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Avaliação das variáveis sexo e idade nas informações censitárias da população indígena

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Avaliação das variáveis sexo e idade nas informações censitárias

da população indígena

(*)

Nilza de Oliveira Martins Pereira(**) Rodolfo Maia Filho(***) Maurício Sá(***)

Palavras-chave: Censos; indígena; demografia.

Resumo

As linguagens matemáticas dos povos indígenas ainda são pouco pesquisadas e desconhecidas dos antropólogos e demógrafos, o que dificulta a comunicação entre o nosso sistema numérico e a enorme variedade de sistemas numéricos destes povos, além disso, cada povo indígena possui sua própria maneira de classificar a idade das pessoas (Pagliaro et al., 2004) e, ao analisar as estruturas etárias da população indígena nos censos de 1991, 2000 e 2010 observou-se nítida melhoria na qualidade das informações.

Os censos captam informações considerando características gerais da população e, requerem padrões de medidas comuns que permitem agregar e comparar a população como um todo. Nas diversas etapas de um levantamento censitário, ao longo do processo de execução, muitos erros podem ser introduzidos, quer sejam classificados como de cobertura, quer sejam de conteúdo conceitual. Alguns destes erros podem reduzir, consideravelmente, o valor dos dados para elaboração de indicadores importantes. Outro fator que merece levar em consideração é que o censo 2010 utilizou o questionário digital, substituindo o de papel, diferentemente de 1991 e 2000.

O trabalho teve como finalidade verificar através de técnicas de avaliação da informação mais comuns como Myers (UN, 1960). Whipple (UN, 1955) e Nações Unidas (UN, 1955) a melhoria das informações de sexo e idade provenientes da população indígena.

(*)

Trabalho apresentado no XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Águas de Lindóia/SP – Brasil, de 19 a 23 de novembro de 2012.

(**)

Estatística e pesquisadora da Diretoria de Pesquisas do IBGE.

(***)

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Avaliação das variáveis sexo e idade nas informações censitárias

da população indígena

(*)

Nilza de Oliveira Martins Pereira(**) Rodolfo Maia Filho(***) Maurício Sá(***) Palavras-chave: Censos; indígena; demografia.

Introdução

Os Censos Demográficos não podem ser considerados perfeitos em sua totalidade. Os dados contêm falhas de declaração dos informantes e apresentam distorções causadas por problemas de enumeração. Nas diversas etapas de um levantamento censitário, ao longo do processo de execução, muitos erros podem ser introduzidos, quer sejam classificados como de cobertura, quer sejam de conteúdo conceitual. Alguns destes erros podem reduzir, consideravelmente, o valor dos dados para elaboração de indicadores importantes. A análise demográfica utiliza técnicas que procuram determinar e dimensionar a magnitude das imperfeições encontradas nos levantamentos censitários. Estas técnicas abrangem não só a verificação visual dos dados, como também, análises comparativas das distribuições das variáveis. Um procedimento considerado básico para avaliar a qualidade do Censo no que se refere a idade e ao sexo, compreende a análise da pirâmide da população. Outra forma de comprovar a coerência interna é o estudo da tendência dos informantes em declarar determinados dígitos terminais para a idade. As informações errôneas, também, podem ser causadas por motivos de caráter econômico, social, político ou puramente individual.

A finalidade deste documento é avaliar as variáveis sexo e idade nas informações provenientes da população indígena, considerando que alteração da forma de captação das variáveis no Censo Demográfico 2010, com a substituição do questionário em papel pelo

(*)

Trabalho apresentado no XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Águas de Lindóia/SP – Brasil, de 19 a 23 de novembro de 2012.

(**)

Estatística e pesquisadora da Diretoria de Pesquisas do IBGE.

(***)

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questionário digital, no Personal Digital Assistant – PDA, diferentemente do que foi utilizado em 1991 e 2000.

Para avaliação da qualidade da idade serão utilizadas algumas técnicas de avaliação demográficas mais comuns, tais como, Myers (UN, 1960). Whipple (UN, 1955) e Nações Unidas (UN, 1960). Para estimar as imperfeições nas declarações censitárias, através do cálculo de alguns indicadores e da representação gráfica, procurou-se fazer um estudo mais crítico analisando-se a distribuição proporcional da população, segundo o sexo e idade, tendo por objetivo o conhecimento do grau de precisão dos resultados dos levantamentos censitários de 1991, 2000 e 2010 das informações provenientes da população indígena.

As linguagens matemáticas dos povos indígenas ainda são pouco pesquisadas e desconhecidas dos antropólogos e demógrafos, o que dificulta a comunicação entre o nosso sistema numérico e a enorme variedade de sistemas numéricos destes povos, além disso, cada povo indígena possui sua própria maneira de classificar a idade das pessoas (Pagliaro et al., 2004). Portanto, qual a qualidade das informações censitárias no que se refere aos indígenas?

Aspectos metodológicos e resultados

Em 2010, a forma de investigação da variável idade foi através da data de nascimento e caso não soubesse informar era perguntado a sua idade presumida, semelhante ao censo 1991, enquanto que em 2000, primeiramente investigava-se a data de nascimento, seguida da idade que o entrevistado possuía na data de referencia da pesquisa e caso não soubesse informar nenhuma dessas informações era perguntada a sua idade presumida.

Outra mudança foi que a investigação do quesito cor ou raça passou a ser captada, além do questionário da amostra, também no questionário básico, portanto, todos os domicílios foram investigados. Em 1991 e 2000, a população indígena foi investigada somente no questionário da amostra.

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Quadro 1 – Formas de investigação da variável idade 1991/2010

1. Forma de declaração da idade

A forma de declaração da idade serve, também, para avaliar a qualidade dos dados, e a proporção, levando-se em consideração as duas maneiras de obtenção do quesito: através da Data de Nascimento e pela Idade Presumida (aqueles que não sabiam informar a data de nascimento). A proporção de pessoas indígenas que declararam, em 2010, a idade pela data de nascimento manteve-se no mesmo patamar que o Censo 2000, contudo o comportamento da área urbana foi o inverso da rural, isto é, em 2010 houve melhoria somente na área rural. Essa redução da proporção de idade presumida na área rural para os indígenas colaborou para a manutenção do mesmo patamar na proporção de idade

1. Mês e ano de nascimento (se não souber o mês e/ ou o ano preencher o quesito seguinte)

2. Idade presumida (se inferior a 1 ano, o número de meses)

1. Qual é o mês e ano do seu nascimento?

2. Qual era a sua idade em 31 de julho de 2000?

anos meses

3. Qual era a sua idade presumida?

anos meses

1. Qual é o mês e ano do seu nascimento?

Se mês ou ano em branco, siga 2 Se mês ou ano preenchidos, pule 2 Mês

(Combo para meses -0 a 11) 2. Qual era a sua idade em 31 de julho de 2010?

anos meses

Fonte: IBGE, Questionários dos Censos Demograficos 1991, 2000 e 2010.

1 ano ou mais Em meses

1 ano ou mais Menos de 1 ano

Mês Ano

1 ano ou mais Em meses

1991 2000 2010 Ano Mês Ano Menos de 1 ano 1 ano ou mais

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presumida para o total da população indígena. De um modo geral, observou-se que para o não indígena1 o aumento da proporção na idade presumida ocorreu tanto na área urbana quanto na rural. As gerações mais velhas tendem a declarar idades com mais erros e, como a população indígena residente na área rural é predominantemente jovem, poderia ser uma justificativa para esse comportamento diferenciado.

1

Considerou-se como não indígena, a pessoa que declarou categorias branca, preta, amarela ou parda no quesito cor ou raça dos respectivos censos de 1991, 2000 e 2010, excluindo os sem declaração.

1991 2000 2010 1991 2000 2010 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Data de nascimento 76,8 93,3 93,2 94,8 98,0 94,7 Idade presumida 23,2 6,7 6,8 5,2 2,0 5,3 Urbana 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Data de nascimento 92,0 97,3 93,6 95,6 98,2 94,7 Idade presumida 8,0 2,7 6,4 4,4 1,8 5,3 Rural 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Data de nascimento 71,9 88,8 93,0 92,5 96,9 94,6 Idade presumida 28,1 11,2 7,0 7,5 3,1 5,4

Fonte: Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010.

População residente, por condição de indígena, segundo a situação do domicílio e a forma de declaração da idade - Brasil

Indígenas Não indígenas

População residente, por condição de indígena Situação do domicílio e

forma de declaração da idade

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2. Avaliação Gráfica

Na observação das pirâmides da população indígena por situação do domicílio pode-se detectar as irregularidades na declaração de idade, classificadas por sexo. A suavização do traçado das pirâmides (total/urbana/rural) de 2010 já sinaliza para uma possível redução dos dígitos atrativos ou repulsivos da idade em ambos os sexos, que serão confirmados com o cálculo dos índices resumidos. Essa suavização foi ocorrendo ao longo dos censos. Visualmente as reentrâncias e as saliências estão nas idades terminadas pelos dígitos 0 e 5. Embora a proporção de idade presumida do Censo 2010 tenha aumentado não afetou a distribuição por sexo e idade da população indígena.

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010.

Composição por sexo e idade da população indígena por situação do domicílio - Brasil - 1991/2000/2010 Rural Urbana Total 1991 2 1 0 1 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80+ Homens Mulheres 2000 2 1 1 0 1 1 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80+ Homens Mulheres 2010 2 1 1 0 1 1 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80+ Homens Mulheres 1991 2 1 1 0 1 1 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80+ Homens Mulheres 2000 2 1 1 0 1 1 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80+ Homens Mulheres 2010 2 1 1 0 1 1 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80+ Homens Mulheres 1991 2 1 0 1 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80+ Homens Mulheres 2000 2 1 0 1 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80+ Homens Mulheres 2010 2 1 0 1 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80+ Homens Mulheres

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3. Índices de Preferência Digital

Uma forma de comprovar a coerência interna é o estudo da tendência dos informantes em declarar determinados dígitos terminais para a idade. Geralmente, é comum o homem declarar idade superior à “maior idade”, enquanto às mulheres, o costume é reduzir a idade. Como também, as idades declaradas pelos idosos geralmente são mais elevadas do que o real e para as crianças, às vezes nem são registradas, isto é, o grupo de 0 a 4 anos de idade tem graves problemas de omissão, fruto da omissão diferencial por idade, que consiste num erro de cobertura de difícil detecção.

Para avaliar a qualidade das informações sobre a idade de forma desagregada, isto é, idades pontuais, serão calculados os índices de Myers e Whipple. O Índice de Myers é o mais utilizado para avaliar o grau de atração e repulsão, exercido pelos dígitos terminais, e o de Whipple mede a atratividade das idades informadas pelos dígitos terminais “0” (zero) e “5” (cinco), entretanto existem outros, tais como Bachi, Carrier e Ramachandran (Shryock and Siegel, 1971) que requerem um número maior de cálculos na sua obtenção. Esses métodos de medição de atração pelo dígito terminal de idade assume-se, a priori, que a distribuição é retangular/ uniforme, não existe atração por nenhuma idade (ou terminação de idade) em particular (Formiga et al, 2000.; Romer & Freitez, 2004). Para avaliar a qualidade entre as variáveis sexo e idade utilizaremos o The United Nations Secretariat Method (Método do Secretariado das Nações Unidas), que diferentemente de Myers e Whipple, serão utilizadas as idades agregadas em grupos quinquenais. Contudo, existem limitações deste método que pode ser afetado por flutuações ocasionadas exatamente em pequenas populações.

3.1 Índice de Myers

O índice de Myers2

2 IM = 100 x ∑f

i –1/10│de modo que, 0 < IM < 180. A classificação é a seguinte: IM ≤ 5 => baixo; 5< IM ≤

15 => mediano; 15 < IM ≤ 30 => alto; IM > 30 => muito alto.

pode assumir valores entre zero e cento e oitenta, correspondendo, respectivamente, as informações de idade prestadas com exatidão e a todas as declarações de idade terminada pelo mesmo dígito. Quanto menor é o índice melhor é a qualidade. O índice de Myers para a população indígena, em 2010 foi inferior ao

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calculado para os censos anteriores 1991 e 2000, sendo o mesmo comportamento mantido quando analisada por sexo. As mulheres que historicamente possuíam índices superiores aos homens, denotando a clássica interpretação de que as mulheres tendem a fornecer idades com mais erros que os homens, apresentaram comportamento diferente em 2010 revelando uma melhora na declaração das idades, com índices inferiores. O diferencial urbano e rural é significativo, onde o rural possui índices muito mais elevados do que aqueles calculados para os indígenas residentes na área urbana, contudo é importante destacar que a área rural melhorou significativamente a qualidade das declarações da idade. Nas áreas urbanas em 2010 houve aumento, corroborando com o aumento da proporção de idade presumida e, consequente declínio de indígenas que declararam a data de nascimento. A contribuição para o declínio dos índices de um modo geral para os indígenas foi em função da colaboração sensível de redução desses índices nas áreas rurais.

Para a população como um todo, os índices calculados segundo a forma de declaração da idade sempre revelaram índices menores para a “data de nascimento” do que para aquelas pessoas que declaram a idade de forma presumida. Para a população indígena não é diferente, os índices calculados quando a idade foi fornecida de forma presumida é

1991 2000 2010 Total 4,7 2,2 1,7 Homens 4,7 2,1 1,8 Mulheres 5,2 2,2 1,6 Urbana 2,7 0,7 1,1 Homens 3,6 0,7 1,1 Mulheres 2,9 0,9 1,3 Rural 5,8 4,7 2,2 Homens 5,7 4,4 2,4 Mulheres 6,3 5,2 2,0

Fonte: Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010.

Índice de Myers para a população indígena, segundo a situação do domicílio e o sexo - Brasil - 1991/2010

Situação do domicílio e sexo

Índice de Myers para a população indígena

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sensivelmente mais elevado que pela data de nascimento. Os índices, segundo a forma de declaração da idade, da área urbana são inferiores aqueles da área rural. As mulheres da área urbana possuem índices maiores que os homens, enquanto aquelas da área rural o comportamento é inverso.

Analisando a atração e a repulsão por alguns dígitos terminais da idade observou-se que o dígito atrativo preferencial foi o “zero” nas três referências censitárias, sendo perceptível a redução nesta preferência ao longo dos censos. As mulheres elegeram, em 1991, mais o dígito zero em relação aos homens, contudo em 2000 e 2010, os homens optaram mais pelo dígito zero do que as mulheres. Quanto ao dígito repulsivo com maior preferência observou-se que em 1991 o dígito “quatro” apresentou índice significativo, tanto para homens quanto para mulheres. Enquanto nos censos de 2000 e 2010, o repulsivo com índice mais elevado foi o digito “um”, também para ambos os sexos.

1991 2000 2010 1991 2000 2010 Total 2,1 1,4 1,4 16,6 13,8 7,5 Homens 3,0 1,5 1,4 16,5 12,2 7,5 Mulheres 2,3 1,4 1,3 17,0 15,5 7,5 Urbana 2,2 0,6 1,0 15,0 9,1 5,9 Homens 3,4 0,7 0,8 15,1 6,1 5,1 Mulheres 2,3 0,6 1,1 16,0 14,6 6,7 Rural 3,1 3,4 1,8 16,9 15,9 8,9 Homens 4,5 3,0 2,0 16,7 14,9 9,2 Mulheres 3,5 3,8 1,6 17,5 17,2 8,6

Fonte: Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010.

Índice de Myers para a população indígena, por forma de declaração da idade, segundo a situação do domicílio e o sexo - Brasil - 1991/2010

Situação do domicílio e sexo

Índice de Myers para a população indígena, por forma de declaração da idade

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3.2 Índice de Whipple

Em geral existe a tendência a declaração da idade em certos números, especialmente nos que terminam em zero ou cinco, seja porque os entrevistados não conhecem exatamente sua idade ou porque não compreendem a importância de declarar a idade exata. E com o objetivo de medir a concentração das declarações nas idades terminadas pelos dígitos 0 e 5, foi calculado o índice de Whipple3. Para 2010, conforme foi constatada com a análise do índice de Myers, a atração pelos dígitos “zero” e “cinco” foi menor em relação a 2000, contudo na área urbana houve crescimento do índice. Essa redução do índice no total da população indígena pode ser atribuída ao aumento significativo das declarações da idade pela data de nascimento na área rural.

De acordo com os resultados obtidos pode-se classificar, segundo a forma de declaração de idade, que em 2010, os dados pela data de nascimento são poucos precisos, enquanto pela idade presumida os dados são considerados imprecisos. Essa análise se aplica para ambos os sexos. No recorte pela situação do domicílio de residência da

3

IW =[ 5 [P(25)+P(30)+P(35)+...+P(55)+P(60)] x 100] / 62 ∑x=23 P(x). A classificação utilizada é a seguinte: 99 ≤ IW ≤

104,9 => dados precisos; 105 ≤ IW ≤ 109,9 => dados pouco precisos; 110 ≤ IW ≤ 124,9 => dados aproximados; 125 ≤ IW ≤ 174,9 => dados imprecisos e, 175 ≤ IW ≤ 501 => dados muito imprecisos.

1991 2000 2010 Total 120,9 110,9 107,9 Homens 120,4 110,5 108,7 Mulheres 121,4 111,3 107,1 Urbana 104,0 102,2 104,7 Homens 103,7 101,7 104,3 Mulheres 104,3 102,6 105,0 Rural 129,6 126,5 111,1 Homens 128,1 124,7 112,6 Mulheres 131,2 128,5 109,3

Fonte: Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010.

Índice de Wipple para a população indígena, segundo a situação do domicílio e o sexo - Brasil - 1991/2010

Situação do domicílio e sexo

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população indígena, a informação da idade pela data de nascimento, na área urbana, foi considerada como dados precisos, e pela idade presumida, dados imprecisos. Na área rural, as declarações da idade mediante a data de nascimento são poucos precisos e pela idade presumida são imprecisos. Com exceção da área urbana, observou-se melhoria na qualidade da informação da idade.

3.3 Índice das Nações Unidas

Este índice4

INU = 3 I1 + I2 + I3

consiste na combinação das informações por sexo e grupos qüinqüenais de idade, utilizando-se respectivamente as razões de masculinidade e de idade e revelando a grandeza do erro nas declarações de sexo e idade. Uma desvantagem, é que exalta os defeitos dos dados por ser uma população não-fechada, ou seja, o alto valor em parte é devido às correntes migratórias que são diferenciáveis por sexo e idade.

onde:

4

O INU pode assumir a seguinte classificação: INU < 20 => acurados/dados precisos; 20 ≤ INU ≤ 40 => não acurados (sem acurácia)/dados imprecisos; INU > 40 => altamente sem acurácia/dados altamente imprecisos.

1991 2000 2010 1991 2000 2010 Total 99,3 107,1 105,7 187,6 166,4 138,5 Homens 99,6 107,1 106,4 183,6 159,9 139,3 Mulheres 99,1 107,2 105,0 192,0 173,2 137,7 Urbana 98,2 101,6 103,2 168,2 123,2 127,7 Homens 97,5 101,3 102,8 168,9 115,8 127,2 Mulheres 98,9 101,9 103,6 167,5 130,6 128,1 Rural 100,1 118,2 108,3 190,1 183,1 148,1 Homens 100,8 117,4 109,8 185,4 176,5 149,0 Mulheres 99,3 119,1 106,6 195,4 190,0 147,0

Fonte: Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010.

Índice de Wipple para a população indígena por forma de declaração da idade, segundo a situação do domicílio e o sexo - Brasil - 1991/2010

Situação do domicílio e sexo

Índice de Wipple para a população indígena, por forma de

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I1 foi calculado a partir da razão de masculinidade;

I2 e I3 calculados pelas razões de idade dos homens e mulheres,

respectivamente.

O índice das Nações Unidas foi calculado utilizando a população por sexo segundo grupos quinquenais de idade com intervalo entre 0 a 4 anos e 75 a 79 anos de idade. E, para 2010, as informações do total e da área urbana foram consideradas acuradas, isto é, dados precisos, porém para a área rural os dados são imprecisos, revelando irregularidades dos dados por sexo e idade.

3.3.1 Razão de masculinidade

A Razão de Masculinidade é expressa pela divisão do número de homens numa

dada faixa etária, pelo número de mulheres no mesmo grupo de idade. A razão de masculinidade é um dos indicadores onde podem ser observadas possíveis distorções na estrutura da população. O Brasil tem a tendência histórica de predominância feminina na composição por sexo. Para a população indígena, desde 2000 vem se mantendo um equilíbrio entre os sexos. Na área urbana o predomínio é feminino e na rural é masculino. No grupo de idade de 0 a 14 anos (crianças e adolescentes) vem aumentando o predomínio feminino, no grupo de 15 a 64 anos (adultos), em 1991, era predomínio masculino, passou em 2000 para predomínio feminino e em 2010 já está em equilíbrio e, finalizando com o grupo de 65 anos

1991 2000 2010

Total 36,2 27,0 11,4

Urbana 48,9 27,2 15,6

Rural 46,7 50,1 20,5

Fonte: Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010.

Índice das Nações Unidas para a população indígena, segundo a situação do domicílio - Brasil - 1991/2010

Situação do domicílio

Índice das Nações Unidas para a população indígena

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ou mais (idosos) a supremacia é feminina. Ao se analisar o indicador segundo as situações de residência urbana e rural, observou-se que nas áreas urbanas a supremacia é feminina para os grupos de adultos e idosos, enquanto para a rural o número de homens é maior do que de mulheres em todos os três grupos.

A avaliação da qualidade dos dados consiste na observação dos desvios da razão de masculinidade em torno de 100,0%, que significa a igualdade dos sexos, e quando se afasta existe uma grande possibilidade de erros nos dados. Toda população tem mais nascimentos de homens do que de mulheres e, assim, a razão de masculinidade quando expressada por grupos de idade, mostrará também, que a mortalidade masculina é maior que a feminina, e que reduz a medida que a idade aumenta. A razão de masculinidade ao nascimento geralmente é próxima de 105,0%. A razão próxima a 100,00 também pode indicar ausência de migração. Como interpretação desse indicador pode-se observar que as diferenças da razão de masculinidade em relação a 100,00 apresentam desvios menores para o Censo 2010. Portanto, a medida resumo que soma os valores absolutos desses desvios vêm ao longo dos censos reduzindo, indicando que as informações estão melhorando a qualidade.

1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 Indígenas 104,2 99,0 100,5 90,2 91,5 92,1 109,2 108,0 106,1 0 a 14 anos 106,1 103,9 102,9 101,3 103,9 102,2 106,9 103,9 103,1 15 a 64 anos 103,7 97,8 100,7 89,6 90,5 91,7 110,5 110,2 109,2 65 anos ou mais 94,4 87,0 84,3 60,8 69,9 70,7 118,7 126,1 102,7 Não indígenas 97,5 96,9 95,9 94,3 94,1 93,4 108,2 110,1 111,1 0 a 14 anos 102,6 103,0 103,6 101,8 102,4 103,0 104,7 105,2 105,9 15 a 64 anos 95,9 96,0 95,7 92,2 92,8 92,9 110,5 113,0 113,8 65 anos ou mais 82,7 78,7 76,7 75,1 73,0 71,8 112,8 110,9 109,1

Fonte: Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010.

Rural Razão de masculinidade, por situação do domicílio

Razão de masculinidade da população residente, por situação do domicílio, segundo a condição de indígena e os grupos de idade - Brasil - 1991/2010

Condição de indígena

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3.3.2 Razão de Idades

A razão de idades é mais um indicador que avalia a qualidade da estrutura etária. O afastamento das razões de idade do valor 1,0 pode ser atribuído a três fatores básicos: variações nas taxas de natalidade (e/ ou migrações), a um padrão de mortalidade típico e/ ou a erros na declaração da idade. Na prática, os efeitos destes fatores se combinam e se torna bastante difícil identificar o fator preponderante, como por exemplo, se uma aparente sobreenumeração de uma coorte se deve a um número elevado de nascimentos ou ao fato de ser observada em todos os Censos em idades com dígitos atrativos.

Supondo que as populações 5p (x-5), 5px e 5p(x+5) dos grupos de idades

adjacentes (x-5) |− x, x |− (x+5) e (x+5) |− (x+10) anos, formem uma série

aproximadamente linear, as razões de idade, calculadas pela fórmula : 3 5px/ {5p(x-5) +5px+5p(x+5)} devem estar próximas da unidade.

As análises estruturais das diversas faixas etárias selecionadas são fundamentalmente importantes em função dos tipos de erros acometidos durante o processo de levantamento censitário. Portanto, a avaliação da qualidade das informações se faz necessária, onde nos permitirá julgar se as variações nas declarações de idade contribuem ou não para tal tendência. Quanto menor o Índice de Acurácia mais adequados são as declarações. Quanto mais os valores das razões de idade se afastam da unidade (ou 100 –

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em percentual) mais existe a possibilidade de erros nas declarações das idades. A informação é de boa qualidade quando a média dos desvios calculados é um valor próximo a zero, portanto os dados dos indígenas ao longo dos censos vêm melhorando a sua qualidade.

Considerações Finais

As distorções e as falhas nas declarações de sexo e idade são menores de um censo para outro, em função da diminuição das imperfeições oriunda do aprimoramento dos métodos de captação, do avanço tecnológico e da melhoria do nível de conhecimento do próprio informante. A mudança do questionário para o novo sistema de captação de dados com a utilização do computador de mão – Personal Digital Assistant – PDA, eliminou erros que a utilização do questionário em papel em 1991 e 2000 poderia ter ocasionado.

Os resultados revelaram que entre 1991 e 2000 houve uma considerável melhoria nos índices que mensuram a qualidade das variáveis sexo e idade, já em 2010, mesmo com a perspectiva de melhor captação com a utilização do questionário em forma eletrônica, onde os erros de coleta foram minimizados, esses índices se mantiveram no mesmo patamar que 2000, o que poderia indicar uma estabilidade nos índices.

Homens Mulheres

1991 4,10 3,48

2000 3,57 3,43

2010 2,32 2,73

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010.

Medida resumo das razões de idade, por sexo - Brasil - 1991/2010

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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