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Sida no Hospital Universitário (UFSC): perfil epidemiológico versus preparação técnica dos profissionais da saúde no confronto com a atual endemia.

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(1)

À ã UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

'

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

- DEPARTAMENTO

DE CLÍNICA MEDICA -

cURso DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA

s1DA No HosP1TAL uN1vERs1TÁR1o ‹uPsc›z

'PERFIL EP1DEm1oLÓe1co vERsus

PREPARAÇÃO TÉcN1cA nos PRoP1ss1oNA1s DA SAÚDE

No coNPRoNTo com A ATUAL ENDEMIA

'

(2)

not death, and death life?“

(3)

Autoras:

Fabiana Impalêa Paleari ¬ Simone Figueiredo Pereira Doutorandas da 12ê Fase do Curso de Graduação em Medicina

(4)

Drê ROSEMERI DA SILVA, pelas orientações recebidas durante a

(5)

INDICE J RESUMO --- -f --- -- 04 INTRODUÇÃO --- -- 05 OBJETIVOS --- -- 09 MATERIAL E MÉTODOS --- -- 11 RESULTADOS --- -- 13 DISCUSSÃO --- -- 23 CONCLUSÕES --- --'47 ABSTRACT --- -- 49 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS --- -- 50 ANEXOS --- -- 52

(6)

As autoras analisam os 22 casos registrados no

HU/UFSC-Florianópolis sob diagnóstico de SIDA, no perig do compreendido entre setembro de 1988 e abril de 1991,

sendo que 19 pacientes internaram nesta instituição sem

diagnóstico de soropositividade para o HIV. Na casuís- tica encontrada, 90,9% dos casos pertenciam ao sexo mas

culino e 9,1% ao sexo feminino. Observamos que 81,9%

dos casos encontrava-se na faixa etária situada entre

20 e 39 anos. Foi observado também, que 20 destes pa- cientes referiam história epidemiológica compativel com risco potencial para contaminação pelo HIV. Observamos

ainda, a falta de preparo técnico adequado dos profis- sionais de saúde do HU/UFSC, Florianópolis.

A

grande parte dos profissionais não encontra-se devidamente es- clarecida sobre os riscos ocupacionais aos quais estão expostos, bem como sobre a absoluta necessidade da ado

ção de cuidados básicos e medidas profilãticas no manu-

(7)

INTRODUÇÃO

No final de 1979 e início de 1980, _ medicos americanos tiveram sua atenção.voltada para os estra-

nhos quadros clínicos apresentados por alguns de seus

pacientes. Estes apresentavam processos mõrbidos, de na

~

tureza oportunista, que até entao envolviam, quase que

exclusivamente, indivíduos portadores de desordens imu-

nolõgicas. Sua evoluçao era extremamente prolongada, de

difícil manuseio e de piora progressiva, além dos exa- as

mes revelarem uma intensa deficiencia imune. A análise epidemiológica revelava um único aspecto comum entre

estes pacientes: o fato de apresentarem comportamento homossexual5l0'l4'l5)

Posteriormente, foi evidenciado que a nova

deonça nao atingia apenas homossexuais, pois observou-

se que homens e mulheres de comportamento heterossexual também eram acometidos pela doença, além de crianças.

Mais tarde, evidenciou-se ainda a transmissão

parenteral da síndrome, com a caracterização de outros grupos de risco: usuários de drogas de administraçao en

(8)

submetidos ã transfusao sanguínea anteriormente,e fi"

lhos de pais portadores da síndrome. Atualmente, conce-

be-se também, como grupo de risco, os profissionais de

saüde}l6'l8'l9) I

Apesar dos primeiros casos de SIDA terem sido

registrados em l98l, análises retrospectivas clínico- epidemiolõgicas identificaram a doença na Ãfrica,` ini-

cialmente em símios (1960), e posteriormente em homens (nativos africanos, 1965). Assim, por quase vinte anos,

a doença permaneceu aparentemente limitada ä Ãfrica,

atingindo anonimamente milhões de nativos, até que se

estabeleceu uma conexao entre o continente africano, Eu

- _ (18)

ropa e America.

O agente etiológico da AIDS foi isolado primei

ramente por oncovirologistas do Instituto Pasteur de Paris, em 1983, e denominado de VÍRUS LINFADÉNOPÃTICO

.-.

(LAV). Em 1986, um comite internacional de taxonomia

modificou esta nomenclatura, passando a denominar o

agente causal de VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA

(3)

HUMANA (HIV).

O vírus constitui-se de material genético

(RNA), envolto por uma capa proteica. O centro (core)

da partícula viral contém o RNA que, através da ação de uma enzima por ele produzida, a transcriptase rever-

sa, transforma-se em DNA de dupla fita. Característica

mente, o HIV apresenta tropismo por células do sistema

imunológico, mais especificamente pela fração T helper do compartimento linfocitärio, produzindo anormalidades

imunolõgicas associadas ã diminuiçao quantitativa e

(9)

07

linhagens de células humanas, como linfócitos T supres- sores, linfócitos B, células epitelióides,monócitos, ma

crófagos e algumas linhagens de células humanas malig-

nas.(18) -

As manifestaçoes clinicas da infecçao pelo HIV apresentam ampla variedade de formas, desdezmminamátflxm

até I I formas plenamente manifestas. Estas podem ser

classificadas dentro das seguintes sindromes(5'6)z `

I) Doença Aguda

II) Sindrome linfadenopatica (LAS)

III) Complexo Relacionado â AIDS (ARC)

IV) AIDS totalmente expressa (full-blown)

O diagnóstico da.SIDA baseia-se em critérios clínicos, epidemiológicos e sorológicos. A detecção

de anticorpos anti-HIV e feita através de métodos como

Elisa, Western-Blot, imunofluorescência indireta e

Rdaioimunoprecipitação (RIPA), sendo que a sensibilida-

de e especificidade destes dois últimos se aproximam

de 100%.

O tratamento da SIDA tem sido algo exaustiva- mente pesquisado, sendo que até o momento poucos pro-

gressos nesta área foram alcançados. O tratamento pode ser inespecífico (tratamento das infecçoes oportunistas

e neoplasias surgidas em pacientes HIV(+)) ou

específi-~

co. O tratamento específico consiste na administraçao

de drogas que atuam primariamente sobre o HIV, e pode-

mos dividi-lo didaticamente em:

1) Drogas que impedem a penetração do vírus na célula alvo;

2) Inibidores da transcriptase reversa (azidotimidina -

(10)

3) Drogas que atuam em etapas posteriores ã síntese do

DNA viral (ex: interferon).

Apesar das grandes dificuldades, pesquisas na

área da Engenharia Genética vêm sendo feitas › com o objetivo de se chegar a formulaçao de uma vacina anti- HIV, para ser usada em larga escala.

Porém, sabe~se nos meios científicos que o

único elemento realmente eficaz contra a endemia que

assola o mundo é a informação correta, a educação para

a saúde não tendenciosa, a conscientização coletiva com relação às medidas profiláticas.

v A atual ascensao do número de casos de SIDA

no planeta nos permite traçar um perfil pouco positivo

`

1 .. _ _ ...

qaunto a evo_uçao futura da endemia, situaçao esta que

se torna muito mais assustadora nos paises de Terceiro

Mundo, onde desfavoráveis condiçoes sociais,economicas, ambientais, culturais e biológicas expoém a grande maio

~ ` ~

ria da populaçao a condiçoes de vida sub-humanas, colo-

cando-a assim muito mais próxima aos fatores de risco

para a infecção pelo HIV.

No Brasil, a rapida ascençao da SIDA nos

últimos anos nos permite, para o futuro, um prognóstico

sombrio. Além das condições inerentes ã países do Ter- ._

ceiro Mundo, contamos ainda com a absoluta inoperancia

do poder público que tem provado inúmeras vezes, no

transcorrer de nossa historia, sua ineficiencia no com-

(11)

OBJETIVOS

Observando-se o número crescente de CaSOS

internados no Hospital Universitario (HU-UFSC-Florianõ-

polis) sob diagnóstico de SIDA (Sindrome da Imunodefi- ciência Adquirida), compativeis com o progressivo aumen

to do número de casos a ñivel mundial, e considerando

como fundamentais medidas profilãticas rigorosas para adequado controle de tal sindrome infecciosa, objetiva-

mos, com o presente trabalho, incrementar a discussao a respeito do preparo, treinamento e esclarecimento dos

profisisonais de saúde quanto ã adoção de cuidados téc-

nicos básicos no manejo intra hospitalar de pacientes com soropositividade ao HIV, no sentido de reduzir os

riscos de contaminação a que estão sujeitos tais profis sionais no exercicio de suas funções.

Objetivamos ainda, levantar dados pertinentes

ã 22 pacientes internados sob diagnóstico. de SIDA no

HU, considerando que tais pacientes correspondem ã tota

lidade dos casos registrados desde que a síndrome ë

conhecida. Enfatizando que todos os pacientes já exi-

(12)

caracte-rizando-se como assintomáticos ou portadores, não ana-

lisaremos dados referentes à quadro clínico, evoluçao,

complicações ou terapêuticas adotadas durante os perío-

dos de internação, dirigindo nossa atenção particular- mente para o perfil epifiemiolõgiçg e manejo hospitalar

(13)

MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo analisa, retrospectivamente, um grupo de 22 pacientes com diagnóstico de Síndrome

A

da Imunodeficiencia Adquirida (SIDA), admitidos no

Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa

Catarina (HU-UFSC-Florianópolis), sob regime de interna

~ ‹-¢ z

çao por periodos variaveis, entre setembro de 1988 a

abril de l99l, sendo que tais pacientes correspondem ã totalidade dos pacientes registrados sob tal diagnósti-

co, desde que a sindrome ê conhecida.

Para tal análise, utilizou-se os registros

em prontuários destes pacientes obtidos através I do Ser

í

viçq_de Anmnvor Medico (SAME).do referido hospital.

A partir de um protocolo pré-estabelecido (Ane

xo I), foram coletadas as variáveis referentes â idade, sexo, antecedentes mõrbidos e presença ou não de fato- res de risco, analisando ainda a época de internação

e periodo de permanencia intra-hospitalar Foram também

analisados dados relativos ao manejo hospitalar destes pacientes, quanto ao estabelecimento do diagnóstico de SIDA, tais como procedimentos, invasivos ou não,

(14)

reali-zados durante a internação; presença ou não de suspeita

~ ...z

diagnóstica na admissao; dia de Internaçao (DI) em que

foi solicitada pesquisa para Ac-Anti HIV e dias de mane

jo hospitalar sem diagnóstico de soropositividade. Con-

dições de alta hospitalar e seguimento (Follow-up) des- tes pacientes após as altas também foram analisados.

Adotou-se ainda um questionário formado por

10 perguntas (ANexo II), no qual tenciona-se obter in-

formações entre a equipe de säude do HU, acerca de suas

experiências profissionais na manipulação de paçientes HIV positivos e suas participações em atividades educa- tivas referentes ao manuseio técnico adequado destes pa cientes, visando obter o nível de esclarecimento e pre-

paro de tais profissionais¡sendo que foram distribuídos

70 questionários entre o pessoal médico e paramédico do

(15)

RESULTADOS

A partir do Serviço de Arquivo do Hospital Uni

versitário (HU-UFSC-Florianópolis) foram identificados

22 pacientes registrados com diagnóstico de Síndrome de

Imunodeficiência Adquirida (SIDA).

A maior parte dos pacientes pertencem ao sexo

masculino (90,9%) e situam-se em uma faixa etária entre

20 a 29 anos (63,7%), conforme mostram Tabelas I e II.

TABELA 1 - DISTRIBUIÇÃO DOS PACIENTES INTERNADOS SEGUN-

DO O SEXO

PERÍODO: SETEMBRO/ 88

Ã

ABRIL/91

SEXO N9 PACIENTES ~ %

MASCULINO 20 90,9

FEMININO 02 9,1

TOTAL 22 100

(16)

TABELA II - DISTRIBUIÇÃO Dos PACIENTES INTERNADOS SEGUE

Do FAIXA ETÃRIA

PERÍODO;

SETEMRO/88 Ã

ABRIL/91

FAIXA ETÃRIA NQ PACIENTES %

10

H

20 H 30

H

40

H

50 H 19 29 39 49 59 01 4,5 14 4 63,7 18,2 2 9,1 1 4,5 TOTAL 22 100

FONTE: Serviço de Arquivo Médico do HU-UFSC-Floríanõpolis-SC

A primeira internação sob diagnóstico de SIDA

foi registrada em setembro de 1988 e a internaçao mais recentemente registrada data de abril de l99l, observan

~

do,portanto, que até O ano de l988 nao foram registra-

das internaçoes sob o diagnóstico de SIDA no Hospital Universitário, conforme mostra Tabela III.

TABELA III - DISTRIBUIÇÃO DOS PACIENTES INTERNADOS `SE-

GUNDO ÉPOCA DE INTERNAÇÃO

PERÍODO: SETEMBRO/88

Ã

ABRIL/91

ÉPOCA NQ PACIENTES % Até 29 29 19 29 19 29 19 semestre/88 semestre/88 semestre/89 semestre/89 semestre/90 semestre/90 semestre/91 00 O2 01 04 Ol 09 05 0 9,1 4,5 18,2 4,5 41,0 22,7 TOTAL 22 100

(17)

15

Todos os pacientes foram submetidos a períodos

de internação variáveis, na maioria dos casos inferio-

res a 30 dias (68,2%), e em 7 casos (3l,8%) o tempo de

._

permanencia intra-hospitalar foi igual ou superior a 30

dias, conforme mostra Tabela IV.

TABELA IV - DISTRIBUIÇÃO DOS PACIENTES INTERNADOS SEGUE

DO O NQ' DE --'DIAS DE INTERNAÇÃO

PERÍODO: SETEMBRO/38

Ã

ABRIL/91

N‹_› DE DIAS DE INTERNAÇÃO No PACIENTES % <.f 10 04 1o z-‹ 19 07 2o

H

29 04 3o ›-‹ 39 05 40

H

49 01 š 50 01 18,2 31,8 18,2 22,8 4,5 4,5 TOTAL 22 100

FONTE: Serviço de Arquivo Médico do HU-UFSC-Florianopolis-SC

Com relação a antecedentes patolõgicos, 10

pacientes (45,5%) apresentaram internações anteriores,

sendo que destes, 03 pacientes estiveram previamente internados no HU e 7 pacientes foram internados

outros hospitais anteriormente.

em Em ll pacientes (50%) nao havia história de

internações anteriores e em l paciente (4.5%) tal dado

(18)

Em 06 pacientes (27,3%) foram observados ante cedentes de doenças sexualmente transmissíveis (DST) em suas Histórias Mõrbidas Pregressas. Cirurgias prévias

foram observadas em O3 pacientes (l3,6%). Em 02 pacien-

tes (9,l%) haviam antecedentes de politraumatismos.

Dos 22 pacientes avaliados,02pacientes (9,1%)

~ '

nao apresentavam fatores para grupo de risco. Nestes pacientes observou-se apenas vida sexual irregular, não

/

promiscuos.

Em 20 pacientes (90,9%) observou-se possibili-

dade para grupo de risco, conforme Tabela V.

TABELA

v

- DISTRIBUIÇÃO DOS PACIENTES INTERNADOS QUANTO

Aos GRUPOS DE RISCO

PERÍODO: SETEMBRO/38

Ã

ABRIL/91

GRUPO DE RISCO NQ PACIENTES %

Uso DE DROGA INJETÃVEL HOMOSSEXUALISMO

HOMESSEXUALISMO/

Uso DE DROGA INJETÃVEL BISSEXUALISMO

BISSEXUALISMO/

USO DE DROGA INJETÃVEL PROMISCUIDADE SEXUAL PROMISCUIDADE SEXUAL/

Uso DE DROGA INJETÃVEL HEMOFILIA O7 02 02 O1 01 04 02 01 35,0 10,0 10,0 5,0 5,0 20,0 10,0 5,0 TOTAL 20 100

(19)

17

_ Com relaçao a procedimentos, invasivos ou nao,

realizados durante as internações que pudessem Oferecer

riscos de contaminação, constatou-se que todos os pa-

cientes foram submetidos a algum tipo de procedimento desta natureza. A totalidade dos pacientes submeteu-se

a múltiplas punções de veia periférica. Realizaram-se ainda 10 punções arteriais (45,5%), 5 punções lombares

(22,7%), l punção pleural (4,5%) e l punção articular (4,5%).

Culturas de secreções corporais foram solicita

das em 5 pacientes (22,7%). l broncoscopia foi Observa

da (4,5%).

Além de tais procedimentos, alguns pacientes submeteram-se a procedimentos cirúrgicos invasivos, con

forme mostra Tabela VI.

TABELA VI - DISTRIBUIÇÃO DOS PACIENTES INTERNADOS SEGUN

DO PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS INVASIVOS REALIZADOS DURANTE

A

INTERNAÇÃO PERÍODO: SETEMBRO/88

Ã

ABRIL/91

PROCEDIMENTOS NQ PACIENTES % CIRÚRGICOS CIRURGIAS 02 9,09 EXODONTIA 01 4,5‹ BIÓPSIA GANGLIONAR 03 13,6 BIÓPSIA HEPÃTICA 01 4,5 BIÓPSIA PLEURAL 01 4,5

(20)

Todos os pacientes do grupo tiveram suas soro-

positividades ao HIV detectadas laboratorialmente atra-

vés do Método Elisa.

^

Tres (03) pacientes do grupo (l3,6%)internaram com seus diagnósticos de soropositividade ao HIV já

estabelecidos, sendo que um destes pacientes tinham

4

uma Pesquisa para Ac-Anti HIV positiva pelo Método

Elisa e neste caso, foi solicitado confirmação labora- torial pelo Método Elisa já em seu primeiro Dia de

Internaçao (DI). Em um paciente já havia confirmaçao diagnóstica com 2 Elisas positivas previamente e um

terceiro exame foi pedido no terceiro DI. No outro pa-

ciente já soropositivo não foi solicitado confirmação pela Pesquisa para Ac-Anti HIV, Método Elisa.

Em 19 casos (86,4%), os pacientes internaram

sem diagnóstico de soropositividade ao HIV, sendo que em 13 pacientes deste grupo (68,43%) houve suspeita

diagnóstica para SIDA já em suas admissóes hospitalares

e nestes 13 pacientes a pesquisa de Ac-Anti HIV foi so-

licitado no primeiro DI em suas admissóes.

. EM 2 pacientes deste grupo (10,53%) a Pesquisa

de Ac-anti HIV foi solicitada no quarto DI, sem suspei-

ta diagnóstica para SIDA quando de suas admissóes hospi

talares.

Em l paciente (5,26%) a solicitação do exame foi feita no sétimo DI, sem suspeita diagnóstica para

SIDA. Em um paciente (5,26%)a Pesquisa de Ac-Anti HIV

foi feita no décimo DI, em um outro no décimo nono DI

(5,26%)e ainda, em um último paciente no vigésimo pri-

(21)

l9

SIDA quando de suas admissóes hospitalares.

Nos 19 pacientes que tiveram seus diagnósticos ~

de SIDA estabelecidos durante suas internaçoes, através da Pesquisa de Ac-Anti HIV pelo Método Elisa, ll destes

pacientes (58%) obtiveram os resultados de seus exames,

a partir da solciitaçao, num periodo inferior ou igual

a 5 dias.

Em 4 casos (21%) o resultado do exame ocorreu

entre 6-10 dias após sua solicitação e ainda em 4 casos

(21%), o resultado laboratorial foi obtido entre ll a

15 dias, a partir do pedido.

Nos 2 pacientes previamente soropositivos

em que foram solicitadas confirmações laboratroiais pe-

Método Elisa, o resultado laboratorial foi obtido em

10 dias, a partir do pedido em um caso e em 12 dias em outro.

Conforme Tabela VII, a maior parte dos 19 pa-

cientes internados sem o diagnóstico de SIDA obtiveram

seus diagnosticos de soropositividade ao HIV estabeleci

dos antes do décimo DI (73,8%). Em 2 pacientes (l0,5%)

o diagnóstico de SIDA foi estabelecido no décimo tercei ro DI; em l paciente no decimo nono DI (5,2%) e em 2

pacientes (l0,5%) no vigésimo primeiro e vigésimo segun do DI.

(22)

TABELA VII - DISTRIBUIÇÃQ Dos PACIENTES INTERNADOS sE-

GUNDO o Ne DE DIAS DE INTERNAÇÃO SEM DIAGNÓSTICD DE soRo1>osITIvIDADE

PERÍODO: SETEMBRO/88

Ã

ABRIL/91 NQ"DE DIAS DE INTERNAÇÃO NQ PACIENTES % < 5_ ov 36,9 5 H 9 ov 36,9 1o ›-‹ 14 os 10,5 15 ›-‹ 19 01 5,2 >20 02 10,2 TOTAL 19 100

FONÉIE: Serviço de Arquivo Medico do HU-UFSC-Florianõpolis-SC

Em 15 pacientes do grupo houve melhora clínica quando de suas altas hospitalares,

Em 6 pacientes não houve melhora clinica,sendo

que 4 destes pacientes evoluíram com óbito (2 óbitos no

HU, outro no Hospital Rëgional de São José e outro no

Hospital Nereu Ramos).

Em l caso (5%) não constam as condições clíni-

cas do paciente no momento da alta hospitalar.

A maior parte dos pacientes obtiveram altas

hospitalares para tratamento em ambulatorio (60%), con-

(23)

21

TABELA VIII - DISTRIBUIÇÃO DOS PACIENTES INTERNADOS SE-

GUNDO AS CONDIÇÕS DE ALTA HOSPITALAR '

PERÍODO; SETEMERO/88

Ã

ABRIL/91

CONDIÇÕES DE ALTA NQ PACIENTES %

 PEDIDO O1 _ 5

REMOVIDO PARA OUTRO _'

HOSPITAL 04 20

POR DECISÃO MÉDICA 02 10

PARA TRATAMENTO 07 35

EM AMBULATORIO

POR DECISÃO MEDICA/ PARA TRATAMENTO EM

AMBULATORIO 05 25

IGNORADAS 01 05

TOTAL 20 100

FONTE: Serviço de Arquivo Médico-HU-UFSC-Florianõpolis-SC

Com relaçao ao seguimento clínico após as

altas hospitalares (Follow-up) observamos que, do núme-

ro total de casos analisados (22 pacientes), apenas 7

pacientes (3l,8%) seguem, no momento, em controle clini

no atraves de consultas ambulatoriais. Este controle ë

feito rotineiramente de 3 em 3 meses, sendo que 2 pa-

cientes permanecem em seguimento no Hospital Universi- tário (HU) da UFSC e 5 no Hospital Nereu Ramos

(HNR).

Foram observados 5 óbitos (22,7%) sendo l em

paciente do sexo feminino e 4 do sexo masculino. Dentre

os obitos, 2 ocorreram no HU.

_

(24)

experiência dos profissionais de saúde do HU na manipu-

lação de pacientes com soropositividade ao HIV, foram

distruidos 70 questionários (anexo II) entre o pessoal médico e parazmëdico do hospital, lotados nas unidades

de Internação Clinica e Cirúrgica, Emergência e Labora-

tõrio, sendo que houve retorno total dos questionários distribuídos. O Quadro I mostra os resultados obtidos.

(2IIAdDl() .I -

PERGUNTAS SIM % NÃO % NÃO %

wmnmy

1) Em procedimentos de rotina,habitual

mente usa luvas, quando manejq com 23 32,9 h7 67,1 sangue, secreções ou executa proce-

dimentos invasivos

2) Acredita que iniciativas para treina

mento/educação quanto ao manejo de

67 95,7 os 4,3 - -

pacientes HIV(+), devem ser mais frg quentemente adotads -em seu meio prg

fissional?

3) Jã participou de atividades educati-

vas quanto aos cuidados bãsicos na 32 4527 37 52,9 01 lia manipulação destes pacientes?

J

Se afirmativo acima, acredita que as

-

16 22,9 iõ 22,9 as

. - . . 2

informaçoes foram suficientes e adg 34'

quadas? -

Jã manipulou pacientes BIV(+)? 67 95,7 02 2,9 01 1›4

Jã realizou procedimentos com risco

de contaminação em pacientes sabida- 03 11,4 51 3712 ' '

mente HlV(+), sem adotar cuidados?

Jã manipulou paciente cuja evoluçao

demonstrou mais tarde, soropositivi- 53 90 07 10 ' '

dade para o HIV?

Se afirmativo acima, adotou, na oca- _

sião cuidados bãs'cos° _ i . 33 47,1 30 42,9 07 10

Acredita que em seu meio, os profis-

sionais da safide encontram-se escla- 23 32,9 47 57,1 ' '

recidos quanto ã cuidados basicos? Comentarios

Jã realizou seu anti HIV? 24 mas h6 õzv

(25)

L

DISCUSSÃO

De tempos em tempos, uma nova doença parece emergir e mobilizar os esforços da comunidade médica e

cientifica. A Síndrome da Imunodeficiência Adquiridas

(SIDA), conhecida desde 1979, aparece como uma nova

doença, infecciosa, altamente transmíssivel, identifica

da primariamente em certos grupos de risco e, principal

mente, sem nenhum tratamento efetivo conhecido até o

momento.

-~

As proporçoes alarmantes com que a Síndrome

yem__ se exp¿n@indQ, - bem como as repercus-

sões sociais, econômicas, culturais e políticas que

ela ¿impõe , fazem da SIDA um dos mais graves e urgen- tes problemas de saúde pública da atualidade.

O ciclo epidemiológico da SIDA está intimamen-

te relacionado ao comportamento de certos sub-grupos da

população, que caracterizam grupos de risco para o de-

senvolvimento da sindrome, conforme discutiremos adian-

te. Este fato vem provocando sérios problemas sociais ,

como preconceito e estigma às pessoas infectadas.

(26)

aumen-tando drasticamente (Bol. ABIA/PGA/OMS).

Segundo o Programa Global de AIDS (PGA/OMS);

existem aproximadamente meio milhão de casos de SIDA no

(2) H

mundo, acumulados desde do início dos anos 80. *'

No inicio da década deveriam existir 100 mil pessoas infectadas pelo vírus, em todo o mundo. Até o

momento, este número cresceu para de 5 a l0 milhões de

pessoas. Até o final de 1991, calcula-se que o número

de casos duplicarã.(2\ _ V

O PGA/OMS fez um estudo prevendo

aprojeçõesdo

números de casos para os anos 90. Estas projeçoes «con-

sideram que hajam hoje 5 milhões de adultos infecta-

dos pelo HIV. Além disso supõem que, na próxima década

~

ainda nao terá sido desenvolvida uma vacina ou tratamen

to específico(14) .

Portanto, espera-se que 9 vezes mais adultos

desenvolvam SIDA na próxima década do que na passada.

Metade das pessoas que desenvolverão SIDA nos anos 90,

segundo estudos, já estao infectadas pelo HIV,sendo que 1/3 dos casos resultarão de novas infecções. EStes são

os casos considerados evitãveis, caso haja um programa

de SIDA coordenado globalmente, em integração com -pro-

gramas nacionais.(2) . .

Em 1987, segundo estatísticas da OMS, o Brasil ocupava o 29 lugar no mundo com relação ao número de ca

sos de SIDA notificados (1542 casos), sendo precedido apenas pelos EUA (35.068 casos).j2'*8› __

Segundo estimativas recentes (março de 1990) o

(27)

habitan-25

tes, apresenta 10.510 casos de SIDA notificados, o que

consiste em aproximadamente 0,1% da populaçao. Este fa-

to nos confere, ainda em 1990, o segundo lugar no mundo

~ - . . 1 2

com relaçao ao numero de casos de SIDA notificados-( Í

18) .

A sub-notificaçao, no entanto, consise emsërio problema em nosso meio, impedindo que haja verdadeiro conhecimento da situaçao real, para o efetivo controle

da epidemia)18›

Em nossa casuística, a primeira internaçao sob

diagnóstico de SIDA no HU (UFSC), foi registrada em

se-~

tembro de 1928, e a internaçao mais recente data de

abril de 1991, observando-se, portanto, que atë°ano de

1988 não foram registradas internações sob tal diagnós-

tico no referido hospital, conforme'Tabe1a III.

Observou-se que, dos 22 casos registrados no HU/UFSC, 15 tiveram sua internação após o ano de 1990

(68 ~ 1-* o\0 dos casos) e apenas 7 (31,9%) datam do período

compreendido entre 1988 e 1990.

Esta análise nos permite verificar que os da-

dos obtidos em nossa casuística equivalem a

da OMS,conforme graficos em anexo.

A distribuição do número acumulados

de casos de SIDA no Brasil “

e " "í incidência

'

'

demonstra

.segundo sexo _. "e ~ iã¿d¢É;¡

que o maiorcontingente quanto a distribuiçao etária se

locafizfa na faixa de 20 a 44 anos (80% dos casos), sen- do que apenas 24 ݈

,-¬ ¿,\o

a 4 anos de idade

Tal estimativa encontra compatibilidade em

dos casos 1oca1iza-se na faixa de 0

_ zz.. .°,¬.`a) __

(28)

nossos resultados, sendo que 81,9% dos casos estudados encontra-se em uma faixa etária situada entre 20-39anos conforme Tabela II.

O sexo masculino abrange 90% do total de casos de SIDA notificados no Brasil/até março de 1990 (9¿459

casos em 10.510 notificados), sendo que somente 10% dos casos (l.050) correspondem ao sexofemininoÍl8L§f»

Em nossa casuística 90 , 9% dos casos pertencem ao

sexo masculino e apenas 9,1% são mulheres, dados que encontram-se em concordância com as estimativas nacio-

nais e com a literatura mundiafl*;'l5'l8i-~ `“ 1

Apesar dos primeiros casos de SIDA terem 'sido

registrados em 1981, análises retrospectivas clínico-

epidemiológicas notificaram a doença na África, inicial mente em símios (1960) e posteriormente em nativos afri

canos (l965L(l8)`

É importante frisar que, no ciclo epidemiológi co observado na SIDA africana, participam elementos nao

inseridos nos ciclos epidemiológicos americano e euro-

peu, cgfil o reservatório simiano inicial e a relevante

participação heterossexual (homens e mulheres infecta- dosxuàproporçao de 1:1), além do numero significativo

de criançasila ~z :__|3 -Í. `..z

Os homossexuais não estão incluídos ‹ no ciclo

epidemiológico da SIDA na África, enquanto na Europa e

América estes, seguidos pelos usuários de drogas endove

"' '

I

`

nosas, sao os lideres dos grupos de risco.( ')

à luz da literatura médica analisada observa- mos, no entanto, que o modelo epidemiológico brasileiro

(29)

27

atraves do nunfiro crescente de mulheres e crianças infectadas, quer pelo "modus Vivendi" da população bra-

sileira que se aproxima do modelo social dos países sub desenvolvidos, onde imperam vastas e desfavoráveis con-

dições sociais, económicas, políticas, culturais e

ambientais, expondo a grande maioria da populaçao a

~ '18

condiçoes de vida sub-humanasf )

Os principais elementos epidemiológicos a se-

rem considerados no diagnóstico da infecção pelo HIV

são: idade, sexo, procedência, grupo de risco, estilo

de vida, tipo de prática sexual, transfusoes de sangue nos últimos 5 anos,se hemofilico, se preso por mais de

z. . . 18

um mes em ambiente promiscuo, se profiss1onal.X A)

Por grupos de risco compreende-se certos sub-

grupos da população que apresentam maior probabilidade de exposiçao oa HIV, estando assim mais propícios a

infecção pelo virus.

A determinaçao dos grupos de risco e um dado

bastante relevante no diagnóstico epidemiológico de SIDA, ( |,.4 15-48)

'u

Í\)

~‹

A forma de transmissão mais eficiente no mun-

do, ainda é a sexual_(l'2'?{l5*;8)

A transmissão heterossexual do HIV predomina

no contingente africano, enquanto na América as rela-

~ ~

çoes homossexuais e bissexuais sao as que maior risco

oferecem, seguindolse a transmissão por seringa e aqu-

3h¿S contaminadas na prática promíscua do uso de drogas

via endovenosa_(l5fl8) ç

Atualmente, esta última vem prevalecendo sobre

(30)

que ë compatível com nossos resultados, conforme tabela

v1I.(18)

.Os hemofílicos constituem o terceiro grupo de risco, pelo alto índice de contaminaçao dos `

fatores VIII e IX, antes da identificação do vírus (1983) e dos

primeiros testes sorolõgicos (1985). Os transfundidos com sangue contaminados constituem grupo importante de

vitimas de SIDA (l% nos EUA e 14% no Brasill;(l5'l8)

Com relação ã hemofílicos, devem ser considera

~

dos como altamente suspeitos de infecçao pelo HIV todos

aqueles que receberam fator VIII ou IX até 1985. Um estudo recente demonstrou estarem infectados 40% dos

. .

'

~ ‹;5z,18)

hemofilicos, em Sao Paulon 4¿ _

Em nossa casuística apenas 5% dos casos foram de individuos hemofílicos contaminados através de trans

fusões sanguíneas, revelando que, ao contrário do resto

do Brasil, em nosso meio a contaminaçao por sangue in-

fectado não ë tão comum.

Lu o\0

Na América e Europa, l a dos casos de SIDA

_ - (18)

sao referentes a crianças menores de 14 anos U.) o\0

No Brasil, cerca de dos casos são referidos ã crian-

ças o que ë compativel com os resultados obtidos neste ` J>~ o\0

trabalho onde apenas 2 dos casos ocorreram em

crian-~ ças¿conforme tabela I. Na maior parte das vezes a mae

ê viciada em drogas injetáveis. e a transmissão ocorre

por via transplacentãria.(3r9fl4rl$)

Com relaçao ã estilo de vida e comportamento

sexual, a hiperatividade promíscua sexual, quer homo,

quer heterossexual, é fator de risco relevante com rela

(31)

29

prosmícuos, assim como de heterosssexuais com esse tipo de prática, aumenta na proporção direta do número de

" 'I

parceiros sexuais.‹¿'+5'l8L-m

As prostitutas respondem por importante foco de transmissão da SIDA, sendo que estudos recentes fei

~

tos em Sao Paulo, demonstram que cerca de 30% das pros- titutas se encontram infectadas, e sugerem que este por

centual tende a crescer. O risco, neste grupo, também

~ . - i - (18)

aumenta na proporçao direta ao numero de parceiros, _

.z-

A prática homossexual promíscua entre homens constitui, na América, a principal maneira de transmis-

são do HIV. A prática bissexual, intensamente praticada neste continente, e responsável pela ponte de transmis-

- 2,l8~

sao entre o homossexual e o heterossexual(

"

L

A pratica cada vez mais freqüente de uso comum

de agulhas e seringas não-esterilizadas no ritual dos

viciados em drogas injetáveis ê fator importante na

.~

~'1,8\,

transmissao da SIDA ,` 5,l_'

Tal grupo esta em franca ascençao na América, sendo que freqüentemente a prática sexual promíscua, ho

mo ou heterossexual, encontra-se associada ã prática do uso intra-venoso de drogasÊl5'" .J C3

--/

Nos resultados obtidos em nossa casuística, na

totalidade dos 20 pacientes que referiam história mór-

bida pregressa positiva para_ *grupo de risco, verifica mos que o grupo que responde, isoladamenteípelo maior

número de casos são os usuários de drogas injetáveis,

num total de 07 paciente (35% dos casos), conforme ta-

(32)

Segue-se o número de pacientes que refere his-

tõria epidemiologica positiva para promiscuidade sexual isolada, num total de 04 pacientes (20% dos casos).

Observa-se, portanto, na casuística analisada,

um padrao de risco diverso do registrado no Brasil,

onde o número dehgmgssexuais promíscuos prevalece. Este

fato iguala nossas estatisticas as estatísticas de

algumas cidades norte-americanas, onde o número de usuá

rios de drogas endovenosas prevalece sobre o número de

indivíduos promiscuos sexualmente. Isto talvez ocorra pelo fato de que, em Santa Catarina, se observa um pa-

drão de vida superior ao encontrado no resto do Brasil,

~ A

com melhores condiçoes economicas, ambientais e cultu-

, ~ \

rais, bem como de saude e de educaçao.(l8' ,

O homossexualismo e o bissexualismo isolados respondem, respectivamente, por O2 casos (l0%) e l caso

(5%). Este fato nos permite a observaçao de que, segun-

do nossos resultados, o bissexualismo ocorre em menor

percentual em nosso meio, funcionando talvez de forma

menos expressiva como ponte de transmissão entre homo

e heterossexuais.

~ ` ^ z

Com relaçao a coexistencia de multiplos fato- res quanto â grupo de risco, observamos que a associa-

çao entre homossexualismo e uso de drogas injetáveis

ocorreu, em nossa casuistica,1u>mesmq percentual da

associaçao entre promiscuidade sexual e uso de drogas endovenosas, ambos respondendo por l0% dos casos (02),

conforme tabela V.

Este dado encontra forte concordancia com

.

_ (2,l8)

(33)

31

O bissexualismo e o uso de drogas injetaveis

foi a associação que ocorreu em menor percentual em

nossa casuística, consistindo em 5% dos casos.

É importante frisar que análise dos prontuá-

rios foi prejudicada pelo fato da história epidemiológi

ca, principalmente com relação á dados referentes â

antecedentes mórbidos, grupo de risco, transfusões de

sangue previas e DST, muitas vezes se encontrar incom-

pleta ou simplesmente nao constarem informaçoes desta natureza das fichas médicas dos pacientes. Apesar disso,

em 06 casos (27,6%) foram observados antecedentes de de DST, o que traduz um caráter de hiperatividade se-

xual promíscua. Assim, ë essencial ressaltar a impor-

tancia da anmanese e historia clínico-epidemiológica

criteriosas. ' '

A análise do manejo intrahospitalar dos pacien

tes estudados assume significativa importancia ao con-

siderarmos que o diagnóstico da SIDA, baseado em cri-

térios clínicos, epidemiológicos e laboratoriais ide

ve ser estabelecido o mais precocemente possível, nao

somente para fins terapêuticos, mas também para . -con-

~trole 4da_¿infecçãb , evitando novos contágios. Enfati-

zamos aqui, novamente, a importância da realização de

histórias clínicas completas e abrangentes,“ procurando coletar o maior número possível de informações importan

~

tes a fim de estabelecer, com precisao,os antecedentes

mórbidos, estilo de vida, hábitos e tipo de prática sexual dos pacientes, salientando que tais dados são

elementos importantes de investigação epidemiológica, e

(34)

levar ao estabelecimento precoce do diagnóstico de SIDA.

COmo podemos observar em nossos resultados, a

grande maioria dos pacientes internou sem diagnóstico de soropositividade ao HIV, apresentando, no momento

de suas admissoes, quadros clínicos compatíveis com a

doença e presença de elementos epidemiológicos a serem

considerados no diagnóstico de SIDA, sendo que em 90,9% dos casos observou-se fatores para grupo de risco. A

análise adequada de tais elementos.permitiu que grande

parte destes pacientes (68%), internassem já sob suspei

ta diagnóstica para SIDA, sendo que nestes casos, a

pesquisa para Ac-anti HIV foi solicitado no primeiro

DI, em suas admissóes. No entanto, houveram casos

(2l,4%) em que o pedido de Ac-Anti HIV foi solicitado

vários dias após as admissóes hospitalares (79 DI, 109 DI, 199 DI e Zlê DI) o que traduz uma ausência total de suspeitas diagnósticas para SIDA durante um periodo

considerável da permanencia hospitalar, sendo que a me- tade dos pacientes (50%) estiveram internados por pe-

ríodos iguais ou superiores ä 20 dias (Tabela IV).

Dentro deste contexto, devemos considerar ainda outros elementos importantes nofl I.. estabelecimento ‹« ,

do diagnóstico, como o número de dias necessários para

a realização laboratorial da pesquisa para para Ac-anti

~

HIV, a partir de suas solicitaçoes.

Podemos observar em nossos resultados que uma

grande parte dos pacientes (42%) obteve seus resulta- dos laboratoriais após seis dias de suas solicitações,

(35)

33

da pesquisa para AC-Anti HIV foi obtido depois de ll dias a partir de suas solicitações.

A realizaçao da pesquisa para AC-Anti HIV é

realizada pelo Banco de Sangue do HU da UFSC, através

de "kits laboratoriais" padronizados, compostos por

cem (l00) exames. Torna-se portanto, necessária

~

a presença de várias solicitaçoes laborato riais que associadas ã presença de testes

sorolõgicos para controle preenchem um nú-

mero considerável de coletas que justifiquem o uso de um "kit laboratorial". Assim, a realização do exame e consequente resultado laboratorial encontra-se em re-

lação direta e proporcional ao número de pedidos. Le-

vando em consideração c›caráter do HU como hospital-escg

la, com um padrao de atendimento generalizado, nao

especializado em Doenças Infecto-Contagiosas (como é o caso do Hospital Nereu Ramos em Florianópolis), podemos

inferir um número reduzido desolicitações para pesquisa

de Ac-Anti HIV no referido hospital, o que lentifica a

utilização dos "kits laboratoriais". No entanto, a par- ticipação maciça de pedidos para Ac-Anti HIV para doa-

dores do Banco de Sangue do HU permite um aumento signi

ficativo no número de solicitaçoes, dinamizando,assim.

a obtençao de resultados laboratoriais. A título de

informação, o custo de um "kit laboratorial" é de cerca

de Cr$ 400.000,00.

Em relação aos pacientes internados seu diag-

nõstico de SIDA, apesar das dificuldades observadas quanto ao estabelecimento precoce de suspeita diagnõsti ca levando a subsequente solicitação de pesquisa para

(36)

Ac-Anti HIV em diferentes DI e apesar das dificuldades existentes na obtençao rápida dos resultados laborato- riais em alguns casos, devemos considerar que a maior parte dos pacientes (73,8%) obtiveram seus diagnósti-

cos de SIDA estabelecidos antes do l0Q DI (Tabela VII). No entanto, ê importante salientar especifica-

mente, a ocorrencia de casos em que o diagnóstico

fQi_ estabelecido _no 139, 199, 219 e 229 DI.

Particularmente nestes casos, em que os pacien

tes permaneceram internados por períodos consideráveis sem diagnóstico estabelecido e sem suspeita diagnóstica

~

precoce, torna-se importante a discussao dos possíveis riscos de contágio aos profissionais da sáude, que sob

diferentes formas, manipularam de forma invasiva ou não estesf

Pacientes-~

A partir da definiçao do Center for Diseases Control (ÇDC_EUAL consideraremos como procedimento invasivo a penetração cirúrgica de tecidos, cavidades

z ~ ~ z

e orgaos, ou reparo (sutura) de lesoes traumaticas, em

Sala Cirúrgica ou de atendimento emergencial, em ambula tório ou consultório, quer de médicos, quer de dentis-

tas; em cateterismo cardíaco e procedimentos angiográfi

cos; em partg por via vaginal ou cesareana, ou qualquer outro procedimento obstêtrico invasivo em que pode

~ ~

OCOI`I`€I` Sâ.l'lgI`3.me1'1tO; em mô.I'1ipula.Ça.O, COI`t€ 011 I`emOÇãO

de qualquer tecido oral ou perioral, incluindo aí estru turas dentárias, durante a qual ocorre ou pode ocorrer

' (5/16:71)

sangramento.

Observamos em nossos resultados, com relaçao

(37)

35

Çóes, a ocorrência de 2 cirurgias , 3 biópsias gan- glionares , l biópsia hepática , l biópsia pleu-

ral e l exodontia. Aqui, enfatizamos novamente, a

necessidade de diagnósticos precoces¿nra.SIDA ~ uma vez

que tais procedimentos, por suas particularidades e

caracteristicas, podem facilitar o contato com sangue

contaminado, propiciando riscos de contágio. Neste sen- tido, o CDC dos EUA preconiza as seguintes recomenda-

~ ` ~

çoes que associadas as recomendaçoes universais que

discutiremos adiante, devem ser adotadas pelos profis- sionais da saúde em qualquer procedimento invasivo:

a) Todo profissional de saúde que participa de procedi-

mentos invasivos deve, rotineiramente, usar as barrei-

ras apropriadas para impedir o contato da pele e mucosa

com sangue e outros fluídos orgânicos de qualquer pa-

ciente (e nao apenas os reconhecidamente infectados pe- HIV). Luvas e máscaras cirúrgicas devem ser usadas para

todos os procedimentos invasivos. Óculos protetores ou

escudos protetores faciais devem ser usadas sempre que os procedimentos possam gerar gotículas, borrifamentos

de sangue ou outros fluídos orgânicos ou, ainda, peque-

nos fragmentos ósseos.Aventais adequados para consti-

tuir barreira eficaz devem ser usados durante os proce- dimentos invasivos que podem originar borrifamento de

sangue ou outro fluído orgânico. Todo profissional de

saúde que realiza ou assiste parto vaginal, ou cesârea,

deve usar luvas e gorros quando manusear a placenta ou

a criança até o sangue e o fluído amniótco tenha sido

removido da pele do recém-nascido, devendo usar luvas

(38)

umbili-cal.

b) Se uma luva se rasga ou ocorre um acidente com agu- lha ou outro qualquer instrumento, a luva deve ser remo

vida e uma nova luva ser providenciada prontamente; a

agulha ou instrumento envolvido no acidente deve ser

removido do campo estéril.

c) Testes baseados na detecção de antígeno HIV podem

~

diagnosticar a infecçao apõs 4 semanas do acidente

Além dos procedimentos invasivos a que foram

submetidos uma pequena parte dos pacientes, podemos afirmar que a totalidade dos pacientes foram submetidos ã outros procedimentos que poderiam oferecer riscos de

- _ _ \_ -

contaminaçao aos profissionais de saude. Todos os pa-

cientes foram submetidos ã múltiplas periféricas, quer para administraçao camentos, quer para coleta de sangue

mes. Realizaram-se, ainda, 5 punções

ções arteriais, uma punção pleural e

lar. Culturas de secreções corporais

punçoes de veias parenteral de medi

__ para exa-

lcmbares, 10 pun-

uma punçao articu- também solicitadas,

e também foi realizada uma broncoscopia.

A solicitação de exame broncoscõpico ou bron-

coscopia emerge com importância se considerarmos que o

‹' . f . z -

virus HIV ja foi isolado em fibras de broncoscopicos,d§ monstrando um claro risco, embora teórico, de contami-

- _ - . ‹11›

I'1a.ÇaO Vla bI`OI'1COSCOplO

Tal ocorrência nos impõe a discutir a adequada

e correta desinfecção de equipamentos médicos visando

diminuir a possibilidade de contaminação desta ordem, a adoção de medidas profilãticas que devem ser obedeci- das rigorosamente, levando ao tratamento final adequado

(39)

37

de materiais possivelmente contaminados, uso correto de

A

antissëpticoseadesinfetantes Ê obediencia às normas de

antissepsia e técnicas especiais para a manipulação dos

. . (4)

- materais contaminados,

A

Sabendo-se que o HIV tem baixa resistencia a

uma série de materiais, já estao hoje difundidas normaS de fácil execução para wflfissepsiaa-As substâncias utili- zadas na desinfecção e o tempo necessário para que cada

uma delas exerça a devida açao antisseptica,estao rela-

. V

. 4' .

cionadas no quadro abaixoi '5) -

AMEDIDAS PARA INATIVAÇÃO_DO HIV

MEDIDAS

TEMPO

CALOR

A

569€ 5 MINUTOS

HIPOCLORITO DE NA 0,2% 30 MINUTOS

GLUTERALDEÍDO 2% 30 MINUTOS

ÁGUA OXIGENADA (10 VOLUMES) 30 MINUTOS

ETANOL 30 MINUTOS

Além da adoção rigorosa e estrita das normas de desinfecçao, cabe discutir aqui outras possiveis formas de transmissão em ambiente hospitalar, às quais

estão sujeitos os profissionais de saúde, no exercício

de suas funções.

Considerando como profissional de saúde todo

aquele que, no exercício de suas funções seja compelido

a ter contato direto ou indireto com pacientes, seus

(40)

._

fluídos organicos de portadores ou doentes podem conter

o HIV por períodos variáveis de tempo (uma vez que no

meio extra-celular o HIV sobrevive desde alguns minutos

até horas, conforme as condições ambientais de tempera-

turas, pH, etc.), o profissional de saúde que entra em contato direto com o reservatório do virus (o homem)

ou indireto (sangue e derivados, esperma, liquor,urina,

{

fezes, lágrimas, SuQr_ secreçao vaginal, leite materno, etc), está sob o risco de se infectar, se não adotar

precauções que protejam eficazmente sua pele e mucosa

nesta exposição(5f6). '

Está .-demonstrado estatisticamente que

profissionais de .saúde H correm . maior¿ ris-

co de contágio do _que -__.outros Ç profig

sionais.(5'6'7) u

Nos Estados Unidos, onde os profissionais de Sáude (P.S.) constitue 5,6% da força de trabalho do pais, tendo em consideraçao que esse país abrigou em 1988 cerca de l00.000 pacientes com SIDA, além de dois

«_ .., z

a tres milhoes de portadores assintomaticos do HIV, fo-

ram constatados, em 1987, 2.586 P.S. com SIDA, dentre

os quais 135 (5,3%) se infectaram, com grande probabili

dade, por contato com fluidos orgânicos de indivíduos

doentes ou portadores assintomáticos do virus da SIDA

(5);

(HIV) ia/. No restante (94,7%) dos P.S., foi possivel

identificar outra atividade de risco mais provável, tais como: contato sexual suspeito (homo, bi ou heteroâ

sexual), uso de seringa contaminada (viciados em dro- gas intra-venosa), transfusões de sangue ou derivados suspeitos. É de se assinalar, também, que a transmissão

(41)

39

de modo desconhecido ocorre mais frequentemente entre

os P.S.(5,3%)que em outras profissões (2,8%) . Dig?

~ z ~

no de mençao e o risco relativamente maior a que estao

sujeitos, nos Estados Unidos, os faxineiros de hospi-

tais (17%) quando comparados a outros profissionais de saüde que se infectaram acidentalmente (7,l%L‹5)

As ocupações dos profissionais de saúde que se

contaminaram no exercício da profissão, nos Estados Uni

~

dos, foram: médicos (15%), (a maioria cirurgioes), den-

tistas (3%), enfermeiros (27%), faxineiros (21%), técni

cos de laboratório 19%), fisioterapeuta5(3%). É interes

sante notar que, nesses casos, os contatos com sangue ou outros fluídos orgânicos ocorreram nos 10 anos prece

dentes, mas em nenhum deles havia referência de contato com paciente aidético ou portador de HIV. O contágio,

A

na maioria das vezes (80%), ocorreu por via transcuta-

nea (agulhas, bisturis, tesouras,vidrarias contamina-

dos).(5)

Publicaçoes européias demonstram 54% casos de

exposição acidental ao sangue em um hospital geral, de 1986 a 1988, sendo que em 9,7% destas exposições hog

ve contato com sangue de pacientes com soropositividade ao HIV, principalmente entre enfermeiros e técnicos de

enfermagem, seguidos pelos cirurgioes. A maior parte dos acidentes deu-se por agulhas contaminadas, seguidas

por acidentes com objetos cortantes e por último, atra- vés de contato com pele ou mucosa. Nenhum caso de soro-

conversão foi observado em 9 meses de seguimento 516)

Portanto, podemos observar que o risco de

(42)

sido objeto de vários estudos prospectivos.(5'6'7'l6) Estima-se que a incidência de z conversão por acidentes

com perfuração de pele é de cerca de 0,6%, ou seja,

....

em cada l50 acidentes com perfuração de pele¿m1regu1ta-

_ _ ~ 5,5 7,8

'

eficaz para a infecçao pelo HIV-( ' )

Mais recentemente, foram constatados alguns

~

casos de infecçao pelo HIV através de contato do sangue ou culturas deyvímus(em laboratórios) com as mucosas ocular, labial ou de rebordo das unhas, ou ainda atra- vês de lesões cutâneas das mãos (dermatites, etc.), sem

~

que tivesse ocorrido perfuraçao acidental com agulha ou

outro material cortante.(5'6'7)

Está portanto estabelecüh.a possibilidade de

transmissão acidental do vírus HIV entre osznofiaünnais

da saúde, através da exposição ocupacional.

A ~

Estudos visando obter a incidencia da infecçao

pelo HIV entre os profissionais de saúde do Brasilainda

não foram realizados. No entanto, podemos inferir que

^

há possibilidades de que a incidencia seja mais elevada

do que as observadas nos países do primeiro mundo, con-

siderando nossa situaçao economica e social desprivile-

giada, a inoperãncia do poder público no controle das

doenças infecciosas e a ausência de programas sistemá- ticos eefetivos para a protecao e educaçao dos profis- sionais de sãude no Brasil.

Considerando a impossibilidade de se realizar

testes sorolõgicos para HIV em todos os pacientes que sao atendidos pelos profissionais de sãude e salientan-

do que a imensa maioria dos portadores do vírus HIV são

~

(43)

41

dores assintomáticos) recomenda-se que todos indivíduos que sao submetidos a exames em que o Profissional‹ de

Saúde entre em contato com seu sangue ou fluídos orgáni cos devm ser considerados como possíveis portadores de

- ^

HIV em áreas de emergencia, onde o risco de contágio ë

maior.

.-_

Tendo em vista as circunstancias que acabamos

de mencionar, o Center for Disease Control (centro de

Controle de Doenças (CDC) dos EUA, elaborou as seguin- tes recomendações, estabelecendo precauções universais

_. , ~

na prevençao da infecçao pelo HIV entre os profissio -

nais de Saúde.(5Í6^7) V À' Precauções Universais:

l. Todo profissional de sáüde deve, rotineira- mente, usar barreiras preventivas apropriadas para im-

pedir a exposição da pele e mucosas ao sangue ou fluí -

dos orgânicos. Luvas devem ser usadas quando o

profis-^

sional da sáude tocar o sangue ou fluídos organicos, mu cosas ou pele com lesões (de qualquer paciente), manu-

seio de utensílios ou superfícies contaminadas com sangue ou fluídos organicos e, finalmente, sempre que

praticar punções venosas, ou outros procedimentos vas-

culares. AS luvas devem ser mudadas apõs contato com cada paciente. Mascaras e õculos protetores, ou escudos

plásticos faciais, devem ser usados sempre que ocorrer

a possibilidade do procedimento gerar gotículas de san-

gue ou do outro fluído orgânico que possa atingir as

mucosas da boca, nariz e olhos. Aventais devem ser

usados durante procedimentos, que possam gerar borrifa-

-~ A

mento de sangue ou outros fluídos organicos.

(44)

de-vem ser lavadas imediatamente, intensamente sempre que

entram em contato com sangue ou outros fluídos orgáni -

cos. Inclusive, as mãos devem ser lavadas imediatamente

apos a remoçao das luvas com agua, sabao e alcool a

25%

3. Todo profissional de saúde deve tomar

preucaçoes no sentido de evitar ferimentos:

a) com agulhas, bisturis e outros instrumentos cortantes além de equipamentos médicos-cirúrgicos (en-

doscõpiosjq dialisadores, respiradores, etc).

b) Quando da limpeza de instrumentos já utili-

zados.

c) Durante o descarte de agulhas já utilizadas

e

d) quando manusear instrumentos cortantes já

utilizados.

Para prevenir ferimentos por agulhas de inje-

~ ~ ~ ,

çao, recomenda-se nao escapar a agulha, nao dobra-la

ou quebrá-la com a mão, não retirá-la da seringa descar

tável, não manuseá-la. Após seu uso, seringas e agulhas

z A '

descartáveis, laminas de bisturi e outros instrumentos

cortantes devem ser colocados em recipiente resistente

ã perfuração e descartados; estes recipientes devem ser

z .f z ~

colocados o mais proximo possivel da area onde estao sendo utilizados os instrumentos. Agulhas e outros

instrumentos não descartáveis também devem ser coloca-

dos em recipientes resistentes ã perfuração para serem

levados ã área de esterilização.

4) Embora a saliva não tenha ainda sido impli- cada na transmissão do HIV, recomenda-se o uso de peças

(45)

43

bucais intermediárias ou bolsas de ressuscitação para evitarfíprática da respiração direta boca a boca em si-

tuaçoes emergenciais (ex.: policiais, paramêdicos).

5) Profissionais de Saúde que apresentam le-

sões exudativas ou dermatites úmidas devem evitar qual- quer contato direto com pacientes ou equipamentos usa- dos em pacientes, até que suas lesões estejam curadas.

6) Não se admite que as profissionais de saú-

de grávidas estejam sob maior risco de se infectar com

o HIV; contudo, se uma profissional de saúde se infec- tar com o HIV o concepto corre risco (50%) de trasmis-

sao perinatal da infecçao. Devido a este risco, profi§~_

sionais de saúde grávidas devem estar familiarizadas com a problemática e observar rigorosamente as precau -

ções que minimizam o risco de contágio pelo HIV.

A implementaçao de precauçoes universais para evitar transmissão por sangue ou fluidos orgânicos para todos os pacientes (com ou sem SIDA) evita a necessida-

de de isolamento na "categoria sangue ou fluidos organi

cos" anteriormente recomendada pelo C.D.C. para pacien- tes reconhecidos ou suspeitos de infecção por patógenos circulantes no sangue. Precauções de isolamento (ex.:

entërica ou respiratória) devem ser usadas sempre que

~

condiçoes associadas, tais como diarréias infecciosas

. . . . 5 6

ou tuberculose, sejam diagnosticadas ou suspeitadasí' 'n A adoção de precauções universais, associada

ás preucações para procedimentos invasivos e precauções para diálises (que constitue-se das precauções já men-

cionadas e correta desinfecçao dos materiais utiliza

(46)

ples porêm eficientes na prevenção da transmissão HIV entre os profissionais de saúde.

No Hospital Universitário, recomendações seme- lhantes, visando estabelecer uma rotina hospitalar para

o manejo de pacientes HIV positivos foram adotadas ofi-

cialmente em maio de 1991 (Anexo fIV%.Visando obter

informações acerca da experiência, preparo e esclareci-

mentos dos profissionais de saúde do HU quanto ã adoção de medidas basicas de proteçao no manejo intrahospita-

lar de pacientes com soropositividade para o HIV, orga-

nizamos um questionário (Anexo II), que foi distribuí-

do entre médicos e paramëdicos (enfermeiros, técnicos de enfermagem, laboratoristas)do referido hospital.

De acordo com os resultados obtidos(Quadro I),

podemos observar que a imensa maioria dos profissionais

de saúde do HU (95,7%) já manipulou pacientes com soro-

positividade ao HIV(2,V_= negam qualquer \0 o\° experiência desta ordem).

Em ll,4% das respostas, obteve-se que a manipu

lação intrahospitalar destes pacientes foi executada

sem a observância de cuidados básicos, realizando-se, portanto, procedimentos com risco de contaminação em

pacientes sabidamente soropositivos. Tal evidência tra- duz uma inobservância total da adoção de precauções básicas no manejo de pacientes soropositivos, e reflete

adèsinformaçàje despreparo de uma parcela significativa

de tais profissionais.

V Em nosso meio, 67 dos profissionais de

sáu-` I-' o\°

de nao usam.së quer luvas em seus procedimentos de roti-

(47)

precau-45

ções básicas.

Grande parte dos entrevistados (67%) acreditam que os profissionais de saude de nosso meio nao encon-

tram-se devidamente esclarecidos quanto ã manipulação adequada de pacientes soropositivos ao HIV, sendo que

53% dos entrevistados nao participou de nenhuma ativida

de educativa ou informativa nesta questão. Dentre os 45 ` \I o\0 que já gmüicgxuam destas atividades¡metade deles

acredita que as informações obtidas nestas ocasiões não

foram suficientes e esclarecedoras, enquanto que os

de-~

mais wüúiafimltais informaçoes como eficientes.

Evidencia-se portanto, a necessidade da inte-

gração de esforços, em todos os niveis de decisão, no

sentido da implantação de campanhas eficientes e

escla-z

recedoras, nao somente para os profissionais de saúde ,

que por suas atividades ocupacionais encontram-se sob

~ 4 ~

riscos de contaminação, mas tambem para a populaçao

em geral. ,

'

A maior parte dos entrevistados (90%), afirmam

que, em suas experiencias profissionais, realizaram pro

cedimentos com riscos de contaminação em pacientes que

demonstraram mais tarde, por suas evoluções, soropositi

^

vidade ao HIV, sendo que nestas circunstancias, cerca da metade de tais profissionais (47,1%) encontravam-se

na ocasião devidamente paramentados, tendo adotado

medidas básicas evitando riscos de contaminaçao. Na

outra metade dos casos, não houve a adoção de precau-

ções a fim de prevenir possíveis contaminações aciden -

tais.

(48)

obti-das até o momento, que grande parte dos profissionais estiveram expostos ã possíveis riscos de contamina -

ção pelo HIV. Entretanto, a pergunta que melhor eviden-

cia o total desrespeito às precauções universais que

estabelecem normas basicas no manejo de qualquer pacien

te (com ou sem soropositividade ao HIV) diz respeito ao

uso habitual de luvas rotineiramente, quando no manejo com sangue, secreçoes ou nao execuçao de -procedimentos

invasivos. Conforme observado, 67,1% dos profissionais

de nosso meio encontram-se desinformados quanto aQS_ mg-

~ ~

dos de transmissao da SIDA e sua prevençao. Desta forma

torna-se urgente a criação de um Programa Nacional de

Controle e Infecçao da SIDA no Brasil, uma vez que até agora, as estratégias adotadas pelo Governo brasileiro

demonstraram-se ineficientes e omissas.

Finalizando, devemos conSiderar que os organis-

mos que prestam assistência ã saúde, em todos os niveis,

devem estabelecer, urgentemente,programas educacionais

aos seus profissionais, visando oferecer informaçoes ob-

jetivas e cientificas,despojadas de preconceitos ou

estigmas,oferecendQ adequado treinamento e aprendizagem

na adoção de medidas preventivas básicas que protejam os

profissionais de saúde.

Portanto, na inexistência de um efetivo progra- ma governamental de combate ä epidemia, cabe a cada enti

dade, entre elas o Hospital Universitário.da UFSC itini-

~ ~ ^

‹ ,_

ciar a discussao academico-cientirico-social sobre o

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