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Problemas de consumo e investimento em mercados financeiros

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Academic year: 2021

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(1)

Um agente econ´omico pretende decidir de que forma alocar a sua riqueza no que diz respeito ao seu n´ıvel de consumo e ao investimento num mercado financeiro subjacente de forma a maximizar a sua utilidade esperada, derivada do consumo instantˆaneo ao longo de um dado intervalo de tempo e da sua riqueza no instante final desse intervalo. Assumimos que o mercado financeiro ´e composto por um activo sem risco e um activo com risco, com a particularidade da evolu¸c˜ao temporal do activo com risco ser dada por uma equa¸c˜ao diferencial estoc´astica com coeficientes com revers˜ao `a m´edia. Este ´e um problema de controlo ´optimo estoc´astico, que vai ser estudado com recurso a t´ecnicas de programa¸c˜ao dinˆamica. O objectivo final deste trabalho ´e determinar as estrat´egias de consumo e investimento ´optimas e compar´a-las com as estrat´egias cl´assicas do problema de consumo e investimento de Merton.

(2)

An economic agent is faced with the problem of deciding how to allocate her wealth among consumption and investment in an underlying financial market, in order to maximize the expected utility derived from the instantaneous consumption over a given time interval and her wealth at the final horizon. We assume that the financial market under consideration consists of a riskless asset and a risky asset, the latter having the special feature that its temporal evolution is given by a stochastic differential equation with mean reversion coefficients. Dynamic programming tech-niques will be employed to solve this Stochastic Optimal Control problem with the goal of finding the optimal strategies for consumption and investment and compare it with Merton’s optimal strategies.

(3)

Ao meu orientador, Professor Doutor Diogo Pinheiro que disponibilizou o seu precioso tempo para me ajudar.

Aos meus pais que sempre foram e sempre ser˜ao a minha fonte de inspira¸c˜ao.

A todos os amigos e familiares que apoiaram-me, em especial `a minha av´o Maria e aos meus tios Eduardo e Deolinda.

Ao meu colega e amigo Emanuel por acreditar em mim e com quem sempre pude contar. Ao meu irm˜ao e `as minhas irm˜as que sempre acreditaram em mim.

(4)

1 Introdu¸c˜ao 1

2 Controlo ´optimo estoc´astico 3

2.1 Programa¸c˜ao Dinˆamica . . . 5

2.1.1 Princ´ıpio do ´optimo de Bellman . . . 8

2.1.2 Equa¸c˜ao de Hamilton-Jacobi-Bellman . . . 13

2.1.3 Teorema de Verifica¸c˜ao . . . 16

3 Consumo e investimento com coeficientes determin´ısticos 19 3.1 Formula¸c˜ao do problema . . . 19

3.2 Estrat´egias ´optimas . . . 21

4 Consumo e investimento com coeficientes difusivos 24 4.1 Formula¸c˜ao do problema . . . 24

4.2 Estrat´egias ´optimas . . . 26

4.3 Solu¸c˜ao num´erica . . . 29

5 Conclus˜ao 32

A Resultados auxiliares 34

(5)

1

Introdu¸

ao

O prop´osito deste trabalho ´e estudar o problema enfrentado por um agente econ´omico na posse de uma determinada riqueza no que diz respeito ao seu uso para o consumo ao longo de um dado intervalo de tempo e investimento num mercado financeiro constitu´ıdo por um activo sem risco e um activo com risco cujo o pre¸co evolui de acordo com uma difus˜ao cujos os coeficientes s˜ao eles pr´oprios processos estoc´asticos descritos por uma difus˜ao com revers˜ao `a m´edia. Mais precisamente, o principal objectivo ´e determinar a quantidade ´optima que o agente deve consumir e a propor¸c˜ao ´optima da riqueza que deve investir em cada activo deste mercado financeiro em cada instante de tempo de forma a maximizar uma dada utilidade esperada. Assumimos que todo o rendimento do agente prov´em do investimento realizado, ou seja, o agente econ´omico n˜ao disp˜oe de outras fontes de rendimento.

Com o objectivo de determinar o pre¸co de alguns activos financeiros derivados, Black e Scholes em 1973 consideraram um modelo de mercados financeiros dado por equa¸c˜oes diferenciais estoc´asticas lineares [BS73]. Um tratamento detalhado pode ser encontrado nas monografias de Bjork [Bjo09] e Hull [Hul97]. A abordagem introduzida por Black e Scholes, onde a volatilidade do pre¸co dos activos financeiros ´e tomada como sendo constante, tem sido alvo de algumas cr´ıticas. Durante os anos que se seguiram `a introdu¸c˜ao do modelo de Black-Scholes, foram propostas v´arias alternativas com vista a ultrapassar as limita¸c˜oes da proposta inicial. A literatura actual ´e muito extensa, mas para citar alguns exemplos, vale a pena referir os trabalhos de Merton [Mer76], de Ingersoll [Ing76] e de Hull e White [HW90]. O estudo de modelos alternativos para evolu¸c˜ao de pre¸cos de activos financeiros continua a ser uma ´area de investiga¸c˜ao activa, conforme se pode ver

(6)

volatilidade estoc´astica e saltos [OFS98, MS11, MFRZ14, MPZ08].

Na sec¸c˜ao 2 introduzimos a teoria de Controlo ´Optimo Estoc´astico, um ramo recente da Matem´atica, cujo objectivo ´e o estudo das traject´orias ´optimas relativamente a um dado crit´erio e a um dado sistema dinˆamico. O m´etodo que utilizamos para resolver problemas de Controlo ´Optimo Estoc´astico com horizonte finito ´e denominado por Pro-grama¸c˜ao Dinˆamica, desenvolvida por Richard Bellman a partir da d´ecada de 1950. Bell-man considera uma fun¸c˜ao designada por fun¸c˜ao valor e descrita por rela¸c˜oes recursivas entre problemas de controlo ´optimo com diferentes condi¸c˜oes iniciais. Esta abordagem ´e conhecida actualmente por princ´ıpio do ´optimo de Bellman. Sob condi¸c˜oes adequadas, ´e poss´ıvel provar que a fun¸c˜ao valor ´e solu¸c˜ao da equa¸c˜ao `as derivadas parciais, conhecida por equa¸c˜ao de Hamilton-Jacobi-Bellman (HJB). Um tratamento completo da teoria pode ser encontrado nas monografias de Yong and Zhou [YZ99] e Pham [Pha09].

Na sec¸c˜ao 3 ser˜ao apresentadas as principais ideias desenvolvidas por Merton nos seus trabalhos pioneiros [Mer69, Mer71], onde introduziu pela primeira vez o uso da teoria do Controlo ´Optimo em Finan¸cas, encontrando uma solu¸c˜ao expl´ıcita para o problema de consumo-investimento.

Para dar continuidade `a teoria apresentada na Sec¸c˜ao 3, onde Merton considera a rentabilidade m´edia e a volatilidade dos activos como processos determin´ısticos, na Sec¸c˜ao 4 consideramos o mesmo mercado financeiro, assumindo agora que o activo com risco evolui ao longo do tempo segundo uma difus˜ao com coeficientes estoc´asticos. Nesta mesma sec¸c˜ao apresentamos solu¸c˜oes num´ericas para o problema de consumo-investimento referido acima, real¸cando as principais diferen¸cas e semelhan¸cas relativamente ao prob-lema originalmente considerado por Merton. As simula¸c˜oes num´ericas foram realizadas usando o software ”Wolfram Mathematica”.

(7)

futuros na sec¸c˜ao 5.

2

Controlo ´

optimo estoc´

astico

Nesta sec¸c˜ao ser´a apresentado e formalizado o problema de controlo ´optimo estoc´astico. Comecemos por fixar alguma nota¸c˜ao.

A vari´avel t ∈ [0, T ] vai denotar tempo cont´ınuo, x(t) representa a vari´avel de estado do sistema no momento t ∈ [0, T ] e u(t) ∈ U representa a vari´avel controlo do sistema no mesmo momento, onde U ´e um espa¸co m´etrico apropriado.

Seja (Ω, F , {Ft}t≥0, P) um espa¸co de probabilidade filtrado que satisfaz as condi¸c˜oes

usuais, isto ´e, (Ω, F , P) ´e completo, F0 cont´em todos os conjuntos de medida P nula

em F e {Ft}t≥0 ´e a filtra¸c˜ao gerada pelo movimento Browniano m-dimensional, W (t),

sendo cont´ınua `a direita. A dinˆamica do sistema de controlo ´e determinada pela equa¸c˜ao diferencial estoc´astica

     dx(t) = b(t, x(t), u(t))dt + σ(t, x(t), u(t))dW (t) x(0) = x0 , (1)

e o funcional objectivo ´e da forma

J (u(·)) = E Z T 0 f (t, x(t), u(t))dt + h(x(T ))  , (2)

onde x0 ∈ Rn e o controlo u(·) est´a definido no conjunto

(8)

dinˆamica descrita pela equa¸c˜ao diferencial estoc´astica (1), isto ´e, encontrar ¯u(·) ∈ U [0, T ] que satisfa¸ca a igualdade

J (¯u(·)) = sup

u(·)∈U

J (u(·)). (3)

Vamos considerar a formaliza¸c˜ao fraca do problema descrito acima. Tal formaliza¸c˜ao permite-nos resolver o problema para uma condi¸c˜ao inicial qualquer e em particular para o caso em que t = 0 e x(0) = x0.

Sejam s ∈ [0, T ) e y ∈ Rn. Consideramos ent˜ao um novo sistema de controlo estoc´astico, determinado por      dx(t) = b(t, x(t), u(t))dt + σ(t, x(t), u(t))dW (t), t ∈ [s T ] x(s) = y (4)

cujo funcional objectivo associado ´e

J (s, y; u(·)) = E Z T s f (t, x(t), u(t))dt + h(x(T ))  . (5)

Sejam L1F(0, T ; R) o conjunto de todos os processos estoc´asticos em R adaptados `a fil-tra¸c˜ao {Ft}t≥0 tais que E{

RT

0 |x(t)|dt} < ∞ e L 1

FT(Ω; R) o conjunto de todos os vectores

aleat´orios F -mensur´aveis tais que E{|x(t)|} < ∞.

Defini¸c˜ao 1 O controlo π = (Ω, F , {Ft}t≥s, P, W (·), u(·)) ´e admiss´ıvel no sentido fraco

se:

(i) (Ω, F , {Ft}t≥s, P) ´e um espa¸co de probabilidade satisfazendo as condi¸c˜oes usuais;

(ii) {W (t)}t≥s ´e um movimento Browniano m-dimensional definido em (Ω, F , P);

(9)

(iv) x(·) ´e a solu¸c˜ao ´unica da equa¸c˜ao (1) em (Ω, F , {Ft}t≥s, P);

(v) As fun¸c˜oes f (·, x(·), u(·)) e h(x(T )) s˜ao tais que f (·, x(·), u(·)) ∈ L1F(s, T ; R) e h(x(T )) ∈ L1FT(Ω; R).

O conjunto de todos os controlos admiss´ıveis no sentido fraco ´e denotado por Uw ad[s, T ].

Reduzimos ent˜ao o problema de controlo ´optimo estoc´astico a maximizar o funcional (5) sujeito `a dinˆamica determinada pela equa¸c˜ao diferencial estoc´astica (4), sobre todos os controlos ¯u(·) ∈ Uw ad[s, T ], isto ´e J (s, y; ¯u(·)) = sup u(·)∈Uw ad[s,T ] J (s, y; u(·)) . (6)

Notamos ainda que o problema de controlo ´optimo estoc´astico tem solu¸c˜ao finita se o lado direito da igualdade (6) for finito, sendo a solu¸c˜ao ´unica se existir um ´unico ¯u(·) ∈ Uadw[s, T ] para o qual (6) ´e satisfeita.

Na sec¸c˜ao que se segue vamos dedicar-nos ao estudo de um m´etodo que permite abordar problemas de controlo ´optimo.

2.1

Programa¸

ao Dinˆ

amica

O Princ´ıpio de Programa¸c˜ao Dinˆamica foi desenvolvido por Richard Bellman na d´ecada de 1950. A ideia fundamental deste m´etodo ´e considerar uma fam´ılia de problemas de controlo ´optimo com condi¸c˜oes iniciais diferentes, estabelecendo rela¸c˜oes recursivas entre esses problemas de forma a obter uma equa¸c˜ao diferencial em derivadas parciais, denom-inada por equa¸c˜ao de Hamilton-Jacobi-Bellman.

(10)

(B) As aplica¸c˜oes b : [0, T ] × Rn× U → Rn, σ : [0, T ] × Rn× U → Rn×m, f : [0, T ] ×

Rn× U → R e h : Rn → R s˜ao uniformemente cont´ınuas e existe uma constante

L > 0 tal que para ϕ(t, x, u) = b(t, x, u), σ(t, x, u), f (t, x, u), h(x), as desigualdades,

     |ϕ(t, x, u) − ϕ(t, x0, u)| ≤ L|x − x0| |ϕ(t, 0, u)| ≤ L , (7)

s˜ao satisfeitas para todo t ∈ [0, T ], x, x0 ∈ Rn e u ∈ U .

Sob as condi¸c˜oes (A) e (B), para todo o (s, y) ∈ [0, T [×Rn e u(·) ∈ Uw

ad[s, T ], a equa¸c˜ao

(4) admite uma ´unica solu¸c˜ao x(·) ≡ x(·; s, y, u(·)) e o funcional objectivo associado est´a bem definido.

Deste modo, podemos definir a fun¸c˜ao      V (s, y) = sup u(·)∈Uw ad[s,T ] J (s, y; u(·)), V (T, y) = h(y), (8)

para todo (s, y) ∈ [0, T [×Rn, que denominamos por fun¸c˜ao valor associada a (5).

Proposi¸c˜ao 1 Suponhamos que as condi¸c˜oes (A) e (B) s˜ao satisfeitas. Ent˜ao, para todo s, s0 ∈ [0, T ] e y, y0 ∈ Rn a fun¸ao valor V(s,y) satisfaz as seguintes desigualdades:

(i) |V (s, y)| ≤ K(1 + |y|);

(11)

Demonstra¸c˜ao : Para demonstrar a primeira desigualdade, fixemos (s, y) ∈ [0, T [×Rn. Para todo o controlo fraco (Ω, F , P, W (·), u(·)) ∈ Uadw[s, T ], temos que

|J(s, y; u(·))| = E Z T s f (t, x(t), u(t))dt + h(x(T ))  ≤ E Z T s |f (t, x(t), u(t))|dt + |h(x(T ))|  ≤ E ( Z T s

|f (t, x(t), u(t)) − f (t, 0, u(t))| + |f (t, 0, u(t))|dt

+ |h(x(T ) − h(0)| + |h(0))| )

.

Usando a condi¸c˜ao (B), obtemos que

|J(s, y; u(·))| ≤ E Z T s L|x(t)| dt + Z T s L dt + L|x(t)| + L  ≤ E Z T s L sup s≤t≤T |x(t)| dt + L(T − s) + L sup s≤t≤T |x(t)| + L  .

Pela desigualdade (52) do Teorema 4 (ver Apˆendice A), podemos escrever que

|J(s, y; u(·))| ≤ E Z T s LK(1 + |y|) dt + L(T − s) + LK(1 + |y|) + L  = LK(1 + |y|)(T − s) + L(T − s) + LK(1 + |y|) + L = [K(T − s) + T − s + K + 1]L + (T − s + 1)LK|y|. Tome-se C = max{[K(T − s) + T − s + K + 1]L, (T − s + 1)LK}. Ent˜ao obtemos |J(s, y; u(.))| ≤ C(1 + |y|), (9)

(12)

para todo u(·) ∈ Uadw[s, T ]. Tomando o supremo sobre u(·) ∈ Uadw[s, T ], obtemos o resultado pretendido.

Para provar a segunda desigualdade, consideremos 0 ≤ s ≤ s0 ≤ T e y, y0 ∈ Rn

. Dado um controlo admiss´ıvel fraco (Ω, F , P, W (·), u(·)) ∈ Uw

ad[s, T ], existem traject´orias das

vari´aveis estado x(·) e x0(·) associadas a (s, y, u(·)) e (s0, y0, u(·)), respectivamente. Ent˜ao, usando argumentos similares aos da primeira parte desta prova e a desigualdade (53) do Teorema 4 (ver Apˆendice A), obtemos

|J(s, y; u(·)) − J(s0, y0; u(.))| ≤ K{|y − y0+ (1 + |y| ∨ |y0|)|s − s0|1/2}.

Para finalizar a demonstra¸c˜ao basta tomar o supremo sobre u(·) ∈ Uw ad[s, T ].



2.1.1 Princ´ıpio do ´optimo de Bellman

O princ´ıpio do ´optimo de Bellman d´a-nos uma condi¸c˜ao necess´aria para que um controlo ¯

u(·) seja ´optimo.

Teorema 1 Dadas as condi¸c˜oes (A) e (B), para todo (s, y) ∈ [0, T [×Rn e para todo o s0 tal que 0 ≤ s ≤ s0 ≤ T , temos que

V (s, y) = sup u(·)∈Uw ad[s,T ] E ( Z s0 s

f (t, x(t; s, y, u(t)), u(t))dt + V (s0, x(s0; s, y, u(·))) )

(13)

Demonstra¸c˜ao : Denotemos por ¯V (s, y) o lado direito da igualdade (10). Para todo ε > 0, existe (Ω, F , P, W (·), u(·)) ∈ Uw ad[s, T ] tal que V (s, y) − ε < J (s, y; u(·)) = E Z T s

f (t, x(t; s, y, u(·)), u(t)) dt + h(x(T ; s, y, u(·))) 

.

Usando a propriedade de Markov das solu¸c˜oes de (4), temos que

J (s, y; u(·)) = E ( Z s0 s f (t, x(t; s, y, u(·)), u(t)) dt + E Z T s0

f (t, x(t; s0, x(s0), u(·)), u(t))dt + h(x(T ; s0, x(s0), u(·)))|Fss0

) .

Notando que o segundo termo no lado direito da igualdade acima ´e exactamente J (s0, x(s0; s, y, u(·)); u(·)), obtemos

V (s, y) = E (

Z s0

s

f (t, x(t; s, y, u(·)), u(t)) dt + J (s0, x(s0; s, y, u(·)); u(·)) )

.

Como V (s0, x(s0; s, y, u(·))) ´e o supremo de J (s0, x(s0; s, y, u(·)); u(·)) sobre o conjunto Uw ad[s, T ], temos a desigualdade V (s, y) ≤ E ( Z s0 s

f (t, x(t; s, y, u(·)), u(t)) dt + V (s0, x(s0; s, y, u(·))) )

(14)

Para provar a desigualdade rec´ıproca, notemos que usando a Proposi¸c˜ao 1 e a sua prova, para todo ε > 0, existe δ = δ(ε) tal que |y − y0| < δ e

|J(s0, y; u(·)) − J (s0, y0; u(·))| + |V (s0, y) − V (s0, y0)| ≤ ε (11)

para todo u(·) ∈ Uw[s0, T ].

Seja {Dj}j≥1 uma parti¸c˜ao de Borel de Rn, isto ´e, Dj ∈ B(Rn), ∪j≥1 Dj = Rn, Di ∩

Dj = ∅ para todo i 6= j e diam(Dj) < δ. Escolhendo xj ∈ Dj, para cada j existe

(Ωj, Fj, Pj, Wj(·), uj(·))) ∈ Uadw[s

0, T ], tal que

J (s0, xj; uj(·)) ≥ V (s0, xj) − ε. (12)

Consequentemente, para todo x ∈ Dj, combinando as desigualdades (11) e (12), obtemos

que

J (s0, x; uj(·)) ≥ J (s0, xj, uj(·)) − ε ≥ V (s0, xj) − 2ε ≥ V (s0, x) − 3ε (13)

Denotemos por C([0, T ]; Rm) o conjunto de todas as fun¸c˜oes cont´ınuas ϕ : [0, T ] → Rm. Sejam                  Wm[0, T ] = C([0, T ]; Rm), Wtm[0, T ] = {ψ(· ∧ t)|ψ(·) ∈ Wm[0, T ]}, Bt(Wm[0, T ]) = σ(B(Wtm[0, T ])), Bt+(Wm[0, T ]) = ∩s>t(Bs(Wm[0, T ])

e AmT(U ) o conjunto de todos os processos estoc´asticos η : [0, T ] × Wm[0, T ] → U progres-sivamente mensur´aveis relativamente `a filtra¸c˜ao Bt+(Wm[0, T ])t≥0.

(15)

existe uma fun¸c˜ao ψj ∈ AmT(U ) tal que

uj(t, ω) = ψj(t, Wj(· ∧ t, ω)), Pj − q.c. ω ∈ Ωj,

para todo t ∈ [s0, T ].

Seja (Ω, F , P, W (·), u(·)) ∈ Uw[s, T ]. Denotemos o estado da traject´oria do problema de controlo ´optimo estoc´astico por x(·) ≡ x(·; s, y, u(·)) e consideremos assim um novo controlo ˜u(·) definido por

˜ u(t, ω) =      u(t, ω) se t ∈ [s s0[; ψj(t, W (· ∧ t, ω) − W (s0, ω)), se t ∈ [s0, T ] e x(t, ω) ∈ Dj

Conclu´ımos ent˜ao que (Ω, F , P, W (·), ˜u(·)) ∈ Uw[s, T ] e obtemos que

V (s, y) ≥ J (s, y; ˜u(·)) = E

Z T s

f (t, x(t; s, y, ˜u(·)), ˜u(t)) dt + h(x(T ; s, y, ˜u(·))) 

.

Usando a propriedade de Markov das solu¸c˜oes de (4), temos que

V (s, y) = E ( Z s0 s f (t, x(t; s, y, u(·)), u(t)) dt + E Z T s0

f (t, x(t; s0, x(s0), u(·)), ˜u(t))dt + h(x(T ; s0, x(s0), ˜u(·)))|Fss0

)

= E (

Z s0

s

f (t, x(t; s, y, u(·)), u(t)) dt + J (s0, x(s0; s, y, u(·)); ˜u(·)) )

(16)

Tendo em conta a desigualdade (13), obtemos

V (s, y) ≥ E (

Z s0

s

f (t, x(t; s, y, u(·)), u(t)) dt + V (s0, x(s0; s, y, u(·))) − 3ε )

.

Para concluir a prova do teorema, basta tomar o supremo sobre u(·) ∈ Uw

ad[s, T ]. 

Teorema 2 Suponhamos que as condi¸c˜oes (A) e (B) s˜ao satisfeitas. Se (¯x(·), ¯u(·)) ´e um par ´optimo para o problema de controlo ´optimo estoc´astico, ent˜ao

V (t, ¯x(t)) = E Z T t f (r, ¯x(r), ¯u(r))dr + h(¯x(T ))|Fts  , P − q.c. (14) para todo t ∈ [s, T ].

Demonstra¸c˜ao : De modo similar `a demonstra¸c˜ao anterior, temos que

V (s, y) = J (s, y; ¯u(·)) = E Z t s f (r, ¯x(r), ¯u(r)) dr + E Z T t f (r, ¯x(r), ¯u(r)) dr + h(¯x(T ))|Fts  = E Z t s f (r, ¯x(r), ¯u(r)) dr + E [J (t, ¯x(t); ¯u(.))]  ≤ E Z t s f (r, ¯x(r), ¯u(r)) dr + E [V (t, ¯x(t))]  .

Usando o resultado do teorema anterior, vem que

E Z t s f (r, ¯x(r), ¯u(r)) dr + E [V (t, ¯x(t))]  ≤ V (s, y). (15)

(17)

Em particular, notamos que

E {J (t, ¯x(t); ¯u(.))} = E {V (t, ¯x(t))} .

Por defini¸c˜ao da fun¸c˜ao valor, sabemos que

J (t, ¯x(t); ¯u(·)) ≤ V (t, ¯x(t)). (16)

Combinando as equa¸c˜oes (15) e (16), obtemos o resultado pretendido. 

2.1.2 Equa¸c˜ao de Hamilton-Jacobi-Bellman

Tendo em conta a complexidade da rela¸c˜ao recursiva (10), a equa¸c˜ao de Hamilton-Jacobi-Bellman (HJB) surge como uma forma alternativa de caracterizar as solu¸c˜oes do problema de controlo ´optimo. O objectivo principal desta sec¸c˜ao ´e encontrar uma equa¸c˜ao em derivadas parciais que descreva implicitamente a fun¸c˜ao valor.

Seja Sn o conjunto de todas as matrizes sim´etricas n × n e C1,2([0, T ] × Rn

, R) o conjunto de todas as fun¸c˜oes cont´ınuas v : [0, T ] × Rn→ R tais que vt, vxe vxx s˜ao cont´ınuas para

todo (t, x) ∈ [0, T ] × Rn.

Proposi¸c˜ao 2 Suponhamos que as condi¸c˜oes (A) e (B) s˜ao satisfeitas e que a fun¸c˜ao valor ´e tal que V ∈ C1,2([0, T ]×Rn). Ent˜ao V ´e solu¸ao do problema de valor na fronteira

     vt+ supu∈UG(t, x, u, P, B) = 0, (t, x) ∈ [0, T [×R n, v(T, x) = h(x), (17)

(18)

onde

G(t, x, u, P, B) = f (t, x, u) + hP, b(t, x, u)i +1

2tr(σ(t, x, u)

TBσ(t, x, u)), (18)

para todo o (t, x, u, P, B) ∈ [0, T ] × Rn× U × Rn× Sn.

A fun¸c˜ao definida em (18) ´e usualmente designada por Hamiltoniano generalizado.

Demonstra¸c˜ao : Fixe-se (s, y) ∈ [0, T [×Rne u ∈ U . Seja x(·) a traject´oria da vari´avel estado correspondente ao controlo u(·) ∈ Uw[s, T ] definido por u(t) ≡ u. Pela equa¸c˜ao

(10) sabemos que V (s, y) ≥ E ( Z s0 s f (t, x(t), u(t))dt + V (s0, x(s0)) ) , ou seja 0 ≥ E ( Z s0 s f (t, x(t), u(t))dt + V (s0, x(s0)) − V (s, y) ) .

Dividindo ambos os membros da desigualdade anterior por (s0− s), temos

1 s0− sE ( Z s0 s f (t, x(t), u), u(t))dt + V (s0, x(s0)) − V (s, y) ) ≤ 0, ou seja E {V (s0, x(s0) − V (s, y)} s0− s + 1 s0 − sE ( Z s0 s f (t, x(t), u(t))dt ) ≤ 0.

(19)

Usando a formula de Itˆo, obtemos que para todo o s0 ∈ [s, T ], temos V (s0, x(s0)) − V (s, y) = Z s0 s {Vt(r, x(r)) + hVx(r, x(r)), b(r)i + 1 2trσ(r) TV xx(r, x(r))σ(r)}dr + Z s0 s hVx(r, x(r)), σ(r)dW ti.

Combinando as duas identidades anteriores e introduzindo o Hamiltoniano generalizado, obtemos 1 s0− sE ( Z s0 s {Vt(r, x(r)) + G(r, x(r), u, Vx(r, x(r)), Vxx(r, x(r))) + f (t, x(t), u(t))} dr ) ≤ 0.

Fazendo s0 ↓ s, obtemos que

Vt(s, x(s)) + G(s, x(s), u, Vx(s, x(s)), Vxx(s, x(s))) = 0

para todo u ∈ U . Tomando o supremo sobre u ∈ U , segue que

Vt(s, x(s)) + sup u∈U

G(s, x(s), u, Vx(s, x(s)), Vxx(s, x(s))) ≤ 0. (19)

Por outro lado, sejam ε > 0 e 0 ≤ s ≤ s0 ≤ T com s0 − s > 0 suficientemente pequeno.

Existe um controlo u(·) ≡ us0(·) ∈ Uw[s, T ] tal que

V (s, y) + ε(s0− s) ≥ E ( Z s0 s f (t, x(t), u(t))dt + V (s0, x(s0)) ) .

(20)

Simplificando a desigualdade anterior, obtemos ε ≥ E {V (s 0, x(s0)) − V (s, y)} s0− s − 1 s0− sE Z s0 s f (t, x(t), u(t))dt.

Usando novamente a formula de Itˆo, conclu´ımos que

ε = 1 s0− sE Z s0 s {Vt(t, x(t)) + G(t, x(t), u, Vx(t, x(t)), Vxx(t, x(t)))}dt ≤ 1 s0− sE Z s0 s {Vt(t, x(t)) + sup u∈U G(t, x(t), u, Vx(t, x(t)), Vxx(t, x(t)))}dt.

Tendo em conta a continuidade uniforme das fun¸c˜oes b, σ e f da condi¸c˜ao (B) e tomando o limite s ↓ s0 obtemos o seguinte resultado

Vt(t, x(t)) + sup u∈U

G(t, x(t), u, Vx(t, x(t)), Vxx(t, x(t))) ≥ ε. (20)

Combinando as desigualdades (19) e (20), conclu´ımos a demonstra¸c˜ao do Teorema. 

2.1.3 Teorema de Verifica¸c˜ao

Para resolver um problema de controlo ´optimo ´e necess´ario determinar o controlo ´optimo e o respectivo estado da traject´oria. O objectivo desta sec¸c˜ao ´e mostrar que um par (x(·), u(·)) ´e ´optimo se e s´o se ´e uma solu¸c˜ao da equa¸c˜ao de Hamilton-Jocobi-Bellman . Teorema 3 (Teorema da Verifica¸c˜ao) Suponhamos que as hip´oteses (A) e (B) s˜ao satisfeitas. Se V ∈ C1,2([0, T ] × Rn) ´e solu¸c˜ao da equa¸c˜ao de HJB, ent˜ao

V (s, y) ≥ J (s, y; u(·)), (21)

para todo u(·) ∈ Uw

ad[s, T ] e (s, y) ∈ [0, T ] × R n

(21)

(¯x(·), ¯u(·)) ´e ´optimo para o problema de controlo ´optimo estoc´astico se e s´o se

Vt(t, ¯x(t)) ≡ max

u∈U G(t, ¯x(t), u, Vx(t, ¯x(t)), Vxx(t, ¯x(t)))

= G(t, ¯x(t), ¯u(t), Vx(t, ¯x(t)), Vxx(t, ¯x(t))) (22)

t ∈ [s, T ], P − q.c.

Demonstra¸c˜ao : Para todo u(·) ∈ Uadw[s, T ] com a correspondente traject´oria da vari´avel de estado x(·), aplicando a f´ormula de Itˆo `a fun¸c˜ao V (t, x(t)), obtemos

V (T, x(T )) = V (s, y) + Z T s {Vt(t, x(t)) + hVx(t, x(t)), b(t, x(t), u(t))i + 1 2tr(σ(t, x(t), u(t)) TV xx(t, x(t))σ(t, x(t), u(t)))} dt + Z T s Vx(t, x(t))σ(t, x(t), u(t)) dWt.

Aplicando o valor esperado em ambos os membros da igualdade acima e notando que o valor esperado do integral estoc´astico ´e nulo, temos

V (s, y) = −E  Z T s  Vt(t, x(t)) + f (t, x(t), u(t)) + hVx(t, x(t)), b(t, x(t), u(t))i + 1 2tr(σ(t, x(t), u(t)) TV xx(t, x(t))σ(t, x(t), u(t)))  dt  + E  Z T s f (t, x(t), u(t))d + V (T, x(T ))  .

(22)

Usando a condi¸c˜ao terminal em (8), a defini¸c˜ao do funcional J (s, y; u(·)) em (5) e a defini¸c˜ao do Hamiltoniano generalizado dada na Proposi¸c˜ao 2, obtemos

V (s, y) = J (t, y; u(·)) − E  Z T s {Vt(t, x(t)) + G(t, x(t), u(t), vx(t, x(t)), vxx(t, x(t)))dt  .

Tomando o supremo sobre todo u ∈ U , obtemos a seguinte desigualdade

V (s, y) ≥ J (t, y, u(·)) − E  Z T s Vt(t, x(t)) + sup u∈U G(t, x(t), u, Vx(t, x(t)), Vxx(t, x(t))) dt  .

Pela equa¸c˜ao de HJB, sabemos que

Vt(t, x(t)) + sup u∈U

G(t, x(t), u(t), Vx(t, x(t)), Vxx(t, x(t))) = 0,

donde segue o resultado pretendido, V (s, y) ≥ J (t, y, u(·)).

Para provar a segunda parte do teorema, consideramos o par ´optimo (¯x(·), ¯u(·)) e obser-vamos que V (s, y) = J (s, y; ¯u(·)) − E Z T s Vt(t, ¯x(t)) + G(t, ¯x(t), ¯u(t), Vx(t, ¯x(t)), Vxx(t, ¯x(t)))dt  .

Uma vez que pela equa¸c˜ao HJB temos

Vt(t, ¯x(t)) + G(t, ¯x(t), u(t), Vx(t, ¯x(t)), Vxx(t, ¯x(t))) ≤ 0,

(23)

3

Consumo e investimento com coeficientes

deter-min´ısticos

Nesta sec¸c˜ao vamos apresentar as principais ideias introduzidas por Merton para a an´alise de um problema de consumo-investimento em tempo cont´ınuo com horizonte finito.

3.1

Formula¸

ao do problema

Consideremos um modelo de mercado financeiro com dois activos, cujo valor evolui de acordo com as seguintes equa¸c˜oes diferenciais:

     dB(t) = r(t)B(t)dt dS(t) = µ(t)S(t)dt + σ(t)S(t)dW (t) , (23)

onde B(t) representa o valor do activo sem risco, S(t) o valor do activo com risco, W (t) ´

e um movimento Browniano unidimensional, r(t) representa a taxa de juro sem risco e µ(t) e σ(t) representam, respectivamente, o retorno m´edio e a volatilidade do activo com risco.

Seja X(t) a riqueza de um agente econ´omico no instante de tempo t ≥ 0 e suponhamos que esse agente adopta uma estrat´egia auto-financiada para o consumo-investimento, isto ´e, toda a riqueza gerada por tal estrat´egia ´e proveniente da varia¸c˜ao nos pre¸cos dos activos. Dito de outra forma, a riqueza do agente n˜ao depende de qualquer fonte de rendimento exog´ena. Neste caso, a dinˆamica da riqueza do agente ´e determinada pela seguinte equa¸c˜ao diferencial estoc´astica

  dX(t) =  X(t)(π(t)µ(t) + (1 − π(t))r(t)) − c(t)  dt + X(t)π(t)σ(t)dW (t)

(24)

onde x0 representa a riqueza inicial do agente e c(t) e π(t) s˜ao as vari´aveis de controlo.

O consumo instantˆaneo c(t) ´e um processo progressivamente mensur´avel, adaptado `a filtra¸c˜ao {Ft}0≤t≤T, estritamente positivo e tal que para um horizonte T > 0, temos que

a seguinte condi¸c˜ao ´e satisfeita:

Z T

0

c(t) dt < ∞ q.c..

O processo π(t) representa a propor¸c˜ao de riqueza investida no activo com risco S(t) no instante t ∈ [0, T ]. Assumimos que π(t) ´e um processo progressivamente mensur´avel, adaptado `a filtra¸c˜ao {Ft}0≤t≤T e tal que para um horizonte T > 0 a seguinte condi¸c˜ao ´e

satisfeita:

Z T

0

|π(t)|2dt < ∞ q.c..

Note-se que em cada instante de tempo t ∈ [0, T ], o agente investe 1 − π(t) da sua riqueza no activo sem risco B(t).

O problema do agente ´e ent˜ao maximizar a utilidade derivada do n´ıvel de consumo e da riqueza final. Consideramos o funcional objectivo

J (x0; c(·), π(·)) = E Z T 0 U (t, c(t))dt + ψ(T, X(T ))  , (25)

onde U (t, c(t)) representa a fun¸c˜ao de utilidade derivada do consumo instantˆaneo c(t) no instante t e ψ(T, X(T )) ´e a fun¸c˜ao de utilidade associada `a riqueza final. Assumimos que as fun¸c˜oes de utilidade supracitadas s˜ao estritamente crescentes e cˆoncavas relativamente `

(25)

3.2

Estrat´

egias ´

optimas

Vamos utilizar t´ecnicas de programa¸c˜ao dinˆamica para resolver o problema descrito acima. Para tal, introduzimos o seguinte funcional

J (s, y; c(·), π(·)) = E Z T s U (t, c(t))dt + ψ(T, X(T ))  . (26)

A fun¸c˜ao valor que lhe est´a associada ´e definida como

V (s, y) = sup c(t),π(t) ∈ Uw ad[s,T ] E Z T s U (t, c(t))dt + ψ(T, X(T ))  , (27)

onde s > 0 e y ∈ R+, e o Hamiltoniano correspondente ´e dado por

H(t, x; c, π, P, B) = U (t, c) + (((µ − r)π + r)x − c)P +1 2x

2π2σ2B (28)

Assim sendo, a equa¸c˜ao de HJB associada a (24) e (25) ´e dada por      Vt+ supc≥0,π∈RH(t, x; c, π, Vx, Vxx) = 0 V (T, x) = ψ(T, x) (29)

Calculando as condi¸c˜oes de primeira ordem para o Hamiltoniano (28), obtemos      Uc(t, c∗) − Vx = 0 (µ − r)xVx+ π∗σ2x2Vxx = 0. (30)

Uma vez que Hcπ = Hπc = 0 e que Hcc = Ucc < 0 (pela concavidade estrita da fun¸c˜ao

(26)

Hamiltoniano generalizado (28).

Tendo em conta a complexidade da equa¸c˜ao em derivadas parciais n˜ao linear (29) ´e, em geral, complicado encontrar uma solu¸c˜ao expl´ıcita. Contudo, se as fun¸c˜oes de utilidade forem do tipo CRRA (Constant Relative Risk Aversion), ´e poss´ıvel obter uma solu¸c˜ao expl´ıcita para (29). Em particular, para o caso em que

U (t, c) = e−ρtc

γ

γ e ψ(T, x) = e

−ρTxγ

γ ,

onde γ < 1 e γ 6= 0, usando (30) obtemos que

c∗(t, x) = V 1 γ−1 x e ρt γ−1 π∗(t, x) = (r−µ)Vx Xσ2V xx . (31)

Substituindo c∗ e π∗ na equa¸c˜ao de HJB (29), obtemos      Vt+ (1−γγ )e ρt γ−1V γ γ−1 x − 12(r−µ) 2V2 x σ2V xx + rxVx = 0 V (T, x) = e−ρT xγγ . (32)

Para resolver a equa¸c˜ao em derivadas parciais (32), tomamos como ponto de partida uma classe de fun¸c˜oes da forma

V (t, x) = h(t)x

γ

γ (33)

e substituindo (33) em (32), obtemos a seguinte equa¸c˜ao diferencial para a fun¸c˜ao h(t):

     ˙h(t) = (γ − 1)eγ−1ρt h(t) γ γ−1 − γ h r − 12σ(r−µ)2(γ−1)2 i h(t) h(T ) = e−ρT . (34)

(27)

A solu¸c˜ao expl´ıcita da equa¸c˜ao (34) ´e da forma h(t) = e−ρT +P (t−T )− ρ − P γ − 1 1−γ (e−ρT +P (t−T )+ e−ρt), (35) onde P = γ  r − (r − µ) 2 2σ2(γ − 1) 

Combinando (31), (33) e (35) obtemos que as estrat´egias ´optimas de consumo e o inves-timento s˜ao: c∗(t, x) = h(t)γ−11 e ρt γ−1x π∗(t, x) = σ(µ−r)2(1−γ) . (36)

Dada a representa¸c˜ao para c∗ obtida acima, conclu´ımos que o n´ıvel de consumo ´e direc-tamente proporcional `a riqueza do agente. Por outro lado, notamos que π∗x = 0 e πt∗ = 0, isto ´e, o investimento n˜ao depende nem da riqueza do agente, nem do tempo. Tendo em conta a estrat´egia de investimento ´optimo determinada acima, podemos concluir que, se 0 < µ − r < σ2(1 − γ), ent˜ao o retorno m´edio do activo com risco supera a taxa de juro banc´aria sem risco. Quando tais condi¸c˜oes s˜ao verificadas, o agente tende a investir mais no activo com risco S(t) do que no activo sem risco, assumindo posi¸c˜oes longas em ambos os activos. No caso em que 0 < σ2(1 − γ) < µ − r, a estrat´egia ´optima corresponde a

assumir uma posi¸c˜ao curta no activo sem risco para investir um valor maior no activo com risco. Finalmente, no caso em que µ − r < 0, o agente econ´omico assume uma posi¸c˜ao curta no activo com risco, isto ´e, a estrat´egia ´optima ´e ”vender a descoberto” e investir toda a riqueza resultante dessa opera¸c˜ao no activo sem risco.

(28)

4

Consumo e investimento com coeficientes difusivos

Nesta sec¸c˜ao vamos considerar o problema enfrentado por um agente econ´omico, dotado de uma certa quantidade de riqueza inicial, cujo objectivo ´e determinar estrat´egias ´optimas, no que diz respeito ao investimento num dado mercado financeiro e ao seu n´ıvel de con-sumo, de modo a maximizar uma dada utilidade esperada. A principal diferen¸ca entre o problema tratado nesta sec¸c˜ao e o problema discutido na sec¸c˜ao anterior ´e o facto do pre¸co do activo com risco seguir uma difus˜ao com coeficientes com revers˜ao `a m´edia.

4.1

Formula¸

ao do problema

Supomos que o horizonte de planeamento ´e finito e que o mercado financeiro ´e constitu´ıdo por um activo sem risco B(t) e um activo com risco S(t), com dinˆamicas de pre¸cos dadas por      dB(t) = r(t)B(t)dt dS(t) = µ(t)S(t)dt + σ(t)S(t)dWs(t) , (37)

onde Ws(t) ´e um movimento Browniano standard unidimensional, r(t) representa a taxa de juro sem risco e µ(t) e σ(t) representam o retorno m´edio e a volatilidade do activo com risco, respectivamente.

Assumimos que a taxa de juro sem risco ´e um processo determin´ıstico, enquanto que o retorno m´edio e a volatilidade do activo com risco s˜ao processos estoc´asticos com as

(29)

seguintes dinˆamicas:            dµ(t) = (¯µ − µ(t))dt + δµdWµ(t) dσ(t) = (¯σ − σ(t))σ(t)dt + δσσ(t)dWσ(t) µ(0) = µ0 σ(0) = σ0 , (38)

onde Wµ(t) e Wσ(t) s˜ao movimentos Brownianos unidimensionais standard e indepen-dentes, e ¯µ e ¯σ s˜ao constantes.

Seja X(t) a riqueza do agente econ´omico no momento t ∈ [0, T ]. Como na sec¸c˜ao anterior, podemos observar que a riqueza do agente ´e determinada por

     dX(t) =  X(t)(π(t)µ(t) + (1 − π(t))r(t)) − c(t)  dt + X(t)π(t)σ(t)dWs(t) X(0) = x0, (39)

onde as quantidades µ(t) e σ(t) satisfazem as equa¸c˜oes (38) e X(0) = x0 representa a

riqueza inicial do agente. Consideremos as vari´aveis de controlo, π(t) e c(t), conforme definidas na Sec¸c˜ao 3.

O problema do agente ´e ent˜ao maximizar o valor da sua utilidade esperada sobre as vari´aveis de controlo, isto ´e, maximizar o funcional objectivo

J (x0, µ0, σ0; c(·), π(·)) = E Z T 0 U (t, c(t))dt + ψ(T, X(T ))  , (40)

onde U (t, c(t)) representa a fun¸c˜ao de utilidade derivada do consumo instantˆaneo c(t) no instante t e ψ(T, X(T )) ´e a fun¸c˜ao de utilidade associada `a riqueza final.

(30)

4.2

Estrat´

egias ´

optimas

Com o objectivo de aprofundar o estudo do problema descrito acima, utilizamos nova-mente t´ecnicas de programa¸c˜ao dinˆamica. Para prosseguir com a an´alise, introduzimos o seguinte funcional J (s, y, µs, σs; c(·), π(·)) = E Z T s U (t, c(t))dt + ψ(T, X(T ))  (41)

A fun¸c˜ao valor que lhe est´a associada ´e definida por

V (s, y, µs, σs) = sup c(·),π(·) ∈ Uw[s,T ]

J (s, y, µs, σs; c(·), π(·)), (42)

onde y ∈ R+, µs, σs∈ R. O Hamiltoniano associado a este problema de controlo ´optimo

´ e dado por H(t, x, µ, σ, c, π, DV, D2V ) = U (t, c) + [(r + π(µ − r))x − c]V x− (µ − ¯µ)Vµ −(σ − ¯σ)σVσ+ 12(πσx, δµ, δσσ)D2V (πσx, δµ, δσσ)T (43)

e a equa¸c˜ao de HJB associada a (39) e (40) ´e dada por      Vt+ supc,π{H(t, x, µ, σ, c, π, DV, D2V ) = 0 V (T, x) = ψ(T, x), (44)

onde DV representa o gradiente de V relativamente `as vari´aveis de estado (x, µ, σ) e D2V

´

e a correspondente matriz Hessiana.

(31)

a π, obtemos      Uc(t, c∗) − Vx = 0 (µ − r)xVx+ π∗σ2x2Vxx+ σxδµVµ,x+ δσσ2xVxσ = 0 . (45)

Uma vez que Hcπ = Hπc = 0, Hcc = Ucc < 0 (pela concavidade estrita da fun¸c˜ao de

utili-dade U ) e Hππ = xσ2Vxx < 0 (devido ao facto da fun¸c˜ao valor ser estritamente cˆoncava),

obtemos que uma solu¸c˜ao de (45), quando existe, ´e de facto um m´aximo do Hamiltoniano generalizado (43). Consideremos agora a mesma fam´ılia de fun¸c˜oes utilidade usada na sec¸c˜ao anterior, isto ´e, utilidades com coeficientes de avers˜ao ao risco constantes:

U (t, c) = e−ρtc γ γ e ψ(T, x) = e −ρTxγ γ , onde γ < 1 e γ 6= 0.

Resolvendo (45) em ordem `as quantidades c∗ e π∗, obtemos c∗(t, x, µ, σ) = V 1 γ−1 x e ρt γ−1 π∗(t, x, µ, σ) = (r−µ)Vx xσ2V xx − δµV µx σxVxx − δσV σx xVxx (46)

Substituindo c∗ e π∗ na equa¸c˜ao de HJB (44), obtemos                    Vt+ (1γ − 1)e ρt γ−1V γ γ−1 x − 12  (r−µ)2V2 x σ2V xx + (δµ)2V2 xµ Vxx + (δσ)2σ2V2 xσ Vxx  + rVxx −δµδσσVxµVxσ Vxx + (¯µ − µ)Vµ+ (¯σ − σ)σVσ+ 1 2(δ µ)2V µµ +(δσ)2σ2V σσ +(r−µ)VσVxxxδµVxµ+ δσσVxσ + σδµδσVµσ V (T, x, µ, σ) = e−ρT xγγ . (47)

(32)

De forma a tentar simplificar a equa¸c˜ao de HJB (47), consideramos fun¸c˜oes valor da forma

V (t, x, µ, σ) = h(t, µ, σ)x

γ

γ . (48)

Substituindo a fun¸c˜ao (48) em (47), obtemos a seguinte equa¸c˜ao `as derivadas parciais para a fun¸c˜ao h                  ht+ (1 − γ)e ρt γ−1h γ γ−1 + γ(µ−r) 2 2σ2(1−γ) + γr h + γ 2(1−γ)(δ µ)2h2 µ+ (δσ)2σ2h2σ +2σδµδσh µhσ h−1+ (¯µ − µ)hµ+ (¯σ − σ)σhσ+ δµδσσhµσ +γ(µ−r)σ(1−γ)σδσh σ+ δµhµ + 12(δσ)2σ2hσσ+ (δµ)2hµµ = 0 h(T, µ, σ) = e−ρT . (49)

Al´em do mais, substituindo (48) em (46), obtemos que as estrat´egias ´optimas de consumo e investimento se reduzem a c∗ = hγ−11 e ρt γ−1x π∗ = σ(µ−r)2(1−γ) + δµh µ σ(1−γ)h(t) −1 +δσhσ 1−γh(t) −1 (50)

Comparando (50) com as estrat´egias ´optimas (36) obtidas para o caso do mercado de coeficientes constantes, notamos que o consumo ´optimo tem uma forma semelhante nos dois casos. No que diz respeito ao investimento ´optimo, este aparece acrescido de dois novos termos, δµhµ

σ(1−γ)h

−1 e δσhσ

1−γh

−1, que representam, respectivamente, o contributo da

incerteza relativamente `a rentabilidade m´edia e `a volatilidade do activo com risco, uma vez que estes agora s˜ao processos estoc´asticos em vez de quantidades determin´ısticas, ao contr´ario do caso apresentado na Sec¸c˜ao 3.

Tomando em considera¸c˜ao a equa¸c˜ao em derivadas parciais (49), podemos notar que a fun¸c˜ao h n˜ao depende directamente da riqueza do agente `a semelhan¸ca do que acontece

(33)

com a equa¸c˜ao (34), preservando deste modo uma das propriedades encontradas por Merton.

4.3

Solu¸

ao num´

erica

Nesta subsec¸c˜ao vamos apresentar um estudo num´erica para o problema de consumo-investimento com coeficientes difusivos descrito acima, comparando as suas solu¸c˜oes com as do problema inicialmente estudado por Merton conforme discutido na Sec¸c˜ao 3. Esta compara¸c˜ao ´e baseada numa an´alise est´atica ilustrada com recurso a v´arios gr´aficos, real¸cando as maiores diferen¸cas e semelhan¸cas entre as solu¸c˜oes dos dois problemas.

Figure 1: Portf´olio ´optimo em fun¸c˜ao do tempo t e da volatilidade σ, para uma taxa de rentabilidade m´edia fixa. Parˆametros: ρ = 0, 03; r = 0, 03; γ = 0, 5; µ = 0, 04; σ ∈ [0, 17; 0, 22]; δµ= 0, 01; δσ = 0, 01; ¯µ = 0, 12; ¯σ = 0, 20.

Analisando a Figura 1, constatamos que a propor¸c˜ao da riqueza investida no activo sem risco ´e uma fun¸c˜ao decrescente da volatilidade, isto ´e, quanto maior ´e o n´ıvel de risco, menor ´e a propor¸c˜ao de riqueza alocada ao activo. Esta conclus˜ao parece natural se nos lembrarmos que estamos a considerar um universo de agentes econ´omicos avesso ao risco. No que diz respeito `a Figura 2, podemos observar que a propor¸c˜ao de riqueza investida

(34)

Figure 2: Evolu¸c˜ao do investimento relativamente `a rentabilidade m´edia ao longo do tempo, fixando a volatilidade. Parˆametros: ρ = 0, 03; r = 0, 03; γ = 0, 5; µ ∈ [0, 03; 0, 15]; σ = 0, 18; δµ= 0, 01; δσ = 0, 01; ¯µ = 0, 12; ¯σ = 0, 20.

(a) Coeficientes determin´ısticos (b) Coeficientes difusivos

Figure 3: Consumo ´optimo em fun¸c˜ao do tempo e da riqueza do agente. Parˆametros comuns ao dois gr´aficos s˜ao: ρ = 0, 03; r = 0, 03 e γ = 0, 5. Os parˆametros adicionais de 3a s˜ao: µ = 0, 04 e σ = 0, 18. Os parˆametros adicionais 3b s˜ao: µ = 0, 04; σ = 0, 18; δµ = 0, 01; δσ = 0, 01; ¯µ = 0, 12 e ¯σ = 0, 20.

A Figura 3 ilustra a dependˆencia do consumo ´optimo relativamente `a riqueza do agente ao longo do tempo. Analisando as Figuras 3a e 3b ´e poss´ıvel constatar que em ambos os casos o consumo aumenta com a riqueza, sendo este fen´omeno mais acentuado na proximidade da maturidade (T = 30). ´E interessante notar a grande semelhan¸ca entre as duas Figuras referidas acima, ou seja, o consumo ´optimo n˜ao apresenta grandes altera¸c˜oes quando o modelo de mercado financeiro com coeficientes constantes ´e generalizado para incorporar

(35)

(a) Coeficientes determin´ısticos (b) Coeficientes difusivos

Figure 4: Evolu¸c˜ao do Investimento ao longo do tempo. Parˆametros comuns ao dois gr´aficos s˜ao: ρ = 0, 03; r = 0, 03 e γ = 0, 5. Os parˆametros adicionais de 3a s˜ao: µ = 0, 04 e σ = 0, 18. Os parˆametros adicionais 3b s˜ao: µ = 0, 04; σ = 0, 18; δµ = 0, 01; δσ = 0, 01; ¯

µ = 0, 12 e ¯σ = 0, 20.

um modelo cuja a dinˆamica dos pre¸cos apresenta a rentabilidade m´edia e a volatilidade como processos estoc´asticos.

A Figura 4 mostra a evolu¸c˜ao do portf´olio ´optimo ao longo do tempo para valores de rentabilidade m´edia e volatilidade fixos. Tendo em conta a Figura 4a, conclu´ımos que a propor¸c˜ao de riqueza alocada ao activo com risco ´e constante enquanto que na Figura 4b essa propor¸c˜ao varia com o tempo. ´E importante real¸car tamb´em o facto dessa pro-por¸c˜ao ser inicialmente uma fun¸c˜ao crescente do tempo t, atingindo um m´aximo pr´oximo do horizonte temporal e convergindo para o valor obtido para mercados com coeficientes constantes `a medida que o tempo converge para o horizonte T .

(36)

5

Conclus˜

ao

Merton foi um dos grandes respons´aveis pela introdu¸c˜ao da teoria do Controlo ´Optimo Es-toc´astico no estudo de problemas de Matem´atica Financeira, considerando, pela primeira vez, um problema de consumo-investimento num mercado financeiro com um activo sem risco e outro com risco. Neste trabalho consideramos um mercado financeiro com a par-ticularidade de o activo com risco ter a rentabilidade m´edia e a volatilidade a evoluir de acordo com uma difus˜ao com revers˜ao `a m´edia. Usando t´ecnicas de programa¸c˜ao dinˆamica, estudamos as estrat´egias ´optimas associadas a este problema de consumo-investimento. Nomeadamente, determinamos express˜oes expl´ıcitas para estrat´egias ´optimas em termos da fun¸c˜ao valor associada ao problema de controlo ´optimo sob considera¸c˜ao. No entanto, essa fun¸c˜ao valor est´a apenas implicitamente determinada em termos de uma equa¸c˜ao em derivadas parciais, n˜ao linear e de segunda ordem. Resolvendo numeri-camente essa equa¸c˜ao em derivadas parciais procedemos a uma an´alise est´atica dessas estrat´egias ´optimas, cujas conclus˜oes passamos agora a sumarizar. O consumo do agente econ´omico n˜ao sofre altera¸c˜oes relevantes com a generaliza¸c˜ao do modelo. No entanto, a altera¸c˜ao introduzida na evolu¸c˜ao do pre¸co do activo com risco afecta o portf´olio ´optimo durante o horizonte de investimento, sendo que a estrat´egia de investimento ´optima parece aproximar-se da estrat´egia de investimento ´optimo do problema de Merton `a medida que o tempo converge para o horizonte temporal final. Estas estrat´egias s˜ao, de certa forma, mais realistas do que as obtidas para o modelo de Merton, pois ´e sabido que num mundo de incerteza, n˜ao conhecemos `a priori a rentabilidade m´edia e a volatilidade de um activo financeiro. Deste modo, parece ser razo´avel concluir que um portf´olio ´optimo realista n˜ao dever´a ser constante ao longo do tempo, conforme a experiˆencia pr´atica em mercados financeiros nos mostra. Para aprofundar o trabalho aqui apresentado podemos pensar em

(37)

considerar modelos de mercados financeiros ainda mais gerais, introduzindo n˜ao lineari-dades nas equa¸c˜oes diferenciais ou processos estoc´asticos mais gerais de forma a incluir, por exemplo, saltos na evolu¸c˜ao da rentabilidade m´edia e volatilidade.

(38)

A

Resultados auxiliares

O seguinte resultado garante que o problema de controlo ´optimo discutido na Sec¸c˜ao 2 est´a bem-definido. Adicionalmente, as estimativas nele contidas permitem provar a Proposi¸c˜ao 1, um dos passos essenciais para a prova do princ´ıpio de programa¸c˜ao dinˆamica. A sua prova pode ser encontrada em [YZ99].

Teorema 4 Suponhamos que as aplica¸c˜oes b : [0, T ] × Rn× U → Rn e σ : [0, T ] × Rn×

U → Rn×m s˜ao uniformemente cont´ınuas e existe uma constante L > 0 tal que para ϕ(t, x, u) = b(t, x, u), σ(t, x, u), as desigualdades

     |ϕ(t, x, u) − ϕ(t, x0, u)| ≤ L|x − x0| |ϕ(t, 0, u)| ≤ L , (51)

s˜ao satisfeitas para todo t ∈ [0, T ], x, x0 ∈ Rn e u ∈ U .

Ent˜ao para algum ξ ∈ LlF0(Ω, Rn) (l ≥ 1), a equa¸c˜ao diferencial estoc´astica (4) admite uma solu¸c˜ao ´unica X(t) tal que para algum KT > 0,

E( sup

0≤s≤T

|X(s)|l) ≤ K

T(1 + E(|ξ|)l). (52)

Consideremos ainda uma outra vari´avel aleat´oria ˆξ ∈ Ll

F0(Ω, R

n) e a correspondente

solu¸c˜ao ˆX(t) da equa¸c˜ao diferencial estoc´astica (4). Existe KT > 0 tal que

E( sup

0≤s≤T

|X(s) − ˆX(s)|l) ≤ KTE(|ξ − ˆξ|)l, (53)

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Referˆ

encias bibliogr´

aficas

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Imagem

Figure 1: Portf´ olio ´ optimo em fun¸c˜ ao do tempo t e da volatilidade σ, para uma taxa de rentabilidade m´ edia fixa
Figure 2: Evolu¸c˜ ao do investimento relativamente ` a rentabilidade m´ edia ao longo do tempo, fixando a volatilidade
Figure 4: Evolu¸c˜ ao do Investimento ao longo do tempo. Parˆ ametros comuns ao dois gr´ aficos s˜ ao: ρ = 0, 03; r = 0, 03 e γ = 0, 5

Referências

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