“fiízãí
~ ('17UNIVERSIDADE
FEDEIÊAL
DE SANTA
CATARINA
-CENTRO
DE
CIENCIAS
AGRARIAS
~
coM;>osIÇÃo
QUÍMICA
E
ANÁLISES
Flslco-QUIMICAS
Do
vmo
\ Í )ii..-
.'E
i_O
“$-tfi
› -É--'_'‹O ¬ ¿*_--ro
Lig
.Cí-z
1EO
R
252 N.Ch2m-R
252Autor: Mantovani, Marcelo
Título: Composição química e análises
fi
EXJ
BSCCA
Ex.l UFSC BSCCA 2336l0I Ac. 183006A,-.`__.v 'Ç' ._ A. . .
_
' _MARCELO
MANTOVANI
àrço
de 2002.
z 3 ' i 1 'I'
n
UNIVERSIDADE
EEDEEAL DE
SANTA
CATARINA
CENTRO DE
CIENCIAS
AGRÁRIAs~
A: I I
COMI)OSIÇAO
QUIMICA
E
ANALISES
FISICO-QUIMICAS
DO
VINHO
MARCELO MANTOVANI
Trabalho apresentado
ao Curso
de
Agronomia,
da
Universidade
Federalde
Santa
Catarina,como
requisito parcialà obtenção
do
títulode
Engenheiro
Agrônomo.
Orientador: Prof. Dr.
Aparecido
L.
da
Silva
Supervisor: Dr.
Luiz Antenor Rizzon
1
-
ldentificaçãodo
estagiário:Acadêmico:
Marcelo
Mantovani
Curso:
Agronomia/Universidade
Federalde
Santa Catarina Matricula: 9718626-O
2
-
Identificaçãodo
Orientador: Prof. Dr.Aparecido
Lima
da
SilvaProfessor
do
Departamento
de
Fitotecniada
Universidade
Federalde
Santa
Catarina3
-
Identificaçãodo
Supervisor
Eng.
Agrônomo
Dr.Luiz
Antenor Rizzon
Pesquisador
do
Centro
Nacional
de
Pesquisa
Uva
eVinho
-EMBRAPA
4
-
Local
de Realização
do
EstágioEmpresa
-Brasileirade
Pesquisa Agropecuária
-EMBRAPA
Centro Nacional de Pesquisa
Uva
eVinho
-CNPUV
5-
Período de
Estágio20/01 a
21/02/2001.6
-
Comissão Examinadora
.flzçilaca
Prof.
.A
rcid
`adaSilva
.. V/ / .Í IÍ.
Prof. r.
M
rceloMaraschin
AGRADECIMENTOS
Em
primeiro lugar aDeus,
pelodom
da
vida,da
felicidadee
do
amor.
Ao meu
pai,João
Mantovani
ea
minha
mãe,
CelestinaMantovani
e aosmeus
demais
familiares,
por todo o
esforço,companheirismo
eo fundamental apoio
durante esses anos.Ao
meu
orientador, Prof.Aparecido
Lima
da
Silva, peloapoio
eempenho
duranteo
estágio.
Ao
Prof.Marcelo
Maraschin
ea
mestranda
Renata
dos Passos Maraschin,
pela avaliação feita e pelaamizade
durante osanos
de
convivência.Aos
funcionáriosda
EMBRAPA
-Empresa
Brasileirade Pesquisa Agropecuária,
CNPUV
-Centro Nacional
de
Pesquisa
Uva
eVinho,
em
especialao Eng.
Agr. Dr.Luiz
Antenor Rizzon,
eao
Dr. Alberto Miele, pela supervisão,amizade, ensinamentos e
experiência passada.
As
técnicasde
laboratório,Nilda
Maria
Gatto,Magda
BeatrisGatto
Salvador
eVânia Ambrosi
Sganzerla, pelosensinamentos,
experiência eamizade.
A
todos
colegas eamigos
por sua
amizade
incondicional.Aos
professoresMauricio Sedrez dos Reis
eRubens
Onofre Nodari
peloapoio e
amizade
nos
momentos
de
decisão profissional.A
Aline, pelacompanhia
eapoio nos
momentos
de
engrandecimento
pessoal.E
aos deuses
Bacco
e Dionísio pela alegriade
nos
oferecer esse líquido precioso. E, principalmenteque
estenunca
falte.A
Que
sirvanão
apenas
como
bebida,mas
como
alimento
e enriqueçao
espirito,também
agindo
como
fator cultural,humanizando
e
enriquecendo a
vida, distinguindoo
homem
ÍNDICE
IDENTIFICAÇÃO
....JH
AGRADECIMENTOS
... ..1V ÍINDICE.
... ... ..V
LISTA
DE
TABELAs
... _. _ _ ... ..V1111-
APRESENTA
ÇÃO... ... ... ..1
11
-1NTR0DUçA0
... ..2
111-
CAPÍTULO
1.-compasiçââ
Qzzínziczzdo
Vinho.
... ... ...3
1.-
COMPOSTOS
VOLÁTEIS
DO
VINHO
... ..1.1.- Compostos voláteis e aromáticos dos vinhos
1.2.- Çaracterísticas do aroma e do "bouquet" ... _.
1.3.-
AGUA
... ... _.1.4.-
ÁLcoo1s
... ... ..1.4.1.-Etanol - (Álcool etílico) ...
1.4.2.- Metanol - (Álcool metílico ou carbinol)
... _.
1.5.-
ALCOOIS
SUPERIORES
... ._1.5.1. Principais álcoois encontrados ... ... ._
1.5.1.1 -1-Propanol ... _.
1.5_1.2.-
2-mem
1-pmpaml
- (Á1¢‹×›1 isobuúiico) ... ..1.5.1.3. -
2-mem
1-bzúznol - (Á1‹z‹×›1 amílicú aúvo) ... _._ .... _. 10
1.5.1.4. - 3-metil 1-bntanol - (Alcool isoamílico) .... _.
_ .... -.l1
1.5.1.5.- 2-fenil etanol . . . _ _ . . _ _ _ _ . . _ . _ . . . _ _ _ _ _ _ _ _ _ . . _ _ _ . . _ _ . _ _ . _ _ . . _ . . . ..11
1.5.1.6. - 1 - hexanol _ . . . _ . _ . . . _ _ . . . . _ . . . . _ _ _ . . . _ . . _ _ . _ . _ _ _ . _ . _ . . _ _ _ . . . _ . . . _ . _ . . ..l1
1.5.1.7. - 1-butanol ... _ .... __11
1.5.1.8. - 2-butanol ... ...;...12
1.5.2.- Fatores que interferem na formação de álcoois superiores dos vinhos ... _. 12
1.5.2.1. Temperaturanafermentação ... ... ..l2
1.5.2.2. Aeração ... ._
1.5.2.3. Linhagem de levedura ...
1.5.3-- Biossíntese dos álcoois secundários... ... ... _.
‹ -1 1.5.4.- Panicipação das
sensações gustafivas dos álcoois superiores ... ..
1.ó.-
ÁLcoo1s
TER1>ÊN1cos
... ._1.6.1.- Concentração nos vinhos ... ._
1.6.2.- hnportância organoléptica .... ... _.
1.6.3.- Nível de percepção ... __
1.6.4. -Linalol - (3,7-dimetil 1,6-octadieno, 3-ol) ...
. .... ..15
1.6.5. - Nerol - Ciual - (cis-3,7 dimetil, 2,6 octadieno, 1-ol)
_ .... ._16
1.6.6. - Geraniol - (tras-3,7dimetiL 2,6-octadieno, 1-ol) ...
_. _ .... _. 16
1.6.7. - oc-terpeniol ... _. . .... ._16
1.6.8.- Evolução dos álcoois terpênicos na maturação da uva__..._.... _ .... ._ 16
1.6.9. - Teor de álcoois terpênicos nos vinhos ...
... _. 16
1.7.-1>oL1ÁLcoo1s ... ... ..17
E
1.7.1. - G1icero1(1,2,3,propanetriol) ..._ ____ __17
1.7.1.1.-
A
fermentação lática do glicerol ou _ .... ..181.7.2 _ - 2,3-butanodiol - (butilenglicol) ... _.19 1.7.3.- Arabitol - (1,2,3,4,5 - pentanepentol) ... ..19 1.7.4.- Manitol ... ._ .... _. 19 1.7.5.- Sorbitol ... ... _. .... ..20 1.7.6.- Mesoinositol - (lnositol) ... ._ . ____ ..20 1.7.7. - Eritritol - (Acetil-metil-carbinol) ... ._ .... ..21 1.7.8.- Acetoína - (Acetil-metil-carbitol) ... ..21 . . . . .I . O O. O . . . O . . :: ~ ": .. - ' ' . . ° 222 -
g
II. -. 0 . .. . ..._. OO×oG\u|u|u|-I=-¢~wb~I L-š--L-L-L-.«1-¡-L- u-4›-¡›-uoàwww1.7.9. - Diacetil
... ..
1.8.
-ALDEÍDO
...1.8.1. - Aldeído acético - (acetaldeído) - etanal ... ..
1.8.2.- Hidroximeti1furfural... ... ..
1.9.-Ésrgpfis ...
1.9.1.-Esteres acetatos ...
1.9.1.1.- Acetato de etila - C.,I-1802 ... _.
1.9.2.- Ésteres etílicos ... ..
1.9.2.1. - Acctzl ... _.
1.10. -Ac11:›Os ...
1.10.1. Ac-idos voláteis . . . . . . . . . ..
l.10.l.1.-Acido acético ... ..
1.1o.1.2.- Ácido
fómúco
...l.l0.l.3.- Ácido propiônico... ... _.
l.10.1.4.- Ácido butirico ... ..
1.10.1.5.- Acido lático ...
1.1o.1.ó.- Ácido icowdéúco
_
3-
mcúi buúúco1.l0.l.7.¡ Acido isobutírico ...
l.l0.2.- Acidos graxos livres ...
1.1o.2.1.- Ácido hcxzmóico - Ácido czpróâcc ... ._
2.
COMPOSTOS
1‹¬1;<OsDO
VINHO
... ..2.1.-
Ácmos
oRoÁN1cos
... .. . . . . . . ..312.1.1.- Ácido
L
(+) tanâúco - (Ácido 2,3 di-1údfó›ddo succíoico) ... .. 31 33 2.1.1.-Ácido málico ... .. 2.1.3.- Acido cínico ... 2.1.4.- Ácido succízúco ... .. 2.1.5.- Ácido citramálico ... 2.1.6.- Acido dimetil glicérico ... 2.1.7.- Ácido ascórbico - (E 300, vâfzzzzúozz c)_ ... .. 2.1.8.- Ácido galacturonico - CSI-11007 ... .. 2.1.9.- g1ÍClIl'0UÍCO - c§H10O7 2.1.10.- Acido glicônioo - C6H¡zO7 .... ... .. 2.1.11.- Ácido mucico -,C5H1oOg... ... _. 2.2.-COMPOSTOS
FENOLICOS
2.2.1.- Ácidos fenólicos ... 2.2.l.1.- Ácidos benzóicos ... ._ 2.2.l.2.- Acidos cinâmicos ... .. 2.3.- Flavonóides ... .. 2.4.- Antocianas .... ... .. 2.6.-COR
... .. 2.7.- Importância dos Compostos Fenólicos na SaúdeHumam
... .. ...26 ... ..27 ... .. ...29 ... _. ...29 ...29 ... ..30 ... ..30 ...30 ... ..3l oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo oo :...3ó 22 22 22 ... ..22 23 24 24 26 27 ...28 28 31 34 ... ..36 36 36 36 36 37 37 37 40 40 40 41 41 45 47 3. -MINERAIS
... ..49
3.1. -Potássio -K... ... .. 3.2. -Sódio-Na... ... .. 3.3.- Cálcio-Ca
... 3.4. -Magnésio-Mg
3.5. -Manganês-Mn
... .. 3.6. -Ferro -Fe ... .. 3.7.- Cobre - Cu... 3.8. - Zinco -Zn
.... ... _. 3.9.-Lífio-Li
... _. 3.10. -Rnbidio -Rb
.... .. 3.11. -Chumbo
- 3.12.-Cádmio-Cd
... .. 3.13.-Cromoeniqnel-
CreNi
.... 3.14. -Arsénio-As
... 3.15.-Mercúrio-Hg ... .. 3.16. -Alumínio-A1 ... .. 50 50 50 51 51 51 52 53 54 54 54 55 55 55 55 56IV
-CAPÍTULO
2:Análises
químico-flsicas
dos vinhos catarinenses
... ..5
7
1. _
INTRODUÇÃO
... .; ... ..sv
2.
-MATERIAIS
E
MÉTODOS
.... ... ... .ss
3. -
RESULTADOS
E D1scUssõEs
... ..as
4. . . .... 71
V.
BIBLIOGRAFIA
CONSUL
TADA.
... ..73
ANEXOS.
... ... ... ... ... ..81LISTA
DE TABELA
Tabela l: Teores de metanol e álcoois superiores nos vinhos brancos e tintos ... ..
Tabela 2: Quantidade
média
dos principais álcoois superiores nos vinhos eo
referenteprecursor. ... ..
Tabela 3: Índices referentes ao l-propanol,
com
separação feita porcromatógrafia
a
gás ... ..Tabela 4: Índices referentes
ao
l-butanol,com
separação feita porcromatógrafia a
gás ... ..Tabela 5: Nível de percepção dos álcoois terpênicos
no
vinho ... ..Tabela 6:
Teor
de álcoois monoterpênicosem
vinhos brancos ... ..Tabela 7:
Teor
de acetato de etila de alguns vinhos,com
separação feita por cromatógrafiaa
gás. ... _.
Tabela 8: Influência
do
período de envelhecimentodo
vinhoda
variedadeCabemet
Sauvignon,
no
teor de acetato de etila. ... ._Tabela 9:
Teor de
ácidos voláteis observadosem
138 vinhos brancos e46
tintos alemães. ... ._Tabela 10: Principais tipos de
compostos
fenólicos presentesem
vinhosde
mesa
jovem. ... ..Tabela ll:
Compostos
fenólicos presentesna uva
eno
vinho ... ..Tabela 12:
Mecanismos
biológicos complementaresque
diminuem
o
risco de doenças cardiovasculares, devidoao
consumo
de
vinho. ... ._Tabela 13 - Principais fenóis identificados
em
Viris vimďra. .....
Tabela l4.Percentagem de álcool
em
relação densidadeda
solução hidroalcoólicaa 20°C
... ..Tabela 15. Tabela de
Ackermann
parao
cálculodo
extrato seco (gll),em
vinhos secos ... ..Tabela 16:
Dados da
análise dos vinhos brancoda
região Oeste de Santa Catarina, Fevereiro/2001,CNPUV-EMBRAPA-RS
... ..Tabela 17:
Dados da
análise dos vinhos tintoda
região Oeste de Santa Catarina,Fevereiro/2001,CNPUV-EMBRAPA-RS
... ..I -
APRESENTAÇÃO
Este
trabalho resultado
estágio curricularda
9' fasedo
cursode Agronomia,
do
Centro de
Ciências Agrárias -Universidade
Federalde Santa
Catarina, realizadono
periodo
de
20
janeiro a22
fevereirode 2001,
no
Centro Nacional de
Uva
eVinho
-EMBRAPA,
nos
laboratóriosde Enoquimica
e Instrumentação,no
municípiode
Bento
Gonçalves
-RS.
Durante
o
estágio,conseguimos
colocarem
práticauma
vivência pré-profissionalonde
foram enfocadas
acomposição
química
do
vinho
e a sua importância para a análise eavaliação enológica; as análises
de
vinhosnos
aspectosde
avaliação,quantificação
e classificaçãode
vinhosproduzidos na
regiãoda
SerraGaúcha;
e análises fisico-químicasnos
mostos
da
safra 2001,bem como
as análises feitasem
vinhosdo
Oeste
Catarinensepara
confirmação
da
qualidade.O
trabalho foidesenvolvido
no
sentidode
discutir as análises necessárias para avaliar e garantira
boa
qualidadedos
vinhos,o conteúdo químico
presente neste ea
sua importânciana saúde humana,
principalmenteem
doenças
coronárias.Quanto
à escolhana
áreade
enologia, deu-sedevido
(a)ao grande
interesse nesteassunto, (b)
ao
crescenteconhecimento dos
efeitosbenéficos do
vinho na
saúde, (c)o
grande
potencialmercadológico,
(d) a decisãode
quaisações
devem
ser desenvolvidasno
setor,
tendo
em
vistatambém
a
forte concorrênciado mercado
extemo,
(e)o grande
potencial
econômico,
científico e medicinalque o
vinho
representa,onde
as vinícolasdo
país
tem
sua principal fontede renda
e suas raízes histórico-culturais.A
1NsT1TU1ÇÃo
A EMBRAPA
mantém
desde
1975,em
Bento
Gonçalves
-RS,
o Centro Nacional
de
Pesquisa
de
Uva
eVinho onde
concentram
os trabalhos nas áreasde
viticultura e enologia.A
missão
da
Instituição é:“Gerar
epromover
conhecimento
e tecnologia parao
desenvolvimento
sustentadodo complexo
agro-industrial vitivinicola nacional,bem como
de
fruteirasde
climatemperado
da Região
Sul,em
beneficio
da
sociedade”.Além
de
desenvolver pesquisas e tecnologiascomo:
obtenção de
-material vegetativolivre
de
virus, para elaboraçãode
vinhos e derivados;lançamento de
cultivaresde
uva
de
mesa
(“Vênus”,“Dê
Zilá”, etc.); identificaçãode
viroses;recomendação
de adubação,
entreoutras.
A EMBRAPA
possui diversosprodutos
e serviçosque
sãocolocados
à disposiçãode
seus clientese
cujo retornofinanceiro
obtidocom
a comercialização é reinvestidona
pesquisa.
Entre
eles estão:produção
de vinhos
e derivados elaboradosna
cantina experimental;produção de
mudas
isentasde
viroses;produção do
fungo Trichoderma
viride para
uso
no manejo
integradoda
podridão; análises laboratoriais, etc..A
EMBRAPA
-CNPUV
possui equipe técnica altamente qualificada,contando
com
pesquisadores dasmais
diversas áreascomo
entomologia, ecofisiologia, estatísticaexperimental, enologia, fertilidade
do
solo, fitopatologia, entre outros,todos
empenhados
na
busca de
soluções tecnológicas efetivas. z11-
INTRODUÇÃO
A
mais remota
dasinformações
sobre a existênciada
videira datade
7000
a.C.Com
certezanão
eram
vinhedos
como
os
de
hoje,que o
tempo
encarregou-se
dasmudanças.
Não
poderia existirvinho
sem
vasilhame,por
isso fez-se necessário acerâmica e a
madeira para
armazená~lo.Seu
aroma
enfeitiçouo mais
fortedos
mortais e fazcom
que
nunca
mais o
homem
conseguisse viversem
ele.Talvez
sejapor
isso que,quando
osnavegadores atravessaram o
Oceano
Atlânticono
século
XV
eXVI
rumo
àAmérica.
No
inícioda
colonização a videira foi esquecida, poishavia interesse
em
plantaro
que
dariamais
lucros à coroa.Mas com
a vindados
imigrantesitalianos,
deu-se o impulso
necessárioà
sua plantação.No
passado,em
paisesde
clima quente,os
vinhoseram consumidos
ainda jovens, poisapresentavam problemas
de
conservação
e,conseqüentemente,
mostravam
redução
acentuada de
qualidade.Com
o
advento
da
tecnologia e pesquisa,muitos problemas
da
vinificação
foram
superados, possibilitando a elaboraçãode vinhos
com
melhor
qualidade.Em
enologiao
conceitode
qualidadepode
assumir
vários aspectos,de acordo
com
o
modo com
que
o vinho
é avaliado.Podemos
aferir a qualidade organoléptica, nutricional, higiênicados
vinhos.Os
compostos
químicos
do
vinho
originam-seda
uva,de
outras partesdo
ráquis edas
operações
tecnológicas duranteo
processo de
vinificação ede
conservação dos
vinhos.Ã
análise introduzidano
estudo
do
vinho
possibilitouconhecer melhor sua
composição, permitindo
detectaros elementos
provenientesda
uva,do mosto
edo
processo
de
vinificação.A
composição
química
tomou-se
uma
ferramentaque
veio auxiliar e garantiro
trabalhodo
enólogo,permite
acompanhar
e
compreender
a evolução
do
vinho
no
processo de
vinificação eno
envelhecimento, fornecer laudosque
comprovam
a
autenticidadedo
produto
e descobrir possíveis fraudes. `A
análisequímica
éde
grande
utilidade prática, pois possibilita determinara
quantidade
dos elementos
que
constituem
o
vinho;também
fornece oselementos
que
pemtitem
julgá-lo, principalmenteno que
se refereao
acréscimo de
substâncias permitidaspor
lei.Além
disso, éde
um
valor indiscutívelpara o estudo das
característicasde
uma
cultivar,para
verificara
influênciae
aação
de
tratamentosenológicos na
vinificação, -alémde
outros trabalhosda
cantina.' i A i H
1
O
vinho
não
possuiuma
composição
química
definidaque
fomeça
uma
fórmula
exata.Existem
diferenças entreos vinhos produzidos
em
regiões distintas,com
diferentes solos, clima, cultivar, tratos culturais edemais condições
que
se alteramde acordo
com
as regiões eque
podem
influenciar asua composição.
Em
cada
região os vinhosadquirem
características especiais
que
permite caracteriza-loscomo
um
produto
típico e autênticodo
local. '
A
autenticidadedo
vinho elaborado
em
uma
região,seguindo
asmesmas
técnicasde
produção da uva
ede
vinificação,pode manter
suacomposição
química
caracteristicapouco
alterada durante as safras subseqüentes, facilitando a investigaçãode
fraudes eo uso
indevido
do
nome
da
regiãoprodutora
quando
comercializado.O
progresso
da
química,o
melhor conhecimento dos
componentes do
vinho
ea
fiscalização
das empresas
produtoras, contribuiupara
diminuir fraudes,bem
como
o
uso
indiscriminado
de produtos
enológicospara melhorar o
aroma
eo
paladar.Assim,
com
determinadas
análises,podemos
detectaros elementos
que
faltamou
que
estãoem
menores
concentrações
no
vinho
eos
que
estãoem
níveis elevados, analisar seo produto
estáde
acordo
com
a legislação, e se aempresa
fomece
um
produto
de
confiançaque não
acarreteA
análiseda composição química
do
vinhopode
detectar a presençade elementos
com
propriedades farmacológicas,podendo
ser aferidosos
seuscompostos
e valor nutricional, servindode informações
relevantes parao
consumidor
e para pesquisadores.Neste
trabalho,o
capitulo n° 1,abordará
oscompostos
químicos
do
vinho
que
podemos
separarem
dois grupos:compostos
voláteis ecompostos
fixos.E
o
capítulo n° 2,serao apresentadas as análises fisico-químicas
dos vinhos
origináriosdo
Oeste de Santa
Catarina.
1 111
_
CAPÍTULO
1zcomposição Química
ao
vinho
1.-
coM1>osTos
voLÁ'rE1s
Do
v1NHo
As
características aromáticas edo
"bouquet" dos
vinhos são decorrentesda
presença
de
compostos
voláteis, entre eles: álcoois, aldeídos, ésteres, ácidos voláteis, álcoolterpênicos, poliálcoois e ácidos
graxos
livres(RIBEREAU-GAYON
et al., 1972).Os
compostos
investigados,com
exceção
feitaao
metanol, são consideradoscomo
produtos
secundáriosda fermentação
alcoólica econtribuem para
a qualidadedos
vinhos, especialmente os brancos e rosados,que
geralmente
são comercializadosno
mesmo
ano da
sua elaboração
(RIBEREAU-GAYON
et al., 1972). ` "As
análisesdos
compostos
voláteis edo
glicerolnormalmente
são efetuadas atravésda
cromatografia gasosa.
Os
compostos
voláteisdo
vinho
são responsáveis pelas características aromáticasdos
mesmos
erepresentam mais de
95%
do
seuvolumei
Os
demais
compostos
voláteisrepresentam
aproximadamente
1%
do
peso
do
álcool,ou
seja, entre 1,0g/L
a 2,0g/L
e são constituídospor
um
grande
número
de componentes
de
diferentes funçõesquímicas
ecom
diversos grausde
volatibilidade(RIÍBEREAU-GAYON
et al., 1972).1.1.-
COMPOSTOS
VOLÁTEIS
E
AROMÁTICOS DOS
VINHOS
Com
relaçãoao
aroma
dos
vinhos jovens, deve-se distinguir,de
uma
parte, as característicasda
uva,que
são específicasda
cultivar, essênciaaromática de
composição
complexa, na
qual intervém os derivados terpênicos.De
outfafpaftëfoaroma
proveniente das levedurasno
decorrerda
fermentação, devido,sobretudo
àfonnação dos
álcoois superiores e ésteres._O desenvolvimento
do
"bouquet"
no
decorrerdo
envelhecimento
resulta
de
uma
transformaçãodos
constituintesdo aroma
dos
vinhos jovens.Essas
transformações
sãodo
tipo oxidativoem
certos vinhos,como
o
Madeira
eo
Jereš
No
entanto,
fenômenos
de redução apresentam
uma
participação importanteno
aroma
dos
vinhos
de
mesa
finos.A
existência,nos
vinhos envelhecidos,de
substâncias oxido- redutoras apresentaum
caráteraromático na
forma
reduzida, exclusivamente.Além
disso, é provávelque
o
vinhocontenha
heterosídeosnão
aromáticos,onde
a hidrólise lenta duranteo envelhecimento
liberaos
agliconasdotados
de
perfume.A
constituição químicado
aroma
edo
"bouquet"
do
vinho
é certamentede
uma
grande complexidade, que
ébem
mais conhecida
com
o desenvolvimento de
métodos
analíticos
cada vez mais
sensíveis.Foi
por
voltade
1960,com
o
desenvolvimento
da
cromatografia
gasosa,que
foiobservado
um
desenvolvimento
considerável das pesquisas nestecampo,
poisum
grande
número
de
componentes
foi identificado.No
que
se refere aos ésteres,pode-se imaginar
todas
ascombinações
possíveis entreos
diferentes álcoois e os diferentes ácidos,considerando
também
os
ácidos orgânicos fixos.Os
ésteresdo
álcool etílico sãomais
importantes.
Entretanto,
muito
ainda resta a fazer epode-se
afinnar que
acromatografia
em
fase gasosa, aplicada a enologia, trouxe atéo
momento
mais problemas
em
relação àquelesque
resolveu.
Na
verdade, as substâncias identificadas são essencialmenteprodutos
da
fermentação
e,por
conseqüência, seencontram
em
todos
os vinhos. E,não
foi possivel colocarem
evidência as diferenças características entre os produtos.Duas
explicações são possiveis:o
Existem
substâncias atualmente desconhecidas, a baixa concentração,mas
que
apresentam poder aromático
elevado,que
atribuem
acada vinho
suas características próprias.Em
particular se observa,na
saídado
cromatograma,
apassagem
de
substâncias voláteiscom
aroma
variado enão
registrado pelos detectores clássicos;0
As
diferenças provenientesde
variaçõesna concentração
dasmesmas
substâncias.Na
realidade, a cromatografiaem
fasegasosa
motivou
pesquisasnovas na
áreaanalítica,
no
entanto os resultados obtidos ainda são parciais, enumerosos métodos
químicos de
análise, relativamente antigos, ainda são válidos., .
1.2.-
CARACTERISTICAS
DO
AROMA
E
DO
"BOUQUET"
O
perfume,
o aroma
eo "bouquet"
sãoaromas
agradáveis liberados pelo vinho,mais
ou
menos
fino,mais
ou
menos
desenvolvido,que
depende da
sua origem,da
sua idade,do
seu estadode
conservação. Constituium
dos
caracteresque
distingue osgrandes
vinhos finos.Deve-se
distinguir entrearoma
e "bouquet".Certos
vinhosbrancos
sópossuem aroma
enquanto
os vinhos tintos "bouquet".É
certoquando
se consideraque
os vinhosbrancos
são bebidosjovens
e os tintosbebidos
envelhecidos;
no
entanto, issonão
é corretopara todos
os vinhos. `A `
Alguns
autoresconsideram "bouquet"
o aroma
percebido atravésda
olfatação diretaenquanto o
aroma
seria asensação
percebidapor
via retronasal,quando
o vinho
estána
boca.
Aroma
seriasempre sinônimo de
aroma
de
boca.Esta
definiçãonão corresponde ao
sentido habitual
dado
ao aroma:
princípioodorante
que
é liberado,por
diferentes substânciasde origem
vegetalou
animal, eque
pode,
portanto ser respirado..Por
issoo
aroma do
vinho deve
designar o' princípioodorante
do
vinho jovem;
o
"bouquet"
é adquiridono
envelhecimento
enão
sedesenvolve
com
o
tempo.
1.3.-ÁGUA
É
o
constituinte principalcom
cercade
85%
a90%
do volume do
vinho.Normalmente
a
água
não
influenciano
gosto, excetoquando
em
quantidades superioresa
90%;
neste casoo
vinho apresenta-seaguado
ecom
suspeitade
fraude(BOSSI,
1995).A
água
servecomo
solventede
ácidos, açúcares, substâncias minerais edemais
substâncias encontradas
no
vinho.A
água
interfereno
valorda densidade
ena
solubilização
dos demais
compostos (BOSSI,
1995).C i
5
A
água
do
vinhoprovém
da absorção
das raízesda
videira, éacumulada na polpa de
uva, depois
passando
parao
mosto
e posteriormente parao
vinho. Trata-se, portanto,de
água
com
altaconcentração de
enzimas.Um
vinho
com
excessivaproporção de
água
édificil
de
conservar, pois facilmente deteriora-se.1.4.-
ÁLcools
O
álcool éformado
pelas leveduras durante afermentação
alcoólica.É
um
dos
elementos
essenciaisdo
vinho, constituindo,em
valoresmédios,
cercade
10%
a
13°/odo
seu
volume
,Ãude
80
g/L
a104
g/L
em
peso,nos
vinhosde
mesa
(CARLES,
1972).Qgrau
alcmólicocorresponde ao
número
de
litrosde
álcool etílicoem
100
litrosde
vinho.
A
medida
deve
ser efetuada ai20z°C.Para
transformaro
álcoofile
volume
para
pešo
deve-se multiplicar
o
valorpor
0,79423, pois,um
litrode
álcool pesa0,7943
kg.Na
prática, éadotado
o
fator oito.Para
a sua aferição faz-se a destilaçãodo
vinhopreviamente
alcalinizado e posteriormente
mede-se o grau
alcoólicopor
densímetria(RIZZON,
1991).1.4.1.-
Etanol
- (Álooololmoo)
_CH:-cH2oH
O
etanol éo
álcool quantitativamenteem
maior proporção
no
vinho, originado pelaação de
leveduras sobreo
açúcarda uva
duranteo
processo
fermentativo.O
álcool etílico contribuicom
a dissoluçãode
outroscomponentes do
vinho,no
entanto, insolubiliza
o
tartarato ácidode
potássio (bitartaratode
potássio)que
se deposita nas paredes eno
fundo dos
recipientesna
forma
de cremor de
tártaro.O
álcool,além
de
serum
agenteque
apresenta efeito anti-séptico sobre aflora
microbiana, ` interfere
no
aspecto organolépticodo
vinho
com
o gosto doce que
apresenta.Em
princípio,100
g
de açúcar originam
48 g
de
álcool etílicocom
densidade igual a0,7982
eum
volume
correspondente
a 61mL.
Para
obter 1 litrode
álcool seriam necessários(100x1000)/61,
ou
seja,1640
g
de
açúcar.Podemos
dizerque 1640 g
de
açúcarpor
hectolitrode
mosto
dará 1grau
de
álcool.O
grau
alcoólicorepresentao
número
de
litrosde
álcoolpuro
contidoem
100
L
de
vinho.A
concentração de
16,4g/L corresponde
a 1grau
alcoólico.Assim,
conhecido
à quantidadede açúcar de
um
mosto
(por densímetriaou
refratometria), será suficiente dividir este
número
por
16,4para conhecer
o
grau
alcoólicodo
vinho
feito.A
quantidade de
açúcar necessária para produzir 1grau
de
álcool variacom
a espéciede
levedura e ascondições
de
fermentação.Algumas
leveduras necessitamde
17g de
açúcar para produzir 1grau
alcoólico,sendo
que
outraschegam
a
necessitarde
19g
a
22
g
de
açúcarpor grau
alcoólico.A
fermentação
que
se fazcom
aeração exagerada,o
rendimento
em
álcool diminui, pois a leveduraem
meio
aeróbico transforma partedo
açúcar
em
dióxidode carbono
e água.O
etanol édetemainado por cromatografia gasosa
(ANEXO
1, Figura 1),com
detector1.4.2.-
Metanol
- (Álcoolmetflico
ou
carbinol) ~CH3OH
O
teorde metanol
está relacionado principalmentecom
o
tempo
de maceração da
parte sólida eda porção
líquidada
uva.Sua
determinação
se faz importanteem
função da
toxicidade
que
este apresenta(RIZZON,
1985)
O
álcool metílico éencontrado nos
vinhosem
proporções
variáveis. Ele éproduzido
durante a
maceração,
originado pela hidróliseque sofrem
as pectinasdo
mosto;por
issoos
vinhos tintos
possuem
mais metanol que
os vinhosbrancos
(RIZZON,
1985).É
um
produto
tóxico,mas
no
vinho ele se encontraem
quantidades reduzidasque variam
de 30
mg/L
até350
mg/L.
Não
sucede o
mesmo
na
elaboraçãode
aguardentes provenientesde
frutos ricosem
pectinas; nesses casos, afim
de
impediruma
excessivaprodução
de
metanol, deve-seproceder
com
macerações
curtas,como
no
casodo
"kirch" eda
"graspa", as quaisdevem
ser destiladasde
bagaço
fresco afim
de
evitaro desdobramento
das pectinascom
o
conseqüente
aumento
de
álcool metílico(RIZZON,
1985).O
metanol
éencontrado
em
quantidade de
40
mg/L
a
60
mg/L em
vinhos brancos,sendo que
paravinhos de uvas
viníferas, a quantidadedeve
ser inferior a50 mg/L;
vinhosbrancos
comuns
apresentam
até90
mg/L
de
metanol.Os
vinhos
tintosde uvas
viníferaspossuem
cercade 150
mg/L
e os vinhos tintoscomuns
possuem
em
tomo
de
200
mg/L.
O
metanol
édeterminado por
cromatografia gasosa,com
detectorde
ionizaçãode
chama,
coluna“carbowax 600”
de aço
inoxidável,de
3,2m
de comprimento
por
3/4”de
diâmetro
(ANEXO
1, Figura 1).A
leitura é feitatomando
uma
amostra de
20
mL
do
vinho
a ser analisado:
colocando
estenum
erlemneyer
de 125
mL,
com
tampa
de
rosca, adicionando2
mL
de
soluçãode
metil-4 pentanol-2 (standard interno -padrão)
ehomogeneizar a amostra por
5minutos
com
auxíliode
um
agitador magnético.Após
esta etapa aamostra
está apta a ser analisada(RIZZON,
1991).1.5.-
ÁLcoo1s
SUPERIORES
As
formações dos
álcoois superiores são condicionadaspor
diversos fatores,como:
a constituição nitrogenada equímica
dos
mostos, 'a'temperatura de
fermentação, ascondições de arejamento
do
mosto,
cepa de
levedura eo
grau
de
clarificaçãodo mosto
(RIZZON,
1988).Vários autores citam a influência
da
variedadena
constituiçãodos
vinhosem
álcoois superiores.Abaixo,
alguns fatoresda formação dos
álcoois:0
Teor
de
substâncias nitrogenadas;0 Influência das características varietais;
0 Influência anual das características;
0
Tecnologia de
vinificação (clarificaçãodo
mosto, temperatura de
fermentação,pH,
natureza das leveduras, intensidadedo
processo
de maceração das
partes sólidas)./Álcoois
superiores são álcoois pertencentes a se'n'edos
álcooiscom
peso molecular
mais
elevado;“Oconjunto dos
álcoois superiorestem
o
nome
de
óleode
fuselou
óleode
floema
e~se.-apresentacomo
um
liquidoamarelo
de
aroma
desagradável,que
apresenta ebulição auma
temperatura
compreendida
entre80°C
a 135°C.De
modo
geral,os
álcoois superiorescom
3,4
e 5átomos de
carbono
(1-propanol), (2- metil-1-propanol) (2-metil-1-butanol) e (3-metil-1-butanol)apresentam aromas
grosseirosque
na
maioriadas vezes não
são perceptíveis diretamentenos
vinhos,uma
vez que
não
Os
teores limiteque
os vinhos
podem
apresentar estão entre150
mg/L
a600
mg/L.
Os
baixos teores destes álcoois são requeridos para a qualidade
dos
vinhos,em
especial osbrancos
(RIZZON,
1988).Os
álcoois superiores,com
mais de
doisátomos
de carbono na
molécula, estão praticamente ausentesnos mostos;
encontra-senos
vinhoscom
teores relativamente elevadose_exercem
influênciano
aroma.
iEstes,
por
sua vez, sãoformadãs
a partir das levedurasque
na
presençade
oxigênio transformao
aminoácido
em
ácido ot-cetônico,com
a liberaçãode
uma
molécula
de
amônio
(NH3).O
ácidoformado
é, então, descarboxilado eo
aldeídocorrespondente
éreduzido a álcool.
ç
Alguns
trabalhosmostraram que
em
anaerobiosenão há
liberaçãode
amônio
ao
meio
e
que
o grupo
-NHz,
circulade
uma
substânciaque
o
libera para outraque
o
recebe sob aação de
uma
aminotransferase.A
intervenção destaenzima
foi inicialmentedemonstrada
no
caso particularda
formação
do
tirosol a partirda
tirosina.Muitos
trabalhos, sobreo
mecanismo
de formação de
álcoois superiores a partirde
açúcares,
não permitem por
si só explicaro
teor desses nas bebidas ferrnentadas.A
produção de
álcoois superioresnão
está, geralmente,em
relação diretacom
aproporção de
aminoácidos
presentes. Vistoque
estestambém
podem
seformar
num
meio
com
açúcar
desprovido de aminoácidós.lEstudos
posterioresmostraram
a importânciados
ot-cetônicosformados
por
ocasiãodo
cafabolismo dos
açúcares.Esses
ácidos cetônicospodem
sofrer asmesmas
transformações que,quando
provenientesdos
aminoácidos,chegam
até aformação de
álcoois superiores.Qualquer que
seja a origem,os
ácidos oc-cetônicosconstituem o ponto
centralda
formação dos
álcoois superiores; estespodem
sertransformados
pelas levedurasem
álcoois superioresou
em
aminoácidos, sendo
atransaminação
que
ocorre nesteprocesso
reversível. -Além
do
efeitopuramente
catabólicodo mecanismo
de
Erlich,que
chega por
descarboxilação à
perda
de
um
átomo
de
carbono, existemprocessos
anabólicosque
permitem,
a partirdos
ácidos cetônicosde
baixopeso
molecular, provenientesda
degradação
do
açúcarou
dos
aminoácidos, realizar a síntesede
compostos
mais
complexos.
''
O
mecanismo pode
serresumidoda
seguinte maneira:' i ' i
O
ácido ot-cetônicopode
dar origem:0
A
um
álcoolde
cadeiamais
curta,caso
submetido,sem
outrastransformações
anteriores a
uma
descarboxilação e à redução.Por
exemplo:
Ácidos
ot-cetoglutárico-›propanol
+ CO;
`L
7
1-propanol
ø
A
compostos
de
cadeiamais
longa,por condensação
com
a Acetil-CoA,
formando-se
então ácido ot-cetônico hidroxiladocom
doisátomos
de
carbono suplementar
em
relaçãoao
ácido ot-cetônico precursor.Por
exemplo:
O
ácido ot-cetônico hidroxilado éem
seguidatransformado
em
um
ácido ot-cetônicoque
poderá
então seguir várias vias e darorigem
a:0
Álcool
superiorpor
descarboxilação e hidrogenação;0
Aminoácidos
por
transaminação;0
Um
outro ácido cetônico hidroxilado,com
doisátomos
de carbono
suplementarespor condensação
com
a
acetilcoenzima
A.Os
ácidos voláteis (acético, propiônico, butírico, isobutírico, isovalérico) seoriginam
destemetabolismo;
resultamda oxidação dos
aldeídos provenientesde
ácidos ot-cetônicos.A
formação
do
etanol a partirdo
açúcar resultado
mesmo
processo:o
ácido pirúvicoé, neste caso,
o
ácido cetônico intermediário;o
etanol éo produto de
redução;o
ácido acético éo
composto
resultanteda oxidação
e, a alanina éo
aminoácido
correspondente.O
aparecimento
eo
desaparecimento dos
ácidos cetônicosque
constituemo ponto
central
da
síntesedos
álcoois superioresdepende
não
somente da
naturezados aminoácidos
presentes,
mas
também
do
equilíbrioque
existe entre as substânciashidrocarbonadas
eos
aminoácidos.
Quando
existe teor reduzidode
substâncias nitrogenadas os álcoois superioresprovêm
unicamente dos
açúcares; os ácidos cetônicos seacumulam
no meio
e setransformam
em
álcoois superiores.Quando
o
teorde
substâncias nitrogenadas éaumentado, o
mecanismo
precedente é favorecido atéum
limite a partirdo
qual ocorreuma
inibição.Os
álcoois superiorespodem
seformar
atravésdos
ácidos cetônicosque
seobtém
atravésda desaminação dos aminoácidos
correspondentes; entretanto, osmesmos
ácidos cetônicospodem
serformados
pela viados
açúcares,mais precisamente
do
ácido pirúvicoque
seforma
na
glicólise.Este
é0 motivo da
ausênciade
uma
exatacorrespondência
entreo
teorde aminoácidos
do mosto
edos
álcoois superiores,nos
vinhos.Os
principais álcoois superioresdos
vinhoscom
teores superiores a50
mg/L
são: 0 2-metil - 1-propanol;0 2-metil - 1-butanol;
0 3 metil - l-butanol; 0 2-fenil etanol.
Em
quantidadesque
variam
entre 1 e50
mg/L
seencontram:
0 1-propanol; 0 1-butanol; 0 1-hexanol; 0 3-metil - 2-butanol; 0 1-decanol; 0 2-butanol; 0 tirosol; 0 triptofol.
Alguns
autores citam ainda outros álcoois superioresque
ocorrem no
vinho
em
menor
quantidade
emenor
importância: '0 1-octanol; 0 undecanol;
2-propanol; 1-pentanol; 2-pentanol; 3-pentanol; 2-hexanol; 1-heptanol; 2-heptanol; 1-dodecanol; 2-octanol; 1-nonalol; 2-nonalol; 2-decanol;
cis -
3-hexano
- 1-ol;Os
teoresde metanol
e álcoois superioresnos
vinhosbrancos
e tintos são apresentadosna
tabela 1.Tabela
1:Teores de metanol
e álcoois superioresnos
vinhosbrancos
e tintos.Alcoois
(mg/L)
Vinho
branco
gmgzl 1)Vinho
tinto§mgzL)
Mínimo
Max'imo
Mínimo
Máximo
Metanol
38
118
43
222
2-metil l-propanol28
170
45
140
l-propanol9
48
1152
1-butanol 1,4 8,4 2,1 2,3 2-metil 1-butanol 1782
48
150
3-metil 1-butanol70
320
1 17490
1-hexanol 310
3 10 2-fenil etanol 19 18342
129
Fonte:BERTRAND
(1975).A
maioriados
álcoois superiores sãodeterminados
por cromatografia gasosa
(ANEXO,
Figuras 1 e 2),com
detectorde
ionizaçãode chama, coluna
“carbowax 600”
de
aço
inoxidável,de
3,2m
de
comprimento
por
3/4”de
diâmetro(RIZZON,
1991).1.5.1. Principais álcoois
encontrados
Na
tabela2 apresentamos
os principais álcoois superiores.Tabela
2:Quantidade
média
dos
principais álcoois superioresnos
vinhos eo
referente _precursor.Alcoois superiores
mg/L
Precursor l-propanol20-40
oc-aminobutírico2-metil l-propanol
80
Valina 2-metil 1 butanol100
Isoleucine3-metil 1-butanol
175
leucina Fonte:PARONETTO
&
PARONETTO
(1986).1.5.1.1 -
1-Propanol
-CH3-CH2-CHZOH
O
l-propanol está presentenos
vinhosem
teoresque variam de
um
mínimo
de 9
mg/L
a
um
máximo
de 52 mg/L, sendo que o
valormédio
encontrado
éde
30
mg/L. Esse
álcool representasomente
5%
dos
álcoois superiores totaisdo
vinho.O
teorde
l-propanol é fortemente influenciado pela cultivar e pela safra(BERTRAND,
1975).É
um
líquidomuito
parecidocom
o
álcool etílico.Apresenta
aroma
agradável.Os
índices referentesao
l-propanol estãona
tabela 3.Tabela
3: Índices referentesao
l-propanol,com
separação feitapor cromatógrafia
a gás.Indices
Valores
Peso
molecular (g) 60,1 índicede
polaridade 4,1Limite
de
UV
215,0
Índicede
refração 1,407Ponto
de
ebulição (°C)97,2
Número
de
miscebilidade 17,0Viscosidade
p
a25°C
0,40
Densidade (g/mL)
0,880
p
a15°C
0,807
Fonte:
PARONETTO
&
PARONETTO
(1986).1.5.1.2.- 2-metil
l-propanol
- (Álcool isobutílico)O
2-metil l-propanol (Álcool isobutílico) se encontranos vinhos
em
teoresque
variam de
30
mg/L
a 150
mg/L,
com
um
teormédio
de
66
mgL.
Este
álcool representa21,4%
dos
álcoois superiores totais.O
seu teor é altamenteinfluenciado
pela cultivar e pelos”
processos tecnológicosde
clarificaçãodo
mosto.
É
um
líquidode
odor
pen`etra'nte`ede
saboradocicado
com
ponto de
ebulição al08°C;
sendo
solúvelem
10,5 partesde
água
a 15°C, possuium
peso especifico
p
0,806
a 15°C.1.5.1.3. - 2-metil
1-butanol
- (Álcoolamílico ativo)-CH;
CHz
CH
(CH3)
CHzOH
O
2-metil 1-butanol, álcool amílico ativoou
amílico ativo, está presentenos
vinhosnum
mínimo
de
30
mg/L
atéum
máximo
de 150 mg/L;
em
média o
teor éde 82
mg/L
erepresenta cerca
de
26,6%
do
teorde
álcoois superiores totais.O
teor deste álcool éinfluenciado
pela cultivar e pela safraÉ
um
liquido refrangente, ativocom
luz polarizada.O
seupoder
rotatórioespecífico
a - 5°, é 90.O
ponto de
ebulição deste álcool está entre128-130°C, sendo
pouco
solúvelem
água,isto é,
na proporção de
3,3volumes porcentagem
a 22°C.Êste
álcooltem
um
poder
inebriante superiorao
do
álcool etílico e considera-seque
osdanos causados ao organismo
humano,
devido ao abuso de
bebidas alcoólicas, sãomaiores
1.5.1.4. -
3-mem
1-butanol
-(Álwoi
isozmnâco)
-(cH,)z
CH
CH, cflz
on
O
3-metil 1-butanol (álcool isoamílico) se encontranos
vinhos entreum
mínimo
de
80
mg/L
atéum
máximo
de
300
mg/L,
com
um
valormédio
de 150 mg/L.
/O
álcool isoamílico representa47%
dos
álcoois superiores totais.É
influenciado pelacultivar, pela safra e
também
pelaprodução
do
1-propanol edo
2-metil - 1-propanol.Esse
álcool possuium
aroma
desagradável e possui nivelde percepção
organoléptica relativamente elevadono
vinho
(300mg/L).
1.5.l.5.- 2-fenil etanol -
CgH¡0O
O
2-fenil etanol éo único
entre esses álcoois superioresque
representaum
nívelde
percepção
relativamente baixo; aproximádam-ei1ÍëÍdfe""50énig/E. Ele éproduzido
por
um
conjuntode
leveduras.As
variaçõesdo
teorde
2-fenil etanolno
vinhonão
são acentuadas.E um
álcool cujadeterminação
é feita atravésda
injeção diretado
vinho
no
cromatógrafo
a gás;sendo
dificil ser realizadauma
vez
que
a suaconcentração é
relativamente baixa,
20-50
mg/L (RIZZON,
1991).1.5.1.6. - 1 -
hexanol
-CH;
(CHz)4
CHzOH
O
hexanol
provém
essencialmenteda redução dos
aldeídosda
uva
durantea
fermentação. Portanto,
também
não
éum
produto
secundárioda fermentação
alcoólica.A
suaconcentração
no
vinho
está relacionadacom
aforma de
esmagamento da
uva, separaçãoda
ráquis eda maceração.
1.5.1.7. -
1-butanol
-CH;
(CHz)z
CHzOH
Em
geral,o
1-butanol só é detectadoem
7,5%
dos
vinhos.As
quantidadesencontradas
variam de
10a
50 mg/L.
- ' 1As
características fisico-químicasdo
1-butanol estão apresentadosna
tabela 4.Tabela
4: Índices referentesao
1-butanol,com
separação
feitapor
cromatógrafia a
gás. IndicesValores
Peso
molecular
(g) V74,12
Índicede
polaridade 3,9 Limitede
UV
215
Índicede
refração 1,399Ponto
de
ebulição (°C)118
Número
de
miscebilidade -Viscosidade
p
a25°C
-Densidade
(g/rnL)0,810
p
a15°C
-1.5.1.8. -
2-butanol
-CH; CHz
CH
(OH)
CH;
`
O
2-butanol éencontrado
em
28%
dos
mostos.Não
se encontranos
vinhosem
quantidades superiores a 5mg/L
epor
isso os destiladosde
vinhonão
devem
apresentarna
sua
composição
este álcool superior.O
2-butanol seforma
em
maior
quantidadequando o
bagaço
ensilado, destinado a fazer a graspa, é colonizadopor
bactérias especificaspara
este
fim,
estando presentenos
destiladosde
baixa qualidadena
dosagem
de
50 mg/L.
Este
álcool superiorpode
servir para diluir enão pode
estarem
concentraçãoacima de
a 5
mg/L.
É
um
composto
químico de
sabor earoma
desagradável,tendo
nivelde percepção
elevado.
O
2-butanol,a
principalorigem
destesem
vinhos parece estar relacionadacom
a
redução
enzimáticado
2,3-butanodiol.1.5.2.-
Fatores
que
interferem
na formação de
álcoois superioresdos vinhos
1.5.2.1.
Temperatura
na fermentação
Cada
álcool é caracterizadopor
uma
temperatura ótima de produção,
em
geral,próxima
a 20°C.Esta temperatura
condiciona a velocidadede fermentação
e aformação de
álcoois superiores.
A
produção de
álcoois superiores é favorecidaquando
afermentação
émais
lenta.Por
outro lado, atemperatura
altade
fermentação,além de formar
menor
quantidade
de
álcoois superiores, favoreceperda
atravésdo
arraste pelo dióxidode
carbono.
1.5.2.2.
Aeração
Em
geral,os
álcoois seformam
em
maior
quantidadequando
afermentação acontece
em
anaerobiose;No
entanto, foidemonstrado que
uma
agitaçãono meio
provocaum
aumento da
concentração de
certos álcoois superiores (2-metil-1-propanol; 2-meti1-l-butanol e 3-metil-1-butanol).
1.5.2.3.
Linhagem
de
levedura
Os
fungos
do
gênero Saccharomyces,
que
normalmente femientam
osmostos,
apresentam rendimento
máximo.
No
entanto,não
somente
as diferenças quantitativascontam,
mas
também
as diferenças qualitativas,uma
vez que
acomposição
enzimáticada
levedura interfere diretamente