OST – Organização e Segurança do Trabalho
A gradação do risco de uma empresa vai do risco 1 (Pequeno risco de acidentes) ao risco 4 (risco elevado de acidentes) , como pode ser visto na Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho, NR4 (Classificação Nacional de Atividades Econômicas).
Exemplos de classificação são mostrados a seguir.
Atividade Risco
Atividades de agências de viagens e organizadores de viagem Aluguel de imóveis
Consultoria em sistemas de informática Atividades de organizações sindicais
1
Ensaios de materiais e de produtos; Análise de qualidade Manutenção de máquinas de escritório e de informática Telecomunicações
Transporte ferroviário de passageiros, urbano
2
Comércio varejista de carnes - açougues Captação, tratamento e distribuição de água Produção e distribuição de energia elétrica
Fabricação de peças e acessórios para o sistema motor
3
Fabricação de armas de fogo e munições Produção de forjados de aço
Fabricação de estruturas metálicas para edifícios Produção de laminados planos de aço
4
Podem existir nos locais de trabalho, condições que poderão ocasionar danos à saúde ou à integridade física do empregado. Estes riscos devem ser neutralizados ou eliminados por meio da utilização dos equipamentos de proteção, que podem ser de dois tipos:
Proteção Coletiva:
beneficiam a todos os empregados indistintamente. Proteção Individual:
protegem apenas a pessoa que utiliza o equipamento.
• EPC é todo dispositivo, sistema ou meio físico ou móvel de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores usuários e terceiros.
CONE DE SINALIZAÇÃO FITA DE SINALIZAÇÃO
GRADE METÁLICA DOBRÁVEL SINALIZADOR STROBO
BANQUETA ISOLANTE COBERTURA ISOLANTE
MANTA ISOLANTE
Equipamento de proteção individual – EPI
• É todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
• Só pode ser posto à venda ou utilizado se possuir o CA – Certificado de Aprovação – expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
A Seção IV, do Capítulo V da CLT, cuida do Equipamento de Proteção Individual em dois artigos.
Exigência Legal para Empresa e Empregado
A Seção IV, do Capítulo V da CLT, cuida do Equipamento de Proteção Individual em dois artigos.
"Art. 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados."
"Art. 167 - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho - CA.”
A regulamentação de segurança e medicina do trabalho em sua Norma Regulamentadora 1 - item 1.8, cita as obrigações do empregado, que incluem o dever de utilizar a proteção fornecida pela empresa.
Obrigações do Empregador
• Adquirir e fornecer gratuitamente o EPI adequado ao risco de cada atividade; • Exigir o uso dos EPI’s;
• Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; • Substituir imediatamente, quando danificados ou extraviados;
• Higienização e manutenção periódicas; • Comunicar o MTE sobre irregularidades.
Deveres do Empregado • Usar o EPI, somente para a finalidade para o qual se destina; • Responsabilizar-se pela guarda e conservação do equipamento;
• Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; • Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
Treinamento
• Todo empregado deve receber treinamentos admissional e periódicos, sendo o admissional com carga mínima de 6 horas.
1. Informações sobre as condições e meio-ambiente de trabalho; 2. Riscos inerentes à sua função;
3. Uso adequado dos EPI’s;
4. Informações sobre os EPC’s existentes na obra.
Características e Classificação dos EPI
Pode-se classificar os EPI, agrupando-os segundo a parte do corpo que devem proteger.
• Cabeça
• Olhos
• Face
• Aparelho Respiratório
• Membros Superiores (mãos e braços) • Aparelho Auditivo
• Tronco
• Pele
• Membros Inferiores (pés e pernas) • Proteção Global contra quedas
Proteção para a cabeça
CAPACETE - dispositivo básico de segurança. O casco é feito de material plástico rígido, de alta resistência à penetração e impacto. É desenhado para rebater o material em queda para o lado, evitando lesões no pescoço do trabalhador. Somente estará completo e em condições adequadas de uso se composto de:
Casco à é o capacete propriamente dito;
Carneira à armação plástica, semi-elástica, que separa o casco do couro cabeludo e tem a finalidade de absorver a energia do impacto;
Jugular à presta-se à fixação do capacete à cabeça.
Proteção para os olhos
ÓCULOS - são especificados de acordo com o tipo de risco, desde materiais sólidos perfurantes até poeiras em suspensão (aerodispersóides), passando por materiais químicos, radiação e serviços de solda ou corte a quente com maçarico. Nesse último caso, devem ser usadas lentes especiais.
Proteção para a face
ESCUDOS E MÁSCARAS - protegem os olhos e o rosto contra fagulhas incandescentes e raios ultravioleta em serviços de soldagern. As máscaras diferem dos escudos por não ocupar nenhuma mão do trabalhador. As lentes variam de acordo com a intensidade da radiação. Os protetores faciais também asseguram proteção contra projeção de partículas, mas proporcionam visão panorâmica ao usuário.
Capuz: Protege as laterais e a parte posterior da cabeça (nuca) de projeção de fagulhas, poeiras e similares. Para uso em ambientes de alta temperatura, o capuz é equipado com filtros de luz, permitindo proteção também contra queimaduras.
Proteção para o aparelho respiratório
RESPIRADORES - asseguram o funcionamento do aparelho respiratório contra gases, poeiras e vapores. Contra poeiras incômodas é usada a máscara descartável. Os respiradores podem ser semifaciais (abrangem nariz e boca) ou faciais (nariz, boca e olhos).
A especificação dos filtros depende do tipo de substância ao qual o trabalhador está exposto.
Proteção para os membros superiores
LUVAS - é o equipamento com maior diversidade de especificações. São nove tipos básicos de luvas existentes no mercado atualmente.
Elas podem ser de: • amianto (para altas temperaturas);
• raspa de couro (soldagern ou corte a quente);
• PVC sem forro (permite maior mobilidade que a versão forrada);
• borracha (serviços elétricos, divididos em cinco classes, de acordo com a voltagem); • pelica (protege as luvas de borracha contra perfurações);
Proteção para os membros superiores
Protetores de punho, mangas e mangotes: Protegem o braço, inclusive o punho, contra impactos cortantes e perfurantes, queimaduras, choque elétrico, abrasão e radiações ionizantes e não ionizantes.
Proteção para o aparelho auditivo
PROTETORES AURICULARES - protegem os ouvidos em ambientes onde o ruído está acima dos limites de tolerância, ou seja, 85dB para oito horas de exposição. Existem em dois tipos básicos:
Tipo Plug (de borracha macia, espuma, de poliuretano ou PVC), que é introduzido no canal auditivo.
Tipo Concha, que cobre todo o aparelho auditivo e protege também o sistema auxiliar de audição (ósseo).
Proteção para o tronco
AVENTAIS - protegem o tórax, o abdômen e parte dos membros inferiores do trabalhador. Os aventais podem ser de raspa de couro (para soldagem ou corte a quente) ou PVC (contra produtos químicos e derivados de petróleo).
Proteção para o pele
Luva química: Creme que protege a pele, membros superiores, contra a ação dos solventes, lubrificantes e outros produtos agressivos.
Proteção para os membros inferiores
CALÇADOS - podem ser botas ou sapatos. As botas, feitas de PVC e com solado antiderrapante, são usadas em locais úmidos, inundados ou com presença de ácidos e podem ter canos até as virilhas. Os sapatos são de uso permanente na obra. A versão com biqueira de aço protege de materiais pesados que podem cair nos pés do usuário. Em serviços de soldagem ou corte a quente são usadas perneiras de raspa de couro.
Proteção para os membros inferiores
Perneiras: Protegem a perna contra projeções de aparas,fagulhas, limalhas, etc., principalmente de materiais quentes.
Proteção global contra quedas
Cinto de segurança: Cinturões anti-quedas que protegem o homem nas atividades exercidas em locais com altura igual ou superior a 2 (dois) metros, composto de cinturão, propriamente dito, e de talabarte, extensão de corda (polietileno, nylon, aço, etc.) com que se fixa o cinturão à estrutura firme.
Guarda e Conservação do EPI Quando na troca de usuário
De um modo geral, os EPI devem ser limpos e desinfetados, cada vez em que há troca de usuário. Guarda do EPI
O empregado deve conservar o seu equipamento de proteção individual e estar conscientizado de que, com a conservação, ele estará se protegendo quando voltar a utilizar o equipamento.
Conservação do EPI
O EPI deve ser mantido sempre em bom estado de uso. Sempre que possível, a verificação e a limpeza destes equipamentos devem ser confiados a uma pessoa habilitada para esse fim. Neste caso, o próprio empregado pode se ocupar desta tarefa, desde que receba orientação para isso.