Q?/I
5-09
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SANTA CATARINA
CURSO DE
GRADUAÇÃO
EM
CIÊNCIAS
ECQNÔMICAS
f.
O
PAPEL
DO
BANCO
DO
ESTADO
DE
SANTA
CA TARINA
-'
/ur
-BESC
-.NO-
T0--DGESTADO
\
Nos
Azvos
ó0E
70
*As\.
Monografia
submetida ao
=Departamento de
Ciências
Econômicas
para
obtenção de
carga
horáriana
disciplina~CNM
5420
-Monografia.
Por;..Andr'éia .Rosenir .da .S_i\lva
Orientador:--Prof.
Dr.
Renato -Campos
Área
de
Pesquisa: Economia~Catafine'nse
Palavras
-Chaves:
-1.padrão -deofinanciamento
2.
sistema financeirol
catarinenseH - 3.
Besc
' ' l Florianópolis,Abril
de
-1997.A
CURSO
DE
GR~ADUAÇÃolEM~cIÊN‹:IAssECQNÓMICAS
\
A
Banca
Examinadora
resolveu
atribuira
nota...';`.§¢Q.T....a
aluna
Andréia
›
Rosenjr
-da Silva na-~-disciplina5420
--»Monografia, pela
apresentação
deste trabalho. - " ` ( Í BancazExarni11adQr_212. .I _ _
A
, -Prof.~Dr.RenatoC
Y
;Presidente
. t/A
A
,, . O .. ›.' `k»¿/
'Profz
Silvio › l\/lembro `\ ›aOS
meus
pais.~_ _ .
Escorre-pelas 'mãos
Mesmo›semose«ser¿<ír
"E
não-há
¬toempjo_¡qjuçl»1¢›olteVamos-Vvz'ver
ooque»-hápra-1ziVer_
\ .. .. . . 7,
Vamos
nos
zzezfmztzrA
AGRADECIIVIENTOS
À
minha
família pelo incentivoeconstvapte.Ao
.meu.o1íentadoL Renato;..Campo.s,pelo.. apoio,..dedicação.. e zamizade.Aos meus
amigos de pesquisa: Ana, Alessandra, Vander, Luís, Eliane, e aoprofessor,ALy Minella.
u
, \
Adiretoria-dozBESC,-peloatendimerlto.
Aos
níeus colegas de curso, professores e servidores.Emrespecíalz. àialgumas.pessoas_.amigast.que_-semp1:eaestivera1n,.
ao
meu.
lado; Ana,i\
André, Heitor, Vilela,
Ana
Carina, Alessandra, Berta, Francesca, Rolf, Nichola, Toni,.Omama,.. Jerusia, ..ALvim,_.Guill1enne,_Benilson,_°fgordinl1oT°,. Be1:eira,,_ .Elisa Re a
-\ todo.s_o_s._outros
que não
se sintam excluídos! l. Ao.. Sandro. .Y uasa,JneuJ,!,.Lp.elas_1ísadaszintemniná\<eis.
Ao
queridoamigo
Hamilton D. Franco (in memoric\zm).1. Diretoria
do
Banco
de Desenvolvimentodo
Estado de Santa Catarina ... 19LISTA-DE
ÍIÍA-BELASl. Valores Aplicados na Indústria Catarinense -1964 ... -..36
BADESC
BDE
,B .BESC
BNDES
BRDE
cN1t..t ,.Esc
FIESC.
_ ..FUNDESC
PLAMEG
-PRP
PSD-
S. __PTB
UDN
NLISTA-zl)E
‹SIG¡LA_S_ "\ \ 1Banco
de Desenvolvimentodo
Estado de Santa CatarinaBanco-de~Desenvolviment'o
-Econômicodo
Estado-de z~ E Santa-Cat rinaBanco
do
Estado de Santa Catarina S/A.x
Banco
N
acionalde -DesenvolvimentoEconômicoée SocialBanco
Regional de DesenvolvimentoEconômico
do
Extremo\SulConfederação.NacionaLdas-Indús\trias
Escola Superior de Guerra \=
Federação
das
lndúst1:iasi.de..Santa.Cata_rinaFundo
de Desenvolvimento de Santa Cata\rina« Planoede~Metas»‹do-Govemo
\.
Partido Republicano Popular
Partido-Social›Democrát\i`co
Partido Trabalhista Brasileiro
União
Democrática~Nacional » « «RESUMO
I
Este-traba1ho. ,buscaiv,erificar. ou papieL.do_..Banco.. dos .Estado,..de...Santa. Catarina
no
\
padrão de financiamento estadual nos anos
60
e início dos anos 70, e mostrar\osinvestimentos .1:ealizados_por._este_no, setor_iindustriaLdo. Estado P.ara..tanto,. enfoca=se.._neste trabalho as características
do
padrão de financiamento catarinenseno
inicio dos anos 6\O e a.insei:ção_ do.Besc. como. aitticuladondo.mesmo
sistemaiinanceiro. estadual-.A.p.esquisa édescrita
no
contexto políticodo
período,o
qual influenciou na organizaçãodo
padrão\ definanciamentmcatarinensei .U.tilizouzse.-.como._ meto.dolo.gia;, . pesquisas...bibliogr'áficas.V sobre
os
tema
proposto e,também,
análise de relatóriosdo banco
parao
período citado. Viu\-sena.pesquisa;.que. o Banco.. doi, Estado. de- Santa iCatarina..possibilitouz aos
Governo
Estadual. . A . ,. , . , , ~ \
insenr-se
no
contextoeconormco
e politicodo
pais, articulado atravestdo padrao l-definanciamento.._estadual;_que. foi o_
Besc
o. fomentadori da-.economia
catatinenseiaté a \primeira
metade
dos anos 70, impulsionando o crescimento de grandes empresas privadasnaeconomia-
regional.. atravésidoi Eundozide.. desenvoLvimentoi..do_ estado;,.quez em_.1_9.73\ foi. . . - . . \~
cnado
um
novo
agente financeiro,o
Badesc,que
serviu para dar continuidade a expansaoeconômica
do.Estadoz catarinens.e,,.p.ois_nesse.._período,..io__B_esc..ganha. um_novo_ papel.diante`\
do
govemo
estadual,quando
passa à cuidar da rolagemda
dívida públicado
Estado,s1nyn&g%c›
-
LISTA
DE
FIGURAS
... ..-A-LISTA
DE
TABELA-Sz
. . .- ... . _~1.1. Introdução ... ..
-
'1.2.
Formulação da
Situação -VProblema
... ..~ 1.3. -Objetivos ... .. Bágina `\ \
VI
LVI
\_ -SIGLAS
... .. "RESUMO...J`JL`Í.J.'J...`.il . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1 -O
PROBLEMA
... ..VI
VII 1 1 3 7 1 G€fai;;;`;>.`:; ... ..\.. 7 . 1.3 .2; -Específicos ... .. 1- .*4. -Metodologia ... ..2 2-«O
.Padrãode
Financiamento.Brasileiro_até_a,década-de.z60 ea
7
8
Inserção
de Santa Catarina
... 92.1; Definição
... ..2.2.eDesenvolvimento¡ .... ... ..
2.2.1. Santa Catarina e
o
Padrao de Financiamento ... ._3
.-_Az.Criação.do .BescieaReforma..do..Sisten1a-Financei|:o.Nacional
`;»17
(1964-1963) ... H
3.1. Criação
do
BDE
- ~BreveHistóri-co ... ... ..\ ~ 9 9 13
17
-- -3.-2. Reformas
do
Sistema Financeiro ~Nacionalr(~1964-1968) ... ..20
"3
Í3.As
modificações no
Sistema~FinanceiroEstadual Catarinense4 -
As
Características .do .Padrão desEinanc-iamento-Estadual26
Catarinense ... ..
28
4.1. Introdução ... ..
28
4.-2.
O
Besc
como
Principal~Agente-Articuladordo Padrão
Estadualde Financiamento. . . .. ... .. ...29
\ \ ~ --
num
Contexto de.MudançasBolíticas.Estaduais- ...x
36
4.2.2.l.O Seminário Sócio -Econômico
... ..\'37_. 4.2.2. 1.
ss
4.2.2.1.2.crédi¢‹› ... ..Í\39
f
42.3.
Os Reflexosda
Reforma
Financeira-«Nacionalno
Papel
do Besc
... ..41_4.3..1...O.novo.Ba.peLdo..Besc... _ - -H
42
4.3.2.
A
cúaçâo
do Badesc
... .À435
¬.Consideração .Final-. .... . . . ... .._.`.45
1.
O
Problema
e Objetivoslt.1..Introdu§_
ão
1
Otema.
proposto é apesquisado
papel exercido peloBanco
do
Estado de SantaCatarina
no
padrão «de financiamento daeconomia
catarinense nos anos60
e início dosanos 70,.tendo em. vista que foi a partir
da
constituição deum
padrão de financiamentodo
Estado que .a indústria catarinense alavancouseu
desenvolvimento, jáque
até iníciodos anos.60. apresentou-se
com
mecanismos
de financiamento desarticulados ecom
uma
\
infra-estrutura básica sucateada, principalmente
no
setor energético. Isto refletiu, durantemuito
tempo,
umdesvio
de investimento produtivos dos órgãos financeiros nacionaisV .
, . \
para os outros Estadosçda Região Sul. Santa Catarina, durante o periodo de 1952 -
1.960, .recebeu.apenas.7 %' desses recursos federais, os quais objetivavam
promover o
\
desenvolvimento
econômico
regional dosmesmos,
propagados pela políticadesenvolvimentista.
do
govemo
JK, - sendoque
a maior parte desses recursosforam
i
\
repassados para os Estados
do
Paraná edo
RioGrande do
Sul. 'Umacaracterística importante
do
Estado catarinense nos anos 50 foiem
relaçãoà questão política intema.
Em
1951, a oligarquiaKonder-Bornhausen
havia quebradocomiuma
sucessão de poder político, vigente desde aRevolução
de 30, concentrado nasmãos
da oligarquiaRamos.
Foi nesse contexto político, que articulou-sea
fonnaçãoideumpadrão
de financiamentono
Estado, explicitado a partirdo
governo CelsoRamos
com:
a
institucionalização de seu Plano deMetas
-o
PLAMEG
I, que criouo Besc
como
seu. pn`ncipal..órgão de crédito, e inserindo o governo estadualno
padrão de
-\
financiamento nacional. <
As
.reformas estruturais e financeiras realizadasno
govemo
militar quebuscaram
então ampliar o acesso ao crédito externo,
bem
como,
dar maiores poderes aoGoverno
Federa1.através.da.concentração Fiscal e redefinição de sua capacidade de financiamento
da economia
nacional; açãoque
refletiu-se nosGovernos
Estaduais .através de séusbancos estaduais, ampliando suas possibilidades de captação de recursos nos Sistemas
\
Financeiros nacional e-intemacional.
V
A
reforma financeira traria para o .Sistema Financeiro estadual catarinenseuma
redefinição na atuação de seus organismos de financiamento
nos
anos 70.V Portanto, é a partir desse quadro que realiza-se a pesquisa, objetivando-se
mostrar as características
do
padrão de financiamento catarinense,.articula'do a partirda
constituição
do
Banco
do
Estado de Santa Catarina - Besc, e .enfatizar o seu papel Xínaeconomia
estadual pontuando os reflexos da reforma financeira de 64, até a criação deum
novo
.agente financeirono
Estado,o
Banco
de Desenvolvimentodo
Estado de SantaCatarina -
Badesc
(1973). V1.2.
Formulação da
Situação -Problema
A..questão.levantada
no
presente trabalho é a de analisar o papeldo
Banco
do
\.
Estado de Santa Catarina
como
agentedo
padrão de financiamento naeconomia
catarinense entre os anos
60
e 70.Como
orientação para a pesquisa, utilizou.-se autoresque
estudam:o
padrão de financiamento brasileiro; a reformado
Sistema Financeiro; ë todesenvolvimento
econômico
catarinense.Goldenstein,
que
analisou a crisedo
padrão de desenvolvimento brasileiro,utilizou azseguinte definição para o padrão de financiamento:
“Um
padrão de financiamento
é definido pelaforma
pela qual. os_ . .recursos são mobilizados
em
uma
economia
capitalista. Depende, portanto,de
como
.sedá a
articulaçãodo
conjunto de agentes responsáveispela
mobilização dos fundos.
Ou
seja, resulta, antes demais
nada, das relaçõesde
poder
«existente entreo Estado
eo
setor privado nacional,0 Estado
è0
restoido
mundo, o
setor privado nacionalcom
o
restodo
mundo
e entre osdiferentes segmentos
do
setor privado doméstico entre si - setoresprodutivos, bancário e agrário -
além
das relaçõesentre estes três agentes-Estado, capital nacional e capital internacional - e os diferentes segmentos
da.classe trabalhadora,
”(GOLDENSTEIN,
1994, p. 58).Vl
\
Écom-base
nesse conceito de .padrão de financiamento -que encontra-se o objeto,_ \
de
estudo proposto,ou
seja, a possibilidade de estudar-seum
banco
como
agente deum
padrão de. financiamento articulado
com
os agenteseconômicos
responsáveis pelamobilização de capital produtivo. \1
Aconstituição
do
padrão de financiamento brasileiro iniciou-se na década de\\
trinta, durante a consolidação
do
mercado
interno e iníciodo
processo deindustrialização. nacional.
A
causa principal para seu surgimento foiaconseqüente
falta`\
de investimento
do
setor privado nos setores dinâmicos daeconomia
intema. Í .Foinesse
contexto que durante a década de 50 e 60,.surgiram.no Brasil os\
chamados
bancos de desenvolvimentocomo
oBNDES.
Estas instituições viabilizariam'o
desenvolvimento industrial. brasileiro captando recursos financeiros para os setores
\.
Com
a escassez dè recursos para investimentos de longo prazona
indústria catarinense durante os anos 60, criou-seum
banco de desenvolvimento para tornar viável. _ . . . \.
os investimentos privados na
economia
catarinense. ~Idaulo .José .Cunha é
um
dos autores catarinenses que ressalta a falta de investimentos e as deficiênciasda
infra-estrutura naeconomia
catarinense.No
seutrabalho,
o
Salto da.indústria Catarinense:um
exemplo
para
o
Brasil, abordao
papelque Santa Catarina teve na
economia
brasileirano pos-Segunda
-Guerra, deixando de seruma
.economia...voltada à própria subsistência etomando-se
uma
economia
_ dediversificação industrial e
de
substituição das importações de bensde
consumo
duráveis.Nesteseu. trabalho, .aponta a falta de abastecimento energético
como
um
dos principaisempecilhos ao desenvolvimento industrial
no
Estado .\¿'
O
sucateamentoda
infra-estrutura catarinense até o final dos anos 50, foio
\.
entrave industrial para
o
Estado .`
f
“
O
problema
energético maniƒestava- se
pela
insuficiência de suprimentosnas zonas
do
Litoral deSão
Francisco,da
Bacia
do
Itajaí edo
Litoral ideLaguna. e .quase inexistência de oferta nas áreas
de
ocupação mais
recentes”(CUNHA,
1992, p. 40). “-Tambémsegundo
Schmitz (199l:235), a falta de abastecimento energéticono
Estado catarinense nos anos 50 e iiiício dos anos
60
foiuma
das causas desestimuladoiasde
novos
investimentos na indústria.No
início da década. de60
Santa. Catalina\
fbeneficiava-se .apenas :de 92.531
KW
de potência instalada.A
faltade
mobilização `decapital .produtivo
também
foi «consideradauma
das agravantesno
desenvolvimento da. . . _ . ,, , . . \
industnalizaçao catarinense.
Como
consequencia disso,houve
o deslocamento desses recursos paraos. Estados vizinhos: Paraná eRio Grande do
Sul.No
tocante aos empréstimos cedidos por órgãos de fomento, taiscomo
o
BNDES
eo
Banco.do
Brasil (estecom
financiamento à agricultura), para .os Estados daRegião Sul, Santa Catarina foi o Estado
menos
privilegiado. Durante a década deo
Banco..do.Brasil S/A..concedeu à Região Sul a importância..de
.CR$
L74 bilhões .para financiar. a produção,ocomércio
e outras atividades(SCHMITZ,
1991, p. 265).. Destaquantias,
foram
emprestados à Santa Catarina apenas8%,
sendo que, ao Paraná e aoRio
Grande do
Sul foram cedidos respectivamente33%
e59%
deste total.Igualmente foi
em
relação aos empréstimos realizados peloBNDES
no
períodode 1.952-1960,
onde foram
cedidos à Região Suluma
importância deCR$
4,9 bilhõespara financiamento dos setores de transporte, energia elétrica, indústrias básicas e setoies
complementares da. atividade agropecuária.
Desse
montante, apenas7%
foram
repassados à .Santa Catarina, e o restante foi distribuído -entre Paraná (19
%)
eRio
Grandedo
Sul(74%).
`\ \
Alémdaescassez
de financiamentodos
órgãos. Federaispara o Estado-,. o. próprio\
sistema bancário .-intemo esteve voltado para financiamentos de curto prazo,
não
promovendo,.assim,.o investimento de longo. prazo necessário ao desenvolvimento das
i\
indústrias básicas. l
Em...resposta..a estes problemas realizou-se em. 1960,...pela. Federação ,_das
.\
Indústrias
do
Estadode
Santa Catarina, to primeiro SeminárioSócio-Econômico no
Estado .catarinense,.desenvolvido pelo presidente da entidade.Celso
Ramos.
O
objetivodeste Seminario foi «diagnosticar todos os problemas pelos quais Santa Catarina estava passando. ..Montaram-se grupos de trabalhos, os quais. .responsabilizararn-se pelo
levantamento das informações,
que
relatariam os problemas mais urgentes da econoriiiacatarinense. Estes grupos de trabalhos possibilitaram, ao finaLdo..encontro, organizar-se
um
-documentoque
-descrevesse os problemas inibidores aos investimentos. Concluíddo
Seminä1io,.a.elite empresarial
do
Estado articulou-seno
sentido.de.pressionaro
Governo
_ \
Estadual para a criação de
um
banco
de desenvolvimento. -Noâmbito
.político de 1960,asociedade
catarinensefoiàs. .umas.escolher\seu_ . .
,`\.
novo
governador.Contando
com
o apoio da elite e baseadono
resultadodo
Seminario,formou-se..uma..aliança entre os. partidos
PSD,
PTB.
ePRP,
.a .qualtlançou-.se..C.elsoA
platafonna eleitoral para acampanha
de CelsoRamos
foi baseada, então,no
resultadodo
Seminário ena
promessa de criar-seum
Banco
de Desenvolvimento parafomentar a
economia do
Estado..Em
seus discursos Celso .Ramos dizia que SantaCatarina .poderiaedeveria ter o seu próprio
banco
de fomento,.(...)“um
Banco que não
desse lucros para o .enriquecimento de
um
.grupo econômico, mas' para melhorar. ascondições. de
.vidado povo
catarinense” (...)(ESTADO,
23 ago.,...1.960,. p.. 7),O
resultado das eleições colocou Celso
Ramos
na
administraçãodo
Estadono períodode
11961-1.955. .
\.
Objetivando..cumprir..suas promessas, Celso
Ramos
criouo. l2lano._deMetas
do
Governo do
Estado de 'Santa Catarina -PLAMEG
I, baseadono
“Documento
Básico”resultante. .do...Seminá.rio, o qual
procurou
atender as deficiências da. .economiacatarinense, criando
o
Banco
de Desenvolvimento d'oEst›ado.. -“O..Plano previa
a
constituiçãode
um
Banco
de Desenvolvimento."Convertido ,em lei Estadual n° 2. 719, de
27
de
Maio
de 1961.A
CartaPatente ._ foi expedida
em
14 de
,Julhode
1961,.como
sociedadeanônima
de
economia
mista ecom
capital inicial integralizado peloPLAJVÍEG
”(...)ÇSCHMIIZ,.l985, p. 1/08).'
O
Banco
de Desenvolvimentodo
Estado de Santa CatarinaS/A
-BDE,.
foiinauguradono
ano del962.como
espinha dorsal.do
Plano.Com.a.Re£orma.
do
SistemaFinanceiro Nacional realizada
em
1964,o
BDE,
trocou sua razão social e passou a serdenominado.Banco do
Estado de Santa Catarina - Besc. `“Dessa
maneira
em
julhode
1962
éi inauguradoo
Banco
.de
Desenvolvimento
do Estado
de Santa CatarinaS/A -.BDE,
. que passarano
ano
de1969
a
mudar
sua razão social,denominando-se
Banco
do Estado
de. Santa.Catarina
S/A-
Besc, preponderantemente. comercial, ”(Idem, .id_em,p. 221). p
`\
_
A
reforma.do..Sistema Financeiro Nacional, segundo Zini.(.l9.82:.69.),. teve..como
prioridade a constituição de
um
setor institucionalizado para financiar tanto o capitalidegiroquantoo.
consumo
.do início. dos anos 60, jáque
a evolução .daindustrializaçãono
`\
Sistema Financeiro possibilitou
também
a constituiçãodo
Mercado
de capitais: bancário,industrial. e . comercial.
Com.a..nova.estruturacão
do
Sistema Financeiro, os.bancos
de desenvolvimento. . _ \
estaduais
poderiam
apenas atuarno
espaço temtorial de seus Estados. `»“Entre..I964 e_ 1969,
a
lei ni° 4.595, de. 31.12.64, estrutura. um.novo
Sistema Financeiro brasileiro, delimitando áreas
de
atuaçãodas
instituições e limitando~as, quanto
à
captação e .aplicação de recursosespecíficos,
de
modo
queumas
não
interferissemnas
operações das outras.(...), .os .Bancos Estaduais
de
desenvolvimento,dada
.sua natureza especial,não
poderiam
manter
dependências(agênciasou
escritórioscom
escrita própria)(gi1'fo nosso), admitindo-se, exclusivamente,a
existênciade
representações,
sem
movimentação de
fundos, forado
âmbitodas
i respectivas sedes,."
(ZINL1982,
p. 390).Um
reflexo importante daReforma do
Sistema Financeiro Nacional de1964
segundo.Loprea1o.(.l993:2), foi
com
respeito aonovo
papel dado. aos.bancos estaduaiscomerciais sob controle de seus governos.
Os
govemos
Estaduais passaram a utilifizaressas...instituições . . para captar mais recursos nos Sistema .Financeiros nacional e
intemacional,
bem
como,
utilizaram-se dasmesmas
na rolagemda
divida publica de seus Estados."\
1.3. Obietivos
I~.~3.~1-.~Ger:¡I:
\
Verificação
do
papeldo
Banco
do
Estado de Santa .Catarina (Besc)como
agente financeiro
do
desenvolvimento industnal catarinense nos anos60
e iníciodos
anos 70.\
l
l
- Procurar mostrar
como
estava organizado o padrão de financiamentono
Estado de Santa Catarina frente ao padrão de financiamento naciona1_ até
o
final dos anos 50.- Descrever
a
Reforma
do
Sistema Financeiro Nacional.no
período1964/68, pontuando os reflexos da reforma sobre
o
Sistema Financeiro estadualcatarinense nos60
e início. dos anos 70;- Mostrar
o
papeldo
Banco
do
Estado de Santa Catarinano
padrão. de financiamento
do
Estado nesse período.1. 4.
Metodologia
No..que se .refere à metodologia, sera utilizado. para o. desenvolvimento
do
presente trabalho o
método
descritivo-analítico. Buscou-se a partir de consulta às fontes primárias:..os..re1atórios anuais. do. Besc, para o período de l962.à 1.970, e~às fontessecundárias: teses, dissertações e outras obras que. tratem
do
assunto, os dadosnecessários .para
a
realizaçãoda
pesquisa.A
apresentaçãodo
trabalho dar-se -áem
cinco capítulos.No
primeiro, levantar-se-a
.a...proposta...de. pesquisa.No
segundo, far-se-áuma
. descriçãodo
padrão de\
financiamento brasileiro
no
final da década de 50 e início de 60,na
tentativa de mostrai aarticulação.do.Estado catarinense frente à esse padrão.
No
capítulo.terceiro, retomarfse-. . . \
a alguns pontos da reforma
do
Sistema Financeiro e seus reflexos nos anos 70,objetivandoidentificar. quais implicações
trouxeram
parao
Sistema.Financeiro.estadual.No
quarto capítulo, mostrar-se-á as característicasdo
padrão de financiamento de SantaCatarina .e.o.novo.papel
do
Besc
na economia. estadual até.a.primeira.metadedosanos
70, (quando foi criado
um
novo
agente financeiro, oBanco
de DesenvolvimeiitoEstadual de.Santa .Catarina - Badesc).
E
no
quinto, far.-.se-á. algumasvconsideraçõesfinais_ \
2.
O
Padrão
de Financiamento
Brasileiro até o inícioda Década
de 60
e aInserção
de Santa Catarina
2.1. 'Definição
l?ela.citação..de Goldenstein (na página dois
do
primeiro. capítulo), tem-seque o
padrão de financiamento é a aiticulação entre os diversos agentes econômicos, coni a
finalidade.de.transferir. recursos entre os setores
da
economiaibuscandosfomentar. o. seudesenvolvimento.
Quer
dizer, possibilitaro
acesso de capital aos setorescom
capacidadede .inyestimentos.por.transferência daqueles setores mais liqüi_dos.
O
padrão de financiamento segundoLima
(1994: 1) possui três aspectos básicos:primeiro, .políticas de.. financiamento; segundo, as instituições financeiras _
de
. . . , .
.
`\\,
desenvolvimento; e terceiro, as fontes de recursos_financeiros mobilizaveis.
Ou
seia; a articulação.. existenteentre os agentes econômicos,que
irão determinaro
tipo__ de. , . , .\
financiamento
que
se dara na economia, ,acordando-se entre estes suas politicaspreferenciais.
`\ i Y
Anecessidade
de investimentos de longo prazo e a generalizada falta de interesse1 o n n
\
do
setorpnvado
no
suprimento destes investimentos levouo
Estado a exercer o papelde
supridor..de..seus..recursos para o financiamento de longoprazo. Estas características. _ .
. . \.
marcaram o
desenvolvimentodo
padrao de financiamentona economia
brasileiraconformepassaremos
.a expor. -\ i 1 2.2.D
” ` ' esenvolvimentoA.origem.do..padrão de financiamento brasileiro data
dosanos
.trinta,..com a' _
'i
dinamização
do
processo de industrialização e a consolidaçãodo mercado
inteiiio(BAEKi9.sóz1.i)... .
Cabe
ressaltar-se,que
as bases desse processo de industrialização estavamancoradas
na nova
burguesia emergente (achamada
burguesia industrial resultantedo
processo de acumulação de capital proveniente
do mercado
agroexportador cafeeiroanteriormente. vigente), atraída pelos lucros auferidos nos investimentos feitos na
produção de bens de
consumo
familiar, que consolidou dessa maneira omercado
internoprodutivo até então dependente das importações.
“
O
períodoque
vaido movimento
de1930
à
crise de1954
se ajusta. praticamente
com
a
periodizaçãoà
base de critérioeconômico usado por
Cardoso
de Mello:1933
a
1955.O
período se inauguracom um
novo
padrão
deacumulação
e se estende até oƒinalcomo
um
novo
processo de“industrialização restringida
na
expressãodo
referido autor.V Industrialização posto que
a
acumulação
passaa
se assentarna
própriaexpansão
industrial; porém, industrialização restringidaporque
inexistemainda
.as bases técnicas e financeirasda
acumulação
necessáriapara
a
imediata implantação de
uma
indústriade
bens deprodução
capazfdeauto.-. sustentar
0
processodo
desenvolvimento industrial ”(OHL
WEILER,
1990, p. 109). A
Com.
relação ao período acima, ainda havia dois agravantes para aeconomia
interna: a crise de 1929 e a 23 Guerra Mundial.Intemamente
os efeitos produzidosforam: uma. limitação da capacidade de importar devido à depreciação da
moeda
extemamente; e à falta de financiamento extemo.
Os
financiamentos realizados pós-crise1.929. foramtodavia. provenientes de excedentes gerados
no
setor agroexportador.¬
.
i
_
«~No
pós-2” ~Guerra -até --meados»-dos «anos
60,
o
~avanço ~
no
~ca'm1nhoda
z
industrialização
moderna
é propiciada segundo as condições.citadas abaixo:(...)”pela
ampliação
anteriordo
mercado
interno, as políticasprotecionistas
em
relaçãoà
indústria nacional ede
apoioà
substituiçãode importações; os investimentos 'estatais
na
infra-estruturade
energia etransportes e
na
produção
de insumos básicos;.afranquia à
entradamaciça
de capital estrangeirono
setor deprodução
de bens'
manufaturados para o mercado
interno, principalmentea
partir__da
metade dos anos
50; as facilidades fiscais, creditícias e cambiaisconcedidas
ao
investimentos privadosna
produção
industrial;.. eo
Não
cabe aqui falar de toda a conjunturaeconômica
pela qual transitou aeconomiabrasileiraaté os anos 60, o
que
pretende-se é mostrar quaisforam
as condições ~ . . .`\
formuladoras
do
padrao de financiamento brasileiro. 1Destamaneira, a. política adotada pelo
Governo
Federal foi a de apoiar.o
Sistema. . . , ~ . . . .\
Financeiro criando orgaos de fomento. Estes surgiram
com
os objetivos de: canalizarpoupanças;_..inv.estir.
em
setoresda
infra-estrutura; setores de energia; setores detranspoite; setores de habitação; setores de saúde; e setores
de
educação.O
Baiico Nacional..de DesenvolvimentoEconômico
-BNDE
foi.um.
desses órgãos criadoscom
a\.
finalidade
de
apoiar a ampliação da .infra-estrutura de energia e transporte. 1Foi .portantonos anos 50, durante o governo Juscelino. Kubitscheck,
com
aimplantação
do
Plano de Metas, que.o
padrão de financiamentoganhou
suacontextualizaçãosendo ancorado
no
tripédo
capital privado-estatal-estrangeiro.\
Outro fator importante para o padrão de financiamento, foi a consolidação* da
indústria pesada, .que
ocupou
seu espaço apesar de tardiamentena economia
nacional.i
“O
surgimento hipertardioda
industrializaçãopesada
trouxe consigoum
deslocamento tecnológico muito
mais
drástico, porquanto, então,o
casopassa
a
sero
da
implantação deenormes
unidades produtivasde
escalaà
.
basede
modernas
tecnologias equivalentesa
gigantescos investimentosde
capital”(Idem, idem, p. 117). i
Ainstalação da indústria pesada trouxe consigo o problema dos investimentos de
. . ~ . , . . . \
longo prazo.
O
setor privado nacional nao estava disposto a investirem
projetosdemandantes..de._capital
com
retomos
de longo prazo,bem
como,
a
ineficiênciado
. . . . ` , . . \
Sistema Financeiro
em
atender essas demandas, devido as altissimas taxas de Jurosque
assustavam .os investidores.
\
Segundo.Braga.(.l992:22), ao longo da.industrialização.brasileira adesarticulação
das finanças industrializantes,
ou
seja, a desarticulação entreo
capital financeiro eo
capital.industrial,.propiciou
o aumento
iiiflacionario e a. queda..nos..investimentos,__nas\
.)›”É
também
perfeitamente conhecido que, historicamente,a
indústriaada
invariavelmente emergiuapoiada-na
gr ande
movaçao
tecnologicaépoca('...). .hi nos países de desenvolvimento capitalista tardia -
Alemanha, Japão
e Rússia- ela vai estruturar-secom
0
decisivoapoioda
intervenção
do Estado
edo
grande
capital bancário, que mobilizando econcentrando capitais, funde-se
com
o
capital industrial ”(OHLl/VEILER,1990, . p. .J I 7).
Deacordo.
com
Tavares (l982:107), a estrutura creditícia e a. de financiamento. . . ~ \
brasileiro revelaram-se inadequadas para responderem as necessidades de expansao dos
novos
setores .industriais ocorridano
período 1956/1961. Isso quer dizerque
o Brasilera. , . , - . \| .
desprovido de politicas responsaveis pelo financiamento de setores de base na
economia
nacional.. Procura-se mostrar, evidentemente,
que
é de extremanecessidade parauma
. . , . . ~ . \
economia moldada
em
um
novo
paradigma tecnologico ter condiçoes financeiras parapropiciar.
seu
desenvolvimento.9
“Um
.padrão de _ financiamentonão
pode
ser dissociadodas
característicasespecificas
com
que
se desenvolve e consolidaum
determinadopadrão
'
_ industrial
no
pais,o
qual é definidopor
um
paradigma
tecnológico que,por
sua
vez, traz submetidas relaçõesde
trabalho e determinados requisitosde
~
acumulação
de capital quevão
além
do
problema
quantitativo.O
padrão
industrial estabelece horizontes
de
inversão e requisitosƒinanceiros básicosaosquaiso
padrão
deƒinanciamento é obrigado a.respondersobpena
de,caso
não
ofaça,colapsar”(GOLDENSTEIN,
1994, p. 59).i
_
\
O...financiamento de longo prazo supõe ainda, segundo
Baer
( 1993128), duascondições: a existência de
um
volume adequado
depoupança
(nesse caso rendaacumulada
e. cuj.o..poder de gasto seja deferidono tempo
e.que
poderá. viabilizar a\
alavancagem
do
financiamento de longo prazo), e que essevolume
depoupança
existente seja direcionado para o financiamento de projetos
econômicos
produtivos deprazo mais longo. i
Ja
.adécadade
60
foimarcada
pelas reformas implementadas. pelosgovemos
militares, para viabilizar
um
novo
surto de expansão econômica. Dentro das pr.ogramações..das reformas aque
teve maior destaque, foi aReforma do
SistemaFinanceiro Nacional, que obteve resultados imediatos.
Segundo
Teixeira (1985:22): (i..)“
resultados imediatos e relevantes sobretudo
do
ponto. de vista .daestrutura dos padrões~ -, . ~ . . . L
financeiras.
Enfim,
objetivou-secom
essa reformamontar
novas possibilidades definanciamentos aos setores privados e
também
públicos.Não
seja esquecidoque
esseperíodo foi para a
economia
brasileira omomento
de dar continuidade aos proietos desenvolvimentistas de Jucelino Kubitschek.Assim
sendo, as metas para os anos60
foram, basicamente, ampliar a capacidadedo
Sistema Financeiro e buscar empréstimosno
exterior, procurandotomar
possívelo
desenvolvimento «econômico nacional. ' \
Comrelação.
aReforma do
Sistema Financeiro Nacional de 1964, abordar-se-ámais especificamente
no
capítulo terceiro.-2.-2-.il.~ Santa- C-atarina<e~o-Padrão-de ~Fin~anc›iamento
Como
pode¬se verificar, foicom
a consolidaçãoda
indústria brasileiraque o
. _ . \,
padrão de financiamento desenvolveu-se na
economia
nacional.O
Govemo
Federalbuscou
articular e estimular os Estados paraque
estes tornassem-se os agentes políticos\ e
econômicos
desse padrão. . ~O
Estado. de Santa Catarina procurou inserir-seno
desenvolvimento nacional,criando as condições necessárias para participar deste processo.
Desse
maneira, `foisomente..a..partir...da década de
60 que o
govemo
do
Estado de Santa Catarinadesencadeou várias medidas,
no
intuito de aumentar sua participação na produçãonacional.
\ l
1
No
que.conceme
a economia. catarinense, haviam. váriaslacunas bloqueando a. . . , , \
alavancagem economica-produtiva
do
Estado. Ja abordou-se estes pontosno
capituloprimeiro, .masrelembrando-os, eram.basicamente dois:
o
sucateamentoda
infra-estrutura(principalmente
no
setor energético), e a falta de crédito para financiamentos de nov\osDe
acordocom
Bossle (l988:34-35), a indústria catarinense beneficiou-segrandemente
noperíodo
de 1880/1914com
as políticas geradas pela.economía
brasileira,tais
como:
tarifas protecionistas ecâmbio
favorável às importações, - permitindd a~
importaçao de. máquinas,
que
por sua vez, ajudaramna
transferência de recursosdo
comércio'importadoriparaformação'eampliação'
do
'capitalindustrialcatarinensel. -il
Desde.a..origem
da
industrialização catarinense até inícioda
década de 60,não
havia
no
Estado políticas de financiamento de longo prazoque
gerassem maiores investimentosnos
diversos setoresda
economia
catarinense.O
sistema bancário catarinense tinha, até a década de 50, cerca de treze bancoscomerciais captadores de
poupança
e emprestadores de recursosacurto prazo,.conforme
descreve Schmitz: .
(_,,). .“Banco
do
Brasil S/A,Banco
Nacional
do
Comércio
S/A,Banco
Indústria e
Comércio de
Santa Catarina S/A,Banco
de CréditoReal
ideMinas. Gerais S/A,.
Banco
Suldo
Brasil S/A,Banco
Agrícola lldercantil S/A,Banco da
Lavoura
deMinas
S/A,Banco
Nacional do
Paraná
e SantaCatarina-S/A,
Banco
Mercantil e Industrialdo
Paraná
S/A.Casa
Bancária
Germano
Stein S/A,Banco
Mercantil deSão
Paulo
S/A,Banco
do Comércio
e Indústria deSão
Paulo
S/A eBanco
Mercantil e- lndustrial de Santa¬Cazzzrzmz S/A ”(SCHM1TZ,-~~1991,~p.
125)?
› - À ÍEssas redes bancárias, ainda segundo Schmitz, realizaram
no
ano de1959
aquantia de empréstimos
no
valor deCR$
4,1 bilhões. \No
tocante. aos recursos de Santa Catarina.. estes foram, segimdo Cunha,canalizados para a indústria: il
1
Comrespeito 'a *industrialização catarinense, ver:
BOSSLE,--Qndina Pereira. História da industrialização catarinense: das origens à integração no'desenvolvin'iento brasileiro. Ed. Con¬.ernorativa: Confederação Nacional da indústria;
Federação -daslndústrias do Estado de Santa Catarina, 1.988. 155 px ~- ' `
CUNHA,
ldaulo -José.-O salto da indústria catarinense:um
exemplo para :o Brasil. `*Florianópolis: Paralelo -27, 1992. 296 p.
. Evolução econômico - industrial de Santa Catarina. Florianópolis: Fundação
Catarinense 'de cultura,:1982. 216 p. i: “ -
2`Sobre a história do Banco Indústria e Comércio de Santa Catarina S/A, ver: ' `-
SCHMITZ,
Sérgio.Osonho
acabou: o caso INCO. UFSC,.Florianópolis, .1993..TrabaIho para“através daqueles apropriados pelos comerciantes;
na
própria atividadeindustrial; transferência indiretas
das
poupançasdo
setor rural; repassesde
uma
atividade industrialpara
outra,em
casos raros; e transferências ldoexterior.sob_
forma
de capital de risco ”(C
UNHA,.1
982, p. 114).O
processo de transferência de recursos para fomentar a indústria catarine`nsedeuese, dessa' forma, diferentemente' do' processo' 'de 'acumulação
da
"indústria paulista3.Lembre-se
que.a industrialização paulista teve sua origemna
economia
cafeeira,quando
esta transferiu seus excedentes para a indústria emergente.
Há
diversos debates sobr\e oprocesso.de industrialização paulista, os quais não
cabem
aqui serem. discutidos.Dentro
desses debates encontra-se
uma
discussão levantada porW.
Dean, citado por Bodsle(.1988:32),. onde.enfatiza-se
que
foio
comércio de importação..quedeu
origem ao setor. . . . \
industrial, crescendo lado a lado
com
as empresas agro-industriais dos fazendeiros ide café.Ou
seja, a industrialização paulista estavainerentemente ligada ao setor cafeeiro.\
\ .
Esta
característica portanto, deixa Santa Catarina forado
processo dedesenv.olviinento.ii1dustrial,
comparada
àSão
Paulo etambém
ao Rio delaneiro.i
\
Santa Catarina dessa forma, principiou seu desenvolvimento industrial atrelada
principahnenteao processo. de imigração alemã..e italiana Pode-seperceber nitidamente
V .~ z , - _, . , . A
. \
este processo nas regioes
do
Valedo
Itajaicom
a instalaçaoda
industria textil, e*-naRegião.
.Oestecom
.o. .desenvolvimentodo
setor. agro-industrial. .Assim, Santa Catarina
chegou
à década de60
tendomecanismos. de
financiamento desarticulados.
`\
Foi .nogoverno de. Celso
Ramos
1961/ 1.965que
elaboraram-se as estratégias maisdefinidas para o desenvolvimento
do
Estado de Santa Catarinano
que se refere iao'Sistema"Finan'ceiro' estadual 'como“parte*do Plano
de
*Metas do'Governo
1-'PLAMEG4
1
3 BossLE;»-úpcii;--~-~ CUM!-lA;'~op~c\it.
!$!lAT`l`O-S, 'Fernando Marcondes de. “A industrialização Catarinense: análisee tendências.
Florianópeiis:~UF$C=,' 1968. 100 p. -- ~ t`
4
SCHMITZ,
Sérgio. Planejamento governamental:
uma
avaliaçãøfimpírica do Plano de` Metasdo.Governo .-..PLAMEG(1961/65). Dissertação de Mestrado
em
História. Universidade. Federalde Santa Catarina -
UFSC,
Florianópolis, 1982. . ._ . . . \ 1(baseado *naspropostas do' Seminário Sócio'-'Ec*onômic¬o5, nas'caracten'sticas econômicas
jáperceptíveis,..e procurando inserir-se
na
política de desenvolvimentoeconômico do
país).
'
_
\
Conforn1e..Passoni (l970:l21),. foram instituídos
ou
passaram ao. controledo
. . _ , . . \
governo catannense alguns organismos de credito, tals
como:
Banco
do
Estado ideSanta...Catar¡na..S/A;..Banco Regional de Desenvolvimento .tdo
Extremo
Sul; CaixaEconômica
Estadual de Santa Catarina;Fundo
de Desenvolvimentodo
Estado de¶Sa1\1taCatarina;_Companhia Catarinense de Crédito, Financiamento e Investimento S/A.
\
Estes organismos serviram para: ampliar a captação de
poupança
familiar,revertidas
em
investimentos para os setores básicos da economia; .etambém,
conceder os. . \
emprestimos de longo prazo.
Foi
este .portantoo
panorama do
padrão de financiamento catarinense atéo
inícioda década de 60. \
5 Sobre 'o 'Semi'nário¬\.fer
3.
A
Criação do Besc
e aReforma
do
Sistema Financeiro Nacional (1964- 19681i
3.1.. Criação..do.
BDE-
Breve
HistóricoO
Banco
de DesenvolvimentoEconômico
do
Estado de Santa Catarina -BDE,
foi .criado .ein 1962. durante o
Governo
CelsoRamos. Seu
objetivo era financiar aagricultura, a industna, o comercio,
o
profissional liberal, os estudantes, as obras a cargodo.Estado..e dosmunicipios, e as casas populares. Procurai1do¬se sanar,.dessa maneira, a
`\ falta de crédito existente na
economia
catarinense.“A .idéiade criação
de
um
banco de
desenvolvimentojáremota
abastantetempo.
No
período de1906
-1910 0
entãogovernador Gustavo Richard
*emsua análise. sobre Santa Catarina dizia.
que
“as causas.. principaisdo
entorpecimento das _ forças
econômicas
de Santa Catarina residiam na_ faltadei capital,
de
transporte ede
trabalho inteligentemente dirigido ”.Ou
seja,não
havia capitalpara
a
exploração das riquezas”(SCHMI
TZ, 1991,\ p.1 72).
._\
Observíe¬se.que.desde a idéia de implementação de
um
banco.de desenvolvimentoem
Santa Catarina, até que realmente fosse objetivada tal proposta, passaramlsecinqüenta .edois anos.
`\ ` \ \
O.Banco
de
D.esenvolvimeiito Econômico.do
Estado de.Santa.Catarina .-BDE
foientão legitimado pela lei n° 2.719, de
27
demaio
de 1961, eno
ano de 1969, pbs-refoimado. Sistema Financeiro, trocou sua razão social
passandoa
denominar-.seBanco
'i
do
Estado de Santa CatarinaS/A
-Z Besc, “puramente comercial”.Coube
aoPoder
Executivo organizaro
Banco
de Desenvolvimento do.Estado.de Santa. CatarinaS/A
sob. , . . . . \ .
a
forma
de sociedadeanomma
deeconomia
mista e a praticar todos os atos legaisnecessários à. sua constituição e funcionamento.
A
finalidade principaldo
Banco
foi a de fomentaro
desenvolvimentoeconômico
dQ.Estado`.,.realizando assim, operaçõesque
buscassein favoreceràcriação de riquezas,X
Conforme o
art. 5°do
Estatutodo
Banco,o
Estado de Santa Catarina deteriasempre.
omínimo.
de .cinqüenta eum
por cento(51%) do
capital socialdo
Banco,em
. .ii
ações ordinárias inalienáveis.
As
açõesque
fossem entregues à subscrição publicasenam
preferenciaseassegurariam a estas o direito ao voto, privilégiosevantagens concedidos
aos títulos
da
dívida estadual.O
capital inicialdo
Banco
constituiu-se deÔr$
300.. 000.000,00..(trezentos milhões de cruzeiros). 'O
Bancode
.Desenvolvimentodo
Estado de Santa Catarina tinhacomo
açõesimediatas atender:
no
Suldo
Estado ao aproveitamento de carvão; .no Planalto Oeste, àexpansão
da
indústria de carnes depequenos
animais eda
indústria mecânica; inoExtremo... Oeste,...definir pólos de industrialização;
no
Planalto de Canoinhas, àimplantação de indústrias de solúvel;
no
Litoralem
geral, a implantação e racionalização daindústria.pesqueira(SCH'l\/HTZ, 1991).A
escolhado
presidente era feita peloGovernador do
Estado,podendo
este aqualquer.momentonexonerá-lo de seu cargo.
No
que
diz. respeito a tal possibilidade~ . A . \
durante a gestao de Celso
Ramos
oBDE
teve na sua presidenciaum
dosmembroslda
diretoria.
da
FIESC,..o Senhor Alcides Abreu, oque
presentamente possibilitariauma
~ `
maior relaçao
do
Estadocom
os empresários catarinenses. \O....Banco... de Desenvolvimento
Econômico
de Santa...CatarinaS/A
estavaorgamzado
internamente em: Conselho Adrmmstrativo, Diretoria, Conselho Fiscal; eDepartamento
.T écnico.Sendo que
em
cadaum
desses setores havia ramificações internas-Videfigura
I.Figura
IDiretoria«do.Banco
de desenvolvimento
do
Estado de Santa Catarina
-1963
z ~ _. . f \-:. .›f . ,› _ ._z~:_:¬.--‹~ ~; ' ~ '_ «'-.-: ~ :=.‹;«¬-::'. s ' -. . -' __ __ .. .__ . _. . .¬_ . .,.__'.,., _, , ___; :_'¿:-_¡_f_z;¿;~.ššj;_____¡z§§5¡'-_¿§._,.f_' ¿_››,_.{;*, ¡«.__.-;¡___;__j'¡-'¢.__;{¿¿{'_; ¬' 'j_ ¬ g ' -¬ " ' _ _ _ ` - ¡-_ ' '_-€§__=.f-Ç-.z_,_.-É-__ _::' ;:;.._.‹.. wt ':_1>z~.~,§- _i,,_ ›.;_~l\.:;‹.›.;¿=.'Q;.;-_ £×..5‹.-;_.;_=¡ ~.-_¬›..;__~,.'c_1«ä5-rá; ea . _ _ __ ¬. _ _ - *-'_-z:..~_I:-'=¡--*_;-¿››._~~ 1] :_-_ ..› _ ._ <\~.. _... ..›. _- .,‹._.__._. .\_ _ . ~ . . - _ _.__ _ ,.~ . _. _ V. _ _ _ __ , ~_›z;¢_¿..~..z,‹____:_›››;- ._ -._-¬_- ›| _ ~;._.. _ __ _ _ - z-.-. . '._z_› ._ _~__ . ._ . n .g . _- .›‹ ‹ - r' ~'.: z-_'.›.^«_~,.-.=',- -':;.‹ }'ê\.¡_;~›.~..- ~:›z..,¿*.‹‹'-;=:.:=:z‹ __- -:.^›.-x-:_-_.‹'-› ‹:.~_¬._‹.'_-_'--._\«‹.__›,- ~¿ _, ;.‹~ _ ~-~"= -,_ _- . _ _ , _ ~ ' ;z¡~:~:‹.:;:~,_-.'___z;' -.'f.1_ ' *z';':_}f;š-f._I1'f`=:zzz5~›__¿--ê _.-zíx'.'z‹í°~“:Íf_;f;zmif<2zz SL ;- ': z .z z __ ~j"z1z1'--`›-;- -› L-I.-1.-._ z _ ___ _ .. '~_'¿›‹`*.Íí11§Y'í~::'-1"~J›'z'=--'z'¿ê,=-'_-J . -z‹- » z .~- z. it,-g¿__-.__›,';.:-z-=_^\:_._ _:~_ --.‹›--_._›_‹¡.'y_;;»-a‹_.=' _r._ jr, ‹_._ ,Y ' '._,_ :-- z..f_g¿_.__._,_-,_-_ z.,__ 'vf .W _ __¬_ -, '
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_ ~'àzf 'if-' '_ ' _,-_ A _ ~ __., «_ ¬ . zt _. . 1,- -_. .› - _,,, _›».- - ' .L ..- V- -›z. ,_ .- .« -1 z-_ 1....-_ ‹ -'~› 1 1 - V '-~.~~:›` '.~:- ›'-'¬ '« ' . ~.~. zr . -' ' _ 2?°`,*ã%Y‹"'?*'š¿š?` “ E “K 4? ”~ › ~~ . _ 1 ia z¡ :A ‹ f vn. ¬'z_‹~._._ M2 -.a /‹" 1 1. ,\ 9 .z»‹.z'l"`;¡\f' pis 94,3. \.¿›~. 9* *Ê 5111*gzšzäàašgga, ~ ¬:‹.=z~“ša..z"-_ .à_zz›í`...‹>a§z.. ‹ ~ .azš fíxÍ“‹š‹, kz-;.‹%<z‹ê¿z_gz.,‹>_ ~_a¿z¿‹rzz~_.z..z.z<;<: z. 1» V .S×›.=,, flr«*'£fiš=àa=»~ ¡__‹¡zz=_;,'!**¿*¿_¬_z›¿,«‹
*I ff NF' ›'¡.i' ` ^~ ` I . 'irá í='=-z»~ -'.'s›~.~. ^'f..‹' _ _ ,_ __- __ V _ _ _ -1--› _» _ -,.__- _ _ __ ~ _ ~‹~ _: ._ _. ._ _ ',,_-_. _ - _,-:___ _. _ ‹ ~=§~-... › _ ~ ._ --. -«_-~.- -_ %%~_~z1‹¢z¬z'.‹,«z-"‹__‹~~_z:=‹:-ê .‹=_ . - ‹ ._ .‹ f «_ ~ Y 'âzzâ _ .à‹ 3,- é . .z-- fx -_ ‹ .zz ._ -f .:*.‹*..š›â_z››, _,«~ ..i:,»;;.2›3ä51=`.\,›. ‹_ ._ .- » . _,., ›f _ .~¶.~.. z,_ _ z .__ .ar .
Í'-,:.›-‹-*"*‹,\_ Hz? §'.<=.Â`?zz›_»_âi>"5'-.M V, *rzeš ~.‹g¿~..1_‹= _..,‹,z;› = ~.4«"§.Í›“-”Jfi*"?“Ê:›`531› ^Y›13ÊÊ'_›
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Fonte: Relatório.Anual
BDE,
1963. `.
A
administraçãodo
banco deveria ser de talforma
queassegura-se presençade
representantes
com
mandatos, os quais garantissem a continuidade programática _daadministração publica,
da
industria,da
agricultura, e outros.Durantesua
existência, oBDE
instalou, até o ano de 1965,o
equivalente a_21agências bancárias, sendo que destas 19 localizavam-se
no
Estado e as demaisno
RioideJaneiro e.
São
Paulo.Demonstrando que
oBanco
começava
a inserir-seno
Siste\ma Financeiro Nacional.Dentrodesse programa
de desenvolvimento, oBDE
passou a administrarno ano
de 1963 o
FUNDESC
(Fundo
de Desenvolvimentodo
Estadode
Santa Catarina),criado.pela lei n*? .3.390, procurando repassar recursos aos diversos setores econômic_os.
No
ano de 1965 credenciou-secomo
agente financeirodo
FUNDECE
(Fundo
de
Democratizacão..do. Capital das Empresas), responsável .em. atender. às indústnias
metalúrgica, mecânica, elétrica e madeireira.
Também,
no
mesmo
ano oBanco
credenciou-se junto ao
FINAME
(Fundo
de Financiamento para Aquisição deMáquinas
‹
\
e
Equipamentos
às Indústrias). .`.
3.2.
Reformado
Sistema
FinanceiroNacional
(1964-1968)Neste item procurar-se-á mostrar o motivo pelo qual deu-se a
Refonna do
Sistema Financeirono Brasil nos anos 60. Contudo, antes de mais nada, é importante
mostrar
como
estava estruturadoo
Sistema Financeiro antesda
reforma de 64. \»”Ao..longo
da
década
de cinqüenta' até as reformas institucionaisde
1964/65,
o
setorƒinanceirono
Brasil era constituído pelaSUMOC
eBanco
do. Brasil (AutoridadeMonetária
eBanco
Comercial
executorda
políticado
governo); SistemaBancário Comercial
eBancos
deFomento (BNDE,
Banco do
Nordeste,Banco da Amazônia
eBanco
de Crédito Cooperativo);Caixas
Econômicas
Federais e Estaduais; Bolsa de valores e Corretoras;Sociedades
de
Crédito e Financiamento;Companhias
de
Seguros eCapitalização e Institutos
de
Previdência “(ZINI, 1982, p.5
7). \Como.
pode-se notar,não
existia.umBanco
Central. para controlar as. polítiças monetárias. Todaviauma
das características da formaçãodo
Sistema Financeiro nesse período.foi.a predominância dosBancos
Comerciais, os quais .foram incapazes de elevaro nível de empréstimos ao setor privado durante o processo de industrialização brasileira.
Comrespeito.
aos empréstimos de longo prazo, estesforam
segundo Ãini(idem:64), limitados às fontes oficiais
ou
externas,ou
seja, baseavam-'sefundamentalmente.. nos créditos externos de -fornecedores de agências \de
desenvolvimento intemacionais, nos
Bancos
deFomento
e nas Caixas Habitacionais.A..falta .decrédito de longo prazo por parte dos bancos comerciais e outras
instituições que não fossem de fomento era explicada nessa época pela existência
da
Leide .Usura,.decreto.2.305l, de 27/11/1933, a qual proibia que. se.pagasse juros. nomiqais
No
sentido inverso as operações bancárias encurtaram os prazos raramenteultrapassando três
meses no
início dos anos sessenta.“Os
bancos preferiram concentrar-seem
operações de curtoprazo
. girando
mais
rapidamente seus créditos poisa
taxa. de juros apresentavatendência nitidamente ascendente ”(ZINl, 1982, p. 58). \
Este fato. caracterizou-se
como
um
agravante parao
setor produtivo industrial,_ . . , . , \
'pois
no
momento
exigia-seum
,amplo acesso a creditos paratomar
possivel o fomentoda.expansão.da.indústria brasileira.
O
resultado deste contexto foi a exigênciado
setor. ~ . ~
. . . . ~ \
privado
na
readequaçao das condiçoes de financiamento para dinannzar-se a expansaodo
processo produtivo.
\
(...)Í'a.reestruturação
do
Sistema Financeiro brasileiro visou proporcionarum
novo padrão de financiamento
da
economia
mediante principalmente, maior...diversiƒicação e especialização dos intermediários financeiros, explicitados sobretudo nos novosesquemas
eformas
institucionais idecaptação interna e externa ”(
TEIXEIRA,
1985, p. 88).. l
Isto significou permitir
que
diversos agentes daeconomia
(empresas, governo efamí1ias)...se. endividassem,. isto é,
que
tivessemum
gasto superior às suas rendascorrentes (ZIN1, 1982, p. 52), o
que
levoi1,a___ busca frenética de créditosem
bancospr`ivados.de.investimentos e bancos de for\1en\to.ii
Tem
-seem
Baer
(1986:l3-17),que
a reformado
Sistema,,_Financeiro Nacionaldeu-seem.
funçãodo
processo de internacionalização financeira,.oque
gpssibilitouuma
articulação mais estreitado
Brasilcom
o Sistema Financeiro IntemacionalêšA
Reforma
do.Sistema Financeiro teve sua base
no
PlanoideAção
Econôrnicado
govemo\(PAE§),
no
regime militar, quebuscou
ampliar a relação entre Estado, capital nacional e qapitalintemacional. .
O. ponto. central.
da
reformado
Sistema Financeiro.de
acordocom.
Bier eMessenberg
(l9?:95), foi viabilizarum
novo
surto de expansãoeconômica
que *seria precedido.pela.valorizaçãodo
capital de propriedade externa aplicado.na
produção\debens de
consumo, ou
seja,promover
o crescimento interno atravésdo
endividamentofomecendo
a cada instituição financeira dentro de sua especialização, mobilizar recursos e ,prover ..os._.diferentes tipos de crédito necessários para dar o suporte financeiroindispensável ao
bom
funcionamento deum
país(GOLDENSTEIN,
1994, p. 67). \.Tem-se
.em
Tavaresuma
descrição resumida dos propósitosda
Reforma
. . \
Financeira, `~
(... ).ff0.. propósito declarado
da
reforma foicriarnovos
instrumentosde
mobilização financeira e instituições especializadas
no
provimentodos
vários tipos de crédito. Assim, caberia às_ financeiras suprir recursos
para o
consumo
de
bens duráveis, aosbancos
comerciais,o
financiamento \do capital .de giro das empresas; ea
uma
nova personagem
-o banco de
investimento- incumbiriao
atendimentoà demanda
de
recursosa
longoprazo... destinados
a
suportaro
processode acumulação de
capital ”(TA
VARES,
1982, p. 108). \Zini (.1982:27.), agruparia ainda os objetivos
da Reforma
como
sendo:a) regularização
do mercado
monetário, conferindopoder
relativode
controlejndependente às autoridades monetárias
para
evitar futurosfenômenos
de aceleração inflacionariacom
baseno
descontrole monetário;b).regulamentação
do
mercadofinanceirode
modo
a
prover as atividadesprodutivas
com
_/luxos financeiros estáveis e taxasde
juros comparáveiscom
.a .inflação(..\.); ~,
c). “aperfeiçoamento ”(no sentido de verdadeirácriação ezexpansão )
do
mercado
de
capitais privadospara
propiciara
elevaçãoda
taxa \deformação
de capitaldo
país.\
Com
.relaçãoaomercado
de capitais, a criação dos bancos .de investimentos .seriaa grande esperança para estes
aumentarem
os investimentos naeconomia
nacional. Parareforçar a atuação., dessas instituições
foram
criados inúmeros. fi1ndos..como\o
FUNDECE,
por exemplo, e concedidos diversos incentivos fiscais ao setor privado 'daeconomia.
Oreflexo
geradona economia
brasileira nos anos 70 pós-reforma, .foio crescenteendividamento externo, possibilitado, principalmente, pela maior captação de recursos ide