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Zero, 1990, ano 8, n.8, nov.

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(1)

,

Ano

VIII . n?8 .

S

.

E;.

M,

.

A

NA' l

Jornal Laboratório- UFSC/CCE/COM-,.

Florianópolis,

21 a

28_de

novembrode 1990.

,... . � r�

Grupo

de

36

pessoas'

. _

elege_

Hitler-_ . .»

como

seu

líder

·NAZISTAS·

. '

se

reorganizam

Y

em

Florianópolis

<,

páginas

3ecentral

(2)

EDITORIAL

Crescendo

em

tamanho e

tecnologia

Dentro de duassemanasesta­ rácirculandouma

edição

do Ze­

ro emformato standard. Isto

é,

do tamanho de O

Estado,

Jor­ nal de Santa CatarinaeA No­ tícia. Esta

variação

atendeàne­

cessidade de

proporcionarmos,

aos alunos de

Planejamento

Gráfico,

a

oportunidade

de dia­

grsmsrpeginss

diferentes dos

tablóides de sempre. Jornal la­

boretorio,

lembram-se?

***

A modéstianãonos

impede

de

comentaros

elogios

que oZero recebeu durante o

Congresso

Nacional dos Jornalistas reali­ zadoem

Florianópolis.

Natural­

mente,

ofato da meiorie dases­

colas de

comunicação

tercarên­

ciasgravesna área do

jornalis­

mo

impresso,

contribuipara a

boa

impressão

queoZerocausa.

Maso

pioneirismo

da

edição

se­

manal - ousadia

impensável

se

ror mantido oritmo de

reparti­

ção

pública

que

contagia

algu­

masescolas - ésuficientemente

tortepara

espantar

aqueles

que acham quea Universidadenão tem muita coisa a fazerpor

aqueles

que queremse

profissio­

nelizsr:

:j: * *

O Laboratóriode Jornalismo

Gráfico colocou em funciona­

mento,

esta semana, a

impres­

sora

laser,

completando

a esta­

ção

de trabalhoem

"desktop

pu­

blishing".

Servirá ao

ensino,

à

pesquisa

e

prestará

serviços

à

co-....

munidade,

dentrodoprograma deextensãodo

Departamento

de

Comunicação.

ZERO

***

Me/hor

Peça

Gráfica

/,

/I e 1// Set Universitário Maio 88 Setembro 89 Setembro 90

Jornal Laboratório do

Departa-mentode Comunicação do Centro de Comunicação e Expressão da universidadeFederaldeSanta Ca­ tarina. Editado sob a responsàbili­

dade do Laboratório de Jornalismo Gráfico.

Supervisão:Jornalista Prof.Cesar Valente

(Reg.

706/SC)

Colaboração: Jornalistas. Profes­

soresRicardoBarreto,Luiz A.Scot­

tode AlmeidaeGilkaGirardello.

Redação: CCEICOM/UFSC, Cam­ pus daTrindade, 88035- Florianó­

polis:

SC - Brasil. Fone (0482)

31-9215 e 31-9490. Fax (0482) 33-4069.

Coral sobrevive

apoiado

na

arte

e na

criatividade

Sucesso

e

realização

no

I?

ENCOR

't.

KARIN

VÉRAS

Foi nofinal de

1962,

quando

oentão

reitor daUniversidade Federal de

SF.11-taCatarina

participava

da

organização

do Encontro de Corais do Sul do

País,

que

alguém

lembrouaele

que

a

própria

universidade não tinha um coral,

Às

pressas foi convidadoomaestrodauni­

versidadedo

Paraná,

Mário

Grau,

efo­

ramreunidaspessoas entre

acadêmicos,

comunidade e coralistas de outros gru­

pos. No

tempo

recorde de 13 dias um

coral foi

formado,

ensaiadoe seapresen­

tou.Era

janeiro

de 1963

quando

ocoral

desta universidade fazia

syà

primeira

apresentaçào,

commaestro

emprestado

e em

função

de um evento. No dia 5

de novembro deste ano, Dia Nacional

da

Cultura,

foia vezdeste mesmo.coral

responder

aodesafiode há 28anossendo

.

ele

próprio

o anfitrião do

primeiro

En­

contro de Corais

(ENCOR)

naUFSC.

"Estamos vivos e

precisamos

conti­

nuar"- encerrava

o discursodeaber­

turaa

pró-reitora

deassuntosculturais da universidade.

Confirmava,

assim,

seu

compromisso

com umauniversidade

pública

e

gratuita.

No auditório da rei­

toria cheio não estavao

reitor,

nem o

pró-reitor,

nem os diretoresde centro.

A

pró-reitora

lembrouqueaUFSCem'

seus30anosaindanão

conquistou

seu

espaço cultural. E desabafou: "Nosso , processo administrativo é um recriar

cultural constante." Sem

apoio

-econô­ micoe

administrativo,

sóaarteeacria­

tividade

permitiram

que ocanto coral

sobrevivesse dentro e fora da univer­

sidade. O númerode corais équarenta

vezes maior

do.

que era na década de

60.O movimento coralsehorizontalizou e agora

precisa

ser

verticalizado:

ga­

nhar em

qualidade

e

profundidade

-afirma omaestroJosé Acácio Santana

que é

regente

do coral da universidade desde

agosto

de 63 e coordenador da

Fundação

Pró-Canto.

Afinal,

ocantoco­

ral

hoje

alimenta muitas comunidades

catarinenses, Faz

'parte

do

"pão

nosso

cultural de cada dia".

Logo

naentrada oscoralistas enche­ ram o auditório de cor e mais tarde

preencheriam

o espaço restante com som. Seus familiares e convidados fo­

ramsuficientesparalotarolocal. Esta­ vamtodosuniformizadose as cores va­

riadas destacavam sua

procedência.

Azulturquesa comamarelo foia corde

saudação

cantada feita

pelo

coral da universidade:"Vocêéosorriso de Deus

em nossomeio". O

primeiro

coroconvi­

dado foia

Associação

CoralVilla-Lobos

de

Itajaí.

Vestidos de vinho eles

canta-, ram o

tempo

e o amor:

"Tempo, diga

por

favor,

aondeseescondeu..

"

Logo

em

seguida

entrouocoral25 de Julho: "Em Blumenau cantamos as canções, e pre­

servamos nossas

tradições".

Cantaram

sua

região,

SantaCatarinae o Brasil:

"SantaeBela

Catarina,

és

princesa

en­

tredois

príncipes".

Depois

ocoral João

. Coraldauniversidade: 27anosde existência

Martins tambémcantouuma

Exaltação

aSanta Catarina: "ondeanaturezafez

neve,solechuva'i.Estescoralistasvie­ ramde

Tubarão,

onde

recebem

o

apoio

de uma empresa. A

Associação

Coral

de

Florianópolis

trouxe um

repertório

de música

popular

com

acompanhamen­

tode

at!baque

e

violão.

SuaregenteAu­

réliaHackenhaarrecebeuum

destaque

no

discurso de abertura como símbolo

da contracultura"ondeamulher sefaz

presente".

Terminaram cantando Tra­ vessia.O

último

coroconvidadosó

preci­

souatravessara

ponte

para

participar

do encontroemostraroquese

pode

fazer

quando

se

pretende

descentralizaracul­

tura.Foia

Associação

CoralSanta Cruz

de São José.

Quando

foi a vezdos anfi­

triões fazererri ashonras dacasa,mos­

traram uma apresentação inovadora:

quernos

gestos

que

acompanhavam

as

músicas,

querna

movimentação

cênica

dos coralistas, Uma das músicas mais

aplaudidas

duranteoconcerto

fOI justa­

mente a última cantada

pelo

coral da universidade. Chama-se "Nós somos

Deuses

deumDeus Maior" eédeauto­

riadoregenteJosé AcácioSantana: "Vi­ da é pra vivere se

prende

... e

coração

éfeitopraamar.Por issoagoravoufalar

ao

coração,

ea formaque encontrei foi a

canção"

.Noencerramentotodasas vo­

zes se uniram formandoo

grande

coro

dos corais

participantes

e cantaramO

Pescador do

regente

Santana: "Pescador

se vai promar, tem esperançade vol­ tar".

- a

ponte

asseguracontinuidade

- Nãoésemmotivos

quemuitas

músi-cas

apresentadas

noencontrotêmmoti­

vação

religiosa.

Primeiro porqueomo­

vimento coral esteve durante muito

tempo

vinculadoà

Igreja,

O que

servia,

na

opinião

domaestroJoséAcácio San­

tana,comouma

ponte

entreofazercul­ turaleo

apreciador.

Poistantoo

público

da

igreja

acabavaescutandoocoralco­

mo oscoralistassepreparavam parase

apresentar

ao

público

da

igreja.

Era uma

motivação

queacabava dando

obje­

tivoàatividade.

Hoje,

aopromoverum

Encontro de Corais os

organizadores

pretendem

que elenão

seja

mais

even­

tual,

senãooiníciode

posteriores

encon­

tros que devem se

ampliar

com coros

nacionais e até internacionais. Pois a

grande

metado ENCORé dar

objetivo

aocantocoralno

estado,

aprofundando

suaatividade.Para isto contribuio cen­

tro cultural Pró-canto coordenado

pelo

maestro Santanae sediado naUniver­

sidade. Ele faz

a.transferência'de

recur­

sostécnicosagruposinteressados:cur­

sos. treinamentos,

partituras.

O maes­

tro fala da

importância

de incentivar

oscoraiscatarinensesasaíremdesuas

sedeseiremcantarnarua.Lembraque nosúltimos2Natais mais de 6.000con­

certo foram feitos ao ar livre. Destaca os

objetivos

fundamentais daatividade

coral. O

objetivo

artístico cultural que éofazer musical. Eo

objetivo

sócio-co­ munitário que promove a

socialização

daspessoas. Diz queopovocatarinense

possui

uma"índolemusical"

provenien­

te das etnias que

participaram

de sua

formação,

e que o canto coral foi uma

resistência cultural destes povos imi­

grados. Hoje propõe

um

congraçamento

destas culturas e a

mudança

de

perfil

dos corais. Sabequeocoral do amanhã

tem que ser audiovisual para reciclar a simesmoe ao

público.

Noversodoprogramadistribuído ao

público

nodia 5 de novembro

algumas

palavras

domaestro alertavam paraa

relação

entresociedadee aatividadeco­

ral:

"Quanto

maisuma

civilização

édo­ tada desenso

social,

maisnelasedesen­

volveocantocoletivo".Os mais de1.140

corais catarinenses

agradecem

a

citação

e

pedem

passagem.

(3)

ZERO

3

Os

simpatizantes

de AdolfHitler

têm

a

oportunidade

de

ingressar

numa

agremia­

ção

nazista em

Florianópolis.

Desde março

-l-,._

qo

!no

passado

estáematividade umgrupo 1

ue-il!)adeptos

do nazismoquesereúne

pelo

menos uma vezpormês, num

apartamento

nocentroda

capital.

O grupo, queteme per­

seguições,

funcionaclandestinamente.

A idéia de fundar esse grupo

partiu

de um rapaz de 20 anos, natural do Oeste do

Paraná,

queveio para

Florianópolis

no iní­

ciode 1989. Ele decidiu afastar-se da família

-os

pais

são

produtores

de

soja

-para

poder

dedicar-se ao seumaior

objetivo polí­

tico: o nazismo. Nos

primeiros

meses, sus­

tentava-secom

traduções

detextosalemães

paraaUniversidade FederaldeSanta Cata­

rina(UFSC).

Ele,

que não quer que se

publique

o seu nome por motivos "de segurança

pessoal",

começou a interessar-se

pela

ideologia

na­

zista desde os oito anos de

idade, quando

iniciouuma

coleção

de

publicações

erecortes

de

jornais

sobreomovimento nazistamun­

dial.

Isso veio

junto

com a decisão de não

comer carne (embora admita aceitar carne

branca,

ao contrário do radical

vegetaria­

nismo deHitler). Nasuabibliotecade mais

ou menos900

publicações,

hálivrosalemães

da

época

do 3?

Reich,

que herdou do avô,

capitão

da Werhmacht (exército

alemão)

preso

pelos

brasileirosemMontese.

Apesar

detersido

prisioneiro

numcampo

de

"desnazificação"

americano,

o

ex-capitão

(falecido

há três

anos),

ao

emigrar

para o

Brasil trouxe

consigo

publicações

nazistas,

que vierama seraleitura

predileta

do seu

netonainfânciaenaadolescência.

Além desta

contribuição,

DerFreund("o

amigo",

em alemão)-como

prefere

ser cha­

mado o líder dos nazistas de

Florianópolis

- recebeu influência da

própria

comunida­ deemqueviviano

Paraná,

cujos

habitantes

são, na maioria, teuto- brasileiros ainda

simpatizantes

do nazismo.

O líderresume sua

formação

nos

seguin­

tes

princípios:

"não aceitar

propina;

nãoser

vulgar; aprender

comquem

sabe;

nãofazer

o

papel

de

ridículo;

não cometer erros; ter

autenticidade

pessoal;

enfim,

não seenvol­

vercomraçafraca". Esteúltimomandamen­

to segue à

risca,

principalmente

em

relação

aos negros e mulatos. Prefere os

arianos,

mas sua

namorada,

de 27 anos, é descen­ dente

dejaponeses.

"Ositalianose

osjapone­

sesforamnossosaliadosna2�Guerra Mun­

dial, justifica

ao ser

perguntado

se

japonês

Os fascistas

se

reorgamzam

em

Florianópolis

..

Nestafoto anteriorà 2�

Guerra,

um os núcleos nazistasdese

nãoseriaraçainferior".

DerFreundestudouemdiversos

colégios.

particulares

deSanta CatarinaeSão

Paulo,

inclusivenuminternato. Foiumaluno

apli­

cado noestudode

Filosofia,

principalmente

de

Nietzche,

que costumalerem

lugares

si­ lenciososcomo o

cemitério,

por

exemplo,

nos

finais de semana. De

temperamento

intro­

vertidoconversavamuitopoucocom oscole­

gasde

aula,

dedicavao

tempo

livreà

leitura,

oque lhe rendeutrês

prêmios

de

redação.

Nunca foi de ir a danceterias e

praias

e

não

simpatiza

com o

"jeans",

queconsidera

"produto

deumacultura

degradante".

Acha

que

"ajuventude

brasileiraé

corrompida

pe­ losEUA. Ela só tem papobanal".

Neo.Nazismo

-Quando

não está em

atividade

política

ou

respondendo

às cartas

de

correspondentes

damesma

ideologia

em

dezenas de

países

do

mundo,

Der Freund

estálendoas suasrevistas nazistasultra-se­

cretas. Uma delas tem o título no exótico

alfabeto rúnico - dos

vikings

-que os

nazistas

adaptam

para servir de

.código

se-creto para que sóeles

entendam:

Eessealfa­

betoqueolíder dosnazistasde

Florianópolis

usa paraescrever, em

espanholou

alemão,

suascartas.

O neo-nazismoéumdosassuntos quemais

interessa esse

jovem

que lê sobre isso em

italiano,

francêse

inglês. É amigo particular

de

Siegfried

E.

Castan,

autor do

polêmico

livro

"Holocausto,·

Judeu ou Alemão? Nos

Bastidores da Mentirado

Século",

que aca­

bou sendo

apreendido

no último dia 6 de novembro

(veja

matériana

próxima

página)

Para auxiliarna suatarefa de

conseguir

seguidores,

Der Freundrecorre tambémà

leitura de

psicologia

e

parapsicologia,

para

ele "ciênciasque ensinamcomo influenciar

pessoas".

Foi assimque

chegou

adar

pales­

trassobretemas

teológicos

em

igrejas

evan­

gélicas, pensando

noseufuturo

político.

Pre­ tende

candidatar-se

avereadorem1992,por

algum partido

de direita.

"Povo

ignorante

nãotemoque

reclamar",

Um

grupo

de 36 pessoas reúne·se

periodicamente

na

capital

para formar

um

partido

.nazista

e

quer buscar

financiamento

estrangeiro

para isso

(4)

..

Os

fascistas

...

diz ele

quando

fala dosbrasileirosque"não sabem votar".

Despreza

os

políticos profis­

sionais. Foi por

isso,

segundo afirma,

que nãoaceitouapropostade

ingressar

no

PFL,

na

época

emque

freqüentava

aAssembléia

Legislativa

de Santa Catarina. Paradoxal­

mente, Der Freund

garante'

que "eu luto

pelo povo",

Judeus - Escolheu

morar em Florianó­

polis,

entre outros

motivos,

paraficarna re­

giào Sul,

onde vivem

"raças

maisbrancas". Der Freund também militounaUnião da

Juventude Socialista

(UJSl, organizada

pelo

Partido Comunista do Brasil

(PCdoB).

De­

pois

decomparecerasetereuniõese umCon­

gresso, desistiu: "eu não sentia

qualquer

atração

pelo

PCdoB. Só

queria aprender

co­ moéa,

organização

deum

partido.

Também

queria

conhecero

papel

ridículo que os co­

munistas

representam".

Sua análise sobre a

"perestroika"

centra­

se numponto: aabertura do mercado sovié­

ticoparaasempresasmultinacionais "semi­

tas",

comoMcDonald'se

Pepsi,

está"entra­ vandoodesenvolvimento da URSS". Eleres­

ponsabiliza

os

judeus,

a quem chama de

"criadores do

capitalismo"

eaquemrespon­

sabiliza

pelas

"crises econômicas do

mundo,

que provocaram paraseu

próprio

proveito".

E

completa:

"os

judeus

sãoumaculturasub­ versiva".

Na

hipotética situação

dos nazistasa�u­

mindoo

poder

no

Brasil,

comoseriamtrata­

dos osarianos? Der Freund achaquetudo

vaiestarbem: "asraças não

precisam

temer,

desde que não

façam

m...

"

O Plano consiste

emdesenvolver economicamenteo

país.

Os

conflitos sóocorreriam,numgovernonazis­

ta,

quando

houvesse"crioulosna

vadiagem".

Tais

"problemas"

seriam

solucionados,

'se­

gundo ele,

com a

adoção

de várias

medidas,

entre elas a

deportação

dos

"desajustados"

para outros

países,

"principalmente

paraa

Africa".

O Partido

-Apesar

de um governo

nazista no

país

parecer paraelesum sonho ainda muito

distante,

os36nazistas de Flo­

rianópolis

se

organizam.

Entre

eles,

25têm

de 16a19anos,os onzerestantestêm

profis­

sõesdefinidas: háum

médico,

um

advogado,

um

dentistas,

um

comerciante,

um militar

aposentado,

por

exemplo,

Easreuniõesnão são mais

freqüentes

,por falta de um local

mais

amplo.

Mesmo

pequeno,

o grupo não é

homogê­

neo: osmais

jovens

querem usar

uniforme,

fazera

saudação

nazistaeandar

pela

cidade embandos. O líder não aceita isso e cons

i-dera tais

propostas

como "infantilidades".

Ele

também critica o Partido NacionalSo­

cialista Brasileiro

(PNSB),

uma

espécie

de

partido

oficial do

nazismo,

quetemsede no

Riode Janeiro. Temequeafalta de critérios

para aceitar

filiações

acabe

"queimando

o

movimento

nazi",

se se

repetirem episódios

"ridículos"como oprogramade

propaganda

política

grtuita

concedida ao PNSB: "um

crioulão nazistadizendonaTVque nego não

presta".

,

Der Freund

viaja

em dezembro do ano

que vem para a

Alemanha,

onde

pretende

manter contatos

políticos

com os nazistas

europeus. Aindaesteanoreúne-seemPorto

Alegre

comoutrosnazistas

brasileiros,

para

iniciara

preparação

da

pauta

desua

viagem.

O

principal objetivo,

no

entanto,já

estádefi­

nido-

conseguir

dinheiro para montar um

partido

nazista no Brasil. A única dúvida

que aindapareceexistir éseseráuma

sigla

independente

ou

coligada

a

algum

outro par­

tido: de direita.

Der Freundnão quer que

opartido

tenha,

nonome,a

palavra

"nazista"("onomeassus­

ta",

acredita) e

justifica

dizendoque"oque

importa

é a

ideologia".

As dificuldadesque

encontra para montaro

partido

são,

segundo

ele, "culpa

dos

judeus",

que considera "os

mestresdo

poder".

(5)

Setenta

anos

depois,

eles

insistem

A

apreensão

de 66 livros nazistas da Editora Revisão Editorialno último dia 6de

novembro,

emduaslivrarias dePorto

Alegre,

foi feita com base na Lei 8081

sancionadaemsetembro

pelo

presidente

Collorde Mello. Esta lei anti-racismose­

riao

cumprimento

deumapromessa de

Colloralíderes

judaicos

queoteriampro­

curado em Nova

Iorque,

quando

esteve

láem

janeiro,

paracoibiracrescente lite­

ratura neonazistanosul doBrasil.

Esta

preocupação

nãoeraà toa.O livro

"Holocausto Judeuoualemão? Os Basti­

\ dores da Mentira de Século" um entre

f"'-'os

diversos

publicados

pela

editora"Revi­

r

são

Editorial",

de

propriedade

do

próprio

I

autor

Siegfried Ellwanger Castan,

esta­

I va,nofinal doano

passado,

na17?

edição

I

e era-encontrado embancas de revistas eatravésde anúncios de

jornais.

A

polê­

micaemtornodessa obra estánadefesa

datesedequeos

judeus

enãoos

nazistas,

seriamos

culpados

pela

2? guerra mun­

dial. Isso foiosuficientepara queaEdito­ rafosse

impedida

de expornaBienal do livronoRio deJaneiroem

agosto

de 1989. Além

disso,

emjunho,

o

prefeito

de Porto

-Alegre,

Olívio Dutra

(PT),

proibiu

a ven­

da de suásticas.

Aomesmotempo,novas

acusações

con­

traosnazistas surgem. A revista Oeste

(n"

25,

pg9) ataca: "No continente sul-a­

mericano,

ondeatuamematividadesco­ mo otráfico de

drogas

earmas

e

no

apoio

agrupo

paramilitares

ligados

aditaduras

como ade

Pinochet,

no

Chile,

ede Stress­

ner (a quem Castan

elogia

no seu livro

"Holocausto")

no

Paraguai,

os grupos

neonazistas

julgam

encontrarumterreno

bastante fértil para a sua

expansão

no

continente,

representando, portanto,

um

verdadeiro

perigo

não apenas paraos

ju­

deus,mas

toda ademocracia latino-ame­ ricana".

ArmandoZanine

Júnior,

presidente

do Partido Nacional Socialista Brasileiro

(PNSB)

- de

ideologia

hitlerista

-em en­

tre'.ista à revista Isto

E/Senhor,

em

8/9/90,

estimava que estavam filiadas à

sua

legenda

10 mil pessoas.

Hoje,

osna­

zistas

calculam somar 15mil militan­

tes. A

legenda

está

organizada

em sete

estados:

SP,

R,J, SE,

BA, DF, RS,

eMS.

o número de nazistas no Brasil não

se

restringe

a essacifra. Há

pelos

menos

outros dez grupos de

inspiração

nazi,

principalmente

no sul do Brasil. Só os

"esotéricos"- nazistas

que

preferem

oto­

tal anonimatoeumadiscreta

admiração

ao Führer

-têm no mínimo um núcleo

de dez pessoas nas cidades mais

impor­

tantes detodososestados

brasileiros,

re­

vela.

Der Freund o líder do

grupo em

Florianópolis,

que édessatendênciaque

naotemuma

organização

central.

Os

simpatizantes

do nazismo

podem

até serautoridades

públicas. É

ocasodo

prefeito

da cidade

paulista

de

Aparecida

ao

Norte,

Cláudio

Galvão

de

Castroi

que não esconde sua

admiração

a Hit er e

Mussolini e o seu

repúdio

aos "vadios":

"Os

vagabundos

devemserexterminados

para que possam

aproveitar

pelo

menos suas

córneas,

seuslitrosde sangue,seus

rins Qaraquemquer trabalharenão po­

de".

(lstoÉ,

8/11/89).

AlemanhaDesdea

queda

do:r1Iturode

Berlim,

velhos fantasmas estão à solta.

Ataques

a cemitérios

judaicos

emdiver­ sos

países

europeusem

maio,

o reapare­

cimento de movimentos

anti-semitas,

o

fortalecimento de

partidos

de tendência

racista (como a Frente

Nacionalista,

de Le

Pen,

na

França)

e,

principalmente,

os

movimentos neo-nazistas envenenaram

osânimosna

Europa

em1990.Na ex-Ale­ manha

Oriental,

queéfoco das

atenções,

omovimento neo-nazista vem se

expan­

dindo consideravelmente. "Para os ale­

mãesorientaisa

unificação

éapenasuma

questão

demelhores

apartamentos

e car­

ros.Seissonãofuncionarcomoeles espe­

rem,os

judeus podem

setornarnovamen­

te

bodes-expiatórios",

dizSimomWiesen­ thaI. Famoso

"caçador

de nazista".Folha de

SP,

18/03/90.

Não há estatisticas confiáveis sobre o

númerodenazistasnaAlemanhaOrien­

tal,

mas o

partido

diz ter80mil

adeptos

na Alemanha

Ocidental,

reunindoo se­

gundo

maior

contingente

de

simpatizan­

tesdessa

ideologia

nomundo. O

primeiro

está

nosEstados Unidosque

chega

a reu­

rur, de acordo com a

Fundação

Simon

Wiesenthal,

150 milmilitantes.

A facãodo Exército

Vermelho,

sucessor

do

antigo

baader Meinhof

(responsável

poratentadosterroristasnasdécadasde 60 e

70),

em nome das

"forças

progres­

sistasdo

mundo,

emlutacontra

oCimpe­

rialismo",

entrouemguerra contraa

Ale-manhaunificada.Emcartaaberta à

im-prensa

mundial,

organização

declara:

A Alemanha Ocidental e a nova elite

-Os

ai

d

de

poder

daAlemanhaOrientalestão per-

vos

os

seguindo

os mesmos

objetivos

e

planos

imperiais

do nazi-faxismo. Destaveznão

.

ataques

ainda

haverá milhões de mortos, masmilhões

depessoas

desabrigadas

e

oprimidas".

E - •

conclui: "Nosso dever naluta de classes

sao os

Judeus

internacional

é

não

,permitir

queelesrea­

hzemseus

objetivos

.(FolhadeSão Paulo - 1?/8/90.

Adolescentes,

os

militantes

do

racismo

Um

simples

romance, como o "Sétimo

Sentido",

de

Irwing Wallace,

uma

ficção

emqueHitlernão estariamorto

-pode

convencer

alguém

aentrar paraonazis­

mor-Este foi ocasodeumamilitante de

apenas 17anosdo grupo de

simpatizantes

do Führerem

Florianópolis.

Ela,

que pre­

ferenãoseridentificada

"para

não

preju­

dicar o seu

futuro",

começou a se inte­

ressar

pelo

assunto

após

a leitura desse

romance

quando

ainda tinha 15anos.

A

partir daí,

elafoilendo tudoqueen­

contrava

pela

frente sobre nazismoetor­

nou-seuma

"expert"

em2�GuerraMun­ dial.

Após

ter contato com as obras de

S.E.

Castan, chegou

a vez de "Mein

Kampf'

(Minha

Luta,

a

autobiografia

de

Hitler):

Foioaugedesuaconversão. "O nazismonão éumbicho-de-sete-ca­

beças",

afirma essa adolescente quenão

liga

paraeventuais"brincadeirinhas" de

seus

colegas

de escola.

Apesar

de não manteruma

antipatia pelos

seuscompa­

nheiros de sala de

aula,

ela

prefere

os

mais

íntimos,

principalmente

osdemes­

ma

ideologia.

éo casodeseu

colega

de 17anos, tam­

bém

simpatizante,

que ela

levou

para o

grupode Der

Freund, após

terrecebido

o

endereço

deledeumestranhonabiblio­

teca

pública.

Ao contrário da

colega,

brancamasnão

ariana,

ele édescendente

deteutosdo interior deBlumenau.Oseu

interesse

pelo

movimento nazista tem

origem

nofamiliar. O diário deseubisa­

vô,

tinha inúmeros

elogios

a Hitler: "o homemqueergueuaAlemanha".

Este

simpatizante,

tal como a

colega,

que mantém encontros

esporádicos

com

Der Freundparadiscutir

política,

se re­

vela tolerante

quanto

à

questão racial,

mas chama de

"calúnias",

os

ataques

a

Hitlerque, para

ele,

foiumdos "maiores

estadistas de todos os

tempos

e o mais

injustiçado

deles:'.

Trecho do material de

propaganda

dis­

tribuídoem

Florianópolis,

ondeosnazis­

tasdizem demonstrar "as reais intensões dos

judeus",

citando

recomendações

con­

tidas no livro "Protocolo dos Sábios de

Sião":

.

i

-Corromper

a mocidade

pelo

ensino

subversivo;

2- Destruiravida de

família;

3 - Dominar

aspessoas

pelos

seus

vícios;

4- Envilecer

asartese

prostituir

alitera­

tura; 5 - Minar o

respeito

pela

religião,

desacreditando tanto quanto

possível

os

padres,

reverendose

pastores,

espalhan­

docontra eles estórias

escandalosas,

en­

corajar

a

autocrítica,

a fim de corroer a

base das

crianças

e de provocar cismas

e

disputas

noseio da

igreja;

6

-Propagar

oluxo

desenfreado,

asmodas fantásticas

e as

doenças loucas,

eliminando

gradual­

menteafaculdade degozarde coisas sim­

ples

esãs;7- Distraira

atenção

dasmas­

sas

pelas

diversões

populares, jogos,

com­

petições esportivas,

etc;

enfim,

divertir

opovo

para

impedi-lo

depensar;8- Enve­

nenar os

espíritos

com teorias

nefastas,

arruinar o sistema nervoso com a baru­

lheira incessantee

enfraquecer

oscorpos

pela

inoculação

dovírusde várias enfer­

midades;

9 - Criaro descontentamento universaleprovocaroódioe

desconfiança

entreasclasses sociais.

A

história

mal contada do

nazismo

no

Sul

O 3? Reich

queria

anexar,com a

ajuda

da

população tento-brasileira,

o Sul do

Brasile

países

fronteiriços?

Os nazistas tinham

condições

de tomar o

poder

no

Brasil?

Oassuntofoi

objeto

de

especulações

na

época.

O influente

jornal

britânico Lon­ don Timesescreveu em 1937: "A maior

parte

dos descendentes de colonos ale­

mãesnoBrasiltem sempre

pensado

e sen­

tidoque é a

Alemanha,

e nãoao

Brasil,

que eles devem obediência". A revista

ThePublic

Opinion

Quartely,

durante

a2�

Guerra, divulgou

que85Ckda

popula­

ção

de um milhão de teutos no Sul do

Brasil seriam

simpatizantes

do nazismo

eque ali se encontrava a maior concen­

traçãonazistafora da Alemanha. Num estudo sobre a

política

externa

do 3?Reichem

relação

aAméricado

Sul,

Hermann

Rauschning,

afirmaem seuli­

vro

"Gesprãche

mit

Hitler",

queoFührer tinha

planos

concretos

de anexar o Sul

do Brasil com a

ajuda

da

população

de

origem alemã,

da

qual

esperavaum alto

graude fidelidade.

No entanto, o historiador holandês Louis de

Jong,

baseado em documentos

apreendidos

durante a guerra,

chegou

a

conclusão deque"não háumaúnica indi­

cação

de que

Hitler, alguma

vez, tenha

pensado

em

planos

concretos para um

ataque

militar àAméricado

Sul,

muito

menos

chegou

a elaborá-los. Não há em

qualquer arquivo alemão,

uma prova de

que,naAmérica do Sulou

Central,

uma

minoriaalemãtenha

preparado

um

gol

pe

de Estadopor iniciativa

própria

ou com

apoio

doTerceiro Reich. Provavelmente Hitler teria incentivado tais tentativas,

se tivesse

conseguido

subjulgar

a URSS e aGrã-Bretanha".

Com o

golpe

de Estado Novo de 10 de novembro de

1937,

por Getúlio

Vargas,

foram dissolvidos os

partidos políticos.

entre

eles,

o

partido

nazista.Antes desse

decreto,

o movimento

nazi,

como mos­

tram os documentos

policiais,

tinham

uma

significativa infiltração

em

clubes,

escolas,

igrejas

e

jornais

dascomunidades

alemãs do sul doBrasil.

No

prefácio

de "o Punhal Nazistano

Coração

do

Brasil",

livrode 1943 que documentaasatividadesdos nazistasem

SC,

o então secretário de

Segurança

Pú­

blica,

Antônio

Ratton,

escreve:"Anação

brasileira,

parahonraras suas

tradições'

em

legítima

defesa de sua

so�erania,

no

memorialatode 10de

novembro,

deuum

bastaà

infiltração

nazista".

Mas não revela números de militates nazistaspresos

pela Delegacia

de Ordem Pública e Social. Analisando inúmeras

fontes,

o autorde "O Fascismo no Sul

do

Brasil",

René

Gertz, chega

à

seguinte

conclusão:só

haviam,

deuma

população

total de um milhão e meio de teutos no

(6)

fi

HQ

pós-moderna

CICERONE

A

explosão

das histórias em

quadri­

nhosnoBrasilvemtrazendogratassur­

presasaos aficiconados de

primeira

ou

última hom. A minissérie

"Opium"

(edi­

toraAbril

Jovem,

três

episódios)

éuma

destas surpresas que vem

preencher

umalacunanas

QHs européias, já

que amaioria

lançada

no

país

é americana. O desenhista

espanhol

Daniel Torres é

ocriador dopersonagem que dá título

ao

gibi.

Nesta

minissérie,

Torresapenas

escreveu o argumento, o desenho é de

Incha e Ramón Marcos e o roteiro de

Pérez

Navarro,

discípulos

do desenhis­

ta.

Opium

é oanti-herói mistode Man­ drake e Fu-Manchu que sempre se dá

bem,

cérebro do trio formado

por

Vamp

e

Gulp,

o

gigante.

O melhorde

"Opium"

éodesenhoda

tendência

"Ligne

claire" de

Torres,

o au­

tormaiscultuado deste estilo. A

"ligne

claire"

surgiu

nofinaldosanos70,ins­

pirado

no estilo do

belga Hergé

(1907-1983),

autorda série "Tintin". As

principais

caractersticasdo desenhosão

oscontornos

definidos,

linhas

finas,

mas

precisas,

aausênciado

jogo

de luzes e aquaseausência de

perspectiva.

As

pri­

meiras histórias de

Opium

foram

lança­

dasna

Espanha

em1982

quando

Torres

era o

grande

destaque

da revista "Cai­

ro".

Na

minissérie,

aformaéo

grande

des­

taque

e oconteúdoédeixadoemsegun­

do

plano.eá

história não tem uma se­

qüência

e as

"gags"

não sãomuito en­

graçadas.

Os cenários futuristas de

Mundópolis,

a

metrópole

ondese desen-de

bar, cujas

vidassãomodificadas

quando

uma

jovem

eatraente mu­

lher (Michelle Pfeiffer) se

junta

a

eles,

revitalizando suas carreiras.

O filme recebeu 4

indicações

para

o Oscar

90,

e o Globo de Ouro de

melhor atrizparaPfeiffer. A

partir

do dia15,às21h30min. Cinema do

CIC.

SHOW

Nei Lisboa Dez Anos - Show

ei!r comemoração aos dez anos de

carreira do'músico

gaúcho.

NeiLis­ boagravouquatro

discos,

marcados

pela

identidade

única,

transcritas

em suas

composições

recheadas de

cotidiano.Dia

20,

às

21h,

teatrodo CIC.

Ingressos antecipados

por

Cr$

800,00

enahorapor

Cr$

1.000,00,

abilheteria funciona das12 às

20h,

de 2?a6�-feira.

André Christovam - André

canta músicas doseu novo

LP,

"A

Touch of

Glass",

comletras emin­

glês.

Além decantarcom um ins­

trumental mais elaborado que em

"Mandinga"

emaiordiversidadeno

.JYdrtório

e

arranjos,

o novoLPtraz

os vocais de André mais

espontâ­

neos.Dia22 às

21h,

teatrodoCIC.

Ingressos

a

Cr$ 800,00.

volve a

história, contrapõem-se

ao "de­

sign"

retrõ dos carros e às roupas da

década de 50. O

herói,

ou quase

isso,

é o

teleapresentador

e multimídia Ru­

bens Plata que

apresenta

um

"progra­

madiáriolíder de audiênciaeobediên­

cia da

TVK, poderosa

rede queemana

ondas hertzianas ondequer

que

haja

ci­

vilização".

Os milhares de

telespecta­

doresfazem do tubo catódicoum guru,

incapazes

de resolverem seus

próprios

problemas

-os

teledependentes.

"Opium"

foge

do

lugar-comum:

o mal

também

pode

vencer,comonarealidade

étudouma

questão

de

competência.

TEATRO

Suor

Sagrado

-A

nova

montagem

do grupo Dromedário

Loquaz

fica

emcartaz noTAC dias

19,

20,

21,

24e25, sempre às21h.

Textoe

projeto

cênicode Isnard

Azevedo,

com Fabricio

Sbruzzi,

Gerson

Kayser,

Kika Zumblick e

Pio

Borges.

Ingressos: Cr$ 500,00.

Teatro

Alvaro

de

Carvalho, Pça.

Pc....eira

Oliveira,

sin? , fone

24-3422.

.

Inúmeras

manifestações

de vidae or­

ganização

de comunidadesemovimen­

tosnegros brasileiros foram

registrados

durante 11 anos,na

África

Ocidental e

no

Brasil,

efazem

parte

do filme "Ori".

O filme é

dirigido

por

Raquel

Gerber,

quedizqueeleé"umpanorama

poético

da

transmigração

da

civilização

africa­

naparaoBrasil.

A

exibição

éno cinemadoele de 21 a

24,

sempreàs 19h30min. "Ori" fazpar­ te doevento "Sou

Negro"

(veja

aolado)

emcomemoraçãoaoDia da Consciência

Negra.

Semana

de cultura

negra

A Bruxinhaquenão sabia bru­

xar

-Peça

infantil do

Grupo

Tua­ thaiDAC. Sábados e

domingos,

às

18h,

até dia 25. Teatro da

UFSC,

Pça.

Santos

Dumont,

s/n�,

Trinda­

de. Sou

Negro

- A

Fundação

Cultural Pro­ metheus Libertuspromove de 19 a 24

destemêsoeventoem

comemoração

ao

Dia Nacional de Consciência

Negra

(20/11)

eaonascimento de CruzeSousa

(24/11). Aprogramaçãoéa

seguinte:

Dia 19- "Leitura Plástica éuma

expo­

sição

de artistacontemporâneoscatari­

nenses. Museu Cruz e

Sousa,

Pça

XV

de Novembro. Noite de

autógrafos

do livro "Reencontro CruzeSousa" coorde­

nadoporUelinton F. AlvesnaGaleria

Espaço

de

Arte,

RuaD. Jaime

Câmara,

55.

Dia 20 - Show de música ao ar livre

naUFSCcomNenem MaravilhaeBan­

da e Carvalhinho e

Banda,

às 12h30

min.

Danças

de

capoeira,

candomblé e

afro,

palestras

e

vídeos,

às 19h30min naSociedade

Copa

Lord.

Dia 21

-Exposição

de fotos do filme "Ori" retratandoonegroeapresentação

do

Grupo

de

Jazz-Afro,

no hall do

CIC,

às 18 horas.

Dia22- Painel revivendo CruzeSousa

erecitaldo

poeta,

noAuditório doMin.

da

Educação,

19horas.

Dia23 - Show de

Orocongo

e

pandeiro

e recital de Cruz e

Sousa,

no Box

32,

Mercado

Público,

às 17h30min. Exibi-;

ção

do filme

"Catumbi",

cinemado

ere,

às19 horas. Noite de

Jazz,

blueeMPB

com o grupo Voodoo e recital de Cruz

e Sousa. Sax

Bar,

Praia

Mole, após

às

23 horas.

Dia24- Painel "Movimento

Negro

em

SC" e recital no Auditório do

CIC,

às

9 horas Coletiva de artistas negros e

sobre a

negritude,

tarde de

autógrafos

do livro

"Catumbi",

cantoeviolãocari­

benho. Tudo na Galeria de Arte da

UFSC,

às 12h30min.

Às

16horas

pales­

tra sobre o filme "Ori"com a diretora

Raquel

Gerber,

noAuditório doCIC.

Às

18

horas,

capoeira

com ogrupoPalmars

do SulnohalldoCIC.

Dança

do Cacum­

bicom ogrupo

Capitão Amaro,

às 18h30

min tambémnohall do CIC.

Às

23 ho­

ras,noitede

Baião,

forró,

seresta,sam­

bae

pagode

noClube

Ipiranga,

Saco dos

Limões. Dia 26

-Édipo,

Fausto e a

negritude

no

"Coração Satânico",

de Alan

Parker,

no auditório do

Min.,

da

Educação,

às

19 horas.

CINEMA

Powaqaatsi (Godfrey Reggio,

87).

Filme inédito na

capital,

quereto­ ma a temática de

Koyaanisqatsi",

do .oesmo

diretor,

sob a ótica do

terceiro mundo. Foram seis meses

de

filmagem,

87 horas de

película

rodada,

tratando da

continuação

do

primeiro filme,

istoé, oque opro­

gresso,a

indústria,

as

grandes

cida­

destrouxeramde malefícioparaas

civilizações

primitivas

do mundo inteiro. Ausência de comentários

sobre as

imagens,

acompanhadas

apenas

pela

música minimalista de

Philip

Glass.

"Powaqqatsi"

verndo

idioma

hoppi

e

significa

um feiti­

ceiro maléfico

(powaqa)

evida

(qat­

si). Cinema do

CIC,

entre 15e

18,

às 19h30min.

SI.! "iee osBaker

Boys

(SteveKlo­

ves,89).Comédiaque contaahistó­

riade doisirmãos,

ambos pianistas

EXPOSiÇÕES'

Fotogragafe

uma Fortaleza e

Memóriada UFSe- Duas

exposi­

ções

fotográficas

no Hall da Reito­

ria. A

primeira

mostraasfotospre­

miadaseselecionadasnoconcurso,

demesmonome no ano

passado,

so­

bre as fortalezas da Ilha de Santa

Catarina. A

segunda exposição

ser­

ve como umaadvertênciapara que

a Universidadenão percasuame­

móriaem27 anosde

instituição.

Lua Luar Luz no Ar! - Estru­

turas em metal das artistas pau­

listas Emília MonteiroeCremilda

Santinie

pintura

deSoniadeBrida

Zanette. Galeria de Arte da

UFSC,

Centro de

Convivência,

de 6 a 25

(7)

ZERO

7

'Carlos

Lyra

como

alternativa de

música

na

ilha

A

Bossa

Nova.

mostra

sua cara

MARLI

HENICKA

E

VLADIMIR

BRANDÃO

Showdo Carlos

Lyra? Quem

éesse ca­

ra?

Talvez muita

gente

não saiba

quem

é Carlos

Lyra,

tão poucooque éBossa No­

va,masaspessoasquecompareceramao

ginásio

do SESC na

terça-feira,

dia

06,

saíram de lá satisfeitas com o

som

que

revolucionou a

MPB,

na 'voz de um dos

seus

principais

autores.Poriniciativado

SESC,

através do

projeto Brasileirinho,

Lyra

está

percorrendo

todoo

Brasil,

com o

objetivo

de

divulgar

aBossa

Nova,

tema

do

projeto

paraesteano.

Há mais de 30anos, em

plena

eferves­ cênciado

Rock'n'roll,

osambadesceudis­

cretamentedomorropara

ganhar

a zona

-sul doRiode Janeiro. Comumritmo sim­

plificado

e umsussurro

intimista,

rechea­

dapordissonantesharmonias

jazzísticas

nesceu aBossa

Nova,

estilomusicalcon­

sagrado

internacionalmente eque evoca

oBrasilem

qualquer

partedo mundo.

Carlos

Lyra,

carioca,

hoje

com57anos

estava

lá,

'ao lado de nomes como João

Gilberto,

Tom JobimeViníciusde Morais

participando

ativamente do-movimento

e imortalizando canções como "Minha Namorada"quefezem

parceria

comViní­

cius e

"Aruanda",

em.

parceria

com

Ge-MULHERES

NEGRAS

servem

pra

ISSO

NALDO

BRASIL

JR.

Não havia

equívoco

nenhum no out­

dooremfrenteaoCIC dias atrás - lia-se

"Os Mulheres

Negras".

Os menosavisa­

dosnãosabiam se o erro era

gramatical

ou racial. A

recepcionista

do CIC

ligou

paraabilheteriadoteatroafim de saber

opreço do

ingresso

do

show, desligou

o

fonee me disse: "o

ingresso

custa setes­

centoscruzeiros,masnão são

mulheres,

são dois homens. Acho que eles são bi­ chas". A confusãoestavaformadaeéisso

quea"terceiramenor

big

band

do

mun­

do"quer.

André

Abujamra (guitarra)

eMaurício

Pereira (sax) disseram que o nome era

parachocare

confundir,

istonoinícioda carreiraem

85,

hoje

virou

"instituição".

A

definição

deles quanto a sua música é

queela é pop, masinfluênciascomo

jazz,

sertanejo, samba,

lambada edance mu­

sic

comprometem

todasas

canções.

Asa­

lada musical sortida do

primeiro

disco,

"Musicae

Ciência", é

poucomais criativa

etão

original

quanto

em"MúsicaServe

raldo Vandré. "A Bossa Novaéumamú­

sica

típica

de classe

média,

ela tem um

certo

refinamento,

requer

instrução".

Mas

Lyra

a

endereça

a

qualquer

umque

tenha bom

gosto

e se diz realizado com

este

projeto, pois

paraele "o

importante

é ir ondeopovoestá,

plantar

a melodia"

período

áureo do movimento e durante

esta

época

eletevevários

parceiros

musi­ cais:

Bôscoli, Vandré,

Gianfrancesco

Guarnieri,

Dolores Duran eoutros. Mas

o

principal,

sem

dúvida,

foi Vinícius de

Moraes,

muitolembrado duranteo

show,

tanto corrio poeta

quanto

como pessoa.

.

Das canções que

compôs

com

ele,

Lyra

interpretou

asquefazempartedacomé­

dia musical "Pobre Menina

Rica",

que

vi-• rou filme com

Djavam

num

dOflrpapéi,.;

principais.

_

A

partir

de

1964,

coma

ditadura,

o mo­

vimento se dividiu em duas

facções:

a

"comprometida"

e a "alienada". Carlos

Lyra

ficouna

primeira

emareousualuta

política

com cançõescomo "Carcará" de

Joãodo

Vale,

que

interpretou

aolado de

Nara

Leão,

ealém dissoohino da UNE.

Mais tarde eleseafastariado

país,

viven­ donosEstadosUnidose noMéxico,onde conheceu sua mulher Kate

Lyra,

retor­

nado em definitivo com a abertura.

Atualmenteseu

parceiro

de

composições

éPauloCésar

Pinheiro,

outro

grande

no­

medaMPB.

Com

relação

aomomento

político

atual,

Lyra

usa umúnico

adjetivo

para defini-lo:

"medíocre", principalmente

noquese re­

laciona à

cultura.

E

completa:

o Collor

puxouotapeteda Culturacomo setivesse

comendo cocadinha".

Comedores decocadinhaàparte,aBos­ saNova continua

aí,

pois

de "Bim Bom"

(João

Gilberto,

1955)a"FazPartedo Meu

Show"

(Cazuza,

1989)elaencantaatodos.

Prova disso foi o tímido comentárioque

ouviude uma nova fã

depois

do

espetá­

culo: "eusótenho 18anos,masadoro bos­

sa

nova",

confessou

Larissa,

que sequer

havia nascido

quando Lyra

perguntava

"se você querserminhanamorada...

"

André

Abujamra

e

MaurícioPereira

quem estava

assistindo.

Os indefectíveis

chapeuzinhos

de

palha

ecapas dechuva d'Os Mulheres

Negras

ficaram colados na

memória,

bem como

o som

pós-pop

marcado

pela

ótima incon­

gruência

de ritmos e estilos no melhor do

pastiche

musical. O "microssarnba­

cançãoElza" fechou comchave d'oro es­

petáculo

edeixouum

gostinho

dequero­

mais. "Elza / me deixa em paz /

Quado

sair/apagaaluz Ie

liga

o

gás".

No

show, Lyra

selimitoua

interpretar

composições

. suas,criadasentre 58e

63,

.

Pra

Isso",

segundo

LPque estão

lançando

com uma turnê

pelo

país

e que incluiu

Floripa

noroteiro.

.Os dois showsnaIlha foram marcados

pelo

calorentre bandae

público.

No bar

-Maré Brasil,

Lagoa

da

Conceição,

Mau­ rício misturou-se à

platéia

que

aprovei­

tou paragastarumapartedoseus15 mi­ nutos

de

fama

improvisando

umkaraokê. No teatro do CIC todos tiveram que se

comportar

eficar

sentados,

masissonão

tirou o ânimo da

dupla

que

improvisou

entãouma

dança

paraser

dançada

senta­

do. O show foi uma

quase-performance

no melhor estilo Laurie Anderson em

"Home of the Brave". Da

guitarra

de An­ dré ouvia-se invariavelmenteumabate­

ria eletrônica ou uma sineta telefônica.

Maurício

apelava

paraàmicrofoniapas­

sando o sax em frente a caixas de som, ou então mexiam os

braços

num vai-e­

ve!ll'

interminável que cansava mais

Referências

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