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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

6º ANO

MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA

2013-2019

MIGUEL ANTÓNIO DE CARVALHO VERÍSSIMO

Nº ALUNO 2013100

(2)

Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

“A sua concretização exige recursos amplos e

diversificados, impõe períodos

prolongados de educação científica e

profissional e a Sociedade espera e exige do

Médico, competência e actualização

permanente dos conhecimentos, isto é,

aprendizagem contínua, para a vida.”

“O Licenciado Médico em Portugal. Core Graduates Learning Outcomes Project.”

“The art of healing is like an unroofed temple,

uncovered at the top and cracked at the

foundation.”

(3)

Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

3

ÍNDICE

1) INTRODUÇÃO ... 4

2) OBJETIVOS TRAÇADOS ... 4

3) ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ……….……… 5

3.1) ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR ... 5

3.2) ESTÁGIO PARCELAR DE PEDIATRIA ... 5

3.3) ESTÁGIO PARCELAR DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA ... 6

3.4) ESTÁGIO PARCELAR DE SAÚDE MENTAL ... 6

3.5) ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA ... 7

3.6) ESTÁGIO PARCELAR DE CIRURGIA ... 7

3.7) UNIDADE CURRICULAR OPCIONAL ... 8

4) ATIVIDADES COMPLEMENTARES ... 8

5) ANÁLISE CRÍTICA ... 8

6) AGRADECIMENTOS ... 12

(4)

Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

1)

INTRODUÇÃO

O sexto ano do Mestrado Integrado em Medicina, da Nova Medical School – Universidade Nova de Lisboa (NMS-UNL), constitui a última etapa do ensino pré-graduado, na condição de alunos, e a primeira do exercício autónomo da profissão, como Médicos. Integra o Estágio Profissionalizante, que é composto pelos seis estágios parcelares e pelas Unidades Curriculares Opcional e Integradora – Preparação para a Prática Clínica.

Trata-se, assim, de um ano crucial no percurso académico de um estudante de Medicina, no qual coexistem duas realidades que se sucedem naturalmente e que funciona como uma “ponte” de transição. O objetivo principal deste ano, tal como está curricularmente definido, é a preparação académica, pessoal e social de uma geração de jovens médicos portugueses, após a conclusão da Licenciatura em Ciências Básicas da Saúde, com duração de três anos, seguida de mais três anos de Mestrado Integrado em Medicina.

A condição que detenho de estudante da Academia Militar implicou algumas variantes diferenciadoras do percurso académico dos demais estudantes: o ingresso é efetuado por candidatura a concurso público no qual são disponibilizadas vagas para diferentes cursos, de entre os quais Medicina, e que implica o acréscimo de um ano de formação militar especializada, prévio ao início do curso, bem como a frequência e avaliação em módulos de preparação física e militar em todos os anos subsequentes. Pretende-se, desta forma, a conjugação da exigência científica e os saberes ministrados pela Faculdade, essenciais à prática da profissão médica, com a vivência, preparação, condição e conhecimentos militares.

Propõe-se, para efeitos de organização deste relatório, enumerar os principais objetivos estabelecidos para o Estágio Profissionalizante; descrever as atividades realizadas nos diferentes estágios parcelares e unidade curricular (UC) opcional; referenciar as atividades complementares realizadas e, por fim, efetuar uma análise crítica do trabalho desenvolvido. Como Anexos do Relatório, apresentam-se: um cronograma do 6ºano, os vários trabalhos efetuados, uma tabela-resumo dos pontos positivos e negativos de cada estágio parcelar e, ainda, a certificação das atividades extracurriculares realizadas.

2)

OBJETIVOS TRAÇADOS

Estabeleci, no início do Estágio Profissionalizante, objetivos transversais a todas as especialidades. Para tal, verifiquei as informações que constavam da bibliografia recomendada e da ficha curricular de cada estágio1,2,3

e refleti sobre as minhas próprias caraterísticas, preferências e limitações. Assim, delineei os seguintes objetivos: 1) Aumentar o meu conhecimento clínico 2) Aprender continuamente com as minhas experiências, limitações e

1“O Licenciado Médico em Portugal. Core Graduates Learning Outcomes Project”

2“Learning Outcomes/Competences for Undergratuade Medical Education in Europe – The Tuning Project (2004)

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Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

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erros, e procurar colmatá-los devidamente; 3) Ter maior autonomia no contacto com o doente; 4) Integrar-me, tanto que possível, nas diferentes equipas médicas de modo a conseguir extrair o máximo de saber; 5) Consolidar as marchas diagnóstica e terapêutica nos diferentes contextos; 6) Aprender e aperfeiçoar procedimentos práticos; 7) Decidir, ponderadamente e com conhecimento, que especialidade me poderá trazer maior felicidade e realização. Serão ainda propostos vários objetivos particulares a cada estágio ao longo das próximas seções e o seu cumprimento será discutido na Análise Crítica.

3)

ATIVIDADES REALIZADAS

O Estágio Profissionalizante, decorreu no período de 10 de setembro de 2018 a 17 de maio de 2019, tendo progredido, de forma cronológica, pelos diferentes estágios parcelares – Medicina Geral e Familiar (MGF); Pediatria; Ginecologia Obstetrícia (GO); Saúde Mental; Cirurgia e Medicina (Anexo I).

3.1) ESTÁGIO PARCELAR DE MGF | 10-09-18 a 04-10-18 | 4 semanas

O estágio de MGF, regido pela Prof.ª Doutora Isabel Santos, decorreu sob tutela da Dra. Ana Isabel Caetano e foi realizado na Unidade de Saúde Familiar (USF) Loures Saudável. O meu objetivo principal, específico para este estágio, era adquirir maior autonomia e experiência clínica no contacto com o doente, sistematizando as etapas da consulta, tarefas a cumprir e exames a requisitar. Como objetivo secundário, estabeleci ficar mais familiarizado com o uso do programa informático, no que se refere à prescrição de meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDTs), bem como, no registo SOAP.

Ao longo do período de estágio efetuei, maioritariamente, observação de consultas. Posteriormente, tive a oportunidade de efetuar as consultas de forma mais autónoma, sistematizando os motivos de ida à consulta, os achados relevantes da história clínica e do exame objetivo, e discutindo, no final, as hipóteses diagnósticas e a requisição de MCTS apropriadas, com a minha tutora. Para além do referido, realizei, ainda, várias visitas domiciliárias, tanto médicas como de enfermagem e participei num dos Conselhos Gerais da USF. No final do estágio e para efeitos de avaliação, realizei e discuti o Diário de Exercício Orientado (DEO).

3.2) ESTÁGIO PARCELAR DE PEDIATRIA| 8-10-18 a 2-11-18 | 4 semanas

O estágio de Pediatria, regido pelo Prof. Doutor Luís Varandas, decorreu sob tutela do Dr. Edmundo Santos e foi realizado no Hospital de São Francisco de Xavier (HSFX). O meu objetivo principal para este estágio era melhorar a interação com o doente pediátrico, um dos aspetos que me suscitava alguma dificuldade. Estabeleci como objetivos secundários aprofundar conhecimentos sobre as patologias mais prevalentes na Pediatria e compreender as diferenças da marcha diagnóstica e terapêutica relativamente à medicina do adulto. As primeiras duas semanas decorreram, quase exclusivamente, no Berçário, onde realizei de forma autónoma a triagem de nascidos. Neste período, acompanhei vários médicos especialistas na observação de

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recém-Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

nascidos na sala de partos, em casos que, pela história clínica, aparentavam maior complexidade. Nas duas semanas seguintes, na Enfermaria geral pediátrica, realizei diários clínicos e exames objetivos, participei nas visitas médicas e efetuei a colheita de histórias clínicas. Para além do referido, realizei, semanalmente, um dia de Urgência Pediátrica e assisti às diferentes sessões clínicas realizadas pelos internos da especialidade. Por fim, assisti a várias consultas específicas da especialidade, designadamente de Imunoalergologia, Neurologia e Endocrinologia Pediátricas. No final do estágio participei no workshop “Urgências Pediátricas”, no Hospital Dona Estefânia (HDE) e apresentei o trabalho “Icterícia Neonatal - a propósito de um caso clínico”, em contexto de avaliação.

3.3) ESTÁGIO PARCELAR DE GO | 5-11-18 a 30-11-18 | 4 semanas

O estágio de GO, regido pela Prof.ª Doutora Teresinha Simões, decorreu sob tutela da Dra. Alexia Toller, tendo sido realizado também no HSFX. Estabeleci como principais objetivos para este estágio o aperfeiçoamento das principais técnicas e procedimentos da especialidade e a observação de um maior número de cirurgias do foro ginecológico, dado que no meu estágio anterior, realizado na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), tive poucas oportunidades em contexto operatório. As primeiras duas semanas de estágio incidiram na área da Ginecologia, onde participei em várias cirurgias e tive a oportunidade de suturar, bem como de aperfeiçoar procedimentos de desinfeção e de posicionamento de doentes. Assisti, também, a consultas ginecológicas, tendo realizado várias colposcopias e citologias. Nas duas semanas seguintes estagiei em Obstetrícia, tendo efetuado o acompanhamento de grávidas na enfermaria, realizado vários toques vaginais e restante exame objetivo e assistido a uma interrupção médica da gravidez. Observei, ainda, vários partos (eutócicos, distócicos e cesarianas) e assisti a diferentes consultas, designadamente de obstetrícia, patologia fetal e diagnóstico pré-natal. Por fim, participei no Congresso “5º ABC de Imunologia para Médicos – Patologia Imune na Gravidez”, sob coordenação do Prof. Doutor Luís Borrego, tendo efetuado, posteriormente, para o Serviço de Ginecologia, uma apresentação de síntese dos conteúdos abordados.

3.4) ESTÁGIO PARCELAR DE SAÚDE MENTAL |3-12-18 a 11-01-19 | 4 semanas

O estágio de Saúde Mental, regido pelo Prof. Doutor Miguel Talina, sob tutela da Dra. Isabel Ganhão, foi realizado no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL). Defini como objetivos para este estágio: aprofundar o conhecimento nas indicações para referenciação à Psiquiatria; identificar quais os principais sintomas de patologia psiquiátrica e criar estratégias para a recolha da anamnese e estímulo da relação médico-doente, em contextos de maior dificuldade. Nos dois primeiros dias assisti às sessões teórico-práticas, lecionadas na NMS-UNL. Posteriormente, no CHPL, acompanhei o internamento do pavilhão 29, correspondente à área geográfica de Sintra, onde realizei recolha de histórias clínicas, registo de diários clínicos e requisição de MCDTs, com supervisão apropriada. Semanalmente, assisti às sessões do internato e de revisão e observei a consulta de

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Psiquiatria, na Associação Comunitária de Saúde Mental de Loures e a consulta de cessação tabágica, no CHPL. Por fim, realizei e discuti uma história clínica com a minha tutora, relativa ao caso de um doente, que acompanhei durante o internamento, com diagnóstico de perturbação delirante do tipo persecutório e elaborei e discuti o relatório para efeitos de avaliação.

3.5) ESTÁGIO PARCELAR DE CIRURGIA | 21-01-19 a 15-03-19 | 8 semanas

O estágio de Cirurgia Geral, regido pelo Prof. Doutor Rui Maio, sob tutela da Dra. Ana Catarina Pinho, tendo sido realizado no Hospital das Forças Armadas – Polo de Lisboa (HFAR). Por uma questão de gosto pessoal e por ser aluno militar, criei grandes expectativas para este estágio e defini três grandes objetivos: Participar no máximo de cirurgias possíveis; melhorar, aprender e praticar técnicas e procedimentos da especialidade; e perceber a dinâmica de um hospital militar, apurando as suas valências e especificidades. Na primeira semana deste estágio assisti às aulas teórico-práticas e frequentei o curso Trauma Evaluation and Management (TEAM), ministrado no Hospital Beatriz Ângelo (HBA). Posteriormente, nas sete semanas seguintes, assisti e participei em diversas cirurgias, nas quais aprofundei conhecimentos sobre as diferentes técnicas cirúrgicas e pratiquei suturas e nós. Acompanhei também o internamento, onde elaborei notas de entrada, exame objetivo no pós-operatório, diários clínicos e notas de alta. Tive ainda a oportunidade de realizar vários procedimentos na enfermaria como drenagem de abcessos, realização de pensos e retirada de pontos de sutura e de drenos. Participei, semanalmente, na consulta externa e nas sessões clínicas, partilhadas por videoconferência entre os polos de Lisboa e Porto, onde foram apresentados, de forma rotativa, vários casos clínicos das especialidades de Cardiologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica, Cirurgia Vascular e Infeciologia. No final deste estágio, em congresso realizado no HBA, efetuei, para efeitos de avaliação, a apresentação do trabalho “Um trabalho

maGISTral…” que versou um caso clínico de GIST gástrico, acompanhado da respetiva revisão teórica.

3.6) ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA | 18-03-19 a 17-05-19 | 8 semanas

O estágio de Medicina Interna, regido pelo Prof. Doutor Fernando Nolasco, decorreu, sob tutela da Dra. Ascénsion Lopez e foi realizado, de igual modo, no HFAR. Relativamente a este estágio, além de partilhar o objetivo de conhecer o HFAR, referido no ponto anterior, tracei outros objetivos tais como: aumentar o meu conhecimento relativamente às patologias mais prevalentes; melhorar a semiologia e aperfeiçoar a execução de procedimentos médicos, designadamente gasimetrias arteriais e punções venosas. Durante o período de estágio, assisti às várias aulas teórico-práticas que foram ministradas no HFAR – “Coma”; “ECG”; “Diarreia”; “Antibioterapia”; “Equilíbrio Ácido-base”; “Pneumonia”; “Interações medicamentosas” e “Anticoagulação oral”. Acompanhei, também, as consulta externas de Medicina Interna e de Nefrologia e realizei várias atividades em internamento, onde era responsável, diariamente, por alguns doentes determinados pela minha tutora. Executei, neste contexto, notas de entradas, diários clínicos, pedidos de observação de especialidade, requisição

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de MCDTs, notas de alta e efetuei gasimetrias e punções venosas. Foi-me possibilitado observar técnicas de outras especialidades como colonoscopias, endoscopias, CPRE e hemodiálise. Participei na visita médica, partilhada por várias especialidades, onde efetuei, semanalmente, a apresentação de doentes e assisti aos

Journal Clubs e às sessões clínicas hospitalares. Realizei, ainda, um dia de urgência por semana, sob tutela da

Dra. Ruth Correia, no Hospital de São José (HSJ), onde, conduzi as consultas, discuti hipóteses diagnósticas e realizei exames objetivos dirigidos, procedendo, posteriormente, à requisição de MCDTs, de forma supervisionada. No final do estágio realizei e apresentei, ao Serviço de Medicina, o trabalho “A propósito de

hemoptises”, relativo a um caso de Poliangeíte Microscópica, com desenvolvimento da história clínica e

realização da revisão teórica relativa ao síndrome pulmão-rim.

3.8) UNIDADE CURRICULAR OPCIONAL DE TRAUMA | 20-05-19 a 31-05-19 | 2 semanas

Para o estágio opcional de 6º ano, escolhi a unidade curricular de Trauma, regida pelo Prof. Doutor Francisco Oliveira Martins, que decorreu na NMS-UNL e no HSJ. Neste âmbito, assisti aos seminários existentes e estagiei, posteriormente, nos serviços de Neurocirurgia, Unidade Vertebro-Medular, Unidade de Queimados e Cirurgia da Mão, Sala de Trauma e Cirurgia Maxilofacial. Por fim, tive a oportunidade de acompanhar a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), durante um dia.

4)

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Ao longo do curso de Medicina, empenhei-me na realização de algumas atividades que complementaram a vertente académica e concorreram para o meu desenvolvimento pessoal, cultural e científico (anexo IV). Frequentei os cursos Tactical Combat Casualty Care (TCCC), como formando, e o Advanced Trauma Life Support (ATLS), como observador e participei na XIV edição do Hospital da Bonecada. Relativamente ao corrente ano letivo, destaco a participação, por ordem cronológica, nas “Jornadas de Cardiologia de Lisboa Ocidental”; no “5ºABC de Imunologia para Médicos”, no Congresso “Revisitar a Hematologia” e na “8ª Reunião de

Imunoalergologia”. Integrei, ainda, com entusiasmo, a Equipa de Futebol Masculino da Faculdade desde o 2º

ano, tendo contribuído para a subida para a 1ª Divisão Universitária. Acresce referir, por fim, que durante os seis anos de Faculdade fui o Chefe do meu Curso de Saúde Militar, cabendo-me as funções de coordenação e representação de todos os elementos.

5)

ANÁLISE CRÍTICA

Em termos de reflexão crítica quanto ao Estágio Profissionalizante, merecem ser destacados alguns aspetos referentes aos diferentes Estágios Parcelares.

Inicio a minha análise relativamente ao estágio de MGF, especialidade que constitui a base dos cuidados de saúde em Portugal, por ser, na maioria das situações, o primeiro e o mais longo contacto do doente com os

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serviços de saúde. Trata-se de um estágio exigente que requer conhecimentos clínicos alargados, um esforço contínuo de aprendizagem, atualização constante e capacidade de adaptação a uma realidade logística e administrativa de alguma complexidade. Porém, o aspeto que considero de primordial importância é a aprendizagem da melhor e mais adequada abordagem ao doente, a interação e comunicação e o reforço da relação médico-doente em todos os instantes. A USF, aquando da realização do meu estágio, encontrava-se num período difícil devido à falta de médicos, estando em funções apenas três médicos, dos seis, a exercer. Esta circunstância foi determinante no desenvolvimento do meu estágio, não existindo muito tempo para apresentação de trabalhos, como era padrão habitual. Em contrapartida, atribuíram-me o “meu primeiro gabinete”, o que se tornou exequível devido à disponibilidade temporária de espaço, e me possibilitou conduzir as consultas, recolher história clínicas, aperfeiçoar a semiologia e melhorar a interação com os doentes. Esta autonomia tão desejada e apreciada foi conseguida sem prejuízo de ter existido, em todo o tempo, uma efetiva e adequada supervisão por parte da minha tutora. Assim, creio que os meus objetivos 1,2,5 e principalmente o 3 e 4 foram atingidos com sucesso, assim como os restantes objetivos definidos para o estágio. Relativamente ao segundo estágio, de Pediatria, uma das consideradas “grandes áreas da Medicina”, urgia estar preparado para a complexidade clínica e especificidade inerentes à especialidade e manter, à semelhança dos restantes estágios, uma postura dinâmica. Dado tudo o que foi referido na seção 3.2, creio que esta intenção foi assegurada, tendo tido oportunidade de complementar a minha experiência clínica prévia, de outros estágios, com contextos tão específicos desta especialidade, que observei pela primeira vez. Destaco como um dos pontos mais positivos do estágio a abertura aos alunos na participação nas consultas de subespecialidades, destacando a consulta de Neurologia Pediátrica com o Dr. Pedro Cabral, na qual aprendi a “brincar” ao exame neurológico na criança, de maneira tão personalizada que eram exponenciadas a colaboração dos doentes e a confiança e a satisfação dos pais. Referencio, também, como pontos positivos: a autonomia conferida aos alunos, relativamente ao tempo semanal de urgências despendido; a responsabilidade atribuída e, especificamente, o estar constantemente “posto à prova” em termos de diagnóstico, prescrição de MCDTs e prescrição terapêutica. Não obstante carecer de maior experiência prática e reforço teórico nestas matérias, considero que os objetivos 1,2,3,4 e 5 foram também cumpridos. Relativamente ao meu grande objetivo para este estágio, referido na descrição de atividade – melhorar a interação com o doente pediátrico - considero que o mesmo foi alcançado com sucesso, muito à custa dos ótimos exemplos que tive oportunidade de observar. Relativamente ao estágio de GO, considero que foi um dos estágios que mais me surpreendeu, uma vez que, em virtude das minhas preferências pessoais, não tinha à priori criado grandes expectativas. Porém, participei durante o período de estágio, em três intervenções live saving emergentes, das quais mesmo na ótica do mero observador, retirei uma grande realização e gratificação pessoais, como se consciencializasse, naqueles momentos, a importância

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e o poder de salvar vidas na mesa de cirurgia. Este estágio constituiu-se, assim, como uma experiência fundamental no encaminhamento e aferição de preferência pelas especialidades cirúrgicas, sendo o objetivo 7 cumprido com sucesso. Também, a participação no congresso de Imunoalergologia, fora do âmbito do estágio, acrescentou valor e conhecimentos à minha experiência e, simultaneamente, permitiu-me a visão de outra especialidade, designadamente sobre a patologia imune na gravidez, desmistificando alguns conceitos. Acresce referir que por não existir, no HSFX, a área da infertilidade não tive contacto prático com esta subespecialidade, cada vez mais importante nos dias de hoje, pelo que se sugere a disponibilização complementar de mais um dia de estágio noutros centros, por forma a serem ministradas noções gerais e prática clínica neste âmbito. Por fim, considero que este estágio, pelos conhecimentos adquiridos e pela confiança que me foi depositada, foi particularmente bem-sucedido, tendo atingido os objetivos pessoais 1,4 e 5. No que se refere ao estágio de Saúde Mental, foi sempre assegurada a relação docente/discente 1:1, o que reveste extrema importância no envolvimento e contacto com os doentes neste contexto. Destaco, como principal ponto positivo, a visão renovada que adquiri relativamente à doença mental. Apesar de considerar que a permanência com os mesmos tutores é importante, gostaria, contudo, de ter sido possível passar por outros serviços do CHPL, designadamente pelo Serviço de Dependências, por forma a aproveitar a grande diversidade de valências existentes. Como ponto menos positivo, refiro não existir um período semanal fixo de urgência. Tendo em conta o referido na seção 3.4, considero cumpridos, em especial, os objetivos 1,2 e 4, bem como, todos os objetivos particulares delineados para o estágio em referência. Relativamente ao estágio de Cirurgia Geral, o meu contacto prévio com a especialidade decorreu no centro de referência da patologia colo-rectal no Hospital Santo António dos Capuchos, incidindo, maioritariamente, nas patologias observadas neste espetro. Foi interessante, assim, neste estágio, ter observado patologias e tratamentos diversos fora desse âmbito e também com incidência, maioritária, em faixas etárias jovens, por se tratar de militares em exercício de funções e operacionalidade. Da primeira semana de estágio gostaria de destacar a importância do curso TEAM, com sistematização da abordagem ABCDE e discussão de casos clínicos. Relativamente às componentes práticas das aulas lecionadas no HBA, sugere-se a divisão das turmas em grupos mais pequenos, por forma a permitir que todos os alunos tenham a oportunidade de realizar os procedimentos práticos, sendo este um ponto a melhorar. Nas semanas que se sucederam, no HFAR, tive a oportunidade de participar em diversas cirurgias, foram-me atribuídas responsabilidades no internamento e nas consultas e adquiri conhecimentos múltiplos, pela boa prática e exemplo dos médicos que acompanhei, o que me permitiu atingir a maioria dos objetivos propostos. Refira-se não ter sido possível realizar urgência ou pequena cirurgia, por não existirem no HFAR, pelo que se sugere que, em estágios futuros, os alunos possam realizar tempos de urgência noutro hospital, à semelhança do que acontece no estágio de Medicina Interna. Por este motivo não atingi a totalidade dos objetivos acima

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referidos, uma vez que tive pouca prática em pequena cirurgia realizando apenas suturas no Bloco Operatório. Porém, pela integração no serviço, pelo gosto que adquiri pela especialidade, e, sobretudo pela possibilidade de participação em múltiplas cirurgias, destaco a concretização, com sucesso, dos objetivos pessoais 1,2 3,4 e 7. O estágio de Medicina Interna foi, seguramente, o mais completo em termos de aprendizagem, pois senti-me, a todo o tempo como elemento integrante da equipa, para além de ser constantemente incentivado para a realização de procedimentos e para a interação com os doentes. O estágio serviu, assim, o seu propósito máximo: ser profissionalizante. Foi também a etapa onde, embora com ajuda e supervisão, senti o maior peso da responsabilidade que assiste ao médico no diagnóstico, tomada de decisões, encaminhamento e terapêutica. Considero ter atingidos grande parte dos objetivos, principalmente os objetivos 1,2,3, 4 e 5. Reconheço, porém, que necessito de mais prática clínica, de modo a obter maior segurança, especialmente no que diz respeito à prescrição terapêutica. Além do referido, constatei que existe, por ser um hospital pequeno, acessibilidade e partilha constantes entre as diferentes especialidades, considerando tratar-se de uma circunstância diferenciadora e uma mais valia para a melhor prestação de cuidados de saúde. Gostaria de destacar, ainda, a importância das visitas realizadas nos estágios de Medicina e de Cirurgia aos Centros da Medicina Aeronáutica, de Epidemiologia e Intervenção Preventiva e de Medicina Subaquática e Hiperbárica, oportunidades de excelência, tanto para alunos militares como civis, de conhecer estas subunidades e perceber aspetos de medicina tão específicos e importantes no contexto da saúde das Forças Armadas Portuguesas. Relativamente ao estágio opcional, optei por Trauma especificamente por ser uma área pela qual nutro muito interesse e que, com alguma probabilidade, poderá fazer parte do meu futuro profissional, para além de complementar e de se coadunar com formação pré-hospitalar já adquirida, designadamente a frequência como observador do curso ATLS e como formando do curso TCCC. Destaco, como aspeto positivo deste estágio, a rotatividade por vários serviços de especialidades com as quais não tinha contactado durante a Faculdade.

Face ao aqui explanado é tempo de refletir sobre o percurso realizado, na sua globalidade. Findo o último ano do curso de Medicina e olhando em retrospetiva, considero que a grande maioria dos objetivos traçados foram atingidos, pelo que fico com o sentimento de Missão Cumprida.

Deste modo, será um privilégio poder pertencer ao grupo daqueles que juram pela “saúde e o bem-estar do meu doente”, que guardam “o máximo respeito pela vida humana” e que fomentam “a honra e as nobres tradições da profissão médica”.4 E assegurar que essas premissas perdurarão nos anos vindouros, aliadas ao já

realizado juramento de “defender a minha Pátria e estar sempre pronto a lutar pela sua liberdade e independência, mesmo com o sacrifício da própria vida”.5

4 Juramento de Hipócrates 5 Juramento de Bandeira

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Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

6)

AGRADECIMENTOS

Termino o meu relatório com uma palavra de agradecimento à NMS-UNL e à Academia Militar pela excelência de formação que me disponibilizaram e também a todos os meus professores, tutores e colegas que muito contribuíram para que este objetivo fosse alcançado.

Por fim, agradeço à Patrícia e à minha família pelo apoio, disponibilidade, paciência, e valores incutidos, sem os quais esta caminhada teria sido muito mais difícil.

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Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

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7)

ANEXOS

I) CRONOGRAMA DE ESTÁGIOS ... 14

II) TRABALHOS REALIZADOS ... 14

III) TABELA RESUMO DE PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS ... 15

IV) CERTIFICADOS ... 16

IV.A)

REALIZAÇÃO DO CURSO TACTIC COMBAT CASUALTY CARE

... 16

IV.B)

PARTICIPAÇÃO NO CURSO ADVANCED TRAUMA LIFE SUPPORT

... 18

IV.C)

PRESENÇA NAS JORNADAS DE CARDIOLOGIA DE LISBOA OCIDENTAL

... 19

IV.D)

PRESENÇA NO 5º ABC DE IMUNOLOGIA PARA MÉDICOS

... 20

IV.E)

PARTICIPAÇÃO NO CONGRESSO REVISITAR A HEMATOLOGIA

... 21

IV.F)

PRESENÇA NA 8ª REUNIÃO DE IMUNOALERGOLOGIA DE LISBOA

... 22

IV.G)

REALIZAÇÃO DO CURSO TRAUMA EVALUATION AND MANAGEMENT

... 23

IV.H)

REPRESENTAÇÃO DA EQUIPA DE FUTEBOL DA AEFCM

... 24

(14)

Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

ANEXO I)

CRONOGRAMA DE ESTÁGIOS

ANEXO II)

TRABALHOS REALIZADOS

ESTÁGIO

PARCELAR

REGENTE PERÍODO DE ESTÁGIO LOCAL TUTOR

MEDICINA GERAL

E FAMILIAR

Prof. Doutora Isabel Santos 10/09/2018 05/10/2018 USF Loures Saudável

Dra. Ana Isabel Caetano

PEDIATRIA

MÉDICA

Prof. Doutor Luís Varandas 08/10/2018 02/11/2018 Hospital São Francisco Xavier Dr. Edmundo Santos

GINECOLOGIA E

OBSTETRÍCIA

Prof. Doutora Teresa Ventura 05/11/2018 30/11/2018 Hospital São Francisco Xavier

Dra. Alexia Toller

SAÚDE MENTAL

Prof. Doutor Miguel Talina 03/12/2018 11/02/2019 Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa

Dra. Isabel Ganhão

CIRURGIA GERAL

Professor Doutor Rui Maio

21/01/2019 15/03/2019

Hospital das Forças Armadas

Dra. Ana Catarina Pinho

MEDICINA

INTERNA

Prof. Doutor Fernando Nolasco 18703/2019 17/05/2019 Hospital das Forças Armadas Dra. Ascénsion Lopez

TRAUMA

Prof. Doutor Francisco Oliveira Martins 20/05/2019 31/05/2019 NMS; Hospital de São José Prof. Doutor Francisco Oliveira Martins

ESTÁGIO

PARCELAR

TEMA E ORADORES

PEDIATRIA

MÉDICA

“Um caso clínico de icterícia neonatal”

Miguel Veríssimo

GINECOLOGIA E

OBSTETRÍCIA

“Patologia imune na gravidez”

Manuel costa e Miguel Veríssimo

CIRURGIA

GERAL

“Um caso magistral”

Miguel Veríssimo, Pedro Pinto e Sara Costa

MEDICINA

INTERNA

“A propósito de um caso de hemoptises”

Alexandrina Silva, Diogo Matias, Miguel Veríssimo

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Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

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ANEXO III)

TABELA RESUMO DE PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS

ESTÁGIO

PONTOS POSITIVOS

PONTOS NEGATIVOS

MEDICINA GERAL E FAMILIAR

- Autonomia tutelada na condução de consultas;

- Realização de consultas domiciliárias; - Observação de patologias variadas e de diferentes faixas etárias;

- Rácio tutor-aluno 1:1.

- Carga horária;

- Dada a falta de médicos na USF, volume excessivo de consultas por hora; - Poucos procedimentos práticos realizados.

PEDIATRIA

- Autonomia parcial, no Berçário, Serviço de Urgência e Enfermaria; - Observação de recém-nascidos na sala de partos;

- Observação de consultas de subespecialidades pediátricas; - Rácio tutor-aluno 1:1.

- Curta duração do workshop “Urgências Pediátricas”.

GINECOLOGIA OBSTETRÍCIA

- Boa Integração na equipa médica; - Possibilidade de participar em diversas cirurgias;

- Variedade de procedimentos efetuados;

- Rotação entre as diferentes valências da especialidade.

- Não ter participado em Consulta de Infertilidade;

- Rácio tutor-aluno 1:2.

SAÚDE MENTAL

- Excelente integração na equipa médica;

- Observação de consultas de cessação tabágica;

- Discussão constante de casos clínicos; - Rácio tutor-aluno 1:1.

- Não ter observado outras valências da especialidade existentes no CHPL; - Não existir dia fixo de serviço de urgência.

CIRURGIA GERAL

- Integração na equipa com participação em muitas cirurgias; - Variedade de procedimentos realizados;

- Visitas aos diferentes Centros Militares;

- Curso TEAM.

- Carga horária;

- Não ter realizado serviço de Urgência;

- Pouca prática de Pequena Cirurgia; - Rácio tutor-aluno 1:3.

MEDICINA INTERNA

- Autonomia supervisionada na observação de doentes; - Integração na equipa médica; - Discussão constante dos casos clínicos observados;

- Excelente articulação do Serviço de Urgência;

- Observação de consultas e técnicas de outras especialidades;

- Rácio tutor-aluno 1:1.

- Carga horária;

- Poucos procedimentos práticos realizados.

(16)

Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

ANEXO IV)

CERTIFICADOS

(17)

Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

17

(18)

Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

(19)

Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

19

ANEXO IV.C)

CERTIFICADO DE PRESENÇA NAS JORNADAS DE CARDIOLOGIA DE LISBOA OCIDENTAL – CARDIOLOGIA 2018 PARA O CLÍNICO PRÁTICO

(20)

Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

(21)

Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

21

(22)

Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

(23)

Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

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ANEXO IV.G)

CERTIFICADO DE REALIZAÇÃO DO CURSO TRAUMA EVALUATION AND

(24)

Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

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Relatório Final do Estágio Profissionalizante – 6º Ano

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Referências

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