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XIV SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. Necessidades Energéticas e Consequências Ambientais

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XIV SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

Necessidades Energéticas e Consequências Ambientais

Visão do Profissional de Enfermagem de Uti Sobre a Morte: Refletindo A Comunicação Terapêutica na Terminalidade

Larissa Cristina de Carvalho Silva Almeida Discente do curso de Enfermagem Universidade UNAERP Campus-Guarujá

almeida.larissacarv@gmail.com

Rosângela Aparecida Bezerra dos Santos Marques Doscente do curso de Enfermagem

Universidade UNAERP Campus-Guarujá rosangelaapmarques@yahoo.com.br

Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee

Resumo

A presente pesquisa trata-se de um estudo sobre a perspectiva do profissional de enfermagem de UTI sobre a morte e a sua comunicação com o paciente terminal.

Essa pesquisa tem como objetivo refletir sobre o enfrentamento dos profissionais de enfermagem de UTI em lidar com a terminalidade e a importância da comunicação terapêutica na relação paciente x profissional. De acordo com o estudo bibliográfico desenvolvido é possível mostrar que lidar com a morte é um desafio e continua sendo um dos objetos principais de medo do ser humano. É clara a dificuldade dos profissionais de saúde em lidarem com a morte, podendo trazer comprometimento na relação estabelecida com o doente e seus familiares, refletindo em sua própria saúde. Para o embasamento teórico foram utilizados 11 artigos de revistas e teses.

Por fim a pesquisa constatou que a terminalidade humana implica a necessidade de um cuidar diferenciado, pautado na valorização da qualidade de vida e do bem-estar biopsicossocial e espiritual do paciente, visando direcionar a assistência de saúde e, em especial, a de enfermagem, por meio de uma visão holística e integral,

revelando-se, assim, um "cuidar humanizado".

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Palavras-chave: Comunicação and Paciente Terminal. Morte and Enfermeiro. UTI and Cuidados Paliativos.

Summary

The present research is a study about the perspective of the nursing professional on death and its communication with the terminal patient. This research aims to reflect on the confrontation of the ICU nursing professionals in dealing with the terminality and importance of therapeutic communication in the patient x professional

relationship. According to the bibliographic study developed, it is possible to show that dealing with death is a challenge and remains one of the main objects of human fear. It is clear the difficulty of health professionals in dealing with death, and it may lead to compromise in the established relationship with the patient and their relatives, reflecting on their own health. For the theoretical basis, 11 articles of magazines and theses were used. Finally, the research found that human terminality implies the need for a differentiated care based on the quality of life and the biopsychosocial and spiritual well-being of the patient, aiming at directing health care, and especially nursing care, by means of a holistic and integral vision, thus revealing a "humanized care".

Key-words: Communication and Terminal Pacient. Death and Nurse. ICU and Palliative Care.

Seção 1 - Curso de Enfermagem - Meio Ambiente.

Apresentação: Oral-apresentação em slides.

1. INTRODUÇÃO

No âmbito da saúde, os avanços científicos e tecnológicos vêm contribuindo para um significativo aumento da expectativa de vida, uma vez que suscitam inovações na condução de tratamento médico. Logo, esses avanços propiciam, muitas vezes, aos pacientes, principalmente aqueles que estão vivenciando a terminalidade da vida, um prolongamento do processo natural de morte e morrer, o que pode intensificar seu sofrimento e sua agonia (BRITO et al, 2014).

Unidades de terapia intensiva (UTI’s) são unidades que atendem pacientes em estado crítico, constitui-se em um espaço hospitalar destinado à recuperação, porém a UTI abriga pessoas em situação tão grave, que a unidade se caracteriza o último recurso para tentar evitar a morte. (VICENZI, 2016).

Segundo ANVISA (2010 apud Pessini, 2016) UTI é uma área crítica para a

internação de pacientes graves que precisam continuamente de suporte profissional

especializado, assim como materiais e tecnologias específicas necessárias para o

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diagnóstico, monitoramento e terapia. As unidades de terapia intensiva são unidades de hospitais que cuidam da vida humana em situações críticas que mostram grande complexidade e drama. Dentro de uma UTI observa-se um grande progresso técnico e científico da medicina, que realiza "milagres" reais, salvando vidas que, até muito pouco tempo, teriam sido impossíveis de salvar sem tais aparatos tecnológicos. Por outro lado, a realidade de que possamos ser submetidos a um processo prolongado e doloroso de morte é perturbador e pavoroso.

A terminalidade de vida é conceituada quando todos os recursos terapêuticos curativos se encontram esgotados e quando já não há mais tempo nem a oportunidade de se fazer algo. O indivíduo se torna irrecuperável e caminha para a morte, sem que se consiga reverter este caminhar (ALVES, 2013).

Desde o nascimento, a morte já faz parte do desenvolvimento humano. A morte nunca deixa de ser nova e nos intriga em termos de vida. Ela sempre tem um encontro não esperado conosco, visitando-nos de forma silenciosa e surpreendente, forçando-nos a refletir sobre a finitude das nossas vidas, através do falecimento de nossos entes queridos, ou através de situações inesperadas que nos assustam (PESSINI, 2016).

Segundo Elias (2011 apud Perdigon; Strasser, 2015) A morte é um evento inevitável e universal, mas "as reações em relação ao morrer e à morte, não são pré- estabelecidas ", são singularidades de sociedades determinadas. Os sofrimentos, as formas de ficar doente e de morrer são processos históricos e socialmente construídos de acordo com as condições de vida dos grupos sociais, sua cultura e seus modos de encarar a morte, resultando em significados individuais e coletivos demonstrados de diferentes maneiras.

A morte e o processo de morrer, fazem parte do fenômeno da vida, embora seja motivo de temor no ser humano, pelo fato de sua dificuldade em lidar com o seu próprio fim. Morrer está associado a um acontecimento ligado à vida, porque, de fato, a cada momento estamos vagarosamente morrendo (VICENZI, 2016).

De acordo com Brito et al (2014) na assistência de enfermagem, a

comunicação é vista como uma ferramenta importante que promove o elo entre a

equipe de enfermagem, o paciente e a família, mediante o uso tanto da

comunicação verbal quanto da não verbal. A comunicação verbal caracteriza-se pela

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exteriorização do ser social e a não verbal caracteriza-se pelo ser psicológico, sendo sua principal função a demonstração dos sentimentos. Porém se observa que alguns profissionais da equipe de enfermagem, apesar de reconhecerem a importância da comunicação na relação profissional x paciente, demonstram não estar preparados para se comunicar em situações que envolvam a terminalidade humana (ALVES, 2013).

Assim, os membros da equipe de enfermagem evitam o contato verbal com os pacientes e familiares que vivenciam o processo de morrer, afastando-se por não saberem lidar com os sentimentos e emoções neles despertados pelo processo de morte, pois assistir à morte do outro é um momento difícil, que suscita sensação de tristeza, frustração, impotência e até mesmo de culpa por falhas na assistência prestada. Isto se deve ao fato de que assistir ao morrer do outro remete o ser humano à reflexão sobre o que mais se nega: a finitude da vida humana. Deste modo, muitos profissionais utilizam a negação, a fuga e a aparente frieza como mecanismos de defesa no enfrentamento da situação (ALVES, 2013).

2. OBJETIVO

Objetivou-se nessa pesquisa refletir sobre as dificuldades encontradas pelos profissionais de enfermagem de UTI em lidar com a terminalidade e as habilidades necessárias para o uso da comunicação terapêutica na relação paciente x profissional.

3. JUSTIFICATIVA

Justifica-se a relevância dessa pesquisa visto a dificuldade dos profissionais de saúde em lidarem com a terminalidade. De acordo com os autores aqui citados lidar com a morte como resultado da terminalidade gera muitas vezes um sentimento de falha na assistência prestada.

Os profissionais de enfermagem passam por sentimentos de negação e frieza

ao lidarem com os pacientes em estado terminal, desta maneira estes profissionais

necessitam ter habilidades para fazer uso de uma boa comunicação com o paciente

em terminalidade e sua família.

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Esta pesquisa nos permite entender as habilidades necessárias para uma boa comunicação terapêutica entre o profissional/paciente e profissional/família, proporcionando assim um conforto para uma boa morte.

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Portal de Pesquisa Descritores de Ciências da Saúde (DeCS) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS)

Operador lógico booleano AND

Descritores Sinônimos

Comunicação and Paciente Terminal Transmissão de ideias and doente terminal.

Morte and Enfermeiro Falecimento; óbito and enfermeiro.

UTI and Paliativo Centro de Terapia Intensiva; Centros de Pesquisa Intensiva; CTI.

Cruzamento http://bvsalud.org/

Critérios utilizados (Filtros)

Visualizados Com

filtro Selecionados

Textos completos disponíveis;

10 4

Comunicação

Português; 1771

Tipo de documento:

artigo.

Morte

Textos completos

disponíveis; 876 45 2

Português;

Tipo de documento:

artigo.

UTI

Textos completos

disponíveis; 2537 28 5

Português;

Revista Brasileira de Enfermagem e artigos.

5.184 83 11

5. METODOLOGIA

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Trata-se de uma pesquisa descritiva, através de uma revisão bibliográfica, tendo por base de dados a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), e o Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) ambos no idioma português, utilizado como fonte de dados a Lilacs.

Na pesquisa, foram acessadas as bases de dados no ano de 2013 a 2017. Utilizando os descritores: Comunicação and Paciente terminal; Morte and Enfermeiro e UTI and Paliativo. Foram utilizados 11 artigos.

6. DISCUSSÃO

Em um contexto de desenvolvimentos técnico e científico ímpares, na história das ciências da saúde, em que se acredita que quase todos os problemas podem ser determinados com o uso de aparatos tecnológicos, a terminalidade e a morte permanecem como limites para o ser humano. Dessa forma, pacientes, familiares e até mesmo os profissionais da área de saúde evitam falar sobre o tema (ANDRADE et al, 2014).

A construção de significados e as atitudes em relação à morte dependem de um sistema de crenças pessoais, culturais, sociais e filosóficas, mudando os comportamentos de forma consciente e inconsciente e tais comportamentos refletem na assistência prestada. O profissional de enfermagem muitas vezes percebe a morte do paciente como um fracasso de suas ações e esforços terapêuticos para salvar a vida (LIMA, 2017).

6.1 TERMINALIDADE

A fase da terminalidade humana torna o processo do cuidar mais complexo, já que o paciente precisa ser cuidado além do processo degenerativo da própria idade e doenças associadas. O cuidado ao paciente terminal precisa ser ofertado de forma holística, ou seja, reconhecendo o indivíduo que está em fase terminal como um ser completo que necessita de assistência em sua esfera biopsicossocioespiritual (ALVES, 2013).

A terminalidade humana implica a necessidade de um cuidar diferenciado,

pautado na valorização da qualidade de vida e do bem-estar biopsicossocial e

espiritual do paciente, visando direcionar a assistência de saúde e, em especial, a

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de enfermagem, por meio de uma visão holística e integral, revelando-se, assim, um

"cuidar humanizado" (BRITO et al, 2014).

O cuidado é a essência da enfermagem e cuidar do paciente terminal exige do enfermeiro conhecimentos específicos sobre controle da dor, administração de analgésicos, comunicação com o paciente, além da reflexão sobre o processo de terminalidade da vida (FREITAS; PEREIRA, 2013, p.451).

A UTI aumenta as possibilidades terapêuticas em diversas patologias e situações clinicas, mas, nesse setor também pode acontecer um prolongamento da vida, acarretando muitas vezes em tratamentos superficiais, por falta de conhecimento do profissional enfermeiro sobre cuidados paliativos. (FREITAS;

PEREIRA, 2013)

6.2 CUIDADOS PALIATIVOS

Os cuidados paliativos são cuidados direcionados aos pacientes onde não existe a finalidade de curar, uma vez que a doença já se encontra em um estágio progressivo, irreversível e não responsivo ao tratamento curativo, sendo o objetivo desses cuidados propiciarem qualidade de vida nos momentos finais (BARROS et al, 2012).

O verbo paliar, do latim palliare, palium, significa em seu modo mais abrangente, proteger, cobrir com capa. O cuidado paliativo (CP) ou paliativismo, é mais que um método, é uma filosofia do cuidar. O CP visa prevenir e aliviar o sofrimento humano em muitas de suas dimensões (FREITAS; PEREIRA, 2013).

Dentre os princípios fundamentais de cuidados paliativos temos a realização e manutenção de um ótimo nível de dor e manejo de sintomas; considerar a morte como um processo normal; não acelerar ou adiar a morte; integrar aspectos psicológicos e espirituais do atendimento ao paciente; oferecer um sistema de apoio para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente possível até o momento da morte; ajudar as famílias a enfrentar a doença do paciente e o luto; considerar a família uma unidade de cuidados, juntamente com o paciente; realizar uma abordagem Inter e multidisciplinar (trabalho em equipe) (PESSINI, 2016, p. 5).

Para aprofundar a compreensão acerca de cuidados paliativos, o profissional

de saúde precisa olhar para o cuidado mais de perto para contemplar as quatro

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necessidades humanas básicas: a de existir, a de pensar, a de sentir e a de agir no mundo. O cuidar é a pedra fundamental do respeito e do valor da dignidade humana.

Portanto, é necessário diminuir/aliviar a dor do paciente, priorizar seu bem-estar e suas crenças, para que ele possa ter maior aceitabilidade da sua condição como um processo natural da finitude. Desta forma, é necessário que todas as ações terapêuticas sejam planejadas com a participação do paciente, família e da equipe de saúde. (BARROS et al, 2012).

6.3 COMUNICAÇÃO PROFISSIONAL X PACIENTE/FAMÍLIA

Comunicar é extremamente importante no processo de cuidar, sobretudo quando se trata de paciente terminal, considerando fortalecer o vínculo entre paciente/profissional, incentivar o paciente a verbalizar anseios, preocupações e dúvidas acerca da situação clínica, oferecer oportunidade ao paciente/familiar de verbalizar preferências no atendimento e ajudá-los na tomada de decisões (ANDRADE; COSTA; LOPES, 2013).

A comunicação é a base fundamental por meio da qual são estabelecidas as relações interpessoais, podendo ser realizada de forma verbal e/ou não verbal. A comunicação é considerada como um processo de interação, no qual são compartilhadas mensagens, ideias, sentimentos e emoções, podendo influenciar o comportamento das pessoas que, por sua vez, reagem, a partir de suas crenças, valores, história de vida e cultura (BRITO et al, 2014).

A comunicação é característica do ser humano e uma forma de estabelecimento de relações de ajuda e cura. Desta maneira, todo o comportamento comunica e toda comunicação influencia um comportamento. Cada indivíduo compreende a comunicação a sua maneira, isso decorre pelos seus cinco sentidos (visão, audição, paladar, tato e olfato), e também pelas influências da sociedade e de sua educação. Frequentemente, o processo de comunicação envolve tomar decisões sobre o quê, quando, onde, por que e como passar uma mensagem (LIMA, 2017).

A veracidade é uma das estratégias de comunicação a serem utilizadas;

assim, deve haver honestidade na relação entre a equipe de enfermagem e o

paciente ao expor a este o processo fisiológico pelo qual ele está passando ou ainda

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passará, ao ouvir o seu anseio, compreender e entender a comunicação não verbal e verbalizações simbólicas que ele expressar (ALVES, 2013).

Destaca-se que a equipe de enfermagem muitas vezes pode não perceber as tentativas de comunicação dos pacientes em sua terminalidade ou interpreta-las de maneira errada, porque a comunicação pode ser incompreensível, inesperada ou emitida em linguagem figurativa e muitas vezes interpretadas como confusão ou alucinação. É importante destacar que o fazer o uso correto da comunicação verbal e não verbal é uma medida terapêutica eficaz para os pacientes terminais (ANDRADE; COSTA; LOPES, 2013).

No contexto da terminalidade a comunicação é considerada um componente essencial do cuidado, pois esta minimiza o estresse psicológico dos pacientes, o que permite que os mesmos compartilhem sua dor, desta forma, independente da capacidade de comunicação verbal do paciente, é dever do enfermeiro ouvi-lo e percebê-lo, reconhecendo qual o estágio do processo de morrer em que se encontra e quais são suas necessidades, para orientar e capacitar sua equipe a prover as demandas, possibilitando-lhes uma relação terapêutica, através da empatia e da promoção de um ambiente saudável, humanizado e sistematizado (ANDRADE;

COSTA; LOPES, 2013).

Pode-se perceber a influência positiva que a comunicação pode exercer como recurso terapêutico importante e efetivo frente ao processo doloroso da terminalidade: “Eu me importo pelo fato de você ser você, me importo até o último momento de sua vida e faremos tudo que está ao nosso alcance, não somente para ajudar você a morrer em paz, mas também para você viver até o dia da sua morte. ” (ALVES, 2013).

O estágio da terminalidade implica muito sofrimento para o indivíduo e família,

a equipe de enfermagem é quem tem um contato maior com os mesmos, por

permanecer mais tempo ao seu lado. Assim é importante reforçar a necessidade da

comunicação com a família, pois esta comunicação significa saber sobre o estado

do paciente, colaborando para diminuir o sofrimento, ao esclarecer dúvidas,

encorajar atitudes positivas e ser acessível durante a internação do paciente na UTI

(FREITAS; PEREIRA, 2013).

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Desta maneira, é essencial que os profissionais de enfermagem utilizem a comunicação para prestar uma assistência efetiva e integral, tendo em vista que ela constitui um instrumento adequado e necessário para o cuidar, caracterizado pela atenção, zelo, desvelo, ocupação, preocupação, responsabilização e envolvimento afetivo com o outro, o qual é o enfoque principal da enfermagem, dotado de sentimentos e fundamentado em conhecimentos práticos, teóricos e científicos (BRITO et al, 2014).

Certas habilidades de comunicação como o escutar bem, não mentir nunca, evitar uma conspiração de silêncio, evitar falsa alegria, não descartar uma possível esperança, aliviar a dor, entre outras tornam-se indispensáveis para a equipe de enfermagem proporcionar ao paciente uma assistência de qualidade, integral e humanizada (ALVES, 2013).

Além dessas características um aspecto que também influência a estratégia da linguagem verbal pelos enfermeiros é o tom de voz, que deve ser firme e seguro quando necessário, como, por exemplo, para dar um diagnóstico situacional e meigo o suficiente para se comunicar numa situação de apoio psicológico ou um gesto de carinho. (ALVES, 2013).

Entre tantas habilidades de comunicação destaca-se a escuta, que deve ser atenta e reflexiva, para que o profissional possa reconhecer as reais necessidades dos pacientes, quando o profissional se mostra disponível para ouvir e compreender o paciente e família, cria-se uma maneira eficaz de suporte emocional e espiritual.

Escutar os pacientes terminais significa focar no paciente, em diferentes termos. O profissional que está preparado para a escuta, desperta no paciente e nos seus familiares sentimento de satisfação. (ANDRADE; COSTA; LOPES, 2013).

Para fornecer um cuidado humano e individualizado ao paciente terminal, é necessário utilizar mais do que conhecimentos científicos e técnicas; é preciso construir uma relação, na qual o enfermeiro esteja sempre disposto a ouvir o paciente e a informá-lo a respeito de seu tratamento e estado geral de saúde.

Ressalta-se que esse profissional, por permanecer mais tempo em contato com o

paciente, identifica melhor suas respostas, exercendo um papel crucial no cuidado

integral ao indivíduo e de sua família (BRITO et al, 2014).

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Para proporcionar uma boa morte é preciso realizar a promoção do conforto, tal promoção consiste em aliviar desconfortos físicos como a dor e a angústia respiratória; fornece suporte emocional ao indivíduo em processo de terminalidade e à sua família, assegurar a manutenção da integridade e do posicionamento corporal utilizando medidas de higiene e de prevenção de lesões na pele, prevenindo desta maneira o desconforto dos odores e o aparecimento de feridas, possibilitando assim diminuir o sofrimento (SILVA; PEREIRA; MUSSI, 2015)

O Suporte emocional compõe a promoção do conforto e significa apoiar a pessoa em processo terminal e a sua família por meio de evidenciar o carinho, atenção, palavras de coragem e força em todos os momentos e fazer uso de estratégias de descontração e lazer por parte dos profissionais de saúde (SILVA;

PEREIRA; MUSSI, 2015)

Diante da proximidade da morte é preciso considerar a promoção do conforto como o objetivo primordial do cuidar em saúde, quando não é possível mais utilizar aparatos tecnológicos ou científicos, espera-se o alívio, mesmo que temporário, da maioria do que se constitui em desconfortos. Fazendo uso de práticas de cuidar focalizadas no alívio de desconfortos físicos como a dor, oferecendo suporte emocional e garantindo a integridade corporal minimizando alterações, perturbações e dificuldades de natureza física, psíquica e social enfrentadas pela pessoa em processo de terminalidade e sua família e, assim, promover o conforto (SILVA;

PEREIRA; MUSSI, 2015)

Por estar diante da impossibilidade de acrescentar dias a vida pode surgir o pensamento errôneo de que “não há mais nada a se fazer” pelo paciente sem possibilidades de cura, essa suposição é inadequada ao reconhecer que podemos acrescentar qualidades aos dias, pois enquanto houver vida, sempre existirá a necessidade dos cuidados de enfermagem. Enquanto existe vida, há muito o que se fazer para a pessoa transpor os últimos dias de sua existência sem sofrimento, promovendo assim a promoção do conforto para uma boa morte (FREITAS;

PEREIRA, 2013).

7. CONCLUSÃO

Este trabalho permitiu observar a importância da comunicação terapêutica

entre o profissional de enfermagem e paciente/família, envolvendo o estágio da

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terminalidade. Os fatos aqui estudados, foram muito importantes para reconhecer a importância do uso da comunicação terapêutica na relação profissional/paciente e profissional/família, pois os profissionais de enfermagem são os que estão em maior frequência ao lado do paciente/família o que permite através da escuta ativa e da clareza nas informações humanizar essa assistência e garantir a sua efetividade.

Diante da terminalidade o profissional muitas vezes passa pelo processo de negação, frieza e por vezes o mesmo entende a terminalidade como uma falha na assistência, essa forma de compreender a terminalidade faz com que ocorra uma dificuldade na comunicação, sendo assim, a importância das habilidades necessárias para promover uma boa comunicação terapêutica e um conforto para uma boa morte.

8. REFERÊNCIAS

ALVES, Everton Fernando. A comunicação da equipe de enfermagem com o paciente em cuidados paliativos. 2013. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v41n4/17>. Acessado em: 15 de março de 2017.

ANDRADE, C. G de; COSTA, S. F. G; LOPES, M. E. L. Cuidados paliativos: a comunicação como estratégia de cuidado para o paciente em fase terminal. Ciênc.

Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 9, p.2523-2530, set. 2013.

ANDRADE, Cristiani Garrido de et al. Comunicação de notícias difíceis para pacientes sem possibilidade de cura e familiares: atuação do enfermeiro. Rev Enferm: UERJ, Rio de Janeiro, v. 22, n. 5, p.674-679, 2014.

BARROS, Nara Calazans Balbino et al. Cuidados paliativos na uti: compreensão, limites e possibilidades por enfermeiros. Rev Enferm Ufsm, Rio Grande do Sul, v.

03, n. 02, p.630-640, 2012. Disponível em: <http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs- 2.2.2/index.php/reufsm/article/view/5857/pdf>. Acessado em: 12 de março de 2017.

BRITO, Fabiana Medeiros de et al. Comunicação na iminência da morte:

percepções e estratégia adotada para humanizar o cuidar em enfermagem.

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p.317-323,

abr. 2014. Disponível em:

<http://www.revistaenfermagem.eean.edu.br/detalhe_artigo.asp?id=1085>.

Acessado em: 16 maio 2017.

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FREITAS, Néolle de Oliveira; PEREIRA, Mirana Volpi Goudinho. Percepção dos Enfermeiros sobre cuidados paliativos e o manejo da dor na UTI. O Mundo da Saúde, São Paulo, v. 4, n. 37, p.450-457, 2013.

LIMA, Roberta. Conversação sobre a morte no processo de cuidar: Uma contribuição para a formação do enfermeiro. 2017. 156 f. Trabalho de conclusão de curso (Tese) Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Rio de Janeiro, 2017.

PERDIGON, Alba; STRASSER, Georgina. O processo de morte e a enfermagem:

uma abordagem relacional. Reflexões teóricas sobre os cuidados antes da morte. Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, vol. 25, n. 02, p. 1-9, 2015.

PESSINI, Leo. Vida e morte na UTI: a ética no fio da navalha. Revista Bioética, [s.l.], v. 24, n. 1, p.54-63, abr. 2016. FapUNIFESP (SciELO).

http://dx.doi.org/10.1590/1983-80422016241106. Disponível em:

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SILVA, Rudval Souza da; PEREIRA, Álvaro; MUSSI, Fernanda Carneiro. Conforto para uma boa morte: perspectiva de uma equipe de enfermagem intensivista.

Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ean/v19n1/1414-8145-ean-19-01- 0040.pdf>. Acesso em: 10 de agosto de 2017

VICENSI, Maria do Carmo. Reflexão sobre a morte e o morrer na UTI: a perspectiva do profissional. Revista BioÉtica, Brasília, v. 24, n. 1, p.64-72, 19 fev. 2016.

Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/bioet/v24n1/1983-8034-bioet-24-1-

0064.pdf>. Acesso em: 10 de agosto de 2017.

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