• Nenhum resultado encontrado

Buscando melhor qualidade de vida do idoso e família, no contexto domiciliar, através da assistência voltada ao autocuidado

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Buscando melhor qualidade de vida do idoso e família, no contexto domiciliar, através da assistência voltada ao autocuidado"

Copied!
143
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE

FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO

DE

CIÊNCIAS

DA

SAÚDE

DEPARTAMENTO

DE

ENFERMAGEM

CURSO

DE

GRADUAÇÃO

EM

ENFERMAGEM

DEYSE

BERTOTTI

.

FABIANA NEVES

DA ROCHA

.

DDSOANDO

MELHOR

QUALIDADE

DE

VIA

DO

IDOSO E

FAMÍDTA,

NO

CONTEXTO

DOMICILIAR,

ATRAVES

DA

ASSISTÊNCIA

DE

ENFERMAGEM

VOLTADA

AO

ADTOOUIDADO

FLORIANÓPOLIS

(2)

› \

BUSCANBQ

MELHoR

QuAL1nAnE;

DE

vlnâ

no

Inoso E

1‹¬AMlíLt1íA0,

No

CQNTEXTO

noMeIc1L1AR,A0TRAv1šs

DA

ASSISTÊNCIA

VOLTADA

AO

AUT(.)CUI__.zDAI)O

Trabalho

de

Conclusão de

Curso

(TCC), apresentado

ao Curso de

Enfermagem,

Departamento de

v'd

í

Unlversidade Federal de Santa Catarina

ade de

z-‹

mí*

í

626

Enfermagem

do

Centro de Ciências

da

Saúde

da

036

.-A

íí

í

am- TCC UFSC EN or: Bertott , Deyse 0: Buscando me hor qua 'd 972492450 Ac. 24 uFsc Bsccsm ccsM

F

L-

Orientadora: Prof'. Dr”. Ilca Luci Keller

Alonso

z-‹

í

Membros

da

banca: Prof”. D1”. Ilca Luci Keller

Alonso

Profí Dr* Silvia

Maria

Azevedo

dos Santos

*-4 "' “I >< -1-l N.Ch Aut T' u

Enf'.Norma

Maria de Oliyeira

CCSM TCC UFSC- ENF 0361 Ex _

FLoRIANÓPoL1s

2004

(3)

Dedicamos

aos idosos e seus familiares,

por

(4)

corpo,

jamais

em

seu espírito ”.

(5)

NOSSOS

A

GRADE

CIMEN

TOS

À

Deus

Por

nos dar 0

dom

da

vida, e

sempre

iluminar nosso caminho.

A

nossa orientadora

Por

sua competência,

por

nos orientar

sempre

com

tanta atenção, dedicação e carinho,

por

ter nos motivado nos

momentos

de desesperança e

por

ter contribuído tanto

para o

nosso

trabalho.

Muito

Obrigada!

A

nossa supervisora

Pela sua alegria, dedicação, competência,

por

ter aceitado nos supervisionar e pelo seu

bom

humor

nas emocionantes visitas domiciliares.

À

banca examinadora

Por

disponibilizar seu

tempo

e contribuir

na melhora

deste trabalho.

Aos

agentes comunitários

Em

especial

ao

Joel e Leia, pelas sugestões e informações,

por

ter nos dedicado parte

do

seu

tempo para

nos

acompanhar

nas visitas domiciliares e

caminhadas na

comunidade.

Aos

funcionários

do

CS

Por

ter nos recebido tão

bem

e ter compartilhado conosco suas experiências.

À

Eva

Pela sua disposição

em

nos ajudar

na formatação

deste trabalho.

Às

familias/ idosos

Por

ter aceitado fazer parte deste trabalho,

por

ter nos recebido

em

suas casas e ter

(6)

Aos

meus

Pais

José e Anita pelo amor,

confiança

e apoio que

me

dedicaram

em

todos os

momentos

da minha

vida.

Embora me

faltem palavras

para

expressar o que sinto nesse

momento,

tranqüilizo-me

em

ter

a

certeza de

que já

sabem

de todo amor, orgulho e gratidão que sinto

por

vocês.

Aos

meus

irmãos

Agradeço

aos

meus

irmãos Sandro,

Meire

e Jader pelo afeto,

amor

e carinho

que sempre

tivemos uns pelos outros e pelo simples fato de existirem e de

fazerem

parte

da minha

vida.

Aos

meus cunhados

William e Rita pelo incentivo, carinho e

por

serem os melhores

cunhados que

eu poderia ter.

Aos

amigos

Por

termos aprendido juntos o verdadeiro significado

da

amizade.

A

todas

que

moram

e

moraram

no

306

Agradeço

o convívio, as conversas, o aprendizado e principalmente

a amizade

que cultivamos

morando

juntas. '

Ao

Celso

Teria que primeiramente agradecer

a

Deus

por

ter cruzado nossos

caminhos

e ter feito você

ser parte

da minha

vida.

Com

você aprendi o que é o

amor

e' tudo que 0

acompanha,

como

o

respeito, o apoio e

a

compreensão.

Nada

no

mundo

faz muito sentido

quando

você

não

está

ao

meu

lado,

por

isso você

sempre

fará parte dos

meus

planos.

Não

poderia deixar de agradecer toda

a

ajuda e 0 interesse nesse trabalho.

(7)

A

GRADE

CIMEN

TOS

FABIANA

Aos meus

pais

Luiz e Dinalva, pela vida, pelas demonstrações de amor, carinho e

compreensão

e pelo

incentivo que

me

conduziu durante essa caminhada.

A

vocês o que tenho

a

dizer é muito

obrigado.

Amo

vocês.

Ao meu

irmão

Eduardo, pelos

momentos

de

compreensão

e paciência. Valeu! Te amo.

Ao meu

avô, tios, tias e

primos

Em

especial

ao

vovô, família

Machado,

Ramos

e Andrade, pela ajuda, conselhos e incentivo

durante toda essa caminhada.

Adoro

vocês.

Às

amigas da

CCIH

Por

compartilharmos conhecimentos e boas risadas e pelo apoio e incentivo nos

momentos

de desespero.

Devo

muito

a

vocês.

Às

amigas

-

Em

especial

a

Michele,

por

descobrirmos juntas o verdadeiro sentido

da

amizade.

Por fim

A

todos aqueles que

me

fizeram refletir,

proporcionaram momentos

de alegria e contribuíram

(8)

BERTOTTI

Deyse;

ROCHA,

Fabiana

Neves

da.

Buscando

melhor

qualidade

de

vida

do

idoso e

sua

família

no

contexto

domiciliar através

da

assistência

de

enfermagem

voltada

ao

autocuidado.

2004.

140. f.

Trabalho

de Conclusão

de

Curso

(Curso

de Graduação

em

Enfermagem) -

Centro

de

Ciências

da

Saúde,

Universidade

Federal

de Santa

Catarina, Florianópolis.

Este trabalho foi desenvolvido durante a oitava fase curricular

do

Curso de

Graduação

em

Enfermagem

da

Universidade Federal de Santa Catarina.

Teve

como

objetivo favorecer

melhor

qualidade de vida aos idosos

que

moravam

sozinhos

ou

com

suas famílias, e

que estavam aptos a compartilhar experiências sobre o autocuidado

no

que diz respeito a sua saúde, inserindo nesse processo a sua família.

A

teoria adotada para delinear a prática assistencial, foi a teoria geral de autocuidado de Dorothea Elizabeth

Orem.

O

estágio foi

realizado

no

período de outubro a

dezembro

de 2003,

no

Centro de

Saúde do

bairro

Agronômica, na

cidade de Florianópolis. Participaram deste trabalho quatro famílias,

selecionadas por indicação dos Agentes Comunitários de

Saúde

e equipe profissional

do

Centro de Saúde.

A

prática assistencial foi desenvolvida por

meio

de visitas domiciliares e

consultas de

enfermagem, denominados

“encontros”.

Foram

realizados

em

média

quatro encontros por família.

Concomitantemente

às visitas domiciliares e às consultas de

enfermagem, foram

realizadas duas atividades educativas

com

grupos de idosos. Neste

trabalho

percebemos

a importância de se conhecer o ambiente

em

que o idoso está inserido e

da

participação efetiva da família

no

processo de cuidar

do

idoso,

bem

como,

a importância

do

trabalho interdisciplinar

em

saúde

quando

se trata de assistir famílias, destacando-se o

papel

da

enfermeira nesse processo.

Além

disso, constatamos as dificuldades vivenciadas pelos profissionais de saúde

no

cotidiano

do

seu trabalho junto as famílias

em

confronto

com

a violência que habita essas

comunidades comprometendo

a própria segurança destes e

também

a qualidade

da

assistência às famílias.

(9)

1

INTRODUÇÃO

... ..

2

OBJETIVOS

... ..

2.1 Objetivo geral ... .. 2.2 Objetivos específicos ... ..

3

REVISÃO

DE

LITERATURA

... ..

3.1

O

ser

humano

idoso

na

sociedade atual ... ..

3.2 Teorias

do Envelhecimento

... ..

3.2.1 Teoria

da

deterioração protéica

3.2.2 Teoria

do

relógio biológico ... ..

3.3 Fisiologia

do Envelhecimento

... ..

3.3.1 Alterações fisiológicas

do

envelhecimento ... .. 3.4 Aspectos Psicológicos

do Envelhecimento

... ..

3.4.1 Alteraçao

da

inteligência ... ..

3.4.2 Alterações da

memória

... .. 3.5

Autonomia

do

idoso ... .. 3.6 Família e Idoso ... ..

3.7

Doenças mais

comuns

na

terceira idade ... ..

3.7.1 Diabetes Mellitus ... .. 3.7.1.1 Manifestações clínicas ... ..

SUMÁRIO

¢ z › - . . . .z . . . › . .- › - . . . .. . . . › › . . . .. . . . › ›N . . . z . z › - . . . .H . . . z . . ~ . » . . . . .H . . . › . › ‹ z - ¢ › › .H « . . . z . » › › ~ › - . . . - .H . . . ~ z . . . - . . . .- . . . z › › - z . . . .H . . . z z . z › z . . . .H . . . z . › -. . › . z . › . › › . . . .. . z . z . . z - . › z z - › › z › . . . . .. 3.7.1.2 Complicações crônicas ... .. 3.7.1 .3Complicações agudas ... ..

(10)

3.7.2.2 Manifestações clínicas ... ..

3.7.2.3 Tratamento ... ..

3.7.3 Osteoporose ... ..

3.7.3.1 Prevenção ... ..

3.7.3.2 Tratamento ... ..

3.7.4 Acidente Vascular Cerebral ... ..

3.7.4.1 Manifestações clínicas ... ..

3.7.4.2 Tratamento ... ...

4

REFERENCIAL

TEÓRICO

... ..

4.1

A

biografia

de Dorothea

Elizabeth

Orem

4.2 Pressupostos

da

Teoria

de

Orem

... ..

4.3 Pressupostos Pessoais ... ..

4.4 Teoria

Geral de

Enfermagem

de

Orem....

4.5 Principais Conceitos ... .. 4.5.1 Ser

Humano

... .. 4.5.2 Família ... .. 4.5.3 Saúde/

Doença

... .. 4.5.4

Enfermagem

... .. 4.5.5

Meio

Ambiente

... .. 4.5.6 Qualidade de vida ... .. 5

METODOLOGIA

... .. 5.1

O

Processo

de

Enfermagem

... ..

(11)

5.3

Procedimentos

éticos ... .. 6

CQNSIDERAÇÕES

FINAIS

... ..

REFERÊNCIAS

... ..

REFERÊNCIAS

CONSULTADAS

... ..

APÊNDICE

... ..

ANEXOS

... ..

PARECER

FINAL

Do

ORIENTADOR

(12)

1

INTRODUÇÃO

O

presente trabalho foi desenvolvido durante o estágio curricular obrigatório

da

VIII fase Curricular

do

Curso de

Graduação

em

Enfermagem

da

Universidade Federal de Santa Catarina, e teve

como

finalidade, proporcionar

melhor

qualidade de vida ao idoso junto

à sua família e comunidade, através

do

autocuidado.

O

estágio foi desenvolvido

no

Centro de Saúde

do

Bairro

da

Agronômica

no

Município de Florianópolis,

no

período de outubro a

dezembro do

ano de 2003.

A

proposta foi desenvolvida

com

idosos de

ambos

os sexos, que

moravam

sozinhos

ou

com

suas famílias, e que estavam aptos a compartilhar experiências sobre

autocuidado

no

que diz respeito à saúde.

A

idéia de realizar este trabalho

com

o ser

humano

idoso surgiu a partir

da

simpatia e

da

admiração que

temos

pelos

mesmos. Nosso

interesse pelo assunto intensificou-

se diante dos resultados das recentes pesquisas, que

mostram

um

aumento na

expectativa de

vida das pessoas

no

Brasil.

Segundo

a Conferência Nacional dos Bispos

do

Brasil (2002), o envelhecimento

da

população é

um

fenômeno

que ocorre

no

mundo

todo. Esse

fenômeno

traz consigo grandes

repercussões

no

que diz respeito aos aspectos sociais e econômicos, principalmente nos países

que

estão

em

processo de desenvolvimento.

A

situação toma-se mais preocupante

quando

não

existem boas perspectivas de adaptação social e

melhor

qualidade de vida para os idosos.

Segundo

o censo

do

ano 2000, a população

com

mais

de 60 anos

no

Brasil era de 14.536.029 pessoas,

no

entanto, a Conferência Nacional dos Bispos

do

Brasil (2002),

afinna

que

as condições de infra-estrutura para atender essas pessoas são as de

um

país

jovem,

assim

como

os serviços, os programas sociais e de saúde.

A

atençao à população idosa,

(13)

ll

indivíduos da terceira idade, o que faz

com

que a realidade

do

idoso brasileiro seja muito dificil.

O

aumento

da população idosa se deve ao

aumento da

expectativa de vida das pessoas. Esse

aumento

é conseqüência dos avanços científicos, tecnológicos,

bem

como,

de

uma

diminuição

da

taxa de fecundidade ao longo dos anos.

Em

vista das necessidades de atenção especial à saúde das pessoas idosas e à

precariedade de políticas voltadas a essa população,

em

1994 foi criada a Lei 8.842 que

define

a Política Nacional

do

Idoso e

tem

por objetivo assegurar os direitos sociais dos idosos,

criando condições para

promover

sua participação efetiva

na

sociedade.

Lembra

a Lei, ainda,

que “o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade

em

geral,

devendo

ser objeto de conhecimento e informação para todos”.

É

possível

afirmar

que essa política

vem

sendo

implementada no

Brasil de maneira

gradativa, contudo, os idosos e a sociedade ainda não estão plenamente conscientes dos seus

direitos e deveres.

E

foi

com

o intuito de fortalecer e ampliar os

mecanismos

de controle das ações

desenvolvidas

em

âmbito nacional,

que

foi aprovada nas instâncias legislativas,

no

Brasil, o

Estatuto

do

Idoso, que foi sancionado

em

outubro de

2003

pelo presidente Luis Inácio Lula

da

Silva. Neste estatuto estão presentes políticas referentes à proteção dos direitos básicos

do

idoso,

como

saúde, educação, trabalho, justiça, políticas de proteção e cidadania, à liberdade,

à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

No

entanto “é preciso

que

o poder público zele pelo seu

cumprimento

e a sociedade se conscientize

da

importância de assegurar condições dignas àqueles

que

alcançaram idade avançada”

(ESTATUTO...,

2003).

Em

relação ao processo

do

envelhecimento

humano, sabemos que

este

vem

(14)

do

corpo e

da

mente, assim

como

de

uma

redução das respostas fisiológicas às ações

do

ambiente

em

que o idoso está inserido

(KAMKE; HONORIO;

MARQUES,

2001).

Sendo

assim,

vimos

a necessidade de

uma

atenção especial à saúde

do

idoso,

com

intuito de

promover

sua independência e preservar sua autonomia, através dos cuidados

domiciliares, envolvendo neste processo, diretamente, a sua família.

A

assistência à saúde

do

idoso

no

seu contexto familiar e da sua vida, é

uma

forma

de

conhecermos

a realidade

em

que

o

mesmo

vive,

ou

seja, sua relação

com

a família, suas

condições de moradia, higiene, alimentação,

além

de muitos problemas que

podem

ser

observados e trabalhados

no

decorrer das visitas domiciliares.

Segundo

Santos (2001), o

cuidado domiciliar faz

com

que os idosos

permaneçam

no

seu grupo familiar e

na

sua

comunidade; faz

com

que

o idoso receba assistência

em

seu lar,

com

o intuito de resolver os

seus problemas, sejam eles temporários

ou

permanentes,

com

o objetivo de melhorar as suas

condições de saúde

no

próprio domicílio e evitar intemações.

A

família

do

idoso

tem

um

papel importante e ativo

no

processo de cuidar. Por

isso toma-se necessário instruir

não

somente os idosos para o autocuidado,

mas

também

seus familiares.

É

na

família que as pessoas estão ligadas intimamente, seja por laços

consangüíneos, por amizade,

amor

ou

afetividade.

Na

familia os relacionamentos são

estreitos, e isso faz

com

que a

mesma

seja

um

suporte,

um

lugar

onde

se encontre interação entre os

membros,

acolhimento, aquisição de valores e afeto.

A

família convive

em

um

determinado ambiente,

onde

cada

um

de seus

membros

assume

um

determinado papel.

O

papel assumido por cada

membro

da

família oferece recursos que facilitam enfrentamentos e

adequação às situações

que

estão

em

constante

mudança (PELZER;

FERNANDES,

1997).

Por possuir esta importância é que os familiares

podem

incentivar os idosos parao

(15)

13

velhos, fazendo

com

que estes

tenham ânimo

e pretensão de cuidarem de si

mesmos,

favorecendo

uma

melhora

na

qualidade de vida.

Segundo

Caldas (2001), o cuidado é o alicerce da ciência e

da

arte

da

Enfermagem.

Mesmo

sabendo que cada ser

humano

possa cuidar de outra pessoa, é o

enfermeiro, o profissional

que

tem no

cuidado a caracteristica

do

seu trabalho profissional.

O

cuidar

em

enfermagem

vai

além

da assistência ao ser

hmnano

quando

o

mesmo

está fragilizado.

E

o

compromisso

com

o cuidado que envolve

também

o

autocuidado, a auto-

estima, a auto-valorização, a cidadania

da

própria pessoa que cuida.

Para Travelbee (apud

PELZER;

FERNANDES

1997), o processo de interação enfermeira-cliente e/ou familiar é caracterizado por

uma

relação de ajuda

onde

aspectos básicos

como

a aceitação, empatia, comunicação, participação e socialização são imprescindíveis.

A

busca incessante

da

operacionalização das habilidades interpessoais por

parte

da

enfenneira permite que ela,

como

profissional e pessoa significativa à família,

compartilhe

com

a

mesma

suas capacidades de ajuda, de

forma

a construir

um

relacionamento completo e construtivo.

Por ter

como

finalidade o cuidado, a

enfermagem

toma-se a profissão

mais

indicada para

promover

o cuidado diário dos idosos

em

parceria

com

os familiares

cuidadores.

Toma-se

indicada,

também,

a orientar e a cuidar preventivamente

do binômio

cuidado/ cuidador para manter por mais

tempo

a saúde dos

mesmos

(SILVA;

GONÇALVES;

PFEIFFER,

1997).

Nesse

sentido, este trabalho esteve voltado ao cuidado de

enfennagem

com

ênfase

em

ações educativas, visando favorecer

melhor

qualidade de vida ao idoso

no

seu contexto

(16)

2

OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

0 Favorecer

melhor

qualidade de vida aos idosos de

ambos

os sexos, que

moram

sozinhos

ou

com

suas famílias, e que estão aptos a compartilhar experiências sobre 0 autocuidado

no

que diz respeito a sua saúde, inserindo a família

no

processo de aprendizagem,

fundamentado na

teoria

do

autocuidado de Dorothea

Orem.

2.2 Objetivos específicos

0

Conhecer

a estrutura fisica e organizacional

do

Centro de

Saúde onde

será

desenvolvida parte

da

prática assistencial, e

também,

conhecer o contexto

da

comunidade

local.

0 Identificar os déficits de autocuidado das pessoas idosas, assim

como,

de suas

famílias cuidadoras que pertençam à área de atuação.

0 Implementar o processo de

enfermagem

aos idosos selecionados e suas famílias,

fundamentado

na Teoria Geral de

Enfermagem

de Dorothea Elizabeth

Orem.

0 Avaliar a prática assistencial implementada.

0 Aprofundar os conhecimentos científicos referentes ao

tema

abordado, assim

como

participar de outras atividades paralelas ao estágio que

possam

contribuir

(17)

15

3

REVISÃO

DE LITERATURA

“Sobre si

mesmo,

sobre seu corpo e sua mente, o indivíduo é soberano”.

(MILL, 1909)

3.1

O

ser

humano

idoso

na

sociedade atual

Segundo

o

Álbum

de Direitos

da

Terceira Idade (2002), o

número

de pessoas

com

mais de

60

anos cresce

no

mundo

todo.

No

Brasil, os mais velhos

somam

hoje cerca de 14 milhões de pessoas.

No

ano de 2025, esse

número

subirá para 33 milhões de brasileiros.

Segundo

o censo realizado

no

ano de dois mil estimou-se que

em

dois mil e três

teríamos

uma

população de 448.815 idosos

em

Santa Catarina e, especificamente,

em

Florianópolis teríamos 31.071 pessoas

com

mais

de sessenta anos

(MINISTÉRIO

DA

SAÚDE,

2003).

Algumas

das explicações se

devem

ao acelerado processo de transição

demográfica

e epidemiológica que acontece a partir dos anos

60 no

Brasil.

Com

o

amnento

das populações adulta e idosa

no

país,

somados

a

uma

organização

do

sistema de saúde e de

assistência social voltada para o

segmento

matemo-infantil, surge a necessidade de a

sociedade civil se organizar

em

tomo

dos idosos e de buscar novas formas de políticas

públicas que

atendam

a essa

nova

população

(COSTA;

MENDONÇA;

ABIGALIL,

2002).

Mesmo

sendo o envelhecimento

um

processo diferencial, de acordo

com

a

Organização

Mundial da Saúde

(OMS),

a definição de idoso é diferente para os países

desenvolvidos e para os países que estão

em

desenvolvimento, pois está ligada à qualidade de

vida dessas pessoas.

Nos

países desenvolvidos são considerados idosos as pessoas

com

65 anos

ou

mais.

Nos

países

em

desenvolvimento são idosos os indivíduos

com

60

anos

ou mais

(18)

Segundo

Costa (apud

SANTOS

2001), o

aumento da

população idosa

no

país traz

consigo grandes preocupações, pois sendo o Brasil

um

país

em

processo de desenvolvimento

e não tendo ainda solucionado questões básicas e essenciais a sua população ativa, restam aos

idosos e inativos o descaso e a constatação de

que

a explosão

demográfica

de idosos

no

Brasil

é realmente

uma

questão de saúde pública.

Na

década de 70,

com

a preocupação

do

rápido crescimento

da

população idosa

no

país, realizou-se

em

Brasília o I Seminário Nacional Sobre o Idoso.

A

partir daí, nas décadas

seguintes, os idosos foram alvos de inúmeros programas que objetivavam

um

envelhecimento

com

maior dignidade, respeito e saúde

(SANTOS,

2001).

Em

4 de janeiro de 1994, foi

promulgada no

Brasil a Política Nacional

do

Idoso,

Lei 8.842, que cria o Conselho Nacional

do

Idoso.

A

Política Nacional

do

Idoso

tem

por

objetivo “assegurar os direitos sociais

do

idoso, criando condições para

promover

sua

autonomia, integração e participação efetiva

na

sociedade”.

No

entanto a lei só foi

regulamentada

em

3 de julho de 1996, através

do

Decreto n° 1948

(ÁLBUM

..., 2002).

Sabe-se que

falhas

na

execução deste Decreto, por falta de recursos financeiros

para a implantação e implementação

da

Política Nacional

do

Idoso (PNI).

No

entanto,

no ano

de 1999, surgiu a Política Nacional de

Saúde do

Idoso,

que mais

Luna vez tentava assegurar os

direitos da população idosa. Já

no

ano de 2003, foi sancionado o Estatuto

do

Idoso,

que

tinha

como

finalidade garantir os direitos das pessoas

com

mais de

60

anos.

Segundo

a Conferência Nacional dos Bispos

do

Brasil (2002),

no

Ano

Intemacional

do

Idoso, essa

mesma

população, representando vinte e dois estados,

na

Assembléia Nacional realizada

em

1999, decidiu manifestar ao

govemo

e à sociedade sua preocupação

em

relação a situação sócio-econômica da população brasileira, particulannente

dos idosos, assim

como,

propor a “participação efetiva

do

idoso,

da

sociedade e da família”

(19)

17

Embora

o Brasil tenha muitas leis que

defendem

os direitos dos idosos, muitas

delas estão somente

no

papel e não

na

realidade dessas pessoas.

O

Brasil ainda é

um

país

com

entendimento atrasado

em

relação aos problemas das pessoas idosas,

mas

gradativamente as Políticas Públicas voltadas aos Idosos

vem

sendo implementadas.

Ao

longo dos anos

vem-se

tentando criar

uma

consciência

em

relação aos direitos de todas as pessoas, sejam elas idosas, adultas

ou

crianças, assim,

poderemos

garantir

uma

sociedade

mais

justa às pessoas de todas

as idades, especialmente aos mais velhos,

que

poderão,

enfim,

conquistar seus direitos e viver

com

mais dignidade

(COSTA,

MENDONÇA,

ABIGALIL,

2002).

3.2 Teorias

do

Envelhecimento

“As

manifestações somáticas

do

envelhecimento são geralmente

bem

evidentes e

facilmente observáveis,

porém

pouco

se sabe sobre a origem desse

fenômeno

comum

a todos os seres vivos”

(CARVALHO

FILHO;

ALENCAR,

2000, p.l).

Segundo

Schier (2001), diversas teorias

procuram

explicar

o

envelhecimento,

destas as

mais

aceitas pelos pesquisadores e que se

complementam,

são a teoria

da

deterioração

da

síntese protéica e a teoria

do

relógio biológico.

A

estas são acrescidos os

fatores intrínsecos (hereditariedade, radicais livres e alterações imunológicas) e extrínsecos

(alimentação, variações climáticas e radioatividade) que

influenciam no

mecanismo

de

alteração protéica. Tais alterações se

refletem

nas células, tecidos e órgãos

com

repercussões

morfológicas e funcionais.

Mecanismos

homeostáticos,

como

os centros reguladores

localizados

no

cérebro, a função

do

sistema endócrino e o sistema imunológico,

com

a finalidade de controle e ajustamento, conferem ao ser

humano

a capacidade de manter seu

(20)

envelhecimento

do

ser

humano

estão, então, condicionados a

um

padrão genético e às

influencias

do

meio

ambiente.

3.2.1 Teoria da deterioração protéica

O

processo

da

síntese protéica resume-se em: o

ADN

leva a fonnação

do

ARN

e

este à

da

proteína.

Para alguns teoristas a disfunção celular seria resultante de erros nos

mecanismos

precursores da fonnação protéica.

Na

teoria do “erro primário”, a alteração ocorreria

no

ADN.

Já Orgel (apud

CARVALHO

FILHO;

ALENCAR

2000), propôs a teoria

do

“equívoco

ou

erro catastrófico”. Ele admite que ocorreriam erros

na

produção enzimática

que

iriam interferir

na

síntese de

ARN

e, por conseqüência, a produção de proteínas anonnais

que

levariam a deterioração orgânica e a morte.

Mesmo

que não

se admita a teoria

do

“erro catastrófico”,

tem

sido revelada

redução

da

síntese protéica

em

várias espécies vegetais e animais. Haveria então,

uma

produção mais lenta por parte das células idosas

quando comparadas

com

a das

mais

jovens.

Embora

se desconheça a causa dessa redução, é possível

que

ela possa ocorrer nos diversos

estágios metabólicos da síntese de proteínas

(PAPALÉO NETTO;

BORGONOVI,

2002).

Conforme

Carvalho Filho e Alencar (2000),

tem

sido

também

demonstrado

que

no

envelhecimento

tendência ao

acúmulo

de proteínas nos vários órgãos e tecidos que estão

sendo, continuamente, sintetizados e degradados.

A

redução

no

processo de degradação seria

(21)

19

Essas alterações observadas nas proteínas seriam responsáveis

não

somente por

alterações

do

envelhecimento nos vários setores

do

organismo,

mas

também

por diversos processos patológicos freqüentes nos idosos,

como

Diabetes Mellitus e

Demência

Senil.

3.2.2 Teoria

do

Relógio Biológico

Nesta teoria acredita-se que a longevidade

tem

base genética,

que

cada ser vivo

apresenta

uma

duração

máxima

de vida que seria detenninada pelo seu padrão genético.

Segundo

Papaléo Netto e Borgonovi (2002), os autores que

defendem

a teoria

do

envelhecimento

programado admitem

que as células teriam

um

relógio biológico intrínseco,

ou

seja,

uma

seqüência de eventos

programados

dentro

do genoma,

que dariam origem ao

processo de envelhecimento, que nada

mais

seria que a continuação

do programa

de

diferenciação, isto é,

uma

extensão

do programa

de crescimento e desenvolvimento.

3.3 Fisiologia

do Envelhecimento

À

medida que

os anos passam, vão ocorrendo transformações

em

nosso corpo.

Com

o envelhecimento a capacidade

do

corpo

em

manter a homeostasia toma-se cada vez mais diminuída

com

0 envelhecimento celular.

Os

sistemas orgânicos

não fimcionam

mais

com

eficiência

máxima

em

virtude dos

déficits celulares e teciduais. Entretanto é necessário lembrar que as alterações causadas pelo

fenômeno do

envelhecimento desenvolvem-se

em

ritmo diferente para cada individuo.

(22)

3.3.1 Alterações fisiológicas

do

envelhecimento

Relacionaremos

algumas

alterações fisiológicas

do

envelhecimento baseadas nas

literaturas de Smeltzer e Bare (2000), Jacob Filho e

Souza

(2000), Carvalho Filho (2002).

0 Sistema Cardiovascular

As

válvulas cardíacas

tomam-se

mais espessas e rígidas, e o

músculo

cardíaco e as artérias

perdem

sua elasticidade.

À

medida

que o

tempo

passa, depósitos de

gordurae

cálcio

acumulam-se

na parede das artérias, e as veias

tomam-se

cada vez

mais

tortuosas.

A

função

cardiovascular é mantida,

porém

apresentando

uma

reserva diminuída e respondendo

com

menor

eficiência ao estresse.

A

disfunção cardiovascular

pode

manifestar-se

como

anitmias cardíacas, insuficiência cardíaca congestiva,

doença

coronariana, arteriosclerose, hipertensão,

claudicação intennitente (dor

na

perna causada pela deambulação), infarto

do

miocárdio,

doença

vascular periférica, hipotensão ortostática

ou

acidentes vasculares cerebrais

(derrames).

0 Sistema Respiratório

Ocorre

um

aumento do

diâmetro torácico ântero-posterior, colapso das vértebras

por osteoporose que resulta

em

cifose, calcificação das cartilagens costais, redução de mobilidade das costelas, os

músculos

respiratórios

tomam-se

menos

eficientes, a rigidez

(23)

21

recolhimento elástico

do

pulmão

resulta

em

volume

residual

pulmonar aumentado

e a capacidade vital diminuída.

Conseqüentemente

a troca gasosa e a capacidade de difusão

ficam

diminuídas e juntamente

com

a redução da eficiência

da

tosse e

da

atividade ciliar e o espaço

morto

respiratório

aumentado

a pessoa idosa toma-se mais vulnerável às infecções

respiratórias.

0 Sistema

Tegumentar

Com

o envelhecimento a epiderme e a

derme tomam-se

mais espessas, as fibras

elásticas

ficam

reduzidas

em

número

e o colágeno toma-se mais rígido.

O

tecido adiposo subcutâneo diminui

como

também

o

número

dos capilares sangüíneos o que resulta

em

menor

aporte sangüíneo.

O

conjunto dessas alterações resulta

em

perda

da

elasticidade,

no

enmgamento

e flacidez

da

pele.

A

pigmentação dos pêlos diminui, e o resultado é

uma

mudança

gradual para a cor acinzentada.

A

pele toma-se mais seca e susceptível às irritações,

devido a redução das atividades das glândulas sudoríparas e sebáceas.

Essas alterações

no

tegumento

reduzem

a tolerância aos extremos de temperaturae

à exposição ao sol.

0 Sistema

Reprodutivo

Na

mulher

a produção de estrogênio e progesterona é cessada

com

a

menopausa.

(24)

tamanho, assim

como

a elasticidade, as secreções vaginais e a acidez

diminuem,

resultando

em

ressecamento vaginal e prurido, a diminuição

do

tônus

do músculo

pubococcígeo resulta

em

relaxamento

da

vagina e

do

períneo. Essas alterações contribuem para o sangramento

vaginal e o coito doloroso.

As

glândulas

mamárias

são substituídas por tecido fibroso,

enquanto ocorre a perda de tecido gorduroso.

Com

isso as

mamas

tomam-se

pendentes e flácidas.

No

homem

os níveis de androgênios

diminuem

assim

como

o pênis e os testículos.

A

disfunção erétil

pode

desenvolver-se concomitantemente a outras doenças.

O

número

de espermatozóides cai à metade,

mas

a fertilidade persiste até o extremo

da

vida.

0 Sistema Genito-Urinário

Ocorre diminuição

na

taxa de filtração nos rins, a eficiência da reabsorção e

concentração de urina estão prejudicadas.

O

tônus vesical é menor,

aumentando

o resíduo

urinário,

com

maior tendência à infecção.

As

mulheres

com

mais

idade sofrem

com

freqüência de incontinência urinária de estresse

ou

de urgência.

No

homem

idoso, a

hiperplasia

ou

hipertrofia de próstata são achados comuns.

0 Sistema Gastrintestinal

A

doença periodontal é

comum

levando a perda dos dentes.

A

boca pode

ficar

mais

ressecada, pois o

fluxo

salivar diminui.

A

motilidade gástrica

pode

diminuir e resultar

(25)

23

como

ferro, cálcio e vitamina

B”

podem

ser prejudicadas devido a diminuição

da

acidez

gástrica.

A

incidência de cálculos

na

vesícula e

no

ducto biliar

aumenta

com

o passar dos anos

em

conseqüência

da

diminuição

da

circulação.

O

pâncreas secreta

menos

insulina, o que

aumenta

a glicemia

em

jejum. Flatulência, desconforto abdominal e constipação

também

são

mais comuns.

0 Sistema Músculo-Esquelético

Ocorre, progressivamente

com

o passar dos anos,

uma

diminuição

da

massa

Óssea.

A

perda excessiva dessa

massa

resulta

em

osteoporose,

mais

evidente

em

mulheres

na

pós-

menopausa, associada à ingestão inadequada de cálcio, inatividade e perda de estrogênios.

Aumentam

os riscos de fratura,

redução

na

altura

em

conseqüência da cifose,

flexão

de

quadris e de joelhos e, conseqüentemente, a mobilidade e o equilíbrio são afetados.

Os

músculos

reduzem

de tamanho,

perdem

força, flexibilidade e resistência.

A

dor

lombar

também

é

mais

comum

neste período.

0 Sistema

Nervoso

Ocorre perda progressiva

da massa

cerebral

em

função

da

redução das células

nervosas, redução

na

síntese e metabolismo de alguns neurotransmissores, impulsos nervosos

são conduzidos de

forma mais

lenta e a pessoa idosa leva

mais

tempo

para pensar e reagir.

A

(26)

menos

eficiente.

As

alterações

do

sistema nervoso são

acompanhadas

por

uma

redução

do

fluxo

sangüíneo cerebral.

Na

ausência de alterações patológicas a pessoa idosa retém

habilidades cognitivas e intelectuais.

0 Sistema Sensorial

No

que se refere à visão, as alterações

na

estrutura

do

olho incluem: achatamento

da

superñcie comeal,

embotamento do

cristalino que atenua a luz disponível, perdas

no

número

e eficiência de fotorreceptores

na

retina, perda

da

capacidade

do

cristalino

em

acomodar-se.

Outras patologias

tomam-se

mais

comuns

com

o avanço

da

idade: degeneração

macular,

glaucoma

e catarata.

Quanto

à audição, a capacidade de ouvir sons de alta freqüência diminui e os sons

de algumas consoantes se

confundem

dificultando a conversação. Alterações

no

ouvido

intemo

provocam

perdas irreversíveis

na

audição.

Em

se tratando

do

paladar e olfato,

com

o avanço

da

idade

um

comprometimento

na capacidade de perceber odores e sabores. Essas alterações são resultado

da

perda de receptores e de

mudanças

em

circuitos neuroniais.

Alguns

estudos

mostram

que

um

declínio progressivo

na

sensibilidade

ou

sensação tátil.

(27)

25

3.4

Aspectos

Psicológicos

do Envelhecimento

A

partir

do

começo

do século

XX,

quando

o envelhecimento passou a ser

mais

estudado,

ficou

claro que o processo não poderia limitar-se

em

fatores orgânicos e fisiológicos, pois, interagindo junto às transforrnações corporais, as pessoas apresentavam

alterações de comportamento, de papéis, de valores, de status, de crenças de acordo

com

as diferentes fases e grupos etários a que pertenciam e,

também,

em

função de suas escolhas e

adaptações individuais ao longo

do

seu ciclo de vida

(SANTOS,

2001).

Segundo

Gatto (1996), o avanço da tecnologia e a supervalorização

da

capacidade

de produção

fazem

com

que o ser envelhecente perca parte

do

seu significado e

do

seu espaço

na

sociedade.

A

perda

do

papel social aliada a doenças

comuns

nessa fase da vida, estresse,

cansaço, traumas e desilusões são perdas importantes que afetam a auto-estima e

podem

culminar

em

crises.

Teorias

confirmam

que o envelhecimento biológico não

tem

uma

relação direta

com

a diminuição das capacidades mentais; o

que

acontece é que o

meio onde

o idoso está inserido

tomou-se

exigente demais, fazendo

com

que

os idosos perdessem a motivação e a

iniciativa por sentirem-se bloqueados e,

em

conseqüência disso,

acabam

isolando-se

socialmente

(SIMÕES,

1994).

Em

geral as experiências vividas na infância,

influenciam na

estruturação psíquica

e nas reações emocionais na vida adulta e

na

velhice

(GAVIÃO,

2000).

Segundo

Dewald

(apud

GAVIÃO

2000),

uma

história de vida traumática,

mesmo

inconscientemente, será

um

fator predisponente que poderá desencadear distúrbios de adaptação

ou

psicopatologias

na

idade avançada.

No

entanto, se na vida

do

idoso, os conflitos emocionais

não forem

intensos, este trará consigo certa “imunidade psicopatológica” que,

na

(28)

Para Baltes e Silverberg (apud

GAVIÃO

2000),

uma

relação segura e de

amor

entre cuidadores e crianças é traduzida,

na

velhice,

como

um

sentimento de segurança e

autonomia, favorecendo a aceitação

do

envelhecimento.

Mas,

o envelhecimento traz consigo algumas alterações

do

organismo.

Conforme

cita

Gavião

(2000), quanto mais os anos passam, mais conscientes os idosos ficam de suas

limitações.

3.4.1 Alteração

da

Inteligência

Segundo

Smeltzer e Bare (2000) e Vargas (apud

SIMÕES,

1994), existem dois

tipos de inteligência: aquela fluida - que são as potencialidades genéticas

ou

qualidades

básicas

do

sistema nervoso e a cristalizada - que é responsável pelos conhecimentos

aprendidos, resultado

da

experiência, aprendizagem e fatores ambientais.

Resultados de estudos

mostram

que

na

segunda

metade

da vida a inteligência

fluida

apresenta

um

declínio enquanto a inteligência cristalizada

permanece

estável

ou

aumenta.

Entretanto, segundo Butler (apud

SIMÕES,

1994), o declínio intelectual é devido a

estágios patológicos

do

cérebro, exigências

do meio

que vão

além da

capacidade

do

idoso,

mas

não declinam

em

função

do

passar

da

idade.

Porém

todos os autores

concordam

que o estímulo intelectual faz

com

que

as

(29)

27

3.4.2 Alterações da

Memória

Segundo Rosa

(apud

SIMÕES,

1994), a perda da

memória

pode

estar. associada ao

endurecimento das artérias, hipertensão,

ou alguma

deficiência

que

diminua a irrigação

sanguínea para o cérebro.

Simões

(1994), acrescenta a isso, a diminuição da síntese protéica o

que leva a desestruturação dos neurônios, fazendo

com

que a capacidade de aprender e transmitir estímulos vitais armazenados

na

pessoa idosa

fique

reduzida.

Mas

o

que

leva os idosos a

lembrarem

fatos passados e

esquecerem

acontecimentos recentes?

Segtmdo Simões

(1994), o fato dos idosos esquecerem

com

facilidade os fatos recentes se

porque estas informações são

fixadas no

hipocampo, que se

insere

no

telencéfalo, e este é muito sensível à falta de oxigenação.

A

falta de oxigenação

pode

ocorrer devido a acidentes vasculares, isolados

na

região, que não são percebidos e

afetam a

memória

dos fatos recentes.

Como

explica

Bumside

(apud

SIMÕES,

1994), a

memória

dos fatos passados é preservada por mais

tempo

porque é dependente,

provavelmente, de territórios corticais maiores, o

que

toma

mais

difícil a falta de oxigenação.

Embora

a literatura nos mostre que o envelhecimento acarreta muitos problemas à

saúde

do

idoso, e que é

um

período de perdas e de muitas dificuldades, Gavião (2000), nos

mostra

que

mesmo

que o ser

humano

idoso apresente

algum

tipo de incapacidade, o

importante é que o envelhecimento traz consigo experiências que não

devem

ser

subestimadas.

O

decorrer

do tempo

faz a pessoa

compreender melhor

a existência porque

estimula questionamentos

que ajudam no

desenvolvimento

do

idoso e

no

encontro da sua

(30)

3.5

Autonomia do

idoso

Segundo Menezes; Rosa

e Rodrigues (1997), a

autonomia

é

um

direito dos idosos

que

gozam

de suas faculdades mentais.

No

entanto costuma-se rotular as pessoas da terceira

idade

como

aquelas

que

não

sabem

o que querem, não

sabem

o que

fazem

e

nem

o que pensam.

Não

bastasse

uma

maior fragilidade e vulnerabilidade física e emocional

em

conseqüência

do

processo natural

do

envelhecimento,

querem

tirar dos idosos seu direito de

se auto-govemar, seu direito de escolha, de decisão e de avaliação.

Conforme Goldim

(2002),

uma

pessoa

autônoma

é aquela capaz de decidir sobre seus objetivos pessoais e de agir

na

direção dessa decisão. Respeitar a autonomia, significa

valorizar as opiniões e escolhas, evitando a obstrução de suas ações

quando

estas não

prejudicam outras pessoas.

No

entanto para

tomar

decisões os idosos

devem

estar

gozando

de suas capacidades mentais, e segundo

Ahronheim

et al (apud

GOLDIM,

2002), a capacidade de

decisão da pessoa baseia-se

em

diferentes habilidades

como:

envolver-se

com

o assunto,

compreender

ou

avaliar as altemativas e comunicar sua preferência.

Muitas vezes a participação

do

idoso nas

tomadas de

decisões é reprimida,

indevidamente, pela sua própria família.

O

importante é saber que o simples fato de ser velho

não

significa

que

o indivíduo

não possa tomar decisões e não possa exercer plenamente os seus desejos pessoais, baseados

em

seus valores.

“Tomar

decisões

sem

usar os valores

como

um

dos critérios é

uma

(31)

29

3.6 Família e Idoso

A

família e a

comunidade

são importantes

no

processo de autocuidado

do

idoso

que

requer incentivo por parte dos

mesmos

para manter

ou

melhorar a qualidade de vida dos

mais

velhos.

A

maioria das pessoas faz parte de

um

núcleo familiar,

porém

existem diferentes tipos de família.

Uma

família

pode

ser

composta

pela família nuclear, por agregados, pelos

amigos,

ou

seja, pessoas que

mantêm

laços afetivos, e

nenhuma

consangüinidade

(LIMA;

LOPES;

ARAUJO,

2001).

É

no

ambiente familiar que são aprendidos os valores ético e humanitário, e

onde

se

aprofundam

os laços de solidariedade.

É

também

em

seu interior

que

se constroem as relações entre as gerações e são percebidos os valores culturais

(ARAUJO

apud

LIMA;

LOPES;

ARAUJO,

2001)

Segundo

Ferrigno (apud

LIMA; LOPES;

ARAUJO,

2001), é fundamental que a

família tenha atitudes positivas

em

relação aos idosos,

no

entanto é preciso aceitar que muitos

idosos

não têm

família, e

quando

as têm, muitas vezes

não

convivem

juntos; daí que a

responsabilidade, pelo idoso, é de toda a sociedade.

À

medida

que o ser

humano

envelhece, traz consigo limitações e dependências,

fazendo

com

que

os familiares

assumam

novo

papel: o de cuidador.

O

processo de cuidar cria

uma

nova

identidade aos seres cuidadores,

ou

seja, ao

assumir a condição de cuidador as pessoas se

redefinem

e criam novas relações

no

seu fazer.

Segundo

Leme

e Silva (2002, p. 94), a família deve atender as necessidades dos

idosos e acolhê-los, pois o ambiente familiar é

onde

os

mais

velhos sentem-se

mais

seguros.

(32)

paralelamente,

um

aumento

de sua dependência

do

ambiente familiar, caracterizado pelo

próprio idoso

como

um

local de estabilidade e de proteção”.

Entenda-se esta dependência não

como

uma

dependência física,

mas

como

uma

necessidade de atenção e proteção fornecida

no

ambiente familiar.

No

tocante à família, cada

uma

tem

sua particularidade e

um

jeito próprio de

encarar o

problema do

idoso.

O

ambiente familiar é o local

onde

se

tem

a liberdade e

autenticidade

no

modo

de ser; sítio de sentimentos de

amor

e conflitos,

que levam

ao

crescimento,

amadurecimento

e

onde

se

experimentam

papéis diferentes

que levam

ao

fortalecimento para enfrentar os problemas

do

dia-a-dia

(SANTOS,

2001).

As

relações familiares

devem

ser notteadas por amor, carinho, afeto e pelo cuidado

contínuo e recíproco, pois o papel de cuidador é invertido

no

decorrer da vida.

Quando

os

filhos são pequenos, os pais

assumem

o papel de cuidador; são eles que

protegem

e dão

atenção.

À

medida

que os filhos crescem, os pais

envelhecem

e

tomam-se

dependentes de cuidados de outras pessoas, por isso os papéis são invertidos; os filhos vão cuidar e proteger

seus pais

como

outrora

foram

cuidados

(SANTOS,

2001).

No

entanto, a dependência

do

idoso gera

na

família

uma

situação caótica e

desestruturadora

na

esfera emocional,

econômica

e na organização

do

próprio cotidiano.

O

cuidador deve enfrentar o mito de

que

a família é o

problema

de dificil solução, muitas vezes

constituindo-se

em

fonte normativa de estresse familiar.

Vendo

a família

como

aliada, o

cuidador já inicia

uma

interação favorável

com

ela, ficando mais fácil direcionar o cuidar

do

idoso dependente

(SANTOS,

2001), assim

como,

ajudar o familiar a ter

uma

visão

mais

profunda e a

compreender melhor

o processo de envelhecimento

(SMELTZER;

BARE,

2002)

No

entanto,

mesmo

compreendendo

o processo de envelhecimento e suas possíveis conseqüências, cuidar de

uma

pessoa idosa muitas vezes passa a ser

um

fardo para a família,

(33)

31

principalmente para

quem

assume

o papel de cuidador.

É uma

responsabilidade que traz

consigo cansaço físico,

medo,

preocupações financeiras, descuido

com

a própria saúde,

com

a aparência,

menos

atenção aos outros

membros

da

família e

menos

atenção

com

suas próprias necessidades,

ou

seja, recai sobre

o

cuidador

uma

grande carga fisica e emocional. Para tanto é necessário que a

enfermagem

observe as necessidades

do

idoso e

do

familiar cuidador, e

juntos encontrem maneiras de fortalecer o cuidado

sem

que o ser idoso e o ser cuidador saiam

prejudicados

(PELZER;

FERNANDES,

1997).

Mesmo

que

a família encontre muitas dificuldades e preocupações

no

processo de

cuidar, esta deve atender a seus idosos

com

amor

e respeito, aceitá-los

como

são,

com

seus

defeitos e qualidades, manter sua dignidade, dar-lhes autonomia enquanto

puderem

responder

por si, incentivá-los a viver

com

qualidade, integrá-los à comunidade, ouvi-los

com

atenção e

respeito, acolhê-los nos

momentos

difíceis, cuidá-los nos

momentos

de enferrnidade e dividir

com

eles os sentimentos e os

bons

momentos

(CONFERÊNCIA....,

2002), desse

modo,

os

familiares e os cuidadores poderão viver

com

melhor

qualidade e poderão enfrentar as

dificuldades

sem

que haja

um

desgaste muito grande.

Todavia,

sabemos que

o cuidado

com

o ser

humano

idoso

não

é

somente

urna responsabilidade da família, é

também

da

comunidade

que deve oferecer recursos

que

ajudem

tanto os idosos quanto o familiar, assim

como,

dos órgãos públicos

que

devem

fomecer

subsídios às famílias cuidadoras.

Um

exemplo

disso é a Lei n° 8.842/ 94

que

define a Política

Nacional

do

Idoso e

que

assegura os direitos das pessoas

com

mais de sessenta anos (ÁLBUM...,2002), assim

como,

a Política Nacional de

Saúde do

Idoso

que

veio apoiar os

idosos e, conseqüentemente, suas famílias.

Segundo

Schier (2001), a Política Nacional de

Saúde do

Idoso busca desenvolver parcerias entre os profissionais

da

saúde e pessoas

próximas aos idosos, de

modo

a

promover melhor

capacidade funcional

do

ser envelhecente.

(34)

claras e precisas sobre diagnóstico e tratamento.

Deverá

também

promover

a saúde, prevenir incapacidades e manter a capacidade funcional, evitando, se possível, hospitalizações,

asilamentos e outras formas de segregação e isolamento.

Fortalecendo os direitos dos idosos,

no

dia primeiro de outubro de dois mil e três,

dia Intemacional

do

Idoso, foi sancionado o Estatuto

do

Idoso,

composto

por cento e

dezenove artigos que garantem os direitos das pessoas

com

mais

de sessenta anos.

Segundo

Paim

(2003), o Estatuto

do

Idoso,

estabelece como dever da família, da sociedade e do poder público assegurar ao idoso

com absoluta prioridade o efetivo direito à vida, à saúde, alimentação, moradia,

transporte, esporte, trabalho, cidadania, cultura, liberdade e respeito à convivência

familiar e comunitária.

(ANEXO

A).

3.7

Doenças

mais

comuns na

terceira idade

Baseados nas Literaturas de Nasri (2002); Smeltzer e Bare (2000);

Marcondes

e

Thomsen

(2000); Bilous (l999); Carvalho Filho; Pasini e Papaléo Netto (2000);

Brandão

et al

(2002),

Compston

(1999).

3.7.1 Diabetes Mellitus

Diabetes Mellitus é

uma

alteração metabólica

que

está associada à deficiência

absoluta

ou

relativa da insulina.

A

insulina é

um

honnônio

sintetizado e secretado pelas

células beta presentes nas Ilhotas de Langerhans

no

pâncreas. Outro importante

honnônio

liberado pelas células alfa das Ilhotas de Langerhans

no

pâncreas é o glucagon. Este é

(35)

<>¿?_z,?_/~t_.0.\.l.›%¿.$S2.... . ' ioteca.

Universitaria

33

'U

TÍÉ5” <;:

conjunto,

mantêm

o nível de glicose sanguínea constante por estimular a liberação de glicose

a partir

do

fígado.

Quando

uma

refeição é ingerida, a secreção de insulina

aumenta

e leva a glicose

do

sangue para dentro dos músculos, fígado e células adiposas.

A

insulina

promove

o anabolismo,

ou

seja,

armazena

os nutrientes ingeridos através de alterações enzimáticas produzidas principalmente

no

Íigado,

músculos

e tecido

adiposo. Nessas células, a insulina apresenta os seguintes efeitos: Transporta e metaboliza a

glicose

em

energia, estimula o

armazenamento

da glicose

no

fígado e

no músculo na forma

de

glicogênio, estimula o

armazenamento

dos lipídios

da

dieta

no

tecido adiposo, acelera o

transporte de aminoácidos (derivados da proteína da dieta) para dentro das células.

O

Diabetes Mellitus possui duas classificações principais: Diabetes Mellitus tipoI

e Diabetes Mellitus tipo II.

a)

Tipo

1

ou

Insulino-Dependente

Caracteriza-se por destruição das células beta pancreáticas. Acredita-se

que

uma

combinação

de fatores genéticos, imunológicos e possivelmente ambientais, contribuam para

a destruição das células beta. Pesquisas

mostram

a existência de auto-anticorpos anticélulas

beta

em

aproximadamente

85%

de diabéticos tipo l

recém

diagnosticados. Esses

mesmos

auto-anticorpos não

foram

encontrados

em

pessoas que não

possuem

Diabetes. Esse achado

suporta a hipótese de

que

alterações

do

sistema imunológico participam

da

etiopatogenia

do

Diabetes tipo 1.

O

Diabetes Insulino-Dependente, é

uma

forma

grave, que se associa à cetose, caracterizado por estado catabólico acentuado,

com

nível de insulina virtualmente nulo,

(36)

glucagon plasmático elevado e células beta

do

pâncreas incapazes de responder a qualquer

estímulo insulinogênico.

Pessoas portadoras de Diabetes Mellitus tipo l,

passam

a necessitar de injeções

diárias de insulina para se manter

em

boas condições.

b)

Tipo

›2

ou

Insulino

Não-Dependente

Caracteriza-se pelo

comprometimento da

secreção de insulina e pela resistência à

insulina,

ou

seja, a sensibilidade dos tecidos a esse hormônio, diminui.

Como

o Diabetes tipo 2 está associado a

uma

intolerância à glicose lenta e progressiva, o início desse tipo de Diabetes aparece geralmente

em

pessoas

com

mais

de trinta anos.

Ê uma

fonna

de Diabetes habitualmente não-cetótica, pois

menos

quebra

da

proteína e

da

gordura, conseqüentemente, a produção de corpos cetônicos é

bem

menor

e o

risco de

coma

cetoacidótico é pequeno.

É

o tipo mais

comwn

entre os idosos e encontra-se associado

com

a obesidade, hipertensão arterial e forte presença

do componente

genético.

Nesse

tipo de Diabetes os níveis glicêmicos

podem

ser controlados

com

medicamentos ou somente

com

uma

dieta.

3.7.1.1 Manifestações clínicas

As

manifestações clínicas

do

Diabetes Mellitus incluem poliúria (micção

(37)

35

diurese osmótica.

A

polifagia (apetite aumentado) ocorre devido ao estado catabólico

induzido pela deficiência de insulina e pela clivagem de proteínas e lipídios. Fadiga, fraqueza,

alterações súbitas da visão, formigamento

ou

dormência de

mãos

e pés, pele seca, lesões de

diñcil cicatrização e infecções recorrentes são outros sintomas

do

Diabetes Mellitus.

No

Diabetes tipo 1, inicialmente

pode

ocorrer

também

náuseas, vômitos e dores abdominais.

3.7.1.2

Complicações

Crônicas

São

classificadas

em

microvasculares (nefropatia, retinopatia e neuropatia) e

macrovasculares (aterosclerose e suas conseqüências).

3.7.1.3

Complicações

Agudas

Hipoglicemia: Ocorre

quando

o nível sanguíneo de glicose cai abaixo de

50

a 60

mg/dl.

Pode

ser provocada pelo excesso de insulina

ou

de agentes hipoglicemiantes orais, por

atrasar

ou

perder

uma

refeição

ou

lanche

ou

por atividade física excessiva.

Na

hipoglicemia

branda, geralmente ocorre sudorese, tremor, taquicardia, palpitação, nervosismo e fome.

Na

hipoglicemia moderada,

pode

ocorrer incapacidade para se concentrar, cefaléia, tonteira,

confusão, lapsos de

memória,

dormência dos lábios e língua, turvação

da

fala,

comprometimento

da coordenação, alterações emocionais,

comportamento

irracional

ou

combativo, visão dupla e sonolência.

Na

hipoglicemia grave os sintomas

podem

incluir o

(38)

Cetoacidose Diabética:

Causada

pela ausência

ou

quantidade insuficiente de

insulina, resultando

em

distúrbio

no

metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios.

A

hiperglicemia, desidratação, perda eletrolítica e acidose são os principais aspectos clínicos.

Com

a falta

da

insulina,

uma

redução

na

quantidade de glicose que entra nas

células e

um

aumento da

produção de glicose pelo fígado, ocasionando a hiperglicemia.

Com

isso, os rins excretam o excesso de glicose

em

conjunto

com

a

água

e eletrólitos resultando

em

micção

excessiva,

podendo

levar à desidratação e acentuada perda de eletrólitos.

Outro efeito

da

deficiência da insulina é a clivagem dos lipídios

em

ácidos graxos

livres e glicerol.

Os

ácidos graxos são convertidos

em

corpos cetônicos pelo fígado, sendo

produzido

em

grande quantidade por causa da carência de insulina. Esses corpos cetônicos são ácidos, e

quando acumulados na

circulação,

levam

à acidose metabólica.

Síndrome

Hiperglicêmica

Hiperosmolar

Não-Cetótica:

O

que diferencia

da

Cetoacidose Diabética é que geralmente ocorre-nas pessoas idosas,

sem

história conhecida de

diabetes

ou

com

diabetes de tipo 2.

E também

porque não

acontecem

a cetose e a acidose por causa das diferenças nos níveis de insulina.

Na

Cetoacidose Diabética,

nenhuma

insulina está presente, o

que

promove

a clivagem da glicose, proteínas e lipídios arrnazenados, originando

a produção de corpos cetônicos.

Nessa

Síndrome, o nível de insulina é muito baixo para evitar a hiperglicemia,

mas

é alto o suficiente para evitar a clivagem dos lipídios.

3.7.1.4 Tratamento

do

Diabetes Mellitus

A

meta

principal

do

tratamento

do

Diabetes é normalizar os níveis sanguíneos de

(39)

37

meta pode

ser alcançada através

da

educação

do

paciente, terapia nutricional, exercícios

físicos e terapia farmacológica.

3.7.2 Hipertensão Arterial

A

hipertensão arterial é

uma

doença muito

comum

nos indivíduos idosos,

com

importante contribuição

na

elevada

morbidade

e mortalidade dessa população.

Oficialmente, a hipertensão é definida

como

uma

pressão arterial sistólica superior a 140

mmHg

e

uma

pressão diastólica maior

que 90

mmHg

durante

um

período considerado.

A

elevação prolongada

da

pressão arterial

pode

lesionar os vasos sanguíneos de todo corpo, principalmente órgãos- alvo

como

coração, rins, cérebro e olhos.

Desse

modo,

a hipertensão

prolongada e descontrolada

pode

levar ao infarto

do

miocárdio, insuficiência cardíaca,

acidente vascular cerebral,

comprometimento

visual e hipertrofia ventricular esquerda.

A

pressão arterial

depende

fundamentalmente

da

rede arterial,

do

volume

de

sangue circulante e

do

coração. Esse sistema

tem

como

principal característica a

distensibilidade

da

parede arterial, que procura adaptar-se às variações

do

volume

circulante.

Significa dizer

que

a pressão arterial está intimamente relacionada à distensão

da

parede

arterial condicionada pelo

volume

de sangue que contém.

Com

o passar dos anos ocorre

um

aumento da

resistência periférica, ocasionada

por

acúmulo da

placa aterosclerótica, fragmentação das elastinas arteriais, depósitos

aumentados

de colágenos e vasodilatação diminuída.

O

resultado dessas alterações é a diminuição

da

elasticidade dos vasos.

O

aumento

da resistência periférica e a redução

do

débito cardíaco, influenciada

também

pela idade, favorecem a elevação da pressão arterial.

A

etiologia exata para a maior parte dos casos de hipertensão não é identificada,

no

entanto compreende-se

que

é

uma

condição multifatorial e que depende de diversos

Referências

Documentos relacionados

tradução a qual estamos ancorados (abordagem funcionalista dos Estudos da Tradução) e no segundo abordamos conceitos importantes para este estudo como língua, texto e gênero

Dessa forma, diante das questões apontadas no segundo capítulo, com os entraves enfrentados pela Gerência de Pós-compra da UFJF, como a falta de aplicação de

Muito embora, no que diz respeito à visão global da evasão do sistema de ensino superior, o reingresso dos evadidos do BACH em graduações, dentro e fora da

O construto estilo e qualidade de vida é explicado pelos seguintes indicadores: estilo de vida corrido realizando cada vez mais trabalho em menos tempo, realização

O sistema tem como cenários de utilização a gestão de agendamentos de atendimentos da Área de Saúde, a geração automática de relacionamento entre cliente e profissional

Dentre as principais conclusões tiradas deste trabalho, destacam-se: a seqüência de mobilidade obtida para os metais pesados estudados: Mn2+>Zn2+>Cd2+>Cu2+>Pb2+>Cr3+; apesar dos

18- ENCERRAMENTO DOS CURSOS E 4ºTURMA O.F.G 18-ENTREGA DA

Este trabalho tem como objetivo contribuir para o estudo de espécies de Myrtaceae, com dados de anatomia e desenvolvimento floral, para fins taxonômicos, filogenéticos e