DISSERTAÇÃO DE
MESTRADO
LUIZ
HENRIQUE
COSTA
AVALIAÇÃO
DA
AssIsTÊNCIA
FARMACÊUTICA
NA
SECRETARIA MUNICIPAL
DE SAÚDE
DE
BLUMENAU
/sc
2001
FLORIANÓPOLIS
nv
AVALIAÇAO
DA
ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA
NA
SECRETARIA MUNICIPAL DE
SAÚDE DE
BLUMENAU
/SC
2001
Dissertação apresentada
ao
Curso
de
Mestrado
em
Saúde
Públicada
Coordenadoria de Pós-graduação
em
Saúde
Pública,Centro de
Ciências
da
Saúde, UniversidadeFederal
de Santa
Catarina,como
requisito parcial a obtenção
do
títulode
Mestre
em
Saúde
Pública.Orientador: Prof. Dr. Alcides
Rabelo
Coelho.FLORIANÓPOLIS
"
AVALIAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA NA
SECRETARIA
MUNICIPAL
DE SAÚDE DE
BLUMENAU
”._
AUTOR:
Luiz Henrique CostaEsTA DISSERTAÇÃO
Foi
IULGADA
ADEQUADA
PARA
A
OBTENÇÃO
DO
TITULO
DEz
MESTRE
EM
SAÚDE
PÚBLICA
~
ÁREA
DE CONCENTRAÇAO: ADMINISTRAÇÃO
E
PLANEJAMENTO
DE
SERVIÇOS
DE SAUDE
Á
Profa. Dra.Vera
'cia G.
Blank
COORDENADORA DO
CURSO
BANCA
EXANIINADORA:
/az.
`Q2Í?@i&.
gia/
zé»
Prof. Dr. Alcides Rabelo
Coelho
(Presidente)
Q
W
Profa. Dra. Célia
Machado
GervÁsioChaves
(Membro)
..¿ j)
/
Prof. Dr.
Y'
«`oDaRos
v
6
Profa. Dra. _arei1i
Roc
a Farias(Men\<)ro
Prof. Dr. Sérgio Fernando T. de Freitas
DEDICO
ESTE
TRABALHO AOS
MEUS
PAIS
BRIGIDO
VIEIRA
DA
COSTA
E
MARIA
VIDAL
COSTA
AOS
MEUS
QUERIDOS
IRMÃOS
JOÃO, JOANETE,
JOEL,
JUREMA,
PEDRO,
MARIA
JOSE,
JOSÉ
CARLOS,
HELOISA,
BRIGIDO E
MARCIA
AOS
MEUS
QUERIDOS IRMÃOS
(EMPRESTADOS)
JEFERSON
E
MÔNICA
A
MINHA
QUERIDA
E
AMADA
ESPOSA
KARLA
AOS
MEUS
QUERIDOS
E
AMADOS
FILHOS
VITOR
E LUIZA
AO
MEU
ORINTADOR
PROF. DR.
ALCIDES
RABELO
COELHO POR
SUAS
IDÉIAS,
SEU
ENTUSIASMO
E
CONFIANÇA
AOS
COMPANHEIROS
DA
SECRETARIA
MUNICPAL DE
SAÚDE
DE
BLUMENAU
PELA
AMIZADE,
CONFIANÇA
E,OPORTUNIDADE~DE
ATUAR
NO
MOVIMENTO
CONCRETO
PELO
DIREITO
A
SAUDE
DA
POPULAÇAO
AOS
CAMARADAS
E
COMPANHEIROS
DO
SINDICATO
DOS
FARMACÊUTICOS DE
SANTA CATARINA
PELO
PROFUNDO COMPROMISSO
COM
A
SAUDE
PUBLICA
AO
CAMARADA
JOÃO
AMAZONAS
(PCdoB)
PELO SEU
EXEMPLO DE DEDICAÇÃO
A
CAUSA DE
LIBERTAÇÃO
DE
NOSSO
POVO
E
CONSTRUÇÃO
DA
SOCIEDADE
SOCIALISTA.
VOCÊ
ESTARÁ
SEMPRE
ENTRE
OS
QUE
NÃO
PERDERAM
A
CAPACIDADE
DE
SONHAR
E
DE
ACREDITAR
NOS
SEUS
SONHOS
(EM
MEMÓRIA)
AO
MEU
PARTIDO,
O
PARTIDO
COMUNISTA
DO
BRASIL
(PCdoB)
POR
GRANDE
PARTE
DOS
MEUS
PRINCIPIOS E
IDEAIS
DE
SOLIDARIEDADE
E
JUSTIÇA
SOCIAL
RESUMO
... .. ixABSTRACT
... ..X
1INTRODUÇÃO
... .. 012
REVISÃO
DA
LITERATURA
... ..06
2.1
O
SISTEMA
DE
SAÚDE
NO
BRASIL
... ... ... ..06
2.2
A
ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA
-CONCEITOS
... .. 082.3
A
ORGANIZAÇÃO
DA
ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA
... .. 122.4
A
AVALIAÇÃO
... ..20
2.4.1 Indicadores selecionados
do
uso de medicamentos ... ..25
2.4.1.1 Indicadores de prescrição ... .. 25
4.4.1.2 Indicadores de assistência ao paciente ... ..
26
2.4.1.3 Indicadores sobre O serviço de saúde ... ..
26
2.5
A
ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA
E
O
SUS
... ..26
3
OBJETIVOS
... .. 324
METODOLOGIA
... .. 334.1
COLETA
E
ANÁLISE
DOS
DADOS
... .. 334.2
CÁLCULO DOS
INDICADORES
DE
PRESCRIÇÃO
E
DE
ASSISTÊNCIA
AO
PACIENTE
... ..39
5
RESULTADOS
E DISCUSSOES
... ..40
5.1
CARACTERIZAÇÃO
DO
MUNICÍPIO
DE
BLUMENAU
... ..40
5.2
CARACTERIZAÇÃO
DO
SISTEMA
DE SAÚDE DE
BLUMENAU
... .. 435.3
CARACTERIZAÇÃO DOS
SERVIÇOS
DE
ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA
DE
BLUMENAU
... _.45
5.4CARACTERIZAÇÃO DOS
INDICADORES
DE
PRESCRIÇÃO
E
DE
58ASSISTÊNCIA
AO
PACIENTE
... .. 6CONCLUSÕES
... .. 75 6.1SUGESTÕES
... ._ 78 7REFERÊNCIAS
... .. 80 sANEXOS
... _. 87V
GRÁFICO
1 -PRESENÇA
DO
FARMACÊUTICO NAS
FARMÁCIAS
DE
TRINTA
E
OITO
UNIDADES
DE
SAÚDE
/SEMUS
DO
MUNICÍPIO
DE
BLUMENAU/SC,
2001 ... ..GRÁFICO
2 -CONDIÇÕES ESTRUTURAIS
DAS
FARMÁCIAS
DE
TRn×ITA
E
OITO
UNIDADES
DE
SAÚDE/SEMUS
DO
MUNICÍPIO
DE
BLUMENAU/SC,
2001 ... ..GRÁFICO
3 -PORCENTAGEM
DE
PACIENTES,
SEGUNDO
O
SEXO,
ATENDIDOS
PELO
SUS
NOS DOZE MESES
DO
ANO NA
POLICLÍNICA
DO
MUNICÍPIO
DE
BLUMENAU/SC,2001
... ..GRÁFICO
4
-PORCENTAGEM
DE
ANTIEIÓTICOS E
INJETÁVEIS
PRESCRITOS
NOS DOZE MESES
DO ANO
NA
POLICLÍNICA
DO
MUNICÍPIO
DE
BLUMENAU/SC,2001
... ..GRÁFICO
5-NÚMERO
MÉDIO DE MEDICAMENTOS
POR
RECEITA
NOS DOZE
MESES
Do
ANO NA
POLICLÍNICA
DO
MUNICÍPIO
DE BLUMENAU/
SC, 2001 ... _.
GRÁFICO
6 -PORCENTAGEM
DE MEDICAMENTOS
PRESCRITOS
PELO
NOME
GENÉRICO
E
DE
MARCA
NOS DOZE MESES
DO ANO
NA
POLICLÍNICA
DO
MUNICÍPIO
DE
BLUMENAU/SC,
2001 ... ..GRÁFICO
7 -PORCENTAGEM
DE
MEDICAMENTOS
DISPENSADOS E
PORCENTAGEM
DE MEDICAMENTOS
PRESCRITOS
PELO
NOME
GENERICO
NOS
DOZE MESES
DO
ANO
NA
POLICLÍNICA
DO
MUNICÍPIO
DE
BLUMENAU/SC,2001
... ..GRÁFICO
S -PORCENTAGEM
DE
MEDICAMENTOS
PRESCRITOS
QUE FAZEM
PARTE
DA
LISTA
DE
MEDICAMENTOS PADRONIZADOS NOS
DOZE MESES
DO
ANO
NA
POLICLÍNICA
DO
MUNICÍPIO
DE
BLUMENAU/SC,
2001 ... ..GRÁFICO
9 -PORCENTAGEM
DE
MEDICAMENTOS
DISPENSADOS
E
NÃO
DISPENSADOS
NOS DOZE MESES
DO ANO
NA
POLICLÍNICA
DO
MUNICÍPIO
DE
BLUMENAU/SC,2001
... ..ANO
NA
POLICLINICA
DO
MUNICÍPIO
DE
BLUMENAU/SC,
2001
... ..TABELA
1 -VALORES GASTOS
NA
AQUISIÇÃO
DE MEDICAMENTOS
SEMUS/
FMS/PMB
NOS ANOS DE
2000
E
2001 ... ..TABELA2
-INDICADORES
DE
PRESCRIÇÃO
NOS DOZE MESES
DO
ANO
NA
POLICLÍNICA
DO
MUNICÍPIO
DE
BLUMENAU/SC,
2001 ... ..A
AssistênciaFarmacêutica
é
um
subsistema
do
Sistema Único
de
Saúde
(SUS), e a
politica
de medicamentos
um
de seus componentes.
A
AssistênciaFarmacêutica
tem
como
objetivos garantira
acessibilidadee uso
racionaldos
medicamentos
com
ferramentas para
se
alcançar à
universalidade,a
integralidadee a
equidade no
SU§¿¿Objetivou-se avaliar
os
Serviçosde
AssistênciaFarmacêutica
da
SecretariaMunicipal
de
Saúde
de Blumenau
analisando
dados
primáriose secundários
juntoa
Secretaria Municipal
de Saúde
e Conselho
Municipalde Saúde
e
descrever as
práticas terapêuticas
de
médicos
da
Policlínicade
Referência
de
Especialidades
desta
Secretaria.O
trabalhoabrangeu
as
prescriçõese
a
dispensação de
684
receitas
desta
Policlínica, totalizando1779 medicamentos
prescritosno
período
de
21
de
dezembro de 2000
a
20
de
dezembro de
2001
.Temos
como
resultadosque
os
usuários
do
sexo
feminino
somaram
61,40%
das
prescrições.O
número
médio de
medicamentos
prescritospor
receita foide
2,59.A
porcentagem
de
medicamentos
prescritos pela
denominação
genérica
foide 68%.
A
porcentagem
de
medicamentos
prescritos
que fazem
parteda
Listade
Medicamentos Padronizada (LMP)
foide
74,59%.
A
porcentagem
de
medicamentos
realmente
dispensados
foide 61,94%.
A
porcentagem
de
consultas
(receitas)em
que
se
prescreve
um
antibiótico foide
3,87% e
em
2,24%
há
prescriçãode
injetável.A
não dispensação
de
medicamentos
padronizados
foide
12,65%.
Investiu 5,9 reais/habitante/anoem
medicamentos
com
recursos
próprios.Concluímos
que
a
Secretaria Municipalde
Saúde de Blumenau
cumpriu
parcialmente a
Portaria3.916/MS e
alcançou
61,94% de
efetividadena
garantia
de
acessibilidadede
todos
os medicamentos
prescritose
de 87,35%
de
acessibilidade
aos
medicamentos
prescritosque
constam da
Listade
Medicamentos
Padronizados
(LMP).
Palavra-chave:
AssistênciaFarmacêutica.
Indicadoresde Uso de
Medicamentos.
Padronização
de
medicamentos.
Pharmaceutical Assistance
isa
subsystem
ofUnique
HealthSystem (UHS)
and
medicine
politics isone
of itscomponents.
Pharmaceutical Assistance
has
likeobjectives to
guarantee
access and
rationaluse
ofmedicines
like tools toachieve
universality, integrality
and
equity inUHS. The
objectiveswere
toevaluate
Pharmaceutical Assistance Services
ofBlumenau's
HealthDepartment
analyzingprimary
and secondary
datas from
Blumenau's
HealthDepartment and
Health CityCouncil
and
alsodescribes
therapeutical practicefrom
physicians of the SpecialtyReference
Polyclinicwho
works
forBlumenau's
HealthDepartment.
The
research
evaluated
prescriptionsand
patients releasing of684
prescriptions, totalizing1779
prescribed
medicines
from
December
21
of2000
toDecember
20
of2001. Reporting
the
numbers,
61.40%
of prescriptions arefrom
female
users.The
average
medicine
number
of prescriptions is 2.59.The
medicine percentage
prescribedby
generic
name
is68%.
The
prescribedmedicine percentage
that is part ofstandardized
medicine
list is74.59%.
The
percentage
ofdispensed medicine
is61.94%
(effectiveness).
The
percentage
of consultations (prescriptions) that prescribesan
antibiotic
are
3.78% and
injectable prescription is2.24%.
We
concluded
thatBlumenau's
CityDepartment
of Health partially carried» out the legislationnumber
3916/MS
(Medicine
Policy)and
achieved
61.94%
of effectiveness toguarantee
theaccess
of all the prescribedmedicine
and
87.35%
ofaccess
to prescribedmedicine
that
owns
tostandardized medicine
list.Key-words:
Public Health.PharmaceuticalAssistance.
Indicators. Medicines.no
ano 2000”.A
realidade e os dadosmostram
que estameta
não foi alcançada, pelocontrário, está muito longe de ser cumprida.
A
distância entre os cidadãos necessitadosdo
mundo
e aquelesque
acumulam
bens exagerados e desnecessáriosaumentou
significativamente.
O
Brasil, apesar de possuirum
PIB
superior a800
bilhões de dólares/ano,situa-se na 42” posição mundial, tanto
no que
se refere ao analfabetismo, quanto à expectativade vida ao nascer (Garrafa et al, 2000).
A
prevenção e o tratamento de doençasdemandam
infia›estrutura, educaçãoapropriada e prioridade nas questões relacionadas
com
o saneamento básico, abastecimento deágua, nutrição adequada, condições de trabalho, entre outras.
De
forma complementar osmedicamentos
e as vacinastêm
potencial de conferirgrandes beneficios à população. Portanto, a saúde é
um
dos indicadores de desenvolvimentode
uma
Nação
e o acesso aosmedicamentos
é consideradoum
indicador da qualidade dosserviços
em
saúde (Marin, 1999).Os
medicamentos têm
um
papel importante na melhoria dos níveis de saúde dapopulação,
como
tem
demonstrado a introdução denovos
fármacos, aexemplo
dosantibióticos, psicotrópicos e drogas cardiovasculares, especialmente os anti-hipertensivos.
No
entanto, osmedicamentos
adquiriramum
caráter essenciahnente de mercadoriae a pesquisa farmacêutica passou a ser
uma
atividade industrialmarcadamente
dirigida para olucro e a
hegemonia
de mercado,ficando
a saúdecomo
um
aspecto secundário (Coelho, 1980).Nas
sociedades capitalistascomo
~a nossa Letêvre (1991) sugere que a saúde ésujeita a
um
processo de reificação, que se traduz poruma
hipertrofia de sua dimensãoorgânica, sendo o
medicamento
um
dos agentes desta reificação.Mas
omedicamento
não éessenciahnente reificador; ele ftmciona neste sistema
como
agente deum
processo social ehistórico de reificação
da
saúde (Lefêvre, 1991).O
medicamento,como
produtoda
ciência, representatambém
um
avançoconstante
do
homem
no
controle das agressões exógenas e endógenas ao organismo,que
afetam o seu equilíbrio.
É
necessário porém, separar as agressões nãohumanas
e nãovoluntárias das agressões geradas pela ação
do
própriohomem
frente a simesmo
e aos outroshomens
e frente à natureza (Lelêvre, 199la).Como
produto tecnológico omedicamento
épatente a necessidade de separar estas duas faces
do
medicamento, sobpena
de se estarconfundindo prevenção, cura
ou
alívio de situações mórbidascom
ocultamento de fatorescausadores de doenças derivadas pela ação
do
homem
(Lefëvre, 199la).O
uso irracional dosmedicamentos
éum
dos grandes problemasda
saúde públicano
Brasil.Segundo
o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Fannacológicas, desde 1996 osmedicamentos
situam-se entre os três principais agentes causadores de intoxicaçõesno
País.
Em
1999 foram
responsáveis por28,3%
dos casos registrados de acordocom
o órgão(OPAS,
2001).Nos
EstadosUnidos
7%
dos pacientes ambulatoriais e22%
de pacientesmedicados
em
casa são acometidos de reações adversasem
virtude de interaçõesmedicamentosas. Já o Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina (CIT/SC)
apurou
que
osmedicamentos
foram a segunda causa de intoxicaçõesem
2001no
Estado, sóficando
abaixo dos animais peçonhentos (CIT/SC, 2001).O
distanciamento entre o entendimentodo medicamento
como
recurso terapêuticoou
bem
demercado
tem
levado o setor farmacêutico aum
conflito constante: se atendeuma
necessidade sanitária real
ou
se assegura a constante expansãodo mercado
(LaporteJR
&
Tognoni
G, 1993).Os
estudos de utilização demedicamentos
permitirarn traçarum
panorama
queapontam
para distorçõescomuns
na
maioria dos países,ou
seja, abundância de produtosdesnecessários
ou
com
potencial tóxico inaceitável; prescrições irracionais; automedicação(quimização); etc. Estes desvios ocorrem,
em
última instância,do
caráter lucrativoda
atividade industrial
na
produção demedicamentos
e afetam as condutas nas áreas de ensino,prescrição e
consumo
(Rozenfeld, 1989).Além
do
seu uso irracional,o
acesso aos medicamentos passou a serum
dosgrandes problemas das populações mundiais, principahnente dos países capitalistas
periféricos. Estima-se
que
dois bilhões de pessoas não sebeneficiam do
uso de medicamentosconsiderados essenciais.
A
produção demedicamentos
concentra-se nos paises ricos.As
empresas farmacêuticas de países
como
os Estados Unidos, França, Suiça, Japão,Alemanha
eItália
dominam
aproximadamente80%
do
mercado
mundial.Um
terço da populaçãomundial, notadamente dos paises pobres, não
têm
acesso aos medicamentos essenciais,enquanto as populações dos países ricos
consomem
cerca de80%
dos medicamentosproduzidos
no
mundo
(Linares&
Caro, 2001).O
custo dos medicamentostem
despertado grande preocupação para a organizaçãouma
indústria basicamente de transformação. Isto caracterizauma
grande dependênciatecnológica
em
relação às empresas multinacionais.A
definição e a inserção da política nacional de assistência farmacêuticano
âmbitoda
política nacional de saúde éum
elemento fundamental para a efetiva implementação deações capazes de
promover
a melhoria das condiçõesda
assistência à saúde da população.A
provisão de
medicamentos no
setor público é condição indispensávelno
conjunto das açõesde saúde.
A
Assistência Farmacêuticatem
sido descritacomo
um
sistema inseridono
Sistemade
Saúde
econfigurada
pela interação de vários subsistemas, que incluem ações relacionadasà seleção, programação, aquisição,
armazenagem,
distribuição, controle de qualidade e utilização dosmedicamentos
(Bermudez, 1997).A
disponibilidade de medicamentos nos serviços públicos de saúdeaumenta
acredibilidade
da
população aos serviços prestados, fortalecendo sua resolutividade ediminuindo os retornos e a procura por serviços de saúde, o
que
acaba por desonerar os custosda
assistência.Os
medicamentos
como
um
instrumento de suporte às ações depromoção,
proteção e recuperação
da
saúde é, nostempos
atuais,uma
das áreas críticasda
atenção àsaúde e, a falta de remédios essenciais
compromete
aimagem
do
sistema público, onerandoainda mais o sistema
com
intemações desnecessárias,no
caso de infecções respiratóriasagudas, diabetes, hipertensão arterial
ou
distúrbios mentais(Bermudez
&
Bonfim,
1999).A
Assistência Farmacêutica éum
elemento essencial no desenvolvimento dosserviços de saúde, sendo os medicamentos considerados
um
insumo básicodo
atendimento aos pacientes.A
situaçãode
precariedade na organização dos serviços de AssistênciaFarmacêutica é
um
dos fatores que contribuemcom
o quadro de dificuldades vivido pelosistema público de saúde. Esta situação leva à prestação de serviços de saúde de qualidade
questionável,
podendo
acarretar sérios prejuízos aos usuários, dentre os quais a restriçãono
acesso e o uso irracional
dos
medicamentos.Na
prática, a restrição ao acesso aosmedicamentos
considerados essenciais éum
grave problema social,
que
contribui para que milhões de brasileirospadeçam ou
subsistamcom
sérios agravos à sua saúde. '`
A
legislação brasileira estabelece a garantia à Lmiversalidadedo
acesso, a eqüidadena prestação de serviços, a integralidade das ações e o controle social
como
princípiosda
atençao à saúde
da
populaçao brasileira.e
um
deverdo
Estado, que deve ser garantido mediante políticas sociais e econôrnicasque
visem à redução dos riscos de doenças e outros agravos e, ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para a
promoção,
proteção e recuperação” (Brasil, 1988).A
Lei 8.080,denominada
Lei Orgânicada
Saúde (LOAS),
em
seu artigo terceiro,afirma
que:“A
saúdetem
.como fatores determinantes e condicionantes, dentre outros, aalimentação, a moradia, o saneamento básico, o
meio
ambiente,o
trabalho, a renda, aeducação, 0 transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais”.
Em
seu artigo sextoa referida lei estabelece
no
âmbitodo
SUS
a execução de ações de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica e a fonnulação da política de medicamentos, equipamentos,imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação
na
sua produção.A
mesma
lei,em
seu artigo dezoito,define
a competência municipal de executar a políticade
insumos e equipamentos para a saúde (Brasil, 1990).
A
Assistência Farmacêutica deve estar, portanto, alicerçada nosmesmos
princípiosque
fundamenta 0 SistemaÚnico
de Saúde, incorporando os conceitos de universalidade,descentralização, equidade e hierarquização
do
atendimento.Segundo
Hartz et al (2000) a descentralização éum
meio
essencial paraimplementar os cuidados primários de saúde, adaptados às necessidades das coletividades.
A
Política Nacional de Medicamentos, instituída através de Portaria MinisterialN°
3.916, de
30
de outubro de 1998, estabelececomo
responsabilidadesdo
âmbito municipal agarantia
do
suprimento dosmedicamentos
destinados à atenção básica, apromoção do
usoracional
de medicamentos
e aadequada
dispensação dos medicamentos, entre outrasimportantes atribuições (Brasil, l998a).
O
Sistema Único deSaúde
é a aplicação deuma
proposta de organização setorialque
podemos
considerar recente eem
fase de descentralização. Já a Assistência Farmacêuticapode
ser classificadacomo
um
subsistemado
SUS
e, neste sentido, necessitando serdesenvolvida e avaliada
em
seus variados aspectos.Em
uma
situaçãoeconômica
geradora degraves desigualdades sociais
que
produzem
um
fosso profundo entre nações ricas e pobres,estas últimas se obrigam a racionalizar a' aplicação dos recursos disponíveis,
bem como
classificar e hierarquizar suas necessidades.As
decisões relacionadas aosmedicamentos
devem
fundamentar-seem
um
contexto social e ético, e
na
buscado
máximo
rendimento destes recursos,sem
prejuízoda
tecnologia e qualidade dos serviços de saúde
(OPAS,
1990).Sendo
a Assistênciasaúde prestados à população, justifica-se que seja abordada
com
mais profundidade,destacando principalmente as seguintes premissas:
0 a necessidade
do
uso racional dos medicamentosem
um
paíscom
escassosrecursos para o setor;
0
o
desenvolvimento de indicadoresque
possibilitem a avaliação de acesso e usodos medicamentos;
Neste sentido
procuramos
responder se os serviços de saúde oferecidos pelaSecretaria Municipal de
Saúde
deBlumenau
(SC) possibilitam a população o direito ao acessoe ao uso racional dos medicamentos, atendendo os preceitos
do
SistemaÚnico
de Saúde, maisespecificamente os determinados pela Portaria
3.916/MS
e resoluções das ConferênciasMunicipais de Saúde.
Considerando
que
a garantiado
acesso e ao uso racional demedicamentos
influenciam
na
efetividade dos sistemas de saúde, a Organização Mundialda Saúde
desenvolveu
uma
metodologia atravésda
aplicação dos Indicadores Selecionadosdo
Uso
deMedicamentos,
que permitem
quantificar aspectos específicosdo comportamento
dosprestadores de assistência sanitária, inclusive quanto ao acesso e o uso racional dos
medicamentos
(OMS,
1993).Neste trabalho a aplicação destes indicadores
tem
como
objetivo contribuircom
aavaliação dos serviços de Assistência Farmacêutica prestada pela Secretaria Municipal de
Saúde
deBlumenau,
em
uma
perspectiva de planejamento e de organização dos serviços desaúde.
Organizamos
este estudo através de urna seqüência na qualem
primeiro lugarrevisamos a literatura relacionada à Assistência Farmacêutica e ao Sistema Único de Saúde.
Após
deixamos
claro os objetivosdo
trabalho e os procedimentos metodológicos para entãoapresentarmos os resultados e as conclusões
do
trabalho, deixando nossas sugestões aoA
garantiado
acesso aos medicamentos,bem como
seu uso racional, éum
grandedesafio para o Sistema
Único
deSaúde
(SUS),em
um
país que apresenta grandesdesigualdades sociais:
32
milhões de miseráveis; 12 milhões de desempregados;50%
da
população
com
déficit alimentar, enquanto os10%
mais ricos se apropriam deaproximadamente
51%
da
riqueza.O
que
se observa, portanto, éuma
grande iniqüidadeeconômica
e social, agravada ainda poruma
grande iniqüidade na distribuição das ações e serviços de saúde, fazendocom
que os problemasdo
setor sejam resultado das desigualdadesgerais (Carvalho, 1998).
O
modelo
de sistema de saúde quevem
sendo implementado levou amudanças
importantes.
Gerou
avanços, principalmenteem
relação à conformação deuma
estruturapública de prestação de serviços, notadamente ao nível municipal,
com
a descentralizaçãoda
administração
dos
serviços.Porém, o modelo
de organização dos serviços de saúde no Brasil levou aum
sistema de saúde plural e segmentado,
composto
por três sistemas:o
sistema público,representado pelo
SUS;
o sistema privado de atençãomédica
supletiva; o sistema privado demedicina liberal.
As
relações desenvolvidasno
conjunto destes sistemas geraramum
sistemaperverso, ineficaz e ineficiente (Mendes, 1999). ›
A
realizaçãoda
11” Conferência Nacional de Saúde,em
dezembro
de 2000, é partedo
processode
construçãodo SUS,
quereafirmou
a disposição daNação
em
defesa deuma
sociedade solidária e de
uma
maior intervençãodo
Estado nas políticas sociais, buscandoavançar
em
sua implementação (Brasil, 2000).A
construçãodo
SUS
tem no
controle socialum
elemento essencial para acontinuidade deste
modelo
e a descentralizaçãotem
sidoum
dos processos maisbem
sucedidos, com;.«a institucionalização
do
espaço decisório participativo e por possibilitarum
campo
maior de implementação dos serviços nas esferas de' estados e municípios, apesar delimitada distribuição de poder e das dificuldades financeiras e institucionais
do
governo,que
tem
prejudicado de forma importante a continuidade deste processo (Almeida, 1999).A
implementaçãodo
SUS
percorreum
tortuoso caminho, extremamentedesfavorável,
marcado
pela escassez de recursos financeiros e pelo imperativoda
É
importante destacar que a racionalidadeeconômica
em
questão nãotem
osentido da ampliação
do
acesso aos serviços de saúde,mas
busca o cumprimento de metaseconômicas a serviço
do
sistema financeiro, existindouma
clara dissociação entre osinteresses
econômicos
e os interessesda
saúde coletiva,com
predomínio dos primeiros (Marín, 2001).A
grande contradição entre omodelo econômico
brasileiro e a proposta deconstrução
do
SUS
refletiu-se, nesses dez anos,na
dificuldade de garantia de fonnas estáveise
em
montantes suficientes para o financiamentodo
Sistema Público de Saúde.Um
constanteatrito se
deu
com
a expansão deum
sistema privado direcionado pela lógica excludente demercado, coerente
com
omodelo
de desenvolvimentohegemônico no
Brasil (Brasil, 2000).Vivemos
uma
criseprofimda
com
elevados índices de exclusão social.Uma
clara tendênciaem
direçAão à seleção de clientela e à quebrada
universalidade dos sistemas de saúdena
maioria dos países
da América do
Sul(Bermudez
&
Bonfim,
1999).A
propostado
SUS
pretende levar o país deum
regime previdencialista paraum
regime universalista, através de
uma
nova
filosofia de organização dos serviços,com
a buscada
garantiada
universalidade, equidade, integralidade, hierarquização, regionalização, descentralização, resolutividade e participaçãoda
comunidade.A
aprovaçãoda
convocaçãoda
I Conferência Nacional deMedicamentos
eAssistência Farmacêutica, durante a 11” Conferência Nacional de Saúde, foi o resultado de
muitos anos de trabalho de
um
conjunto de entidades que pautaram esta questãocomo
prioritária
em
sua atuação.Seu
significadotem
comparação
histórica ao evento nacionalrealizado
em
1988,denominado
I Encontro Nacional de Assistência Fannacêutica e Politicade
Medicamentos
que, sob a coordenaçãoda
CEME,
reuniuem
Brasília profissionais desaúde, estudantes, políticos, empresários, professores, técnicos e representantes
da
sociedadecivil organizada.
Neste encontro foi destacada a questão
da
nacionalizaçãoda
indústriafarmacêutica,
do
não reconhecimento de patentes farmacêuticas,da
necessidade de maioresinvestimentos
em
pesquisa,da
ampliaçãoda
rede e laboratórios públicos e AssistênciaFarmacêutica governamental e a plena inserção
da
Assistência Farmacêuticano
âmbitodo
Sistema
Único
de Saúde.A
definiçãodo
conceito de Assistência Farmacêutica passou a ser elementoimportante para que os profissionais envolvidos adotassem novas condutas
em
suas práticassendo apresentadas e, muitas das vezes, dissociada dos princípios norteadores
do
SUS.
Com
este objetivo estamos revisando e adotandoum
conceito para subsidiar aavaliação dos resultados alcançados neste trabalho.
2.2
A
ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA
-CONCEITOS
Tradicionalmente os profissionais médicos
vêm
se responsabilizando pelotratamento farmacológico de seus pacientes.
A
evolução dos sistemasde
saúdeno
País, aevolução dos conhecimentos farmacêuticos e a base de conhecimentos
complexos
necessáriospara
o
diagnóstico e definição deum
esquema
terapêutico adequadotêm
apontado para aatuação de
uma
equipe multiprofissional.Neste aspecto
o
profissional escolhido para exercer o papel central nesta tarefa éo
farmacêutico.
Mas
um
novo
farmacêutico,que
desempenhe
ativamente o manejodo
tratamento farmacológico
do
paciente.A
Organização Mundialda Saúde
definiu AtençãoFarmacêutica
como
sendoum
conceito de prática profissional,em
que o paciente é o principalbeneficiário das ações
do
farmacêutico. Consideratambém
um
conjunto de atitudes, decomportamentos, compromissos, inquietudes, valores éticos, conhecimentos,
responsabilidades e destrezas deste profissional
na
prestaçãoda
farmacoterapia, tendocomo
objetivo alcançar resultados terapêuticos definidos
na
saúde e qualidade de vida para ocidadão
(OMS,
1993).Entendemos
ser importante situarmos a atividadedo
profissional farmacêuticoquanto a sua função direta
na
atenção à saúdedo
cidadão,mas
reiteramos que este trabalhovisa, sobretudo,
uma
avaliaçãoda
Assistência Farmacêutica ao nível municipal, entendendoesta
como
um
subsistemado
Sistema Único de Saúde, incorporandoum
conjunto de aspectosrelacionados à estrutura, processo e resultados. Entendemos, portanto, que a Atenção
Farmacêutica está incorporada
num
conceito mais amplo, que é o da Assistência FarmacêuticaVários entendimentos
em
tomo
da
definiçãodo
que venha a ser a AssistênciaFarmacêutica se difundiram nestes últimos anos. Visões que estão inseridas
em
contextosdeterminados e
em
realidades diversas.No
âmbitodo
SUS
a garantiado
acesso e ao uso racional dosmedicamentos
vem
sendo associada ao desenvolvimento de
um
conjunto de ações executadas pelo farmacêutico epor outros profissionais de saúde. Estas ações, que se destinam à promoção, proteção e à
Assistência Farmacêutica.
Nesta direção consideramos
que
o conceito construído pela Federação Nacionaldos Farmacêuticos
(FENAFAR)
e estruturado através de seus Fóruns, passa a serum
importante
marco
teórico para o estudo da realidade brasileira.Permeado
de grandepreocupação
em
reafirmar a Assistência Farmacêutica enquanto direitoda
população e deverdo
Estado, definida e desenvolvidano
âmbitodo
SUS, tem
grande importância para a análisee aperfeiçoamento
do
sistemade
saúdeno
Brasil.Esta federação profissional conceitua a Assistência Farmacêutica
como:
Um
conjuntode
ações centradasno medicamento
e executadasno
âmbitodo
Sistema Único de Saúde, visando a
promoção,
proteção e recuperaçãoda
saúdeda
população
em
seus aspectos individuais e coletivos. Estas ações, necessariamentebaseadas
no
método
epidemiológico, deverão envolver: informação, seleção,padronização, prescrição, programação, aquisição, armazenamento, distribuição,
dispensação, produção, controle de qualidade, educação
em
saúde, vigilânciafarmacológica e sanitária, pesquisa e desenvolvimento de medicamentos,
imunoterápicos e hemoderivados
(FENAF
AR,
1996).Uma
outra conceituaçãovem
polarizando as discussões a respeitodo
tema, etem
servido de referência para
um
conjunto de entidades e pesquisadores. Trata-seda
elaboraçãodos autores, Hepler e Strand (1990),
que
desenvolvem a seguinte nomenclatura:Cuidado
Farmacêutico (Pharmaceutical Care),
ou
ainda, Atenção Farmacêutica:Provisão responsável
da
terapia demedicamentos
com
o propósito de alcançarresultados que
melhorem
a qualidade de vidado
paciente. Estes resultados são: l)cura
da
enfermidade; 2) eliminarou
reduzir a sintomatologia deum
paciente; 3)deter
ou
retardar o processode
uma
enfermidade; 4) preveniruma
enfermidadeou
sintomatologia.
Cuidado
Farmacêutico envolve o processo atravésdo
qualum
farmacêutico coopera
com
um
paciente e outros profissionais a definir e,implementar
ou
monitorarum
plano terapêutico que produziráum
resultadoterapêutico para o paciente (Hepler
&
Strand, 1990).Esta conceituação deixa clara a delimitação e desenvolvimento
do
conceito,relacionado principalmente
com
a atuaçãodo
profissional farmacêutico junto à equipe desaúde,
na
execuçãoda
famiacoterapia.Não
havendo,no
entanto, a preocupaçãocom
agarantia
do
acesso aosmedicamentos
e o papeldo
Estado, circunscrevendo-se a definiçãoapresenta
uma
proposição engajada, preocupadacom
a defesa deum
serviçono
âmbitodo
setor público e tendo a epidemiologiacomo
urna de suas ferramentas básicas.A
Assistência Fannacêutica deve ser interpretadacomo
uma
política de governo,compreendendo
as fases de pesquisa até a de utilização dos medicamentos.A
AtençãoFarmacêutica relaciona a atividade
do
profissional farmacêutico e os demais profissionais desaúde envolvidos
na
assistência.É
neste sentidoque
o conceito de Assistência Farmacêuticade Hepleri
&
Strand, se diferenciado
conceito de Assistência Farmacêutica elaborado pelaFENAFAR
bem
como,
complementam-se.A
OMS
surgecom
ofim
da
segunda guerra mundial,quando
é instituídoo
sistemade segurança coletiva sob responsabilidade
da
ONU
(Soares, 2000). Esta entidade logotransfonnou a Assistência Farmacêutica
em
um
assunto de importância global,caracterizando-a enquanto
um
profundo problema social, principahnente para os paísesdo
hemisfério sul (periféricos), de econornia débil e
com
graves distorções sociais.A OMS
construiuum
conjunto de tratados, resultado de inúmeros processos de discussões efinanciamentos de pesquisas que visavam a busca de altemativas,
no
sentido de garantir oacesso aos
medicamentos
essenciais e a racionalidadedo
seu uso.Um
outro conceito parte deste organismo intemacional,que tem
dedicado muitode seu trabalho aos estudos e à formulação de políticas de medicamentos.
A
Organização Pan-americana de
Saúde
(OPAS)
que é oComitê
Regionalda
OMS
definiu, através de seuGrupo
Técnico, a Assistência Farmacêutica
como:
Grupo
de prestação relacionadocom
o medicamento, destinado a apoiar as açõesde saúde
que
demandam
da
comunidade, atravésde
urna atenção farmacêuticaque
permita a entrega rápida e oportuna dosmedicamentos
aos pacienteshospitalizados
ou
ambulatoriaiscom
critérios de qualidadeda
farmacoterapia.São
partes integrantes dos serviços e programas de saúde e representam
um
processoque
englobao
abastecimento demedicamentos
em
toda e cadauma
das suasetapas constitutivas, a conservação e controle de qualidade, segurança e eficácia
terapêutica
dos
medicamentos, oacompanhamento
e avaliaçãoda
utilização, aobtenção e divulgação de informações sobre
medicamentos
e a educaçãopermanente dos demais
membros
da
equipe de saúde,do
paciente eda
comunidade
para assegurar o uso racional demedicamentos
(OPAS,
1990).Este conceito, por sua preocupação
com
o
acesso e a racionalidadedo
uso dosmedicamentos, traduz
em
grande parte as preocupações acercada
realidade brasileira.direito
da
população brasileira aos medicamentos, qualidade na atenção farmacêutica e ainserção
da
Assistência Farmacêuticano
SistemaÚnico
de Saúde.Contempla
as ações desaúde propostas por Hepler
&
Strand (1990) relativo à atenção farmacêutica.Já o Ministério
da
Saúde,quando da
publicação da Portaria 3.916, de30
deoutubro, adotou 0 seguinte conceito:
Grupo
de atividades relacionadascom
0 medicamento, destinadas a apoiar asações de saúde
demandadas
deuma
comunidade.Envolve o abastecimento demedicamentos
em
todas eem
cadauma
de suas etapas constitutivas, aconservação e controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica dos
medicamentos,
o acompanhamento
e a avaliaçãoda
utilização, a obtenção e adifusão de infonnação sobre
medicamentos
e a educação permanente dosprofissionais de saúde,
do
paciente eda comunidade
para assegurar o uso racionalde
medicamentos
(Brasil, 1998).Esta conceituação corrobora
com
os conceitos anteriormente descritos,principalmente o
da
OPAS,
1990.Vivemos
um
dos períodos mais intensos de debates, articulações e,em
certamedida, de avanços
em
tomo
da
definição deuma
política de Assistência Farmacêuticano
Brasil.
O
processo atual de debatestem
uma
clara definição ao propor e trazer osmedicamentos
para 0 centro
da
atividade dos profissionais farmacêuticos, além apresentar a necessidade dedefmir
uma
política demedicamentos
e a organização dos serviços de Assistência Farmacêuticajunto ao sistema de saúde
do
País.F
No
Brasil, a década de noventa foi palco deum
conjunto de congressos,seminários nacionais e internacionais e pesquisas acadêmicas, que
demandaram
a necessidadede avançar
na
definiçãodo
conceito de Assistência Fannacêutica e de Atenção Famracêutica.Em
2001,na
cidade de Fortaleza(CE)
aOPAS
promoveu
a oficina de trabalhoAtenção
Farmacêuticano
Brasil: “Trilhando Carninhos”,em
conjuntocom
o Ministérioda
Saúde, a Secretaria Estadual de
Saúde do
Ceará, o Conselho Federal de Farmácia, a SociedadeBrasileira de Farmácia Hospitalar, a Federação Nacional dos Farmacêuticos e a
Rede
Unida.Esta oficina de trabalho objetivou a busca de consensos
em
tomo
da definição dos conceitosde Assistência Farmacêutica e Atenção Farmacêutica.
Os
debateschegaram
a pré-consensos,com
a seguinte definiçãodo
conceito deTrata-se de
um
conjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico e outrosprofissionais de saúde voltadas à
promoção,
proteção e recuperação da saúdetanto
no
nível individual quanto coletivo, tendo omedicamento
como
insumoessencial e visando o acesso e o seu uso racional. Envolve a pesquisa,
o
desenvolvimento e produção de
medicamentos
e insumos,bem
como
suaseleção, produção, aquisição, distribuição, dispensação, garantia
da
qualidadedos produtos e serviços,
acompanhamento
e avaliação de sua utilizaçãona
perspectiva
da
obtenção de resultados concretos eda
melhoriada
qualidade devida da população.
(OPAS,
2001).Trata-se de
um
conceito amplo, que contempla desde a questãoda
produção àobtenção de resultados concretos até a utilização dos medicamentos, entendendo a Assistência
Farmacêutica
como
resultadodo
trabalho deuma
equipe multiprofissional, concebidano
âmbito
da
atenção integral à saúde,com
ênfasena
promoção da
saúde e sendo o famiacêuticoseu principal ator. -
Este conceito, e por conseqüência as atividades de Assistência Farmacêutica e de
Atenção
Farmacêutica, deve estar alicerçado nosmesmos
princípios quefundamentam
oSUS,
~
incorporando os conceitos de universalidade, descentralizaçao, eqüidade e hierarquização
do
atendimento.
Sendo
omedicamento
um
bem
necessário à completa recuperaçãoda
saúde, nãopode
estar desvinculado dos princípios assinalados.O
conceito adotado,fiuto
de consensos, ressalta a questãodo
acesso e uso racionaldos medicamentos, o
que
corroboracom
a proposta de descrever e avaliar a organização dosserviços prestados pela Secretaria de
Saúde
deBlumenau
e a efetividade dos serviços deAssistência Farmacêutica '
desenvolvidos junto à Policlínica
da
mesma
Secretaria paraverificar a efetividade destes serviços.
Para
uma
avaliação destes serviçosvamos
procurar descrever sua organização eprincipais aspectos pertinentes aos objetivos desta avaliação.
2.3
A
ORGANIZAÇÃO
DA
ASSI
STÊNCIA
FARMACÊUTICA
Destacamos
as principais responsabilidadesdo
gestor municipalno
âmbitodo
SUS,
apresentadas pela Secretaria de Políticas deSaúde do
Ministério daSaúde
através daportaria n° 3.916 (Brasil, 1998), aprovadas pela
Comissão
Intergestores e pelo ConselhoNacional de
Saúde
edenominada
de Politica Nacional de Medicamentos. Esta políticatem
opropósito de garantir segurança, eficácia e qualidade desses produtos,
bem como
promover
oDe
acordocom
esta portaria os municípios deverão cumprir as seguintes atribuições:1.
promover
o uso racional demedicamentos
junto à população, aos prescritores eaos dispensadores;
2. assegurar a dispensação
adequada
dos medicamentos;3. definir a relação municipal de medicamentos padronizados,
com
base naRENAME,
a partir das necessidades decorrentesdo
perfil nosológicoda
população;
4. assegurar o suprimento dos
medicamentos
destinados à atenção básica à saúdeda
sua população, integrando suaprogramação
ado
Estado, visando garantiroabastecimento de
fomia
permanente e oportuna;5. adquirir,
além
dos produtos destinados à atenção básica, outros medicamentosessenciais
que
estejam definidosno
Plano Municipal deSaúde
como
responsabilidade concorrente
do
município;6. utilizar, prioritariamente, a capacidade dos laboratórios oficiais para
o
suprimento das necessidades de
medicamentos do
município;7. investir
na
intra-estrutura de centrais farmacêuticas e das farmácias dosserviços de saúde, visando assegurar a qualidade dos medicamentos;
8. receber, armazenar e distribuir adequadamente os
medicamentos
sob sua guarda.A
Política Nacional deMedicamentos
visa garantir a disponibilidade, o acesso e o uso racional demedicamentos
para todos os setoresda
população, de acordocom
o perfilepidemiológico
da
região.A
Assistência Farmacêutica éum
subsistemado
sistema de saúde, organizado eestruturado nos diversos níveis de atenção à saúde, tendo
como
objetivo contribuir paraelevar o nível de saúde e qualidade de vida dos indivíduos e da comunidade, integrando ações
de saúde relativas à
promoção,
prevenção, recuperaçãodo
paciente eda
comunidade.Em
1989
a Organização Pan-americana deSaúde
realizouuma
oficina sanitáriadenominada
“Desenvolvimento e Fortalecimento dos Sistemas Locais deSaúde (SILOS)
e osMedicamentos
Essenciais”. Ocorreuem
Quito, Equador, e resultouem
um
importantedocumento que
aborda questões relacionadas à reorganização dos sistemas de saúde; as políticas de medicamentos; a distribuição demedicamentos
nos sistema locais de saúde; aprofissional farmacêutico nos
SILOS
e a investigação dos serviços farmacêuticos nosSILOS,
dentre outros
(OPAS,
1990). Estedocumento
reforça a avaliação de que os medicamentos sãoum
doscomponentes
críticos da atenção à saúde, sendo necessário determinar sua situação atualno
contexto dos serviços de saúde, identificar as deficiências e problemas maisimportantes, assim
como
analisar alternativas, estratégias e ações possíveis de aplicarem
função
da
modalidade organizativa e administrativa dos serviços de saúde, incluindo os níveisnormativos e operativos
(OPAS,
1990).No
sentido de cumprir suas finalidades os Serviços de Assistência Farmacêuticadeverão possuir recursos materiais e
humanos
necessários para atender a seguinte estrutura eorganização: seleção de
medicamentos
essenciais,programação,
aquisição, armazenamento,distribuição, prescrição, dispensação,
promoção
do
uso racional e avaliação.Por seu caráter sistêmico e multiprofissional, a Assistência Fannacêutica não se restringe a atividades de abastecimento.
Sua
organização implicaem
promover
a necessáriaarticulação dos vários procedimentos e etapas, visando assegurar a oferta de
medicamentos
em
qualquer nível de atenção à saúde (Dupim, 1999).As
descriçõesque seguem
estão referenciadas na legislação sanitária brasileira,no
documento da
OPAS
supracitado; na publicaçãodo
Ministérioda
Saúde intitulado“Assistência Farmacêutica, instruções e técnicas para sua organização (Brasil, 200l)”;
em
pesquisa de Nascimento (2000);
em
trabalho deDupim
&
Righi (1997) e demais autorescitados.
Para
promover
a utilização racional dosmedicamentos
na atenção à saúde,toma-
se necessária a organização dos Serviços de
Saúde
com uma
estrutura capaz de realizar osseguintes procedimentos:
0 seleção
de medicamentos:
segundo aOMS
medicamentos essenciais sãoaqueles
que
satisfazem a necessidade dos cuidados de saúdeda
maioriada
população. Estesdevem
estar disponiveis otempo
todoem
quantidades adequadas eem
formas apropriadas dedosagem.
A
definição das drogas está associada aum
conjunto de fatorescomo
padrão dasdoenças prevalentes, as facilidades de tratamento, a experiência dos profissionais, os recursos
disponíveis, assim
como,
fatores demográficos, genéticos edo meio
ambiente(OMS,
1990).A
questão da seleção de medicamentos nos serviços de saúdetem
um
claroobjetivo de racionalização
do
uso dos medicamentos diante de constantesnovos
lançamentose a escassez de recursos financeiros.
É
o ponto de partida tanto para a racionalidadeeficazes e seguros, imprescindíveis ao atendimento das necessidades de
uma
dada população(BRASIL,
2002).O
uso racional demedicamentos tem
na política de medicamentos essenciais suabase e nos
medicamentos
genéricos urna de suas bases estruturantes.A
Rename
(Relação Nacional de Medicamentos) éum
documento
de referênciapara os estados e municípios definirem seus elencos.
A
primeira etapa paraum
processo deseleção efetivo é a constituição
da
Comissão
de Farmácia e Terapêutica(CFT)
que, instaladaatravés de instrumento legal
do
gestor, deve envolver os profissionais de saúde,como
médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos e odontólogos. Esta comissão
tem
aresponsabilidade de definir critérios de inclusão e exclusão para Luna lista de medicamentos;
assim
como
osmedicamentos
de uso restrito e os critérios de prescrição e dispensação.A
CMT
terá ainda a “incumbência de identificar referências bibliográficas, o perfilepidemiológico, os
medicamentos
considerados básicos, a relação custo-beneficio e de definiro elenco de
medicamentos
essenciaisdo
estadoou
município;0
programação:
aprogramação
é Luna das etapasda
organização dos serviços desaúde. Precedida pelo planejamento ela visa detemiinar as necessidades totais de
medicamentos
e as compatibilizacom
os recursos disponíveis,em
função das prioridadesde
tratamento das doenças.
Deve
haveruma
previsãoadequada
dos recursos, tanto materiaiscomo
humanos,
enquanto requisito para viabilização de qualquer programa.
A
programação
se justifica para se evitar perdas desnecessárias e para darcontinuidade ao
fomecimento
e atendimento dasdemandas da
população fiente aos recursosdisponíveis. Dentre os vários
métodos
para realizar aprogramação
destacam-se o perfilepidemiológico, o
consumo
histórico e a oferta de serviços.A
programaçãocumpre
papelfundamental para execução de
uma
política;0
padronização de
tratamentos: busca o tratamento mais adequado para cadadoença,
conforme
o sexo, a idade e as enfermidades concorrentes, alémda
disponibilidadedo
mercado
farmacêuticoem
oferecer o medicamento.Fundamentahnente
na lista básica, paracada doença, determinam-se os
medicamentos que
deverão ser prescritoscom
prioridade,considerando sempre parâmetros
recomendados
para a justificativa da escolha,ou
seja, anecessidade, a eficácia,
o
beneficio/risco e custos.É
necessária a organização de dados relativos aconsumo,
perfil epidemiológico,0 aquisição: corresponde aos
métodos
decompra
dosmedicamentos
estabelecidos pela programação. Trata-se de
um
conjunto de atividades articuladas,necessárias ao abastecimento quantitativo e qualitativo para realizar
uma
terapêutica racional,de acordo
com
a definiçãoda
seleção dos medicamentos.A
Lei 6.360, de 23 de setembro de 1976, alteradaem
10 de fevereiro de 1999(Brasil, 1999)
define que no
âmbitodo
SUS
as aquisições de medicamentos, as prescriçõesmédicas e odontológicasidevem adotar obrigatoriamente a
Denominação
Comum
Brasileira -DCB
ou,na
sua falta, aDenominação
Comum
Intemacional -DCI.
A
Lei dosMedicamentos
Genéricos (Brasil, 1999)define
que nas aquisições, omedicamento
genérico,quando
houver, terá preferência sobre os demaisem
condições deigualdade de preço.
Afirma
aindaque
nos editais, propostas licitatórias e contratos de aquisição demedicamentos
serão exigidos,quando
couber, a especificação técnica dos produtos, osrespectivos
métodos
de controle de qualidade e a sistemática de certificação de conformidade.Os
medicamentos
adquiridos deverão seracompanhados
dos respectivos laudos de qualidade.Deverá
ser respeitadoum
conjunto de requisitos legais,com
destaque para a Lei deLicitação 8.666/93 (Brasil,l993) e suas alterações. Esta lei
impõe
concorrência sobre aaquisição
ou
venda
e orienta sobre o processo administrativo para a contratação defornecedores
em
igualdade de condições eque
possa auferir à administração propostasrelativas a preços, prazos e qualidade de interesse público.
Os
laboratórios oficiais dos estados, cuja produção é destinada exclusivamente aoSUS
(anexo 1., p. 91),tem
preços reconhecidamente inferiores aos preços praticados pelomercado. Estes estão dispensados de participar de licitações públicas para o fomecimento dos
medicamentos,
devendo
as prefeituras assinar convênioscom
estes laboratórios,um
Termo
deDispensa de Licitação.
Em
Santa Catarina o órgãoda
Secretaria de Estadoda Saúde
responsável peloplanejamento, programação, recebimento,
armazenamento
e distribuição demedicamentos
éamedicamentos
é a DiretoriaMedicamentos
Básicos -DIMB/SES;
0
armazenamento:
corresponde a fase de preservação e guarda . dosmedicamentos
logo após a chegada ao almoxarifado até a sua distribuição.O
ahnoxarifadodeverá ser organizado
no
sentido de garantir a qualidade dos medicamentos, protegendo-osde variações drásticas de temperatura, umidade, poeira, odores, penetração de animais e
No
conjunto de procedimentos técnicos e administrativosdevem
ser observados:recepção, estocagem, conservação e controle de estoque.
A
recepção éuma
das etapas mais importantes, pois exigeum
exame
detalhadocomparando
0 que foi adquirido e 0que
está sendo recebido. Questõescomo
a quantidade,documentação
fiscal, preços, especificações dos produtos, registros sanitários dos produtos,certificados
ou
análise de controle de qualidade são essenciais para a garantiado
processo.A
estocagem exige que os produtos estejam ordenados adequadamente,respeitando suas características
econdições
de conservação. Daí surge a necessidade de seorganizarem as Centrais de Abastecimento Farmacêutico,
que
devem
assegurar as condiçõesideais de conservação e estabilidade dos medicamentos.
Devem
ser organizadas defomia
quepossuam
uma
área para as atividades administrativas, área de recepção e conferência, deexpedição e
uma
última de estocagem.Quanto
à conservação dosmedicamentos
deverá estarno
centro das preocupaçõesdo
gerente, a estabilidade, temperatura, umidade, lurninosidade, ventilação e o manuseio.Por
últimodevemos
garantir o Controle de Estoque,uma
atividadeque
consisteem
subsidiar aprogramação
e aquisição de medicamentos;¢ distribuição: assegurar para todas as unidades de saúde os
medicamentos
padronizados pela Secretaria Municipal de Saúde, nas quantidades e especialidades
farmacêuticas, de
modo
que
não faltem medicamentos.Devem
serempregados mecanismos
de controle das solicitações e controle das entregas
em
nível local, assimcomo
um
sistema deregistro de
consumo;
v prescrição: definição e indicação de
uma
terapêutica adequada, resultado deum
diagnóstico preciso,ambos
fundamentadosem
tuna avaliaçãodo
estado geraldo
paciente.A
prescrição é afetada por muitos fatores, sendo poucas as faculdades de medicina,em
especial nos paísesem
desenvolvimento, que oferecem cursos de Farmacologia Clínica ede Terapêutica na graduação, orientados para o uso correto de medicamentos.Os profissionais
portanto,
ficam
vuhieráveis à influênciada
indústria farmacêutica.A
prescrição é o instrumentono
qual se apóia a dispensação dosmedicamentos
edeve levar
em
consideração aspectos legais e princípios técnicos (Dupim, l999).A
Lei 5991/73 (Brasil, 2001) prevêque
a receita deverá ser aviada se estiverescrita à tinta,