescrição com retroação à data da propositura da ação se a parte não requerer a citação ou se mostrar omissa ou relapsa em relação à concretização do ato.

§ 5o O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.

§ 6o Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo anterior, o escrivão comunicará ao réu o resultado do julgamento.

Questões

01. ( ) Os atos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.

02. ( ) Os atos meramente ordinatórios independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários.

03. ( ) Os atos e termos processuais dependem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a dispensar.

04. ( ) O ato processual praticado em desconformidade com a norma que disciplina sua produção é inválido, devendo o juiz, de ofício, decretar sua nulidade e determinar sua repetição, ainda que não cause prejuízo à regularidade processual ou às partes.

05. FCC – Em juízo a Fazenda Pública deve:

( ) Computar em quádruplo o prazo para contestar no procedimento comum sumário ou ordinário

( ) Computar em dobro o prazo para contra-arrazoar recurso.

06. FCC – 2010

Quanto aos atos processuais, considere:

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( ) Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.

( ) Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.

07. FCC – 2009 - TRT

( ) Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários.

08. Analista Judiciário TJ/ES

( ) Sentença é ato processual do juiz, mediante o qual se resolve ou não o mérito da causa, pondo fim ao processo, em qualquer das duas hipóteses.

09. Analista Judiciário TJ/PA Jurisdição é

(A) a faculdade atribuída ao Poder Executivo de propor e sancionar leis que regulamentem situações jurídicas ocorridas na vida em sociedade.

(B) a faculdade outorgada ao Poder Legislativo de regulamentar a vida social, estabelecendo, através das leis, as regras jurídicas de observância obrigatória.

(C) o poder das autoridades judiciárias regularmente investidas no cargo de dizer o direito no caso concreto.

(D) o direito individual público, subjetivo e autônomo, de pleitear, perante o Estado a solução de um conflito de interesses.

(E) o instrumento pelo qual o Estado procede à composição da lide, aplicando o Direito ao caso concreto, dirimindo os conflitos de interesses.

10. ( ) Não se aplica às nulidades absolutas a regra de que a nulidade dos atos processuais deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.

11. ( ) A nulidade relativa deve ser argüida pela parte interessada em sua decretação, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos, depois do ato defeituoso, sob pena de preclusão, isto é, de perda da faculdade processual de promover a anulação.

12. ( ) Anulado um ato processual, mesmo que se trate de um ato complexo, todos os atos subseqüentes a ele serão também anulados, ainda que sejam independentes entre si e que a nulidade se refira a apenas uma parte do ato.

13. ( ) O ato processual praticado em desconformidade com a norma que disciplina sua produção é inválido, devendo o juiz, de ofício, decretar sua nulidade e determinar sua repetição, ainda que não cause prejuízo à regularidade processual ou às partes.

14. ( ) Deve ser decretada a nulidade do processo em que se tenha constatado, afinal, a falta de outorga uxória, ainda que se possa decidir o mérito a favor do cônjuge ausente, visto que todas as nulidades processuais são insanáveis.

15. FCC No que concerne às nulidades processuais, segundo o Código de Processo Civil, é INCORRETO afirmar:

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a) Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subseqüentes, que dele dependam;

todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes.

b) A nulidade dos atos processuais deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, ainda que haja prova de legítimo impedimento, sob pena de preclusão.

c) Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que deu causa.

d) Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.

e) Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração de nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.

16. FCC Com relação as nulidades é INCORRETO afirmar:

a) Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que Ihe deu causa.

b) O erro de forma do processo acarreta a nulidade absoluta de todos os atos nele praticado em razão da inobservância legal pré-determinada, sendo vedado o aproveitamento de atos.

c) Em regra, a nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.

d) Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subsequentes, que dele dependam;

todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes.

e) Se o processo em que deva intervir tiver corrido sem conhecimento do Ministério Público o juiz o anulará a partir do momento em que o órgão devia ter sido intimado.

17 - Débora casou-se ontem e em razão do matrimônio não trabalhará hoje e nem amanhã, permanecendo em sua residência. Douglas está assistindo ato de culto religioso da sua Igreja e, Diana está de luto em razão do falecimento de sua mãe há dez dias. NÃO se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito, de

a) Diana, apenas.

b) Douglas, apenas.

c) Débora e Diana.

d) Douglas e Diana.

e) Débora e Douglas.

18 -( ) Citação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.

19 - ( ) Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito, aos noivos, nos três primeiros dias de bodas.

20-( ) Comparecendo o réu apenas para argüir a nulidade e sendo esta declarada, considerar-se-á feita a citação na data em que ele ou seu advogado for intimado da decisão.

21 - A citação poderá ser realizada, ainda que não haja risco de perecimento do direito, quando:

a) o réu estiver doente em estado grave;

b) o réu estiver assistindo a missa ou outro culto religioso;

c) o réu estiver aniversariando;

d) do dia do falecimento da sogra do réu;

(13)

e) do dia do falecimento do pai do réu.

Referências

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