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Os reflexos da educação médica nas atitudes dos estudantes diante do paciente idoso

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Academic year: 2017

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(1)

Universidade

Católica de

Brasília

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

STRICTO SENSU EM GERONTOLOGIA

Mestrado

OS REFLEXOS DA EDUCAÇÃO MÉDICA NAS ATITUDES

DOS ESTUDANTES DIANTE DO PACIENTE IDOSO

Autor: Fernando Alcides Ferrari Sampaio

Orientador: Prof. Dr. Armando José China Bezerra

(2)

FERNANDO ALCIDES FERRARI SAMPAIO

OS REFLEXOS DA EDUCAÇÃO MÉDICA NAS ATITUDES

DOS ESTUDANTES DIANTE DO PACIENTE IDOSO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção Título de mestre em Gerontologia.

Orientador: Prof. Dr. Armando José China Bezerra

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Ficha elaborada pela Coordenação de Processamento do Acervo do SIBI – UCB. S192r Sampaio, Fernando Alcides Ferrari.

Os reflexos da educação médica nas atitudes dos estudantes diante do paciente idoso / Fernando Alcides Ferrari Sampaio. – 2008.

85 f. : il. ; 30 cm.

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2008. Orientação: Armando José China Bezerra.

1. Comportamento humano - Envelhecimento. 2. Educação médica. 3. Atitude - Mudança. I. Bezerra, Armando José China, orient. II. Título.

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AGRADECIMENTO

De maneira especial ao Prof. Dr. Armando José China Bezerra, pela generosidade com que compartilha seu conhecimento, pelo exemplo de profissional competente e digno, pela oportunidade de aprender e pelo grande privilégio de trabalharmos juntos na realização desta dissertação.

À Profa. Dra. Lucy Gomes Vianna, pelas preciosas sugestões teóricas que permitiram o enriquecimento deste trabalho.

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RESUMO

O envelhecimento destaca-se como importante modificação estrutural da população mundial. A complexidade da tarefa assistencial ao geronte deve ser orientada para valorizar o contexto individual, familiar e comunitário desse grupo especial de pacientes. A relação de dependência entre as gerações acarreta atitudes positivas e negativas dos mais jovens, pautadas por seus valores pessoais e sociais. As atitudes figuram, dentro dos chamados construtos hipotéticos, como elementos importantes na explicação do comportamento humano. Esta complexa tarefa assistencial ao geronte determina a formação de médicos com visão interdisciplinar, holística e humanizada. Neste contexto, esta pesquisa considerou o posicionamento dos alunos do primeiro e quarto anos da graduação de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) frente a características envolvendo os pacientes idosos. O objetivo foi verificar a hipótese de que os estudantes do quarto ano apresentariam atitudes diferentes em relação aos pacientes idosos quando comparados com aqueles cursando o primeiro ano. O trabalho consistiu em aplicação de um questionário sócio – demográfico e da escala diferencial semântica de Neri aos estudantes desses dois anos letivos do curso de Medicina da ESCS. No quarto ano em relação ao primeiro, predominaram as atitudes positivas (p-valor = 0,004), e no primeiro prevaleceram às atitudes negativas em relação ao quarto ano (p-valor = 0,002). O resultado neutro foi similar entre os dois períodos estudados, sem diferença significativa (p-valor = 0,485). Os dados desta pesquisa sugerem que, entre os estudantes de Medicina da ESCS entrevistados, existe uma heterogeneidade de posicionamentos em relação ao paciente idoso.

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ABSTRACT

Aging is an important structural change in world population. The complexity of the task of caring for the elderly must be directed towards valuing the individual, family, and community context of this special group of patients. The dependence relation between generations results in positive and negative attitudes among younger people, drivenby their personal and social values. Among the so-called hypothetical constructs, attitudes feature as important elements in accounting for human behavior. The complex task of caring for the elderly leads to the development of doctors who have interdisciplinary, holistic, and humanized views. Within this context, this study examined the attitudes of first- and fourth-year undergraduate medical students at the Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) (Higher School of Health Sciences) towards characteristics related to elderly patients. The aim was to demonstrate the hypothesis that fourth-year medical students have different attitudes towards elderly patients when compared to those in the first year. The study consisted of the application of a sociodemographic questionnaire and of Neri’s Semantic Differential Scale to first- and fourth-year medical students as ESCS. Positive attitudes (p-value = 0.004) were prevalent among fourth-year students compared to first-year students, while negative attitudes were prevalent among first-year students compared to fourth-year students (p-value = 0.002). The neutral result was similar for the two groups, showing no significant difference (p-value = 0.485). The data from the study suggest that, among the medical students interviewed at ESCS, there is heterogeneity of attitudes towards elderly patients.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Número de parentes idosos de cada participante. ...38

Gráfico 2 - Tipo de parente idoso de cada participante...39

Gráfico 3 - Com qual tipo de pessoa idosa você mora? - 1º ano...40

Gráfico 4 - Com qual tipo de pessoa idosa você mora?- 4º ano...41

Gráfico 5 - Tipo de relação com pessoas graduadas na área de saúde de cada participante. ..43

Gráfico 6 - Tipo de graduação de pessoa que convive com cada participante - 1º ano...44

Gráfico 7 - Tipo de graduação de pessoa que convive com cada participante - 4º ano...45

Gráfico 8 - Tipo de especialidade de pessoa que convive com cada participante...46

Gráfico 9 - Local dos cuidados aos pacientes idosos - 1º ano...47

Gráfico 10 - Local dos cuidados aos pacientes idosos - 4º ano...48

Gráfico 11 - Tipo de especialidade médica de preferência do participante...49

Gráfico 12 - Justificativa de escolha da especialidade médica pelo participante...50

Gráfico 13 - Tipo de justificativa de escolha da especialidade médica pelo participante - 1º ano. ...51

Gráfico 14 - Tipo de justificativa de escolha da especialidade médica pelo participante - 4º ano. ...52

Gráfico 15 - Número de atividades relacionadas com o envelhecimento de cada participante. ...53

Gráfico 16 - Tipos de atividades relacionadas com o envelhecimento - 1º ano. ...54

Gráfico 17 - Tipos de atividades relacionadas com o envelhecimento - 4º ano. ...55

Gráfico 18 - Grupos de atividades relacionadas com o envelhecimento - 1º ano. ...56

Gráfico 19 - Grupos de atividades relacionadas com o envelhecimento - 4º ano. ...56

Gráfico 20 - Atitudes dos alunos do 1º e 4º anos do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos...58

Gráfico 21 - Atitudes dos alunos do 1º e 4º anos do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Cognição. ...61

Gráfico 22 - Atitudes dos alunos do 1º ano do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Cognição. ...61

Gráfico 23 - Atitudes dos alunos do 4º ano de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Cognição. ...62

Gráfico 24 - Atitudes dos alunos do 1º e 4º anos do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Agência ...62

Gráfico 25 - Atitudes dos alunos do 1º ano do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Agência. ...63

Gráfico 26 - Atitudes dos alunos do 4º ano do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Agência. ...63

Gráfico 27 - Atitudes dos alunos do 1º e 4º anos do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Relacionamento social. ...64

Gráfico 28 - Atitudes dos alunos do 1º ano do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Relacionamento social. ...64

Gráfico 29 - Atitudes dos alunos do 4º ano do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Relacionamento social. ...65

Gráfico 30 - Atitudes dos alunos do 1º e 4º anos do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Persona...65

Gráfico 31 - Atitudes dos alunos do 1º ano do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Persona. ...66

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Distribuição da amostra de estudantes participantes segundo a idade ...35

Tabela 2 - Distribuição da amostra de estudantes participantes segundo o gênero...35

Tabela 3 - Distribuição da amostra de estudantes participantes segundo a renda familiar ...36

Tabela 4 - Resposta à pergunta 1: “A partir de qual idade você considera uma pessoa como idosa?” ...36

Tabela 5 - Resposta à pergunta 1 “A partir de qual idade você considera uma pessoa como idosa?” ...37

Tabela 6 - Resposta à pergunta 2 - “Você tem algum parente idoso?” ...37

Tabela 7 - Número de parentes idosos de cada participante...37

Tabela 8 - Tipo de parente idoso de cada participante ...38

Tabela 9 - Resposta à pergunta 3 - “Alguma pessoa idosa mora com você?” ...39

Tabela 10 - Com qual tipo de pessoa idosa você mora?...40

Tabela 11 - Resposta à pergunta 3 - “Ela necessita de auxílio nas suas atividades diárias, como banhar-se, vestir-se, alimentar-se?”...41

Tabela 12 - Resposta à pergunta 3 - “Você a auxilia em tais atividades?” ...42

Tabela 13 - Resposta à pergunta 4 - “Você convive com alguém graduado na área de saúde?” ...42

Tabela 14 - Tipo de relação com pessoas graduadas na área de saúde de cada participante ...43

Tabela 15 - Tipo de graduação de pessoa que convive com cada participante ...44

Tabela 16 - Tipo de especialidade de pessoa que convive com cada participante. ...45

Tabela 17 - Resposta à pergunta 5 - “Você já ajudou a cuidar de algum paciente idoso?”. ....46

Tabela 18 - Local dos cuidados aos pacientes idosos...47

Tabela 19 - Resposta à pergunta 6 - “Você já está pensando em fazer alguma especialidade médica?”. ...48

Tabela 20 - Tipo de especialidade médica de preferência do participante...49

Tabela 21 - Justificativa de escolha da especialidade médica pelo participante. ...50

Tabela 22 - Tipo de justificativa de escolha de especialidade médica pelo participante. ...51

Tabela 23- Resposta à pergunta 7 - “Você já participou de alguma atividade relacionada com o envelhecimento?”. ...52

Tabela 24 - Número de atividades relacionadas com o envelhecimento de cada participante. 53 Tabela 25 - Tipo de atividades relacionadas com o envelhecimento. ...54

Tabela 26 - Grupos de atividades relacionadas com o envelhecimento ...55

Tabela 27 - Atitudes dos alunos do 1º e 4º anos do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos...57

Tabela 28 - Atitude predominante dos alunos do 1º e 4º anos do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos. ...58

Tabela 29 - Atitudes dos alunos do 1º e 4º anos do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Cognição. ...59

Tabela 30 - Atitudes dos alunos do 1º e 4º anos do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Agência. ...59

Tabela 31 - Atitudes dos alunos do 1º e 4º anos do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Relacionamento Social. ...60

Tabela 32 - Atitudes dos alunos do 1º e 4º anos do curso de Medicina da ESCS* em relação aos pacientes idosos: Domínio Persona...60

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...11

2 OBJETIVO ...16

3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ...17

4 REVISÃO DE LITERATURA...18

4.1 Envelhecimento populacional mundial - Transição Demográfica...18

4.2 Envelhecimento da população no Brasil - Transição Demográfica...18

4.3 Transição Epidemiológica ...19

4.4 Transição Sócio - cultural...20

4.5 Repercussões do envelhecimento nas relações intergeracionais ...20

4.6 Conceito de atitudes ...21

4.7 Modelos de estudo de atitudes em relação ao idoso - Escala Neri ...23

4.8 Atitudes dos jovens diante dos indivíduos idosos ...26

4.9 Atitudes dos estudantes de Medicina diante dos pacientes idosos...28

5 MATERIAL E MÉTODOS ...31

5.1 Tipo de estudo...31

5.2 Cenário ...31

5.3 População ...31

5.4 Amostra...31

5.5 Critérios de seleção dos sujeitos - inclusão e exclusão ...31

5.6 Coleta de dados - pesquisador - divisão do trabalho ...31

5.7 Instrumentos utilizados para a coleta de dados ...32

5.8 Período de estudo ...34

5.9 Ética...34

5.10 Análise estatística ...34

6 RESULTADOS ...35

7 DISCUSSÃO ...68

8 CONCLUSÃO...73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...74

APÊNDICE A ...77

APÊNDICE B...79

(12)

1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento, segundo Schoueri Junior, Ramos e Papaléo Netto (2000), destaca-se para a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), como importante modificação estrutural da população mundial. Essa transição demográfica, antes restrita às nações desenvolvidas, vem ocorrendo nas quatro últimas décadas também nos países em desenvolvimento.

No Brasil, a análise dos censos do IBGE das últimas décadas, como apontam Gomes e Loures (2004), revela uma repetição desse fenômeno mundial de envelhecimento. Hoje, de acordo com Camarano (2002), estima-se uma população idosa nacional em torno de 15 milhões de habitantes. Tal número já ressalta a importância atual dessa faixa etária em nosso meio.

Este rápido crescimento do grupo de gerontes determinou, também, uma transição epidemiológica, na qual existe um maior número de condições crônicas e incapacitantes que precisam de tratamento, tornando a atenção à saúde dos indivíduos idosos maior e mais complexa. Ford (1997) e Gomes e Loures (2004) ressaltaram esta transição, com uma crescente demanda por consultórios e hospitais públicos e privados no Brasil e no mundo. Tal procura por terapêutica, segundo Schoueri, Ramos e Papaléo Netto (2000), está promovendo uma conscientização entre médicos clínicos e de várias especialidades de que precisam de conhecimentos e habilidades apropriados para o bom atendimento aos sexagenários. Este impacto nos serviços de saúde, de acordo com Mello Filho (1992) e Almeida e Souza (2005), determina a necessidade de formação de médicos com visão interdisciplinar, holística e humanizada para atender a demanda especial das pessoas com 60 anos de idade ou mais.

Em nosso meio, o envelhecimento populacional, como aponta Veras (1994), ocorreu em realidades sociais diversas. Conforme Eiras et al. (2004), esse aumento constante e progressivo da proporção de gerontes veio transformar o que era considerado um problema familiar em assunto de interesse político e cultural. Para minimizar esse impacto, em um futuro no qual o percentual dessa faixa etária tende a aumentar, os sexagenários deverão ser considerados primordiais nas políticas públicas e privadas de saúde e educação médica.

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pela terceira transição ligada ao envelhecimento populacional em curso no Brasil, a sócio-cultural. Esta caracteriza - se por expressar as alterações das relações entre gerações, com seus conflitos de interesse, atitudes, afinidades e construções causadas pela maior exposição social dos idosos (NERI; CACHIONI; RESENDE, 2002; NERI, 2006).

Conforme Gouveia e Pinheiro (2004), as atitudes humanas têm sido tradicionalmente estudadas pela Psicologia Social. Segundo Neri (1991), esses atos compreendem uma disposição (socialmente adquirida) do indivíduo de se posicionar favorável ou desfavoravelmente frente a objetos, idéias e/ou seres humanos.

Olson e Zanna (1993) definem uma atitude como uma tendência aprendida para avaliar um objeto, uma pessoa ou questão de forma específica. As atitudes são, tipicamente, positivas ou negativas, mas também podem ser ambivalentes, comportando sentimentos variados e indefinidos sobre tópicos ou pessoas.

Neri (2005) cita que as atitudes têm duas dimensões: direção e intensidade. Quanto à primeira, a autora revela que estes atos podem conter duas propriedades antagônicas (Ex: positivo-negativo). Em relação à segunda, as posturas podem assumir vários graus de magnitude e servem de base para a construção de escalas psicométricas visando à sua avaliação (Ex: o velho é alegre-triste; saudável-doentio; aceito-rejeitado; dependente-independente). Neri, Cachioni, Resende (2002) e Neri (2006) abordam as características conceituais e componentes das atitudes. Essas podem ser avaliadas e abrangem três componentes: o cognitivo, o emocional e a tendência à ação. O primeiro inclui uma estrutura de conhecimentos ou crenças, formada por vários elementos: os conceitos, os pré-conceitos e os estereótipos. O segundo refere-se aos sentimentos experimentados pelo sujeito em relação ao objeto. O terceiro significa a disposição do indivíduo a entrar em interação com o objeto.

Como estas atitudes dos jovens podem ser estudadas? Gouveia e Pinheiro (2004) afirmam que a escolha do método de avaliação desses posicionamentos é orientada pela capacidade de explicar os dados com menor número de supostos, contar com parâmetros métricos (validade e precisão) satisfatórios e instrumento culturalmente adequado.

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estudos sobre atitudes em relação à pessoa idosa sofrem influência do contexto sócio-histórico em que se realizam. Essas ocorrências orientaram a escolha dos objetos de pesquisa, nos últimos anos, dos autores que avançaram sobre o campo das atitudes em relação ao idoso e à velhice (NERI, 1991, 2006; RESENDE, 2001; CACHIONI, 2002; NERI; CACHIONI; RESENDE, 2002).

As escalas psicométricas são comumente utilizadas para a medida de construtos hipotéticos, como é o caso das atitudes (NERI, 1991; REUBEN et al., 1998; COLARES et al., 2002). Desta forma, há de se ressaltar a importância que esses instrumentos podem assumir em um contexto educacional, quando se pretende aferir aspectos subjetivos do comportamento humano (RESENDE, 2001). Neste sentido, o emprego desses métodos pode tornar viável a "transformação” de sentimentos, crenças e comportamentos, por exemplo, em dados numéricos, fornecendo, com isso, parâmetros de avaliação importantes.

Neri (1991) sustenta que uma atitude é uma disposição para a ação, e propõe um instrumento de medida tipo Likert, para verificar o nível de concordância do sujeito com uma série de afirmações às quais expressem algo favorável ou desfavorável em relação a um objeto psicológico. Desta maneira, de acordo com Reuben et al. (1998), Colares et al. (2002) e Gouveia e Pinheiro (2004), espera-se que indivíduos apresentando posições favoráveis a determinado tema possivelmente concordem com itens relacionados a algo positivo sobre a questão. Ao contrário, no caso de posturas negativas, vão anuir com afirmações ou incisos expressando aspectos desfavoráveis ao tema e discordar daqueles que salientem pontos positivos. Por outro lado, se os sujeitos são ambivalentes em relação ao conteúdo da afirmação, não têm atitude bem definida, irão, provavelmente, expressar posição neutra diante dos itens que considerem ambíguos.

Outro instrumento utilizado foi uma escala diferencial semântica contendo vários itens bipolares, referentes a características de pessoas idosas, destinada à avaliação de atitudes frente a esta faixa etária (NERI, 1991; RESENDE, 2001; CACHIONI, 2002; NERI; CACHIONI; RESENDE, 2002; KISHIMOTO et al., 2005; VARKEY; CHUTKA; LENISK, 2006).

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Na Psicologia Social, conforme Neri (1991), desenvolveram-se trabalhos que buscaram relações entre atitudes em relação à velhice e idade, gênero, nível educacional, ocupação e renda dos sujeitos. Neri (1991, 2005, 2006), Levy (2001) e Neri, Cachioni, Resende (2002) referem-se ao termo ageism para descrever os preconceitos que resultam em falsas crenças e mitos a respeito dos gerontes e cujo efeito é a discriminação social baseada no critério de idade.

Assim, as pesquisas envolvendo as atitudes de jovens em relação aos indivíduos idosos retratam-nas como eventos multidimensionais (GOUVEIA; PINHEIRO, 2004). Esses estudos dão indícios sobre a variabilidade desses construtos e de suas dimensões na população, bem como de seus padrões de intensidade e direção.

As atitudes de estudantes universitários das áreas de saúde e de ciências humanas em relação aos indivíduos idosos também já foram estudadas (REUBEN et al., 1998; FITZGERALD et al., 2003; KISHIMOTO et al., 2005; VARKEY; CHUTKA; LENISK, 2006). As respostas da maioria dos sujeitos foram próximas ao ponto neutro, tendendo a uma visão positiva da velhice. A compreensão do pensamento e do comportamento dos estudantes de Medicina, de acordo com Neri, Cachioni e Resende (2002), deve passar pelo estudo de suas atitudes. Colares et al. (2002) enfatiza que

na educação médica, embora o ensino e o aprendizado das atitudes não ocupem habitualmente a preocupação dos agentes elaboradores dos currículos, são difusamente reconhecidas a necessidade e a importância de o educando incorporar atitudes positivas ou construtivas, frente a um universo muito diversificado de aspectos relacionados ao exercício da Medicina.

Martins (2004) salienta que os acadêmicos de Medicina, os quais irão atender a este crescente grupo geriátrico, precisam estar a par das características de sua futura situação laboral, social e política frente aos sexagenários. Ou seja, estes futuros profissionais deverão atuar de uma forma orientada para as necessidades pessoais e sociais do paciente–cliente idoso, como ressaltam Almeida e Souza (2005). O graduando deve ser levado a uma reflexão do pensamento clínico pautado pela bioética, direcionando a sua futura atividade assistencial para o estabelecimento de um bom vínculo médico-paciente (MELLO FILHO, 1992).

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graduandos de Medicina. Foram considerados os posicionamentos dos alunos frente a características envolvendo os pacientes idosos, estimando-os como indicativo de como pensam, sentem ou pretendem se comportar no tratamento dos sexagenários. A pesquisa baseou-se em publicações sobre as atitudes no campo da Psicologia Social (REUBEN et al., 1998; FITZGERALD et al., 2003; KISHIMOTO et al., 2005; VARKEY et al., 2006) e se efetivamente este construto pode ser um bom preditor do comportamento humano (NERI, 1991; RESENDE, 2001; CACHIONI, 2002; NERI; CACHIONI; RESENDE, 2002). Os instrumentos utilizados na pesquisa foram: um questionário sócio-demográfico, elaborado para este estudo, e a escala diferencial semântica de Neri (1991) e Neri, Cachioni e Resende (2002), os quais foram aplicados aos estudantes das turmas de primeiro e quarto ano do curso de graduação de uma escola de Medicina.

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2 OBJETIVO

O objetivo geral da pesquisa:

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3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA

Vários censos e projeções estatísticas demográficas, segundo Schoueri Junior, Ramos e Papaléo Netto (2000), dirigem a atenção para uma importante modificação estrutural nas faixas etárias do mundo e do Brasil: o envelhecimento populacional. Haverá até o ano 2020, de acordo com Ford (1997), Camarano (2002) e Gomes e Loures (2004), um grande impacto sobre as políticas públicas e privadas de atenção à saúde dos indivíduos de 60 anos ou mais, pois nesses próximos 20 anos, o percentual nacional de gerontes deverá crescer muito acima do aumento previsto para o restante da população. Essa alteração da distribuição demográfica no Brasil, ao determinar uma transição sócio-cultural, de acordo com Martins (2004), leva a conscientização de médicos clínicos e de várias outras especialidades da existência de uma crescente procura por sexagenários pelos ambulatórios e hospitais. Essa complexa tarefa assistencial ao geronte determina a formação de médicos com visão interdisciplinar, holística e humanizada (MELLO FILHO, 1992). Logo, os estudantes de Medicina que irão atender a esta ascendente demanda, precisam ser conscientizados de sua futura situação laboral, social e política. A atuação dos jovens médicos será pautada pelas necessidades pessoais e sociais do paciente-cliente geriátrico (ALMEIDA; SOUZA, 2005).

Um dos benefícios desta pesquisa é levar este jovem estudante de Medicina a uma reflexão sobre a sua futura atividade assistencial junto ao indivíduo idoso, envolvendo-o como participante em uma dissertação, na qual serão analisadas atitudes dos graduandos relacionadas com aspectos dos cuidados aos gerontes. Outra contribuição para os alunos, visto que os instrumentos serão aplicados às turmas dos primeiro e quarto anos, consiste em demonstrar com a análise dessas atitudes, a possível aquisição de informações e vivências pelos estudantes ao longo do curso, prioritárias para as demandas clínicas de seus futuros pacientes gerontológicos.

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4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 Envelhecimento populacional mundial - Transição Demográfica

Segundo Schoueri Junior, Ramos e Papaléo Netto (2000), a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) salientou o envelhecimento como importante modificação na estrutura da população mundial. O crescimento da proporção de idosos era visto como um problema dos países europeus, pois neste continente vivem 12% dos habitantes do planeta e cerca de 28% de pessoas com mais de 75 anos de idade. Esta mudança do perfil etário, também, é um fenômeno que vem ocorrendo nas quatro últimas décadas, com maior intensidade e rapidez, nos países em desenvolvimento. Para se ter uma idéia desse impacto demográfico, na década de 90, a população do mundo cresceu à taxa de 1,7% ao ano, enquanto o grupo de 60 anos ou mais aumentou 2,5% ao ano. Nas nações em desenvolvimento, a taxa de crescimento dos sexagenários foi cerca de três vezes maior do que nas regiões desenvolvidas (CAMARANO, 2002). Nos países desenvolvidos o aumento da expectativa de vida foi determinado por avanços médico-tecnológicos colocados em prática há vários anos e investimentos em educação.

Gomes e Loures (2004) comentaram que a OPAS considera como 60 anos de idade o ponto de corte para o início da velhice nos países da América Latina. Nessa região, existia em 1991 uma população de 363,7 milhões de habitantes, segundo dados da OPAS, sendo 23,3 milhões (6,4%) com 60 anos ou mais. Em 2000, havia um total de 565,7 milhões de indivíduos, dos quais 41 milhões (7,2%) de pessoas idosas; e em 2025 a estimativa é de que chegue a 865,2 milhões, dos quais 93,3 milhões serão idosos, ou seja, 10,8% do contingente total.

4.2 Envelhecimento da população no Brasil - Transição Demográfica

(20)

contingente idoso nacional na faixa dos 15 milhões de indivíduos, o que exalta a importância desta faixa populacional no Brasil. Em 2020, a previsão é de que os brasileiros acima de 60 anos formarão um grupo estimado de 31,8 milhões de pessoas. Logo, o percentual nacional de idosos deverá crescer 15 vezes no período de 1950 a 2020, enquanto a população brasileira total terá aumentado apenas cinco vezes neste período. A OMS reconhece como populacionalmente envelhecido aquele país que ultrapasse em 7% dos habitantes, a sua taxa de gerontes. Logo, o Brasil já está próximo deste limite, e em breve será considerado um país envelhecido populacionalmente. Atualmente, o brasileiro ao nascer, tem a esperança de vida de 68,5 anos. Projeções para 2025 apontam uma expectativa média de vida do brasileiro próxima de 80 anos para os dois sexos (CAMARANO, 2002). Segundo Gomes e Loures (2004), a previsão para 2020 é de que os brasileiros acima de 60 anos serão um grupo de 31,8 milhões de pessoas.

4.3 Transição Epidemiológica

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4.4 Transição Sócio - cultural

Em nosso meio, o envelhecimento populacional, como aponta Veras (1994), ocorreu em realidades sociais diversas. Conforme Eiras et al. (2004), esse aumento constante e progressivo da proporção de gerontes na população nacional veio transformar o que era considerado um problema familiar em assunto de interesse político e cultural. Nesta transição sócio-cultural de nosso país, houve um crescimento do número de pessoas idosas dentro de um cenário de pobreza. A carência de recursos destinados a essa população repercute nos planos nacionais de assistência. Para minimizar esse impacto, em um futuro no qual o percentual dessa faixa etária tende a aumentar, os sexagenários deverão ser considerados primordiais nas políticas públicas e privadas de saúde e de educação médica.

Os países desenvolvidos, pressionados pela realidade do envelhecimento de sua população, iniciaram um movimento de resgate da cidadania da pessoa idosa, estabelecendo lentamente novas relações da sociedade com os indivíduos nesta faixa etária. Estas relações não são mais baseadas apenas na piedade e na filantropia, mas na nova visão do geronte como ser humano digno de cuidados e de respeito, ou seja, existe uma verdadeira transição sócio-cultural em curso (NERI; CACHIONI; RESENDE, 2002; NERI, 2006). Os países em desenvolvimento, como o Brasil, também vêm acompanhando este processo, iniciando uma lenta etapa de reconhecimento social desta faixa da população, porém, ainda pautada por representações sociais da velhice centradas em aspectos preconceituosos (EIRAS et al., 2004).

4.5 Repercussões do envelhecimento nas relações intergeracionais

Eiras et al. (2004) abordaram os aspectos intergeracionais do aumento da população idosa nos últimos anos. As características das relações e importância dos idosos em vários contextos históricos culturais foram enfatizadas.

Para Veras (1994),

a questão social do idoso, face à sua dimensão, exige uma política ampla e expressiva que suprima, ou pelo menos amenize, a cruel realidade que espera aqueles que conseguem viver até idades avançadas. Após tantos esforços realizados para prolongar a vida humana, seria lamentável não se oferecer às condições adequadas para vivê-la.

(22)

velho no Brasil hoje? Sentir-se e ser visto como um indivíduo operativo, integrado? Ou o inverso? Ser avaliado positivamente ou negativamente? Haveria uma resposta única a esta questão?”

A complexidade da tarefa assistencial ao geronte deve ser orientada para valorizar o contexto individual, familiar e comunitário desse grupo especial de pacientes (SCHOUERI JUNIOR; RAMOS; PAPALÉO NETTO, 2000). Essa relação de dependência entre as gerações acarretou atitudes positivas e negativas dos não idosos, pautadas por seus valores pessoais e sociais. Neri (1991) fez algumas indagações: “O que pensam, como agem e como se posicionam frente a pessoas idosas os mais jovens? Como suas atitudes mudam com o convívio com gerontes? Como os indivíduos não idosos absorvem as informações e vivências na relação intergeracional?” Tais questões sobre como se processa o convívio entre as diversas faixas etárias foram provocadas pela terceira transição ligada ao envelhecimento populacional em curso no Brasil, a sócio-cultural. Esta, segundo Neri, Cachioni, Resende (2002) e Neri (2006), caracterizou-se por expressar as alterações das relações intergeracionais, com seus conflitos de interesse, afinidades e construções causadas pela maior exposição social dos idosos. Logo, as atitudes dos jovens diante do velho são influenciadas, em parte, por essa modificação cultural e um balanço desse comportamento pode servir de parâmetro para analisar a relação jovem-idoso dentro do escopo desta mudança de paradigmas.

4.6 Conceito de atitudes

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pessoas. Portanto, ao abordar as atitudes, é necessário indicar exatamente a que objeto específico está se referindo.

No Dicionário de Psicologia, como definição de atitude, destaca-se: “reação adquirida, de maior ou menor conteúdo emocional, relativa a um estímulo qualquer” (ATITUDE, 1978).

Olson e Zanna (1993) fizeram uma revisão da literatura sobre atitudes de 1989 a 1991. Segundo estes autores, as atitudes e mudanças atitudinais permanecem entre os tópicos mais estudados pela Psicologia. Enfatizaram que uma questão estrutural básica sobre atitudes é o seu próprio conceito. No artigo, procuraram definir atitudes em termos de: avaliação (descrever uma posição favorável ou não a objetos e pessoas), afeição, cognição (conhecimento) e predisposições comportamentais. Concluíram que o conceito de atitude contribuiu para o entendimento de uma grande variedade de comportamentos. Destacaram que modelos teóricos de processos atitudinais mostraram um aumento da sofisticação dos pesquisadores, integrando conhecimentos de vários campos, como cognição social e relações intergrupos.

Neri (2005) refere que as atitudes têm duas dimensões: direção e intensidade. Quanto à primeira, a autora cita que estes atos podem conter duas propriedades antagônicas (Ex: positivo-negativo; concordo-discordo; aceitação-rejeição). Em relação à segunda, a proposição de que as posturas podem assumir vários graus de magnitude serve de base para a construção de escalas bipolares visando à sua avaliação (Ex: o velho é alegre-triste; saudável-doentio; aceito-rejeitado; dependente-independente). As atitudes negativas em relação à velhice são tão antigas quanto a rejeição, a dependência, o sofrimento e a doença, que caracterizam o ser humano.

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características reais ou presumidas de um grupo de indivíduos são selecionadas e realçadas, como se fossem os únicos atributos que definem os seus membros. São os estereótipos (do grego: stereos = sólido, firme + typos = modelo, símbolo, exemplar). Essas supersimplificações da realidade fazem com que se ignore ou minimize as diferenças individuais e diga-se, por exemplo, que os velhos são implicantes, solitários, etc. (RESENDE, 2001; CACHIONI, 2002).

Um outro elemento na análise das atitudes dos jovens em relação à velhice seriam as idéias de preconceito positivo e negativo (NERI; CACHIONI; RESENDE, 2002; NERI, 2006). Outras atitudes interessantes a serem analisadas são os preconceitos implícitos. Segundo Levy (2001), esses são pensamentos, sentimentos e comportamentos em relação às pessoas idosas que existem e operam sem o conhecimento ou o controle consciente dos indivíduos, como se fizessem parte das formas habituais e naturais de interagir em sociedade.

4.7 Modelos de estudo de atitudes em relação ao idoso - Escala Neri

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respostas aos questionários são ditas abertas, quando existe liberdade de expressão, ou fechadas, nas quais há limite das alternativas a serem assinaladas, tanto pelo entrevistado quanto pelo entrevistador. As respostas fechadas podem ser pré-codificadas, o que facilita a análise, e por isso são as preferidas na maioria dos questionários. Os inquéritos têm o objetivo de suplementar, e não de substituir as fontes rotineiras de informação. Ele gera os dados que a pesquisa procura. Quanto à seqüência no tempo, a coleta de dados pode ser prospectiva, retrospectiva ou transversal. No tipo transversal, a aplicação do inquérito é feita em um único momento para toda a amostra envolvida no estudo.

A escolha do tipo de delineamento para essa dissertação de Mestrado baseou-se nas características do modelo descritivo e transversal de bem definir o acontecimento e especificar as suas freqüências em relação às pessoas envolvidas na pesquisa, dos lugares e do tempo onde isso se deu. Nesta variante de estudo, o autor apenas observa como essas variáveis estão ocorrendo e expressa as suas respectivas freqüências de modo apropriado.

Gouveia e Pinheiro (2004) afirmaram que a seleção do tipo de estudo é orientada pelos seguintes critérios: capacidade de explicar os dados com menor número de supostos, contar com parâmetros métricos (validade e precisão) satisfatórios e instrumento culturalmente adequado, dentro das limitações e orientações do grupo a que está sendo dirigido. Esta avaliação é mais precisa utilizando-se índices ou somatórios, pois aumentam a acurácia das medidas e consideram um conjunto de itens os quais permitem a formulação de hipóteses consistentes.

Neri (1991) realizou revisão de pesquisas sobre atitudes em relação à velhice, analisando o contexto histórico de vários instrumentos representativos utilizados para a avaliação das atitudes, exemplificando as tendências gerais desses estudos e enumerando aqueles orientados para as análises societais e interculturais. Ao nível individual, a autora descreveu os vários instrumentos já utilizados para a análise de atitudes, comentando seus principais resultados e interpretações.

Reuben et al. (1998) descreveram a elaboração e validação de um instrumento para analisar atitudes diante das pessoas idosas. Trata-se de uma escala tipo Likert, com 14 afirmações em relação aos gerontes, aplicada a médicos residentes e fellows, solicitando o seu grau de concordância ou não com seus itens. Concluíram da validade e da sensibilidade deste método de abordagem das atitudes, relatando que estas foram mais positivas, entre estes estudantes, proporcionalmente ao seu contato com os pacientes idosos.

(26)

Discorreram sobre o estudo das atitudes em relação à velhice no contexto sócio-cultural, comentando a aplicação de vários instrumentos de estudo das atitudes e seus resultados, enfatizando a escala de diferencial semântica, e analisando exemplos desses estudos realizados no Brasil.

Resende (2001) fez revisão de literatura sobre o conceito de atitudes e dos vários tipos de estudos realizados sobre atitudes e velhice. O tema central foi uma análise das atitudes em relação ao idoso e à velhice pessoal do portador de deficiência física. A autora enfatizou e forneceu as bases de validação e de utilização da escala diferencial semântica de Neri. Desta forma, há de se ressaltar a importância da escala Neri dentro de um contexto educacional, quando se pretende aferir aspectos subjetivos do comportamento humano. Nesse sentido, o emprego dessa escala pode tornar viável a "transformação” de sentimentos, crenças e comportamentos, por exemplo, em dados numéricos. Fornece, com isso, parâmetros de avaliação importantes, o que justificou a escolha desse instrumento na presente pesquisa.

Cachioni (2002), em sua tese de Doutorado, abordou a conceituação de atitudes em relação à velhice. Também, forneceu as bases teóricas, de validação e detalhou a utilização da escala diferencial semântica de Neri na abordagem desses construtos. O tema da pesquisa foi uma análise das atitudes em relação ao idoso e à velhice pessoal dos professores de universidades da terceira idade. Esta tese, também, norteou a escolha da escala Neri na presente pesquisa.

(27)

cobrindo fatores em relação à atividade, sentimentos em relação à velhice e ansiedade diante da morte.

4.8 Atitudes dos jovens diante dos indivíduos idosos

Um tema que possivelmente orientará a solução da pergunta do significado da velhice para os jovens no Brasil será o de opiniões, crenças, mitos, preconceitos, estereótipos e atitudes destes em relação ao geronte. Conforme Neri (1991), a resposta a qualquer tipo de questão sobre o velho e a velhice no Brasil depende de a quem e como ela é feita. Não existe uma resposta única, porque o próprio fenômeno da velhice tem múltiplos significados, contextualizados por fatores individuais, inter-pessoais, grupais e culturais. Não faltam exemplos da vida cotidiana, da televisão, para corroborar a idéia de que predominam predisposições e comportamentos negativos em relação ao idoso (NERI, 1991; NERI; CACHIONI; RESENDE, 2002; NERI, 2006). É preciso colocar os jovens cientes de todos os conceitos e mudanças que acompanham a transição sócio-cultural do processo de envelhecimento, procurando detectar suas concepções e atitudes perante o indivíduo idoso.

Na Antropologia, as linhas de pesquisa focalizam a associação entre valores culturais e bem-estar na velhice, e entre o índice de modernização da sociedade e o papel social do idoso. Na Psicologia Social, conforme Neri (1991), desenvolvem-se trabalhos que buscam as influências sobre as atitudes em relação à velhice e idade, gênero, nível educacional, ocupação e renda dos sujeitos. Neri (1991, 2005, 2006), Neri, Cachioni e Resende (2002) e Levy (2001) referiram-se ao termo ageism, para descrever os preconceitos que resultam em falsas crenças e mitos a respeito dos gerontes e cujo efeito é a discriminação social baseada no critério de idade. Este autor cita o ageism implícito como pensamentos, sentimentos e comportamentos em relação à população idosa que existem e funcionam inconscientemente, explicando muitas das interações entre os jovens e os gerontes. No Brasil, um exemplo do ageism atual é a campanha de atribuir o déficit da previdência e do sistema de saúde ao aumento da população idosa e não a má administração de recursos públicos das últimas décadas (NERI, 2006).

(28)

que, em vez de ampliar-lhes as chances de autonomia e independência, transforma-os em seres cada vez mais dependentes (NERI; CACHIONI; RESENDE, 2002; NERI, 2006).

Um outro elemento na análise das atitudes dos jovens em relação à velhice são as idéias de preconceitos positivo e negativo (NERI; CACHIONI; RESENDE, 2002; NERI, 2006). Ao considerar todos os indivíduos idosos como sábios, esconde-se uma falsa crença positiva, uma vez que a natureza da sabedoria atribuída aos velhos é composta de conhecimentos estáticos e defasados. O mesmo processo existe na grande quantidade de termos para designar a velhice. Justificam-se pela suposta inexistência de conotação negativa ou preconceituosa, como terceira idade, tio, avô, etc. No entanto, eles não passam de eufemismos, ou palavras bem-soantes criadas e usadas, muitas vezes de forma não crítica, para mascarar práticas segregadoras. Outras atitudes interessantes a serem analisadas são os preconceitos implícitos. Segundo Levy (2001), esses são pensamentos, sentimentos e comportamentos em relação às pessoas idosas que existem e operam sem o conhecimento ou o controle consciente dos indivíduos, como se fizessem parte das formas habituais e naturais de interagir em sociedade.

Na formação das atitudes em relação à velhice, têm grande peso as opiniões e as ações dos cientistas e dos profissionais de ajuda, as quais muitas vezes são preconceituosas, segundo Neri, Cachioni e Resende (2002) e Neri (2006). Estes grupos consideram os idosos como uma categoria homogênea, com dependência física e confundem a velhice com doença.

O ambiente de trabalho tem sido apontado como um local onde ocorrem atitudes e práticas pouco favoráveis ao assalariado mais velho. Tal problema parece crítico, uma vez que o aumento do desemprego em vários países, como no Brasil, eleva o conflito de interesses entre os profissionais maduros e os mais jovens. Isto se reflete em pesquisas sobre a relação entre estes indivíduos, nas quais predominam as atitudes moderadamente negativas, principalmente com a aplicação da escala diferencial semântica, no que tange aos domínios do funcionamento cognitivo e social dos trabalhadores mais velhos (NERI, 1991, 2006).

A família é outro cenário passível do desenvolvimento de atitudes negativas em relação às pessoas idosas, principalmente quando há mais de uma geração compartilhando o mesmo domicílio. Programas informativos e voltados para o manejo de atitudes em relação aos gerontes podem facilitar o aparecimento de desempenhos mais compatíveis com a aceitação e a integração deles no ambiente familiar (NERI; CACHIONI; RESENDE, 2002; NERI, 2006).

(29)

dão indícios sobre a variabilidade de tais construtos e de suas dimensões na população, bem como de seus padrões de intensidade e de direção. Os resultados sugerem que no Brasil, segundo Neri, Cachioni e Resende (2002) e Neri (2006), convivem várias concepções e expectativas sobre a velhice, compatíveis com as diferentes possibilidades inerentes às experiências individuais e sociais de envelhecimento. Além disso, os dados parecem ter sido afetados pelos contextos particulares em que foram coletados e pelos próprios instrumentos de medida. Apesar dos avanços metodológicos, persiste uma tradição entre os praticantes da Gerontologia Social, segundo a qual as atitudes dos indivíduos e grupos mais jovens em relação à velhice são predominantemente negativas (NERI, 1991, 2005). Até hoje, a grande parte das informações produzidas sobre o assunto apresenta resultados não conclusivos, pois os dados revelam grande variabilidade, tanto das atitudes quanto de suas fontes de influência. Mais do que refletir diferenças metodológicas expressas em instrumentos, em diferentes condições de aplicação, os conflitos entre os dados atestam que as atitudes em relação ao idoso são um fenômeno tão complexo e variável como a própria velhice (NERI; CACHIONI; RESENDE, 2002; NERI, 2006). As informações relatadas contrariam o senso comum segundo o qual predominam atitudes negativas em relação aos gerontes na sociedade brasileira. Sugerem existir uma ampla gama de possibilidades e que as atitudes e crenças de homens e mulheres, em diversas faixas de idade e em diferentes níveis de escolaridade e ocupação, refletem essa variabilidade (NERI, 1991, 2005). Essas pesquisas, porém, não permitem fazer predições fechadas sobre as tendências de pessoas e de grupos mais jovens em relação à aceitação e à proteção social aos indivíduos idosos.

4.9 Atitudes dos estudantes de Medicina diante dos pacientes idosos

(30)

O que pode ser feito para melhor adaptar a prática clínica às particularidades dos pacientes idosos? Ford (1997) e Gomes e Loures (2004) observaram que essa crescente demanda em consultórios e hospitais, públicos e privados, no Brasil e no mundo, está levando os médicos de várias especialidades a adquirir conhecimentos e habilidades teóricas e práticas mais apropriadas às necessidades dos clientes mais longevos. A eficiência do médico em cuidar de doentes de 60 anos de idade ou mais pode ser intensificada com a partilha de informações, em um trabalho de equipe interdisciplinar. O médico deve abordar o idoso com atitude positiva, respeitando sua dignidade e orientando suas ações terapêuticas para a manutenção de independência e integridade do geronte.

Segundo Martins (2004) e Almeida e Souza (2005), o estudo da relação médico e paciente é importante para o entendimento do seu contexto interpessoal, interacional e relacional. A tarefa assistencial deve pautar-se em inserir o paciente-cliente em um contexto individual, familiar e social complexo. A interação médico-paciente caminha para um nivelamento mais aberto e adequado. Martins (2004) refere, ainda, que essa relação bilateral inspira-se na bioética, direcionando a atividade assistencial para que seja interdisciplinar e transdisciplinar. Cria-se uma preocupação ética com as conseqüências que as condutas clínicas têm sobre o paciente, gerando uma assistência personalizada e discriminada. Logo, conclui-se que assistência humanizada e preocupação ética caminham juntas.

Martins (2004) enfatiza que os estudantes de Medicina precisam ficar a par de sua futura situação laboral, social e política durante o exercício da profissão. Os valores dos alunos, hipoteticamente, devem estar voltados para uma postura ética, visão humanística e compromisso com a cidadania, elementos imprescindíveis para salvaguardar uma prática clínica respeitada e que atenta aos anseios da população idosa (SCHOUERI JUNIOR; RAMOS; PAPALÉO NETTO, 2000).

Mello Filho (1992) mostra que a estrutura social do Brasil dilatou o período de adolescência, para estimular as metas educacionais dos jovens. A sociedade permite e incentiva que estes adiem para uma idade posterior a necessidade de tomar responsabilidades adultas. Salientam-se as características do adolescente no que se chama síndrome normal da adolescência, com necessidade de intelectualizar, fantasiar e preocupar-se com princípios éticos, filosóficos e sociais. A compreensão da adolescência possibilita, pois, um melhor entendimento dos universitários de Medicina, que na sua maioria é constituído de indivíduos nesta faixa etária.

(31)

na educação médica, embora o ensino e o aprendizado das atitudes não ocupem habitualmente a preocupação dos agentes elaboradores dos currículos, são difusamente reconhecidas à necessidade e à importância de o educando incorporar atitudes positivas, ou construtivas, frente a um universo muito diversificado de aspectos relacionados ao exercício da Medicina.

Como as atitudes e valores humanos podem ser estudados? Segundo Gouveia e Pinheiro (2004), futuros médicos demonstram o predomínio dos seguintes valores instrumentais: honestidade, amor, responsabilidade, mente aberta e priorizam princípios sociais. Neri (1991) infere que os estudantes de Medicina no Brasil, com predomínio de uma cultura eminentemente coletivista, apresentariam uma orientação de cunho social, priorizando as relações humanas, características importantes para os cuidados dos seus futuros pacientes gerontes.

Fitzgerald et al. (2003) analisaram o interesse dos estudantes de Medicina em Geriatria. Utilizaram, entre outros instrumentos de avaliação de comportamento, uma escala de atitudes. Os alunos também responderam a um questionário demográfico, enfatizando-se alguma experiência anterior com pessoas idosas e seu grau de interesse em Geriatria. Os autores observaram que os estudantes tinham pouco conhecimento sobre o envelhecimento e atitudes moderadamente positivas em relação aos gerontes, especialmente aqueles que tiveram prévio contato com pessoas idosas.

Kishimoto et al. (2005) descreveram as atitudes de estudantes de graduação de Medicina, médicos residentes e pós-graduandos em Geriatria. Utilizaram como instrumento uma escala diferencial semântica, enfatizando sua aplicabilidade na avaliação de atitudes nos diferentes níveis de formação e treinamento dos profissionais médicos, encontrando atitudes predominantes positivas destes indivíduos em relação aos pacientes idosos.

(32)

5 MATERIAL E MÉTODOS 5.1 Tipo de estudo

Quanto ao delineamento, o estudo foi descritivo e transversal.

5.2 Cenário

Para satisfazer o propósito do estudo, foi escolhida uma escola de Medicina. A Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), pois sendo uma instituição pública, recebe estudantes de várias classes sócio-econômicas e melhor reflete as características da população brasileira.

5.3 População

A população consistiu dos 160 alunos matriculados (100,0%) no primeiro e quarto anos da graduação de Medicina da ESCS no momento da aplicação deste questionário, sendo 80 estudantes (50,0%) no primeiro e 80 alunos (50,0%) no quarto ano.

5.4 Amostra

Entre os 160 alunos matriculados no primeiro e quarto anos, 148 (92,5 %) concordaram em participar da investigação. Dos 80 alunos cursando o primeiro ano, 76 (95,0%) colaboraram com o estudo. Entre os 80 estudantes do quarto ano, 72 (90,0%) responderam à pesquisa.

5.5 Critérios de seleção dos sujeitos - inclusão e exclusão

Todos os alunos matriculados no primeiro e quarto anos da graduação de Medicina da ESCS foram incluídos e contatados pessoalmente pelo pesquisador. Posteriormente, foram excluídos aqueles que não quiseram participar do preenchimento dos instrumentos do estudo.

5.6 Coleta de dados - pesquisador - divisão do trabalho

(33)

A segunda fase do trabalho consistiu no preenchimento tanto do termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice A) como dos dois instrumentos de pesquisa, abaixo descritos, pelos estudantes matriculados no primeiro e quarto anos do curso de Medicina da ESCS. Em visita prévia à ESCS, o autor explicou as metas do estudo aos coordenadores dos primeiro e quarto anos e ao diretor da instituição, obtendo as respectivas autorizações para a realização da pesquisa. Após contato com os professores pertinentes, na sala de aula, antes da aplicação dos instrumentos, o pesquisador explicou aos alunos que se tratava de investigação para conhecer as suas atitudes frente ao paciente idoso e forneceu as orientações para o seu preenchimento. A aplicação dos questionários foi feita pessoalmente pelo pesquisador, que deu ênfase ao caráter voluntário e anônimo do entrevistado. Os instrumentos foram respondidos individualmente pelos participantes. Em todos esses momentos, o autor enfatizou, diante dos professores e estudantes envolvidos com o estudo, sua responsabilidade em relação à ética, ao sigilo na elaboração e divulgação dos resultados encontrados.

5.7 Instrumentos utilizados para a coleta de dados

(34)

instrumentalidade para a realização de tarefas (06 itens); o de relacionamento interpessoal cobre aspectos afetivo-motivacionais e sua influência na interação social dos pacientes idosos (07 itens); e o de persona alude à imagem social, refletindo os rótulos sociais comumente usados para designar e descrever os gerontes. Os itens escolhidos para figurar na escala Neri são subsidiados pela literatura sobre atitudes em relação ao idoso (RESENDE, 2001; CACHIONI, 2002; FITZGERALD et al., 2003; KISHIMOTO et al., 2005; VARKEY; CHUTKA; LENISK, 2006). A disposição dos atributos nessa escala foi decidida por sorteio. A localização dos pólos positivo e negativo de cada item, à direita ou à esquerda, também foi escolhida por sorteio, para se evitar erros sistemáticos.

Quadro 1- Domínios fatoriais e itens da Escala Neri para avaliação de crenças em relação ao paciente idoso. Fonte: (RESENDE, 2001; CACHIONI, 2002)

(1) Conceito “O paciente idoso é”.

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5.8 Período de estudo

As duas fases e a consolidação da pesquisa foram realizadas de março a dezembro de 2007.

5.9 Ética

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Federal, em 18 de dezembro de 2006 (BRASÍLIA, 2006.)

5.10 Análise estatística

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6 RESULTADOS

Os dados obtidos com a aplicação dos dois instrumentos da pesquisa (questionário sócio-demográfico e escala Neri) estão descritos a seguir:

Questionário sócio-demográfico

Idade:

A média de idade dos estudantes participantes do primeiro ano foi de 21,03 anos e do quarto ano de 22,74 anos (Tabela 1).

Tabela 1- Distribuição da amostra de estudantes participantes segundo a idade

Ano letivo Mínima Máxima Média Desvio-padrão

lº 17 30 21,03 3,081

4º 20 29 22,74 1,884

Fonte: O autor p: 0,005

Gênero:

Entre o total de participantes, 82 (55,4%) eram do sexo masculino, enquanto 66 indivíduos (44,6%) do sexo feminino. Nos dois anos letivos, predominou o sexo masculino com 53,9% e 56,9% respectivamente (Tabela 2).

Tabela 2 - Distribuição da amostra de estudantes participantes segundo o gênero.

Gênero Ano letivo

lº 4º Total

Masculino 41 41 82

53,9% 56,9% 55,4%

Feminino 35 31 66

46,1% 43,1% 44,6%

Total 76 72 148

100,0% 100,0% 100,0%

(37)

Renda familiar:

A renda familiar média foi de R$ 5404,62 no primeiro ano e de R$ 7269,64 no quarto (Tabela 3).

Tabela 3 - Distribuição da amostra de estudantes participantes segundo a renda familiar

Ano letivo Mínimo Máximo Média Desvio-padrão

lº 800 15000 5404,62 3414,831

4º 1000 25000 7269,64 4857,681

Fonte: O Autor p: 0,0025

Em resposta à pergunta 1 - “A partir de qual idade você considera uma pessoa como idosa?”, dentro do total de alunos entrevistados, 120 (81,6 %) marcaram uma idade, sendo 62 dos estudantes participantes do primeiro ano (51,7%) e 58 alunos do quarto ano (48,3%). 28 dos entrevistados (18,4%) responderam que independe de idade, é um estado de espírito (Tabela 4).

Tabela 4 - Resposta à pergunta 1: “A partir de qual idade você considera uma pessoa como idosa?”

Ano letivo

lº 4º

Total

Marcou uma idade 62 58 120

81,6% 80,6% 81,1%

Independe da idade 14 14 28

18,4% 19,4% 18,9%

Total 76 72 148

100,0% 100,0% 100,0% Fonte: O Autor

p: 0,0025

(38)

Tabela 5 - Resposta à pergunta 1 “A partir de qual idade você considera uma pessoa como idosa?”

Fonte: O Autor p: 0,001

Em resposta à pergunta 2 - “Você tem algum parente idoso?”, 144 indivíduos do total de entrevistados (97,3%) referiram que sim, enquanto quatro responderam que não (2,7%). Na distribuição por ano letivo, 74 dos estudantes participantes do primeiro ano (97,4%) e 70 alunos do quarto ano (97,2%) assinalaram que sim (Tabela 6).

Tabela 6 - Resposta à pergunta 2 - “Você tem algum parente idoso?”

Ano letivo

lº 4º Total

Sim 74 70 144

97,4% 97,2% 97,3%

Não 2 2 4

2,6% 2,8% 2,7%

Total 76 72 148

100,0% 100,0% 100,0%

Fonte: O Autor p: 0,003

Entre as respostas afirmativas à pergunta 2, o número de parentes idosos de cada participante está representado na Tabela 7 e no Gráfico 1.

Tabela 7 - Número de parentes idosos de cada participante

N de parentes Ano letivo Total

lº 4º

Nenhum 2 2 4

2,6% 2,8% 2,7%

1 12 23 35

15.8% 31,8% 23,6%

2 35 29 64

46,1% 40,3% 43,3%

3 15 10 25

19,7% 13,9% 16,9%

4 ou + 12 8 20

15,8% 11,2% 13,5%

Com parentes 74 70 144

97,4% 97,2% 97,3%

Total Geral 76 72 148

100,0% 100,0% 100,0%

Fonte: O Autor p: 0,335

Ano letivo Mínimo Máximo Média Desvio-padrão

lº 50 70 62,34 4,100

4º 60 70 62,94 2,621

(39)

Gráfico 1 - Número de parentes idosos de cada participante. Fonte: O Autor

Entre as respostas afirmativas à pergunta 2,otipo de parente assinalado encontra-se na Tabela 8 e no Gráfico 2.

Tabela 8 - Tipo de parente idoso de cada participante

Tipo de parente Ano letivo Total

lº 4º

Avó 61 55 116

43,6% 48,3% 45,7%

Tia 23 16 39

16,4% 14,0% 15,3%

Avô 20 18 38

14,3% 15,8% 15,0%

Tio 21 14 35

15,0% 12,3% 13,8%

Outros 15 11 26

10,7% 9,6% 10,2%

Total 140 114 254

100,0% 100,0% 100,0% Fonte: O Autor

p: 0,904

Você tem algum parente idoso?

0 20 40 60

Não 1 2 3 4ou+

Número de parentes

%

de

al

uno

s

(40)

Gráfico 2 - Tipo de parente idoso de cada participante. Fonte: O Autor

Em resposta à pergunta 3 - “Alguma pessoa idosa mora com você?”, 130 indivíduos do total de entrevistados (87,8%) referiram que não, enquanto 18 responderam que sim (12,2%). Conforme pode ser visto na Tabela 9, na distribuição por ano letivo, 63 dos estudantes participantes do primeiro ano (82,9%) e 67 alunos do quarto ano (93,1%) assinalaram que não.

Tabela 9 - Resposta à pergunta 3 - “Alguma pessoa idosa mora com você?”

Ano letivo

lº 4º Total

Não 63 67 130

82,9% 93,1% 87,8%

Sim 13 5 18

17,1% 6,9% 12,2%

Total 76 72 148

100,0% 100,0% 100,0%

Fonte: O Autor p: 0,06

Entre as 18 (12,2%) respostas afirmativas à pergunta 3, a Tabela 10 e os Gráficos 3 e 4 mostram a distribuição de freqüência assinalada para qual o tipo de relação com a pessoa idosa que mora com os participantes.

Tipo de parente idoso

0 20 40 60

Avó Tia Avô Tio Outros

% de a

luno

s

(41)

Tabela 10 - Com qual tipo de pessoa idosa você mora?

Fonte: O Autor p: 0,229

Com qual tipo de pessoa idosa você mora? lº ano

%

5,3 5,3

1,3 1,3

2,6 1,3

82,9

Pai Pai+mãe Avó Avô Sogro Avô+avó Não mora

Gráfico 3 - Com qual tipo de pessoa idosa você mora? - 1º ano. Fonte: O Autor

Ano letivo

lº 4º Total

Pai 4 3 7

5,3% 4,2% 4,7%

Pai + mãe 4 4

5,3% 2,7%

Avó 2 1 3

2,6% 1,4% 2,0%

Avô 1 1 2

1,3% 1,4% 1,4%

Sogro 1 1

1,3% 0,7%

Avô + avó 1 1

1,3% 0,7%

Mora 13 5 18

17,1% 6,9% 12,2%

Não mora 63 67 130

82,9% 93,1% 87,8%

Total 76 72 148

(42)

Com qual tipo de pessoa idosa você mora? 4º ano

%

4,2 1,4

93,1

1,4 Pai

Avó

Avô

Não mora

Gráfico 4 - Com qual tipo de pessoa idosa você mora?- 4º ano. Fonte: O Autor

Entre as 18 respostas afirmativas à pergunta 3 - “Ela necessita de auxílio nas suas atividades diárias, como banhar-se, vestir-se, alimentar-se?”, 16 indivíduos do total de entrevistados (10,8%) referiram que não, enquanto dois responderam que sim (1,4%). Na distribuição por ano letivo, 12 dos estudantes participantes do primeiro ano (15,8 %) e 4 alunos do quarto ano (5,6%) assinalaram que não (Tabela 11).

Tabela 11 - Resposta à pergunta 3 - “Ela necessita de auxílio nas suas atividades diárias, como banhar-se, vestir-se, alimentar-se?”

Ano letivo

lº 4º Total

Não 12 4 16

15,8% 5,6% 10,8%

Sim 1 1 2

1,3% 1,4% 1,4%

Não mora 63 67 130

82,9% 93,1% 87,8%

Total 76 72 148

100,0% 100,0% 100,0% Fonte: O Autor

p: 0,134

(43)

estudantes participantes do primeiro ano (1,3%) e um aluno do quarto ano (1,4%) assinalaram que sim. (Tabela 12).

Tabela 12 - Resposta à pergunta 3 - “Você a auxilia em tais atividades?”

Ano letivo

lº 4º Total

Não 12 4 16

15,8% 5,6% 10,8%

Sim 1 1 2

1,3% 1,4% 1,4%

Não mora 63 67 130

82,9% 93,1% 87,8%

Total 76 72 148

100,0% 100,0% 100,0% Fonte: O Autor

p: 0,134

Em resposta à pergunta 4 - “Você convive com alguém graduado na área de saúde?”, 84 indivíduos do total de entrevistados (56,8%) referiram que não, enquanto 64 responderam que sim (43,2%). Na distribuição por ano letivo, 45 dos estudantes participantes do primeiro ano (59,2%) e 39 alunos do quarto ano (54,2%) assinalaram que não (Tabela 13).

Tabela 13 - Resposta à pergunta 4 - “Você convive com alguém graduado na área de saúde?”

Ano letivo

lº 4º Total

Não 45 39 84

59,2% 54,2% 56,8%

Sim 31 33 64

40,8% 45,8% 43,2%

Total 76 72 148

100,0% 100,0% 100,0% Fonte: O Autor

p: 0,536

(44)

Tabela 14 - Tipo de relação com pessoas graduadas na área de saúde de cada participante

Tipo de graduado

Ano letivo Total

lº 4º

Pai 11 19 30

14,5% 26,4% 20,3%

Mãe 6 1 7

7,9% 1,4% 4,7%

Irmão 6 6

8,3% 4,0%

Tio 4 2 6

5,2% 2,8% 4,0%

Outros 10 5 15

13,2% 6,9% 10,2%

Total

Com relação 31 33 64

40,8% 45,8% 43,2%

Sem relação 45 39 84

59,2% 54,2% 56,8%

Total geral 76 72 148

100,0% 100,0% 100,0% Fonte: O Autor

p: 0,025

Tipo de relação com graduado em Saúde

0 20 40 60 80 Com relaç

ão Pai e

Irmão TioOutros Sem r

elaçã o

% de

alunos 1º ano4º ano

Gráfico 5 - Tipo de relação com pessoas graduadas na área de saúde de cada participante. Fonte: O Autor

(45)

Tabela 15 - Tipo de graduação de pessoa que convive com cada participante

Fonte: O Autor p: 0,127

Graduação de pessoa que convive com cada participante 1º ano

%

22,4

9,2 5,3 2,6 59,2

1,3

Medicina Odontologia Enfermagem Farmácia Psicologia Não convivem

Gráfico 6 - Tipo de graduação de pessoa que convive com cada participante - 1º ano Fonte: O Autor

Ano letivo

lº 4º Total

Medicina 17 28 45

22,4% 38,9% 30,4%

Odontologia 7 2 9

9,2% 2,8% 6,1%

Enfermagem 4 4

5,3% 2,7%

Farmácia 2 1 3

2,6% 1,4% 2,0%

Psicologia 1 1 2

1,3% 1,4% 1,4%

Fisioterapia 1 1

1,4% 0,7%

Convivem 31 33 64

40,8% 45,8% 43,2%

Não convivem 45 39 84

59,2% 54,2% 56,8%

Total geral 76 72 148

(46)

Graduação de pessoa que convive com cada participante 4º ano

%

38,9

54,2

2,8 1,4 1,4 1,4

Medicina Odontologia Farmácia Psicologia Fisioterapia Não convivem

Gráfico 7 - Tipo de graduação de pessoa que convive com cada participante - 4º ano. Fonte: O Autor

Entre as 64 assertivas à pergunta 4 - “Qual é a especialidade?”, a Tabela 16 e o Gráfico 8 mostram a distribuição de freqüência assinalada para qual o tipo de especialidade de pessoa que convive com os participantes.

Tabela 16 - Tipo de especialidade de pessoa que convive com cada participante.

Fonte: O Autor p: 0,827

Tipo de especialidade Ano letivo Total

lº 4º

Pediatria 3 4 7

3,9% 5,6% 4,7%

Ginecologia 4 3 7

5,3% 4,2% 4,7%

Cardiologia 1 3 4

1,3% 4,2% 2,7%

Cirurgia Geral 1 3 4

1,3% 4,2% 2,7%

Outros 22 20 42

29,0% 27,6% 28,4%

Total

Convivem com especialidade 31 33 64

40,8% 45,8% 43,2%

Não convivem 45 39 84

59,2% 54,2% 56,8%

Total Geral 76 72 148

(47)

Especialidade de pessoa que convive com cada participante 0 20 40 60 80 Convi vem Ped iatria Gine colog ia Card iolog ia Cirurg

ia geral Outro

s

Não c

onvivem

% de a

lu

no

s

1º ano 4º ano

Gráfico 8 - Tipo de especialidade de pessoa que convive com cada participante. Fonte: O Autor

Em resposta à pergunta 5 - “Você já ajudou a cuidar de algum paciente idoso?”, 80 indivíduos do total de entrevistados (54,1%) referiram que sim, enquanto 68 responderam que não (45,9%). Na distribuição por ano letivo, 38 dos estudantes participantes do primeiro ano (50,0%) e 42 alunos do quarto ano (58,3%) assinalaram que sim (Tabela 17).

Tabela 17 - Resposta à pergunta 5 - “Você já ajudou a cuidar de algum paciente idoso?”.

Ano letivo

lº 4º Total

Não 38 30 68

50,0% 41,7% 45,9%

Sim 38 42 80

50,0% 58,3% 54,1%

Total 76 72 148

100,0% 100,0% 100,0% Fonte: O Autor

p: 0,309

(48)

Tabela 18 - Local dos cuidados aos pacientes idosos.

Ano letivo

lº 4º Total

Em casa 24 22 46

31,6% 30,6% 31,1%

Internado 8 15 23

10,5% 20,8% 15,5%

Ambos 6 5 11

7,9% 6,9% 7,4%

Cuidam 38 42 80

50,0% 58,3% 54,1%

Não cuidam 38 30 68

50,0% 41,7% 45,9%

Total 76 72 148

100,0 % 100,0% 100,0% Fonte: O Autor

p: 0,486

Local dos cuidados aos pacientes idosos 1º ano

%

31,6

10,5 7,9

50

Em casa Internado Ambos Não cuidam

(49)

Local dos cuidados aos pacientes idosos 4º ano

%

30,6

20,8 6,9

41,7 Em casa

Internado Ambos Não cuidam

Gráfico 10 - Local dos cuidados aos pacientes idosos - 4º ano. Fonte: O Autor

Em resposta à pergunta 6 - “Você já está pensando em fazer alguma especialidade médica?”, 93 indivíduos do total de entrevistados (62,8%) referiram que sim, enquanto 55 responderam que não (37,2%). Na distribuição por ano letivo, 43 dos estudantes participantes do primeiro ano (56,6%) e 50 alunos do quarto ano (69,4%) assinalaram que sim (Tabela 19).

Tabela 19 - Resposta à pergunta 6 - “Você já está pensando em fazer alguma especialidade médica?”.

Fonte: O Autor p: 0,105

Entre as 93 assertivas à pergunta 6 - “Qual é a especialidade?”, a Tabela 20 e o Gráfico 11 mostram a distribuição de freqüência assinalada para a especialidade médica de preferência dos participantes.

Ano letivo

lº 4º Total

Não 33 22 55

43,4% 30,6% 37,2%

Sim 43 50 93

56,6% 69,4% 62,8%

Total 76 72 148

Imagem

Tabela 5 - Resposta à pergunta 1 “A partir de qual idade você considera uma pessoa como  idosa?”
Gráfico 4 - Com qual tipo de pessoa idosa você mora?- 4º ano.
Tabela 13 - Resposta à pergunta 4 - “Você convive com alguém graduado na área de saúde?”
Tabela 14 - Tipo de relação com pessoas graduadas na área de saúde de cada participante  Tipo de
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