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Estudo comparativo da utilização de dois aditivos zootécnicos na alimentação de frangos de carne

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Estudo comparativo da utilização de dois aditivos zootécnicos na

alimentação de frangos de carne

Dissertação de Mestrado em Engenharia Zootécnica

Beatriz Maria Martins Duarte

Orientador

Professor Doutor José Luís Teixeira De Abreu De Medeiros Mourão

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Estudo comparativo da utilização de dois aditivos zootécnicos na

alimentação de frangos de carne

Dissertação de Mestrado em Engenharia Zootécnica

Beatriz Maria Martins Duarte

Orientador:

Professor Doutor José Luís Teixeira De Abreu De Medeiros Mourão

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Departamento de Zootecnia CECAV – Centro de Ciência Animal e Veterinária

Composição do Júri: Presidente:

Professora Doutora Maria José Marques Gomes, Professora Auxiliar do Departamento de Zootecnia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Vogais:

Professor Doutor Victor Manuel Carvalho Pinheiro, Professor Auxiliar do Departamento de Zootecnia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Professor Doutor Divanildo Outor Monteiro, Professor Auxiliar do Departamento de Zootecnia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Professor Doutor José Luís Teixeira de Abreu de Medeiros Mourão, Professor Associado com Agregação do Departamento de Zootecnia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

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As doutrinas apresentadas são da exclusiva responsabilidade da autora.

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iii Agradecimentos

A realização desta dissertação de mestrado marca a finalização de uma das etapas mais importantes da minha vida e a transição da vida estudantil para a vida profissional.

Ao longo destes anos foram muitas as preocupações e todo o esforço investido neste curso, do qual me orgulho e o qual defendo, juntamente com o profissionalismo e sensibilidade que este requer.

Chegado o momento, gostaria de agradecer a todos os que, de alguma forma, contribuíram para a realização e conclusão deste percurso.

Deste modo, primeiramente, gostaria de agradecer à minha família porque foram quem sempre me apoiou e incentivou. Dedico-lhes esta vitória, por toda a sua compreensão, esforço e orgulho que sempre demonstraram por mim.

Agradeço, igualmente, aos docentes deste curso por toda a compreensão e dedicação que tiveram e continuam a ter pelos alunos.

Agradeço imenso, e em especial, ao meu Orientador, Doutor José Luís Mourão, por todo o tempo que me dispensou para a realização desta dissertação, por todas as suas ideias e sugestões, por nunca me ter negado ajuda e por ter exigido sempre mais e melhor.

Agradeço, também em especial, ao Professor José Júlio Martins, por sempre me ter recebido, apoiado e ajudado a tomar aquelas que seriam as melhores decisões para mim, por toda a sua simpatia e conselhos fornecidos.

Aos meus amigos sampedrenses, vilarealenses “por afeto” e em especial aos meus amigos de “Erasmus” que tantas alegrias me deram e continuam a dar. Agradeço, em suma, a todos os amigos que se esforçam por me fazer feliz.

Agradeço, também, à equipa da empresa que me acolheu para a realização do meu estágio, ainda que esta não seja identificada na presente dissertação.

Em tudo tenho a agradecer ao responsável por mim na empresa, que me acolheu e possibilitou a realização deste ensaio experimental nas instalações da mesma. Agradeço por todo o tempo dispensado, todos os ensinamentos, formação e por me ter integrado na equipa de uma maneira tão genuína.

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Agradeço, também, à Engenheira Zootécnica responsável pelas instalações nas quais decorreu o ensaio experimental, por tão bem me ter recebido, orientado e integrado na equipa. Agradeço por todos os ensinamentos e, também, pelo companheirismo durante e após o ensaio experimental.

Agradeço, igualmente, aos colaboradores que laboraram nestas instalações aquando da realização deste ensaio experimental, por todos os conhecimentos que me transmitiram.

Por fim, agradeço, novamente, à minha família, porque sem o seu apoio, certamente as conquistas não teriam sido as mesmas.

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v Resumo

A presente dissertação de mestrado consistiu num estudo comparativo entre a adição de dois complexos enzimáticos na alimentação de frangos de carne Ross 308, de modo a determinar qual permite obter melhores performances zootécnicas. No seu ensaio experimental testou-se a adição dos complexos enzimáticos Vitazyme VP/MG, tendo atividade β-glucanase e xilanase, e de SynergenTM, com atividade enzimática residual fitase e protéase, a dietas à base de milho e soja. Estes dois complexos enzimáticos foram adicionados à dieta com o objetivo de melhorar a integridade intestinal das aves e, consequentemente, a performance zootécnica das mesmas.

As aves deste ensaio experimental foram alojadas em cinco pavilhões com características semelhantes (34.884 pintos no pavilhão 1, 36.957 no pavilhão 2, 35.190 no pavilhão 3, 33.150 no pavilhão 4 e 27.839 no pavilhão 5) e receberam de modo aleatório os tratamentos A e B (TA e TB), não tendo existido um tratamento em branco. Foram alojadas

com 0 dias de idade, tendo o programa alimentar sido constituído por cinco alimentos, tendo este apenas divergido entre tratamentos na adição do complexo enzimático A ou B, com exceção do alimento “pré-starter”, ao qual não foi adicionado nenhum destes complexos enzimáticos. As características ambientais e de maneio a que as aves foram sujeitas, foram semelhantes entre tratamentos e os parâmetros zootécnicos foram avaliados até aos 31 dias de idade das aves, tendo sido este o momento que antecedeu à primeira apanha para abate das aves em alguns pavilhões, tendo o mesmo ocorrido com diferente frequência e em diferentes momentos.

A adição do complexo enzimático B não apresentou diferenças significativas ao nível da performance zootécnica das aves, face ao complexo enzimático A, tendo, no entanto, os resultados sido semelhante entre tratamentos, PV médio 31d (TA = 1126,5g vs TB = 1113,0g),

GMD 0-31d (TA = 35,0g vs TB = 34,5g), Ingestão média 0-31d (TA = 2202g vs TB = 2196g), IC 0-31d

(TA = 1,95 vs TB = 1,98), TM 0-31d (TA = 2,21% vs TB = 2,47%), FEE 0-31d (TA = 182 vs TB =

177).

Comparativamente aos valores padrão para a estirpe, os tratamentos deste ensaio experimental apresentaram performances zootécnicas inferiores aos mesmos, nomeadamente, menor peso vivo médio, ganho médio diário, ingestão e fator de eficiência europeu, maior índice de conversão alimentar e maior taxa de mortalidade na primeira semana. Tais

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diferenças observadas entre os tratamentos e o valor padrão para a estirpe são devidas às condições ambientais e de maneio praticadas neste ensaio experimental.

Os resultados apresentados poderão carecer de algum rigor em resultado dos métodos utilizados na obtenção dos dados e o facto de não ter existido um tratamento em branco, poderá ter dificultado a análise dos resultados.

Palavras-chave: frango de carne, performances de crescimento, SynergenTM, Vitazyme VP/MG

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vii Abstract

The subject of this master thesis is a comparative study between the addition of two enzymatic complexes in Ross 308 broiler feed, to determine which obtains better zootechnical performances. The experimental trial consisted of the addition of the enzymatic complex Vitazyme VP/MG, with β-glucanase and xylanase activity, and the addition of SynergenTM, with phytase and protease residual enzymatic activity, to corn and soy-based diets. These two enzymatic complexes were added to the diet in order to improve the broilers’ intestinal integrity and, consequently, their zootechnical performance.

The broilers were housed in five poultry buildings with similar characteristics among them (34.884 chicks in the first poultry building, 36.957 in the second, 35.190 in the third, 33.150 in the fourth and 27.839 in the fifth). The chicks randomly received the A or B treatments (TA e TB), with no negative control. They were housed at 0 days of age in poultry

buildings and subsequently fed according to a feeding program containing five feedstuffs. The feedstuffs only differed between treatments in the addition of the enzymatic complex A or B, except for the “pré-starter” feedstuff, in which none of these enzymatic complexes were added. Both environmental characteristics and broilers’ management between treatments were similar. The zootechnical parameters were evaluated until the broilers were 31 days old, which was the moment that preceded the first harvest for the slaughter.

It was verified that the utilization of the additive B did not generate significant differences in the broilers performance compared to the additive A. The results were similar among treatments, average live weight 31d (TA = 1126,5g vs TB = 1113,0g), daily average gain 0-31d (TA = 35,0g vs TB = 34,5g), feed intake 0-31d (TA = 2202g vs TB = 2196g), FCR 0-31d (TA =

1.95 vs TB = 1.98), mortality rate 0-31d (TA = 2.21% vs TB = 2.47%) and EEF 0-31d (TA = 182 vs

TB = 177).

Compared to the standard values for the strain, the treatments of this experimental trial showed poorer zootechnical performances, namely, lower average live weight, average daily gain, feed intake and European efficiency factor, and higher feed conversion and mortality rate at the first week. Such differences observed between the treatments and the standard value for the strain are, probably, due to the environmental and handling conditions practiced in this experimental trial.

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The results presented may lack some accuracy because of the methods used to obtain the data and the fact that there was not a blank treatment, could have made it more difficult to analyze the results.

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ix Índice Geral Agradecimentos ... iii Resumo ...v Abstract ... vii Índice de figuras ... xi

Índice de quadros ... xiii

Lista de abreviaturas ...xv

1. Introdução ...1

2. Revisão bibliográfica ...3

2.1. Utilização de enzimas em dietas de frangos de carne ... 3

2.1.1. Importância da utilização de enzimas ... 3

2.1.2. Fatores que influenciam a atividade enzimática ... 7

2.1.3. Fatores que afetam a eficiência da suplementação enzimática ... 8

2.1.4. Efeito da suplementação enzimática na microflora gastrointestinal ... 9

2.1.5. Perspetivas futuras da utilização de enzimas nas dietas de aves ... 11

3. Trabalho experimental ...13

3.1. Materiais e métodos ... 13

3.1.1. Objetivos do ensaio experimental ... 13

3.1.2. Complexo enzimático SynergenTM ... 13

3.1.3. Complexo enzimático Vitazyme VP/MG ... 14

3.1.4. Descrição do ensaio experimental ... 15

3.2. Parâmetros avaliados ... 23

3.2.1. Peso vivo médio ... 23

3.2.2. Ganho médio diário ... 23

3.2.3. Ingestão de alimento ... 23

3.2.4. Índice de conversão alimentar ... 24

3.2.5. Taxa de mortalidade ... 24

3.2.6. Fator de eficiência europeu ... 24

3.3. Análise estatística ... 24

4. Resultados e discussão ...25

4.1. Peso vivo médio ... 25

4.2. Ganho médio diário ... 27

4.3. Ingestão de alimento ... 28

4.4. Índice de conversão alimentar ... 29

4.5. Taxa de mortalidade ... 30

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x

5. Conclusão ...33

Referências bibliográficas ...35

Anexos ...39

Anexo A – Ficha técnica de SynergenTM ... 41

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xi Índice de figuras

Figura 1 - Relação entre a adição de enzimas na dieta e a microflora do aparelho digestivo ... 10

Figura 2 - Pontos-chave para o desenvolvimento futuro da utilização de enzimas nas dietas ... 11

Figura 3 - Interior de um pavilhão ... 16

Figura 4 – i) Higrómetro, ii) Balança analógica, cordão, balde ... 16

Figura 5 - Variação semanal de temperatura por pavilhão ... 19

Figura 6 -Variação semanal de humidade relativa do ar por pavilhão ... 19

Figura 7 - Curva de crescimento até aos 31 dias de idade ... 25

Figura 8 - Variação de ganho médio diário ao longo da cria ... 27

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xiii Índice de quadros

Quadro 1 - Exemplo de enzimas, substratos e efeitos da sua utilização ... 3

Quadro 2 - Principais matérias-primas, substratos e enzimas indicadas ... 4

Quadro 3 - Composição analítica de Synergen™ ... 13

Quadro 4 - Principais atividades enzimáticas de Vitazyme VP/MG ... 14

Quadro 5 - Denominação e período de ingestão do alimento por dias de idade ... 17

Quadro 6 - Composição e características analíticas aproximadas dos principais ingredientes dos alimentos pré-starter, 104 INT, 104 INT2, 115 INT e 115 INT2 – Tratamento A(TA) e Tratamento B (TB) ... 17

Quadro 7 - Densidade animal máxima por pavilhão (aves/m2 e Kg peso vivo/m2) ... 18

Quadro 8 - Quadro-resumo sobre medicação, sua duração/nº administrações e observações realizadas no pavilhão 1 durante toda a cria ... 21

Quadro 9 - Quadro-resumo sobre medicação, sua duração/nº administrações e observações realizadas no pavilhão 2 durante toda a cria ... 22

Quadro 10 - Quadro-resumo sobre medicação, sua duração/nº administrações e observações realizadas no pavilhão 3 durante toda a cria ... 22

Quadro 11 - Quadro-resumo sobre medicação, sua duração/nº administrações e observações realizadas no pavilhão 4 durante toda a cria ... 22

Quadro 12 - Quadro-resumo sobre medicação, sua duração/nº administrações e observações realizadas no pavilhão 5 durante toda a cria ... 23

Quadro 13 - Peso vivo médio semanal e aos 31 dias de idade ... 25

Quadro 14 - Ganho médio diário em diferentes períodos da cria até aos 31 dias de idade ... 27

Quadro 15 - Ingestão de alimento por ave até aos 31 dias de idade ... 28

Quadro 16 - Índice de conversão alimentar até aos 31 dias de idade ... 29

Quadro 17 - Taxa de mortalidade em diferentes períodos da cria até aos 31 dias de idade ... 30

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xv Lista de abreviaturas

d - Dias

FEE – Fator de Eficiência Europeu g – Gramas

GMD – Ganho Médio Diário HR – Humidade Relativa do Ar IC – Índice de Conversão Alimentar INT – Integração

PNA – Polissacáridos não amiláceos PV – Peso Vivo

T – Temperatura

TM – Taxa de Mortalidade TA – Tratamento A

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Estudo comparativo da utilização de dois aditivos zootécnicos na alimentação de frangos de carne Introdução

1 1. Introdução

A produção de frango de carne tem vindo a demonstrar um crescimento acentuado, com elevados ganhos de produtividade, em resultado de avanços tecnológicos nas áreas da genética, nutrição, equipamentos, maneio e sistemas de produção (Zilli, 2003).

Visto a alimentação constituir cerca de 70% do custo total na produção de frangos (Angelo, 2016; Khattak et al., 2006), torna-se fundamental fornecer alimentos com um equilíbrio correto de energia, proteínas e aminoácidos, minerais, vitaminas e ácidos gordos essenciais para permitir o melhor crescimento e desempenho dos frangos (Aviagen, 2014) e, deste modo, reduzir ao máximo possíveis desperdícios, custos de produção e impacto ambiental, pelo que têm sido realizados diversos esforços e pesquisas na área da alimentação avícola, tendo como principais objetivos o aumento dos índices zootécnicos e a otimização dos custos de alimentação (Angelo, 2016).

Schwarz (2002), citado por Araujo et al. (2007), refere que, quando são utilizadas matérias-primas alternativas, pode conseguir-se diminuir os custos dos alimentos, mas os índices zootécnicos ficam comprometidos, devido à pior utilização da energia e/ou proteína destes ingredientes pelos animais, devido, principalmente, à presença de fatores anti nutricionais.

Os aditivos zootécnicos são substâncias utilizadas para influenciar positivamente a melhoria do desempenho dos animais, melhorando os parâmetros de produtividade, facilitando a digestão dos alimentos ingeridos ou tendo um efeito positivo sobre a flora do aparelho gastrointestinal (Rengel, 2010), podendo, consequentemente, contribuir para um aumento de produção, rendimento ou bem-estar dos animais (Mourão, 2015).

De acordo com Faria (2014), as enzimas são classificadas como aditivos zootécnicos, sendo que a adição das mesmas às dietas tem sido uma ferramenta tecnológica que tem apresentado elevadas respostas zootécnicas e económicas na produção de aves (Angelo, 2016).

As enzimas são proteínas e a sua característica essencial é catalisar uma reação, não sendo alteradas por este processo (Khattak et al., 2006). São catalisadores biológicos altamente eficazes que são capazes de acelerar as reações químicas (Kiarie et al., 2013; Panda et al., s.d.; Aehle, 2004, citado por Ravindran, 2013), podendo ser produto de organismos

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Estudo comparativo da utilização de dois aditivos zootécnicos na alimentação de frangos de carne Introdução

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vivos, como bactérias, leveduras, fungos e tecidos vegetais (Angelo 2016; Panda et al., s.d.), que quando são utilizados na alimentação animal têm como principal função facilitar a digestão dos alimentos (Angelo, 2016).

Na presente dissertação de mestrado realizou-se um ensaio experimental, com o objetivo de testar in situ a utilização do complexo enzimático Vitazyme VP/MG em alimentos compostos para frangos de carne, comparativamente à utilização do complexo enzimático com atividade enzimática residual SynergenTM, tendo sido realizada uma análise dos

parâmetros zootécnicos deste ensaio, com vista a determinar qual dos complexos enzimáticos permite obter melhores resultados.

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Estudo comparativo da utilização de dois aditivos zootécnicos na alimentação de frangos de carne Revisão bibliográfica

3 2. Revisão bibliográfica

2.1. Utilização de enzimas em dietas de frangos de carne 2.1.1. Importância da utilização de enzimas

O sistema digestivo das aves produz naturalmente enzimas que auxiliam na degradação dos alimentos (Khattak et al., 2006), sendo estas capazes de digerir amido, lípidos e proteínas (Mourão, 2000). No entanto, nem todos os componentes dos alimentos são degradados por estas enzimas endógenas, pelo que alguns nutrientes potenciais não ficam disponíveis (Angelo, 2016). A estrutura química da parede das células vegetais (fibra), o tempo limitado disponível para atividades no intestino e a presença de fatores anti nutricionais em alguns alimentos, são alguns dos fatores que impedem a degradação da parede celular e consequente libertação de nutrientes (McDonald et al., 2011).

Para ultrapassar a limitação das enzimas produzidas pelos animais, podem ser adicionadas enzimas aos alimentos. Estas enzimas exógenas atuam por meio dos mesmos mecanismos que as enzimas endógenas, ligando-se primeiramente a um substrato específico, passando a formar um complexo enzima-substrato (Junqueira et al., 2013).

Cada enzima tem uma atividade característica conforme o substrato em que atua (Quadro 1).

Quadro 1 - Exemplo de enzimas, substratos e efeitos da sua utilização

Enzima Substrato Efeitos da utilização da enzima

Protease Proteínas Redução da viscosidade da digesta.

Degradação mais eficiente de proteínas.

Fitase Ácido fítico Melhoria na utilização do fósforo dos

vegetais. Remoção do ácido fítico. Lipase Lípidos e ácidos gordos Melhoria na utilização de gorduras

animais e vegetais.

Amilase Amido Suplementação das enzimas endógenas.

Degradação mais eficiente do amido.

Pectinase Pectinas Redução da viscosidade da digesta.

Galactosidase Galactosídios Degradação de galactosídios.

Celulase Celulose Degradação da celulose.

Libertação de nutrientes.

Glucanase β-glucanas Redução da viscosidade da digesta.

Menor humidade do material da cama.

Xilanase Arabinoxilanas Redução da viscosidade da digesta.

Menor humidade do material da cama. Fonte: Adaptado de Henn (2002)

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Estudo comparativo da utilização de dois aditivos zootécnicos na alimentação de frangos de carne Revisão bibliográfica

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A enzima mais recomendada para adicionar às dietas depende dos ingredientes das mesmas. No quadro 2 são apresentadas algumas matérias-primas comuns na alimentação de aves, substratos e respetivas enzimas mais indicadas para degradação desses substratos (Junqueira et al., 2013).

Quadro 2 - Principais matérias-primas, substratos e enzimas indicadas

Matéria-prima Substratos Enzima indicada

Bagaço de Soja Fitato, PNA Fitase, Protease

Cereais Fitato Fitase

Trigo e Triticale Fitato, Pentosanas Fitase, Xilanase

Aveia e Cevada Fitato, β-glucanas Fitase, β-glucanase

Gordura Gordura Lipase

Fonte: Adaptado de Krabbe (2012)

Junqueira et al. (2013) & Krabbe (2012) referem que de entre as principais enzimas utilizadas na alimentação animal, são de realçar as protéases, fitases, lípases, xilanases e glucanases.

As protéases exógenas (também denominadas peptidases ou proteinases) podem melhorar o valor nutricional das dietas através da hidrólise de certos tipos de proteínas que resistem ao processo digestivo (Torres et al., 2003, citado por Lima et al., 2007). São enzimas responsáveis pela quebra das ligações peptídicas que ligam os aminoácidos nas cadeias polipeptídicas das proteínas (Gonuguntla, 2013). Os níveis de proteína da dieta variam de acordo com os ingredientes utilizados, e deve fornecer-se às aves um perfil ideal em aminoácidos, para reduzir os gastos energéticos associados à degradação e excreção de excesso de azoto, sendo que as necessidades dos principais aminoácidos limitantes são calculadas e, posteriormente, a lisina é utilizada como aminoácido de referência, sendo a percentagem dos restantes aminoácidos essenciais expressa em relação à percentagem de lisina que a dieta contém (Aviagen, 2014).

As fitases são fosfatases e hidrolisam grupos fostato dos fitatos, sendo que a maior parte do fósforo (P) se encontra na forma de fitato em alguns ingredientes de origem vegetal (Campestrini et al., 2005). O facto de o fósforo dos ingredientes vegetais estar ligado ao ácido fítico na forma de fitato torna-o pouco disponível para os animais monogástricos, uma vez que estes não possuem no seu tubo digestivo quantidades suficientes de enzima fitase para o degradar, pelo que apenas cerca de um terço do fósforo total destes alimentos se encontra disponível para as aves (Costa et al., 2007, citado por Araujo et al., 2007).

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Estudo comparativo da utilização de dois aditivos zootécnicos na alimentação de frangos de carne Revisão bibliográfica

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As lípases atuam sobre os lípidos, catalisando algumas reações químicas que estas moléculas possam sofrer, tendo como função transformar os lípidos em ácidos gordos e glicerol, no sistema digestivo (Lima et al., 2007). De acordo com Campestrini et al. (2005), a adição de enzimas lípase à dieta tem demonstrado uma melhoria na eficiência alimentar das aves, uma vez que estas têm a capacidade de aumentar a digestão das gorduras de uma grande variedade de alimentos.

As xilanases são uma classe de enzimas produzidas por microrganismos cujo objetivo é degradar a hemicelulose da parede celular dos tecidos vegetais, juntamente com outras enzimas que hidrolisam polissacarídeos (Harris & Ramalingam, 2010). São enzimas hidrolíticas envolvidas na despolimerização dos polissacáridos lineares β-1,4-xilano em compostos mais simples que consistem principalmente em xilose (Burlacu et al., 2016; Harris & Ramalingam, 2010). O termo xilanas é usado para descrever um grupo de polissacarídeos não celulósicos, com base em unidades de monossacarídeos, tais como D-xilose, D-manose, D-glucose, L-arabinose, D-galactose, ácido D-glucurónico e ácido D-galacturónico (Polizeli et al., 2005, Shallom e Shoham, 2003, citados por Burlacu et al., 2016). Dos complexos de enzimas xilanolíticas podem fazer parte endo-β(1→4)-xilanases (EC 3.2.1.8), β-xilosidases (EC 3.2.1.37) e enzimas desramificadoras como a α-L-arabino-furanosidase (EC 3.2.1.55), a acetilxilana esterase (EC 3.1.1.72), a α-glucuronidase (Dhiman et al., 2008, citados por Burlacu et al., 2016; Lee et al., 1992, Van Paridon et al., 1992, Wong & Saddler, 1992, Wood et al., 1992, citados por Mourão, 2000) e as esterases dos grupos fenilo laterais (p-cumaril e ferouil), pertencentes à classe das aril-esterases (EC 3.1.1.2) (Tenkanen e Poutanen, 1992, citados por Mourão, 2000). A ação sinérgica de todas essas enzimas converte o xilano nos seus constituintes. Entre todas as xilanases, as endoxilanases e as β-xilosidases são as mais importantes na despolimerização da molécula de xilano em unidades de pentose monoméricas. As endoxilanases estão envolvidas na clivagem das ligações glicosídicas e na libertação de xilolossacarídeos curtos, enquanto a β-xilosidase liberta resíduos de xilose das extremidades não redutoras de xilolossacarídeos (Motta et al., 2013).

As enzimas com atividade β-glucanase permitem a degradação das β-glucanas (Bedford & Schulze, 1998). A natureza das β-glucanas com ligações mistas e a sua composição homogénea (polímeros de glucose), torna, geralmente, a sua degradação enzimática mais fácil que a das xilanas (Bedford, 1995, Marquardt, 1997, citados por Mourão, 2000). Algumas enzimas de maior interesse para a degradação das β-glucanas com ligações

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Estudo comparativo da utilização de dois aditivos zootécnicos na alimentação de frangos de carne Revisão bibliográfica

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mistas são aquelas que degradam as ligações β(1→3) e/ou β(1→4) e que atuam no meio da cadeia da glucana (atividade endoglucanase) ou que removem sequencialmente unidades de glucose no extremo da cadeia da glucana (atividade exoglucanase). Verifica-se que a maioria das β-glucanases dos suplementos enzimáticos tende a evitar a hidrólise em áreas com ligações β(1→3), pelo que a variação da proporção entre as ligações β(1→3) e β(1→4) dos cereais pode alterar a taxa de hidrólise das β-glucanas, sendo menor quando aumenta esta proporção (Bedford, 1995, citado por Mourão, 2000).

De acordo com Krabbe (2012), o fitato (ácido fítico) e os polissacarídeos não amiláceos (PNA), que fazem parte da fibra da dieta, são os componentes nos alimentos que as aves não têm capacidade de degradar.

Os PNA são polissacarídeos não digestíveis, que consistem, principalmente, em pentoses, rafinose e estaquiose (encontradas nas sementes de oleaginosas), β-glucanas (encontrados em altas concentrações na cevada e aveia) e pentosanas, como as arabinoxilanas (encontradas no trigo, triticale e centeio) (Campestrini et al., 2005). Os PNA pouco acrescem ao valor nutritivo dos ingredientes e compreendem alguns dos compostos mais representativos da parede celular, podendo ser insolúveis ou solúveis em água (Ribeiro, 2012). A fração insolúvel dos PNA dos cereais, não degradada no aparelho digestivo, impede parcialmente o acesso das enzimas digestivas aos conteúdos celulares e tem um efeito de diluição dos nutrientes da dieta. A fração solúvel destes PNA altera as características físicas e dinâmicas dos conteúdos digestivos (viscosidade, retenção de água, trânsito digestivo, etc.), afetando negativamente o processo digestivo e a utilização dos nutrientes da dieta (Mourão, 2000). Os PNA podem reduzir a disponibilidade dos nutrientes ao criarem viscosidade nos conteúdos intestinais que torna difícil a atuação das enzimas endógenas (Angelo, 2016). A viscosidade é consequência de alguns componentes solúveis da fibra, que quando em solução formam um gel que aumenta a viscosidade do conteúdo intestinal, prejudicando a ação das enzimas endógenas e a difusão ou transporte de nutrientes no intestino, diminuindo a taxa de passagem e, consequentemente, a eficiência alimentar e o desempenho das aves (Brito et al., 2008). A degradação dos PNA no aparelho digestivo das aves é sempre limitada, uma vez que o tempo de permanência da digesta no aparelho digestivo é escasso e a atividade microbiana intestinal é reduzida (Mourão, 2000; Panda et al., s.d.).

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A suplementação de dietas com enzimas fibrolíticas pode melhorar o valor nutricional das dietas (Barletta, 2010), através da remoção de fatores anti nutricionais e componentes que interferem com a digestão, absorção e utilização de nutrientes (Angelo, 2016; Barletta, 2010; Lima et al., 2007; Mc Donald et al., 2010; Ravindran, 2013), pode permitir uma maior flexibilidade na formulação de dietas (Panda et al., s.d.; Ravindran & Son, 2011), uma melhoraria das performances (ganho de peso, eficiência alimentar, produtividade, desempenho geral) (Choct, 2006; Khattak et al., 2006; Panda et al., s.d.), conversão alimentar (Choct, 2006; Junqueira et al., 2013) e uniformidade dos bandos (Barletta, 2010; Junqueira et al., 2013; Ravindran, 2013; Ravindran & Son, 2011). A adição de enzimas às dietas permite, ainda, melhorar a saúde intestinal das aves (melhor digestão, menor quantidade de nutrientes não digeridos, alteração da flora intestinal com preferência para bactérias favoráveis) (Barletta, 2010; Bedford & Cowieson, 2012) e reduzir o impacto ambiental negativo, através da redução da produção e humidade do material excretado (em termos de quantidade e carga de nutrientes, em resultado da melhor utilização desses nutrientes) (Angelo, 2016; Choct, 2006; Junqueira et al., 2013; Lima et al., 2007; Panda et al., s.d.; Ravindran, 2013; Ravindran & Son, 2011).

Deste modo, as enzimas exógenas podem compensar possíveis falhas que existam entre a composição da dieta e o sistema digestivo dos animais (Isaksen et al., 2010).

2.1.2. Fatores que influenciam a atividade enzimática

A natureza proteica das enzimas tem implicações importantes na sua estabilidade durante o fabrico de alimentos a alta temperatura e no trânsito através do aparelho gastrointestinal. Uma vez que são proteínas, podem desnaturar pelo calor e pH e ser sujeitas a proteólise por algumas enzimas digestivas (Ravindran, 2013).

As enzimas possuem alta especificidade quanto ao substrato em que atuam, sendo que cada enzima quebra substratos específicos (Khattak et al., 2006; Mc Donald et al., 2010; Ravindran, 2013). Deste modo, de acordo com Ravindran (2013), é necessário garantir que as enzimas são escolhidas com base nos substratos dos ingredientes utilizados na formulação, a fim de se obter o benefício máximo da adição das mesmas.

É de realçar que a atividade enzimática é influenciada por diversos fatores, como a concentração de enzima e de substrato (Mc Donald et al., 2010; Aehle, 2004, citado por

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Ravindran, 2013), a presença de inibidores (Mc Donald et al., 2010), os efeitos alostéricos (Mc Donald et al., 2010) e os fatores ambientais como temperatura, pH (Mc Donald et al., 2010; Aehle, 2004, citado por Ravindran, 2013) e teor em humidade (Aehle, 2004, citado por Ravindran, 2013).

2.1.3. Fatores que afetam a eficiência da suplementação enzimática

Mc Donald et al. (2010) refere que para as enzimas serem eficazes quando são incorporadas na dieta dos animais devem ser capazes de sobreviver ao armazenamento à temperatura ambiente, ao processo de fabrico (aquecimento e granulação), a amplas variações de pH no intestino, ser resistentes às proteases intestinais e ter atividade específica sobre os componentes da alimentação no aparelho digestivo anterior.

Ravindran (2013) refere que a eficiência da utilização enzimática não é linear e que as respostas das aves à adição de enzimas alimentares não são totalmente previsíveis. Os fatores que contribuem para essas inconsistências são complexos, e envolvem as enzimas (fonte enzimática, dose enzimática), a dieta (qualidade dos ingredientes, composição da dieta, forma da dieta, tamanho de partícula, tipo, quantidade e nível de fator anti nutricional no cereal), as aves (idade, variação individual, tipo de microflora presente no intestino, fisiologia) (Khattak et al., 2006; Ravindran, 2013; Ravindran & Son, 2011) e a interação entre estes fatores (Ravindran, 2013).

Idade das aves

Cowieson et al. (2006), citados por Ravindran (2013), referem que o efeito da idade das aves nas recomendações de doses enzimáticas é uma questão controversa, uma vez que alguns pesquisadores revelaram que as respostas são superiores durante a fase final da ave, sendo que outros, por sua vez, revelaram que os benefícios das enzimas geralmente diminuem com a idade e as respostas são geralmente superiores durante a fase jovem da ave. Noy & Sklan (1995), citados por Ravindran (2013), e Brito et al. (2008), referem que os benefícios potenciais da adição de enzimas alimentares são superiores quando o sistema digestivo está menos desenvolvido, como acontece com as aves jovens, uma vez que estas, durante as primeiras semanas de vida, têm uma capacidade enzimática digestiva menor que as aves adultas.

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9 Valor nutritivo do ingrediente alvo

Geralmente, o valor nutritivo de um ingrediente está relacionado com a concentração de compostos anti nutricionais (por exemplo, conteúdo em ácido fítico, teor de PNA solúvel) ou com o conteúdo de nutrientes ou energia disponíveis, sendo que todos podem variar amplamente entre os lotes de um ingrediente. As respostas enzimáticas dependem da qualidade do ingrediente, sendo que quanto menor a qualidade do ingrediente, maior será a magnitude das melhorias resultantes da adição de enzimas (Ravindran, 2013; Ravindran & Son, 2011).

2.1.4. Efeito da suplementação enzimática na microflora gastrointestinal

De acordo com Kiarie et al. (2013)o aparelho gastrointestinal possui um conjunto de populações microbianas que desempenham um papel crítico no bem-estar geral do animal, na nutrição, desempenho e qualidade dos seus produtos. Uma microflora equilibrada no tubo digestivo das aves, com populações de microrganismos benéficas predominantes é essencial para o sucesso da produção. Esta microflora tem como objetivo proteger o tubo digestivo das aves da colonização de microrganismos patogénicos, participar no processo digestivo e produzir nutrientes utilizados pelas aves (Mourão, 2017). Gabriel et al. (2006), citados por Yegani & Korver (2008), referem que a microflora do aparelho gastrointestinal é uma mistura de bactérias, fungos e protozoários, sendo que as bactérias são os microrganismos predominantes. Cada região do aparelho gastrointestinal desenvolve o seu próprio perfil microbiano, tornando-se mais complexa à medida que a idade das aves aumenta (Gong et al., 2002a, b, Van der Wielen et al., 2002, Guan et al., 2003, Lu et al., 2003, Amit-Romach et al., 2004, citados por Yegani & Korver, 2008). Como diferentes espécies de bactérias têm diferentes preferências de substrato e requisitos de crescimento, a composição da digesta determina em grande medida as composições da comunidade microbiana no aparelho gastrointestinal (Apajalahti et al., 2004, citados por Yegani & Korver, 2008).

Diversos fatores afetam a diversidade e atividade da microflora intestinal, como é o caso da idade e ambiente onde o animal habita, agentes antimicrobianos, composição da dieta, doenças, stress e genética (Gaskins, 2001, Pluske et al., 2002, Zoetendal, et al., 2004 & Torok, et al., 2011, citados por Kiarie et al., 2013).

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Diminuição:

-Viscosidade (Enzimas-PNA)

-Tempo de passagem da digesta (Enzimas-PNA) -Secreções endógenas (Enzimas-PNA, fitase) -Gordura não digerida, proteínas e amido (Enzimas-PNA, fitase, amílase, proteases)

Aumento:

-Viscosidade (PNA solúveis) -Encapsulamento de nutrientes (PNA) -Capacidade de retenção de água (PNA) -Tempo de passagem da digesta (PNA solúveis) -Secreções endógenas e transferência de células, ex. muco (PNA, ácido fítico)

-Gordura não digerida, proteínas e amido Microflora do aparelho digestivo anterior

De acordo com Kiarie et al. (2013), a relação entre a utilização de enzimas e a microflora do aparelho gastrointestinal deve ser compreendida de acordo com dois pontos (Figura 1). Por um lado, os efeitos dos substratos sobre as características bioquímicas da digesta e fisiologia do aparelho gastrointestinal, por outro lado as modificações desses efeitos provocados pela adição de enzimas na degradação ou modificação de substratos no aparelho gastrointestinal.

A compreensão destes dois pontos é importante porque pode consistir numa base lógica para o desenvolvimento e aplicação de enzimas direcionadas para determinados PNA, que não são degradados pelas enzimas endógenas digestivas presentes no aparelho gastrointestinal.

Figura 1 - Relação entre a adição de enzimas na dieta e a microflora do aparelho digestivo

Fonte: Adaptado de Kiarie et al. (2013)

E feit o s do s ub st ra to E feit o s da a diçã o de enzima s Diminuição:

-Substratos não degradados -Secreções endógenas

Aumento:

-Oligossacarídeos PNA

Aumento:

-Substratos não degradados -Secreções endógenas

Microflora do aparelho digestivo posterior

E feit o s do s ub st ra to

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Figura 2 - Pontos-chave para o desenvolvimento futuro da utilização de enzimas nas dietas

2.1.5. Perspetivas futuras da utilização de enzimas nas dietas de aves

De acordo Khattak et al. (2006), embora os benefícios económicos e sociais da utilização de enzimas alimentares sejam promissores, serão realizadas pesquisas adicionais para que as enzimas atinjam o seu potencial máximo na indústria, sendo que, qualquer avanço relativo a esta área deverá melhorar o bem-estar das aves, reduzir a produção de resíduos e conservar recursos.

Plumstead (2013) refere que para se compreender o desenvolvimento futuro das enzimas se devem ter em consideração alguns pontos-chave, como as interações entre diferentes enzimas e, também, com outros aditivos, as interações entre a microflora e a saúde intestinal, a aplicação de novas espécies ou aumento das já existentes, a termo estabilidade das enzimas e a utilização de substratos complexos (Figura 2).

Fonte: Adaptado de Plumstead (2013) Compreender o desenvolvimento futuros das enzimas Lidar com substratos complexos, in vivo e via pré-processamento Interações entre a microflora intestinal e a saúde intestinal Aplicação de novas espécies ou aumento das já existentes Termo estabilidade das enzimas Interações/sinergia entre a adição de enzimas na dieta e outros aditivos Interações/sinergia entre os efeitos de diferentes enzimas exógenas

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De acordo com Ribeiro (2012), a engenharia enzimática pode ser parte de uma solução para o problema da alimentação de aves. A engenharia enzimática, baseada em microrganismos mais eficientes, juntamente com o uso de manipulação genética recombinante, pode melhorar a eficiência enzimática e, consequentemente, permitir o uso de matérias-primas mais baratas e não convencionais (Plumstead, 2013), podendo, também, contribuir para o aumento do uso generalizado de cereais alternativos ao milho (Ribeiro, 2012).

Campbell & Bedford (1992), referem que algumas orientações futuras para a pesquisa enzimática também podem envolver a manipulação genética de substratos, a fim de facilitar a degradação enzimática. De acordo com Choct (2006) e Ravindran (2013), os avanços futuros na tecnologia de enzimas alimentares irão envolver o desenvolvimento de enzimas que podem ser utilizadas para quebrar os fatores anti nutricional em alimentos não tradicionais e melhorar o seu valor, sendo que a próxima geração de enzimas serão aquelas com múltiplas atividades enzimáticas em vez de enzimas individuais (Ravindran & Son, 2011).

Atualmente, a pesquisa está focada no desenvolvimento de enzimas resistentes a altas temperaturas e a inibidores naturais e que são, ao mesmo tempo, mais adequadas para as condições no aparelho digestivo da espécie animal alvo (Paloheimo et al., 2010).

De acordo com Campbell & Bedford (1992), as enzimas com atividade e estabilidade desejadas para aplicações na alimentação, continuarão a ser desenvolvidas, sendo que, de acordo com Krabbe (2012), os métodos experimentais que auxiliam no conhecimento dos benefícios nutricionais decorrentes do uso de enzimas devem ser revistos, com o objetivo de promover um melhor conhecimento da ação de cada enzima.

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13 3. Trabalho experimental

3.1. Materiais e métodos

3.1.1. Objetivos do ensaio experimental

O ensaio experimental realizado consistiu na comparação entre a adição do complexo enzimático Vitazyme VP/MG e a adição do complexo enzimático com atividade enzimática residual Synergen™, a dietas de frangos de carne. Estes aditivos tinham como principal objetivo melhorar a atividade enzimática e a integridade intestinal das aves e, consequentemente, a sua performance zootécnica.

3.1.2. Complexo enzimático SynergenTM

Synergen™ é um subproduto da fermentação em estado sólido (SSF) de Aspergillus niger (Alltech, 2017; Perić et al., 2013) que, de acordo com Anónimo (2017), contém atividade enzimática residual proteolítica e ao nível do fósforo fítico. O processo SSF envolve a seleção de estirpes de fungos naturais que têm a capacidade de modificar os perfis nutricionais de uma ampla gama de subprodutos alimentares (incluindo subprodutos do milho, trigo e soja) que podem então ser utilizados na reformulação da dieta como potenciadores digestivos (Perić & Spring, 2013; Perić et al., 2013), fornecendo uma nova abordagem para melhorar a digestibilidade das dietas e o desempenho das aves (Perić & Spring, 2013).

Synergen™ procura permitir uma maior flexibilidade na formulação, através da inclusão de subprodutos ou através da redução das restrições de nutrientes na dieta (Murphy et al., 2009, citados por Perić & Spring, 2013). Foi demonstrado, através do desempenho animal, que permanece efetivo sob uma ampla gama de condições de processamento de alimentos (Alltech, 2017; Perić et al., 2013). A composição analítica deste complexo encontra-se descrita no quadro 3 e na ficha técnica (anexo A).

Quadro 3 - Composição analítica de Synergen™

Composição analítica (%) Synergen™

Proteína Bruta Fibra Bruta Óleos e Gordura Bruta

21 13 4,2 Fonte: Alltech (2010)

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3.1.3. Complexo enzimático Vitazyme VP/MG

O complexo enzimático comercial Vitazyme VP/MG é uma combinação sinergética dos complexos enzimáticos Ronozyme VP e Ronozyme MultiGrain. A Ronozyme VP é eficaz na degradação de PNA de uma variedade de matérias-primas fontes de proteína vegetal e a Ronozyme Multigrain possibilita a inclusão de maiores níveis de cereais brancos (através da melhoria da utilização da energia) e a redução dos problemas de viscosidade (DSM, s.d.).

A Vitazyme VP/MG destina-se a frangos de carne com o objetivo de aumentar o valor nutricional dos cereais e leguminosas e permitir a inclusão, nos alimentos compostos, de uma maior quantidade de cereais e de fontes proteicas alternativas de menor digestibilidade, procurando proporcionar um melhor rendimento e poupanças nos custos de alimentação (DSM, s.d.).

As principais atividades enzimáticas do complexo enzimático Vitazyme VP/MG encontram-se descritas no quadro 4 e na ficha técnica (anexo B).

Quadro 4 - Principais atividades enzimáticas de Vitazyme VP/MG

Atividade enzimática Vitazyme VP/MG

RONOZYME VP (ENDO-1, 3 (4)-BETA-GLUCANASE) FBG ENDO-1, 4-BETA-GLUCANASE (EC 3.2.1.4) U ENDO-1, 3 (4)-BETA-GLUCANASE (EC 3.2.1.6) U ENDO-1.4- BETA XYLANASE (EC 3.2.1.8) U EXCIPIENTE c.s.p. Kg 12.500,000 40.000,000 35.000,000 135.000,000 1,000 Fonte: DSM (s.d.)

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15 3.1.4. Descrição do ensaio experimental

3.1.4.1. Localização

O ensaio experimental decorreu numa exploração localizada na região de Lafões, na zona centro de Portugal, a qual possui 5 pavilhões com dimensões distintas.

3.1.4.2. Aves

Os pintos adquiridos pela exploração eram híbridos comerciais Ross 308, não sexados, vacinados contra o vírus da Bronquite Infeciosa (estirpe Ma5) ainda no centro de incubação e chegaram à exploração com 0 dias de idade. Durante a cria, todas as aves foram, ainda, vacinadas contra a Doença do Gumboro (com 18 e 23 dias de idade no caso das aves alojadas nos pavilhões 1, 2 e 3 e com 19 e 23 dias no caso das aves alojadas nos pavilhões 4 e 5). Foram alojados 34.884 pintos no pavilhão 1, 36.957 no pavilhão 2, 35.190 no pavilhão 3, 33.150 no pavilhão 4 e 27.839 no pavilhão 5, tendo as aves dos pavilhões 1 e 2 constituído o tratamento B e as aves dos pavilhões 3, 4 e 5 o tratamento A.

3.1.4.3. Instalações e equipamentos

Cada pavilhão possuía cortinas de separação, que, juntamente com painéis platex permitiam dividir cada pavilhão em 4 parques, caso fosse pretendido. É de realçar que os edifícios não eram de construção recente, tendo este ponto constituído um desafio na correta monitorização das condições sob as quais o ensaio experimental decorreu, maioritariamente ao nível da distribuição de calor e controlo da humidade relativa do ar dentro dos pavilhões. Cada um dos pavilhões possuía uma caldeira de aquecimento à entrada do mesmo e a distribuição de calor foi realizada através de tubagens com pequenas aberturas. Todavia, apesar de os tubos estarem distribuídos ao longo do pavilhão, não cobriam todo o comprimento do mesmo e a temperatura do ar conduzida ao longo do tubo nem sempre foi uniforme. Deste modo, a temperatura à entrada do pavilhão foi sempre superior à do restante pavilhão, tendo ocorrido alguma heterogeneidade na temperatura em vários pontos do mesmo.

Relativamente aos restantes equipamentos, cada pavilhão possuía 5 linhas de água, 4 linhas de comedouros, 3 linhas de luzes e 4 reguladores de pressão de água (Figura 3).

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Figura 3 - Interior de um pavilhão

Fonte: Elaboração Própria

Ao longo de uma das paredes de cada pavilhão encontravam-se distribuídas as janelas e na parede oposta encontravam-se os ventiladores e portas, distribuídos equitativamente. Cada pavilhão estava equipado com um sistema informático, o qual forneceu algumas informações relevantes, maioritariamente referentes à temperatura e ventilação e o qual também permitiu a gestão manual e/ou automática de alguns parâmetros, como a iluminação, temperatura, ventilação, abertura e fecho de janelas, motores, etc., estando ainda ligado a cada pavilhão um silo para alimentos, com uma capacidade de 12 toneladas.

Para a medição diária da temperatura ambiente e humidade relativa do ar em vários pontos dos pavilhões, recorreu-se à utilização de um higrómetro, e nas pesagens recorreu-se à utilização de uma balança analógica, um cordão e um balde (Figura 4).

Figura 4 – i) Higrómetro, ii) Balança analógica, cordão, balde

Fonte: Elaboração Própria

3.1.4.4. Programa alimentar

Os programas alimentares foram constituídos por cinco alimentos, tendo sido alterados em períodos de tempo semelhantes em ambos os tratamentos (Quadro 5).

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Quadro 5 - Denominação e período de ingestão do alimento por dias de idade

Denominação Período de ingestão

pré-starter 0 - 3 dias

104 INT 0 - 7 dias

104 INT2 7 - 16 dias

115 INT 16 - 21 dias

115 INT2 21 - Abate

As dietas de ambos os tratamentos experimentais foram isoenergéticas e isoproteicas, tendo apenas divergido entre tratamentos, na adição do complexo enzimático A ou B, com exceção do alimento “pré-starter”, ao qual não foi adicionado nenhum destes complexos. O alimento “pré-starter” e o alimento “104 INT” foram fornecidos às aves na forma de migalha, tendo os restantes alimentos sido fornecidos na forma de granulado. A composição e características analíticas aproximadas dos principais ingredientes dos alimentos deste ensaio experimental encontram-se no quadro 6.

Quadro 6 - Composição e características analíticas aproximadas dos principais ingredientes dos alimentos pré-starter, 104 INT, 104 INT2, 115 INT e 115 INT2 – Tratamento A(TA) e Tratamento B (TB)

pré-starter 104 INT 104 INT2 115 INT 115 INT2

TA TB TA TB TA TB TA TB TA TB

Ingrediente % % % % %

Milho 51,21 55,66 58,16 63,13 64,47

Bagaço de Soja Descascada e Torrada obtida por

extração

32,25 34,26 26,90 18,87 12,17

Sementes de Soja Torradas 0 0 7,4 10 12

Trigo 0 5 3 0 0

Bagaço de Colza Extratado 0 0 0 0 4

Farinha de Peixe 68%-70%

Prime 3,92 0 0 0 0

Óleo Vegetal de Soja 3,40 1,13 1,07 0 1,10

NuPro (Levedura) 2,45 0 0 0 0 Gordura de Aves 0 0 0 2 1,4 Bagaço de Girassol 34% 0 0 0 1,4 1,4 Fosfato Monobásico de Cálcio 1,27 0,67 0,63 0,60 0,47 Carbonato de Cálcio 1,14 1,26 1,12 1,07 0,93 Cloreto de Sódio 0,14 0,18 0,18 0,23 0,22 Bicarbonato de Sódio 0,03 0,10 0,10 0,06 0,08 C.P.S.P. "G" (IMP) 1 0 0 0 0

Valina Feed Grade 0 0,90 0 0 0

Metionina Líquida 0,29 0,35 0,29 0,29 0,29

Lisina 0 0,28 0,07 0,13 0,20

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Estudo comparativo da utilização de dois aditivos zootécnicos na alimentação de frangos de carne Trabalho experimental 18 Complexo Enzimático A 0 0,02 0 0,02 0 0,02 0 0,02 0 Complexo Enzimático B 0 0 0,1 0 0,1 0 0,1 0 0,1 Características Analíticas % % % % % Proteína Bruta 25 21,6 21 19 18 Gordura Bruta 6 2,8 4,1 5,9 6,7 Fibra Bruta 2,4 2,7 2,8 3,0 3,2 Cinza bruta 6,9 4,5 4,2 3,9 3,6 Cálcio 1,18 0,96 0,91 0,86 0,80 Fósforo 0,94 0,73 0,69 0,66 0,64 Sódio 0,15 0,14 0,14 0,14 0,14 Lisina 1,5 1,43 1,28 1,14 1,12 Metionina 0,58 0,56 0,56 0,50 0,50 3.1.4.5. Alojamento

Antes da entrada das aves para os pavilhões, estes foram submetidos a limpeza, desinfeção e vazio sanitário. Após estes procedimentos, o material de cama foi distribuído equitativamente por todos os pavilhões, tendo rondado a espessura mínima (5-10 cm) recomendada por Aviagen (2015), sendo este constituído por fita e serrim desinfetados.

No início da cria as aves foram alojadas apenas no primeiro parque por questões de maneio e diminuição de desperdícios, nomeadamente ao nível do aquecimento, tendo sido alojadas nos restantes parques ao longo da cria. No primeiro parque foram colocados os comedouros de primeira idade distribuídos ao longo de todo o parque, e junto aos restantes comedouros também foi colocada uma tela de papel na qual foi distribuído alimento pré-starter, para aumentar a disponibilidade do mesmo e estimular a ingestão por parte das aves. A ração e a água foram sempre fornecidas ad libitum, sendo que a água foi previamente submetida a um processo de desinfeção com pastilhas de cloro. O aquecimento foi realizado utilizando caldeiras, sendo o material de aquecimento correspondente a casca de pinha até aos 21 dias de idade, mistura de cordeca e estilha dos 21 aos 28 dias e casca de pinha e serrim dos 28 dias ao final da cria.

A densidade animal máxima praticada neste ensaio experimental encontra-se no quadro 7, estando abaixo do limite legal legislado (33 kg de peso vivo/m2) (Diretiva 2007/43/CE do Conselho de 28 de Junho de 2007).

Quadro 7 - Densidade animal máxima por pavilhão (aves/m2 e Kg peso vivo/m2)

Pavilhão 1 2 3 4 5

Densidade (aves/m2) 21,4 20,9 20,7 20,3 19,5

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3.1.4.6. Temperatura, humidade relativa do ar e fotoperíodo

A temperatura do ar a que as aves foram sujeitas em cada pavilhão variou de acordo com as necessidades das mesmas e características dos pavilhões, de modo a lhes ser fornecida a temperatura mais próxima do ideal. Na figura 5 são apresentadas as temperaturas semanais de cada pavilhão e aos 31 dias.

Figura 5 - Variação semanal de temperatura por pavilhão

A humidade relativa do ar a que as aves foram sujeitas sofreu algumas variações ao longo da cria, tendo sido influenciada pela humidade relativa do ar do exterior do pavilhão, o que constituiu um desafio em algumas alturas da cria. Na figura 6 encontra-se a humidade relativa do ar determinada semanalmente no interior de cada pavilhão e, também, aos 31 dias.

Figura 6 -Variação semanal de humidade relativa do ar por pavilhão

O fotoperíodo foi homogéneo entre pavilhões, tendo as aves sido sujeitas a um período diário de 18h, com intensidade de iluminação de 20 lux, cumprindo as normas da Diretiva 2007/43/CE do Conselho de 28 de Junho de 2007.

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20 3.1.4.7. Procedimentos experimentais

Neste ensaio experimental teve-se como objetivo utilizar procedimentos experimentais o mais homogéneos possível entre pavilhões, de modo a reduzir a introdução de possíveis erros nos resultados do ensaio experimental. Os procedimentos experimentais praticados são descritos seguidamente.

Receção das aves

Previamente à receção das aves, os pavilhões foram submetidos a uma limpeza e desinfeção, colocação do material de cama, divisão do pavilhão em parques, aquecimento e colocação de alimento em telas de papel e comedouros de primeira idade. Após a chegada das aves à exploração, procedeu-se à distribuição das mesmas por pavilhões e tratamentos, à pesagem de uma amostra por pavilhão (aproximadamente 10.000 aves) e a uma contagem aproximada do número de aves distribuídas em cada pavilhão.

Tarefas diárias

Diariamente foram realizadas várias atividades e registos por pavilhão, sendo estes anotados nas fichas técnicas e de controlo da exploração. As atividades diárias da exploração consistiram na verificação do comportamento das aves, retirada das aves mortas e eliminação das menos viáveis (pequenas, coxas, anómalas), aquecimento dos pavilhões, verificação do fornecimento de água e ração, e realização de registos. Foram realizados registos diários dos valores de temperatura mínima e máxima e do momento em que ocorreram, de valores de temperatura e humidade relativa do ar em três pontos diferentes do pavilhão (início, meio e fim), de mortalidade (aves mortas e eliminadas) e dos tratamentos/vacinações (medicamento, duração, lote e intervalo de segurança).

Tarefas pontuais

Relativamente às tarefas pontuais, são de realçar:

- Ajuste da temperatura, ventilação, linhas de água e comedouros;

- Limpeza de pedilúvios e substituição do material da cama em pontos específicos de elevada deterioração;

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- Recolha e envio de amostras para realização de necropsias, análises serológicas e autocontrolos de salmonela;

- Pesagens aos 0, 7, 14, 21, 28 e 31 dias de idade, tendo sido realizadas com o auxílio de uma balança analógica. A pesagem do dia 0 consistiu na determinação do peso de 10.000 aves/pavilhão, a pesagem do dia 7 na determinação do peso de 200 aves/pavilhão, a pesagem do dia 14 na determinação do peso de 150 aves/pavilhão e as pesagens dos dias 21, 28 e 31 na determinação do peso de 75 aves/pavilhão;

- Fornecimento de medicamentos: foi administrado às aves de ambos os tratamentos, vacinação contra o vírus da Doença do Gumboro, Zoovite-Forte (complexo vitamínico administrado como auxiliar no restabelecimento do equilíbrio fisiológico do organismo), Glucofoscal (complemento alimentar rico em minerais e aminoácidos para animais debilitados e com atrasos no crescimento), Sulfato de Cobre (finalidade de prevenção/eliminação de fungos) e Selko-pH (complemento alimentar de ácidos orgânicos que promove o equilíbrio microbiano do aparelho gastrointestinal). Foi, ainda, administrado às aves de alguns pavilhões, o Lamox 800 mg/g (tratamento de infeções causadas por bactérias sensíveis à amoxicilina), Levoflok 100 mg/ml (solução oral para tratamento de infeções causadas por algumas bactérias suscetíveis à enrofloxacina) e Febrivex-P 650 mg/g (pó oral para tratamento sintomático da febre), em resultado da debilidade do estado de saúde que as aves de alguns pavilhões apresentavam.

Nos seguintes quadros (Quadros 8 a 12) encontra-se informação resumida sobre os medicamentos fornecidos às aves, detalhados por pavilhão, duração/nº administrações dos mesmos e algumas das observações mais relevantes realizadas durante a cria.

Quadro 8 - Quadro-resumo sobre medicação, sua duração/nº administrações e observações realizadas no pavilhão 1 durante toda a cria

Idade (dias) Medicamento

Duração/nº

administrações Observações

5 Zoovite-Forte e Glucofoscal 4 dias Cloaca suja

11 Sulfato de Cobre 1 vez Fezes líquidas e ração nas fezes

13 - - Necropsia *1

18 Vacina Bursine 2 16:20 - 18:00 Pesquisa de Salmonela *2

19 Sulfato de Cobre 3 vezes Ração nas fezes

23 Vacina Bursine 2 15:20-16:20 -

23 Selko - pH 2 dias Fezes líquidas e ração nas fezes

23-abate - - Cama deteriorada

(42)

Estudo comparativo da utilização de dois aditivos zootécnicos na alimentação de frangos de carne Trabalho experimental

22

Quadro 9 - Quadro-resumo sobre medicação, sua duração/nº administrações e observações realizadas no pavilhão 2 durante toda a cria

Idade (dias) Medicamento

Duração/nº

administrações Observações

5 Zoovite-Forte e Glucofoscal 4 dias Cloaca suja/coxear

6 - - Análise serológica*1

11 Sulfato de Cobre 2 vezes Fezes líquidas e ração nas fezes 13 Levoflok 100 mg/ml e

Lamox 800 mg/g 3 dias Necropsia*

2

18 Vacina Bursine 2 15:10 - 16:30 Pesquisa de Salmonela*3

19 Sulfato de Cobre 3 vezes Ração nas fezes

20 - - Fezes líquidas e escuras

21 - - Escolha da ração*4

23 Vacina Bursine 2 15:30 - 16:40 -

23 Selko - pH 2 dias Fezes líquidas e ração nas fezes

27 Febrivex-P 650 mg/g 2 dias Sintomas de doença do aparelho respiratório

31 - - Ingestão de penas

23-abate - - Cama deteriorada

*1 Imunodiagnóstico (Doença Gumboro); *2 Resultado: Pericardite fibrinosa, Colibacilose, Fígados friáveis; *3 Resultado: negativo; *4 Aves apresentaram sinais de baixa ingestão e sinais de escolha da ração.

Quadro 10 - Quadro-resumo sobre medicação, sua duração/nº administrações e observações realizadas no pavilhão 3 durante toda a cria

Idade (dias) Medicamento

Duração/nº

administrações Observações

5 Zoovite-Forte e Glucofoscal 4 dias Cloaca suja/coxear

6 - - Análise serológica*1

11 Sulfato de Cobre 2 vezes Fezes líquidas e ração nas fezes 13 Levoflok 100 mg/ml e Lamox 800 mg/g 3 dias Necropsia*2

18 Vacina Bursine 2 - Pesquisa de Salmonela*3

19 Sulfato de Cobre 3 vezes Ração nas fezes

20 - - Fezes líquidas e escuras

21 - - Escolha da ração*4

23 Vacina Bursine 2 e Selko-pH - / 2 dias Fezes líquidas e ração nas fezes

23-abate - - Cama deteriorada

*1 Imunodiagnóstico (Doença Gumboro); *2 Resultado: Pericardite, Colibacilose; *3 Resultado: negativo; *4 Aves apresentaram sinais de baixa ingestão e escolha da ração.

Quadro 11 - Quadro-resumo sobre medicação, sua duração/nº administrações e observações realizadas no pavilhão 4 durante toda a cria

Idade (dias) Medicamento Duração/nº

administrações Observações

4 Zoovite-Forte e Glucofoscal 4 dias Cloaca suja

7 - - Análise serológica *1

10 Sulfato de Cobre 1 vez Fezes líquidas e ração nas fezes

12 - - Necropsia *2

18 Sulfato de Cobre 2 vezes Fezes esbranquiçadas e cor de tijolo

19 Vacina Bursine 2 16:15-18:00 -

20 - - Pesquisa de Salmonela

*3 e escolha da

ração*4

22 Selko - pH 2 dias Fezes líquidas e ração nas fezes

23 Vacina Bursine 2 15:30-16:30 -

(43)

Estudo comparativo da utilização de dois aditivos zootécnicos na alimentação de frangos de carne Trabalho experimental

23

*1 Imunodiagnóstico (Doença Gumboro); *2 Resultado: Inexistência de sinais evidentes de doença; *3 Resultado:

negativo; *4 Aves apresentaram sinais de baixa ingestão e escolha da ração.

Quadro 12 - Quadro-resumo sobre medicação, sua duração/nº administrações e observações realizadas no pavilhão 5 durante toda a cria

Idade (dias) Medicamento Duração/nº

administrações Observações

4 Zoovite-Forte e Glucofoscal 4 dias Cloaca suja

7 - - Análise serológica *1

10 Sulfato de Cobre 1 vez Fezes líquidas e ração nas fezes

12 - - Necropsia *2

18 Sulfato de Cobre 2 vezes Fezes esbranquiçadas e cor de tijolo

19 Vacina Bursine 2 16:15-18:00 -

20 - - Pesquisa de Salmonela *3 e escolha da ração*4

22 Selko - pH 2 dias Fezes líquidas e ração nas fezes

23 Vacina Bursine 2 15:30-16:30 -

23-abate - - Cama deteriorada

*1 Imunodiagnóstico (Doença Gumboro); *2 Resultado: Inexistência de sinais evidentes de doença; *3 Resultado:

negativo; *4 Aves apresentaram sinais de baixa ingestão e escolha da ração.

3.2. Parâmetros avaliados

Os parâmetros zootécnicos avaliados neste ensaio experimental foram analisados até aos 31 dias de cria, tendo este dia correspondido ao momento que antecedeu a primeira apanha para abate das aves de alguns pavilhões. A partir deste momento as condições experimentais a que as aves estiveram sujeitas sofreram variações entre pavilhões, tendo sido mais notáveis ao nível da densidade.

3.2.1. Peso vivo médio

O peso vivo médio foi determinado aos 0, 7, 14, 21, 28 e 31 dias de idade das aves.

3.2.2. Ganho médio diário

O ganho médio diário foi determinado em diferentes períodos da cria, respetivamente, 0-7d, 7-14d, 14-21d, 21-28d, 28-31d e 0-31d.

3.2.3. Ingestão de alimento

A ingestão foi determinada até aos 31 dias, correspondendo este valor apenas a uma estimativa, uma vez que os silos não possuíam balanças incorporadas. Os valores de ingestão apresentados resultam de um valor muito aproximado ao real, calculado pelo colaborador responsável pelo fornecimento dos alimentos, sendo que estas estimativas resultaram do cruzamento frequente de dados relativos ao número de aves existentes em cada pavilhão,

(44)

Estudo comparativo da utilização de dois aditivos zootécnicos na alimentação de frangos de carne Trabalho experimental

24

respetivos pesos médios e de uma estimativa da quantidade de ração presente em cada silo antes do fornecimento de novas cargas de alimento.

3.2.4. Índice de conversão alimentar

O índice de conversão alimentar foi determinado dos 0 aos 31 dias, tendo por base a ingestão total de alimento realizada pelas aves até aos 31 dias de idade, e o peso vivo total das aves que se encontravam no pavilhão àquela mesma idade, englobando, deste modo, a mortalidade das mesmas.

3.2.5. Taxa de mortalidade

A taxa de mortalidade foi determinada em diferentes períodos da cria, respetivamente, 0-7d, 7-14d, 14-21d, 21-28d, 28-31d, 0-21d e 0-31d.

3.2.6. Fator de eficiência europeu

O fator de eficiência europeu foi determinado aos 31 dias, através da fórmula seguidamente apresentada, tendo por base o peso vivo médio, a taxa de sobrevivência e o índice de conversão alimentar acumulado das aves a esta idade.

FEE =taxa de sobrevivência (%) × peso vivo médio (Kg)

idade (dias) × IC × 100

3.3. Análise estatística

Os parâmetros técnicos peso vivo médio, ganho médio diário, ingestão alimentar, índice de conversão alimentar, taxa de mortalidade e fator de eficiência europeu foram submetidos a uma análise de variância monofatorial, tendo como fator a adição do complexo enzimático A ou B. Esta análise estatística utilizou o programa JMP VERSION 7, no qual foram determinadas as médias e o erro padrão das médias (EPM) dos respetivos parâmetros técnicos. Relativamente aos resultados, as diferenças foram consideradas não significativas (NS) se P>0,05, significativas (*) se 0,01<P<0,05, muito significativas (**) se 0,001<P<0,01 e extremamente significativas (***) se P<0,001 (Petrie & Watson, 2013).

Imagem

Figura 1 - Relação entre a adição de enzimas na dieta e a microflora do aparelho digestivo  Fonte: Adaptado de Kiarie et al
Figura 2 - Pontos-chave para o desenvolvimento futuro da utilização de enzimas nas dietas
Figura 4 – i) Higrómetro, ii) Balança analógica, cordão, balde  Fonte: Elaboração Própria
Figura 6 -Variação semanal de humidade relativa do ar por pavilhão
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Referências

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