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IMPORTÂNCIA DO FARMACÊUTICO NA PREVENÇÃO E CONTROLE JUNTO A EQUIPE DO PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

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JUNTO A EQUIPE DO PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO

HOSPITALAR

INFECTION HOSPITAL: IMPORTANCE OF THE PHARMACIST IN THE

PREVENTION AND CONTROL WITH A TEAM OF HOSPITAL INFECTION

CONTROL PROGRAM

Jordianne Márcia Gomes Quirino, Rafael de Carvalho Mendes

Revista e-ciência

Volume 4

Número 2

Artigo 02

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IMPORTÂNCIA DO FARMACÊUTICO NA PREVENÇÃO E CONTROLE JUNTO A

EQUIPE DO PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

INFECTION HOSPITAL: IMPORTANCE OF THE PHARMACIST IN THE PREVENTION AND

CONTROL WITH A TEAM OF HOSPITAL INFECTION CONTROL PROGRAM

Jordianne Márcia Gomes Quirino1, Rafael de Carvalho Mendes2

DOI: http://dx.doi.org/10.19095/rec.v4i2.160

RESUMO

A Infecção Hospitalar (IH) é considerada de alta relevância para a saúde pública, é de ocorrência universal tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Torna-se um grave problema para as instituições de saúde que não realizam o controle adequado, acarretando gastos desnecessários com medicamentos. O uso indiscriminado de antibióticos vem resultando no desenvolvimento de micro-organismos resistentes. O objetivo do estudo de revisão é destacar a grande importância, em meio à ocorrência a infecção hospitalar, a necessidade da presença do profissional farmacêutico na Farmácia Hospitalar, contribuindo na prevenção e controle juntamente com a equipe do Programa de Controle de Infecção Hospitalar. O presente trabalho trata de uma revisão de literatura através de pesquisa bibliográfica disponibilizados na biblioteca eletrônica Scielo, Lilacs, Pubmed, com os descritores atenção farmacêutica, infecção hospitalar, resistência bacteriana, uso racional de medicamento, dispensação, Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) e Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), no período entre 2000 a 2015. Foram incluídos no estudo artigos originais, teses, dissertações, monografias e legislações relacionadas ao tema. Diante do exposto é de importância as instituições hospitalares manterem um bom funcionamento das PCIH e CCIH, exigido pela Portaria n° 2.616/98 do Ministério da Saúde, na qual a presença do profissional farmacêutico é de grande relevância em que o mesmo é dotado de conhecimentos imprescindíveis ao paciente e demais profissionais de saúde, podendo auxiliar no controle e na escolha adequada dos antimicrobianos com o objetivo principal de prevenir a propagação dos micro-organismos resistentes.

Palavras-chave: Atenção Farmacêutica. Infecção hospitalar. Resistência bacteriana. ABSTRACT

Hospital Infection (HI) is considered to be of high relevance to public health, it is universally occurring in both developed and developing countries. It becomes a serious problem for healthcare institutions that do not carry out proper control, leading to unnecessary drug costs. The indiscriminate use of antibiotics has resulted in the development of resistant microorganisms. The objective of the review study is to demonstrate the great importance, in the midst of the occurrence of hospital infection, the need for the presence of the pharmaceutical professional in the Hospital Pharmacy, contributing to prevention and control together with the Hospital Infection Control Program team. The present work deals with a review of literature through a bibliographic research available in the electronic library Scielo, Lilacs, Pubmed, with the descriptors pharmaceutical care, hospital infection, bacterial resistance, rational use of medication, dispensation, Hospital Infection Control Program (PCIH) and Hospital Infection Control Commission (CCIH), from 2000 to 2015. Original articles, theses, dissertations, monographs and related legislation were included in the study. In view of the above, it is of importance that hospital institutions maintain a proper functioning of the PCIH and CCIH, required by Portaria n ° 2,616 / 98 of the Ministry of Health, in which the presence of the pharmaceutical professional is of great relevance in that it is endowed with knowledge Essential to the patient and other health professionals, and may help in the control and proper choice of antimicrobials with the main objective of preventing the propagation of resistant microorganisms.

Keywords: Pharmaceutical care. Nosocomial infection.Bacterial resistance.

1 Discente do curso de Farmácia – Faculdade de Juazeiro do Norte - FJN

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INTRODUÇÃO

A Infecção Hospitalar (IH) é considerada de alta relevância para a saúde pública, é de ocorrência universal tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Representa um grave problema, pois acomete não só no aumento das taxas de morbidade e mortalidade como também está relacionado ao tempo de permanência dos pacientes hospitalizados, ocorrendo assim um aumento do custo de tratamento e reduzindo a rotatividade do uso de leitos hospitalares para outros pacientes (SOUZA, 2014). A Portaria MS n° 2616 de 12/05/1998 do Ministério da Saúde define que a infecção hospitalar é “aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares” (OLIVEIRA e MARUYAMA, 2008, p. 776).

A IH torna-se um grave problema para as instituições de saúde que não realizam o controle adequado, o que acarreta gastos desnecessários com medicamentos, uma busca ativa do foco de infecção dentro da instituição é fundamental. O controle deve ser realizado para prevenir a incidência das infecções hospitalares, como também uma educação continuada aos funcionários os conscientizando sobre a grande problemática das infecções (DIAS, 2009; PAINA, 2015).

O atendimento à saúde tem tido um grande avanço tecnológico nos últimos tempos, através de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças e é nessa assistência à saúde que pode vir a colocar o paciente em situações de riscos (ARAÚJO, 2009; OLIVEIRA, 2010).

Foi apenas na era dos antibióticos que surgiu a preocupação dos estabelecimentos de ações de prevenção e controle das infecções hospitalares. O uso indiscriminado de antibióticos tem resultado no desenvolvimento de linhagens resistentes, isso desde

mais antigos antimicrobianos que vem agravando a situação dos pacientes hospitalizados gerando expectativas sombrias para o futuro, necessitando de medidas urgentes a serem tomadas, sendo esta uma situação de maior importância de risco (ANDRADE; LEOPOLDO; HAAS, 2006).

A existência de micro-organismos resistentes a antibióticos torna-se uma preocupação, tanto na área clínica, como farmacêutica. A resistência bacteriana pode comprometer no tratamento. Os antibióticos são usados para tratamento e profilaxia de infecções, elevando o custo financeiro ao setor hospitalar (CARNEIRO et al., 2008).

É de grande importância, em meio a ocorrência da infecção hospitalar, a necessidade da presença do profissional farmacêutico na Farmácia Hospitalar, sendo uma unidade de caráter clínico e assistencial, constituindo um dos setores de maior importância na instituição; a mesma, torna-se responsável pela segurança racional de medicamentos e de materiais médico-hospitalares, suas atribuições são de grande variedades como: aquisição, armazenamento, seleção, programação, distribuição e dispensação de medicamentos, e gerenciamento de recursos humanos financeiro e materiais. Está vinculado no acompanhamento da clínica do paciente junto a equipe de profissionais médicos, nas atividades de cunho farmacoterapêutico, farmacovigilância e informação sobre medicamentos e farmacotécnica (SILVA et al., 2013).

Diante dessa ocorrência da disseminação da IH torna-se de grande importância a necessidade de excelentes profissionais de saúde, médicos, enfermeiros e farmacêuticos um dos principais capacitados para desenvolver medidas de educação continuada no controle da avaliação e dispensação de medicamentos, no uso racional do mesmo, evitando possíveis resistências microbianas como também reações adversas aos medicamentos, focando não só no controle dessa disseminação, mas sim na prevenção da mesma, visando contribuir com uma

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melhor qualidade da assistência farmacêutica ao paciente como também a diminuição do custo financeiro do setor hospitalar.

Diante disso este artigo visa destacar a importância do farmacêutico na prevenção e controle da infecção hospitalar junto à equipe do Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH).

METODOLOGIA

O presente trabalho trata-se de uma revisão de literatura através de pesquisa bibliográfica utilizando os descritores: “atenção farmacêutica”, “infecção hospitalar”, “resistência bacteriana”, “uso racional de medicamento”, “dispensação”, “PCIH” e “CCIH”

disponibilizados na biblioteca eletrônica Scielo, Lilacs, Pubmed e por meio de livro dispostos no acervo da biblioteca da Faculdade de Juazeiro do Norte- FJN. A análise seguiu critérios de elegibilidade previamente determinados; foram incluídos para esta seleção 36 artigos, 3 monografias, 5 dissertações, 2 teses, 5 portarias e 3 livros, a variável de interesse que corresponde a totalidade das amostras, teve como critérios: manuscritos, escritos em português e inglês; estudos sobre a temática em questão; pesquisas originais e revisões narrativas; artigos com textos completos. O sistema de seleção encontra-se apresentado no fluxograma 1 abaixo:

Fluxograma 1: Fluxograma mostrando a seleção do estudo para a revisão

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Uso indiscriminado de antibiótico

Este fato traz consigo vários problemas relacionados à farmacoterapia, um destes problemas é a resistência bacteriana ao fármaco (SCARCELA, MUNIZ, CIRQUEIRA, 2011). Cruz et al (2014) averiguaram em seu estudo que 52,6% das indicações de antimicrobianos foram realizadas por médicos, os profissionais presentes em estabelecimentos comerciais de medicamentos (farmacêutico e o atendente) representaram um total de 29,3%, o próprio paciente foi responsável por 10,0% das indicações, seguido por 8,1% de

indicações realizadas por outras pessoas (amigos ou familiares). Esses dados ilustram um grande potencial para a prática da automedicação, considerada hoje como um problema de saúde pública.

Maier e Abegg (2007) em seu estudo advertem que o uso de antibiótico tem que ser feito após a realização de um antibiograma, exame laboratorial, para tornar possível o uso racional de medicamentos, a necessidade de realizar esse exame é justificada por argumentos: a falta de identificação do microrganismo patógeno pode interferir no diagnóstico, causar reações tóxicas e tornar

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- Apresentar as eventuais causas da infecção hospitalar. - Demostrat os beneficios adquiridos com a implantação da PCIH. - Estimular a contribuição do profissional farmacêutico na CCIH. - Publicações no periodo entre 2000-2015 (com exceção das portarias).

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54 Publicações

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resistentes os micro-organismos. A insuficiência de laboratórios de referência para dar suporte, em tempo oportuno, a crescente necessidade de investigação microbiológica, especialmente a resposta rápida nas situações de surto, é um desafio a ser superado como prioridade (PADOZEVE e FORTALEZA, 2014).

Santana e colaboradores (2014) assegura que uma vez selecionado e prescrito o antibiótico, cabe ao farmacêutico à orientação e acompanhamento na administração do mesmo, proporcionando maior segurança e eficiência na terapêutica.

Antibioticoterapia em ambiente hospitalar e a resistência bacteriana

O uso indiscriminado de antibióticos também ocorre em ambiente hospitalar, local que deveria possuir maior controle de administração. O caos deste problema nos hospitais do país é inquietante pela resistência bacteriana que vem produzindo, exigindo estratégias capazes de trazer mudanças (STORPIRTIS et al, 2008)

Os antimicrobianos, principalmente os antibióticos, por serem os medicamentos mais prescritos no setor hospitalar além da resistência bacteriana são os principais causadores da Reação Adversa Medicamentosa (RAM), onde essa ocorrência pode ser devido a uso inadequado, principalmente em pacientes que se encontram debilitados e que recebem terapias farmacológicas múltiplas (NETTO, 2010).

O aumento da resistência bacteriana a vários agentes antimicrobianos acarreta em dificuldades nos cuidados terapêuticos individuais e contribui para o aumento das taxas de infecções hospitalares. A utilização dos mesmos deve ser criteriosa e restritas a algumas circunstâncias, pois o uso inadequado pode trazer como consequências: falha do tratamento ou da profilaxia, interações medicamentosas indesejáveis, erros de medicação e

aumento da resistência bacteriana aos antimicrobianos (SANTANA, et al.; 2014).

Estudos têm demonstrado que o uso de antimicrobianos nos hospitais tem sido considerado inapropriado, desnecessário ou excessivo (MALDONADO; ZAVALAGA; MAYCA, 2002). O elevado consumo dos mesmos pode estar relacionado à ausência de uma política de controle dos medicamentos prescritos no hospital e à falta de protocolos de uso de antimicrobianos, gerando excesso de prescrições (PHILMON et al., 2006). Desta forma, a omissão de programas que possam controlar a incidência de micro-organismos, que antes eram sensíveis aos antimicrobianos comuns, podem se restringir e causar infecções dentro do ambiente hospitalar, sendo a uma das principais causas de morbidade e mortalidade nos pacientes internados, mais recentemente estão se espalhando para a comunidade e causando doenças severas na população anteriormente saudável (ALANIS, 2005).

As implicações do alto consumo de antimicrobianos, diferentemente de outros tipos de medicamentos, associado ao aumento de micro-organismos resistentes, afetam não somente o paciente que está com a infecção, mas também o paciente internado nas camas ao lado, ou mesmo pacientes que já estiveram internados no hospital e que levam os micro-organismos resistentes para a comunidade (LARSON, et al., 2007), Consequentemente, poderá desencadear infecções que requerem tratamentos mais complexos e onerosos, gerando maiores gastos com saúde, que vão desde uma maior permanência do paciente no hospital, englobando gastos com exames mais sofisticados e procedimentos, utilização de antimicrobianos mais potentes até gastos indiretos representados pela perda de produtividade do paciente (GOLDMAN e NAIR, 2007).

Considerando que os antimicrobianos são medicamentos de grande importância e que têm uma frequência elevada de utilização, é preciso

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urgentemente desenvolver políticas de saúde que priorizem o seu uso de forma racional. Os hospitais devem ter um controle das prescrições através de uma CCTH, proporcionando uma educação continuada aos profissionais da saúde (RODRIGUES e BERTOLDI, 2010).

Atuação do farmacêutico na farmácia hospitalar

No que se refere à Assistência Farmacêutica há duas vertentes de atuação do farmacêutico, a primeira refere-se a logística dos medicamentos (seleção, programação, aquisição, armazenamento e distribuição) e a outra é a farmácia clínica. Sabe-se que no Brasil prevalecem as atividades de logística, sendo a farmácia clínica a menos desenvolvida. No entanto, entende-se que as duas devem estar em conjunto para que a Assistência Farmacêutica aconteça de forma otimizada (BRASIL, 1997).

Dados apresentados por Storpirtis, et al. (2008) apontam que o farmacêutico hospitalar durante muitos anos ficou esquecido dentro das farmácias, distante dos outros profissionais da saúde e dos pacientes. Porém, mudanças estão sendo percebidas no tocante aos sistemas de distribuição de medicamentos, uma vez que o farmacêutico está ganhando mais visibilidade ao atuar intervindo na utilização de antimicrobianos e ao criar mecanismos capazes de auxiliar no controle rotineiro desta utilização.

Ao estudar a importância do farmacêutico junto à equipe multidisciplinar na UTI em um hospital Maranhense, Silva e Oliveira (2012) corroboraram a ideia de que o farmacêutico é o elo necessário entre o profissional médico e o enfermeiro, auxiliando desde a prescrição do medicamento até a utilização deste pelo paciente, tendo como resultado a significativa intervenção farmacêutica, produtora da segurança que o paciente necessita. Em acréscimo, ainda pontuam que o farmacêutico é o responsável por reduzir erros no tratamento medicamentoso, produzir com sua sapiência resultados positivos

quanto a farmacoterapia e ainda minimizar os custos do tratamento. Neste contexto, segundo Bisson (2007), o farmacêutico é capaz de nortear a clínica do paciente, por intermédio de conversas aconselhadoras, programas de educação continuada ou ainda por embasamento de protocolos clínicos.

Rosa e Pinedo, (2013) pontuam que o farmacêutico ainda pode atuar de forma ativa ao realizar visitas de caráter clínica aos leitos, informando os pacientes acerca do tratamento medicamentoso, com o intuito de racionalizar o uso de fármacos, inclusive sobre antibióticos, causador da resistência bacteriana. Além da atenção farmacêutica as atividades da CCIH acrescentam e muito o reconhecimento do farmacêutico por outros profissionais e sociedade.

Profissional farmacêutico no Controle de Infecções Hospitalares

O farmacêutico tendo os seus direitos assegurados pela portaria nº 2.616 de 1998, que estabelece competências da CCIH em que a farmácia possui participação importante, bem como na promoção do uso racional de antimicrobianos, germicidas e matérias médico-hospitalares. Ainda há desvios desta realidade, conforme averiguação de Oliveira e Melo (2011) em um hospital, na qual observou problemas relacionados ao ambiente durante a prescrição, dispensação, preparo e administração dos medicamentos, falha na conferência dos mesmos ou ainda a ausência da conferência, e problemas de segurança relacionados ao preparo e administração dos medicamentos. Massaroli e Martini (2014), observam que continua existindo uma tendência regional onde apenas os profissionais médicos e enfermeiros fazem parte da CCIH deixando o profissional farmacêutico e microbiologista excluídos, profissionais que possuem conhecimentos importantes para esta prática.

Para a seleção de medicamentos, devem ser incluídos aqueles cuja eficácia tenha sido

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comprovada, realizar a seleção de antimicrobianos juntamente com a CCIH, verificando o perfil microbiano de forma que atenda às necessidades do hospital e controlar os novos antibióticos para tratamentos de micro-organismos multirresistentes (BRASIL, 1994).

A prescrição de medicamentos é a primeira etapa para o acesso ao medicamento, pois os profissionais médicos são os responsáveis pela escolha da terapia medicamentosa adequada para cada paciente. Os erros neste processo podem ser interceptados por meio de condutas preventivas adotadas pela equipe de farmácia e de enfermagem junto ao prescritor (OLIVEIRA e MELO, 2011). A participação efetiva do farmacêutico no PCIH tende a diminuir a disseminação da resistência bacteriana promovendo o uso adequado do antimicrobiano, resultando na melhor e eficaz assistência ao paciente internado (DANTAS, 2011; PUCCINI, 2011).

Desta forma, o controle de infecção hospitalar requer a contribuição efetiva do profissional farmacêutico, que segundo Araújo (2009) e Rosa e Pinedo (2013) deve participar ativamente da seleção dos antimicrobianos e dos agentes antissépticos, desinfetantes e esterilizantes a serem padronizados no hospital, em conjunto com a Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) da instituição. Storpirtes, et al. (2008) afirmam que os produtos antissépticos, desinfetantes e esterilizante são manipulados e supervisionados de forma constante do farmacêutico.

Dantas (2011) e Azevedo (2008) enfatizam a importância do monitoramento dos formulários preenchidos do registro de uso de antimicrobianos, sendo estes essenciais para possibilitar levantamentos rápidos sobre o uso dessa classe de medicamentos. Porém, as fichas de restrição devem ser vistas como complementares dentro de um programa de racionalização de antimicrobianos e a avaliação da qualidade de prescrição como uma

oportunidade de realizar educação em serviço e de atuação do farmacêutico clínico.

Em contrapartida Usberco e colaboradores (2000) ressaltam a necessidade da identificação e notificação de reações adversas e acompanhamento da devolução das doses não administradas de antimicrobianos. Essas atividades cooperam para a identificação de falhas de registros em prontuários, omissão de informação das evoluções dos prontuários, falhas no cumprimento do tratamento por omissão de doses, e falhas no preenchimento do próprio formulário de devolução.

CONCLUSÃO

A ocorrência da Infecção Hospitalar ainda continua sendo um desafio a ser superado nas instituições de saúde. Essa problemática é devido à falta de controle dos procedimentos desenvolvidos tanto terapêuticos quanto na limpeza do ambiente hospitalar. Para o controle das eventuais infecções é importante que as instituições mantenham um bom funcionamento do Programa de Controle de Infecções Hospitalares com os membros exigidos pela Portaria n° 2.616/98, é através deste programa que ocorre uma maior assistência de promoção, proteção e recuperação, onde suas medidas garantem a redução máxima da incidência e gravidade da ocorrência da disseminação microbiana.

Dentre os profissionais exigidos pela portaria faz-se necessário a presença do profissional farmacêutico, sendo de grande relevância, pois este possui conhecimentos imprescindíveis em antimicrobianos, auxiliando no controle e na escolha adequada dos mesmos, como também dos agentes antissépticos, desinfetantes e esterilizantes para uso hospitalar. O farmacêutico junto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar oferece benefícios para redução dos erros de administração dos medicamentos, sempre realizando uma educação continuada a toda equipe multidisciplinar.

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