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O perfil dos migrantes e pendulares por tipo de fluxo, na região metropolitana de Curitiba, em 2000 e 2010

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Academic year: 2021

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O PERFIL DOS MIGRANTES E PENDULARES POR TIPO DE FLUXO NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA, EM 2000 E 2010.

Resumo: O objetivo da pesquisa é analisar a evolução da migração e da pendularidade intrametropolitana, especialmente através do perfil dos migrantes e pendulares e suas características, diferenciando por tipo de fluxo (do núcleo para o entorno, do entorno para o núcleo e do entorno para o entorno), nos anos de 2000 e 2010. A migração e a pendularidade são tipos de mobilidade que destacam as particularidades e a configuração das regiões metropolitanas brasileiras, além de estarem relacionadas. Essa relação está intimamente conectada com a estrutura urbana e o mercado de trabalho nos aglomerados urbanos. Assim, é preciso compreender se as características sociodemográficas são uniformes para os tipos de fluxos e como essas diferenças se apresentam. Para a consecução dos objetivos, serão utilizados os microdados dos censos demográficos de 2000 e 2010. Serão apresentadas tabelas com a evolução da migração e pendularidade, com destaque para os municípios que mais recebem ou mais expulsam migrantes e pendulares. Além disso, serão apresentados tabelas e gráficos com as variáveis sexo, idade, se vive com companheiro ou cônjuge, escolaridade, renda, ocupação, atividade exercida, número de filhos. Todas essas variáveis serão analisadas por tipo de fluxo, ou seja, as características para os migrantes e pendulares que saem do núcleo para o entorno, do entorno para o núcleo ou do entorno para o entorno. Os resultados mostram que houve uma redução da migração e um aumento significativo da pendularidade entre 2000 e 2010. Além disso, a pendularidade do entorno para o núcleo perde participação e é reduzida em quase 10 por cento. Quanto aos diferenciais entre os fluxos, são mais significativos para as variáveis escolaridade, renda, atividade e ocupação. Ademais, as características do perfil dos migrantes e pendulares corroboram as teorias, salvo casos específicos.

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O PERFIL DOS MIGRANTES E PENDULARES POR TIPO DE FLUXO NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA, EM 2000 E 2010.

1 Introdução

A mobilidade humana tem cada vez mais se tornado um elemento fundamental nos componentes da dinâmica demográfica e o processo de migração em si, como também a mobilidade, em suas diversas nuances e características, são determinantes para a caracterização da distribuição espacial da população. Uma das formas mais importantes de mobilidade é o movimento pendular, que tem sua importância absoluta e relativa elevados juntamente com as transformações dos aglomerados urbanos e mais acentuadamente nas últimas décadas. Além disso, nas Regiões Metropolitanas (RMs), a migração e a pendularidade da população são características muito importantes e são fatores cruciais para seu estudo.

A partir da década de 1990, um fenômeno bastante observado nas grandes metrópoles é a tendência de maior crescimento dos municípios periféricos, ocorrendo uma evasão populacional das capitais (núcleo) para as periferias metropolitanas, aqui denominadas como entorno metropolitano. Está ocorrendo uma maior dispersão populacional, associada às mudanças na estrutura urbana e mercado de trabalho (Brito, 2007; Silva, 2012).

Diante das transformações nos aglomerados urbanos, iniciados com a urbanização e industrialização e intensificados com a metropolização, a distribuição espacial da população também se modifica e torna-se mais complexa, carregando relações mais difíceis de serem contabilizadas. Um dos processos que estão diretamente relacionados, mas carregam uma infinidade de outras relações, é o estudo da relação entre a migração e a pendularidade.

Pinho e Brito (2015) observam um aumento significativo da pendularidade nas RMs brasileiras e consideram que esse crescimento envolve a formação de um mercado de trabalho metropolitano, mas está muito associado à dinâmica do mercado imobiliário e da expansão da oferta de moradia. Ao verificar que o principal destino dos imigrantes intrametropolitanos eram os municípios da periferia e o maior contingente de pessoas que fazem o movimento pendular segue em direção ao núcleo, consideram que a maior parte das pessoas migram levadas pela maior oferta residencial e não necessariamente ou totalmente pela expansão das oportunidades de emprego nessas áreas.

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Pode-se dizer que a migração intrametropolitana e a mobilidade pendular estão intimamente ligadas, mas o processo de redistribuição populacional não foi acompanhado igualmente pela redistribuição das atividades produtivas, embora sejam processos concomitantes.

Considerando essas relações e que a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) também vivenciou as transformações que ocorreram nas demais regiões metropolitanas, é importante analisar como ocorreu a evolução da migração e da pendularidade, levando em consideração as características sociodemográficas, familiares, individuais e também é fundamental compreender se essas características são diferenciadas de acordo com o tipo de fluxo apresentado. É indispensável entender se os pendulares do núcleo para o entorno, do entorno para o núcleo ou do entorno para o entorno apresentam características diversas em seus movimentos.

Assim, o objetivo do trabalho é analisar a evolução da migração e da pendularidade intrametropolitana, compreender seus fluxos, intensidade e as características ou perfil para cada tipo de fluxo, nos anos de 2000 e 2010.

2 Método

Para a execução dos objetivos pretendidos, serão utilizados os microdados dos censos 2000 e 2010, que serão apresentados na forma de tabelas e gráficos, para uma melhor compreensão da migração e pendularidade e suas principais características.

Primeiramente serão apresentados os dados da migração e pendularidade intrametropolitana em 2000 e 2010 para avaliar sua evolução, considerando os municípios de origem e destino.

Deve-se enfatizar que as características pessoais dos indivíduos, características familiares, eventos do ciclo de vida, socioeconômicas, também influenciam os padrões de movimentos pendulares e migratórios (Silveira Neto, 2015; Schwanen et al, 2004; Shuai, 2012; Romaní et al, 2003).

Essas características serão apresentadas através das variáveis sexo, idade, se vive com companheiro ou cônjuge, escolaridade, renda, ocupação, atividade exercida, número de filhos. Todas essas variáveis serão analisadas por tipo de fluxo, ou seja, as características para os migrantes e pendulares que saem do núcleo para o entorno, do entorno para o núcleo ou do entorno para o entorno. Essas análises permitem

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observar se há diferenciais para os tipos de fluxos. Todos os dados apresentados referem-se aos anos de 2000 e 2010.

3 Resultados e discussão

Os dados relativos à migração intrametropolitana mostram que houve uma redução de 13,68% no fluxo de migrantes intrametropolitanos entre 2000 a 2010. Além disso, Curitiba é o município que apresenta o maior volume de emigrantes, representando 61,85% do total em 2000 e 59,95% em 2010, ou seja, a migração do núcleo para o entorno é preponderante.

Ao contrário da migração, observa-se um significativo aumento na pendularidade entre o período de 2000 e 2010 e esse aumento corresponde a 76,54%. Além disso, a pendularidade para o trabalho corresponde a 79,95% em 2000 e 81,99% em 2010, com um pequeno incremento no período e é muito superior à pendularidade para o estudo.

Em 2000, o movimento pendular para Curitiba correspondia a 79,49% do total da região e em 2010 passa a ser de 69,78% do total, com uma redução de quase 10 por cento. Todos os outros municípios aumentaram sua participação em relação à entrada de pendulares, especialmente Araucária e São José dos Pinhais. Os municípios que tem maior importância no movimento de saída de pendulares são Almirante Tamandaré, Colombo, Curitiba, Pinhais e São José dos Pinhais. Houve um aumento da participação do movimento pendular do núcleo para o entorno, passando de 10,26% do total da pendularidade em 2000 para 16,24% em 2010. A pendularidade entre os municípios do entorno também obteve aumento em sua participação de 10,24% em 2000 para 13,98% em 2010.

Em se tratando da variável idade, os resultados confirmam as teorias que os jovens são mais móveis, tanto na migração quanto na pendularidade. Na variável sexo, as mulheres são mais móveis na migração e os homens na pendularidade, e não se apresentam grandes diferenças entre os fluxos na migração, mas na pendularidade os diferenciais são maiores. O percentual de pessoas que vivem com companheiro ou cônjuge é bem expressivo para os pendulares e migrantes e também não há diferenças significativas entre os tipos de fluxos.

Quanto à escolaridade, os pendulares apresentam um nível de escolaridade mais alto do que os migrantes e há diferenças consideráveis entre os tipos de fluxo.

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Da mesma forma se apresenta a renda, com os pendulares com maiores níveis de renda que os migrantes e ambos apresentados diferenças entre os fluxos. Por exemplo, os pendulares que vão do núcleo para o entorno apresentam um percentual quase 5 vezes maior de pessoas que ganham entre 10 e 20 salários mínimos, do que quem se desloca do entorno para o núcleo e do entorno para o entorno. A ocupação e atividades dos pendulares e migrantes apresentam algumas diferenças significativas entre os tipos de fluxos e geralmente os migrantes apresentam ocupações e atividades de menor nível.

Esses resultados evidenciam a necessidade de observar como os tipos de fluxos podem apresentar diferenciais para as características, o que pode estar relacionado com a forma como se relaciona a migração e a pendularidade.

4 Referências Bibliográficas

BRITO, F. Urbanização, metropolização e mobilidade espacial da população: um breve ensaio além dos números. In: 5º ENCONTRO NACIONAL SOBRE MIGRAÇÕES, 2007, Campinas. Anais... Campinas.

PINHO, B. A. T. D.; BRITO, F. Local de residência e local de trabalho na RMBH: uma análise comparada entre os anos de 1980 e 2010. Belo Horizonte: UFMG/CEDEPLAR, 2015. (Texto para discussão 525).

SCHWANEN, T.; DIELEMAN, F. M.; DIJST, M. The impact of metropolitan structure on commute behavior in the Netherlands: a multilevel approach. Growth and Change. V. 35, N. 3, pp. 304-333, Summer 2004.

SHUAI, X. "Does Commuting Lead to Migration?. Journal of Regional Analysis & Policy. 42(3), 2012.

SILVA, E. T. Estrutura urbana e mobilidade especial nas metrópoles. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2012.

SILVEIRA NETO, R.; DUARTE, G. et al. (2015). "Gender and commuting time in São Paulo Metropolitan Region." Urban Studies 52(2): 298-313.

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