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Gestão democrática em escolas públicas no município de Apodi RN (um estudo de caso entre a teoria e a prática)

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Academic year: 2021

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

GESTÃO DEMOCRÁTICA EM ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE APODI-RN: um estudo de caso entre a teoria e prática

CARAUBAS - RN 2017

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PAULA PALOMA DA SILVA SOUSA

GESTÃO DEMOCRÁTICA EM ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE APODI-RN: um estudo de caso entre a teoria e prática

Artigo apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de graduada em Pedagogia.

Profª Orientadora: Ms. Rúbia Kátia Azevedo Montenegro.

CARAUBAS - RN 2017

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GESTÃO DEMOCRÁTICA EM ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE APODI-RN: um estudo de caso entre a teoria e prática

Paula Paloma da Silva Sousa1 Rúbia Kátia Azevedo Montenegro2

RESUMO

A cada tempo surge uma nova perspectiva pedagógica em prol das grandes transformações que pairam perante a sociedade, em que o sistema capitalista vem impondo que a pedagogia evolua com novos caracteres para atender uma sociedade cada vez mais organizada social, política e culturalmente. Foi com a preocupação de refletir sobre essa relação, que objetivou-se esta pesquisa em escolas públicas do Município de Apodi, nos quais os dados coletados serão analisados e relacionados com os teóricos em estudo e dispositivos teóricos como Lei de diretrizes e Bases (1996), Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), a Lei nº 10.576/95, Constituição do Estado do Rio Grande do Norte (2003), Parâmetro Curricular Nacional (2001). Para tal, propõe-se ainda uma pesquisa de campo, através de observações, questionamentos e entrevistas com os gestores e professores. O método a ser utilizado será em responder perguntas pré-definidas, entrevista sobre o cotidiano escolar com seus agentes envolvidos, como também pesquisa documental sobre o exercício da gestão democrática nas escolas. Através de observações desses questionários percebe-se que ao se tratar das questões fechadas, os membros escolares demarcam positivamente a gestão como democrática, já nas questões abertas, em que cada membro expões sua visão em relação a gestão e seu funcionamento, as contradições são claras e apresentam-se insatisfação com o trabalho em equipe. Chegando-se a conclusão de que a democracia e, consequentemente, a implantação da teoria na prática ainda são objetivos distantes de serem alcançados nessas instituições.

Palavras-chave: Gestão. Escola. Democracia. Teórico. Prático.

ABSTRACT

Each time a new pedagogical perspective emerges in favor of the great transformations that hover over society, in which capitalism imposes that pedagogy evolve with new characters to attend to a society increasingly organized socially, politically and culturally. It was with the concern to reflect on this relation, that this research was conducted in public schools of Apodi, in wich the data collected will be analyzed and related with theorists and theoretical devices such as the Law of guidelines and Bases (1996), Statute of the Child and Adolescent (1990), Law 10.576/95, State Constitution of Rio Grande do Norte (2003), National Curricular Parameter (2001). For this, a field research is also proposed, through observations, questionings and interviews with the managers and teachers. The method to be used will be to

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Graduanda em Pedagogia pela UFRN – loma_com_gat@hotmail.com

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Orientadora Mestre em Ciências da Educação, Especialista em Mídias na Educação e Psicopedagogia Institucional e Graduada em Letras – rubiakamontenegro@yahoo.com.br

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answer pre-defined questions, interview about school routine with the agents involved, as well as documentary research about the exercise of democratic management in schools. Through the observation of these questionnaires it is noticed that when it comes to closed questions, school members positively mark management as democratic, whereas in open questions, in wich each member exposes their point of view with regard to the management and its operation, the discrepancies and dissatisfaction with teamwork. Coming to the conclusion that democracy and, therefore, the implementation of theory in practice are still distant goals to achieve in these institutions.

Keywords: Management. School. Democracy. Theoretical. Practical.

1 INTRODUÇÃO

A Gestão Democrática da Escola Pública, desde a Constituição de 1988 e vigência da Nova LDB 9394/1996, vem sendo recorrente nos discurso dos educadores comprometidos com a construção de uma nova escola pública democrática, crítica e criativa. A cada tempo surge uma nova perspectiva pedagógica, vinculada as grandes transformações socioculturais e históricas, tornando o fenômeno educativo bem mais complexo, exigindo de todos os profissionais que trabalham com a prática educativa, um maior rigor na compreensão dos determinantes presentes no exercício da prática escolar. Com isso, a gestão escolar vem se configurando historicamente como desafios para educadores, acarretando controvérsias entre a teoria e a prática.

Foi com a preocupação de refletir sobre essa relação, a partir desses conceitos instigantes, percebíveis no decorrer do curso de Pedagogia nas teorias e vivencias nos estágios supervisionados, que objetivou-se com esta pesquisa em duas escolas públicas de Apodi-RN. Para realizar este trabalho de pesquisa “Gestão Democrática em escolas públicas no município de Apodi-RN: um estudo de caso entre a teoria e a prática”, propõe-se através de observações e questionamentos, com gestores e demais agentes envolvidos, de duas escolas públicas do município.

O método a ser utilizado será em responder perguntas pré-definidas, observações sobre o cotidiano escolar com seus agentes envolvidos, como também pesquisa documental sobre o exercício da gestão democrática na escola.

Os autores a serem enfocados nessa pesquisa de campo, Vitor Paro, com as obras “Administração Escolar: introdução crítica”, (1996), e “Gestão democrática da escola pública” (2002), Pablo Gentili “A Falsificação do Consenso” (1998), Wendel Freire (org.), “Gestão democrática: reflexões e práticas do/no cotidiano escolar” (2009), além dos

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instrumentos legais pesquisados, a saber: Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96, Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), Constituição do Estado do Rio Grande do Norte (2003), e Parâmetros Curriculares Nacionais para Educação Infantil (2001). Os autores supracitados apresentam argumentos de suma importância para o desempenho da gestão democrática nas instituições de ensino, relatando passos norteadores e os motivos dos fracassos nesse novo sistema de gestão, que para ser introduzido é limitado por inúmeros fatores que encaminham a ineficiência de um processo de efetivação na administração.

2 GESTAO DEMOCRATICA: desafios e possibilidades

Gentili (1998, p. 18) explicita a visão dúbia da reforma administrativa proposta pelo neoliberalismo, com o seguinte entendimento “na perspectiva neoliberal, a perniciosa penetração da política na esfera educacional produziu um contaminante efeito improdutivo que se constitui na causa fundamental dos males que assolam a escola”.

A real ideia desse sistema de ensino fica restrita apenas ao plano teórico se a participação dos envolvidos na prática não se desenvolve sem a integração coletiva e a falta de interesses dos indivíduos na busca pelo conhecimento. Segundo Paro (1996), o homem só se constrói como sujeito quando está ativo, criando uma ação e respondendo por ela, e essa ação só é possível se produzida coletivamente, pois o homem não a constrói só, sendo uma ação democrática. Ainda conforme Paro (2002, p. 11), a gestão democrática “significa (...) em conferir poder e condições concretas para que alcancem objetivos educacionais articulados com os interesses das camadas trabalhadoras”.

Fica claro assim, que a democratização da escola pública é um processo que envolve todos os elementos que constituem a unidade escolar. Não só no que respeita a intencionalidade dos gestores, mas também todos os que fazem parte do corpo escolar, como: pais, alunos, professores, orientadores, servidores técnicos administrativos e a comunidade em geral, imbuída num propósito de resgate da cidadania plena dos sujeitos envolvidos.

Diante das ideias de Paro (2002), a premissa básica do sucesso do sistema educacional é a participação efetiva da população dentro do espaço escolar, porém, essa não se dar de modo espontâneo, sendo antes um processo de construção da consciência coletiva, devendo manter as estruturas do Estado para a prática das instancias educacionais em conjunto com a comunidade.

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Para Gentili (1998, p. 45) “todo conceito de democracia está indissoluvelmente unidos a conflitos ideológicos, utopias e lutas políticas levadas a cabo entre os que defendem e disputam diferentes interpretações da mesma”. Para o autor supracitado a participação democrática dentro da escola não tem uma definição clara, pois as oposições de ideias, de conflitos é que define como deve ser empregado o modelo democrático.

Correlacionando os autores citados, chega-se a conclusão de que a democracia escolar não tem um único conceito, já que vários autores a definem de formas diversificadas. Devemos analisar que o princípio legal de democracia na escola não tem uma norma definidora, mas o que insere o sucesso institucional é a conscientização democrática da ação social perante a escola.

A forma de administração escolar democrática está atrelada a dinamização de atitudes, no qual os gestores devem desempenhar com o intuito de trabalhar coletivamente com os componentes escolares, cujas atitudes, ao mesmo tempo em que são de comandos, devem respeitar a eloquência de todo o conjunto.

Para Wendel Freire (2009), o tema gestão escolar foi objeto de ampla discussão desde a Constituinte de 1987, respaldada através da sociedade cível organizada e que repercutiu de forma mais consistente nos embates ocorridos durante a feitura da Constituição de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996. Aduz ainda “entre o que está posto em lei e os diversos cotidianos institucionais, a Democracia, que ganha as bocas por todos os cantos, não tem vencido batalhas suficientes para que as diferenças abismais diminuam” (FREIRE, 2009, p. 11).

Para Vitor Paro (2002), as instituições escolares da atualidade quase não permitem a participação da comunidade, esquecendo que a própria população mantém o aparelho estatal a partir da arrecadação de tributos, cuja, a contribuição tem a finalidade de atender aos interesses democráticos, por isso a integração coletiva deve ser o marco das decisões tomadas dentro do ambiente escolar. Ainda na visão de Paro (1996, p. 160):

Fica claro, portanto, que a Administração Escolar atual, pautada pelo autoritarismo em suas relações e pela ausência de participação dos diversos setores da escola e da comunidade em sua realização, não se coaduna com uma concepção de sociedade democrática a que se pretende chegar através da transformação social. Por isso, uma teoria e prática da Administração Escolar que se preocupe com a superação da atual ordem autoritária na sociedade precisa propor como horizonte a organização da escola em bases democráticas. E para a Administração Escolar ser verdadeiramente democrática é preciso que todos os que estão direta ou indiretamente

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envolvidos no processo escolar possam participar das decisões que dizem respeito à organização e funcionamento da escola.

Assim posto, os mecanismos empregados na gestão democrática são desempenhados a partir de uma política integrada entre o poder público, as escolas, em conjunto com a sociedade organizada, com o intuito de incrementar na realidade educacional uma diversificação para os obstáculos encontrados que entravam a dinâmica da atividade de ensino.

3 O TRIO GESTOR

Com a diversificação tecnológica o sistema educacional evolui em sua relação social, a escola passa ser o caminho para a inserção para o mercado de trabalho. A partir dessa nova visão educacional em que a escola foi inserida, os novos gestores direcionam a gestão escolar para a qualificação profissional com a intenção de colocar a escola em um panorama social coletivo, explorando os novos caminhos para o desenvolvimento humano na sociedade capitalista. Aduz Pablo Gentili:

As perspectivas neoliberais mantêm esta ênfase economicista: a educação serve para o desempenho no mercado e sua expansão potencializa o crescimento econômico. Neste sentido, ela se define como atividade de transmissão do estoque de conhecimento e saberes que qualificam para a ação individual competitiva na esfera econômica, basicamente, no mercado de trabalho. (GENTILI, 1998, p.104)

Essa chamada nova gestão na escola pública pode ser inserida na variedade das relações de pessoas para com a instituição, na utilização do espaço físico mais adequado, nas potencialidades dos recursos financeiros com intuito de uma organização de gestão integrada em uma reestruturação dos atos pedagógicos da administração gestionária, fazendo com que a condução do cargo seja avaliada como de importância ao desenvolvimento de alianças de estratégicas para o melhor funcionamento da escola.

Diante das argumentações expostas, a realidade do papel do gestor na atualidade, necessita de ter qualificação na área de gestão, atrelada a dinâmica de deliberar e liderar funções aos componentes que fazem parte de todo processo educacional, tendo assim, um conhecimento adequado, com habilidades e competências, com visão ampla de todo o

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processo pedagógico, trazendo para dentro do consenso escolar uma habilidade interior em coordenar, ser coordenado, adaptar ideias, reunir departamentos na integração coletiva de professores, equipe pedagógica, alunado e substancialmente comunidade com a cultura de que não há comunidade sem escola e nem vice-versa.

Assim, todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem receberão o mérito diante das vitórias e, inevitavelmente, alguns fracassos. Sobre essa questão Paro (2002, p. 24), tem a dizer:

Na verdade ter o diretor como responsável último por esse tipo de escola tem servido ao estado como um mecanismo perverso que coloca o diretor como “culpado primeiro” pela ineficiência e mau funcionamento da escola, bem como pela centralização das decisões que ai se dá. Isto leva o diretor de escola ser alvo dos ódios e acusações de pais, alunos, professores, funcionários e da opinião pública em geral, que se volta contra a pessoa do diretor e não contra a natureza de seu cargo, que é o que o tem levado a agir necessariamente contra os interesses da população.

Hoje em dia, o bom diretor ao mesmo tempo em que deve ser um administrador, deve seguir o princípio de empreendedorismo na dinamização da sua gestão dentro da escola, na superação de obstáculos, na capacitação pessoal, na implementação de funções pedagógicas e administrativas com a sabedoria em atender as normas vigentes da educação amparados nas diretrizes que regulam o sistema de ensino. E que a real funcionalidade de uma gestão administrativa da escola é para atender o interesse público, pois, no currículo de sua formação tem que existir uma formação de cidadania social com a essência de que o trabalho desempenhado, em muitos casos, supre a falta do meio familiar.

De acordo com Vitor Paro (2008) o gestor escolar tem de se conscientizar de que ele, sozinho, não pode administrar todos os problemas da escola. O caminho é a descentralização, isto é, o compartilhamento de responsabilidades com alunos, pais, professores e funcionários. Isso na maioria das vezes, decorre do fato de o gestor centralizar tudo, não compartilhar as responsabilidades com os diversos atores da comunidade escolar. Na prática, entretanto, o que se dá é a mera rotinização e burocratização das atividades no interior da escola, e que nada contribui para a busca de maior eficiência na realização de seu fim educativo.

Na gestão democrática, segundo Paro (2012), o diretor passa a assumir posição bastante contraditória, já que tem que exercer duas ordens de funções, em princípio inconciliáveis: como educador, ele precisa cuidar da busca dos objetivos educacionais da escola; como gerente e responsável último pela instituição escolar, tem de fazer cumprir as

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determinações emanadas dos órgãos superiores do sistema de ensino que, em grande parte, acabam por concorrer para a frustração de tais objetivos.

A função do coordenador, segundo Souza (2009), é mediadora. Ele é o profissional que deve ter acesso ao domínio das produções culturais gerais e específicas da educação, sobretudo as relativas ao ensino e à aprendizagem, apresentando-as aos professores, debatendo-as, questionando-as, com o intuito de transformar o modo como os professores pensam e agem sobre e com elas. Logo, a forma de funcionar dos professores, transforma-se por meio da intervenção do coordenador, em novos modos de funcionar, ampliados pela experiência mediada.

O gestor deve ser o elo entre todos os segmentos da escola, direcionando e discutindo ações que visem o coletivo, é considerado como um componente fundamental na instituição de ensino, pois ele contribui para eficácia do ensino, mantendo a escola dentro das normas do sistema educacional, valorizar a qualidade do ensino e a participação da comunidade, facilitar o trabalho da equipe e resolver problemas.

Supervisor no espaço da função que lhe é conferida esse profissional exerce um papel fundamental como articulador e mobilizador na orientação e desenvolvimento da aprendizagem pelos alunos frente as ações pedagógicas planejadas pelos docentes, a fim de possibilitar um ensino de qualidade.

Coordenador vem sensibilizar e informar a comunidade escolar sobre os projetos de ensino da escola; planejar, acompanhar e monitorar o desenvolvimento dos projetos de ensino junto aos professores; organizar e coordenar junto a equipe pedagógica e gestora estudos e formações continuada, na perspectiva de melhorias no ensino aprendizagem.

Se chegar ao ponto de dizer que a ação do gestor é a única culpa do fracasso escolar, sem olhar os obstáculos que o mesmo sofre para exercer essa função a qual não se tem uma formula pronta, e sim suposições de como pode vim a acontecer, já que essa nova gestão ainda é um processo em andamento, se excluirá todas as responsabilidades de todos os envolvidos nesse processo, o qual se sabe que o seu funcionamento e o desenvolvimento faz parte de ações coletivas.

Não esquecendo que o Estado tem a sua parcela de erros na construção desse desafio, pois a implementação de projetos meramente para atender o interesse político nas escolhas de gestores das instituições supervisoras não tem caráter técnico, e sim, pessoal. Para suprir essa ineficiência do poder público em omitir funções de caráter democrático e burocrático do aparelho Estatal devemos delegar a comunidade em geral a escolha de cargos em instituições

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de ensino ao mandamento democrático, o qual sabemos que já existe leis a esse favor, porém, poucos as cumprem.

4 A GESTÃO DEMOCRATICA EM ESCOLAS PUBLICAS DA EDUCAÇÃO INFATIL

4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS ESCOLAS

A Unidade de Ensino “A”, vinculada a rede Estadual, campo de realização da pesquisa, é localizada na cidade de Apodi, com escolaridade voltada para o Ensino infantil e Fundamental, distribuídas entre os turnos, matutino e vespertino. Atualmente acolhe 705 alunos. Fundada no ano de 1967. A equipe escolar é formada por 01 diretora, 01 vice-diretora, 02 coordenadoras, 06 supervisoras, 37 professores (sendo 03 estagiários), 01 mecanográfico, 01 secretário geral e os demais são auxiliares e secretários, vigias, serventes e merendeiras.

O espaço físico é amplo, porém, sem estrutura física para área de lazer, refeitórios (mesmo tendo escrito no Projeto Político Pedagógico, não foi notável), parquinhos, e principalmente a falta de acessibilidades. Contendo apenas 09 salas de aula, 04 banheiros, uma diretoria, 01 secretaria, 01 sala de vídeo, 01 sala de leitura, 01 depósito para merenda, 01 sala dos professores e uma minicozinha, não existindo estrutura física adequada para um ensino de qualidade para a comunidade.

O espaço físico limita-se devido a falta de higiene no local , pois dispõe de um amplo espaço o qual grande parte é coberto por lixo, sendo de folhas secas das plantas até mesmo lixo de materiais didáticos. Essa falta de atenção com a higiene atribuI-se aos professores, pois mesmo tendo-se presenciado vários alunos de diversas salas, jogarem lixo pela janela, em nenhum momento assistiu-se algum deles sendo chamando a atenção.

Ficando nítida a falta de conscientização por parte dos professores e dos alunos a preservarem o ambiente escolar limpo. Porém, o grupo de ASG, juntamente com a diretora (refere-se à diretora porque foi notado seu trabalho mais voltado para limpeza do que mesmo para gestão), faz diariamente a limpeza no interior da escola, na parte mais visível, sendo que aos arredores, onde seria uma ótima área de lazer para os alunos, fica esquecida.

A sala de aula é um espaço em que deve oferecer conforto, com móveis adequados, boa luminosidade e principalmente acessibilidade a todos. Mas não é o caso das salas observadas, pois não dispõem de nenhum desses itens, além de ter o piso esburacado, cadeiras

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e janelas quebradas, paredes sujas e com pouca ventilação. Sobre a decoração com cartazes ilustrativos, perguntei a alguns professores se já haviam feito algum, pois não havia nenhum. Eles disseram que sim, mas não passava do dia que fizera, já que os alunos dos demais turnos destruíam tudo. A esse tipo de atitude cabe a responsabilidade a gestão escolar em geral, tentar conscientizar os alunos e punir os que cometerem esse tipo de desrespeito com o trabalho dos colegas.

A Unidade de Ensino “B”, Instituição Municipal, é localizada na cidade de Apodi. Foi criada no ano de 1998, implantando a educação infantil, organizada em três etapas pré I, II e III (crianças de três aos cinco anos de idade),e o Ensino Fundamental completo. Vale ressaltar que a instituição ainda não adota o modelo de gestão eletiva, sendo realizado por indicação por parte da Prefeitura Municipal, ou seja, ainda perdura o modelo arcaico de indicação, em que muitos casos, isso acontece em virtude do chamado jogo de acomodação que é uma marca da política interiorana.

A escola possui um espaço físico pequeno, porém limpo e organizado, (apesar de haver um espaço ainda não construído), é de médio porte e funciona no turno matutino e vespertino. Possui 11 salas de aula, 05 banheiros, 01 cozinha, 01 pequeno auditório, 02 depósitos, 01 secretaria, 01 sala dos professores, apoio pedagógico e direção, com ausência de sala de leitura. Dispõe ainda, mesmo que muito pequenas, de áreas cobertas e descobertas para a prática de educação física e laboratório de informática, o último conta com 10 computadores, 03 impressoras, conexão a internet por banda larga, disponíveis para os alunos em geral. A acessibilidade não está presente em nenhum ambiente da escola.

Com relação as salas de aula, são todas bem ornamentadas, limpas e organizadas, mas a falta de espaço acarreta o pouco acontecimento de aulas dinâmicas e, conseqüentemente, a pouca movimentação do aluno. A escola também possui um anexo onde é ministrada a educação infantil com quatorze professores no turno matutino.

A organização administrativa é constituída por: 01 diretora, 01 vice-diretora, 02 coordenadoras, 04 supervisoras, 26professores e a equipe auxiliar de limpeza. Atualmente atende a 639 alunos. “O corpo docente é formado por profissionais graduados e com desempenho satisfatório, é visível o compromisso e a responsabilidade que alguns dedicam a escola e aos alunos, mas existem outros que deixam a desejar”, conforme o Projeto Político Pedagógico (PPP) da instituição “B”.

4.2 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO DA GESTÃO DEMOCRÁTICO NAS ESCOLAS

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Na unidade de ensino “A”, a partir de um estudo do Projeto Político Pedagógico (PPP) desta escola, que tem como tema: Aprender e Ensinar: desafios do nosso século, percebemos várias ideias, objetivos e metodologias que seriam excelentes se colocadas em prática. A oportunidade de participar do planejamento mensal, contribuiu para a percepção que não é bem assim que os fatos acontecem. Os professores juntamente com a gestão escolar se reúnem uma vez ao mês para discutirem assuntos da escola, como prestação de contas e metas futuras. Apenas nessa parte a diretora se pronunciou, e ao término desse assunto a mesma se despediu, ficando, assim, totalmente alheia ao planejamento.

Lembrando que em nenhum momento da reunião foram citados os objetivos do PPP da escola. A comunidade não participa das decisões, apenas são convocados para conversas sobre o comportamento dos alunos e o repasse de algumas decisões. Ainda no planejamento, a coordenação e supervisão questionaram aos professores sobre o que pensavam trabalhar aquele período e quais seriam seus objetivos, todos reclamaram o mesmo problema, que alunos até mesmo do 5º ano não sabem ler. Os professores sugeriram propostas como a retirada desses alunos periodicamente das salas atuais e colocar algum professor exclusivamente para alfabetizá-los.

A gestão prometeu avaliar o caso, não citou outras sugestões e deixou o problema para depois. A coordenação insiste perguntando aos professores sobre o que pesquisaram para os trabalhos futuros, apenas os professores estagiários se posicionaram e aceitaram opiniões da coordenação, pois os demais se acham preparados o suficiente para realizarem suas tarefas (percebíveis em meio aos diálogos entre si), dessa forma acabam se fechando para o novo conhecimento, o qual sabemos que o processo ensino/aprendizagem há muito tempo vem sofrendo mudanças e o docente precisa estar sempre atualizado para atuar de forma coerente e progressista, dentro de uma perspectiva pedagógica.

Apesar da qualificação profissional, sentimos que ainda há muita necessidade de melhoria na prática pedagógica, como mais dinamismo as aulas, mais coletividade, mais estímulo e motivação para que haja uma intrínseca relação entre teoria e prática e ascensão no processo de ensinar e aprendizagem. (Projeto Político Pedagógico da unidade A).

Enfim, perante esse planejamento ficou nítido que o PPP dessa escola não passa de um documento apenas escrito para ser mostrado aos superiores, que seus objetivos não estão sendo alcançado e que o princípio ético e do respeito ao bem comum não acontece em meio a

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tanta desordem, por iniciar a própria gestão, que não tem ou não utiliza a autonomia e formação escolar para exercer seu papel de professor/ organizador do processo ensino aprendizagem.

A Unidade de Ensino “B”, a comunidade da escola é carente, onde pais e mães trabalham na agricultura, raramente no comércio. O papel da escola na comunidade implica em assumir compromissos sociais, questões relacionadas com o processo, transmissão-assimilação e produção dos instrumentos que lhes permitam conquistar melhores conhecimentos. A comunidade não participa diretamente das tomadas de decisões da escola, comparecendo apenas quando são convocados para as reuniões.

Mesmo assim está escrito no Projeto Político Pedagógico da instituição: “O Projeto Político Pedagógico é sem dúvida uma forma democrática de cada escola organizar sua proposta de ensino-aprendizagem. É democrática porque as decisões são tomadas por todos que fazem parte do corpo escolar”. Portanto, mostra-se que este documento escolar não condiz com a realidade, já que o escrito não é colocado em prática.

A escola se relaciona bem com a comunidade. Há integração entre os sujeitos: alunos, professores, equipe pedagógica, pais e funcionários. Porém, no momento da realização do PPP e demais atividades, as opiniões da comunidade não são presentes. A esse respeito Vitor Paro (2002, p. 16), observa:

Por mais colegiada que seja a administração da unidade escolar, se ela não inclui a comunidade, corre o risco de construir apenas mais um arranjo entre os funcionários do Estado, para atender a interesses que, por isso mesmo, dificilmente coincidirão com os da população usuária.

Portanto, a construção do PPP não pode ser individual, deve ser feita coletivamente com interesses da comunidade, envolvendo os diversos atores na realização e tomadas de decisões. Deve-se também ser analisada a forma de provimento do cargo de diretor da escola, fortalecendo a idéia de exercício e da prática democrática.

5 ANALISES DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS A EQUIPE ADMINISTRATIVA E PEDAGOGICA DAS UNIDADES PESQUISADAS.

Antes de apresentarmos os resultados, é relevante enfocar que do total de 18 funcionários da administração escolar das instituições, apenas 06 se dispuseram a responder o questionário, os demais se fizeram indiferentes e/ou alegaram falta de tempo. Com a

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contribuição de mais 04 professores, finalizou-se no total de 10 profissionais. Vale ressaltar também que há algumas mudanças dos questionários que foram direcionados aos diretores e vices em relação aos demais profissionais, as quais serão destacadas e analisadas, quando necessário, em tabelas diferentes.

As questões serão apresentadas da seguinte maneira: as fechadas serão expostas em tabelas, e as abertas, apenas as que melhor implicam os conteúdos apropriados ao tema de pesquisa, serão analisadas e discutidas utilizando os aportes teóricos do primeiro capítulo como base de apoio.

Os depoimentos da instituição “A” serão destacados como Estadual, por a ele pertencer e, os da instituição “B” pelo Municipal, o qual faz parte.

Municipal – Diretor: Segundo a maioria dos teóricos, o gestor deve ser o elo entre todos os segmentos da escola.

Municipal – Vice-diretor: O gestor é considerado como um componente fundamental na instituição de ensino.

Estadual – Diretor: Manter a escola dentro das normas do sistema educacional, valorizar a qualidade do ensino e a participação da comunidade, facilitar o trabalho da equipe e resolver problemas.

Estadual – Vice-diretor: É promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos sócio-educacionais do sistema de ensino. Municipal - Supervisor 01: No espaço da função que lhe é conferida esse profissional exerce um papel fundamental como articulador e mobilizador na orientação e desenvolvimento da aprendizagem pelos alunos frente as ações pedagógicas planejadas pelos docentes, a fim de possibilitar um ensino de qualidade.

Estadual – Coordenador 01: Sensibilizar e informar a comunidade escolar sobre os projetos de ensino da escola; planejar, acompanhar e monitorar o desenvolvimento dos projetos de ensino junto aos professores; organizar e coordenar junto a equipe pedagógica e gestora estudos e formações continuada, na perspectiva de melhorias no ensino aprendizagem.

Municipal - Professor 01: Essas contribuições acontecem no decorrer do cumprimento das atividades da escola, como: planejamento, eventos, projetos.

Municipal – Professor 02: Na realidade, todos os profissionais contribuem para uma administração escolar em relação as questões sociais. Assim como nós profissionais (professores) contribuímos, ao selecionarmos conteúdos e veicular conceito e valores em nossas aulas, ao elegermos critérios de avaliação, bem como pela metodologia de trabalho que adotam e pelas situações didáticas que se propõem aos alunos.

Estadual – Professor 01: A contribuição do profissional da educação é engajar-se social e politicamente, percebendo as possibilidades de ação social e cultural na luta pela transformação social, tendo em vista uma educação igualitária e com qualidade para todos.

Estadual – Professor 02: Assim como qualquer professor, o professor de educação física pode e deve, além da atuação em sua área específica, estar constante e regularmente engajado nos processos característicos de sua instituição de ensino. Seja de caráter administrativo, seja de cunho

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pedagógico, este profissional não pode pretender o isolamento em seu contexto particular e nem deve se deixar isolar.

Observa-se que os profissionais tiveram clareza sobre suas funções, com exceção do Municipal - vice-diretor que respondeu de forma reduzida, que ao descrever, não se deteve em fundamentação prático-teórico, não mostrando clareza ao explicitar o seu entendimento. Resta saber se os argumentos desses profissionais são colocadas em prática ou são apenas teorias. Para isso, a questão de número 06 para coordenadores, supervisores e professores, e da 08 para diretores, indaga quais as dificuldades encontradas para a execução dessas teorias na prática, e o que fazem para superá-las. Respondidas da seguinte forma:

Municipal – Diretor: A maior dificuldade talvez seja a falta de entendimento e compromisso de alguns profissionais da educação, que muitas vezes “entravam” o bom funcionamento da unidade de ensino.

Municipal – Vice-diretor: A maior dificuldade é mobilizar toda a comunidade escolar para uma tomada de decisão. No entanto, a participação deve ser entendida como processo dinâmico e interativo que vai muito além da tomada de decisão, pois é caracterizado pelo inter-apoio na convivência do cotidiano da escola, na busca pelos seus agentes, da superação das dificuldades e limitações e do bom cumprimento da sua finalidade social. Estadual – Diretor: A complexidade em busca da compreensão. Procuramos discutir assuntos do cotidiano escolar ainda limitado pela prática pedagógica. Estadual – Vice-diretor: A falta de compromisso por parte de alguns profissionais e a jornada intensa de trabalho da maioria dos profissionais dificulta o trabalho, mas com compromisso e persistência conseguimos superar essas dificuldades.

Municipal - Supervisor 01: A desvalorização profissional em nossa ação supervisora é um dos desafios, isto porque na maioria das vezes não somos reconhecidos como mediador e parceiros na construção de um trabalho coletivo. Percebe-se a resistência por parte de alguns docentes em aceitar ideias mais coerentes para o melhoramento do fazer pedagógico, porém para a superação das dificuldades apresentadas busco a parceria, o diálogo, a troca de ideias, também é imprescindível e deve ser constante a formação continuada, pois vivemos num mundo onde as transformações são velozes e precisamos estar atenta as novas exigências deste mundo globalizado. Estadual – Coordenador 01: A falta de compromisso de alguns profissionais, a resistência ao planejamento e formação continuada e a jornada de trabalho de alguns profissionais, dificultam nossa prática. Mas é através da competência e compromisso e a seriedade da maioria dos nossos profissionais que superam estas dificuldades contribuindo para a eficácia da escola.

Municipal - Professor 01: (...) no que se refere a elaboração do calendário escolar; em relação a compra da merenda, mas ela é feita com orientação de nutricionista; e quando há reforma na escola, pois não há a participação de todos. O que estou fazendo para superar essas dificuldades? Sinceramente, pouca coisa, apenas diálogos em reuniões, visto que alguns materiais didáticos já foram comprados devido a essas conversas. Acredito que estamos caminhando para uma gestão mais democrática. Ainda não houve eleições para diretor na (...), mas já há leis aprovadas para acontecer as

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eleições de diretores nas escolas municipais de Apodi. E esse será o maior avanço na gestão democrática.

Municipal – Professor 02: A dificuldade maior é a ausência de pais na escola, porque uma escola só pode caminhar bem com a interação dos pais. Muitos alunos chegam à escola indisciplinados, com falta de concentração e até mesmo revoltados, e nós percebemos que estes alunos vem de uma família desestruturada. E para superar essas dificuldades, nós pedimos ajuda a direção junto com a coordenação para buscarmos um diálogo mais convincente a estes pais.

Estadual – Professor 01: A prática pedagógica está permeada por pressupostos teórico-metodológicos diversos onde o professor não sabe, às vezes, qual tendência pedagógica está inserido. Como docente, busco colocar em prática o que cada tendência trouxe de bom e positivo para o processo ensino-aprendizagem, ou seja, faço uma mesclagem buscando superar as dificuldades encontradas na difícil tarefa de educador.

Estadual – Professor 02: No que se concerne as teorias do meu campo de atuação (a E. F.), os estudiosos pregam que apesar da essência está no movimento, na cultura corporal, teoria e prática devem caminhar lado a lado, um dando suporte à outra. Nós da Ed. Física enfrentamos inúmeros obstáculos: o preconceito; e a falta de infra-estrutura nas escolas. Na tentativa de minimizá-los, a providência tem sido a adaptação dos espaços.

Ao interpretar estes depoimentos observa-se que as equipes gestoras de ambas as instituições não estão satisfeitas com o trabalho de alguns dos membros que fazem parte do trabalho colegiado, pois todos dizem que alguns profissionais dificultam o desenrolar do processo ensino-aprendizado. O Municipal-Supervisor 01, chega a culpar alguns professores, por não aceitarem o seu envolvimento neste processo e diz usar do diálogo para tentar uma aproximação e se atualizar profissionalmente para ficar atento as constantes mudanças do mundo globalizado.

E o Municipal – Professor 01 reclama que há tarefas na escola em que não se ouve a opinião de todos, mas assume também que pouco faz para modificar esse quadro. Respalda também que ainda não há eleições para diretores, mas que através de leis recentemente aprovadas encaminha-se para isso; Já o Municipal – Professor 01, culpa a ausência dos pais na instituição e diz pedir ajuda a gestão e supervisão para resolver alguns casos; O Estadual – Professor 01, diz que há profissionais que não conseguiram ainda por em prática a metodologia teórica, pois fazem confusão por quais correntes seguirem. E que o mesmo busca os pontos positivos dessas teorias para se qualificar profissionalmente; e o Estadual – Professor 02 enfatiza que a falta de infraestrutura é o seu maior obstáculo, e para superá-la tenta adapta-se em meio às precariedades.

Notifica-se assim que as respostas da questão anterior não passam de teorias devido a precariedade da infraestrutura e as controversas entre os envolvidos. As equipes da gestão administrativa parecem estar em confronto com as equipes pedagógicas, já que um culpa o

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outro por não aceitarem opiniões. Todavia, sabemos que no processo ensino aprendizagem essas equipes devem atuar em um trabalho coletivo, como cita Vitor Paro (2002, p.12):

Na medida em que se conseguir a participação de todos os setores da escola – educadores, alunos, pais e funcionários – nas decisões de seus objetivos e funcionamento, haverá melhores condições para pressionar os calões superiores a adotar a escola de autonomia e de recursos.

Há de se pensar, diante disso, como a gestão que ai está, encaminhar-se-á para a democrática, já que os envolvidos rejeitam o trabalho coletivo.

Prosseguida dessa questão vem a de número 07 para supervisores, coordenadores e professores, e a 09 para diretores e vices, a qual pretende analisar o conceito de gestão democrática para esses profissionais. Respondida da seguinte maneira:

Municipal – Diretor: A gestão democrática é a que permite a participação de toda a comunidade escolar (pais, alunos, funcionários...), de maneira em que as decisões tomadas sejam para o desenvolvimento da instituição.

Municipal – Vice-diretor: Gestão democrática é a atuação participativa e a presença de todos os envolvidos no corpo da comunidade escolar bem como o envolvimento dos que fazem parte, direta ou indiretamente, do processo educacional, no estabelecimento de objetivos e na solução de problemas como tomada de decisões, na proposição e implementação, no monitoramento de avaliação, de planos, de ação, visando os melhores resultados do processo educacional, é imprescindível para o sucesso da gestão escolar participativa.

Estadual – Diretor: É a forma de administrar uma instituição de maneira que possibilite a participação, transparência e democracia.

Estadual – Vice-diretor: É o caminho para a construção de uma escola pública de qualidade, que se constitui num prazo interminável, que possibilita o compartilhamento de responsabilidade com a instituição escolar em suas multidimensões.

Municipal - Supervisor 01: É uma gestão que busca a participação de toda a comunidade escolar nas tomadas de decisões e aplicações das mesmas para facilitar um bom funcionamento da instituição.

Estadual – Coordenador 01: Pressupõe a participação na execução das ações relativas ao projeto escolar, propiciando o compartilhamento de responsabilidades no processo de tomada de decisões entre todos os segmentos da escola.

Municipal - Professor 01: É quando todos os seguimentos da escola esta envolvidos para a melhoria do ensino-aprendizagem.

Municipal – professor 02: Gestão democrática é o trabalho coletivo, onde todos os membros da escola possam atuar juntos com a família e comunidade, expressando ideias e opiniões.

Estadual – Professor 01: Na gestão democrática a escola é vista como um espaço educativo, uma comunidade de aprendizagem construída por seus componentes.

Estadual – Professor 02: Para mim gestão democrática na escola, está associada ao estabelecimento de mecanismos legais e institucionais; a

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organizações de ações que resultem na participação coletiva; na elaboração de projetos de ensino; no planejamento; na tomada de decisões; na definição do uso dos recursos; na execução das deliberações coletivas, bem como nos momento de avaliação diversas.

Novamente verifica-se respostas muito favoráveis a gestão democráticas. Todos os profissionais responderam que o trabalho coletivo é o sentido maior de democracia. Fica a pergunta: Então, porque todos concordam com essa afirmativa, mas nem todos a seguem? Essa pergunta parte das respostas da questão anterior, já que a maioria dos questionados dizem ter profissionais que dificulta o andamento do trabalho coletivo. Dessa forma, fica claro que, entendem-se o que se almeja, mas quando parte para prática, a execução resume-se a teoria, ou seja, a prática não condiz com a teoria.

A próxima pergunta selecionada é a de número 08 para supervisores, coordenadores e professores, e a 10 para diretores e vices, a qual aborda se a instituição dispõe de profissionais capacitados para esse novo tipo de gestão. Eis a resposta:

Municipal – Diretor: Sim. Existem programas de formação para estes profissionais.

Municipal – Vice-diretor: Sim, pois na sua maioria os profissionais são habilitados nas suas respectivas áreas.

Estadual – Diretor: Sim, uma vez que contamos com um quadro de funcionários graduados e quase todos especialistas, que participam ativamente das capacitações e das decisões que são tomadas coletivamente no âmbito escolar.

Estadual – Vice-diretor: Sim, tem vários profissionais com a convicção e o compromisso para realizar um trabalho com eficácia.

Municipal - Supervisor 01: Sim. Os docentes na sua maioria são especialistas, e portanto, possuem um conhecimento teórico-prático para assumir em sua ação supervisora o papel de co-agente, mobilizador e articulador pedagógico.

Estadual – Coordenador 01: Sim a escola tem uma equipe de profissionais compromissados com uma educação de qualidade e valoriza a interação escola, família e comunidade.

Municipal - Professor 01: Acredito que a gestão está capacitada, mas, sabemos que temos sempre algo a melhorar e a aprender.

Municipal - Professor 02: Sim. Estadual – Professor 01: Sim.

Estadual – Professor 02: Sim. Todos (ou quase todos) são pós-graduados, inclusive na área de gestão. Se não se capacitaram foi por negligência. O que pode-se constatar nessa questão é que praticamente todos os profissionais deram sim como respostas, Porém o Estadual – Vice-diretor se contradiz quando após o sim, acrescenta “tem vários”. Dessa forma fica claro que, em sua opinião, nem todos estão preparados/ ou graduados. Através de observações, tivemos a oportunidade de constatar que

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nem todos os profissionais da instituição “A” (Estadual) são capacitados para exercerem o papel de educador. Ponto que pode ser revisto na página 21 deste trabalho. Diante disse, fica notório que os profissionais dessa unidade omitem a existência de funcionários desprovidos dos conhecimentos teórico-prático. O Municipal – professor 01acreditar que todos são capacitados, mas deixa claro também que há sempre a melhorar.

Para ter clareza da visão dos gestores sobre o que seja gestão escolar, lancemo-la como pergunta de número 05. As respostas seguem:

Municipal – Diretor: Diz respeito a administração de uma instituição escolar Municipal – Vice-diretor: Gestão escolar é a participação coletiva do corpo da escola. Onde a comunidade (professores, alunos, pais e direção) traça metas e objetivos comuns para termos uma educação de qualidade.

Estadual – Diretor: É as práticas realizadas para administrar a escola, manutenção do prédio limpo e organizado, manutenção das instalações, garantir a aprendizagem do aluno, selecionar os professores.

Estadual – Vice-diretor: A gestão escolar, para mim, se caracteriza um modo de ser e um modo de fazer que priorizem as ações articuladas com a participação de todos que estão inseridos no contexto escolar, visando garantir o avanço do processo ensino-aprendizagem.

Nota-se através das respostas, a diversidade e a complexidade em conceituar um modelo de gestão escolar, já que todos a descreve de maneiras antagônicas. Preleciona Paro (2002, p. 47):

A participação democrática da escola pública sofre também os efeitos dos condicionantes ideológicos aí presentes. Por condicionantes ideológicos imediatos da participação estamos entendendo todas as concepções e crenças sedimentadas historicamente na personalidade de cada pessoa e que movem suas práticas e comportamentos no relacionamento com os outros. Assim, se estamos interessados na participação da comunidade na escola, é preciso levar em conta a dimensão em que o modo de pensar e agir das pessoas que ai atuam facilita/incentiva ou dificulta/impede a participação dos usuários.

O que se pode constatar nesta questão é que a diversidade ideológica é uma premissa básica de democracia e que a forma de aproximação da sociedade com a escola pode facilitar ou bloquear o desenvolvimento do processo colegiado, ou seja, todo o conjunto de membros que compõem a gestão escolar está inserido num contexto ideológico distintos, no qual todos têm o direito de se posicionarem. Essas distinções de pensamentos, trazendo para o sentido social de democracia, é um dos pontos culminantes para uma política de ensino socialmente voltada para atender as camadas populares.

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Na questão 06 para diretores e vices, os mesmos tiveram que responder qual a sua função em relação aos demais agentes da instituição.

Municipal – Diretor: O gestor possui como principal função a liderança, ou seja, o gestor deve deliberar ações e funções e de maneira a que a instituição funcione de maneira eficaz.

Municipal – Vice-diretor: A sua maior função é dinamizar a escola, em busca de caminhos para motivar todos os envolvidos no processo educativo, realizando um trabalho coletivo, com metas claras e compartilhadas por todos.

Estadual – Diretor: Liderar a equipe conciliando o trabalho pedagógico com o administrativo.

Estadual – Vice-diretor: O gestor deve agir como líder, pensando no progresso de todos que fazem parte da instituição, desenvolvendo um potencial de trabalho em toda sua equipe, isto é, fazendo com que todos se sintam capazes de realizar, com eficácia todos os projetos da escola.

A liderança aparece nessas respostas como o ponto primordial na atuação dos gestores, e mais uma vez o trabalho coletivo aparece como um dos pontos positivos para o desenvolvimento das atividades didáticas. Com exceção do Estadual – Diretor que limitou-se ao responder, não deixando claro o seu entendimento em relação a sua função mediante aos demais agentes.

A próxima questão, a de número 09, foi direcionada a supervisores, coordenadores e professores.

TABELA 1 - Que conceito você daria a atual gestão?

Alternativas Total de respostas Percentual

Ótima 02 4%

Boa 04 6%

Regular - -

Ruim - -

Péssima - -

Fonte: Gestão administrativa e pedagógica das unidades pesquisadas.

Observa-se que nenhum dos questionados atribuem a gestão atual uma qualidade aquém da boa. Mas, apenas a minoria acredita estar perfeita.

A questão que segue é a 10 para supervisores, coordenadores e professores, e a 11 para diretores e vices.

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Alternativas Total de respostas Percentual

Sim 08 8%

Não - -

Sim (parcialmente) 02 2%

Fonte: Gestão administrativa e pedagógica das unidades pesquisadas.

A maioria deu resposta positiva, mas 02 responderam que a participação da comunidade ocorre de forma parcial. Para um aprofundamento nessa questão, foi perguntado de que forma ocorre essa participação.

Municipal – Diretor: Participando de eventos e reuniões promovidas pela escola. Essa participação nos dá respaldo para desenvolvermos projetos/ações que ajudarão na melhoria da unidade de ensino, seja no âmbito administrativo ou pedagógico.

Municipal – Vice-diretor: Opinando nas tomadas de decisões e propondo novas ações para a melhoria da nossa escola.

Estadual – Diretor: A escola conta com o Conselho Escolar e Fiscal e através de reuniões que são realizadas para informar e aprovar as ações que serão desenvolvidas com os recursos que chegam à escola, assim como na elaboração de planos e projetos visando a melhoria da aprendizagem e da escola.

Estadual – Vice-diretor: Na escolha dos representantes, na formação dos conselhos na construção do PPP, como também nas tomadas de decisões e na elaboração e execução de alguma ações.

Municipal - Supervisor 01: O gestor através de convocações envia convite a todos os envolvidos da comunidade, tanto escolares como do bairro, para decidir as prioridades que irão ser trabalhadas durante o ano letivo como também os eventos para que a entidade tenha um bom funcionamento nas atividades realizadas.

Estadual – Coordenador 01: Na construção do PPP, na escolha dos conselhos, nas tomadas de decisões de algumas ações.

Municipal - Professor 01: A comunidade participa ainda pouco, apenas em reuniões entre direção, professores. E contribuindo no desenvolvimento dos eventos promovidos pela escola.

Municipal - Professor 02: A comunidade participa de maneira direta e indireta nos apoiando nos eventos escolares, participa de cursos promovidos na escola e reuniões escolares.

Estadual – Professor 01: A comunidade participa no desenvolvimento da instituição escolar da qual faço parte por intermédio da escolha dos diretores com as eleições diretas; a representatividade do conselho nas tomadas de decisões e participação dos demais eventos realizados pela instituição escolar.

Estadual – Professor 02: Além do desenvolvimento de projetos em suas respectivas áreas de ensino (estou me referindo aos professores), discute-se sobre muito relacionado aos resultados, inclusive IDEB e possíveis modos de reversão; mesas redondas apoio pedagógico, equipe gestora, enfim. No entanto, um segmento por demais relevante, ainda está muito distante das decisões gerais da instituição: a família. Sem a participação efetiva desse

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segmento no seio das instituições escolares, a educação de um modo geral está “remando contra a maré”.

Percebe-se diante das respostas, as contradições entre membros da mesma instituição, ou seja, o Estadual – Diretor afirma a participação da comunidade na escola em reuniões e na elaboração de planos e projetos. O Estadual – Professor 01 também confirma. Já o Estadual – Vice-diretor diz que a comunidade participa das eleições para diretores e apenas na elaboração e execução de algumas ações. O mesmo diz o Estadual – Coordenador. E para finalizar, o Estadual – Professor 02 revela que a família ainda é um segmento distante das decisões na instituição. Contradições parecidas também ocorrem na instituição Municipal. O índice indicado na tabela mostrando dados positivos sobre a participação da comunidade na escola contradiz o que foi colocado nessa ultima questão, já que a maioria diz não acontecer a participação devida da comunidade na escola. Na verdade, os profissionais das escolas pesquisadas estão mais interessados em omitir os reais motivos das contradições entre os membros das instituições. E que o interesse político pode ser, um dos motivos, cujo, alguns desses indivíduos estão envolvidos em partidos com representação no cenário nacional, no qual esses agentes das escolas trabalham para atender o jogo político dos representantes locais.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa tem o intuito de construir saberes para enfrentar as dificuldades relacionadas a implantação teórico-prático de forma democrática nas instituições escolares. Sobretudo, deseja-se descobrir a legítima democracia, que se tentada na escola, oferece não apenas a opinião conjugal de todos os envolvidos para atender as necessidades estruturais da escola, mas também, o pedagógico e o relacional.

A partir dessa visão de democracia em conjunto com todo estudo realizado e posto estritamente no primeiro capítulo, almeja-se, encontrar possibilidades de uma reorganização estrutural na administração das instituições escolares, a qual venha a atender a todos em uma perspectiva democrática. Que através de um trabalho mais abrangente e coletivo, possa ser planejado e organizado, construindo a garantia de uma ação administrativa e pedagógica coerente no processo de ensinar e aprender.

As escolas em estudo mostraram-se com um mesmo grau de dificuldades e conflitos em relação à implantação teórico-prático, ou seja, no teórico (PPP), de fato, oferece objetivos

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e metas coerentes a esse novo tipo de gestão, já na prática, apresenta instabilidade financeira, pedagógicas, estruturais e, sobretudo acomodação em tentar buscar alguns instigante para melhorar a realidade vivenciada.

Os objetivos desta pesquisa foram alcançados, porém, não da forma desejada, já que se notou a falta de coerência entre a teoria e a prática, e que a democracia não acontece em meio a tantas limitações. Essa observação parece não ser verídica quando se observa o questionário, que ao se tratar das questões fechadas, os membros escolares demarcam positivamente a gestão como democrática, já nas questões abertas, em que cada membro expões sua visão em relação a gestão e seu funcionamento, as contradições são claras e apresentam-se insatisfação com o trabalho em equipe.

Perante toda essa pesquisa, constatou-se que os membros escolares encontram-se desnorteados dessa nova gestão escolar democrática, que ainda não encontraram caminhos certos a percorrer. Porém, não se quer aqui dizer que as instituições estejam fechadas a instauração desse novo sistema, apenas confusas em determinadas ações. Chegando-se a conclusão de que a democracia e conseqüentemente a implantação da teoria na prática ainda são objetivos distantes de serem alcançados nessas instituições.

A importância deste trabalho de pesquisa educacional tem um papel decisivo na contribuição da reflexão e estudo da melhoria de uma política de ensino, partindo da afirmativa de que o problema social e político da educação estão implantados na prática educativa.

Segundo Paro (1996, p. 103), “a questão da educação enquanto fator de transformação social inscreve-se no contexto mais amplo do problema das relações entre educação e política”. O que pretende-se revelar é que os diversos projetos teóricos nos revelam um caráter de eficácia, ou seja, norteiam a educação de forma eficiente, mas os modelos como esses elementos são impostos ocasionam ainda mais fracasso na administração pública de ensino.

REFERENCIAS

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. _______. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.

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_______. Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul. Gestão Democrática do Ensino Público. Caderno nº 5: o desafio da construção do Regimento Escolar. Rio Grande do Sul, 30p.

_______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.

FREIRE, Wendel (org.). Gestão Democrática: reflexões e práticas do/no cotidiano escolar. . Rio de Janeiro: Wak, 2009.

GENTILI, Pablo. A falsificação do consenso: simulacro e imposição na reforma educacional do neoliberalismo. Petrópolis. RJ: Vozes, 1998.

PARO, V. H. Gestão democrática da escola pública. 3 ed. São Paulo: Ática, 2002. __________. Administração Escolar: Introdução crítica. 7 ed. São Paulo: Cortez, 1996.

Referências

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