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A técnica do super-passo na resolução numérica de equações diferenciais parciais...

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Academic year: 2017

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(1)

.

A t´

ecnica do super-passo na

resolu¸

ao num´

erica de equa¸

oes

diferenciais parciais parab´

olicas

Aimberˆe Galdino

DISSERTAC¸ ˜AO APRESENTADA AO

INSTITUTO DE MATEM ´ATICA E ESTAT´ISTICA DA

UNIVERSIDADE DE S ˜AO PAULO PARA

OBTENC¸ ˜AO DO T´ITULO DE MESTRE EM

CIˆENCIAS

´

Area de Concentra¸c˜ao: Matem´atica Aplicada Orientador: Prof. Dr. Alexandre Megiorin Roma

Durante a elabora¸c˜ao deste trabalho o autor recebeu aux´ılio financeiro do CNPq

(2)

A T´

ecnica do Super-Passo na Resolu¸

ao

Num´

erica de Equa¸

oes Diferenciais Parciais

Parab´

olicas

Este exemplar corresponde `a reda¸c˜ao final da disserta¸c˜ao devidamente cor-rigida e defendida por Aimberˆe Galdino e aprovada pela Comiss˜ao Julgadora.

S˜ao Paulo, 2 junho de 2006.

Banca examinadora:

• Prof. Dr. Alexandre Megiorin Roma (Orientador) - IME-USP

• Prof. Dr. Clodoaldo Grotta Ragazzo - IME-USP

(3)
(4)

AGRADECIMENTOS

`

A meu orientador Prof. Dr. Alexandre Roma, pela paciˆencia e dedica¸c˜ao em me orientar durantes esses anos de pesquisa. Ao Prof. Dr. Vasilios Alexiades por estar, mesmo a distˆancia, ajudando no desenvolvimento deste trabalho.

Aos meus pais, tio Alexandre, aos meus amigos de Santana de Parna´ıba e a Lilian que sempre me apoiaram, incentivaram e ajudaram na conclus˜ao deste trabalho.

Agrade¸co a todos os colegas de p´os-gradua¸c˜ao que me ajudaram na con-clus˜ao do mestrado.

Aos professores que compuseram a banca examinadora, pela leitura cuida-dosa deste trabalho e sugest˜oes ou cr´ıticas decorrentes da mesma.

Agrade¸co ao IME-USP, em especial a Comiss˜ao de P´os-Gradua¸c˜ao pela oportunidade de realizar meus estudos nesta institui¸c˜ao.

(5)

Resumo

(6)

Abstract

(7)

Sum´

ario

Lista de Figuras iii

Lista de Tabelas v

Introdu¸c˜ao 1

1 Modelagem Matem´atica da Condu¸c˜ao do Calor 4

1.1 Equa¸c˜oes Diferenciais Parciais . . . 4

1.2 Classifica¸c˜ao . . . 5

1.3 Modelagem Matem´atica da Propaga¸c˜ao de Calor . . . 6

2 M´etodos Num´ericos Cl´assicos 11 2.1 Discretiza¸c˜ao: Diferen¸cas Finitas . . . 11

2.2 M´etodo de Euler Expl´ıcito . . . 18

2.3 M´etodo de Euler Impl´ıcito . . . 23

2.4 M´etodo de Crank-Nicolson . . . 27

3 A T´ecnica do Super-Passo 32 3.1 Condi¸c˜ao de Estabilidade . . . 35

(8)

4 Resultados Num´ericos 44

4.1 An´alise Num´erica de Convergˆencia . . . 44

4.1.1 M´etodo de Euler Expl´ıcito . . . 47

4.1.2 M´etodo de Euler Impl´ıcito . . . 47

4.1.3 M´etodo de Crank-Nicolson . . . 48

4.1.4 T´ecnica do Super-Passo . . . 49

4.2 Compara¸c˜ao de Performance . . . 51

5 Conclus˜ao 55

Apˆendice: Polinˆomios de Chebyshev 57

(9)

Lista de Figuras

1.1 Propaga¸c˜ao do calor em uma barra. . . 7

2.1 Discretiza¸c˜ao do dom´ınio Ω. . . 12

2.2 Mol´ecula computacional do M´etodo de Euler Expl´ıcito. . . 19

2.3 Mol´ecula computacional do M´etodo de Euler Impl´ıcito. . . 24

2.4 Mol´ecula computacional do M´etodo de Crank-Nicolson. . . 29

(10)

Lista de Tabelas

3.1 Aproxima¸c˜ao num´erica para o limite (3.15). . . 39 4.1 Resultados num´ericos obtidos pelo M´etodo de Euler Expl´ıcito

na aproxima¸c˜ao da solu¸c˜ao do problema (4.6). . . 47 4.2 Resultados num´ericos obtidos pelo M´etodo de Euler Impl´ıcito

na aproxima¸c˜ao da solu¸c˜ao do problema (4.6) . . . 48 4.3 Resultados num´ericos obtidos pelo M´etodo de Crank-Nicolson

na aproxima¸c˜ao da solu¸c˜ao do problema (4.6). . . 49 4.4 Resultados num´ericos obtidos pela T´ecnica do Super-Passo na

aproxima¸c˜ao da solu¸c˜ao do problema (4.6). . . 50 4.5 Erros cometidos nas aproxima¸c˜oes da solu¸c˜ao da equa¸c˜ao (4.7). 52 4.6 Compara¸c˜ao entre os pseudo-c´odigos da T´ecnica do

(11)

Introdu¸

ao

A modelagem matem´atica de problemas f´ısicos freq¨uentemente envolve a resolu¸c˜ao de equa¸c˜oes diferenciais parciais. Em particular, a condu¸c˜ao de calor num meio f´ısico pode ser modelada por uma equa¸c˜ao diferencial parcial do tipo parab´olico.

Quando n˜ao ´e poss´ıvel explicitar a solu¸c˜ao da equa¸c˜ao diferencial parcial utilizam-se m´etodos num´ericos para aproximar a solu¸c˜ao do modelo. Neste trabalho utilizaram-se m´etodos impl´ıcitos e expl´ıcitos baseados em diferen¸cas finitas. Os m´etodos expl´ıcitos restringem a escolha do passo de integra¸c˜ao no tempo ∆t em fun¸c˜ao do passo de integra¸c˜ao espacial ∆x. Essa restri¸c˜ao ´e conhecida como condi¸c˜ao de estabilidade e, em geral, os m´etodos impl´ıcitos ou n˜ao a possuem ou a apresentam de forma muito mais branda. Maiores detalhes podem ser encontrados em [3], [5], [4], [8], [14], [19], [22] e [25]. A condi¸c˜ao de estabilidade imp˜oe aos m´etodos expl´ıcitos uma maior quantidade de passos no tempo do que os m´etodos impl´ıcitos, tornando-os menos efi-cientes computacionalmente, entretanto como o tamanho do passo no tempo dos m´etodos impl´ıcitos ´e maior do que os permitidos pela condi¸c˜ao de estabil-idade dos m´etodos expl´ıcitos, os erros cometidos na aproxima¸c˜ao da solu¸c˜ao do problema proposto tamb´em s˜ao maiores. ´E uma situa¸c˜ao onde a rela¸c˜ao custo benef´ıcio deve ser analisada.

(12)

esta-Introdu¸c˜ao

bilidade. O algoritmo do Super-Passo ´e baseado no relaxamento da condi¸c˜ao de estabilidade em cada passo no tempo, para impˆo-la apenas ao final de um ciclo de N passos intermedi´arios auxiliares. O esquema aqui apresentado ´e uma varia¸c˜ao do M´etodo de Gretzsch [13]. A implementa¸c˜ao da T´ecnica do Super-Passo ´e simples; basta uma pequena modifica¸c˜ao no c´odigo que emprega o m´etodo expl´ıcito para que o tempo de processamento seja at´e da ordem de 10 vezes menor, como pode ser visto em [2], [1], [10], [18], [20], [21] e [29].

O presente trabalho mostra que a T´ecnica do Super-Passo aplicada ao M´etodo de Euler Expl´ıcito tem o tempo de processamento e erro cometido na aproxima¸c˜ao similares aos obtidos pelo M´etodo de Euler Impl´ıcito. Foram realizadas compara¸c˜oes entre os erros cometidos na aproxima¸c˜ao da solu¸c˜ao e tempo de processamento para os M´etodos de Euler Expl´ıcito, Impl´ıcito, Crank-Nicolson e Super-Passo aplicado ao M´etodo de Euler Expl´ıcito.

No primeiro cap´ıtulo ´e realizada uma introdu¸c˜ao `as equa¸c˜oes diferenciais parciais, as equa¸c˜oes s˜ao classificadas em parab´olicas, hiperb´olicas e el´ıpticas e na ´ultima se¸c˜ao do cap´ıtulo ´e deduzida, a partir fenˆomenos f´ısicos, a equa¸c˜ao do calor com condutibilidade vari´avel. Maiores detalhes sobre as equa¸c˜oes diferenciais parciais podem ser encontrados em [9], [15], [16] e [17].

O Cap´ıtulo 2 apresenta a discretiza¸c˜ao da equa¸c˜ao do calor com con-dutibilidade vari´avel utilizando diferen¸cas finitas e, para esta equa¸c˜ao s˜ao, empregados os M´etodos de Euler Expl´ıcito, Impl´ıcito e Crank-Nicolson e, para cada m´etodo num´erico, s˜ao realizados os c´alculos necess´arios para se obter as condi¸c˜oes de estabilidade e consistˆencia. Os m´etodos num´ericos ap-resentados neste cap´ıtulo podem ser encontrados com uma abordagem mais ampla em [3], [5], [4], [8], [14], [19], [22] e [25].

(13)

Introdu¸c˜ao

do calor por esta t´ecnica. A constru¸c˜ao e aplica¸c˜oes do Super-Passo podem ser encontrados em [2], [1], [10], [18], [20], [21] e [29].

No Cap´ıtulo 4 ´e feita a valida¸c˜ao dos M´etodos de Euler Expl´ıcito, Impl´ıcito, Crank-Nicolson e da T´ecnica Super-Passo por refinamento de malha e apre-senta os resultados obtidos pelos m´etodos ao aproximar a solu¸c˜ao da equa¸c˜ao do calor com condutibilidade vari´avel.

O quinto cap´ıtulo apresenta a conclus˜ao do trabalho e sugest˜oes para a continuidade do mesmo.

(14)

Cap´ıtulo 1

Modelagem Matem´

atica da

Condu¸

ao do Calor

1.1

Equa¸

oes Diferenciais Parciais

A modelagem matem´atica de problemas f´ısicos freq¨uentemente resulta na formula¸c˜ao de uma Equa¸c˜ao Diferencial Parcial (ou de um sistema de equa¸c˜oes diferenciais parciais) que ´e uma equa¸c˜ao envolvendo duas ou mais vari´aveis independentes x1, x2, . . . , xn e derivadas parciais da fun¸c˜ao u =

u(x1, x2, . . . , xn). A forma geral de uma equa¸c˜ao diferencial parcial de ordem

k ´e dada por

Ψ

µ

x1, x2, . . . , xn, u, , . . . ,

∂u ∂x1, . . . ,

∂u ∂xn,

∂2u

∂x2 1

, ∂

2u

∂x1∂x2

, . . . ,∂

ku

∂xk n

= 0.

(15)

§ 1.2 Equa¸c˜oes Diferenciais Parciais-Classifica¸c˜ao

ordem com duas vari´aveis x et, tem-se

a∂

2u

∂x2 + 2b

∂2u

∂x∂t +c ∂2u

∂t2 =ϕ

µ

x, t, u,∂u ∂x,

∂u ∂t

, (1.1)

onde a, be c s˜ao fun¸c˜oes de x, t, u, ux, ut, com ux =

∂u ∂x, ut=

∂u

∂t e u(x, t) a solu¸c˜ao de (1.1). Em outra nota¸c˜ao,

auxx+ 2buxt+cutt =ϕ(x, t, u, ux, ut),

onde a, be c s˜ao fun¸c˜oes de x, t, u, ux, ut, com ux =

∂u ∂x, ut=

∂u

∂t e u(x, t) a solu¸c˜ao de (1.1).

Se a b c 0 ent˜ao a equa¸c˜ao ´e de primeira ordem. Quando em (1.1) a, b e c s˜ao fun¸c˜oes de x, t e u apenas ela ´e dita quase-linear; se, adi-cionalmente, ϕ n˜ao depender de ux e ut ent˜ao ´e dita semi-linear; a equa¸c˜ao

ser´a linear se a, b, c eϕ forem fun¸c˜oes apenas dex e t. Em quaisquer outras situa¸c˜oes, a equa¸c˜ao ser´a n˜ao-linear.

Uma equa¸c˜ao diferencial parcial como em (1.1) pode possuir uma fam´ılia de solu¸c˜oes, uma solu¸c˜ao ´unica ou ainda n˜ao possuir nenhuma solu¸c˜ao.

1.2

Classifica¸

ao

Nesta Se¸c˜ao s˜ao classificadas as equa¸c˜oes diferenciais parciais quase-lineares de segunda ordem com duas vari´aveis independentes e coeficientes reais.

Considere apenas os termos com derivadas de segunda ordem de uma equa¸c˜ao diferencial parcial quase-linear, ou seja,

L(u) = a∂

2u 2 + 2b

∂2u

+c∂

2u

(16)

§ 1.3 Equa¸c˜oes Diferenciais Parciais-Modelagem

onde a, b e c s˜ao fun¸c˜oes de x, t, u, ux e ut, n˜ao simultaneamente nulos, e

u(x, t) a solu¸c˜ao de (1.1). A classifica¸c˜ao das equa¸c˜oes diferenciais parciais´e feita por analogia com a teoria das cˆonicas no plano. O estudo das curvas planas de 2o grau ´e simplificado pela redu¸c˜ao da equa¸c˜ao a sua forma normal

atrav´es de uma mudan¸ca linear de coordenadas.

Como no estudo das cˆonicas, pode-se fazer uma mudan¸ca de vari´aveis que reduz (1.2) `a sua forma canˆonica; a classifica¸c˜ao de (1.2) ´e feita analisando o sinal do discriminate b2 ac. A mudan¸ca de vari´aveis que transforma

a equa¸c˜ao (1.2) em sua forma canˆonica ´e apresentada em [17], [16] e mais detalhadamente em [9]. Assim, o discriminante b2 4ac define o tipo da

equa¸c˜ao diferencial parcial (1.2) em

• el´ıptica seb24ac < 0;

• parab´olica se b24ac= 0;

• hiperb´olica se b24ac > 0.

A equa¸c˜ao ut−µ∆u = 0 com (µ > 0) ´e do tipo parab´olico e conhecida

como equa¸c˜ao do calor e modela a condu¸c˜ao de calor em meios cont´ınuos; ∆u = 0 ´e do tipo el´ıptico e denominada equa¸c˜ao de Laplace e modela fenˆomenos estacion´arios; utt−c2uxx = 0 ´e do tipo hiperb´olico e conhecida

como equa¸c˜ao da onda e pode modelar a propaga¸c˜ao de ondas num meio cont´ınuo.

1.3

Modelagem Matem´

atica da Propaga¸

ao

de Calor

(17)

§ 1.3 Equa¸c˜oes Diferenciais Parciais-Modelagem

Considere uma barra de comprimento ℓ, com ´area de sec¸c˜ao A, feita de um material condutor uniforme de calor. Suponha que a superf´ıcie lateral da barra esteja isolada termicamente de modo a n˜ao permitir, atrav´es dela, transferˆencias de calor com o meio ambiente. Transferˆencias podem, entre-tanto, ocorrer atrav´es das extremidades da barra.

A uniformidade do material e o isolamento t´ermico lateral implicam que o fluxo de calor se dˆe somente na dire¸c˜ao longitudinal, e, portanto, tem-se um problema de condu¸c˜ao de calor em uma dimens˜ao apenas.

Considere que u(x, t) represente a temperatura em um ponto x desta barra no instante t, onde 0 x ℓ e 0 t T. Fixados dois pontos x0 e

x0+δcom 0< δ na barra, tˆem-se as respectivas temperaturasT1 =u(x0, t) e

T2 =u(x0+δ, t) para um dado instante de tempo t. Suponha que o fluxo de

calor seja deT1 paraT2, ou seja,T1 > T2. A Figura (1.1) ilustra a propaga¸c˜ao

do calor para esta barra.

l

A

T2

T1

0 x

Figura 1.1: Propaga¸c˜ao do calor em uma barra. PelaLei de Condu¸c˜ao de Calor de Fourier, segue que

Q=µA|T2−T1| δ ,

(18)

§ 1.3 Equa¸c˜oes Diferenciais Parciais-Modelagem

Suponha que o limite lim

δ→0Q=µA|ux(x, t)| exista. Logo, o fluxo de calor

entre as sec¸c˜oes x0 e x0 +δ pode ser expresso por

q(x, t) =µAux(x, t).

Se a condutibilidade t´ermica µfor dada em fun¸c˜ao em x, ou seja, µ=µ(x), ent˜ao o fluxo de calor entre as sec¸c˜oes ser´a dado por

q(x, t) = Aµ(x)ux(x, t). (1.3)

Fixado um elemento da barra entre [x0 e x0 +δ] a quantidade de calor,

q, contida neste elemento da barra em um per´ıodo de tempo entret0 e t0+τ

´e expressa por

q=

Z t0+τ

t0

q(x0, t)dt−

Z t0+τ

t0

q(x0+δ, t)dt. (1.4)

Substituindo (1.3) na express˜ao (1.4) segue que

q =

Z t0+τ

t0

A[µ(x0+δ)ux(x0+δ, t)−µ(x0)ux(x0, t)]dt. (1.5)

Por outro lado, utilizando a densidade ρ(x), a quantidade de calor pode ser determinada da seguinte maneira:

Z t0+τ

t0

Z x0+τ

x0

cρ(x)Aut(x, t)dx dt, (1.6)

onde c ´e o calor espec´ıfico do material, dado em J/kgK, ou seja, Joules / kilograma Kelvin eρ(x) a densidade do material que a barra ´e feita e ´e dado em kilograma / metro c´ubico, kg/m3.

(19)

§ 1.3 Equa¸c˜oes Diferenciais Parciais-Modelagem

Z t0+τ

t0

Z x0+τ

x0

[µ(x)ux(x, t)]xdx dt=

Z t0+τ

t0

Z x0+τ

x0

ρ(x)Aut(x, t)dx dt.

Assim, segue que

cρ(x)ut(x, t) = [µ(x)ux(x, t)]x, (1.7)

onde ρ(x) e µ(x) s˜ao a densidade e a condutibilidade t´ermica da barra, re-spectivamente, e co calor espec´ıfico. Note que ρ(x), µ(x)>0,x∈ ℜ.

A equa¸c˜ao (1.7) ´e a equa¸c˜ao do calor com coeficientes vari´aveis para uma barra definida no dom´ınio Ω ={(x, t)∈ ℜ2/0x e 0tT}, com

ℓ,T positivos fixos.

A equa¸c˜ao (1.7), da forma que est´a definida, n˜ao garante a unicidade da solu¸c˜ao u(x, t). Para que a equa¸c˜ao possua solu¸c˜ao s˜ao necess´arias in-forma¸c˜oes adicionais sobre a fun¸c˜aou(x, t) conhecidas como condi¸c˜ao inicial e condi¸c˜oes de contorno, maiores detalhes pode ser encontrados em [9], [11], [15], [16] e [17].

Considere a equa¸c˜ao diferencial parcial do tipo parab´olico dada em (1.7) em conjunto com as seguintes condi¸c˜oes de contorno e condi¸c˜ao inicial:

          

ρ(x)ut(x, t) = [µ(x)ux(x, t)]x,

u(x,0) = φ(x), x[0, ℓ], u(0, t) =g(t), t[0, T], u(ℓ, t) = h(t), t[0, T],

(1.8)

(20)

§ 1.3 Equa¸c˜oes Diferenciais Parciais-Modelagem

teorema a seguir garante a existˆencia e unicidade da solu¸c˜ao do problema (1.8).

Teorema 1 Seja u cont´ınua em Ω¯, suas derivadas cont´ınuas em Ω. Ent˜ao

u ´e unicamente determinada em Ω¯ pelos valores de u em ∂Ω.

No Teorema 1 ¯Ω representa o interior do conjunto Ω, e∂Ω a sua fronteira, a demosntra¸c˜ao deste teorema encontra-se em [17] e [9].

(21)

Cap´ıtulo 2

etodos Num´

ericos Cl´

assicos

Neste Cap´ıtulo s˜ao apresentados os m´etodos de Euler Expl´ıcito, Impl´ıcito e Crank-Nicolson. A condi¸c˜ao de estabilidade para cada m´etodo tamb´em ´e determinada e mostra-se que os m´etodos num´ericos obtidos s˜ao consistentes

com a equa¸c˜ao diferencial parcial do tipo parab´olico em (1.7) com densidade constante. Por simplicidade, tomar-se-´a c= 1 eρ(x)1, para todox, e um termo for¸cante f(x, t) de classe C∞.

2.1

Discretiza¸

ao: Diferen¸

cas Finitas

Considere o seguinte problema de Dirichilet

          

ut(x, t)−[µ(x)ux(x, t)]x =f(x, t),

u(x,0) =φ(x) x[0, L], u(0, t) =g(t) t[0, T], u(L, t) =h(t) t[0, T],

(2.1)

(22)

§ 2.1 M´etodos Num´ericos-Discretiza¸c˜ao

O intervalo [0, L], da vari´avel espacial x, ´e dividido em N partes iguais de comprimento ∆x, obtendo-se N + 1 pontos xn = n∆x, n = 0,1, . . . , N,

onde ∆x = NL. O instante de tempo final T do intervalo [0, T] da vari´avel temporal t ´e dividido pelo passo de integra¸c˜ao no tempo ∆t, determinado respeitando (quando existe) a condi¸c˜ao de estabilidade do m´etodo num´erico, obtendo-se a quantidade de passos no tempo M, ou seja, tem-se M + 1 pontos tm =m∆t, m = 0,1, . . . , M. Assim, procura-se aproximar a solu¸c˜ao

da equa¸c˜ao diferencial nos pontos da malha (xn, tm), ilustrada na Figura

(2.1).

✂✄

☎✆

✝✞

✟✠ ✡☛ ☞✌

0

T

L

t

x

n+1 n n−1

(x ,t )n m m+1

m

m−1

Figura 2.1: Discretiza¸c˜ao do dom´ınio Ω.

O valor da solu¸c˜ao exata no ponto (xn, tm) ser´a representado por umn e a

aproxima¸c˜ao obtida por um m´etodo num´erico por Um n .

O problema (2.1) ´e discretizado utilizandodiferen¸cas finitas, ou seja, para aproximar a derivada de 1a ordem de u(x, t) em rela¸c˜ao a t utilizam-se as

seguintes aproxima¸c˜oes:

ut(x, t)≈

u(x, t+ ∆t)u(x, t)

∆t (F´ormula Progressiva), (2.2) ut(x, t)≈

u(x, t)u(x, t∆t)

(23)

§ 2.1 M´etodos Num´ericos-Discretiza¸c˜ao

utiliza-se a seguinte aproxima¸c˜ao:

utt(x, t)≈

u(x, t∆t)2u(x, t) +u(x, t+ ∆t)

∆t2 . (2.4)

As aproxima¸c˜oes acima s˜ao oriundas da manipula¸c˜ao alg´ebrica da ex-pans˜ao em S´erie de Taylor da fun¸c˜ao u em (x, t+ ∆t):

u(x, t±∆t) =u±∆t∂u ∂t +

∆x2 2!

∂2u ∂t2 ±

∆x3 6!

∂3u

∂t3 +O(∆t

4). (2.5)

Por interm´edio da manipula¸c˜ao alg´ebrica das aproxima¸c˜oes (2.2), (2.3) e (2.4) ´e poss´ıvel construir os M´etodos de Euler Expl´ıcito, Euler Impl´ıcito e Crank-Nicolson, essas constru¸c˜oes s˜ao detalhadas em [3], [4], [5] e [8].

Considere uma equa¸c˜ao diferencial parcial de segunda ordem definida no dom´ınio Ω.

P(u) = f(x, t, u, ut, ux) (2.6)

onde P(u) ´e dada por,

P(u) = a(x, t)uxx+b(x, t)uxt+c(x, t)utt+d(x, t)ut+e(x, t)ux,

com a, b, c, d, e, ue suas derivadas cont´ınuas em Ω. Um m´etodo de diferen¸cas finitas com passo de integra¸c˜ao no tempo ∆te passo de integra¸c˜ao no espa¸co ∆xpara (2.6) ´e denotado por P∆(U), as defini¸c˜oes a seguir s˜ao discutidadas

em [25].

Defini¸c˜ao 1 Um m´etodo de diferen¸cas finitas P∆Unm = 0 para uma equa¸c˜ao

(24)

§ 2.1 M´etodos Num´ericos-Discretiza¸c˜ao

∆x

X

j=−∞

|Unm|

2

≤CT∆x J

X

j=0

X

i=−∞

¯ ¯Uij

¯ ¯

2

, (2.7)

para 0m∆tT, com (∆x,∆t)Λ.

A estabilidade ´e uma condi¸c˜ao necess´aria para a convergˆencia do m´etodo num´erico, uma das formas funcionais de se determinar a condi¸c˜ao de estabil-idade de um m´etodo num´erico de passo ´unico no tempo ´e a An´alise de Von Neumann, que ´e ilustrada a seguir e, detalhada em [25].

An´alise de Von Neumann

Uma importante aplica¸c˜ao dasTransformadas de Fourier ´e aAn´alise de Von Neumann para a determina¸c˜ao da condi¸c˜ao de estabilidade de m´etodos num´ericos baseados em diferen¸cas finitas. As Transformadas de Fourier fornecem condi¸c˜oes suficientes e necess´arias para a estabilidade dos m´etodos de diferen¸cas finitas.

POr interm´edio daTransformada de Fourier a determina¸c˜ao da condi¸c˜ao de estabilidade de um m´etodo de diferen¸cas ´e reduzido a manipula¸c˜oes alg´ebricas. Considere a equa¸c˜aou(x, t)t=−µu(x, t)x, com 0< aeu(x, t)∈C2(Ω), onde

Ω ´e o dom´ınio da fun¸c˜ao u(x, t), e o m´etodo de diferen¸cas dado a seguir: Um+1

n −Unm

∆t =−µ

Um

n −Unm−1

∆x , (2.8)

que pode ser reescrito como

Unm+1 =

µ

1µ∆t ∆x

Unm+µ∆t ∆xU

m

n−1. (2.9)

Aplicando a Transformada Inversa de Fourier para Um

n, tem-se

Unm = 1 2π

Z π/∆x

−π/∆x

(25)

§ 2.1 M´etodos Num´ericos-Discretiza¸c˜ao

substituindo em (2.9) para Um

n eUnm−1, obt´em-se

Unm+1 = √1

Z π/∆x

−π/∆x

ein∆xξ

·µ

1µ∆t ∆x

+µ∆t ∆xe

−i∆xξ

¸

ˆ

Um(ξ)dξ. (2.10)

Comparando a express˜ao (2.10) com a transformada Inversa de Fourier

Unm+1 = 1 2π

Z π/∆x

−π/∆x

ein∆xξUˆm+1(ξ)dξ,

e usando o fato que a Transformada de Fourier ´e ´unica, segue que o integrando de (2.10) ´e igual ao da Transforma Inversa de Fourier, assim tem-se que

ˆ

Um+1(ξ) =

·µ

1µ∆t ∆x

+µ∆t ∆xe

i∆xξ

¸

ˆ

Um(ξ) =g(∆xξ) ˆUm(ξ), (2.11)

onde

g(∆xξ) =

µ

1µ∆t ∆x

+µ∆t ∆xe

i∆xξ.

A express˜ao2.11 mostra que realizar um passo de integra¸c˜ao no tempo do m´etodo num´erico ´e equivalente a multiplicar a Transformada de Fourier da solu¸c˜ao pelo fator de amplifica¸c˜ao g(∆xξ). Assim, obt´em-se a rela¸c˜ao

ˆ

Um(ξ) = gm(∆xξ) ˆU0(ξ). (2.12)

(26)

§ 2.1 M´etodos Num´ericos-Discretiza¸c˜ao

∆x

X

j=−∞

¯ ¯Ujm

¯ ¯

2

=

Z π/∆x

−π/∆x

¯ ¯ ¯Uˆ

m(ξ)¯¯ ¯

2

=

Z π/∆x

−π/∆x|

g(∆xξ)|2m¯¯ ¯Uˆ

0(ξ)¯¯ ¯

2

dξ.

A desigualdade em (2.7) ser´a satisfeita, com J = 0, se |g(∆xξ)|2m for apropriadamente limitada. Considereθ = ∆xξ, ent˜ao o fator de amplifica¸c˜ao para o m´etodo (2.8) ´e dado por

|g(θ)|2 =

¯ ¯ ¯ ¯

µ

1µ∆t ∆x

+µ∆t ∆xe −iθ ¯ ¯ ¯ ¯ = µ

1µ∆t ∆x +µ

∆t

∆xcos (θ)

¶2

+µ2

µ

∆t ∆x

¶2

sin2(θ)

=

µ

12µ∆t ∆xsin 2 µ θ 2 ¶¶2

+ 4µ2

µ ∆t ∆x ¶2 sin2 µ θ 2 ¶ cos2 µ θ 2 ¶

=14µ∆t ∆xsin 2 µ θ 2 ¶

+ 4µ2

µ ∆t ∆x ¶2 sin4 µ θ 2 ¶

+ 4µ2

µ ∆t ∆x ¶2 sin2 µ θ 2 ¶ cos2 µ θ 2 ¶

=14µ∆t ∆x

µ

1µ∆t ∆x ¶ sin2 µ θ 2 ¶ .

Note que|g(θ)|´e limitado por 1 se 0µ∆t

∆x ≤1. Assim, por (2.12), segue

que

∆x

X

j=−∞

¯ ¯Ujm

¯ ¯

2

Z π/∆x

−π/∆x

¯ ¯ ¯Uˆ

0(ξ)¯¯ ¯

2

dξ= ∆x

X

j=−∞

¯ ¯Uj0

¯ ¯

2

.

Pela defini¸c˜ao (2.7) o m´etodo ´e est´avel. Entretanto, se o n´umeroµxt n˜ao estiver fixado entre 0 e 1, quando ∆xe ∆ttenderem a zero, ent˜ao|g(θ)|ser´a maior do que 1 para alguns valores de θ, e o m´etodo ser´a inst´avel.

(27)

§ 2.1 M´etodos Num´ericos-Discretiza¸c˜ao

Teorema 2 Um m´etodo de diferen¸cas finitas de passo ´unico (com coefi-cientes constantes) ´e est´avel, se e somente se, existir uma constante K (independente de θ, ∆x e ∆t) e alguns passos de integra¸c˜ao ∆t0 e ∆x0 tais

que

|g(θ,∆x,∆t)| ≤1 +K∆t, (2.13)

para todo θ, 0<∆t∆t0, e 0<∆x≤∆x0.

Se g(θ,∆x,∆t) for independente de ∆x e ∆t, a condi¸c˜ao de estabilidade (2.13) pode ser substitu´ıda por

|g(θ)| ≤1.

Este teorema mostra que para se determinar a condi¸c˜ao de estabilidade de um m´etodo de diferen¸cas finitas considera-se apenas o fator de amplifica¸c˜ao g(∆xξ) oriundo da an´alise de Von Neumann, este teorema, e as defini¸c˜oes 2 e 3 s˜ao discutidas em [25].

Defini¸c˜ao 2 Dada uma equa¸c˜ao diferencial parcialP(u)definida num dom´ınio

Ω e um m´etodo de diferen¸cas finitas, P∆(U), com passos de integra¸c˜ao no

tempo e espa¸co dados por ∆t e ∆x. O m´etodo de diferen¸cas finitas ´e dito consistente com a equa¸c˜ao diferencial parcial se para qualquer fun¸c˜ao suave

φ(x, t)

|P φ(x, t)P∆φ(x, t)| →0 quando ∆x,∆t →0, ∀(x, t)∈Ω

A consistˆencia ´e uma condi¸c˜ao necess´aria para a convergˆencia do m´etodo num´erico, pois, garante que o m´etodo de diferen¸cas finitas aproxima a equa¸c˜ao diferencial quando os passos de integra¸c˜ao no tempo tendem a zero.

(28)

§ 2.2 M´etodos Num´ericos-Euler Expl´ıcito

u(x, t), da equa¸c˜ao diferencial eUm

n a aproxima¸c˜ao gerada pelo m´etodo num´erico,

tais que,

Un0 −→u(x,0), quando n∆x−→x,

ent˜ao

Unm −→u(x, t), quando (n∆x, m∆t)−→(x, t),

com

∆x,∆t−→0.

O Teorema de Lax-Richtmyer enuncia um resultado necess´ario e suficiente para a convergˆencia de m´etodos de diferen¸cas finitas.

Teorema 3 Teorema de equivalˆencia de Lax-RichtmyerUm m´etodo consistente de diferen¸cas finitas para uma equa¸c˜ao diferencial parcial ´e con-vergente se e somente se o m´etodo for est´avel.

O Teorema de equivalˆencia de Lax ´e demostrado em [25], as defini¸c˜oes acima s˜ao encontradas em [8], [25].

2.2

etodo de Euler Expl´ıcito

Na discretiza¸c˜ao da equa¸c˜ao (2.1) utilizou-se a seguinte aproxima¸c˜ao para a derivada de primeira ordem no espa¸co:

ux(xn, tm)≃

um n+1

2 −

um n−12

∆x ,

onde um n+1

2

=u(xn+1 2, tm).

(29)

§ 2.2 M´etodos Num´ericos-Euler Expl´ıcito

no tempo (2.2) obt´em-se: Um+1

n −Unm

∆t −

µn+1 2(U

m

n+1−Unm)−µn−1 2(U

m

n −Unm−1)

∆x2 =f

m

n , (2.14)

ou seja,

Unm+1 =Unm+

∆t ∆x2

h

µn+1 2(U

m

n+1−Unm)−µn−12(U

m

n −Unm−1)

i

+∆tfnm, (2.15)

onde µn+1

2 =µ(xn+

∆x

2 ), e n= 1,2. . . , N −1 e m= 0,1. . . , M −1.

Lembrando que o intervalo espacial [0, L] possuiN+1 pontos e o intervalo temporal [0, T] cont´em M + 1 pontos.

No caso especial em que a condutibilidade t´ermica µ ´e constante, a ex-press˜ao (2.15) pode ser escrita como

Unm+1 =Unm+µ ∆t ∆x2

¡

Unm+12Unm+Unm1¢

+ ∆tfnm, (2.16) com n = 1,2. . . , N1 e m = 0,1. . . , M 1.

A Figura (2.2) ilustra a mol´ecula computacional da f´ormula (2.16) que ´e conhecida como M´etodo de Euler Expl´ıcito.

x

t

n−1,m n,m n+1,m

n,m+1

(30)

§ 2.2 M´etodos Num´ericos-Euler Expl´ıcito

´e necess´ario conhecer os valores Um

n−1, Unm e Unm+1 para que a aproxima¸c˜ao

Um+1

n possa ser calculada, a constru¸c˜ao deste m´etodo num´erico pode ser

encontrada em [3], [4], [5] e [8].

Condi¸c˜ao de Estabilidade do M´etodo de Euler Expl´ıcito

Considere o problema proposto em (2.1), com o dom´ınio discretizado e o M´etodo de Euler Expl´ıcito descrito em (2.16) e suponha que f(x, t)0.

No Crit´erio de Von Neumann, para determinar estabilidade do esquema, examina-se a propaga¸c˜ao do erro global, tendo em vista que ele ´e a soma de erros mais simples chamados de harmˆonicos. O processo ´e inspirado na expans˜ao de uma fun¸c˜ao em s´erie de Fourier. Substitui-se um

n por gmeinθ em

(2.16), e adotando µM = max

0≤x≤L{µ(x)}, tem-se:

gm+1einθ =gmeinθ+ ∆t ∆x2µM

¡

gmei(n+1)θ2gm+1einθ+gmei(n−1)θ¢

ggmeinθ =gmeinθ+ ∆t ∆x2µM

¡

gmeinθeiθ2gmeinθ+gmeinθe−iθ¢

,

logo,

g = 1 + ∆t ∆x2µM

¡

eiθ 2 +e−iθ¢

,

utilizando a identidadeea+bi=ea(cos (b)+isin (b)) na express˜ao acima segue

que:

g = 1 + ∆t

∆x2µM(2 cos (θ)−2) = 1 + 2

∆t

∆x2µM (cos (θ)−1),

pela seguinte rela¸c˜ao trigonom´etrica cos (x) = 12 sin2¡x

2

¢

tem-se

g = 14 ∆t

∆x2µM sin 2

µ

θ 2

(31)

§ 2.2 M´etodos Num´ericos-Euler Expl´ıcito

Para que o m´etodo seja est´avel ´e necess´ario que haja amortecimento do erro, ou seja |g| ≤1.

Assim,

−114 ∆t

∆x2µMsin 2 µ θ 2 ¶ ≤1, donde, ´e necess´ario que

−114 ∆t

∆x2µMsin 2 µ θ 2 ¶ ⇒

24 ∆t

∆x2µMsin 2 µ θ 2 ¶ ⇒ 1 2 ≥ ∆t

∆x2µM sin 2

µ

θ 2

Portanto, para que o M´etodo de Euler Expl´ıcito seja est´avel ´e necess´ario que os parˆametros ∆x e ∆t atendam a seguinte condi¸c˜ao de estabilidade:

∆t ∆x2 ≤

1 2µM

,

onde µM = max

0≤x≤L{µ(x)}.

Note que esta restri¸c˜ao para o tamanho do passo na dire¸c˜ao t pode ser interpretada como ∆t < ∆x2

2µM, assim, se a aproxima¸c˜ao for feita para um valor

de T grande, o esfor¸co computacional tamb´em ser´a alto.

Consistˆencia do M´etodo de Euler Expl´ıcito

Suponha que u(x, t) seja uma fun¸c˜ao suficientemente suave, P u(x, t) a equa¸c˜ao diferencial em (2.1) eP∆ua equa¸c˜ao diferencial em (2.1) discretizada

com o M´etodo Euler Expl´ıcito, com um

n = u(xn, tm) e µM = max

0≤x≤L{µ(x)},

ent˜ao:

P∆u=

um+1

n −umn

∆t −µM um

n−1−2umn +umn+1

(32)

§ 2.2 M´etodos Num´ericos-Euler Expl´ıcito

Aplicando as expans˜oes em s´erie de Taylor (2.5) acima obt´em-se:

Pδu =

um

n + ∆tut+ 12∆t2utt+O(∆t3)−umn

∆t −µM

um

n−1−2umn +umn+1

∆x2 ,

= ∆tut+O(∆t

2)

∆t −µM

∆x2u

xx+O(∆x3)

∆x2 ,

= ut+O(∆t)−µM (uxx+O(∆x)),

logo

P∆u=ut+O(∆t)−µM(uxx+O(∆x)),

onde as derivadas s˜ao calculadas no ponto (xn, tm), ou seja, ut=ut(xn, tm).

Considerando a diferen¸ca entre P u e P∆u tem-se,

P uP∆u=ut−µMuxx−ut+O(∆t) +µM(uxx+O(∆x)),

P uP∆u=O(∆t) +µMO(∆x).

Assim

lim

∆t→0 ∆x→0

P uP∆u= lim ∆t→0 ∆x→0

O(∆t) +µMO(∆x) = 0.

Portanto, o M´etodo de Euler Expl´ıcito ´e consistente com a equa¸c˜ao diferen-cial.

(33)

§ 2.3 M´etodos Num´ericos-Euler Impl´ıcito

2.3

etodo de Euler Impl´ıcito

A discretiza¸c˜ao de (2.1) foi realizada utilizando-se a seguinte aproxima¸c˜ao para aderivada de primeira ordem,

ux(xn, tm)≃

um n+1

2 −

um n−12

∆x ,

onde um n+1

2

=u(xn+1 2, tm).

Aplicando na parte espacial da equa¸c˜ao (2.1) e aproximando a derivada de primeira ordem no tempo por diferen¸cas regressivas no tempo obt´em-se,

Um+1

n −Unm

∆t −

µn+1 2(U

m+1

n+1 −Unm+1)−µn−12(U

m+1

n −Unm−+11 )

∆x2 =f

m+1

n , (2.17)

agrupando as parcelas calculadas no mesmo instante de tempo tem-se

∆x∆t2µn+1 2U

m+1

n+1 +

µ

1 + ∆t ∆x2

³

µn+1

2 +µn− 1 2

´¶

Unm+1 ∆t

∆x2µn−12U

m+1

n−1 =Unm+∆tfnm+1,

(2.18) onde µn+1

2 =µ(xn+

∆x

2 ), comn = 1,2, . . . , N −1 e m = 0,1, . . . , M −1.

O m´etodo descrito em (2.18) ´e chamado M´etodo de Euler Impl´ıcito.

No caso em queµ(x) for uma fun¸c˜ao constante, a express˜ao (2.18) resume-se a

−ωUnm+1+1+ (1 + 2ω)Unm+1−ωUnm−+11 =Unm+ ∆tfnm+1, (2.19)

onde ω =µxt2.

(34)

§ 2.3 M´etodos Num´ericos-Euler Impl´ıcito

a resolu¸c˜ao do seguinte sistema linear:

AUm+1 =Um+Cm+1+Fm+1, m= 0,1, . . . , M −1,

onde: A=       

1 + 2ω ω 0 . . . 0 0 ω 1 + 2ω ω . . . 0

... ...

0 . . . 0 ω 1 + 2ω

      

, Um =

         Um 1 Um 2 ... Um

N−2

Um N−1

         ,

Cm+1 =ω

        

U0m+1 0 ... 0 UNm+1

        

, Fm+1 = ∆t

        

f1m+1 fm+1

2

... fNm+12 fNm+11

         ,

A mol´ecula computacional do M´etodo de Euler Impl´ıcito ´e ilustrada na Figura (2.3).

x

t n,m+1 n−1,m+1 n+1,m+1 n,m

(35)

§ 2.3 M´etodos Num´ericos-Euler Impl´ıcito

seja, ´e necess´ario conhecer os valores Unm+11 , Um

n e Unm+1+1 para que a

aprox-ima¸c˜aoUm+1

n possa ser calculada, a constru¸c˜ao do M´etodo de Euler Impl´ıcito

pode ser encontrada em [3], [4], [5] e [8].

Condi¸c˜ao de Estabilidade do M´etodo de Euler Impl´ıcito

Considere o problema proposto em (2.1), com dom´ınio discretizado e o M´etodo de Euler Impl´ıcito descrito em (2.18). Considerando f(x, t) 0 e µM = max

0≤x≤L{µ(x)}, substitui-seu m

n por gmeinθ em (2.19), obtendo-se:

− ∆t

∆x2µMg

m+1ei(n+1)θ+

µ

1 + 2 ∆t ∆x2µM

gm+1einθ ∆t ∆x2µMg

m+1ei(n−1)θ =gmeinθ

− ∆t

∆x2µMgg

meinθe+

µ

1 + 2 ∆t ∆x2µM

ggmeinθ ∆t ∆x2µMgg

meinθe−iθ =gmeinθ,

e, portanto,

∆x∆t2µMge

+

µ

1 + 2 ∆t ∆x2µM

g ∆t

∆x2µMge−

= 1

Utilizando novamente a identidadeea+bi=ea(cos (b)+isin (b)), segue que

−2 ∆t

∆x2µMgcos (θ) +

µ

1 + 2 ∆t ∆x2µM

g =1 g

µ

2 ∆t

∆x2µM(1−cos (θ)) + 1

=1.

Aplicando a rela¸c˜ao trigonom´etrica cos(x) = 1 2 sin2¡x

2 ¢ na express˜ao acima, tem-se g µ 4 ∆t

∆x2µMsin 2 µ θ 2 ¶¶ = 1. Logo,

g = 1

(36)

§ 2.3 M´etodos Num´ericos-Euler Impl´ıcito

e segue que

|g|<1 θ.

Portanto, o M´etodo de Euler Impl´ıcito ´e incondicionalmente est´avel, ou seja, independentemente do tamanho do passo de integra¸c˜ao no tempo o M´etodo de Euler Impl´ıcito n˜ao amplifica os erros cometidos na aproxima¸c˜ao num´erica da solu¸c˜ao do equa¸c˜ao diferencial.

Consistˆencia do M´etodo de Euler Impl´ıcito

Suponha que u(x, t) seja uma fun¸c˜ao suficientemente suave, P u(x, t) a equa¸c˜ao diferencial e P∆u o M´etodo Euler impl´ıcito, com umn = u(xn, tm) e

µM = max

0≤x≤L{µ(x)}, ent˜ao

P∆u=

um

n −umn−1

∆t −µM um

n−1−2umn +umn+1

∆x2 . (2.20)

Substituindo um+1

n , umn−1 e umn+1 pelas suas expans˜oes em s´erie de Taylor na

equa¸c˜ao (2.20) tem-se

P∆u =

um

n −umn + ∆tut+O(∆t2)

∆t −µM

−∆xux+∆x

2

2 uxx+ ∆xux+ ∆x2

2 uxx+O(∆x 3)

∆x2

= ut+O(∆t)−µM(uxx +O(∆x)),

logo,

P∆u=ut−µMuxx+O(∆t) +O(∆x),

onde as derivadas s˜ao calculadas no ponto (xn, tm), ou seja, ut=ut(xn, tm).

Considerando a diferen¸ca entre P ue P∆u tem-se

(37)

§ 2.4 M´etodos Num´ericos - Crank-Nicolson

assim,

P uP∆u=O(∆t) +O(∆x),

segue que,

lim

∆t→0 ∆x→0

P uP∆u= lim ∆t→0 ∆x→0

O(∆t) +O(∆x) = 0.

Portanto, o M´etodo de Euler Impl´ıcito ´e consistente com a equa¸c˜ao diferencial parcial. Pelos resultados obtidos em (2.3) o M´etodo de Euler Impl´ıcito ´e convergente.

2.4

etodo de Crank-Nicolson

O M´etodo de Crank-Nicolson pode ser obtido tomando-se a m´edia entre os m´etodos de Euler Expl´ıcito e Impl´ıcito. Assim, pelas express˜oes em (2.14) e (2.17), o M´etodo de Crank-Nicolson ´e dado por:

Um+1

n −Unm

∆t =

µn+1 2

¡

Unm+1+1+Um

n+1−Unm+1−Unm

¢

2∆x2 +

fm+1

n

2

−µi− 1 2

¡

Um+1

n +Unm−Unm−1−Unm−+11

¢

2∆x2 +

fm n

2 ,

(2.21)

com µn+1

2 =µ(xn+

∆x

2 ), comn = 1,2, . . . , N −1 e m = 0,1, . . . , M −1,

ou ainda,

2∆x∆t2µn1 2U

m+1

n−1 +

µ

1 + ∆t 2∆x2

³

µn+1

2 +µn− 1 2

´¶

Unm+1 ∆t

2∆x2µn+12U

m+1

n+1 =

∆t

2∆x2µn−12U

m n−1+

µ

1 ∆t 2∆x2

³

µn+1

2 −µn− 1 2

´¶

Unm+ ∆t

2∆x2µn+12U

m

n+1+ ∆tf ,¯

(2.22)

onde ¯f = f

m+1

n +fnm

(38)

§ 2.4 M´etodos Num´ericos - Crank-Nicolson

Se µ(x) for um fun¸c˜ao constante constante ent˜ao a express˜ao (2.22) pode ser escrita como:

−ωUnm+11 + 2(1 +ω)Unm+1ωUnm+1+1 =ωUnm1+ 2(1ω)Unm+ωUnm+1+ ∆tf ,¯ (2.23) com ω =µ ∆t

∆x2, n = 1,2, . . . , N −1 e m= 0,1, . . . , M −1.

Note que, para obter a aproxima¸c˜ao da solu¸c˜ao no instantetm+1, ´e necess´aria

a resolu¸c˜ao do seguinte sistema linear:

AUm+1 =BUm+Cm+1+Fm, com m= 0,1, . . . , M −1.

onde, A=       

1 +ω ω

2 0 . . . 0

0 ω2 1 +ω ω2 . . . 0

... ...

0 . . . 0 ω2 1 +ω

      

, Um+1 =

        

U1m+1 U2m+1

... UNm+12 UNm+11

         , B =       

1ω ω2 0 . . . 0 0 ω2 1ω ω2 . . . 0

... ...

0 . . . 0 ω

2 1−ω

      

, Cm+1 =

ω 2          Um

0 +U0m+1

0 ... 0 Um

N +UNm+1

(39)

§ 2.4 M´etodos Num´ericos - Crank-Nicolson

e Fm =

∆t 2

        

fm

1 +f1m+1

fm

1 +f1m+1

... fm

N−2+fNm−+12

fm

N−1+fNm−+11

        

O m´etodo descrito em (2.22) ´e chamadoM´etodo de Crank-Nicolson, e sua m´olecula computacional ´e ilustrada na Figura (2.4).

x

t n,m+1

n−1,m+1 n+1,m+1

n+1,m n,m

n−1,m

Figura 2.4: Mol´ecula computacional do M´etodo de Crank-Nicolson. A Figura (2.4) ilustra a dependˆencia que a aproxima¸c˜ao obtida no ponto (xn, tm+1) em rela¸c˜ao aos pontos (xn−1, tm+1), (xn+1, tm+1), (xn−1, tm), (xn, tm)

e (xn+1, tm), ou seja, ´e necess´ario conhecer-se os valores Um1+1, Unm+1+1, Unm−1,

Um

n e Unm+1 para que a aproxima¸c˜ao Unm+1 possa ser calculada, a constru¸c˜ao

deste m´etodo num´erico ´e discutida em [3], [4], [5] e [8].

Condi¸c˜ao de Estabilidade do M´etodo de Crank-Nicolson

De maneira an´aloga a feita aos outros m´etodos faz-se a substitui¸c˜aoum n =

gmeinθ na express˜ao (2.23), adotandoω = ∆t

∆x2µM, onde µM = max

0≤x≤L{µ(x)},

(40)

§ 2.4 M´etodos Num´ericos - Crank-Nicolson

∆x∆t2µMg

m+1ei(n−1)θ+ 2

µ

1 + ∆t ∆x2µM

gm+1einθ ∆t ∆x2µMg

m+1ei(n+1)θ =

= ∆t ∆x2µMg

mei(n−1)θ+ 2

µ

1 ∆t ∆x2µM

gmeinθ+ ∆t ∆x2µMg

mei(n+1)θ.

Agrupando os termos semelhantes,

∆x∆t2µMggmeinθe−θ+ 2

µ

1 + ∆t ∆x2µM

ggmeinθ ∆t ∆x2µMgg

meinθe=

= ∆t ∆x2µMg

meinθe−iθ+ 2

µ

1 ∆t ∆x2µM

gmeinθ+ ∆t ∆x2µMg

meinθe.

Logo,

∆x∆t2µMg

¡

e−iθ+geiθ¢

+ 2

µ

1 + ∆t ∆x2µM

g = ∆t ∆x2µM

¡

e−iθ+eiθ¢

+ 2

µ

1 ∆t ∆x2µM

Lembrando que ea+bi =ea(cos (b) +isin (b)), tem-se

−2 ∆t

∆x2µMgcos (θ) + 2

µ

1 + ∆t ∆x2µM

g =2 ∆t

∆x2µMcos (θ) + 2

µ

1 ∆t ∆x2µM

g

µ

1 + ∆t

∆x2µM(1−cos (θ))

= ∆t

∆x2µM(cos (θ)−1) + 1

e utilizando a rela¸c˜ao trigonom´etrica cos (x)1 = 2 sin2¡x

2

¢

, tem-se

g

µ

1 + 2 ∆t

∆x2µMsin 2

µ

θ 2

¶¶

= 12 ∆t

∆x2µM sin 2 µ θ 2 ¶ , logo

g = 1−2

∆t

∆x2µMsin

θ

2

¢

1 + 2 ∆t

∆x2µMsin

θ

2

¢ <1, ∀ θ.

(41)

§ 2.4 M´etodos Num´ericos - Crank-Nicolson

Consistˆencia do M´etodo de Crank-Nicolson

Suponha que u(x, t) seja uma fun¸c˜ao suficientemente suave, P u(x, t) a equa¸c˜ao diferencial e P∆u o m´etodo de Crank-Nicolson, comumn =u(xn, tm)

e µM = max

0≤x≤L{µ(x)}, ent˜ao

P∆u=

um+1

n −umn

∆t −

µM

2∆x2

¡

um

n−1+umn+1−2(umn +unm+1) +umn−+11 +umn+1+1

¢

, (2.24) Note que, aplicando as expans˜oes de (2.5), obt´em-se

• u

m+1

n −umn

∆t =ut+O(∆t),

• u

m

n−1−2umn +umn+1

∆x2 =uxx+O(∆x 2),

• u

m

n−1−2umn +umn+1

∆x2 =u

+

xx+O(∆x2),

onde todas as derivadas s˜ao calculadas no ponto (xn, tm), ´unica exce¸c˜ao

feita a u+

xx que ´e calculada no ponto (xn, tm+ ∆t).

Substituindo as aproxima¸c˜oes na equa¸c˜ao (2.24) segue que

P∆u=ux+O(∆t)−µM

uxx+u+xx+O(∆x2)

2 .

Logo,

lim

∆t→0 ∆x→0

P uP∆u = lim ∆t→0 ∆x→0

µ

ut−µMuxx−ut+O(∆t) +µM

uxx+u+xx+O(∆x2)

2

=

lim

∆t→0 ∆x→0

P uP∆u = ut−µMuxx−ut+µM

uxx+uxx

2 = 0.

(42)

Cap´ıtulo 3

A T´

ecnica do Super-Passo

A T´ecnica do Super-Passo ´e uma forma simples e eficiente de se reciclar c´odigos expl´ıcitos, melhorando a sua performace computacional. A T´ecnica do Super-Passo ´e baseada nos M´etodos Runge-Kutta-Chebyshev, como pode ser visto em [28]. Assim como os M´etodos Runge-Kutta, a T´ecnica do Super-Passo ´e composta por N sub-passos (est´agios) e relaxa a restri¸c˜ao temporal imposta pela condi¸c˜ao de estabilidade do m´etodo num´erico expl´ıcito.

Neste Cap´ıtulo, a fim de tornar a compreens˜ao da t´ecnica a mais simples poss´ıvel, ´e apresentada a formula¸c˜ao da T´ecnica do Super-Passo aplicada ao M´etodo de Euler Expl´ıcito para um sistema de equa¸c˜oes diferenciais or-din´arias. O m´etodo aqui descrito poder ser aplicado em malhas estruturadas e n˜ao estruturadas na resolu¸c˜ao num´erica de equa¸c˜oes diferenciais parciais do tipo parab´olico lineares e n˜ao lineares para uma, duas ou trˆes dimens˜oes.

´

(43)

§ 3 Super-passo

Considere o sistema de equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias

  

dU

dt +AU(t) = 0, t >0 U(0) =U0,

(3.1)

onde A ´e uma matriz n×n sim´etrica definida positiva e U0 ´e um vetor em

ℜn dado.

O M´etodo de Euler Expl´ıcito para o sistema (3.1) pode ser escrito como

(

Um+1 = (I∆tA)Um, m= 0,1, . . .

U0 =U 0,

(3.2)

sendo ∆t > 0 o passo de integra¸c˜ao no tempo, I a matriz identidade de ordem n e Um ∈ ℜn um vetor que representa a aproxima¸c˜ao obtida pelo

m´etodo num´erico (3.2) para a solu¸c˜ao do sistema (3.1) no instante de tempo tm =m∆t.

O esquema num´erico em (3.2) ´e est´avel se

ρ(I∆tA)<1, (3.3)

sendo queρ(·) denota oraio espectral da matriz (I∆tA),λmax o seu maior

autovalor e λmin o menor. A condi¸c˜ao em (3.3) ´e satisfeita com a escolha

∆t <∆texpl =

2 λmax

. (3.4)

(44)

§ 3.1 M´etodos Num´ericos-Super-Passo

Um passo de integra¸c˜ao no tempo da T´ecnica do Super-Passo ∆T, con-siste de N sub-passos (est´agios) τi, com i = 1, . . . , N, ou seja, para cada

super-passo de integra¸c˜ao no tempo ∆T s˜ao calculados os N sub-passos.

Um+1,1 = (IAτ1)Um,

Um+1,2 = (IAτ2)Um+1,1,

...

Um+1 =Um+1,N = (IAτN)Um+1,N−1.

Substituindo recursivamente at´e um cicloj obt´em-se uma express˜ao para os primeiros j sub-passos,

Um+1,j =

j

Y

i=1

(I Aτi)Um, j = 1,2, . . . , N m= 0,1. . .

A demonstra¸c˜ao desta igualdade segue por indu¸c˜ao sobrej.

A T´ecnica do Super-Passo aplicada ao M´etodo de Euler Expl´ıcito comN sub-passos ´e dada por

Um+1 =

N

Y

i=1

(IAτi)Um, m = 0,1, . . . , (3.5)

ondeA´e uma matrizn×nsim´etrica definida positiva,I´e a matriz identidade de ordem n, N a quantidade de sub-passos, τi o i-´esimo sub-passo, que ser´a

explicitado na pr´oxima Se¸c˜ao, e Um representa aproxima¸c˜ao num´erica para

(45)

§ 3.1 M´etodos Num´ericos-Super-Passo

3.1

Condi¸

ao de Estabilidade

A T´ecnica do Super-Passo procura relaxar a restri¸c˜ao ao passo de inte-gra¸c˜ao no tempo imposta por (3.4), assim a condi¸c˜ao de estabilidade n˜ao ´e atendida ao final de todo o passo de integra¸c˜ao ∆t, mas apenas ao final de um ciclo de N passos no tempo. A condi¸c˜ao de estabilidade ´e imposta sobre o super-passo ∆T, enquanto tenta-se maximizar a soma ∆T =PN

i=1

τi.

Uma condi¸c˜ao suficiente para que a condi¸c˜ao de estabilidade do algoritmo (3.5) dada em (3.3) seja atendida ´e,

N

Y

i=1

|1λτi|<1, ∀λ∈[λmin, λmax], (3.6)

onde QN

i=1|

1λτi| ´e o fator de amplifica¸c˜ao do m´etodo e λmin e λmax s˜ao o

menor e maior autovalor da matriz A.

Existem v´arios valores de τi que satisfazem a condi¸c˜ao acima, mas o

objetivo ´e determinar τ′s tais que:

∆T =

N

X

i=1

τi seja o maior poss´ıvel.

Entretanto, o problema em (3.6) n˜ao ´e conveniente, pois a condi¸c˜ao de es-tabilidade possui uma desigualdade estrita. A condi¸c˜ao (3.6) ser´a substitu´ıda por

N

Y

i=1

|1λτi| ≤k, ∀λ∈[ǫ, λmax], (3.7)

onde ǫ(0, λmin] ek ∈(0,1), ambos fixos.

(46)

§ 3.1 M´etodos Num´ericos-Super-Passo

O problema de encontrar os valores “´otimos”para osτ′spode ser reescrito

como encontrar τ1, τ2, . . . , τN tais que

PN(λ) = N

Y

i=1

(1λτi) (3.8)

satisfa¸ca

|PN(λ)| ≤k, k <1 ∀λ∈[ǫ, λmax] (estabilidade),

¯ ¯ ¯ ¯

dPN

dλ (0)

¯ ¯ ¯ ¯=

N

X

i=1

τi, (valores ´otimos).

Considere o seguinte polinˆomio de grauN em λ,

QN(λ) =

TN

µ

λmax+ǫ−2λ

λmax−ǫ

TN

µ

λmax+ǫ

λmax−ǫ

¶ , (3.9)

onde ǫ(0, λmin] eλ ∈[ǫ, λmax].

O numerador ´e um Polinˆomio de Chebyshev de grauN definido no inter-valo [ǫ, λmax], e o denominador ´e uma constante.

Pelas propriedades dos Polinˆomios de Chebyshev, tem-se que,

¯ ¯ ¯ ¯

TN

µ

λmax+ǫ−2λ

λmax−ǫ

¶¯ ¯ ¯ ¯≤

1.

Assim, o polinˆomio em (3.9) ´e limitado por

k′ = 1

TN

µ

λmax+ǫ

λmax−ǫ

(47)

§ 3.1 M´etodos Num´ericos-Super-Passo

note que

λmax+ǫ

λmax−ǫ

>1,

e, pelas propriedades dos polinˆomios de Chebyshev, tem-se que

¯ ¯ ¯ ¯ TN µ

λmax+ǫ

λmax−ǫ

¶¯ ¯ ¯ ¯

>1,

onde ǫ(0, λmin] e 0< λmax.

Ent˜ao

|k′|<1.

As ra´ızes do polinˆomio QN(λ) s˜ao as mesmas do Polinˆomio de Chebyshev

TN

³

λmax+ǫ−2λ

λmax−ǫ

´

e s˜ao dadas por:

λi =

1 2

µ

(λmax+ǫ) cos

µ

2i1 N

π 2

+λmax+ǫ

, i= 1, . . . , N.

onde ǫ(0, λmin).

Voltando ao fator de amplifica¸c˜ao da T´ecnica do Super-Passo, que ´e dado pela fun¸c˜ao,

PN(λ) = N

Y

i=1

(1λτi). (3.10)

Procura-se determinar quais valores deτ′s satisfazem:

|PN(λ)| ≤k, ∀λ∈[ǫ, λmax], k <1, (3.11)

¯ ¯ ¯P ′ N(0) ¯ ¯ ¯= N X i=1

τi. (3.12)

Escolhe-se

τi =

1 λi

(48)

§ 3.1 M´etodos Num´ericos-Super-Passo

Ent˜ao, (3.10) pode ser escrito como,

PN(λ) = N

Y

i=1

µ

1λ 1 λi

, com i= 1, . . . N.

Assim, asN ra´ızes de (3.10) s˜ao dadas por λi, i= 1, . . . , N.

Logo, tˆem-se dois polinˆomios, PN e QN de grau N com as mesmas N

ra´ızes λi, e PN(0) =QN(0) = 1.

Portanto,

PN(λ)≡QN(λ), ∀λ∈(ǫ, λmax].

A condi¸c˜ao em (3.11) ´e garantida escolhendok =k′, ou seja,

|PN(λ)| ≡ |QN(λ)| ≤ |k′|<1, ∀λ∈(ǫ, λmax].

Pelos artigos [2], [1] e [18], sabe-se que o maior valor para a soma em (3.12) ´e obtido escolhendo,

τi =

1 λi

, com i= 1, . . . , N.

Os sub-passos de integra¸c˜ao no tempo τ′s s˜ao dados explicitamente por,

τi = 2

µ

(λmax+ǫ) cos

µ

2i1 N

π 2

+λmax+ǫ

¶−1

, i= 1, . . . , N,

que podem ser reescritos mais convenientemente como,

τi = ∆texpl

µ

(1 +ν) cos

µ

2i1 N

π 2

+ 1 +ν

¶−1

, i= 1, . . . , N, (3.13)

ondeν = λ ǫ

max, 0< ν <1, ∆texpl =

2

(49)

§ 3.1 M´etodos Num´ericos-Super-Passo

Note que seN = 1 e ν = 0 segue que τ1 = ∆texpl, ou seja, a T´ecnica do

Super-Passo realiza as mesmas aproxima¸c˜oes do M´etodo de Euler Expl´ıcito. Utilizando a condi¸c˜ao (3.12) e uma das formula¸c˜oes dos Polinˆomios de Chebyshev o tamanho do super-passo, ∆T, pode ser expresso explicitamente como,

∆T =

N

X

i=1

τi = ∆texpl

N 2√ν

µ

(1 +√ν)2N (1ν)2N

(1 +√ν)2N + (1ν)2N

, (3.14)

Assim,

∆T −−→

ν→0 N 2∆t

expl,

isso ´e,

∆T

∆texpl −−→ν→0

N2. (3.15)

A Tabela (3.1) apresenta os diferentes valores do super-passo de inte-gra¸c˜ao no tempo quando ν 0, e a aproxima¸c˜ao num´erica para N2 no

limite (3.15). Para se obter os resultados tabelados aplicou-se a (3.14) com 9 sub-passos, e o passo de integra¸c˜ao no tempo, determinado pela condi¸c˜ao de estabilidade do M´etodo de Euler Expl´ıcito ´e ∆texpl = 1.851852×10−6.

ν ∆T N2

10−1 2.635191×10−5 14.23

10−2 7.895230×10−5 42.63

10−3 1.356929×10−4 73.27

10−4 1.484056×10−4 80.13

10−5 1.498387×10−4 80.91

10−6 1.499839×10−4 80.99

Tabela 3.1: Aproxima¸c˜ao num´erica para o limite (3.15).

(50)

§ 3.3 Ordem

Note queN passos de um m´etodo expl´ıcito de comprimento ∆texplcalcula

aproxima¸c˜oes em um instante final N∆texpl, mas a T´ecnica do Super-Passo

com N sub-passos realiza aproxima¸c˜oes para um instante de tempo t = N2∆t

expl quando ν →0.

Assim a T´ecnica do Super-Passo cobre um intervaloN vezes maior com custo computacional adicional de calcular (3.13) no primeiro ciclo dos N sub-passos no tempo.

3.2

Consistˆ

encia

A T´ecnica do Super-Passo ser´a consistente se o m´etodo expl´ıcito a que ela for aplicada o for, pois a t´ecnica altera apenas o tamanho do passo no tempo.

3.3

Erro Cometido na Aproxima¸

ao pela T´

ecnica

do Super-Passo

Para analisar o erro cometido entre a aproxima¸c˜ao gerada pela T´ecnica do Super-Passo e a solu¸c˜ao anal´ıtica de um problema, para manter a sim-plicidade e clareza dos resultados obtidos considerou-se o problema modelo proposto em (3.1) comn= 1, ou seja, considerou-se o caso em que o sistema de equa¸c˜oes diferenciais ´e unidimensional. Assim o problema (3.1) possui como solu¸c˜ao u(t) = u0e−λt, o erro cometido na aproxima¸c˜ao pela T´ecnica

(51)

§ 3.3 Ordem

tempo ´e dado por:

¯ ¯e(k)

¯ ¯ ≡

¯

¯u(k∆T)−U(k) ¯ ¯= ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

e−λk∆T

N

Y

i=1

(1λτi)U(k−1)

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ = = ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

e−λ∆Te−λ(k−1)∆T

N

Y

i=1

(1λτi)U(k−1)

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ = = ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

e−λ∆Tu((k

−1)∆T)

N

Y

i=1

(1λτi)U(k−1)

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ .

Somando e subtraindo

N

Q

i=1

(1λτi)u((k−1)∆T) segue

¯ ¯ek

¯ ¯ ≡ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

e−λ∆Tu((k

−1)∆T)

N

Y

i=1

(1λτi)u((k−1)∆T)+

+

N

Y

i=1

(1λτi)u((k−1)∆T)− N

Y

i=1

(1λτi)U(k−1)

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ = = ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ "

e−λ∆T

N

Y

i=1

(1λτi)

#

u((k1)∆T)+

+ £

u((k1)∆T)U(k−1)¤

N

Y

i=1

(1λτi)

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ≤ ≤ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

e−λ∆T N

Y

i=1

(1λτi)

¯ ¯ ¯ ¯ ¯

|u((k1)∆T)|+

+ ¯

¯u((k−1)∆T)−U(k−1) ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ N Y i=1

(1λτi)

(52)

§ 3.3 Ordem

Portanto,

¯ ¯e(k)

¯ ¯≤ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

e−λ∆T

N

Y

i=1

(1λτi)

¯ ¯ ¯ ¯ ¯

|u((k1)∆T)|

¯u((k−1)∆T)−U(k−1) ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ N Y i=1

(1λτi)

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ (3.16) Observe que,

• |u((k1)∆T)|

¯u0e−λ(k−1)∆T ¯

¯≤ |u0|,

• ¯ ¯ ¯ ¯ N Q i=1

(1λτi)

¯ ¯ ¯

¯<1, condi¸c˜ao de estabilidade.

Substituindo em (3.16), tem-se

¯ ¯ek

¯ ¯≤ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

e−λ∆T

N

Y

i=1

(1λτi)

¯ ¯ ¯ ¯ ¯

|u0|+

¯ ¯ek−1

¯ ¯.

Note que o erro cometido no instante de tempotk pela T´ecnica do

Super-Passo ´e dado em fun¸c˜ao do erro cometido no instante de tempo anterior. Logo,

¯ ¯ek−1

¯ ¯≤ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

e−λ∆T

N

Y

i=1

(1λτi)

¯ ¯ ¯ ¯ ¯

|u0|+

¯ ¯ek−2

¯ ¯.

Aplicando recursivamente at´e o termo |e0|= 0 obt´em-se

¯ ¯ek

¯ ¯≤k

¯ ¯ ¯ ¯ ¯

e−λ∆T

N

Y

i=1

(1λτi)

¯ ¯ ¯ ¯ ¯

|u0|. (3.17)

A expans˜ao em s´erie de Taylore−λ∆T ´e dada por:

e−λ∆T = 1

−λ∆T +(λ∆T)

2

2 −

(λ∆T)3

6 +

(λ∆T)4

24 +O(∆T

5).

(53)

§ 3.3 Ordem

¯ ¯ek

¯ ¯≤k

λmax

2

à N X

i=1

τi2=1

!

|u0|. (3.18)

onde λmax = t2

expl.

A express˜ao (3.18) depende apenas de ∆texpl, assim o m´etodo ´e de ordem

(54)

Cap´ıtulo 4

Resultados Num´

ericos

O presente Cap´ıtulo apresenta as valida¸c˜oes por refinamento de malha e a compara¸c˜ao de performance dos m´etodos deEuler Expl´ıcito,Euler Impl´ıcitoe

Crank-Nicolson com o m´etodo resultante da conjun¸c˜ao daT´ecnica do Super-Passo ao M´etodo de Euler Expl´ıcito para a aproxima¸c˜ao num´erica da solu¸c˜ao da equa¸c˜ao do calor.

Os m´etodos foram implementados em linguagem de programa¸c˜ao FOR-TRAN 90 utilizando precis˜ao dupla. Para medir o tempo de processamento dos m´etodos num´ericos utilizados foi utilizada a subrotina impl´ıcita da lin-guagem FORTRAN 90 timef. (maiores detalhes sobre a linguagem FOR-TRAN podem ser encontradas em [6]).

4.1

An´

alise Num´

erica de Convergˆ

encia

Antes de analisar a convergˆencia dos m´etodos num´ericos ´e necess´ario de-screver qual ser´a a norma adotada e como a an´alise de convergˆencia num´erica ser´a realizada.

(55)

§ 4.1 An´alise de Convergˆencia

deste vetor ser´a dada por

kek = max

0≤i≤n{|ei|}. (4.1)

Considere a seguinte equa¸c˜ao diferencial parcial do tipo parab´olico junta-mente com as suas condi¸c˜oes de contorno e inicial

          

ut(x, t)−[µ(x)ux(x, t)]x =f(x, t),

u(x,0) =φ(x) x[0, L], u(0, t) =g(t) t[0, T], u(L, t) =h(t) t[0, T],

(4.2)

definida no dom´ınio Ω = [0, L]×[0, T], com µ(x)>0,x[0, L].

Dividiu-se o intervalo [0, L], da vari´avel espacial x, em N partes iguais de comprimento ∆x, obtendo os N + 1 pontos xi = i∆x, i = 0,1, . . . , N,

onde ∆x = L

N, particionando o intervalo [0, T] da vari´avel temporal t pelo

passo de integra¸c˜ao no tempo ∆t, que ´e determinado respeitando a condi¸c˜ao de estabilidade do m´etodo num´erico, obt´em-se a quantidade de passos no tempo M, ou seja, tem-se M + 1 pontos ti =i∆t,i= 0,1, . . . , M.

A solu¸c˜ao u(x, t) do problema (4.2) nos pontos do dom´ınio discretizado Ω∆t

∆x = {(xi, tj)∈Ω/xi =i∆x e tj =j∆t} ´e representada por u(xi, tj) =

ui,j e a aproxima¸c˜ao num´erica obtida por algum m´etodo num´erico ser´a

de-notada por Ui,j.

A aproxima¸c˜ao obtida por um m´etodo num´erico para aproximar a solu¸c˜ao do problema proposto em (4.2), possui um erro que ´e dado por ei,j =|ui,j−

Ui,j|, comi= 0,1, . . . , N ej = 0,1, . . . , M.

(56)

§ 4.1 An´alise de Convergˆencia

pode se escrever a expans˜ao assint´otica.

U(x, t,∆x) = u(x, t) +Eq(x, t)∆xq+Eq+1(x, t)∆xq+1+. . . , (4.3)

onde u(x, t) ´e a solu¸c˜ao exata, e com coeficientes funcionais Ei(x, t), i =

q, q+ 1, . . . independem de ∆x.

No problema apresentado na valida¸c˜ao e na compara¸c˜ao de performance dos m´etodos num´ericos, a solu¸c˜ao anal´ıtica u(x, t) ´e conhecida a priori. Para este problema, as expans˜oes deU(x, t,∆x) eU(x, t,∆x

2 ), para o mesmo ponto

(x, t), podem ser expressas como

U(x, t,∆t)u(x, t) +Eq(x, t)∆tq,

U(x, t,∆2t)u(x, t) +Eq(x, t)∆t

q

2q .

(4.4) Tais aproxima¸c˜oes permitem estimar a raz˜ao de convergˆencia do m´etodo num´erico

|U(x, t,∆t)u(x, t)|

¯

¯U(x, t,∆t

2 )−u(x, t)

¯ ¯

≈2q. (4.5)

A convergˆencia da raz˜ao em (4.5) para 2, 4, 8,. . . , significa que o m´etodo num´erico tem ordem q= 1,2,3, . . ., respectivamente.

A estimativa da raz˜ao de convergˆencia em (4.5) ser´a utilizada na valida¸c˜ao dos m´etodos num´ericos implementados.

A implementa¸c˜ao dos m´etodos num´ericos foi validada empregando a an´alise de convergˆencia explicada anteriormente, utilizando o seguinte problema modelo:

            

ut−[µ(x)ux]x =f(x, t),

u(x,0) = cos (πx), 0x 14; 0t 14, u(0, t) = cos (πt), u¡1

4, t

¢

= √2

2 cos (πt),

µx(x) =

1

2, µ(x) = x 2 + 1,

(57)

§ 4.1.2 An´alise de Convergˆencia

onde f(x, t) =ut−[µ(x)ux]x e u(x, t) = cos (πx) cos (πt).

4.1.1

etodo de Euler Expl´ıcito

O passo no tempo para o m´etodo de Euler Expl´ıcito foi ∆t = ∆3x2, note que esta escolha respeita a condi¸c˜ao de estabilidade do m´etodo, como visto em (2.2.1). Definiu-se ∆texpl = ∆x

2

3 como sendo delta t expl´ıcito.

As tabelas a seguir apresentam, Nx, NT as respectivas divis˜oes do

in-tervalo de defini¸c˜ao nas dire¸c˜oes x e t, o s´ımbolo ∆x representa o passo de integra¸c˜ao no espa¸co, ||e||o erro m´aximo cometido na aproxima¸c˜ao e raz˜ao a ordem do m´etodo num´erico ao quadrado.

Nx ∆x NT ||e||∞ Raz˜ao

25 1.00×10−2 8438 5.387633×10−6

50 5.00×10−3 33751 1.347009×10−6 3.999700

100 2.50×10−3 135000 3.368690×10−7 3.998613

200 1.25×10−3 540000 8.421701×10−8 4.000011

400 6.25×10−4 2160000 2.105431×10−8 3.999989

Tabela 4.1: Resultados num´ericos obtidos pelo M´etodo de Euler Expl´ıcito na aproxima¸c˜ao da solu¸c˜ao do problema (4.6).

A tabela acima mostra que quando o passo de integra¸c˜ao no espa¸co, ∆x, ´e dividido por dois o erro cometido na aproxima¸c˜ao diminui e a raz˜ao entre os erros tende a 4.

Assim, como foi utilizado ∆texpl = ∆x

2

3µmax, onde µmax = µ(1) = 1.5,

conclui-se que o M´etodo de Euler Expl´ıcito tem ordem 1.

4.1.2

etodo de Euler Impl´ıcito

Imagem

Figura 1.1: Propaga¸c˜ao do calor em uma barra.
Figura 2.1: Discretiza¸c˜ao do dom´ınio Ω.
Figura 2.2: Mol´ecula computacional do M´etodo de Euler Expl´ıcito.
Figura 2.3: Mol´ecula computacional do M´etodo de Euler Impl´ıcito.
+7

Referências

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