UMA
PROPOSTA
METQDOLÓGICA
PARA
A
~APRENDIZAGEM DE
ESTATISTICA
¡
CONTRIBUIÇDES
.ii
ií
i
í
ii
i-
ií
i
iíií
i
.ii
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i
í
i
ií
i-
i
i
í
i
ii-i
i
i-
í
iii
ii
1-‹ 0420237Engenharia
deProdução
UIVIA
PROPOSTA
METODOLÓGICA
PARA
A
~APRENDIZAGEM
DE
ESTATISTICA
Í
CONTRIBUICOES
DA
ENGENHARIA
DIDATICA
Amaury
UbiratanBorges
Hey
Dissertação apresentada ao
Programa
dePós-Graduação
em
Engenharia
deprodução da
Universidade Federal de Santa Catarina
como
requisito parcial para obtençãoFlorianópolis
2001
do
título deMestre
em
ll
Amaury
Ubiratan BorgesHey
UMA
PROPOSTA
METoDoLÓGIcA PARA
A
APRENDIZAGEM
DE
ESTATÍSTICA
-
CONTRIBUIÇÕES
DA
ENGENHARIA
DIDÁTICA
Esta dissertaçao foi julgada e aprovada paraa Obtenção do título de Mestre
em
Engenharia deProdução no
Programa
de Pós-Graduaçãoem
Engenharia de Produção da
Universidade Federal de Santa Catarina;
Florianópolis, 31 agosto de 2001.
Prof. Ri d Miranda arcia,
PhD
Coor nadord urso
BANCA
EXAMINADORA
.
9
l
Profa.S1 a
B
mm~a,
Dra.Orientadora
/
JAP
1 fãÍÍ
A
meus
pais,Urbano
(in memoria)e
Adelaide.A
minha
esposa,Rosane.
A
minhas
filhas,Juliane e
Thayana
com
todo omeu
carinho.IV
Agradecimentos
.
À
Universidade Federalde
Santa Catarina.Em
especial, à Profa. Silvana Bernardes Rosa,pela sua dedicação,
amizade
eacompanhamento
competente.Aos
professoresdo
Cursode
Pós-graduação,por todos os ensinamentos.
Á
minha sobrinha Denise Elisabeth David,_
pela motivação.
Ao
meu
amigo
Antôniode
Souza Machado,
pela intimação.
A
todosda minha
família,pelo apoio e carinho.
Ao
meu
amigo
Carlos Czliulik,pelos primeiros passos na iniciação científica.
A
todosque
direta ou indiretamentecontribuíram para a realização
Lista
de Tabelas
viiLista
de
Reduções
... ._ viiiResumo
... ._ ix Abstract ... ._ x 1INTRODUÇÃO
... ._ p.O1 1.1 Contexto ... _. p.O1 1.2 Objetivosdo
trabalho ... ._ p.06 1.3Metodologia ... _. p.O7 1.4 Estruturado
trabalho ... _. p.092
QUADRO
TEÓRICO
DIDÁTICO
GERAL
... ._ p.112.1
A
estatística ... _. p.112.2 Atecnologia ... ._ p.14
2.3
A
educação
tecnológica ... _. p.162.3.1
Os
conteúdos ... ._ p.17 2.3.2Os
métodos
e técnicas de ensino ... .__ ... ._ p.18 2.3.3As
relaçõescom
ossegmentos
produtivos ... _. p.19 2.3.4A
formaçãodo
docente ... ._ p.19 2.4O
ensino atual ... __ p_20 2.5A
estatística no Curso Superior de Tecnologiaem
Mecânica ... _. p.22 2.6O
ementário ... _. p.233
PRINCIPAIS
CONHECIMENTOS
DIDÁTICOS
... ._ p.263.1
A
óticado
conhecimento ... _. p.263.1.1 Conhecimento: teorias, aquisição e aprendizagem ... ._ p.28 3.1.2
A
aprendizagem colaborativa ... _. p.32 3.1.3A
aprendizagem na estatística ... ..T. ... ._ p.34 3.2A
Óticada
didática ... _. p.35 3.2.1O
micro-
ensino ... ... _. p.35 3.2.2O
contrato didático: a relaçäo entre mestre e o aluno ... _. p.37 3.2.3A
engenharia didática ... __ p.393.2.4
Mediação
pedagógica ... ._ p.44 3.2.5Mediação
pedagógicaem
técnicas convencionais ... _. p.453.3
A
ótica da tecnologia ... ._ p.5O 3.3.1As
novas tecnologias ... ._ p.5O 3.3.2 Meios complementares ... .. p.514
A PROPOSTA
DE
UMA
METODOLOGIA
... _. p.534.1 Considerações básicas ... ... ._ p.53
4.2 Procedimentos adotados ... ._ p.54
5
APL|cAçÃo
... _. p.ôo5.1
O
contexto ... _. p.6O5.2
O
campo
de
pesquisa ... ._ p.615.3
A
aplicaçãoem um
caso real ... _. p.625.3.1 Análises preliminares ... ._ p_62 5.3.2
Concepção
e análise a priori ... ._ p.63 5.3.3 Experimentação ... ._ p.7O5.3.3.1 Explicitação dos objetivos ... _. p.7O 5.3.3.2 Contrato Didático ... _. p.71 5.3.3.3 Aplicação e registro do primeiro instrumento de pesquisa ... ._ p.71 5.3.3.4 Aplicação e registro do
segundo
instrumentode
pesquisa ... _. p.73 5.3.3.5 Aplicação e registro do terceiro instrumentode
pesquisa ... _. p.815.3.4 Análise a posteriori e da validação ... _. p.84
6
CONSIDERAÇOES
FINAIS ... ._ p.896.1 Conclusões ... ._ p.89
6.2 Limitações ... _. p.91
6.3
Recomendações
para futuros trabalhos ... _. p.92Anexo
2 -Jogo
do Kay
-
Xero Viajante ... ._ p.99Anexo
3 - Tabuleirodo
jogo ... ._ p.1OOAnexo
4
-Algumas
descobertas ... ._ p.101Anexo
4A
-Algumas
descobertas (registros deum
grupo) ... ._ p.102Anexo
5 -A
árvore das possibilidades ... _. p.103Anexo
5A
-A
árvore das possibilidades (registrosde
um
grupo) ... ._ p.104Anexo
6-
Uma
fórmula muito importante ... _. p.105Anexo
7-
Questionáriocom
alunos ... ._ p.106Lista
de
Quadros
Tabela 1: Categorização dos
métodos
... .. p.46Tabela 2: Orientações da unidade ... _. p.53
Tabela 3: Orientações gerais das sessões ... _. p.54
Tabela 4: Orientações da sessão ... ._ p.58
Tabela 2.1: Orientações da unidade (Distribuição Binomial) ... .. p.61
Tabela 4.1: Orientações da sessão 1 - Vivencial ... ..p.65
Tabela 4.2: Orientações da sessão 2 -
Compreensão
... ..p.66Lista
de
Reduções
Abreviaturas Art. = artigo p. = página sln =sem
numero
SiglasCEFET-PR
- Centro Federal deEducação
Tecnológica do ParanáCFE
- Conselho Federalde Educação
Resumo
Hey,
Amaury
Ubiratan Borges.Uma
propostametodológica
para aaprendizagem de
estatística-
contribuiçõesda engenharia
didática.Florianópolis, 2001. 107 folhas. Dissertação (Mestrado
em
Engenhariade
Produção)
-
Programa de
Pós-graduaçãoem
Engenhariade
Produção.UFSC.2001.
O
trabalho apresentauma
metodologiade
ensino para a disciplinade
Gestão da Produção,
ramo
Estatística, do Curso Superior de Tecnologiaem
Mecânica do Centro Federal
de Educação
Tecnológica do Paraná(CEFET-PR)
e foi norteado por princípios epistemológicos, didáticos e tecnológicos
necessários ao processo
de condução
da aprendizagem. Para testar ofuncionamento da metodologia , escolheu-se a fórmula da Distribuição Binomial
e a ap icaçao ocorreu
numa
turma da disciplinade Gestao
daProduçao do
CEFET-PR.
A
pesquisa foi analisada pela metodologia da engenharia didática,em
três sessõesque
compõem
a metodologia e é caracterizada pelo registrodos estudos feitos sobre o entendimento da fórmula da Distribuição Binomial e
pela validação. Esta validação da pesquisa é feita sobretudo internamente,
prescindindo assim de análises comparativas utilizadas
em
outrasmetodologias, pois se baseia
numa
confrontação entreuma
análise a priori e a posteriori.Palavras-chave: Metodologia de Ensino, Fórmula da Distribuição Binomial,
Engenharia Didática, Curso Superior de Tecnologia
em
Mecânica, Disciplinade
Gestão
da Produção,ramo
Estatística.X
Abstract
Hey,
Amaury
Ubiratan Borges.Uma
propostametodológica
para aaprendizagem de
estatística-
contribuiçõesda engenharia
didática.Florianópolis, 2001. 107 folhas. Dissertação (Mestrado
em
Engenhariade
Produção)
-
Programa de Pós
-
Graduação,UFSC,
2001.This
work
presents a teaching methodology for the ProductionManagement
subject, part of Statistics which is included in the SuperiorCourse
ofTechnology in Mechanics of Centro Federal de
Educaçäo
Tecnológicado
Paraná (
CEFET-PR
), and itwas
guided by the didactics and technologicalprinciples required to the learning process. For the methodology testing , it has
been chosen
the Binomial Distribuition formula and its aplication occurred in aProduction
Managing
class atCEFET-PR
.The research has been analized bythe methodology of the didactics engineering in three sections which
make
upthe methodology
and
one of its characteristics is to register the studies aboutthe understanding of the Binomial Distribuition formula and also its validation.
This research validation is acccomplished mainly within the
method
itself ,therefore , not requiring any kind of comparison used in other methodologies,
because
it is based on a priorand
post analysis confrontation.Key-words:
Teaching Methodoløgy,The
Binomial Distribuition Formula,Didactics Engineering, Superior Course of Technology in Mechanics,
1 .1
Contexto
A
qualidade dos produtos e serviços,com
a globalização daeconomia
e o estabelecimento demercados
altamente competitivos, ao invésde
ser considerada fatorde
diferenciação, passou a ser visualizadacomo
pré-
requisito para a sobrevivência e o sucesso das empresas. Neste cenário, a “Estatística
tem
desempenhado
papel fundamental, providenciando ferramentas estatísticasque
agilizam e garantem a eficiênciado
controlede
qualidade inserido no sistema de qualidade organizacional” ( Dreyer, 1996).
A
importância da Estatistica na formação profissional cresce a cada dia devidoà grande quantidade
de
informações e conhecimentos disponíveis na mídia,que
estãomudando
o perfil dos novos profissionais (Cazorla et al.,1999).Para Ruberg e
Mason
(1988), nestemundo
sobrecarregadocom
informações,as vantagens nos negócios e no
campo
pessoal estarãocom
os indivíduoscapazes
de
separar a informação mais importante da trivial, e eles relatamainda que, habilidades
em
reduzir dados, interpreta-los, colocá-losem
documentos
efetivos,documentando
decisões, explicandocomplexas
matériasem
termos simples e persuasivos, já são altamente apreciadasem
negócios,na
educaçao
e nocampo
militar, e serao mais apreciadas àmedida
do2
O
atualmodelo
educacional já não comporta mais a dinâmica e a velocidadecom
que
as informaçõestêm chegado
à sociedade. Para Drucker (1997), aeconomia da Nova
Era doConhecimento
estabelece, por premissa,que
asnovas fontes
de
riqueza são o conhecimento e a comunicação, e não mais osrecursos naturais ou o trabalho físico.
O
principal recurso na sociedade pós- capitalista será o conhecimento, e os grupos sociais mais importantes serãoconstituídos pelos “trabalhadores do conhecimento".
Para estar preparado para conviver neste novo paradigma, o advento
da
sociedade
do
conhecimento, durante os anosde
1997 e 1998, o CentroFederal
de Educação
Tecnológicado
Paraná, SistemaCEFET-PR
esteve envolvidoem
várias discussões (locais e regionais), objetivando dar formato à propostade
implementação dos Cursos Superiores de Tecnologiado
SistemaCEFET-PR,
em
várias modalidades, sendouma
delas o Curso Superiorde
Tecnologia
em
Mecânica.O
conjunto final do projeto [Romano, C.A
., Projeto
da Organização Didático - Pedagógica dos Cursos Superiores de Tecnologia
do Sistema
CEFET-PR,
1998] foi aprovado pela DeliberaçãoN
°. 15/698,de
19de
outubro de 1998,do
Conselho Diretorque
autorizou o seu início para omês
de
abril de 1999.No
capítulo ll , Art.5°. e Art.6°. , doRegulamento da
Organização Didático -Pedagógica dos Cursos Superiores
de
Tecnologia do SistemaCEFET-PR,
“a estrutura dos Cursos Superiores de Tecnologia é formada por dois ciclos, distintos e verticalizados,
com
carga horária globalde
3.000(três mil) horas
-
aula de disciplinas curriculares.O
primeiro ciclo,denominado
ciclo profissional geral,de
formação generalista,distribuído
em
quatro semestres letivos, écomposto
por disciplinasde
base
científica,base de
gestão e base tecnológica profissional.Sua
duração
mínima
é de 1.600 (mil e seiscentas) horas-aula, já incluído oestágio supervisionado.
O
segundo
ciclo,denominado
ciclo modal,de
caráter especialista, distribuído
em
quatro semestres letivos, écomposto
por disciplinas dirigidas para a formação específicana
modalidade
do
curso.Sua
duraçãomínima
é de 1.400 (mil equatrocentas) horas-aula, incluido o desenvolvimento
do
trabalhode
diplomação.
Os
curriculos,compostos
por dois ciclos, sãocompostos
por disciplinas, organizadas
em
regime semestral,podendo
sercompostas
por maisde
um
ramo
de conhecimento.Essas
disciplinasdevem
ser articuladas de forma a privilegiar a interdisciplinaridade e~ 1:
contextualizaçao.
No
Curso Superior de Mecânica,uma
das disciplinas do primeiro ciclo éGestão
da
Produção,com
carga horáriade 48
(quarenta e oito) horas-aula,composta
em
trêsramos de
conhecimento: Estatística,Planejamento
I Controleda
Producão
eManutencão.
Para oramo
da Estatística foi destinadauma
cargahorária
de
21 horas-aula,que
são desenvolvidasem
setesemanas.
No
ll Semináriode
Planejamentodo
Ensino Tecnológico do SistemaCEFET-
PR
, nos dias 27 e 28 de julho de 1999, os Professores relacionados paraministrarem o
ramo de
Estatística nosegundo
semestrede
1999 para asturmas
de
Tecnologiaem
Mecânica consideraram o ementário de Estatística4
Com
o intuitode
caracterizar a situação escolar atualdo
ensino de estatística,no início
do
mês
de outubrode
2000, realizou-se»uma
pesquisa,anexo
1,em
forma
de
questionário,com
todos os professoresdo
Curso Superiorde
Tecnologia
em
Mecânicado
CEFET-PR,
que
ministraram a disciplinade
Gestão
de
Produção,ramo da
Estatística, nos anos de 1999 e 2000.O
questionário,
composto
com
treze perguntas abertas, foi respondido por seteprofessores, dos quais dois da Unidade de Curitiba, dois da Unidade
de
PontaGrossa e três da Unidade de Cornélio Procópio.
Os
dados
obtidos na pesquisa,extraídas das perguntas de 1, 2, 3, 4 e 8, mostraram
que
todos os professoressão Habilitados
em
Matemática e, entre eles, há três mestres e três especialistas.O
tempo
de atuação deles no magistério se situa no inten/alode
seis a vinte e sete anos.Um
professor ministrou a disciplinaapenas
uma
vez, quatro,duas
vezes e dois, três vezes.A
opinião sobre o ementário proposto para oramo
da Estatística, por unanimidade, foi deque
ele éum
pouco
extenso para vinte e
uma
aulas semestrais.Apenas
um
professor conseguiufinalizar todo programa proposto para o
ramo
de Estatistica.Quanto
àcompatibilidade entre o ementário proposto e a carga horária destinada a ele,
somente
um
professor achouque
era compatível,desde que
fossedesenvolvido
de
formabem
teórica. Pode-se perceber, nestesdados
obtidos,que
o grupo de Professores pesquisados é qualificado, é experiente etem
dificuldades de tornar o ementário proposto compatível
com
a carga horáriaInvestigar a incompatibilidade entre carga horária e ementário,
bem como
propor novas metodologias e estratégias para o ensinode
Estatística nascondições expostas é o objeto deste trabalho científico.
Como
pressuposto básico, foi propostoque
“o desenvolvimentode
metodologiadiferenciada
de
ensinopode
facilitar a assimilação, por parte dos alunosdo
Curso Superior
de
Tecnologiaem
Mecânica, dos conceitos estatísticosnum
espaço de tempo
menor”.A
investigação e o desenvolvimentode
uma
metodologia diferenciadade
ensino,
que
utiliza técnicas variadas de ensino eque
faz uso dos recursosoferecidos pelas novas tecnologias para o ensino
da
Estatística nos Cursos Superiores de Tecnologiaem
Mecânicado
CEFET-PR
se justificam pelanecessidade de:
a) Verificar
em
que
condições o usode
novas tecnologiaspode
contribuir para a otimização dotempo
e da melhoria da qualidade do ensinode
estatística.
b) Ministrar extenso conteúdo programático
em
curtoespaço
de tempo,neste caso, vinte e
uma
aulas.c)
Adequar
conteúdos estatísticos mínimosque assegurem
odesempenho
eficaz dos alunos no Curso Superior de Tecnologia
em
Mecânica.d) Preparar estes alunos, futuros profissionais, para viver
num mundo
em
constantesmudanças,
no qual aprender a aprender é primordial.ó
1.2
Objetivos
do
trabalhoConsiderando a problemática geral
que
foi apresentada, o objetivo geral destetrabalho
pode
ser assim formulado:o Desenvolver
uma
metodologia de ensino para oramo
da Estatística,da
disciplina de Gestão da Produção
do
Curso Superiorde
Tecnologiaem
Mecânica,
que
propicie a assimilação dos conceitos estatísticosbásicos aos futuros profissionais deste curso, considerando o ementário e a carga horária propostos para este ramo.
Considerando a situação do uso de
modos
possiveisde
otimizaçãodo
processo
de
condução
da aprendizagemde
estatística, os objetivosespecificos são os seguintes:
ø Apontar conteúdos mínimos para o desenvolvimento das habilidades
necessárias às peculiaridades
do
Curso Superior de Tecnologiaem
Mecânica.
ø Elaborar material didático,
denominado
“pinceladas estatisticas”, noqual os alunos
de
Tecnologiaem
Mecânica encontrarão a teoria estatística referente ao ementário propostode
forma sucinta,problemas
com
dados
reais, bibliografia para pesquisa e sitesrelacionados
com
a estatística.o Analisar
que métodos
e técnicas convencionaispodem
contribuircomo
fonte mediadora eficaz no. processo ensino-aprendizagem
de
ø Estabelecer
uma
relação entre o conceitoda
distribuição binomial,permitido pela técnica
de
jogos, e o conhecimento no domínio teórico aser considerado dentro
da
condução da aprendizagem.o Avaliar se a utilização de
um
software estatísticopode
auxiliar natransmissão
de
conhecimentos específicos de Estatísticanum
tempo
menor
doque
ode
recursos convencionais.1.3
Metodologia
Para alcançar os objetivos propostos foram percorridas várias etapas.
Na
primeira, desenvolveu-seuma
revisão bibliográfica, consistindo nolevantamento
de
subsídios teóricos de aspectos concernentesao
quadrodidático geral e dos principais conhecimentos didáticos.
Na
segunda, elaborou-seum
modelo de
metodologia diferenciada daconvencional, direcionado aos alunos de estatística
do
Curso Superiorde
Tecnologia
em
Mecânica.Na
terceira, aplicou-se omodelo de
metodologia proposto a um_caso
real.Os
dados
obtidos, a partir destes experimentos, nos permitem avaliar omodelo
proposto e responder aos objetivos e hipótese
que
foram levantados neste8
Estas etapas metodológicas se
enquadram
no processoda
engenhariadidática, surgida na
década
de oitenta. Artigue (1988) caracteriza a engenhariadidática
“como
um
esquema
experimentalbaseado
sobre realizações didáticasem
salade
aula, isto é,sobre
a concepção, a realização, a observação e aanálise
de
seqüências de ensino”. Ela se caracteriza,também,
pelo estudo decasos
onde
a validação é essencialmente interna, prescindindo, assim,de
análises comparativas utilizadas
em
outras metodologias, utilizando,como
fundamento
básico,uma
confrontação entre 'uma análise a priori e a posteriori.A
engenharia didática consisteem
questionar, através de realizações efetivasem
classe, as relações supostas pela teoria entre o ensino e a aprendizagem: opesquisador organiza e estrutura
um
processo de ensinode
modo
a introduzircertas condutas nos alunos (Rosa, 1999).
A
natureza e a amplitudeda
defasagem
entre as condutas esperadas e aquelas obtidasservem
como
instrumentos plausíveis para a hipótese
que
sen/iu para construir o processode
ensino (Vergnaud, 1994).Paralelamente ao desenvolvimento deste trabalho, se
concebeu
um
materialdidático,
denominado
“Pinceladas Estatísticas”, no qual foi incorporado o jogodo
Kay-Xero Viajante, utilizado na aplicação da metodologia. Este material1.4 Estrutura
do
trabalhoA
estruturada
presente dissertação écomposta de
6 capitulos.No
capitulo l , aborda-se a contextualização, os objetivos, a metodologia e aestrutura
do
trabalho.No
capitulo Il, são apresentados os conceitos referentesao
quadro teóricodidático geral, ou seja, conceitos relacionados à tecnologia, à
educação
tecnológica, ao ensino atual, à estatistica, ao ensino da estatistica e
probabilidade e ao ementário proposto para o
ramo da
Estatistica,da
disciplinade Gestão da
Produção.No
capitulo Ill, otema
abordado contempla os principais conhecimentosdidáticos e e enfocado
em
três dimensões: a óticado
conhecimento, a Ótica dadidática e a Ótica
da
tecnologia.No
capítulo IV, apresenta-se omodelo
genérico da metodologiacom
odetalhamento das partes
que
acompõem.
No
capítulo V,que
consiste da parte práticado
trabalho, relata-se a experiência vivenciada na aplicação da metodologia proposta, analisada pelo processo10
No
capítulo VI, apresentam se as conclusoes, Iimitaçoes erecomendaçoes
Nesta
época de
rápidasmudanças,
ocasionadas pela globalizaçãoda
economia, pela sociedade do conhecimento, pela oferta dos novos Cursos
Superiores
de
Tecnologia doCEFET-PR,
novos desafios e tendências foramlançados
ao
processo ensino-aprendizagem,em
especial,ao
ensinoda
estatística.
A
exposição do quadro teórico didático atual e dos novos desafios impostosao
ensino-aprendizagem será objeto no presente capitulo.
Desta maneira,
podem-se
situar a importância e o patamarem
que
seencontram a Estatistica, a Tecnologia, a
Educação
Tecnológica, o Ensinoem
geral e o Ensino da Estatistica diante desta variedade de recursos tecnológicos
e da
enorme
quantidade de informaçoes geradas por esta nova erado
conhecimento.
2.1
A
EstatísticaA
palavra estatística, encontrada no dicionário do Aurélioda
Língua12
Antigamente, a estatística envolvia compilações
de
dados
e gráficosque
descreviam vários aspectos qualitativos e quantitativos
que eram de
interessedo
Estado,como
nascimentos, mortes, rendas, reservasde
alimentos, disponibilidadede
armamentos,homens
nos exércitos e outros.Segundo
Triola (1999), a estatística é“uma
coleçãode métodos
para planejarexperimentos, obter
dados
e organizá-los, resumi-los, analisá-los e deles extrair conclusoes”.Para Pereira (1997), a estatística, “além de ser
uma
técnicade
coleta eapresentação de
dados
(análise exploratória e descrição, gráficos e tabelas), étambém
modelagem
(probabilidade e processos estocásticos), análise indutiva(inferência: testes e estimação) e previsão e controle (verificação)".
A
Estatistica é aplicável a qualquerramo
do conhecimentoem
que
semanipulem dados
experimentais. Assim, a Física, a Quimica, a Engenharia, aEconomia, a Medicina, a Biologia, as Ciências Sociais, as Ciências
Administrativas, entre outros,
tendem
cada vez mais a servir-se dosmétodos
estatísticos
como
ferramentade
trabalho, dai a sua grande e crescente importância (Las Casas, 1998).A
palavra probabilidade, encontrada no dicionáriodo
Aurélio da LínguaPortuguesa,
vem
do
latim “probabilitas, probabilitatis",que
significa “qualidadeA
teoriado
cálculoda
probabilidadecomeçou
com
uma
correspondência entre dois matemáticos franceses, Blaise Pascal (1623-1662) e Pierre Fermat (1601-1665),
em
1654, a respeito de dois problemas formulados porum
jogador compulsivo.A
partir daquelemomento,
realizam-se estudosde modelos
matemáticos
com
exemplos
essencialmentede
jogos de azar.Nos
diasde
hoje, tal visão associativa não é mais válida, sobretudo pela variedade de
aplicações (não
apenas
em
jogosde
azar),mas
pela necessidade das pessoasentenderem
como
utilizar os conceitos estatisticos na vida diária.O
estudodo
relacionamento entre dados, por meio de modelos probabilísticos, denomina-se Estatística Matemática (Lopes, 1 999).
O
profissional deste novo milênio terá a necessidadede
saber como:apresentar e descrever informações de forma adequada; tirar conclusões a partir de grandes populações
com
basesomente
na informação obtidade
amostras; melhorar os processos empresariais e obter previsões confiáveis de
variáveis
de
interesse (Levine, Berenson&Stephan, 2000).Na
Conferência Internacional: Experiências e Perspectivasdo
Ensinode
Estatística:Desafios para o século XXI, realizado
de 20
a 22 de setembrode
1999,
em
Florianópolis, vários pesquisadoresdemonstraram
suaspreocupações
com
aEducação
Estatística ecom
a implantaçãoda
Probabilidade e Estatística no curriculo de matemática
do
ensino fundamentalbrasileiro.
A
inclusão dessestemas
no currículo faz-se necessária, pois “A14
uma
vezque
possibilitam lidarcom
a aieatoriedade e o acaso, permitindouma
análise dos fatos complexos que, sob
uma
visão determinista, tornam-seimpossíveis
de
serem
tratados” (Lopes, 1999, p165).2.2
A
tecnologia
Na
atualidade, a sociedadetem
se deparadocom uma
quantidade incalculávelde
informações ecom
uma
variedade de recursos tecnológicos, as quaistêm
colocado
em
cheque
os velhosmétodos
convencionais, aschamadas
novastecnologias
em
educação,que
Masetto (2000, p.152), entendecomo
o:“uso
do
computador, da Internet, doCD-ROM,
da hipermídia,da
multimídia,
de
ferramentas para aeducação
a distância,como
chats,grupos
ou
listasde
discussão, correio eletrônico, etc., ede
outrosrecursos e linguagens digitais
de
que
atualmentedispomos
pode
colaborar significativamente para tornar oi processo
de educação
maiseficiente e mais eficaz”.
A
cada diaque
passa está mais difícil prender a atenção dos alunos nas aulas.Será
que
estas tecnologias de informação poderãodesempenhar
um
papelrelevante neste processo
de
ensino-aprendizagem?Como
continuar utilizando os antigosmétodos de
ensinocom
tantas inovações?Segundo
Moran
(2000,p.12), sobre as perspectivas de soluções rápidas para o ensino, ele
afirma
que:
“sem dúvida as tecnologias nos permitem ampliar o conceito
de
aula,de espaço
e tempo, decomunicação
audiovisual, e estabelecer pontesconectados a distância .
Mas
se ensinardependesse
sóde
tecnologiasjá teríamos
achado
melhores soluções há muito tempo. Elas sãoimportantes,
mas
não
resolvem as questõesde
fundo. Ensinar eaprender são os
desafios
maioresque
enfrentamosem
todas asépocas
e particularmente agoraem
que estamos
pressionados pelatransição
do modelo de
gestão industrial para o da informação edo
conhecimento”.
Por sua vez, a sociedade
do
conhecimentotem
proporcionadoum
desafio àUniversidade face aos novos
rumos que
se exigemda
educação. Estedesafio
é instrumentalizar os alunos para
um
processo deeducação
continuadaque
deverá acompanhá-lo
em
toda a sua vida. Nesta perspectiva, o professorprecisa repensar a sua prática pedagógica, conscientizando-se
de que não
pode
abson/er todo o universo de informações para seus alunos, e que,com
um
volume de
informações cada dia maior, o eixoda
ação docente deverápassar
do
ensinar para o enfocar o aprender e, principalmente, para o aprendera aprender (Behrens, 2000).
Esta nova visão
que
passa a ser exigida dos novos profissionais, aprender a aprender, sob a Óticade Moraes
(1998, p.7), traduz a capacidadede
“refletir,analisar e tomar consciência do
que
se sabe, dispor-se amudar
os próprios conceitos, buscar novas informações, substituir velhas verdades por teoriastransitórias, adquirir novos conhecimentos resultantes
da
rápida evolução da1ó
2.3
A
Educação
Tecnológica
As
novas tecnologias e a constituição deum
mercado
mundializadotêm
determinado alterações na organização e execução do trabalho.
O
acessorápido e fácil à informação, proveniente destas novas tecnologias, exige a
formação
de
um
novo profissional.O
perfil deste profissional éde
um
gerenteque sabe
equacionar problemasdo
ponto
de
vista técnico, social, politico e ético e tomar decisõescom
segurançae pertinência. Para essa
tomada de
decisão é precisoque
o gerente estejapreparado para buscar os
dados
pertinentes e estabelecer relaçõessignificativas entre eles (Moretto, 2000).
Neste contexto, espera-se
que
aeducação
tecnológica esteja preparada paraformar este novo profissional.
Na
visão de Bastos (1998, p.35):“A
educação
tecnológica está orientadatambém
para omundo
do
trabalho
no que
ele possuide
determinante ao saber,ao
fazer,ao
como
fazer e ao fazer saber, especialmenteno que
se refere àstransformações
que
estão ocorrendo na organização dos processosde
trabalho, na fabricação
de
produtos ena
gestão das relaçõesde
"' H
produçao.
Ainda,
em
relação ã formação deste novo profissional,não
bastaque
sejapreparado
apenas
para exercitar procedimentos mecanicistascom
vistasao
mercado de
trabalho, mas, sim,que
ele possa serum
novo gerentede
A
educação
tecnológicapode
edeve
ajudar cada cidadão a conscientizar-sede
que
seu papel nestemomento
exige, cada vez mais,um
pensar globalizado euma
açao
sócio tecnicaem
contexto local (Pereira, 1997).Para esta formação, no entender de Bastos (1998, p.38), a
educação
tecnológica terá
que
passar pela “análise de quatro grandes eixos: osconteúdos programáticos, os
métodos
e técnicasde
ensino, as relaçõescom
os
segmentos
produtivos e a formaçaode
docentes".2.3.1
Os
conteúdos
Para Bastos (1998), os conteúdos são parte de
uma
produção social ehistórica.
São
interdisciplinares.Não
devem
ser apreendidos visando exclusivamente à manipulaçãodo
fazer,mas
àcompreensão
da tecnologiacomo
um
todo e das suas tendências,como
elementos de realização flexívelcom
vistas a preparar o imprevisível e o adaptável a ser concretizado nomundo
do trabalho.Segundo
Oliveira e Gracio (1999), a proposta para os cursos introdutóriosde
estatistica,
em
geral, é constituída porum
modelo
já pronto,cabendo
aoprofessor
apenas
executa-lo, oque tem causado
desinteresse dos alunos e,muitas vezes, os
mesmos
nãoconseguem
visualizarcomo
a metodologia18
Assim
como
Bastos (1998), Oliveira e lGracio (1999),complemento
anecessidade de criar cursos introdutórios
que
priorizem o ferramentalestatístico
adequado
a cada áreado
conhecimento,de
formaque
os conteúdosestatísticos sejam melhor articulados às áreas
de
atuação dos diferentesCU FSOS .
2.3.2
Os
métodos
e
técnicas
de
ensino
São
instrumentosque
devem
expressar comportamentos face às explicaçõestécnicas, ã
compreensão
do ambiente tecnológicocomo
um
todo.Os
métodos
e tecnicas de ensino
são meios
que
conduzem
o discente à reflexão sobre osconteúdos das técnicas e suas aplicações (Bastos, 1998).
O
professor deve cultivar a atitude de observação e pesquisa permanente,selecionando partes de
métodos
e técnicas conhecidas,bem
como
selecionarnovas formas de ensino mais ajustadas à realidade pedagógica
que
tenhade
enfrentar, para, dinâmica e objetivamente, tornar o ensino mais conseqüente
(Nerici, 1989).
Toda
técnica é tecida e envolvida por determinados ideais educativos.Não
é
atécnica
que define
o ideal educativo,mas
o contrário.Assim
é possivel usar o retroprojetorsem
ser tecnicista.É
possivel a aula expositivasem
ser tradicional2.3.3
As
relações
com
os
segmentos
produtivos
Trata-se
de
uma
aprendizagem mútua, pois a escola, nesta sociedade doconhecimento, não
detém
o monopólio do saber.O
relacionamento está nabase
da interaçãode
saberes, construídos nos laboratórios da escola e navivência
do
trabalhador inserido no contexto produtivo.No
relacionamento escola/empresa, o trabalhador será preparado para enfrentar os novosdesafios,
sabendo que
ossegmentos
produtivos estãoem
transformação,regidos por novas tendências e baseados
em
novos paradigmas (Bastos,1998).2.3.4
A
formação do
docente
O
docente nãodeve
serapenas
um
transmissor de conhecimentos atravésde
receitas prontas para manipular técnicas.
Deve
ser o incentivadorde
novosconhecimentos,
porém não
sozinho, recluso nas suas leituras e reflexões,mas
em
parceriacom
os alunos. Ele fará a grande experiência da geração e datransferência do saber tecnológico a partir
da
interaçãocom
o aluno (Bastos, 1998).A
técnicado
Microensino,que
será descrita no capitulo seguinte, visa apossibilidade
de
formaçãode
um
docenteque
sejacapaz de
organizar eorientar as condições
de
aprendizagemdemodo
que
esta se efetivecom
o20
tecnologicamente, para alcançar melhores e mais 'rápidos resultados no ensino
(Wouk, 1979).
Para Perrenoud (2000), os dez domínios
de
competências reconhecidascomo
prioritárias na formação continua dos professores do ensino fundamental,
que
podem
ser análisede
uma
reflexãoem
outros niveis de ensino, são:1. Organizar e dirigir situações de aprendizagem.
2. Administrar a progressão das aprendizagens.
3.
Conceber
e fazer evoluir os dispositivosde
diferenciação.4. Envolver os alunos
em
sua aprendizagem eem
seu trabalho.5. Trabalhar
em
equipe.6. Participar da administração da escola.
7. Informar e envolver os pais.
8. Utilizar as novas tecnologias.
9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão. 10.Administrar sua própria formação contínua.
2.4
O
ensino atuai
O
sistema educacional dominantetem
consistido,com
raras exceções,essencialmente
em
transmitir conteúdosem
vez de ensinar aos alunos amaneira
de
aprender. ParaBazzo
(1999, s/n),“Dessa forma,
não
é raroque
as aulasnum
curso de engenharia sefuncionamento de equipamentos, de planos
de
manutenção,de
interpretações
de fenômenos
físicos, de apresentaçãode
conceitos edefinições, de
dedução de
fórmulas,de
leituras de gráficos,de
dicas práticas, etc. ,sempre compreendendo
um
agente ativo-
o professor,e
um
agente predominante passivo-
o aluno.Resumindo: nesse
entendimento, o professor profere palestras assépticas e o aluno
ouve
preleções”.
Até hoje não se valorizou
adequadamente
o uso da tecnologia visando a tornaro processo ensino - aprendizagem mais eficiente e mais eficaz.
A
principalcausa é a política da escola atual, na qual o .professor é formado para valorizar
conteúdos e ensinamentos acima de tudo, a privilegiar a técnica
de
aulaexpositiva (Moretto, 2000).
Nos
próprios cursosdo
ensino superior, o usode
tecnologiaadequada ao
processo
de
aprendizagem e variada para motivar o alunonão
é tãocomum.
A
desvalorização
de
tecnologiaem
educação tem
a vercom
experiências vividasnas
décadas de
1950 e 1960,quando
se procurou impor o usode
técnicas nasescolas,
baseadas
em
teorias comportamentalistas (Masetto, 2000, p.133-135).O
ensino de Estatística, principalmente4
para usuários, enfrenta sérios
problemas. Alguns desses são inerentes à natureza da própria Estatística,
que
trabalha
com
conceitos abstratos; usa notações e terminologias complexas,muitas vezes
ambíguas
e confusas; porquetem
a matemáticacomo
linguageme, principalmente, porque lida
com
problemas domundo
real, tendoque
tomar22
O
desinteressedos
alunos, as dificuldades dosmesmos
no tratocom
oconteúdo e mais as dificuldades na vinculação
do
conhecimento estatístico,oferecido nas aulas,
com
a realidade dos diferentescampos
do
conhecimentotêm
se tornado questões emergentesde
nossa docência. Muitas vezes, osalunos não
conseguem
visualizarcomo
a metodologia estatistica será aplicadana sua futura prática profissional e terminam o curso de graduação
sem
a instrumentalização necessária para a utilização da Estatistica na soluçãode
problemas
em
sua áreade
atuação. (Oliveira e Gracio, 1999, p.68).2.5
A
Estatisticano Curso
Superior
de
Tecnologia
em
Mecânica
A
Estatistica, no Curso Superiorde
Tecnologiaem
Mecânica, faz parte dadisciplina
de Gestão
de Produção e é tratadacomo
ferramenta para odesenvolvimento das outras disciplinas de mecânica.
Na
pesquisa realizadacom
os Professoresda
Disciplinade Gestão da
Produção,
ramo
Estatistica,anexo
1, coletaram-se osdados
referentes àstécnicas, recursos didáticos e avaliações utilizadas
em
salade
aula.Dos
sete professores pesquisados, todos utilizaram a aula teórica, eapenas
um
Quanto
aos recursos didáticos, todos utilizam o quadro de giz, e quatro delesainda
fizeram
uso de impressos (apostila, textos) e transparências.A
formade
avaliação foi
100%
em
formade
prova escrita e trabalhoem
grupo.Quanto
à utilização da calculadora eletrônica ou dealgum
software estatísticocomo
meiode
auxílio no processo dacondução da
aprendizagem, acalculadora foi liberada para uso
em
sala de aula por todos os professores, esomente
um
não
permitiu o uso na prova escrita.Não
foi utilizadoum
softwareestatístico e as causas foram 2 desconhecimento, pouco
tempo
(carga horária)e falta de lugar
adequado
(laboratório).Nesta última parte da pesquisa, observou-se
que
o processo de ensino-
aprendizagem de
estatística no Curso Superior de Tecnologiaem
Mecânica do
CEFET-PR também
é privilegiado pela técnicadas
aulas expositivas epela falta
do uso de
tecnologia variada.2.6
O
ementário
O
quadro 1,tem
o propósito de comparar os ementários e cargas horárias dasdisciplinas de Gestão de Produção,
ramo
Estatística,do
Curso Superiorde
Tecnologia
em
Mecânica, extraída da proposta da Organização Didático-Pedagógica
dos Cursos Superioresde
Tecnologiado
CEFET-PR
e24
Mecânica, extraída do Currículo Pleno
de
acordocom
a resolução 48/76CFE,
de
27/O4/76, e 4/77CFE, de
09/03/77.Quadro
1:Ementa
e carga horária de Estatística .Ementa
da
TecnologiaEmenta
da Engenharia
Elementos
de
Probabilidade Elementos de ProbabilidadeVariáveis Aleatórias Variáveis Aleatórias
Distribuição
de
Probabilidade Distribuiçãode
ProbabilidadeTratamento
de
Dados
e V Tratamento deDados
Amostragem
Amostragens
e Distribuições‹›
Medidas de
Posição e AmostraisDispersão z Estimação
° Testes de Hipótese
Carga
h0fáfÍaí 21 h°f3S/aU|ã Carga horária: 60 horas/aulaAnalisando os ementários, percebe-se
que
Distribuições Amostrais,Estimação e Testes de Hipóteses são os únicos assuntos
que
nãocompõem
oementário da disciplina
de
Gestão da Produção,ramo
Estatistica, eMedidas de
Posição e Dispersão não
fazem
parte do ementário de estatísticado Curso
Superior
de
Engenharia Mecânica.Supondo
existiruma
igualdadede
tratamento nos assuntos
comuns
aos dois ementários, teremosuma
diferençasignificativa de horas/aula para os não comuns.
Portanto conclui-se que, para
que
o professor de estatistica dos Cursos Superioresde
Tecnologia consiga vencer os conteúdos propostos noementário,
sem
prejudicarum
ensino-aprendizagem eficiente e eficaz, eledeverá programar-se para otimizar o
tempo
de aula,mudar
o seucomportamento
em
salade
aula e teruma
nova postura epistemológica euma
dinâmica diferente
que
propicie mais motivação nos estudantes, ou seja, oApós
a análise da situação didática atual, na qual ficou evidenciado apredominância
da
técnica da aula expositivaem
detrimentode
uma
metodologia
de
ensino variada eadequada
para esta nova era, parte-se parao
próximo capitulo, apresentado por
um
quadro teóricoque
busca subsídios ealternativas metodológicas
que
possam
compor
uma
proposta metodológicadiferenciada
da
convencional,que
permitam facilitar o entendimentoda
estatística, otimizar otempo de
aprendizagemda
estatística e probabilidade nadisciplina de
Gestão
da Produção e preparar os alunos desta disciplina para3.
PRINCIPAIS
CONHECIMENTOS
DIDÁTICOS
Este capítulo consiste da apresentação
de
um
quadro teórico, desenvolvidoem
três Óticas,que
permitauma
análise dos principais conhecimentosepistemológicos, didáticos e tecnológicos necessários a
uma
situaçãode
ensino~aprendizagem eficiente e eficaz, e
que
farão partede
um
dos passos daengenharia didática
que
será abordada nos próximos itens.3.1
A
Óticado conhecimento
Todo
o conhecimento éuma
produção social e, portanto,um
conjunto deverdades relativas
que
se modificamem
funçãodo
desenvolvimento dassociedades e dos recursos tecnológicos disponíveis (Moretto, 2000).
Para Piaget (1996, p.306), existe
uma
diferença entre três formasde
conhecimento:
“Em
Qrimeiro lugar, háuma
imensa
categoria dos conhecimentosadquiridos graças à experiência física
em
todas as suas formas, isto é,a experiência dos objetos e
de
suas relações,mas com
abstração a partir dos objetoscomo
tais. Vê-se imediatamenteque
se trata nestecaso, da extensão índefinída
das
condutasde
aprendizagemou de
inteligência prática,
porém
com
todos os tiposde
novidadesque
devem
ser explicadas.
Em
segundo
lugar,há
a categoria, notavelmenteestreita, e
mesmo
de
extensão rea/ muito discutível,dos
conhecimentos estruturados por
uma
programação
hereditária,como
éou
trêsdimensões
do espaço, etc)..O
caráter restritodessa segunda
categoria levanta imediatamente
um
grande problema biológico pelocontraste
com
a riqueza dos instintos dos animais.Em
terceiro lugar,há
a categoria, pelomenos
tão extensa quanto a primeira,dos
conhecimentos lógico-matemáticos,
que
setomam
rapidamenteindependentes da experiência e que, se
no
inícioprocedem
dela,não
parecem
tiradosdos
objetoscomo
tais,mas
das coordenações geraisdas ações
exercidas pelo sujeito sobre objetos”.A
representaçãode
objetos matemáticosem
contextos complementares,como
os contextos gráficos, algébrico e numérico, permitida por alguns
programas
computacionais,
pode
favorecer o processode
construçãodo
conhecimento(Palis, 1994). '
O
conhecimento se torna mais sólidoquando
construido e aplicadoem
maisde
um
ambiente conceitual apropriado (Douady, 1986).Pode
ser incluída neste grupo a experiência, ou seja, o conhecimento tácito,que
é o conhecimento estruturado atravésda
observação e da práticacotidiana, resultante de' processos organizados
de
aprendizagem,que
também
28
3.1.1
Conhecimento:
teorias,aquisição
e
aprendizagem
A
origemda
aquisiçãodo
conhecimento,segundo
as teorias construtivistas,está no equilíbrio
do
sistema cognitivodo
sujeito.Quando
um
estímulo provocaa ruptura deste equilíbrio, o sujeito se vê obrigado a reagir
em um
esforço parareestabelecê-lo. Neste esforço, ele vai fazer
uma
buscaem
seusesquemas, no
sentido
de
encontrarum
esquema
que
seja capaz de assimilar o novo estímuloou, caso a assimilação
não
seja possível,um
esquema
deveráseacomodar
ànova informaçao. (Rosa, 1999, p.79).
Na
concepção de
Meirieu (1987), o conhecimento é construído a partir deuma
interação entre
uma
fasede
identificação (existeuma
serra na marcenaria),seguida
da
construção de sua significação.(paraque
serveuma
serra) paraterminar
em
sua utilização (uso da ferramenta).A
fasede
utilização éenfim
aquela
que
valida o conhecimento adquirido eque
o integra ao sistemado
indivíduo, evoluindo
de
sua forma local parauma
aplicabilidade mais geral.Para Piaget, as crianças constroem o conhecimento a partir
de
suasações
sobre o
meio
ambiente.O
conhecimento fisico é construído atravésdas ações
sobre os objetos. Já o conhecimento lógico-matemático é construído a partir
das ações sobre os objetos,
sendo que
ocomponente
mais "importante é aPara o presente estudo,
com
relação à aquisição 'do conhecimento estatístico,é
importante esclarecerque
as pessoas nãoaprendem
damesma
maneira, vistoque
os fatores fisiológicos,bem como
os sociais,podem
interferir no estilode
aprendizagem individual destas pessoas.No
caso desta pesquisa está sesupondo que
o aluno aprenda osmesmos
conceitos estatísticos ou probabilisticos
em
menos
tempo,tomando
cuidadopara
que
a aquisição destes conceitos nãofique
prejudicada. Portanto épertinente tecer alguns comentários breves, a seguir, sobre
algumas
dasprincipais teorias pedagógicas que influenciaram a formação
do
processoensino-aprendizagem até hoje e
que
contribuirãocom
o presente trabalho.SÓ
há aprendizagem (aumento de conhecimento)quando
oesquema
de
assimilação sofre
acomodação.
A
mente aumenta
sua organização e suaadaptação ao meio a fim de funcionar
em
equilibrio.Quando
este equilíbrioé
rompido por experiências
não
assimiláveis, amente
se reestrutura(acomodação)
afim
de
construir novosesquemas
de assimilação e novoequilibrio. Este processo reequilibrador (equilibração majorante) é o fator
preponderante na evolução, no desenvolvimento mental e na aprendizagem
(Piaget, 1996).
Já Vygotsky (1995)
afirma que
a “interação social é a origem e o motorda
aprendizagem
edo
desenvolvimento intelectual”. Ele consideraque
a30
explicada
como
sendo
a distância entre o nível dedesempenho
de
uma
criançae
aquiloem
que
elanão consegue
fazer sozinha,mas
que pode
realizarcom
a ajudade
um
colega ouum
adulto. Ele aindaafirma que
“o únicobom
ensino éaquele
que
se adiantaao
desenvolvimentodo
aluno”.O
conceito mais importante na teoria de Ausubel (1978) é o da aprendizagemsignificativa. Para ele, aprendizagem significativa é
um
processo pelo qualuma
nova informação se relaciona
com
um
aspecto relevanteda
estruturade
conhecimento
do
indivíduo. Neste processo a nova informação interagecom
uma
nova estruturade
conhecimento específica, na qual ele definecomo
subsunçores, existentes na estrutura cognitiva do individuo.
O
princípiofundamental
de
Ausubel assim se define “o fator isolado mais importanteinfluenciando a aprendizagem é aquilo
que
o aprendiz já sabe. Determine issoe ensine-o
de
acordo”, ou seja, no estudo do processo da aprendizagem éimprescindível considerar o
mundo
onde
o aluno se situa; pontode
partida parauma
aprendizagem significativa.Entre as inúmeras teorias pedagógicas existentes, deu-se prioridade, neste breve comentário, às teorias propostas por Piaget, Vygotsky e Ausubel, pois
sao as
que
embasarao
o presente trabalho.O
finaldo
séculoXX
consagrou ocaminho
da aprendizagemcomo
o “aprender a aprender” e consolidou as conquistasque
explicitam as condiçõesfundamentais
de
ensino, comprometidocom
aconcepção de
aprendizagemhumana
como
processo de construçao.Para Becker (1999), são três as condições necessárias para ocorrer o
aprendizado.
Sem
elas esses avanços serão comprometidos: (a) todo ensinodeve
partir do quadro atualdo
aluno; (b) deve incluir a fala do aluno e outrasformas equivalentes
de
expressão,em
sua metodologia; e, finalmente, (c)deve
considerar o erro
como
componente do
processo de construçãodo
conhecimento e
da
aprendizagem.Para Perrenoud (2000), a competência
de
organizar e dirigir situaçõesde
aprendizagem ê
uma
competência global,que
requer a mobilização dascompetências mais especificas seguintes, salientando
que
todas contribuempara a concepção, organização e
animação de
situaçõesde
aprendizagem:o Conhecer, para determinada disciplina, os conteúdos a
serem
ensinados e sua tradução
em
objetivos de aprendizagem.o Trabalhar a partir das representações dos alunos.
o Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem.
o Construir e planejar dispositivos e seqüências didáticas.
o Envolver os alunos
em
atividadesde
pesquisa,em
projetosde
conhecimento.sz
3.1.2
A
aprendizagem
colaborativaEm
1998, Jacques Delors coordenou o “Relatório para aUnesco
daComissão
Internacional sobre a
Educação
para o Século XXI”. Neste relatório, ele aponta,como
principal conseqüência da sociedadedo
conhecimento, a necessidadede
uma
educação
continuada.A
aprendizagem,ao
longode
toda a vida, foiassentada
em
quatro pilares, os pilaresdo
conhecimento:aprender
aconhecer,
aprender
a fazer,aprender
a viver juntos eaprender
a ser.O
primeiro pilar:aprender
a conhecer,combinando
uma
cultura geral, suficientemente vasta,com
a possibilidade de trabalharem
profundidadeum
pequeno número de
matérias.O
que
também
significa:aprender
a aprender,para beneficiar~se das oportunidades oferecidas pela
educação
ao longode
toda a vida.
A
pesquisacomo
princípio educativo (Demo, 1999) torna-serelevante, pois o aprender a aprender supera os conteúdos, fórmulas
decoradas e exercicios repetitivos aplicados no ensino
da
estatística,bem
como
coloca o aluno frente a situações reaisde
pesquisas estatisticas,que
fazem
parte da sua história.Também
aprenderum
volume
infindávelde
informações tornou-se tarefa
de
questionável valor,em
virtude da velocidadeque
os conhecimentos são apresentados e renovados. Logo, para Behrens(2000, p.79) a visão ingênua do professor
que
“julga ensinar tudo aos alunossobre a sua disciplina passou a ser impraticável, pois o universo das
decorar conteúdos, os alunos precisam aprender a acessá-los, a pensar e
refletir sobre eles”.
O
segundo
pilar:aprender
a fazer, afim
de
adquirirnão somente
uma
qualificação profissional,
mas
deuma
maneira mais ampla, competênciasque
tornem a pessoa apta a enfrentar
numerosas
situações e a trabalharem
equipe.
Mas também
aprender a fazer, no 'âmbito das diversas experiênciassociais ou de trabalho
que
se oferecem aos jovens e adolescentes, querespontaneamente, fruto
do
contexto local ou nacional, quer formalmente,graças
ao
desenvolvimento do ensino alternadocom
o trabalho.Cabe
ao
docente
de
estatística criar problematizações (estudos de casos)que
levem oaluno a acessar os conhecimentos estatísticos e aplicá-los assim
como
um
profissional atua.
O
terceiro pilar:aprender
a viver juntos, desenvolvendo acompreensão do
outro e a percepção das interdependências
-
realizar projetoscomuns
e preparar-se para gerir conflitos~
no respeito pelos valoresdo
pluralismo, dacompreensão mútua
e da paz.Mesmo
com
os avanços tecnológicos, científicose eletrônicos,não
conseguimos
preservar os recursos naturais e animaisdo
nosso planeta.
É
uma
questão de sobrevivênciahumana.
Desta forma, asescolas precisam rever seus projetos pedagógicos, para
mudar
o ensino34
O
quarto pilar:aprender
a ser, para melhor desenvolver a sua personalidadee estar à altura
de
agircom
cada vez maior capacidadede
autonomia, dediscernimento e
de
responsabilidade pessoal. Paraque
isso aconteça,não
negligenciar na
educação
nenhuma
das potencialidadesde
cada indivíduo:memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para
comunicar-se.
3.1.3
A
aprendizagem
na
estatísticaPara Garfield e Ahlgren (1988), a habilidade matemática para o trato
com
ocálculo das probabilidades,
que tem
como
pré-requisitoos
conceitosde
números
racionais, análise combinatória e a teoriados
conjuntos; 'a faltade
preparo parao
raciocínio dianteda
incerteza, pois o serhumano
não
está preparado para trabalhar
com
a incerteza e sim,com
fatos deterministicos;a
preponderância da manipulação de
cálculossem
o desenvolvimento
de
conceitos, fato esteque
impossibilita aos alunos a soluçãode
novosproblemas; são questões chaves
que
contribuem nas dificuldadesdo
aprendizado
de
conceitos básicosem
probabilidade e estatística. Paracontornar estas dificuldades, eles
recomendam, ao
professores:1. Introduzir tópicos através de atividades e simulações,
não
abstraçöes.2. Tentar desenvolver, no estudante, o sentimento