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A alteração da natureza jurídica

do benefício pensão por morte

no regime geral de previdência

social brasileiro com a reforma da

previdência

Cristiane Miziara Mussi1

Resumo

O presente artigo tem como objetivo geral a análise da natureza jurídica do benefício pensão por morte no regime geral de previdência social brasileiro a partir de uma breve digressão histórica, contrapondo-a com as alterações publicadas em 13 de novembro de 2019 (Emenda Constitucional 103/2019). O tema, em si, revela-se de grande importância econômica e social, vez que a restrição ao acesso ou a diminuição dos valores de recebimento a título de benefício previdenciário tem impacto econômico, mas especialmente social de grande proporção face à realidade brasileira. Para tanto, foi desenvolvido o estudo valendo-se do método hipotético-dedutivo, sendo privilegiada a análise da legislação, sem se abster da utilização da doutrina. Como principais resultados, observa-se que a pensão por morte deixa de ser benefício substitutivo do salário do trabalhador, ao criar-se uma distributividade no critério da sua concessão e se estabelecer uma redução de alíquota no valor da mesma. Tais medidas, na concepção do que se espera do seguro proporcionado pela previdência social, representam verdadeiro retrocesso social e ferem diretamente a regra da contrapartida (art. 195, §5.º, CF/88).

Palavras-chave: Risco social. Pensão por morte. Previdência

social. Natureza jurídica.

1 Doutorado em Direito Previdenciário pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É especialista em Direito do Consumidor pelo Centro Universitário de Rio Preto - UNIRP. Professora Associada na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ, em Nova Iguaçu, professora visitante na EMERJ, FGV, CERS, INFOC, Toledo Presidente Prudente, Unitoledo Araçatuba, DAMÁSIO e CBEPJUR. Líder do Grupo de Pesquisa DIALOGOS certificado pela UFRRJ. Chefe do DCJUR - Departamento de Ciências Jurídicas da UFRRJ - IM - Nova Iguaçu. Integrante como membro fundadora da Academia Brasileira de Direito da Seguridade Social – ABDSS.

V

OL

UME I | NÚMERO 3 | JUL

-DEZ / 2 0 19 EDIÇ Ã O E XTRA RECEBIDO EM: 31/10/2019 ACEITO EM: 22/04/2020

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Alteration of the legal nature of the death pension benefit under

the brazilian social security general scheme with pension reform

Abstract

The purpose of this article is to analyze the legal nature of the death pension benefit in the Brazilian general social security scheme from a brief historical tour, in contrast to the amendments published on November 13, 2019 (Constitutional Amendment 103 / 2019). The theme itself is of great economic and social importance, since the restriction of access or the reduction of the amounts received as social security benefit has an economic, but especially social impact of great proportion to the Brazilian reality. Therefore, the study was developed using the hypothetical-deductive method, privileging the analysis of the legislation, without abstaining from the use of the doctrine. As main results, it is observed that the death pension is no longer a substitute benefit of the employee’s salary, by creating a distributiveness in the criterion of its grant and establishing a reduction in the rate of the same. Such measures, in the conception of what is expected from the insurance provided by social security, represent true social setback and directly hurt the counterpart rule (art. 195, §5.º, CF/88).

Keywords: Social risk. Death pension. Social Security. Legal nature.

El cambio en la naturaleza legal del beneficio de pensión de

muerte en el esquema general de seguridad social brasileño con la

reforma de pensiones

Resúmen

El propósito de este artículo es analizar la naturaleza legal del beneficio de pensión de muerte en el esquema general de seguridad social de Brasil a partir de un breve recorrido histórico, en contraste con las enmiendas publicadas el 13 de noviembre de 2019 (Enmienda Constitucional 103 / 2019). El tema en sí es de gran importancia económica y social, ya que la restricción del acceso o la reducción de los montos recibidos como beneficio de la seguridad social tiene un impacto económico, pero especialmente social de gran proporción en comparación con la realidad brasileña. Por lo tanto, el estudio se desarrolló utilizando el método hipotético-deductivo, privilegiando el análisis de la legislación, sin abstenerse del uso de la doctrina. Como resultados principales, se observa que la pensión por fallecimiento deja de ser un beneficio sustitutivo del salario del empleado, al crear un criterio distributivo de su concesión y establecer una reducción en la tasa de la misma. Dichas medidas, en la concepción de lo que se espera del seguro provisto por la seguridad social, representan un verdadero retroceso social y perjudican directamente la regla de contraparte (art. 195, §5, CF / 88).

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SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO; 2 RISCO SOCIAL MORTE; 3 DA FORMAÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA PREVIDENCIÁRIA DE BENEFÍCIOS; 4 A NATUREZA DO BENEFÍCIO PENSÃO POR MORTE NO CON-TEXTO HISTÓRICO PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO; 4.1 A origem da pensão por morte como indeni-zação paga ao trabalhador; 4.2 A história da pensão por morte como benefício previdenciário de nature-za alimentar; 4.3 A evolução do benefício previdenciário pensão por morte pós Constituição Federal de 1988 e a natureza jurídica substitutiva da renda do trabalhador; 4.4 O início das restrições impostas ao benefício pensão por morte após dez anos da publicação da Lei 9.032/95; 4.5 A nova previdência e a alte-ração da natureza jurídica do benefício pensão por morte; 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS; REFERÊNCIAS.

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como objetivo geral a análise da natureza jurídica da pensão por morte trazida pela Nova Previdência social por meio da promulgação da Emenda Constitucional 103 de 2019. Especificamente, o estudo leva em consideração uma breve digressão histórica da evolução acerca do benefício previdenciário no contexto da previdência social, destacando o debate trazido com a redução do valor do benefício e a distributividade em caso de aposentadoria do dependente do segurado falecido.

Numa perspectiva histórica, o benefício pensão por morte foi inserido no contexto previdenciário como benefício para auxiliar a família do segurado da previdência social acometido do risco social morte. Considerando, no entanto, a realidade brasileira, bem como a base média dos salários-de-benefício da pensão por morte hodiernamente concedidos pela previdência social, a Constituição Federal de 1988 elevou este benefício à categoria dos benefícios com natureza jurídica substitutiva do salário, não podendo ser inferior ao salário-mínimo. Reconhecendo a pensão por morte nos termos do §2.º do art. 201 da Constituição Federal de 1988, como benefício substitutivo da renda do segurado falecido, a Lei 9.032 de 1995 representou importante conquista no que tange ao benefício em comento, ampliando seu percentual para a alíquota de 100% (cem por cento) do salário-de-benefício, respeitados o piso e o teto legalmente estabelecidos para o regime geral de previdência social.

Após algumas tentativas de alteração da natureza jurídica do benefício previdenciário pensão por morte após o advento da Lei 9.032/1995, com o intuito de limitá-lo à ajuda econômica concedida aos dependentes do segurado, a EC 103/2019 trouxe patente o desvirtuamento da natureza jurídica do benefício, ao caracterizar a pensão por morte como benefício de auxílio à família e não mais como substitutivo da renda do trabalhador, podendo a mesma ser paga numa cota familiar de 50% (cinquenta por cento) do valor da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento) (art. 23, caput, Emenda Constitucional 103/2019). Ao mesmo tempo, note-se que para a família do segurado que não estiver aposentado ou não tiver já implementado os requisitos para a aposentadoria na data do óbito,

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a alíquota da pensão por morte será calculada sobre o montante do benefício de aposentadoria por incapacidade, que será de 60%, se o segurado ou segurada tiver cumprido menos ou apenas os requisitos mínimos de carência para a obtenção da aposentadoria voluntária.

Com a nova previdência, ainda que se respeite o piso (salário-mínimo) na concessão deste benefício, os dependentes do segurado ou segurada, não poderão contar com uma proteção mais efetiva da previdência social, baseada na médica do montante integral da contribuição vertida ao seguro social,

Diante disso, surge a problemática no contexto da proteção ou restrição da proteção previdenciária aos dependentes do segurado ou segurada da previdência social: sendo o benefício com natureza alimentar e visando proteger os dependentes diante da falta do ente familiar morto, essa redução representa retrocesso ou necessidade diante da realidade social? O critério de distributividade utilizado está de acordo com o que se espera do seguro social?

Para tanto, o estudo foi desenvolvido por meio do método hipotético-dedutivo, com utilização privilegiada da legislação, sem se abster do aproveitamento da doutrina. Trata-se de pesquisa descritiva da evolução do benefício previdenciário pensão por morte, aventando um problema prospectivo.

2 RISCO SOCIAL MORTE

A previdência social visa a proteção dos riscos sociais. Num panorama geral, observa-se que risco é palavra originária de evento eivado da característica de futuridade. Além da futuridade, revela-se a incerteza da sua ocorrência como uma de suas características em destaque.

Levando tal conceito para a esfera social, tais riscos podem ser conceituados como eventos futuros e incertos que acometem o trabalhador e revelam situação de necessidade, prejudiciais à toda sociedade, se não amparados pelo seguro social.

No mesmo sentido, importa destacar o conceito de risco traçado por Feijó Coimbra (2001, p. 17), para quem:

Risco é o evento futuro e incerto, cuja verificação independe da vontade do segurado. A legislação social desde logo voltou-se para a proteção de determinadas espécies de riscos, cuja ocorrência traria desfalque patrimonial ao conjunto familiar do trabalhador, ou seja, a morte do segurado, ou a perda de renda deste, por motivo de incapacidade laborativa, decorrente de doença, acidente ou velhice.

Ressalte-se que, ao longo da história, partiu-se da premissa de que risco social era situação reveladora de dano, alcançando nova concepção a partir do momento em que a doutrina passou a sabiamente considerá-lo como situação ensejadora de

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necessidade, já que, a exemplo da maternidade, verifica-se que a mesma é risco social protegido, que não se reveste da característica de dano.

Y es que la noción de daño no se ajusta fielmente a la función protectora del seguro social, ya por defecto, ya por exceso. Por defecto, porque existen acaecimientos deseados y felices (nupcialidad, natalidad, etc.) que no pueden ser considerados como dañosos en sí, y, sin embargo, son merecedores de protección, en cuanto provocan una onerosidad económica o necesidad como consecuencia. Por exceso, porque así como la necesidad supone la falta de bienes esenciales, necesarios para la vida del sujeto protegido, el daño sobrevenido puede referirse a bienes superfluos que exceden los necesarios, en la medida en que sean atacados por el acaecimento. Si, pues, la consecuencia abarca necesidades que no son dañosas, al tiempo que rechaza daños que no constiuyen necesidades, há de concluirse que el concepto necesidad conviene mejor que la noción del dãno.2

(ALMANSA PASTOR, 1991, p. 223)

Transcrevendo o pensamento de Heloisa Hernandez Derzi (2004, p.73): Não se pode pretender, entretanto, a libertação das necessidades sociais, sem, primeiramente, conhece-las e delimitá-las, tarefa que pressupõe, de um lado, os instrumentos protetores adequados, quais sejam, a Previdência Social ou Privada, os Serviços Sociais e Assistenciais; e, de outro, a criação de um ordenamento jurídico que viabilize o funcionamento do mecanismo protetor. A maior ou menor eficácia de cada mecanismo de cobertura vai depender da abrangência e da intensidade da proteção.

No viés da proteção Constitucional, o art. 201 (Constituição da República Federativa do Brasil de 1988) elenca o rol de riscos sociais que devem ficar sobre a proteção do regime previdenciário brasileiro. Riscos como incapacidade laborativa, idade avançada, morte, reclusão, maternidade são merecedores de proteção, com o intuito de se garantir o bem-estar e a justiça sociais (art. 193, CF/88).

Adriana Zawada Melo (1996, p. 19):

2 “E é que a noção de dano não se ajusta fielmente à função protetora do seguro social, seja por defeito, seja por excesso. Por defeito, porque existem acontecimentos desejados e felizes (casamento, nascimento, etc.) que não podem ser considerados como danosos em si, e, sem dúvida, são merecedores de proteção, enquanto provocam uma onerosidade econômica ou necessidade como consequência. Por excesso, porque assim como a necessidade supõe a falta de bens essenciais necessários para a vida do sujeito protegido, o dano sobrevindo pode referir-se a bens supérfluos que excedam os necessários, na medida em que sejam atacados pelo acontecimento. Se, pois, a consequência abarca necessidades que não são danosas ao tempo que rechaça danos que não constituem necessidades, há de concluir-se que o conceito necessidade convém melhor que a noção de dano.” (tradução nossa).

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[...] O bem-estar social compreende a garantia de satisfação, aos membros da sociedade, das suas necessidades vitais: ou seja, a garantia de uma existência digna, segundo os parâmetros de justiça social. O garantidor, neste caso, é o Estado, como ente político que representa a sociedade; é a doutrina do Estado do bem-estar social, ou Welfare State.

A proteção ao risco social morte é assegurada no art. 201, inciso V, da Constituição Federal de 1988 como um dos riscos sociais carecedores de proteção social.

Ao contrário do que acontece com os demais riscos sociais, a morte é o único risco social pautado na ideia de certeza e futuridade e não incerteza e futuridade, como os demais. Por isso, uma maior preocupação surge na proteção social dos dependentes do segurado ou segurada da previdência social, que perde um ente familiar não só do convívio afetivo, mas também pela falta de renda da pessoa ausente pelo evento morte.

3 DA FORMAÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA PREVIDENCIÁRIA DE BENEFÍCIOS

Uma vez ocorrendo o exercício de atividade remunerada pelo trabalhador, este é chamado a contribuir de forma obrigatória com o Regime Geral de Previdência Social Brasileiro (RGPS).

A legislação previdenciária brasileira (Lei 8.212 e 8.213/91) agrupou os trabalhadores em cinco categorias, a saber: empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, segurado especial e trabalhador avulso, permitindo, ainda, àquele que não exerce atividade remunerada a filiação facultativa ao Regime Geral de Previdência Social.

A relação jurídica previdenciária de benefícios nasce a partir do momento que seus beneficiários (segurados ou dependentes) acionam a Previdência Social. Preenchidos os requisitos legais para obtenção do benefício, o mesmo deve ser concedido em caráter inviolável, com pagamento mensal e programado, salvo se decorrente de má-fé, posteriormente apurada pela Administração, respeitados o contraditório e a ampla defesa.

Da forma como foram estruturados os benefícios previdenciários ao longo da história, nota-se que o ideário foi o de proteção ao trabalhador e à sua família, nos momentos da vida que acarretam situações de necessidade. Justamente por isso, se estabeleceu que a relação de filiação é decorrência automática do exercício da atividade laborativa.

Diferentemente do que se pode imaginar, a relação jurídica previdenciária não pressupõe um sinalagma perfeito, não sendo afeta à característica de bilateralidade. Ao longo do período contributivo do segurado para o regime previdenciário brasileiro,

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é formada uma relação de filiação entre ambos, surgindo o direito ao benefício previdenciário se e quando este mesmo segurado é acometido de situação de risco social e desde que preenchidos os requisitos legais.

Nesse plano de afirmação, pode ocorrer de o segurado passar a vida sem necessitar acionar o seguro social, por não ser acometido dos riscos sociais elencados no art. 201 da Constituição Federal ou por não preencher os requisitos legais estabelecidos pela Lei 8.213/91, falecendo muito antes de obter o direito à aposentadoria, sem sequer deixar dependentes previdenciários nos termos do art. 16 da Lei 8.213/91. Embora não tenha ocorrido ao longo da atividade laborativa deste segurado (hipoteticamente considerado) nenhuma contingência humana capaz de ensejar o requerimento e concessão de benefício previdenciário, a relação jurídica de custeio foi plenamente cumprida e a relação de filiação entre segurado e previdência existente nos termos da lei. No entanto, resulta claro que em caso de risco social, este segurado - que já faz parte da relação jurídica de custeio até então – passa a integrar a relação jurídica de benefícios, quando fica sob a proteção da previdência social. Portanto, não se tem, de pronto, o direito ao benefício previdenciário ao se estabelecer uma relação jurídica de custeio no seguro social, mas sim a garantia constitucional de concessão da proteção previdenciária, preenchidos os requisitos estabelecidos pela Lei 8.213/91.

Nas palavras de Fábio Lopes Vilela Berbel (2005, p. 151):

O adimplemento das obrigações de custeio não é fato gerador da proteção previdenciária, pois a efetivação da proteção está adstrita à ocorrência do infortúnio. Há, por exemplo, a possibilidade de o sujeito contribuir por uma vida inteira e não perceber a proteção, pois essa obrigação não está vinculada à quitação daquela (custeio), porém à ocorrência fenomênica da contingência. Se essa não ocorreu, irrelevante, na seara protetiva, é a situação da relação de custeio.

Por isso se fala em teoria escisionista da relação jurídica previdenciária, pois não havendo o sinalagma perfeito entre custeio e benefício, duas relações jurídicas se formam: a relação jurídica de custeio e a relação jurídica de benefício, uma não pressupondo necessariamente a outra, ainda que usualmente uma decorra da outra.

Segundo Feijó Coimbra (2001, p. 237), pode-se entender que:

Nesta que ora examinamos, sujeito ativo é o Estado, passivo o cidadão ou a empresa, e objeto material da prestação a quantia em dinheiro devida pelo sujeito passivo ao ativo. Não há correspondência entre a obrigação de custeio e a de amparo [...] A obrigação de recolher contribuições não é, na maior parte dos casos, nem mesmo contribuições para o exercício do direito a prestação. Decorrentemente, a relação de custeio é autônoma,

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forma-se e se extingue por modos e em ocasiões diversas das que regulam as demais relações jurídicas de Direito Previdenciário. Posta a situação de necessidade social a qual o segurado é acometido, a relação jurídica de benefício é acionada, e espera-se a proteção nessa situação de vulnerabilidade social.

Não se sabe quando, mas se sabe que o risco social morte ocorrerá. Ainda assim, a Previdência Social só será chamada a se responsabilizar pelo seguro social se todos os requisitos previstos em lei (Lei 8.213/91) forem preenchidos. Justamente pela análise objetiva do cumprimento das exigências legais pelos segurados e dependentes para a obtenção do benefício, é que não se fala em bilateralidade na relação previdenciária. O que existe, por certo, é a aplicação da teoria escisionista da relação jurídica no contexto previdenciário, vez que é possível que um segurado contribua ao longo de muitos anos para a previdência social e ainda com o evento morte, não seja concedido o benefício aos seus familiares, por não preencherem os requisitos exigidos para a configuração como dependente do mesmo.

Não há um sinalagma perfeito entre custeio e recebimento de benefício na seara previdenciária, perfazendo duas relações jurídicas distintas: de custeio e de benefício. A existência de uma relação, não pressupõe, necessariamente, a existência da outra.

Neste desenho, só tem direito ao recebimento de benefício previdenciário, os dependentes do segurado da previdência social nos termos da lei. A formação da relação jurídica de benefício, portanto, pressupõe o preenchimento de uma série de requisitos objetivamente analisados pela autarquia previdenciária (Instituto Nacional do Seguro Social - INSS).

4 A NATUREZA DO BENEFÍCIO PENSÃO POR MORTE NO CONTEXTO HISTÓRICO PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO

Ao se estudar a evolução histórica da pensão por morte no contexto da previdência social, ainda que brevemente como se fará nesse estudo, verifica-se que referido benefício passou por processo de expansão da sua proteção no que diz respeito ao valor dele.

A Constituição Federal de 1988, constitucionalizou a previdência social no rol dos direitos sociais elencados no art. 6.º3 e, no art. 201, relacionou as situações de

necessidade que precisam ser amparadas pela previdência social.

3 Art. 6º, CF/88. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

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Dentre os riscos sociais selecionados como carecedores de proteção pela Constituição Federal em vigor, destaca-se o risco morte, cuja proteção se dá por intermédio do benefício previdenciário pensão por morte.

Tal entendimento decorreu do fato de a legislação previdenciária ter se curvado ao posicionamento de que renda do trabalhador faria falta aos seus dependentes em caso de óbito e de que a mesma deveria ser resguardada à família, respeitados os limites estabelecidos pela legislação previdenciária.

Trata-se, por certo, de benefício de natureza previdenciária, concedido pelo seguro social aos dependentes do segurado a ela filiados, uma vez preenchidos os requisitos legais, tendo caráter alimentar.

Não se pode questionar que a pensão por morte se reveste de extrema importância para a família, que se vê privada da renda do trabalhador, diante do óbito do segurado ou segurada da previdência social.

Ocorre que passados quase 15 (quinze) anos da ampliação do valor da pensão por morte pela Lei 9.032 de 1995, a Emenda Constitucional n. 103 de 2019 foi promulgada, limitando o valor da pensão por morte à alíquota de 50%, acrescida de 10% para cada dependente até o limite de 100% e, ainda, incidindo sobre a base de cálculo do cruel regramento estabelecido pela mesma EC 103/2019 para o benefício por incapacidade laborativa a que o segurado ou segurada teria direito se fosse aposentado ou aposentada desta forma.

Para se entender um pouco melhor a evolução da natureza jurídica do benefício pensão por morte traçada no normativo brasileiro, far-se-á uma breve análise das principais legislações brasileiras que trataram e avançaram no tema.

4.1 A origem da pensão por morte como indenização paga ao trabalhador

Historicamente, denota observar uma rigorosa preocupação do legislador com a proteção social ao risco morte. Numa acepção de benefício com característica indenizatória, desde 1892, a Lei 217 instituiu a pensão por morte dos operários do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro.

Na sequência, em 1911, o Decreto 9.284, criou a Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Operários da Casa da Moeda. No ano seguinte, o Decreto 9.517 criou uma Caixa de Pensões e Empréstimos para o pessoal das Capatazias da Alfândega do Rio de Janeiro.

Em 1919, o Decreto nº 3.724, conhecido como Lei de Acidentes de Trabalho, foi o primeiro diploma a tratar da pensão por morte. Curioso notar que não era um decreto propriamente previdenciário, mas sim regulamentador de acidentes na esfera do direito do Trabalho.

Neste contexto, a natureza desde benefício era indenizatória às famílias dos trabalhadores que se acidentavam em trabalho.

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4.2 A história da pensão por morte como benefício previdenciário de natureza alimentar

O marco da previdência social no contexto brasileiro é reconhecido na denominada Lei Eloy Chaves, em 1923 (Decreto lei 4.682), restrita, no entanto, às caixas de aposentadorias e pensões aos trabalhadores das estradas de ferro. Representando grande evolução no processo de implementação da previdência social no Brasil, a mesma contemplou os benefícios de aposentadoria por invalidez, aposentadoria ordinária (conhecida na atualidade como aposentadoria por tempo de contribuição), pensão por morte, bem como o benefício de assistência médica, a partir da tríplice forma de custeio, com a participação do Estado, dos empregadores e dos trabalhadores.

O artigo 9º, § 4.º do referido diploma legal estabelecia a pensão para os herdeiros dos empregados ferroviários em caso de morte destes. No caso de falecimento do empregado aposentado ou do ativo que contasse com mais de 10 anos de serviços efetivos nas respectivas empresas, poderiam a viúva ou viúvo inválido, os filhos e os pais e irmãs, enquanto solteiras, na ordem da sucessão legal, requerer pensão à caixa criada por esta lei, nos termos do artigo 26 do decreto lei 4.682/1923.

Representando o pensamento da sociedade à época, o direito à pensão por morte era extinto, nos termos da Lei Eloy Chaves para a viúva ou viúvo, quando contraírem novas núpcias; para os filhos, quando completassem 18 anos de idade; para as filhas e irmãs solteiras, caso contraíssem matrimônio ou, ainda, na hipótese de vida desonesta ou de vagabundagem do pensionista. Nos termos do parágrafo único do artigo 33 do Decreto lei 4.682 de 1923, não tinha direito à pensão por morte a viúva que se encontrava divorciada ao tempo do falecimento do empregado ferroviário.

Razões de ordem social impunham proteção mais cuidadosa com a mulher, pela imensa restrição que a mesma possuía no mercado de trabalho e na sociedade. As mesmas tinham o tratamento pela legislação civil como relativamente incapazes quando casadas e eram excluídas do pátrio poder.

Paulatinamente, a legislação previdenciária foi sendo estendida no sentido de abranger cada vez um número maior de classes de trabalhadores protegidos.

As causas sociais inspiradoras da extensão do benefício pensão por morte na seara previdenciária residia no aumento cotidiano e crescente de acidentes do trabalho, que transcendiam o acidente causador do óbito, para atingir às famílias dos mortos neste tipo de acidente.

Valendo-se da ideia inicial de proteção ao evento morte, o regime previdenciário iniciou seu caráter protetivo nesta esfera com a proteção ao herdeiro, conforme a ordem de sucessão apregoada pelo Código Civil da época.

Em 1949, o Decreto 26.788, ampliou o rol de beneficiários da pensão por morte, ao estender à esposa o direito ao benefício em questão, independentemente

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de haver ou não invalidez, com presunção absoluta de dependência econômica desta em relação ao cônjuge falecido.

Art. 34. Consideram-se beneficiários:

I - a esposa, o marido inválido, os filhos de qualquer condição, se menores de 18 anos ou inválidos e as filhas solteiras de qualquer condição, se menores de 21 anos ou inválidas;

II - a mãe e o pai inválido, os quais poderão, mediante declaração expressa do segurado, concorrer com a esposa ou esposo inválido; III - os irmãos menores de 18 anos ou inválidos e as irmãs solteiras menores de 21 anos ou inválidas.

§ 1º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais enumeradas deve ser devidamente comprovada.

A pensão por morte no Brasil, por meio da Lei Orgânica da Previdência Social (Lei 3.807 de 1960) em seus arts. 36 a 42 previu uma natureza complementar da renda do trabalhador, segurado da previdência social, que vinha a óbito. Nesse cenário, a pensão por morte era de 50% do salário-de-benefício do segurado, acrescida de 10% para cada dependente, não podendo ultrapassar 100% do salário-de-benefício do segurado. Para tanto, era exigida a carência de 12 contribuições mensais.

Observa-se da redação dos arts. 36 e 37 da Lei 3.807 de 19604, a palavra “pensão”

não era referida de maneira específica “pensão por morte” como é atualmente. A ideia central sempre foi a de proteção à família, especialmente àqueles que não dispunham de condições para manterem seu próprio sustento, como se aferia no caso da mulher. Assim, como decorrência do momento histórico que se vivia, havia grande diferenciação na proteção previdenciária por meio do benefício pensão por morte no que diz respeito ao gênero. O direito do homem de receber a pensão por morte da mulher se restringia à hipótese de o mesmo ser inválido. Não sendo inválido, não faria jus ao benefício, que tinha destinação prioritária à mulher que ficava viúva e aos filhos de até 21 anos ou inválidos do segurado.

O Decreto-lei 66, de 21 de novembro de 1966 alterou a redação da LOPS (Lei 3.807, de 1960). Ao tratar do direito ao benefício pensão por morte, incluiu ao artigo 23 o § 4º, para dispor que “as prestações dos benefícios de aposentadoria e de auxílio-doença não poderão ser inferiores a 70% (setenta por cento) do salário-mínimo do local de trabalho do segurado, nem as da pensão, por morte, a 35% (trinta e cinco por cento) do mesmo salário”.

4 Art. 36. A pensão garantirá aos dependentes do segurado, aposentado ou não, que falecer, após haver realizado 12 (doze) contribuições mensais, uma importância calculada na forma do art. 37.

Art. 37. A importância da pensão devida ao conjunto dos dependentes do segurado será constituída de uma parcela familiar, igual a 50% (cinquenta por cento) do valor da aposentadoria que o segurado percebia ou daquela a que teria direito se na data do seu falecimento fosse aposentado, e mais tantas parcelas iguais, cada uma, a 10% (dez por cento) do valor da mesma aposentadoria quantos forem os dependentes do segurado, até o máximo de 5 (cinco).

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Por certo, a concessão desse benefício sofreu paulatina e constante alteração no âmbito previdenciário, para imprimir a característica cada vez maior de proteção à família em caso de óbito do segurado.

Na sequência, o Decreto-lei 72.771 de 1973 - revogado pelo Decreto 3.048/99 - era o Decreto Regulamentador da LOPS (Lei 3.807), mantendo o mesmo regramento previsto na referida lei que regulamentava, no que dizia respeito ao rol de dependentes (art. 13) e ao período de carência (art. 41).

Ademais, também previu a pensão por morte no importe de 50% (cinquenta por cento) do valor da aposentadoria que o segurado percebia ou a que teria direito na data de seu falecimento ou na de reclusão, a título de parcela familiar, mais tantas parcelas individuais iguais, cada uma, a 10% (dez por cento), do valor da mesma aposentadoria, até o máximo de 5 (cinco) parcelas, quantos fossem os dependentes do segurado, acrescentando referido decreto em relação à LOPS, que este valor seria arredondado do total obtido para a unidade de cruzeiro imediatamente superior.(art. 50, V)

O Decreto 77.077/76 continuou no sentido de manutenção da exigência carência de 12 contribuições mensais, bem como estabelecendo a pensão por morte no importe de 50% (cinquenta por cento) do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou a que teria direito se na data do seu falecimento estivesse aposentado, mais tantas parcelas iguais, cada uma, a 10% (dez por cento) do valor da mesma aposentadoria quantos forem os dependentes do segurado, até o máximo de 5 (cinco).

O Decreto 89.312/84 manteve os regramentos para o benefício previdenciário pensão por morte (Art. 47 e ss) existentes à época.

4.3 A evolução do benefício previdenciário pensão por morte pós Constituição Federal de 1988 e a natureza jurídica substitutiva da renda do trabalhador

Com o passar dos anos, percebeu-se que a pensão por morte precisava ganhar outro contorno. A Constituição Federal de 1988 trouxe essa nova roupagem à previdência social, por meio do Sistema de Seguridade Social.

Assim, emerge esse sistema diante da necessidade de proteção social de maneira inclusiva, tendo como pilares a saúde, com seu caráter protetivo universalizante, independente de contribuição; a assistência social, conferida apenas a aqueles que estão em situação de vulnerabilidade social, independentemente de contribuição direta e a previdência social, eminentemente contributiva e com características trazidas na formação securitária de âmbito privado. Por esta Constituição, restou assegurada a igualdade entre homens e mulheres, entre direitos e obrigações, nos termos do art. 5.º, inciso I, da Constituição Federal de 1988. A partir de então, surge para a previdência social um mandamento constitucional que exigia adequação da sua legislação aos novos ditames constitucionais.

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A observação do panorama social e ideológico do mundo moderno passou a revelar que com o transcurso do tempo houve significativa alteração do papel da mulher na sociedade, que conseguiu garantir aumento acirrado da sua participação no mercado de trabalho, ainda que com discriminações em virtude de gênero no mercado de trabalho. A natureza do benefício pensão por morte, exigiu, a partir de então, uma adequação para não só proteger os dependentes do segurado carentes de proteção, por vulnerabilidade social. A ideia passou a ser a proteção dos dependentes dele, que, em virtude do evento morte, sofrerão abalo emocional e financeiro no contexto familiar.

Seguindo o respeito à igualdade entre homens e mulheres assegurado pela Constituinte de 1988, a Lei de Benefícios da Previdência Social – Lei 8.213/91 garantiu a “pensão por morte” (arts. 74 a 79) aos dependentes do segurado, sendo o cônjuge, companheiro ou companheira resguardados nesta proteção, independentemente se homem ou mulher, na qualidade de dependentes presumidos (art. 16). Tal presunção é considerada absoluta, o que gera direito ao benefício mesmo sem comprovação de necessidade econômica do dependente,

O legislador infraconstitucional, portanto, observou o direito ao princípio da igualdade entre homens e mulheres configurado de forma imperativa ao ordenamento jurídico brasileiro.

Representando outro avanço, a Lei 8.213/91, na sua redação original, trazia a pensão por morte numa alíquota superior à aplicada pela previdência social na vigência da LOPS. E ainda: não estabelecia distinção de gênero, pois homens e mulheres passaram a fazer jus a este benefício previdenciário referente ao cônjuge morto da previdência social, independentemente da comprovação de necessidade, por ser esta presumida para os dependentes da primeira classe (art. 16, I, Lei 8.213/91).

A lei 9.032 de 1995, em importante alteração, passou a alíquota da pensão por morte para 100% do salário-de-benefício, configurando grande avanço no contexto do direito social, passando a ser entendida a pensão por morte como benefício substitutivo da renda do trabalhador e não meramente como auxílio aos seus dependentes.

A inserção do tema com mais amplitude pela Lei 9.032 de 1995 deu-se em razão da necessidade de garantia mínima de benefício de caráter alimentar de proteção social evidente à família do segurado da previdência social.

Por certo, ao longo de todo processo legislativo em matéria previdenciária brasileiro, não se tem relato do ideário de mantença de padrão de vida para os beneficiários do regime geral de previdência social. A grande questão sempre foi a de garantir o mínimo para uma sobrevivência digna nas situações de necessidade, inserindo o piso do benefício previdenciário no importe de um salário-mínimo e um teto, que representa o valor máximo que se pode obter com relação a benefício da previdência social (RGPS) no Brasil.

Nesta nova roupagem, passa a ser levada efetivamente em consideração a contribuição do segurado para garantia de proteção aos seus dependentes em caso

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de óbito, do que propriamente a dependência econômica, que fica em segundo plano nesse momento.

Por certo, privilegia-se a regra da contrapartida, estampada no art. 195, §5.º da Constituição Federal, que dispõe que “nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total”. Desta forma, havendo a contribuição, em contrapartida haverá o benefício que, por ser substitutivo da renda do trabalhador, seria no importe de 100%.

Privilegiou tal legislação certamente a proteção aos dependentes do segurado ou segurada da previdência social que deixaria sua família desamparada, sem a renda do trabalhador.

O Regime Geral de Previdência Social Brasileiro, não retira o direito à pensão por morte ao dependente que contrai novo matrimônio, mas impede de a cumulação, desde 1995, de mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro, ressalvado o direito de opção pela mais vantajosa, nos termos do art. 124, inciso VI, da lei 8.213/91. Tal vedação veio no sentido de se evitar a possibilidade de se cumular várias pensões por morte deixadas por cônjuges ou companheiras/companheiros falecidos.

4.4 O início das restrições impostas ao benefício pensão por morte após dez anos da publicação da Lei 9.032/95

Em 2015, nova reforma previdenciária por meio da Lei 13.135 de 17 de junho, alterou as regras da pensão por morte, restringindo sua obtenção conforme a idade da companheira, companheiro ou cônjuge e conforme o tempo de união, estabelecendo requisito de tempo de contribuição, mantendo a natureza da pensão por morte como substitutiva da renda do segurado da previdência social, no importe de 100% do salário-de-benefício, respeitando o piso e o teto do valor conferidos para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

Esta lei, originária da Medida Provisória nº 664, de 30 de dezembro de 2014, teve como intuito direto evitar situações de segurados que, em situação de doença grave ou de idade muito avançada, se casavam com o propósito exclusivo de resguardar determinada pessoa com benefício previdenciário. Somando à justificativa de se evitar esse tipo de união, popularmente conhecida como “casamentos pé na cova” ou “casamento funeral”, as alterações também tiveram a justificativa no fato de não ser necessária a pensão por morte por longo período de tempo quando cônjuge, companheiro ou companheira forem considerados jovens e aptos para o mercado de trabalho. Com isso, a pensão por morte só se manteve vitalícia para cônjuges ou companheiros com mais de 44 (quarenta e quatro) anos de idade ou na hipótese destes dependentes terem invalidez, enquanto durar essa situação de incapacidade, respeitados os prazos mínimos de concessão de pensão por morte estabelecidos na legislação previdenciária.

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Observe-se que na redação original da Medida Provisória 664 de 30 de dezembro de 2014, vinha estabelecida a pensão por morte no percentual de 50%, mais 10% para cada dependente do segurado, até o limite máximo de 100% do salário-de-benefício. Em resposta à essa tentativa de redução do valor da pensão por morte que levantava a bandeira de desnecessidade de manutenção do valor de 100%, já que o segurado havia falecido e seria “menos uma boca para comer”, o Congresso Nacional rejeitou essa alteração, representando à época uma derrota ao Governo Dilma.

Restou, com isso, mantido o cálculo e o percentual aplicado ao benefício pensão por morte: valor que o segurado recebia a título de aposentadoria, caso fosse aposentado, ou, se não aposentado, o valor que teria direito caso fosse aposentado por invalidez.

Desta forma, ainda que numa tentativa de redução do valor desde benefício, a Lei 13.135 de 2019, manteve intactos a alíquota e a base de cálculo para aferição do valor do benefício previdenciário pensão por morte.

4.5 A nova previdência e a alteração da natureza jurídica do benefício pensão por morte

Em 2017, nova tentativa de alteração do benefício pensão por morte foi aventada, com a PEC 287 do então Governo Temer, utilizando-se da alíquota de 50%, com acréscimo de 10% para cada dependente para o valor do benefício pensão por morte. Tal reforma previdenciária não foi levada adiante, após ter sua paralisação confirmada em virtude da intervenção federal na segurança pública decretada pelo Governo Federal no Estado do Rio de Janeiro em fevereiro de 2018.

Em fevereiro de 2019, já estando o Brasil sob o comando do Governo Bolsonaro, foi apresentada a PEC 6, mantendo a ideia de redução do valor da pensão por morte, partindo do pressuposto de que a mesma não deve ter a conotação de substituição da renda familiar, mas apenas como ideia de ajuda ou complementação da renda da família, diante do óbito do segurado ou segurada da previdência social. Com isso, partiu-se da premissa de que seu valor não integraria mais o conceito de que benefício substitutivo da renda do trabalhador, passando a ter natureza indenizatória à família do segurado ou segurada da previdência social acometido do risco social morte.

Em 23 de outubro de 2019, foi aprovada pelo Senado, em segundo turno, a PEC 6, de 2019, tendo sua aplicação imediata no dia seguinte ao da publicação da Emenda Constitucional 103 de 20195.

A nova previdência está trazendo muitas questões em debate, sendo às relativas ao benefício em virtude do óbito do segurado das questões mais sensíveis. Houve um verdadeiro retrocesso social, o que fere o ideário de justiça social.

5 Emenda Constitucional publicada em 13 de novembro de 2019, com vigência a partir de 14/11/2019, nos termos do art. 3.º da EC 103/2019.

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Ao tratar da justiça social como finalidade da Seguridade Social, Wagner Balera (2006, p. 18) afirma que:

No ambiente da justiça social, no qual estará garantida vida digna ao ser humano, o sistema atua como organismo que, identificando as necessidades de proteção dos seres humanos, trata de satisfazê-las com a atuação sistêmica e coordenada de seus programas. [...] Do ponto de vista especificamente jurídico pode-se dizer que o sistema de seguridade social é instrumental de realização de justiça social, protegendo assim tanto os trabalhadores, seus primitivos destinatários, quanto aos necessitados.

Coadunam com esse pensamento as palavras de Gustavo Filipe Barbosa Garcia (2015, p. 207), para quem:

A definitiva integração dos direitos sociais, inclusive trabalhistas e previdenciários, no catálogo de direitos humanos e no rol de garantias fundamentais é uma das conquistas históricas e culturais da civilização humana de maior relevância dos últimos tempos, não admitindo, portanto, retrocessos.

Sendo assim, mesmo quando exigem prestações estatais, os direitos em questão devem observar o mandamento normativo de progressividade, com vistas à concretização da justiça social. Respeitadas e identificadas as necessidades sociais, torna-se imperioso estabelecer as formas e meios de concessão dos benefícios protegidos pela previdência social.

Nesse contexto protetivo securitário, a pensão por morte se revela como benefício previdenciário de extrema importância, garantindo a proteção necessária em caso de óbito de segurada ou segurado da previdência social, pela ruptura do convívio diário familiar e pela falta da renda do segurado, suportados pelos seus dependentes.

Nesse contexto, a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado, nos termos do art. 226 da Constituição Federal de 1988.

Ao conceder o benefício previdenciário denominado pensão por morte, a ideia central sempre foi a de combater a situação de necessidade que será gerada em virtude do óbito do segurado ou segurada da previdência social. Estabelecida com o intuito de proteger os riscos sociais aos quais toda a sociedade se sujeita, a previdência social brasileira sempre se revelou como importante instrumento de solução das questões sociais enfrentadas pela população, mormente em virtude de que a maior parte das situações que a mesma ampara se revelam como situações de contingências sociais.

Com o ideário de tutela à família que perde um de seus componentes (cônjuge, companheiro, pai, mãe, irmão), a previdência social sempre amparou os dependentes

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dos segurados, assim compreendidos aqueles arrolados no art. 16 da Lei 8.213/916,

com o benefício denominado pensão por morte. Este sempre representou benefício previdenciário com natureza alimentar, substitutivo do rendimento do trabalho do segurado falecido e de proteção ao núcleo familiar.

Assim como os demais riscos sociais merecedores de proteção, a morte é considerado risco social, vez que (GEPP, 2009, p. 46)“o problema familiar não afeta apenas os membros da família, mas atinge também a coletividade como um todo, razão pela qual o Estado não pode ser indiferente às contingências sociais que acarretam supressão ou diminuição das necessidades básicas dos dependentes”.

Daí dizer-se que o benefício pensão por morte representa a proteção familiar conferida pela previdência social, aos dependentes do segurado ou segurada da previdência social, que tenha sido acometido pelo risco social morte.

Com o texto da EC 103 de 2019 promulgado e publicado, observa-se que uma nova roupagem foi conferida ao benefício previdenciário pensão por morte, que será de 50% (cinquenta por cento) do valor da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento). Ocorre que a aposentadoria por invalidez (denominada a partir da EC 103/2019 de aposentadoria por incapacidade permanente) também sofreu grande golpe com a Nova Previdência, ao ter seu valor reduzido a 60% do salário-de-benefício, para o segurado ou segurada que tiver pago 20 anos de contribuição para a previdência, acrescida de 2% por ano que ultrapassar esse período de 20 anos7. Perfaz-se, assim, a regra de que a pensão por morte para

a família do segurado que tenha contribuído por 12 anos e deixou um dependente (cônjuge não aposentado) será de 60% (50% + 10%) de 60% (valor da aposentadoria por incapacidade permanente para aquele que só tiver contribuído pelo tempo mínimo de 20 anos, da média simples, vez que a nova previdência retirou a possibilidade de se descartar do cálculo 20% dos menores salários de contribuição, apurados numa média com base nas contribuições posteriores a 1.º de julho de 1994.

6 Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado:

I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

II - os pais;

III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

7 Art. 26

§ 2º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 60% (sessenta por cento) da média aritmética definida na forma prevista no caput e no § 1º, com acréscimo de 2 (dois) pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição nos casos: [...]

III - de aposentadoria por incapacidade permanente aos segurados do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto no inciso II do § 3º deste artigo.

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Exceção se fez com relação à dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, vez que o valor da pensão por morte será equivalente a 100% (cem por cento) da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, até o limite máximo de benefícios do Regime Geral de Previdência Social, nos termos do §2.º, inciso I, do art. 23 da EC 103/2019.

Como se não bastasse o aniquilamento do direito à pensão como substitutiva da renda do trabalhador, as cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos demais dependentes, preservado o valor de 100% (cem por cento) da pensão por morte quando o número de dependentes remanescente for igual ou superior a 5 (cinco) (§1.º do art. 23 da EC 103/2019), excepcionando no caso de haver dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, quando as quotas serão reversíveis enquanto houver dependente nessa situação (art. 23, §3.º, EC 103/2019).

Num outro critério de distributividade, a nova previdência estabeleceu restrição à acumulação do benefício previdenciário pensão por morte com a aposentadoria, respeitado o direito à percepção do valor integral do benefício mais vantajoso, podendo acumular esses benefícios de acordo com as seguintes faixas: I – 60% (sessenta por cento) do valor que exceder 1 (um) salário-mínimo, até o limite de 2 (dois) salários-mínimos; II – 40% (quarenta por cento) do valor que exceder 2 (dois) salários-mínimos, até o limite de 3 (três) salários-mínimos; III – 20% (vinte por cento) do valor que exceder 3 (três) salários-mínimos, até o limite de 4 (quatro) mínimos; e IV – 10% (dez por cento) do valor que exceder 4 (quatro) salários-mínimos.

Há que se observar que o direito adquirido deve ser respeitado, aplicando-se sempre a lei da data do óbito (Princípio do “Tempus Regit Actum”). Portanto, só se fala em direito adquirido para aqueles que já estavam em gozo do benefício previdenciário pensão por morte até a data da promulgação da Emenda Constitucional, ou para óbitos ocorridos até esta data, embora não estando seus dependentes em gozo de benefício previdenciário. Para os óbitos de segurados ocorridos a partir da publicação da nova previdência, serão aplicadas as novas regras para os óbitos ocorridos a partir de então.

A respeito, o STF já se manifestou várias vezes no sentido de que “não há direito adquirido a regime jurídico” (RE 227755 AgR / CE). Ainda para assegurar o direito adquirido, a Súmula 340, do Superior Tribunal de Justiça determina que “a lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado”.

Nesse interim, a problemática social foi formada: a pensão por morte teve sua natureza jurídica alterada e a família dos segurados da previdência social não estariam mais protegidas como até então estavam. A ideia de proteção à família em virtude do risco social morte, ganhou novos contornos e uma nova concepção na sociedade brasileira.

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Esse critério de distributividade revela-se cruel, na medida em que a distributividade deve resguardar aos riscos sociais selecionados, uma distribuição igualitária e justa do benefício previdenciário, com base na análise da sociedade.

Conforme se pode mencionar Mussi (2004, p. 108):

E, considerando a distributividade, caberá ao legislador definir uma forma de distribuição igualitária, que coadune com a necessidade do indivíduo (como ocorre na assistência social), ou com a contribuição vertida ao sistema (como ocorre na previdência social).

Ressalte-se que há uma certa discricionariedade no que se refere à seleção e distribuição das prestações securitárias. Contudo, essa discricionariedade não pode ser confundida com arbitrariedade. O legislador, ao utilizar o princípio em análise, deve agir conforme os ditames constitucionais, tomando decisões legalmente aceitas, sob pena de desconfigurar a real intenção do constituinte.

O critério de distributividade aplicada pela nova previdência (EC 103/2019) ao benefício pensão por morte trará, por certo, uma realidade triste aos dependentes do segurado, que se encontrará privada da renda do mesmo em virtude do óbito, restando um valor pago pela previdência com caráter indenizatório, quando deveria ser substitutivo da renda do segurado, baseado nas contribuições efetivadas por este.

Além do critério distributividade previsto no parágrafo único do art. 194 da Constituição Federal, outro parece ter sido ignorado ao se aprovar a nova previdência: a regra da contrapartida, estampada no §5.º do art. 195 da Constituição Federal de 1988, que prescreve que “nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total”.

Havendo contribuição ao longo da vida pelo segurado para a sua proteção e de sua família caso ocorra um risco social, essa regra mostra-se em estado de vulnerabilidade, já que caso o dependente já seja aposentado, terá direito a um montante mínimo a título de benefício previdenciário pelo critério da distributividade.

Portanto, as alterações trazidas à natureza da pensão por morte na previdência social representam verdadeiro retrocesso social, descaracterizando o benefício como substitutivo da renda do segurado, para ser caracterizado meramente como uma indenização aos dependentes do mesmo ainda que respeitado o piso no importe de um salário-mínimo. Os dependentes se encontrarão que se verão na difícil situação de perda do ente familiar, associada à perda da renda do mesmo e ao recebimento de benefício com valor bastante restrito a título de pensão por morte.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde o período de implantação da previdência social no contexto jurídico brasileiro, observa-se grande preocupação com o risco social morte. Trata-se de risco futuro e certo, que pode tirar abruptamente o trabalhador o convívio familiar, o que implica, se não houver previdência, na ausência da renda do mesmo para seus dependentes.

Em suas características precípuas, observa-se a pensão por morte como representativa do cuidado com a família do trabalhador morto e a necessidade de suprimento da renda do mesmo diante do seu falecimento.

Numa breve digressão histórica que se fez no presente estudo, foi possível observar a constante alteração legislativa realizada no que diz respeito ao benefício previdenciário pensão por morte.

Percebendo a importância do referido benefício previdenciário ao longo dos anos, a legislação previdenciária cuidou de aperfeiçoá-lo e estendê-lo paulatinamente, como se pode observar no presente estudo.

Seu ápice de proteção aos dependentes do segurado da previdência social, ganhou forma com a Lei 9.032 de 1995, ao entender a necessidade de conceder o benefício previdenciário no valor de 100% do salário-de-benefício, respeitando o entendimento de que a família sofre bruscamente com a falta da renda do segurado morto, que contribuía justamente para que a mesma não passasse necessidade.

Assim, a natureza jurídica do benefício pensão por morte, inicialmente atrelado à ideia de indenização à família do trabalhar, revelou-se ao longo da história como de natureza previdenciária, tendo consequentemente caráter alimentar e visando a substituição da renda do trabalhador, respeitados o piso e o teto dos benefícios concedidos pelo Regime Geral de Previdência Social Brasileiro.

Desde 2014, observa-se um movimento inverso do Executivo do que vinha ocorrendo até chegar-se à alíquota de 100% do salário-de-benefício com a Lei 9.032/95, no sentido de tentativa de redução do percentual da pensão por morte (MP 664 de 2014) e a alteração das regras para a concessão da pensão por morte, enrijecendo os requisitos para a sua concessão e estabelecendo regras diferenciadas conforme a idade do cônjuge ou companheiro (a) (Lei 13.135/2015).

Diante da tentativa frustrada de redução do valor da pensão por morte trazida pela MP 664 de 2014, novas investidas nesse sentido foram propostas pelo Executivo.

Convergindo para este ideário de restrição ao benefício pensão por morte, a PEC 287/2016 também pretendeu reduzir o valor do benefício pensão por morte, mas sua tramitação foi suspensa em fevereiro de 2018.

Em 2019, a PEC 6 de 2019 (promulgada e publicada como EC 103/2019) levantou novamente a polêmica que envolvia a redução da alíquota da pensão por morte para 50%, acrescidos de 10% para cada dependente sobre um cálculo cruel baseado nas novas regras para a apuração do valor da aposentadoria por incapacidade permanente. A nova previdência trouxe, também, a cumulatividade entre aposentadoria e pensão

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por morte, com alíquotas por faixas, chegando à faixa de 10% para dependente quando o valor da aposentadoria que o mesmo já recebe ultrapasse o importe de quatro salários mínimos.

Neste cenário, o benefício previdenciário pensão por morte deixa de suprir a falta que a renda do trabalhador fará aos seus dependentes, para garantir valor que mais se aproxima ao de uma indenização paga aos dependentes pela morte do segurado.

O critério de distributividade parece cruel, especialmente pelo fato de que o segurado contribuiu ao longo da sua vida laborativa para um seguro que não socorrerá sua família nos moldes da regra da contrapartida estampada no art. 195, §5.º da Constituição Federal.

O retrocesso social foi aprovado e restará à toda à sociedade suportar as consequências – especialmente as sociais – decorrentes dos novos critérios de distributividade inseridos para a concessão do benefício previdenciário denominado pensão por morte, que teve sua natureza jurídica abruptamente alterada pela Nova Previdência (EC 103/2019).

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