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Equilibrio e destreza Pedal- Um estudo em idosos institucionalizados

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Academic year: 2021

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(1)Equilíbrio e Destreza Pedal Um Estudo em Idosos Institucionalizados. Adriana Aguiar Farias 2011.

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(3) Equilíbrio e Destreza Pedal Um Estudo em Idosos Institucionalizados. Dissertação. apresentada. com. vista à obtenção do grau de Mestre em 2º Ciclo de Atividade Física Para a Terceira Idade, nos termos do DecretoLei nº 74/2006, 24 de Março.. Orientadora: Professora Doutora Maria Olga Vasconcelos. Adriana Aguiar Farias Porto, Novembro 2011.

(4) FICHA DE CATALOGAÇÃO. FARIAS, A. A. (2011). Equilíbrio e Destreza Pedal: Um Estudo em Idosos Institucionalizados. Porto: A. Farias. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.. Palavras-Chave: IDOSOS; EQUILÍBRIO; DESTREZA PEDAL; ASSIMETRIA PEDAL; SEXO.. IV.

(5) “Se as águas do mar da vida quiserem te afogar. Segura na mão de Deus e vai. Se as tristezas desta vida quiserem te sufocar. Segura na mão de Deus e vai. Segura na mão de Deus, segura na mão de Deus, pois ela, ela te sustentará. Não temas segue adiante e não olhes para trás. Segura na mão de Deus e vai”. Carmem Silva. V.

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(7) Dedicatória. À minha saudosa e amada Mãe Onde estiveres, e sei que num lugar especial, dedico a ti este trabalho e as poucas linhas do poema que acima transcrevo. Amo-te eternamente! Saudades! Ao meu saudoso Pai Obrigada pela sua severidade! Saudades do teu sorriso. À minha saudosa Tia Sé O seu cuidado de mãe foi primordial. Ao meu querido primo Aguiar Carvalho, mais conhecido como Quim e particularmente como “Turrão”. Obrigada pela sua amizade e preciosa ajuda em tornar este Mestrado um sonho realizado! Serei eternamente grata a tí!. VII.

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(9) Agradecimentos Finalmente cheguei à reta final e gostaria de agradecer a todas as pessoas que estiveram ao meu lado, em pensamento, pelos incentivos e ajudas necessárias para a conclusão deste trabalho. Primeiramente agradeço ao Senhor Jesus pelas provações a que me submeteste e, pela fé que fizeste crescer no mais intimo de mim. Sei que estás sempre ao meu lado, pois, vejo Teus passos. Aos meus irmãos Adolfo e Elmo, sobrinhos e familiares que mesmo longe, estavam a desejar o meu sucesso e que tudo me corresse bem. Ao meu querido terceiro primo Quim, amigo e pai postiço pelo incentivo, disponibilidade e preciosa ajuda que me deu ao longo desses dois anos de estudos. Ao Manoel Pacheco pela sua amizade e empenho que demonstrou em que eu vencesse essa batalha. À Profª Doutora Maria Olga Vasconcelos pela sua imensa amabilidade e gentileza em compreender minhas dúvidas e inseguranças. À Profª Doutora Joana Carvalho, coordenadora do curso, pelo seu talento e dedicação em formar profissionais para que, de forma segura, cuidem de nossos idosos. À querida e amiga Geise que nos momentos de fraqueza, me fez perceber que quando caímos temos que “levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima”. À Doutoranda Cidália Freitas, pela sua grande generosidade e ajuda que me quis dar na reta final desse trabalho. Ao Doutorando João Silva pela sua compreensão e ajuda no início deste trabalho. O meu muito obrigado aos funcionários da Biblioteca e da Secretaria por estarem sempre bem dispostos e disponíveis para ajudar.. IX.

(10) Meus sinceros agradecimentos à Senhora Dona Manuela, pela sua simpatia e ajuda desde o primeiro dia na Faculdade. Aos amigos que cá encontrei e que me acolheram tão generosamente: Irene Oliveira, Isabel Pacheco e João, Miguel Pacheco, Bernardo e Hermengarda Teixeira Coelho, Dr.Gouveia de Almeida e Migú, Dona Idalinda, Rita Arcanjo e avô e Carmen Gonçalves. Aos meus amigos que de longe, estavam a desejar o meu êxito nesta jornada: Val e Vinícius, a comadre Rosimeire, Agda, Deusângela, Margareth Bahia, Laodicéia Girão, as queridíssimas Edna Tavares, Elzilene Milani e Darlice Cerquinho, Barbie Rosa e Sarah Assunção. Um enorme beijo a todos e um grande e apertado abraço de Urso. A todos o meu mais profundo obrigada!. X.

(11) ÍNDICE GERAL Dedicatória. VII. Agradecimentos. IX. Índice Geral. XI. Índice de Figuras. XIII. Índice de Quadros. XIV. Resumo. XV. Abstract. XVII. Lista de Abreviaturas e Símbolos. XIX. CAPÍTULO I. 1. 1. Introdução Geral. 3. 1.1 Propósitos e Finalidades do Estudo. 3. 1.2 Estrutura do trabalho. 4. 1.3 Referências Bibliográficas. 5. CAPÍTULO II – Fundamentação Teórica. 7. 2.1 Envelhecimento. 9. 2.1.1 Teorias biológicas do envelhecimento. 11. 2.1.2 Alterações ocorridas no processo de envelhecimento. 12. 2.1.3 A institucionalização da pessoa idosa. 14. 2.2 Aptidão Física e Exercício Físico no Idoso. 16. 2.3 Preferência Lateral e Assimetrias Motoras. 17. 2.4 Destreza Motora e Equilíbrio no Idoso. 18. 2.5 Referências Bibliográficas. 24. XI.

(12) CAPÍTULO III – Estudo Empírico. 29. Resumo. 31. Abstract. 32. 3.1 Introdução. 33. 3.2 Material e Métodos. 34. 3.2.1 Amostra. 34. 3.2.2 Instrumentos e Procedimentos. 36. 3.2.2.1 Avaliação da Preferência Pedal. 36. 3.2.2.2 Avaliação do Equilíbrio. 37. 3.2.2.3 Avaliação da Destreza Pedal. 37. 3.2.3 Procedimentos Estatísticos. 39. 3.3 Resultados. 39. 3.4 Discussão dos resultados. 44. 3.5 Conclusões. 48. 3.6 Sugestões. 48. 3.7 Referências Bibliográficas. 49. CAPÍTULO IV – Anexos. XXI. Anexo 1 - Declaração de Helsínquia (Outubro, 2000). XXIII. Anexo 2 - Lateral Preference Questionnaire (Porac & Coren, 1981). XXXIII. Anexo 3 – Tinetti Test (Tinetti, 1986). XXXV. Anexo 4 - Tapping Pedal Test (FACDEX, 1990). XXXIX. XII.

(13) ÍNDICE DE FIGURAS. Figura 1 - Teste Tapping Pedal.. 38. XIII.

(14) ÍNDICE DE QUADROS. Quadro 1 - Amostra total (Centros de Dia e Lares). Caracterização em função da preferência pedal. Número e percentagem de sujeitos.. 36. Quadro 2 - Equilíbrio (estático e dinâmico). Estatística descritiva (média e desvio padrão) em cada sexo e instituição.. 40. Quadro 3 - Estatística inferencial relativa aos testes de equilíbrio, em função do sexo e da instituição. Valores de F e p.. 40. Quadro 4 - Destreza Pedal. Estatística descritiva (média e desvio padrão) em cada sexo e instituição.. 41. Quadro 5 - Estatística inferencial relativa aos testes de DP em função do sexo e da instituição. Valores de F e p.. 41. Quadro 6 - Lar. Correlações de Pearson entre as variáveis.. 42. Quadro 7 - Centro de Dia. Correlações de Pearson entre as variáveis.. 43. XIV.

(15) RESUMO O presente estudo pretende investigar o efeito do contexto em que o idoso está inserido (Lares e Centros de Dia) e do sexo no equilíbrio e na destreza pedal de idosos institucionalizados. Analisamos o equilíbrio (estático, dinâmico e total), assim como a destreza pedal para cada pé e o correspondente índice de assimetria pedal. Pretendemos ainda verificar a associação entre o equilíbrio e a destreza pedal. A amostra englobou 85 idosos (49 do sexo feminino e 36 do sexo masculino) com idades entre os 65-84 anos, utentes de Centros de Dia e Lares do grande Porto. Avaliação da preferência pedal: Lateral Preference Questionnaire; avaliação da destreza pedal: teste Tapping Pedal; avaliação do equilíbrio estático e dinâmico: Teste de Tinetti. Procedimentos estatísticos: estatística descritiva (média e desvio padrão) e inferencial (ANOVA multifatorial e coeficiente de correlação de Pearson). Nível de significância: p≤0.05. Os resultados de nosso estudo mostraram: i) um efeito significativo do fator sexo no equilibro estático e total, apresentando os homens melhores desempenhos; ii) um efeito estatisticamente significativo da Instituição, com o contexto Centro de Dia a evidenciar melhores desempenhos no equilíbrio estático; iii) um efeito significativo da interação Sexo x Instituição na destreza pedal do pé não preferido, em que os homens do Centro de Dia e as mulheres do Lar, apresentaram valores superiores; iv) tanto no Lar como no Centro de Dia, uma correlação forte e significativa entre o equilíbrio estático e o equilíbrio dinâmico e entre a destreza pedal do pé preferido e do pé não preferido; v) no Centro de Dia, uma correlação significativa e moderada entre o equilíbrio dinâmico e a destreza pedal do pé preferido e uma correlação significativa e fraca entre o equilíbrio dinâmico e o pé não preferido; vi) no Centro de Dia, uma correlação significativa e fraca entre a destreza pedal do pé preferido e o índice de assimetria pedal; vii) no Centro de Dia, tendência para uma correlação significativa e fraca entre a destreza pedal do pé não preferido e o índice de assimetria pedal.. Palavras-chave: IDOSOS; EQUILÍBRIO; DESTREZA PEDAL; ASSIMETRIA PEDAL; SEXO.. XV.

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(17) ABSTRACT This study aimed to investigate the effect of the context that the elderly is inserted (Elderly Homes and Day-care Centers) and the gender in balance and pedal dexterity in institutionalized elderly. We analyze the balance (static, dynamic and total), as well as the pedal dexterity for each foot and the corresponding pedal asymmetry index. We also intend to investigate the association between balance and pedal dexterity. The sample comprised 85 elderly (49 females and 36 males) aged 65-84 years, users of Day-care Centers and Elderly Homes of the Porto's area. Evaluation of foot preference: Lateral Preference Questionnaire; evaluation of pedal dexterity: Tapping Pedal Test; evaluation of static and dynamic balance: Tinetti Test. Statistical procedures: descriptive statistical (mean and standard deviation) and inferential (multifactor ANOVA and Pearson’s correlation coefficient). Level of significance: p ≤ 0.05. The results of our study showed: i) a significant effect of the gender factor in static and total balance, with men showing better performances; ii) a statistically significant effect of the Institution with the day-care center context to evidence better performance in static balance; iii) a significant effect of interaction Gender x Institution in pedal dexterity with the non-preferred foot, in which men of the day-care center and the women's elderly home, presented higher values; iv) both at elderly homes and in day-care center, a strong and significant correlation between static and dynamic balance between the pedal dexterity with preferred foot and non-preferred foot; v) in day-care center, a moderate and significant correlation between dynamic balance and pedal dexterity of the preferred foot and a significant and weak correlation between the dynamic balance and the non-preferred foot; vi) in day-care center, a significant and weak correlation between the pedal dexterity of the preferred foot and the pedal asymmetry index; vii) in day-care center, a trend for a significant and weak correlation between the pedal dexterity of the non-preferred foot and the pedal asymmetry index.. Keywords:. ELDERLY;. BALANCE;. ASYMMETRY; SEX.. XVII. PEDAL. DEXTERITY;. PEDAL.

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(19) LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS. INE Intituto Nacional de Estatística et al. et alteri = e outros cit. Citado AVD’s Atividades de Vida Diárias AAHPERD American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance SNC Sistema Nervoso Central DP Destreza Pedal Pp Pé preferido Pnp Pé não preferido TP Tapping Pedal IAP Índice de Assimetris Pedal OECD Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Qlat Coeficiente de lateralidade SPSS Statistical Package for the Social Science ♂ Sexo Masculino ♀ Sexo Feminino % Percentagem. XIX.

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(21) CAPÍTULO I INTRODUÇÃO GERAL.

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(23) 1. Introdução Geral 1.1 Propósitos e Finalidades do Estudo O envelhecimento demográfico atualmente em Portugal é um fenômeno que tem vindo a acentuar-se nas últimas décadas. Até 31 de Dezembro de 2009, o número de habitantes em Portugal foi estimado em 10 637,7 milhares de indivíduos, dos quais 5 148,2 homens e 5 489,5 mulheres onde a população idosa, ou seja, igual ou superior a 65 anos, atingiu 17,9% (INE, 2009). Uma projeção populacional realizada pelo INE (2009) projetou para 2060 uma população de 271 idosos por cada 100 jovens, mais do dobro projetado para 2009 (116 idosos por cada 100 jovens). O aumento da população idosa e o decréscimo da população jovem, de um modo contribuirão para um desequilíbrio social, político e econômico em virtude dos elevados custos relacionados com a saúde ocasionada pelo aumento de doenças crônicodegenerativas, comuns em pessoas com idades muito avançada. Sabe-se que o envelhecimento compromete e causa inúmeras alterações no desempenho de muitas tarefas motoras e, a maior parte destas, sofre o declínio na sua realização eficiente (Gallahue & Ozmun, 2005). O equilíbrio corporal, capacidade em manter-se em pé ou realizar movimentos com o corpo, sem oscilações ou quedas, é fundamental para a harmonia do movimento e para assumir e manter uma boa postura (Patatas et al., 2009). Perturbações e desordens que comprometam essa capacidade podem gerar manifestações clínicas preocupantes como o desequilíbrio, desvio da marcha, instabilidade, sensação de flutuação, quedas, entre outros (Ganança et al., 2006). Outro fator importante relacionado com a mobilidade e independência dos idosos, diz respeito à destreza pedal (DP), pois, a simples ação em caminhar parece fácil para uma pessoa jovem e saudável, mas difícil e sofrível para um indivíduo idoso e com as patologias relacionadas com a velhice. Os músculos e articulações do tornozelo, do joelho e da pelve em conjunto com o. 3.

(24) tronco e os ombros, são necessários para um bom padrão de caminhada (Gallahue & Ozmun, 2005). O presente estudo diz respeito à dissertação de Mestrado, realizado no âmbito do 2º Ciclo em Atividade Física para a Terceira Idade, a apresentar na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Este estudo teve como objetivo investigar o efeito do contexto em que o idoso está inserido (Lares e Centros de Dia) e do sexo no equilíbrio e na DP de idosos institucionalizados. Analisamos o equilíbrio estático (EqE),o equilíbrio dinâmico (EqD) e o equilíbrio total (EqT), assim como a DP para cada pé e o índice de assimetria pedal (IAP). Pretendemos ainda verificar qual a relação entre estas duas capacidades, isto é, destreza pedal e o equilíbrio.. 1.2 Estrutura do trabalho No sentido de responder aos objetivos formulados, o presente trabalho é constituído por quatro capítulos. O primeiro capítulo enuncia o propósito e objetivo do trabalho e a descrição de sua organização estrutural. No segundo capítulo, temos a revisão da literatura, onde abordamos o tema do estudo, os conceitos e teorias que pretendemos esclarecer. No terceiro capítulo é apresentado o estudo empírico, onde consta a metodologia utilizada no estudo, a análise dos resultados encontrados, a discussão finalizando com a conclusão, as sugestões e a bibliografia. No capítulo quatro encontram-se os anexos.. 4.

(25) 1.3 Referências Bibliográficas  Gallahue,. D.. L.,. &. Ozmun,. J.. (2005).. Compreendendo. o. Desenvolvimento Motor: Bebês, Crianças, Adolescentes e Adultos: Phorte Editora.  Ganança, F. F., Gazzola, J. M., Aratani, M. C., Perracini, M. R., & Ganança, M. M. (2006). Circunstâncias e conseqüências de quedas em idosos. com. vestibulopatia. crônica.. Revista. Brasileira. de. Otorrinolaringologia, 72, 388-393.  Instituto Nacional de Estatística, INE (2009). Projeções de população residente em Portugal 2008-2060. Disponível em http://www.ine.pt  Instituto Nacional de Estatística, INE (2002). Situação demográfica e sócio-econômica recente das pessoas idosas 2002. Disponível em http://www.ine.pt  Patatas, O. H. G., Ganança, C. F., & Ganança, F. F. (2009). Quality of life of individuals submitted to vestibular rehabilitation. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 75, 387-394.. 5.

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(27) CAPÍTULO II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.

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(29) 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. 2.1. Envelhecimento O envelhecimento é certamente o fenômeno biológico igualmente partilhado pelo reino animal e vegetal, ainda que alguns seres vivos envelheçam muito depressa e outros de uma forma muito lenta, muitos parecem não sofrer de senescência. Tal fenômeno resulta da incapacidade da maioria dos organismos vivos em se manter num estado funcional sem alterações, que permita a regeneração contínua de todos os componentes do organismo, à medida que se consome e deteriora (Robert, 1995). Segundo Agreda (1999), Hipócrates foi responsável por formular uma das primeiras hipóteses sobre o que causava o envelhecimento, e considerava como uma perda de calor e umidade em que o corpo tornava-se frio e seco, baseando-se na energia que cada pessoa tinha ao nascer e a forma como se ia gastando, ou seja, uns mais depressa do que os outros. Sendo assim, considerava a velhice como um processo natural, físico e irreversível. Spirduso (2005, pp. 6) refere o termo envelhecimento como “um processo ou conjunto de processos que ocorrem em organismos vivos e que com o passar do tempo levam a uma perda da adaptabilidade, deficiência funcional, e, finalmente, à morte”. Segundo Ahmed e Tollefsbol (2001) o envelhecimento refere-se a uma série de alterações anatômicas e fisiológicas dependentes do tempo que reduzem a reserva fisiológica e a capacidade funcional. Em geral, o termo envelhecimento designa as alterações físicas que se desenvolvem na idade adulta, resultando em um declínio na eficiência de funções, redução da homeostase que culmina com a morte (Blazer, 2009). As definições de envelhecimento que têm sido propostas, incluindo as do envelhecimento primário (processo de envelhecimento característicos da idade) e secundário (o processo de envelhecer que inclui a interação de processos com doenças e influências ambientais), não são aceitas e aplicadas de forma consistente. O envelhecimento dos organismos vivos é um fenômeno. 9.

(30) universal, mas a taxa de envelhecimento pode variar entre indivíduos e grupos. Nos seres humanos as diferenças de envelhecimento são em parte determinadas. geneticamente,. mas. também. são. significativamente. influenciadas pelo estilo de vida, nutrição e meio ambiente (Buss, 1969, cit. Spirdurso, 2005). Analisando desde o ponto de vista histórico, as pesquisas arqueológicas revelaram como era a vida na pré-história, onde o mais importante era a sobrevivência. As dificuldades em conseguir comida, lutas e doenças, impediam homens e mulheres de chegarem à velhice. Tal façanha era um grande triunfo, muito valorizado e considerado um acontecimento sobrenatural relacionando tal fato a uma proteção divina. (Agreda, 1999). Santo Agostinho no século V utilizou os sete dias da criação para descrever as idades do homem em berço, infância, adolescência, juventude, idade madura e velhice, sendo esta última a que tem maior duração. Santo Isidoro de Sevilla no século VII divide a vida humana em seis partes: infância, de zero a sete anos, pueritia, de sete a catorze anos, adolescência, dos catorze aos vinte e oito anos, juventude, de vinte e oito ao cinquenta anos, maturidade, dos cinquenta aos setenta anos e a velhice, sem limite superior e compreendia toda a duração que a vida viria a ter após as cinco idades anteriores. Ao longo de toda Idade Média, estes conceitos irão ser fundamentais e básicos (Agreda, 1999). Na análise da literatura nota-se que não há uma conformidade geral de opiniões quanto ao conceito das categorias de idade em que se possa definir o idoso. Crandall (1991, cit. Spirduso, 2005) ao rever várias literaturas, encontrou vinte termos diferentes utilizados para descrever pessoas de meia-idade ou adultos idosos, enquadrando como “idosas”, pessoas entre as idades de 35 a 100 anos. Shephard (1997) classificou os indivíduos adultos de meia-idade (40-65 anos), que engloba a segunda metade da carreira de trabalho; velhice (65-75 anos), período imediato após a reforma; velhice avançada (75-85 anos), o. 10.

(31) indivíduo percebe um dano substancial das funções ao assumir muitas atividades diárias e velhice muito avançada (acima de 85 anos), onde os cuidados institucionais ou de enfermagem são geralmente necessário. Quase em concordância à classificação anterior, Spirduso (2005) classificou os indivíduos em adultos de meia-idade (45-64 anos); idosos jovens (65-74 anos); idosos (75-84 anos); idosos-idosos (85-99 anos) e idosos muito idosos (mais de 100 anos). A faixa de idoso jovem é uma divisão relativamente nova, pela qual os gerontologistas reconhecem o número crescente de indivíduos norte-americanos mais idosos que, em razão do seu estilo de vida ativo continuaram comportando-se como pessoas de meia-idade e adultos jovens.. 2.1.1 Teorias Biológicas do Envelhecimento Ao longo dos anos as muitas pesquisas realizadas para tentar descobrir os processos do envelhecimento continuam a crescer e tentam explicar esse fenômeno, mas nenhuma é definitivamente comprovada e aceita de um modo universal. As muitas teorias existentes abordam o assunto através da função degenerativa e da estrutura dos sistemas orgânicos e celulares (Farinatti, 2002). Spirduso (2005) cita as teorias resumidamente, dividindo-as em três categorias principais: teorias genéticas, teorias dos danos e teorias do desequilíbrio gradual. As primeiras propõem que todo o processo de envelhecimento, desde o nascimento até a morte, é programado pelos nossos genes e são elas: “teoria da catástrofe-erro” que sugeria que as células começavam a envelhecer quando erros ocorriam durante mutações somáticas, reorganizações cromossômicas ou transcrição de material genético; “teoria do limite de Hayflick”, uma das mais conhecidas e desenvolvidas no fim da década de 70, afirma que as células irão se dividir e se reproduzir apenas um número limitado de vezes e que esse número é geneticamente programado. As segundas baseiam-se no conceito de que as reações químicas que ocorrem 11.

(32) naturalmente no corpo começam a produzir um número de defeitos irreversíveis nas moléculas e são elas: “teoria da ligação cruzada” (onde alguns componentes altamente reativos, formados por vários átomos e moléculas, têm sítios quimicamente ativos que pode ligar-se a uma fita do DNA dentro da célula; “teoria dos radicais livres” que se oxidam e atacam outros componentes celulares, causando alterações e mau funcionamento que se acumulam durante a vida. Por fim, a última, que afirma que o cérebro, as glândulas endócrinas ou o sistema imunológico deixam de funcionar gradualmente e são elas: “teoria neuroendócrina regulatória”, sistema pela qual influencia as atividades de órgãos, tecidos, células e os processos hormonais. O desequilíbrio progressivo do sistema regulatório produziria outros desequilíbrios metabólicos e fisiológicos desencadeando uma “cascata” de distúrbios metabólicos caracterizando os sintomas do envelhecimento; a “teoria da auto-imunidade” sugere que durante o envelhecimento o sistema imunológico, que normalmente ataca substâncias estranhas como vírus ou células cancerosas no organismo, perde a capacidade de distinguir antígenos estranhos dos materiais normais do organismo. Torna-se pouco eficaz em proteger o sistema e, ao mesmo tempo, destrói ativamente seu hospedeiro. Embora todas essas teorias tenham sido discutidas de maneira independente o que resulta é que, quanto mais estudadas elas são, mais dependentes se tornam umas das outras.. 2.1.2 Alterações ocorridas no processo de envelhecimento O envelhecimento não pode restringir-se apenas à análise de diversas variáveis biológica entre os indivíduos ou a um sistema de adaptação decorrente da relação entre as condições biológicas e o meio ambiente físico. “Existem conotações políticas, ideológicas, culturais, psicológicas e sociais associadas às concepções biológicas do envelhecimento que precisam ser levadas em conta” (OECD, 1996, cit. Farinatti, 2002, pp. 15). Apresentam-se em seguida algumas alterações que ocorrem nos principais sistemas.. 12.

(33) No Sistema Sensorial, ocorrem mudanças na visão pelo fato do cristalino torna-se mais denso e rígido, a retina, que contém as células que reconhecem a luz, torna-se menos sensível. Há uma redução da acuidade e do campo visual o que torna a focagem dos objetos mais difícil; a diminuição da capacidade auditiva e o equilíbrio diminuem devidas algumas estruturas do ouvido deterioram-se, tais como, as células capilares, as fibras nervosas auditivas, alterações vasculares e atrofia da membrana vibratória. O envelhecimento de outros órgãos sensoriais (receptores do tato, corpúsculos Pacinianos e órgãos epidérmicos de Krause) responsáveis pela sensibilidade ao toque e os órgãos proprioceptivos dentro e em volta das articulações, contribui para a perda funcional e uma progressiva deterioração no desempenho motor especializado. No Sistema Músculo-Esquelético, verifica-se a diminuição da massa muscular e da força, chamando esse processo de sarcopenia. Ocorre pela diminuição do número de fibras musculares em decorrência da diminuição do hormônio do crescimento e a testosterona, que estimula o desenvolvimento muscular; os ossos tornam-se menos denso, mais frágeis e propensos a fraturas devido à diminuição da absorção de cálcio; as articulações ficam mais susceptíveis às lesões, pois a cartilagem que as revestem, ficam mais finas e os ligamentos que as unem, tornam-se menos elásticos. No Sistema Nervoso, observa-se a diminuição do número de células nervosas e as substâncias e estruturas implicadas no envio de mensagens ao cérebro alteram-se; o número em alguns tipos de receptores nos neurônios diminui e, por causa dessas alterações, o cérebro funciona de forma mais precária, levando os idosos a reagir e executar tarefas mais lentamente; ocorre a diminuição de algumas funções mentais como o vocabulário, a memória de curto prazo, a capacidade de aprender novas tarefas e a de recordar palavra (e.g Shephard, 1997; Beers, 2001; Spirduso, 2005). Todas essas alterações por que passa o organismo da pessoa idosa acarretam também alterações psicológicas e sociais. Torna-se importante lembrar que essas alterações não ocorrem de maneira igual em todos os seres,. 13.

(34) tendo e vista existirem diferenças entre pessoas da mesma idade, devido a fatores genéticos e ambientais.. 2.1.3 A institucionalização da pessoa idosa O envelhecimento demográfico atualmente em Portugal é um fenômeno social que veio expor aos governos, às famílias e à sociedade em geral, desafios para os quais não estavam preparados. Até 31 de Dezembro de 2009, o número de habitantes em Portugal foi estimado em 10 637,7 milhares de indivíduos, dos quais 5 148,2 homens e 5 489,5 mulheres onde a população idosa, ou seja, igual ou superior a 65 anos, atingiu 17,9% (INE, 2009). Esse fenômeno social é um dos desafios mais importantes do século XXI e obriga à reflexão sobre questões com relevância crescente como a idade da reforma, os meios de subsistência, a qualidade de vida dos idosos, o estatuto dos idosos na sociedade, a solidariedade intergeracional, a sustentabilidade do sistema de segurança social e de saúde e sobre o próprio modelo social vigente (INE, 2002 - Situação demográfica e sócio-econômica recente das pessoas idosas). As transformações econômicas ocorridas em meados do século XIX afetaram os operários de idade avançada e as suas famílias colocando-os à mercê de condições miseráveis de vida, uma vez que a debilidade fisiológica destes trabalhadores e a conseqüente perda de capacidades necessárias à execução do seu trabalho afastavam-nos do meio produtivo e econômico. Essa situação agravava-se pela inexistência de meios de subsistência próprios e pela impossibilidade do auxílio de familiares, bem como, pelo afastamento ou ruptura dos laços de solidariedade. Estas situações sociais surgiram com as sociedades industrializadas onde se constatou que o trabalho se sobrepôs às relações familiares. Assim, as famílias deixam de poder cuidar de seus idosos nos seus domicílios, devido ao papel que o mercado de trabalho assume atualmente. Dessa forma, a função de prestação de cuidados ao idoso por parte da família é remetida para outras instituições (Fernandes, 1997).. 14.

(35) Com o surgimento dessas situações, foi necessário conceber novas formas de intervenção e ajustar as respostas sociais já existentes à nova realidade, nomeadamente com a melhoria no dinamismo ao apoio social no âmbito de estruturas e convívio, de combate ao isolamento e à exclusão social, para prevenir ou retardar a institucionalização do idoso. (Ministério do Trabalho e Segurança Social, 2006). De acordo com a Carta Social (2009) podemos encontrar uma série de respostas sociais para a população idosa, como por exemplo: residências; centros de convívio; centros de noite; apoios domiciliários; acolhimentos familiares e o Programa de Apoio Integrado aos Idosos (PAII). Ainda dentro destas alternativas de institucionalização existem dois contextos que ganham maior ênfase em relação aos demais, os lares e centros de dia. Os Lares são equipamentos coletivos de alojamento permanente ou temporário, destinados a fornecer respostas a idosos que se encontram em risco, com perda de independência e/ou autonomia. Têm como objetivos: (i) proporcionar serviços permanentes e adequados à problemática do idoso; (ii) contribuir. para. a. estabilização. ou. retardamento. do. processo. de. envelhecimento; (iii) desenvolver apoios necessários às famílias dos idosos; (iv) fortalecer a relação interfamiliar. Os serviços proporcionados por estas instituições são: alojamento, alimentação, cuidados de saúde, higiene, conforto, convívio, ocupação, animação e recreio. Os Centros de Dia constituem um apoio através de prestação de um conjunto de serviços a idosos da comunidade, cujo objetivo fundamental é desenvolver atividades que proporcionam a manutenção dos idosos no seu meio sócio-familiar. Têm como objetivos: (i) reintegrar os idosos na comunidade, mantendo-os no seu domicílio; (ii) prestar serviços que satisfaçam as necessidades básicas; (iii) alertar os idosos para um diagnóstico e tratamento de prevenção; (iv) prestar apoio psico-social; (v) fomentar as relações interpessoais entre os idosos e dos idosos com outros grupos etários, tendo como finalidade evitar o isolamento. Os serviços prestados consistem no fornecimento de refeições, proporcionarem o convívio, recreio e ocupação,. 15.

(36) cuidados de higiene, conforto, fornecer tratamentos de roupas e organizar férias. Os Centros de Dia são locais estrategicamente criados para que idosos de uma determinada comunidade tenham atividades sociais, culturais e recreativas que os tire da solidão de sua residência, que retarde as perdas de suas capacidades funcionais, a sua independência e o convívio no seu lar onde toda sua história de vida foi construída.. 2.2 Aptidão Física e Exercício Física no Idoso Apesar da nossa dissertação não versar as alterações dos parâmetros da aptidão física e motora através da aplicação de um programa de exercício físico (EF), pensamos ser importante abordar este tema, ainda que de uma forma sucinta, pois é a partir do estudo e da despistagem do estado de aptidão física atual do idoso que esses programas de EF poderão ser delineados. Assim, na perspectiva de “bem conhecer para melhor atuar”, apresentamos alguns fundamentos teóricos sobre este tema que servirão de base aos objetivos do nosso estudo, os quais se orientam para a primeira parte da idéia acima apresentada, isto é, o “bem conhecer”. Está estudado e comprovado que a prática de atividade física (AF) regular e cotidiana através da qual o indivíduo se movimente, promove a manutenção, a melhoria e o aumento da aptidão física. É o caso, por exemplo, a prática das tarefas domésticas, a ida às compras, do subir escadas, do exercício de algumas atividades profissionais, onde, com essas ações, ocorra a contração voluntária dos músculos e por seguinte um gasto calórico acima dos parâmetros basais. Indivíduos fisicamente aptos são aqueles que podem realizar tarefas comuns e mais exigentes na vida diária de forma segura e eficaz, sem ficar excessivamente cansado, e ainda ter energia de sobra para o lazer e atividades recreativas (Hoeger & Hoeger, 2010).. 16.

(37) A AAHPERD – American Alliance of Health, Physical Education, Recreation and Dance, (1988, cit. Plowman & Smith, 2007 pp. 12) definiu a aptidão física como “um estado fisiológico de bem-estar que provê, além da fundação para as tarefas do cotidiano, um grau de proteção contra as doenças hipocinéticas e a base para participação em esportes”. A proposta deste conceito sugere que a aptidão física não está relacionada somente com o desempenho esportivo, mas também para o controle da saúde, prevenindo e reduzindo os riscos de doenças para a melhoria e o aumento da disposição para as atividades da vida diária (AVD’s). Segundo Hoeger e Hoeger (2010) os componentes da aptidão física relacionada com a saúde são quatro: capacidade cardiorrespiratória, força e resistência muscular, flexibilidade e composição corporal. Na medida em que esses componentes são trabalhados a um nível e intensidade elevados quando da prática de AF, os riscos para a morbidade tendem a baixar promovendo assim a melhoria funcional do indivíduo, aumentando a qualidade de vida e, conseqüentemente, a melhoria e manutenção da saúde. A aptidão física está intimamente relacionada com a autonomia e independência dos idosos em suas AVD’s, pois, quanto mais ativo e envolvido em atividades que os mantenham em movimento, o envelhecimento será mais saudável e com qualidade.. 2.3 Preferência Lateral e Assimetria Motoras Podemos caracterizar a preferência lateral pela escolha de um membro e órgãos sensoriais (lado direito ou esquerdo do corpo) em ações e tarefas cotidianas realizadas unilateralmente. Estas são normalmente associadas a assimetrias de desempenho, em que o acúmulo de experiências cotidianas no manejo de um dos membros resulta em diferenças de desempenho entre os dois lados (Teixeira, 2006). Segundo Vasconcelos (2004), os indivíduos em sua maioria têm preferência pelo membro ou órgão do lado direito, classificando-se a população como sendo maioritariamente destra. 17.

(38) Teixeira (2006) fala que nas diversas culturas que têm sido observadas, incluindo povos primitivos, a prevalência de indivíduos com preferência lateral esquerda é baixa. Segundo Marchetti (2009) a preferência lateral referida aos membros inferiores é chamada de dominância lateral pedal (footedness), onde tal dominância relaciona-se com a orientação e organização em prol de um membro do corpo em relação ao oposto para alguns atos motores, possuindo fatores internos (maturacionais, neurobiológicos e neuropatológicos) e externos (experiência motora, imposições sócio-culturais) (Teixeira, 2001, cit. Marchetti, 2009). Marchetti (2009) ainda fala que quando o domínio lateral está bem definido, percebem-se claras diferenças de desempenho. Tais diferenças podem ser constatadas através de medidas como a precisão temporal e espacial, força máxima e de controle, velocidade de execução e outros, onde tais diferenças, funcionais e morfológicas, são definidas como assimetrias. Carneiro (2009) onde um dos objetivos do seu estudo foi investigar a assimetria funcional em uma amostra constituída por 40 idosos de ambos os sexos, com idades entre os 65 e os 82 anos, verificou que os idosos apresentaram melhores desempenhos com o membro preferido em relação ao contralateral. Concluiu também que as mulheres obtiveram uma tendência para uma menor assimetria pedal comparativamente aos homens, apesar de não se terem verificado diferenças estatisticamente significativas.. 2.4 Destreza Motora e Equilíbrio no Idoso Ao observamos um indivíduo arremessar uma bola, preparar-se para uma corrida no parque ou chutar uma bola, estamos a presenciar um desempenho motor (Gallahue & Ozmun, 2005) . Nascemos com características geneticamente determinadas a que chamamos capacidades e quando se referem ao aspecto motor, são denominadas capacidades motoras (Spirdurso 2005).. 18.

(39) Segundo Bohme (2003) as capacidades motoras, subdividem-se em capacidades condicionais e coordenativas. As primeiras estão relacionadas com o aspecto quantitativo do movimento e são dependentes dos processos de obtenção de energia e fadiga (força, velocidade, resistência e flexibilidade). As segundas encontram-se relacionadas como o aspecto qualitativo do movimento e dependem fundamentalmente de processos de controle de movimento e da coordenação entre o sistema muscular e o sistema nervoso (orientação espacial, equilíbrio, ritmo, reação e agilidade). São considerados aspectos da aptidão física relacionados com a aptidão motora, as destrezas e habilidades esportivas.. Segundo Spirdurso (2005), as habilidades motoras envolvem. tarefas com finalidades específicas a serem atingidas exigindo o movimento do corpo ou partes dele. Segundo Knapp (1963, cit. Lucea, 1999, pp. 51), uma habilidade “é a capacidade adquirida por aprendizagem, de produzir resultados com o máximo de acerto e com o mínimo de tempo e esforço”. A coordenação motora, segundo Spirdurso (2005), consiste em organizar e ativar músculos, impondo um nível adequado de força na seqüência mais eficiente. Antes de se tornar uma habilidade deve haver muito treino, caso o padrão de ativação específico dos músculos seja difícil. De acordo com Moreira (2000), a capacidade de coordenação depende do bom funcionamento do sistema aferente encarregado de transmitir os estímulos, do sistema nervoso central (SNC) responsável pelas informações, assim como da resposta rápida e eficiente do sistema eferente, que é a relação entre o SNC e a musculatura esquelética responsável pelo movimento. Destreza motora, segundo Lucea (1999), é a capacidade que o indivíduo tem em realizar uma determinada habilidade com eficiência que pode ser adquirida por meio de aprendizagem dependendo das capacidades motoras do próprio indivíduo. Em outras palavras Latash et al. (1996) definem a destreza como uma função de controle. O seu nível definirá quão rapidamente e com que sucesso. 19.

(40) uma pessoa poderá desenvolver certa habilidade motora e qual o nível de perfeição que ela é capaz de alcançar. Para uma pessoa saudável e jovem, caminhar parece ser uma ação muito simples, que não exige muito esforço, sendo que, é uma habilidade complexa que interage com o SNC, músculos e articulações do corpo, de vários sistemas sensoriais, de forças gravitacionais e de condições ambientais. Uma pessoa com idade avançada, com prováveis patologias relacionadas à idade, pode ter dificuldades neste simples ato. Os músculos e as articulações do tornozelo, do joelho, da pelve e em conjunto com o tronco e os ombros, são muito importantes para um bom padrão de caminhada. Se os mesmos não estiverem bem fortalecidos, as condições ambientais tais como, a superfície da caminhada ou os obstáculos que surgem no caminho, podem ser para o idoso um percurso muito difícil e demorado a percorrer (Gallahue & Ozmun, 2005). Corroborando os autores supracitados, acreditamos que a destreza pedal (DP) tem um importante papel na vida diária do idoso, pois deslocar-se de sua casa para ir às compras ou dar um simples passeio pode parecer mais complexo do que é. Um estudo realizado por Carmeli et al. (2000,) em que os autores estudaram o tempo de travessia em semáforos em 33 idosos independentes, moradores numa residência para idosos no sul da Califórnia, com média de idades de 82 anos, concluiu que o tempo de travessia para a população idosa foi maior do que o tempo estipulado pelos engenheiros de tráfego, normalmente baseado em estudos de caminhada em laboratórios fechados. Os autores observaram que fatores ambientais externos como, passeio e rampas, condições climáticas (vento e a luz solar) somados às distrações visuais (barulho e movimento do trânsito) e ainda ao tempo de reação fraco dos idosos, podem afetar significativamente o padrão de caminhada. Em virtude de não haver muitos estudos relacionados especificamente com a destreza pedal podemos citar um estudo de Cantin et al. (2004) onde os autores estudam a condução de jovens e idosos em simulador. O que se constatou foi que, ao chegar a um cruzamento, os motoristas idosos mostraram hesitação ao movimentar o pé direito entre o pedal do acelerador e o pedal do 20.

(41) travão, assim como mostraram movimentos menos eficientes e precisos em relação aos jovens condutores. Os autores verificaram assim que, com o envelhecimento, há uma grande diminuição da agilidade e da sensibilidade tátil dos pés. Um estudo clássico realizado por Kauranen (1999) teve como objetivo analisar o desempenho motor (tempo de reação, velocidade e coordenação) numa população de 200 indivíduos saudáveis (100 homens e 100 mulheres com idade entre 21 e 71 anos). Os resultados mostraram um desempenho motor menos eficiente nos grupos etários mais velhos e em ambos os sexos, tendo demonstrado os homens desempenhos superiores às mulheres nos testes de velocidade. Contudo, nos testes de coordenação, não se verificaram diferenças entre os sexos. Nosso estudo baseia-se em uma população idosa e institucionalizadas (Lares e Centros de Dia) de ambos os sexos. Em seguida, apresentaremos alguns estudos efetuados com sujeitos com características idênticas às da nossa amostra. Oliveira (2010) realizou um estudo em 82 idosos institucionalizados (Lares e Centros de Dia), com idades compreendidas entre os 64 e 94 anos cujo um dos objetivos era avaliar a preferência pedal e a destreza pedal utilizando os mesmos instrumentos de nosso estudo. Os resultados não revelaram efeitos significativos dos fatores principais (preferência pedal e Instituição), tendo apresentado o sexo masculino melhor desempenho pedal do que o sexo feminino, quer com o Pp como o Pnp. Num outro estudo realizado por Carneiro (2009) a autora investigou a destreza pedal e a assimetria motora funcional em uma amostra constituída por 40 idosos de ambos os sexos, não praticante de EF, com idades compreendidas entre os 65 e os 82 anos. Adotou o mesmo teste de nosso estudo e concluiu não haver diferenças estatisticamente significativas entre os sexos nos parâmetros avaliados (Pp e Pnp), sendo que os homens evidenciaram uma tendência para melhores desempenhos pedais, e as mulheres, tendência para uma menor assimetria.. 21.

(42) O equilíbrio é a capacidade de manter a posição do corpo sobre sua base de apoio, seja estacionária ou móvel. A atuação constante e inflexível da força gravitacional contra a postura ereta do ser humano apresenta os primeiros sinais decorrentes do envelhecimento quando percebemos que não conseguimos mais reagir de forma tão eficiente a uma súbita perda de equilíbrio (Spirdurso, 2005). Woollacott (1996) define o controle do equilíbrio como a manutenção do centro de massa de uma pessoa dentro dos limites de sua estabilidade, que é definida como sua base de apoio. O controle do equilíbrio indica a capacidade de regular a postura ereta estática ou de recuperá-la perante ameaças inesperadas ao equilíbrio, como as que ocorrem na posição de pé dentro de um autocarro que começa a se mover. O equilíbrio considera duas categorias: o equilíbrio estático (EqE), que consiste no controle da oscilação em uma posição imóvel, e o equilíbrio dinâmico (EqD), que se reporta ao uso de informações internas e externas para reagir a perturbações de estabilidade e ativar os músculos para trabalhar a coordenação no sentido de prevenir mudanças no equilíbrio (Spirdurso, 2005). Segundo Barreiros (2006) a perda do equilíbrio no idoso é a conseqüência do acúmulo e mudanças nos órgãos sensoriais, mecanismos centrais e do sistema músculo articular. Outras causas podem também estar relacionadas com os problemas de equilíbrio, como: musculatura fraca, limitações quanto à amplitude articular somado ao aumento do tempo de reação, controle motor deficiente e uma integração sensorial diminuída. De acordo com Vandervoort (1999), o equilíbrio é influenciado pela mobilidade do tornozelo, pois, quanto maior a movimentação do tornozelo maior a capacidade do indivíduo se manter em equilíbrio. Um indivíduo com mobilidade da articulação do tornozelo limitada pode estar em risco de tropeçar e cair, que por sua vez, pode levar a lesões graves e dependência. Num estudo realizado por Menz et al. (2005), em que os autores avaliaram 176 idosos com idade entre os 62 e os 96 anos, cujo objetivo do estudo utilizando uma ampla gama de testes, era verificar se as características. 22.

(43) de desempenho do pé e tornozelo era um fator determinante para o equilíbrio e habilidades funcionais. Concluiram que tais características contribuiam significativamente, dando maior enfase à sensibilidade tátil da superfície plantar do pé e a flexibilidade do tornozelo. Petiz (2002) realizou um estudo com 113 idosos com idades compreendidas entre os 67 e os 99 anos, cujo objetivo era identificar a relação entre o equilíbrio e a propensão para as quedas em idosos institucionalizados utilizando o Teste de Tinetti – POMA I. Concluiu que o declínio do equilíbrio está relacionado com a idade, mas independentemente do sexo. Num estudo realizado por Carvalho e Mota (2007) os autores avaliaram a relação entre o medo de cair e o equilíbrio em 56 idosos institucionalizados praticantes e não praticantes de exercício físico, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 65 e os 95 anos de idade. Verificaram que os idosos do sexo masculino apresentaram menor medo de cair em relação ao sexo feminino. Podemos supor com este resultado que os homens apresentam um maior equilíbrio em relação às mulheres. Um estudo realizado por Faria (2010) avaliou o equilíbrio 77 idosos institucionalizados, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 65 e 95 anos, utilizando a escala de Tinetti. Concluiu que os idosos deste contexto apresentaram valores reduzidos no equilíbrio, força dos membros inferiores, o que aumentava o risco de quedas, sugerindo ainda, que os idosos adotassem estilos de vida mais ativos para evitar problemas relacionados com quedas. Em uma síntese a respeito do que foi estudado, constatamos que nos diversos estudos mencionados, o sexo está relacionado com as diferenças de equilíbrio e destreza pedal. O sexo masculino demonstra ter mais equilíbrio e, consequentemente, uma maior força e agilidade dos membros inferiores.. 23.

(44) 2.5 Referências Bibliográficas  Agreda, J. (1999). Passado, presente e futuro da enfermagem gerontologica. In O Idoso - problemas e realidades. Coimbra: Formasau.  Ahmed, A., & Tollefsbol, T. (2001). Telomeres and Telomerase: Basic Science Implications for Aging. Journal of the American Geriatrics Society, 49(8), 1105-1109.  Barreiros, J. (2006). Envelhecimento, degeneração, desuso e lentidão psicomotora. In J. Barreiros, M. Espanha & P. Pezarat-Correia (Eds.), Acitividade física e envelhecimento (pp. 89-104). Lisboa: Edições FMH.  Beers, M. H. (2001). Manual Merck de Geriatria: Harcourt  Blazer, G. (2009). The American Psychiatric Publishing. Tratado de psiquiatría geriátrica: Elsevier España.  Bohme, M. T. S. (2003). Relações entre aptidão física, esporte e treinamento esportivo. Revista Brasileira Ciências e Movimento. 11(3), 97-104.  Cantin, V., Blouin, J., Simoneau, M., & Teasdale, N. (2004). Driving in a simulator and lower limb movement variability in elderly persons: can we infer something about pedal errors. Advances in Transportation Studies, pp. 39-46  Carmeli, E., Coleman, R., Omar, H. L., & Brown-Cross, D. (2000). Do we allow elderly pedestrians sufficient time to cross the street in safety? Journal of Aging & Physical Activity, 8(1), 51-58.  Carneiro, I. (2009). Destreza Motora (Manual e Pedal) e Assimetria Funcional em Idosos Praticantes e Não Praticantes de Exercício Físico. Porto: I. Carneiro. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.. 24.

(45)  Carvalho, J., Pinto, J., & Mota, J. (2007). Actividade física, equilíbrio e medo de cair. Um estudo em idosos institucionalizados. Rev Port Cien Desp 7(2), 225-231.  Carta Social. (2009). Capacidade das respostas sociais. Acesso em Maio de 2011, disponível em Carta Social: htpp://www.cartasocial.pt  Farinatti, P. (2002). Teorias biológicas do envelhecimento: do genético ao estocástico. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 8, 129-138.  Fernandes, A. A. (1997). Velhice e sociedade: demografia, família e políticas sociais em Portugal: Celta Editora.  Gallahue,. D.. L.,. &. Ozmun,. J.. (2005).. Compreendendo. o. Desenvolvimento Motor: Bebês, Crianças, Adolescentes e Adultos: Phorte Editora.  Hoeger, W. & Hoeger, S. (2010). Fitness and Wellness: Cengage Learning  Instituto Nacional de Estatística, INE (2009). Estatísticas Demográficas de 2008. Disponível em http://www.ine.pt  Instituto Nacional de Estatística, INE (2002). Situação demográfica e sócio-econômica recente das pessoas idosas 2002. Disponível em http://www.ine.pt  Latash, M. L., Turvey, M. T., & Bernshteĭn, N. A. (1996). Dexterity and its development: L. Erlbaum Associates.  Lucea, J. D. (1999). La enseñanza y aprendizaje de las habilidades y destrezas motrices básicas: Inde.. 25.

(46)  Marchetti, P. (2009). Investigações sobre o controle motor e postural nas assimetrias. em. membros. inferiores.. São. Paulo.. P.. Marchetti.. Dissertação de Doutoramento apresentada à Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo.  Menz, H. B., Morris, M. E., & Lord, S. R. (2005). Foot and Ankle Characteristics Associated With Impaired Balance and Functional Ability in Older People. The Journals of Gerontology Series A: Biological Sciences and Medical Sciences, 60(12), 1546-1552.  Ministério do Trabalho e Segurança Social. (2006). Respostas sociais– nomenclaturas/conceitos. Lisboa, Portugal: Direção Geral da Segurança Social, da Família e da Criança.  Moreira, M. (2000). A Coordenação. Ludens, 4, 25-28.  Oliveira, P. P. (2010). Destreza e Assimetria Motora Funcional: Estudo em Idosos de Diferentes Contextos. Porto: P. Oliveira. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.  Petiz, E. (2002). Actividade Física, Equilíbrio e Quedas Um estudo em idosos institucionalizados. E. Petiz. Dissertação de Mestre apresentada à Faculdade de Ciências de Desporto da Universidade do Porto.  Plowman, S. A., & Smith, D. L. (2007). Exercise Physiology for Health, Fitness, and Performance: Lippincott Williams & Wilkins.  Robert, L. (1995). O envelhecimento: factos e teorias: Instituto Piaget.  Shephard, R. J. (1997). Aging, physical activity, and health: Human Kinetics.  Spirduso, W. W., Francis, K. L., & MacRae, P. G. (2005). Physical dimensions of aging: Human Kinetics.. 26.

(47)  Teixeira, L. A. (2006). Controle Motor. São Paulo: Manole.  Vasconcelos, O. (2004). Preferência lateral e assimetria motora funcional: uma perspectiva de desenvolvimento. In J. Barreiros, M. Godinho, F. Melo & C. Neto (Eds.). Estudos em Desenvolvimento Motor da Criança. Perspectiva cruzada (pp. 67-93). Cruz Quebrada: Edições FMH.  Vandervoort, A. A. (1999). Ankle mobility and postural stability. Physiotherapy Theory & Practice, 15(2), 91-103.  Woollacott, M. (1996): Balance, Posture, and Gait. Encyclopedia of Gerontology, 1: 149-161.. 27.

(48)

(49) CAPÍTULO III ESTUDO EMPÍRICO.

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(51) RESUMO O presente estudo pretende investigar o efeito do contexto em que o idoso está inserido (Lares e Centros de Dia) e do sexo no equilíbrio e na destreza pedal de idosos institucionalizados. Analisamos o equilíbrio (estático, dinâmico e total), assim como a destreza pedal para cada pé e o correspondente índice de assimetria pedal. Pretendemos ainda verificar a associação entre o equilíbrio e a destreza pedal. A amostra englobou 85 idosos (49 do sexo feminino e 36 do sexo masculino) com idades entre os 65-84 anos, utentes de Centros de Dia e Lares do grande Porto. Avaliação da preferência pedal: Lateral Preference Questionnaire; avaliação da destreza pedal: teste Tapping Pedal; avaliação do equilíbrio estático e dinâmico: Teste de Tinetti. Procedimentos estatísticos: estatística descritiva (média e desvio padrão) e inferencial (ANOVA multifatorial e coeficiente de correlação de Pearson). Nível de significância: p≤0.05. Os resultados de nosso estudo mostraram: i) um efeito significativo do fator sexo no equilibro estático e total, apresentando os homens melhores desempenhos; ii) um efeito estatisticamente significativo da Instituição, com o contexto Centro de Dia a evidenciar melhores desempenhos no equilíbrio estático; iii) um efeito significativo da interação Sexo x Instituição na destreza pedal do pé não preferido, em que os homens do Centro de Dia e as mulheres do Lar, apresentaram valores superiores; iv) tanto no Lar como no Centro de Dia, uma correlação forte e significativa entre o equilíbrio estático e o equilíbrio dinâmico e entre a destreza pedal do pé preferido e do pé não preferido; v) no Centro de Dia, uma correlação significativa e moderada entre o equilíbrio dinâmico e a destreza pedal do pé preferido e uma correlação significativa e fraca entre o equilíbrio dinâmico e o pé não preferido; vi) no Centro de Dia, uma correlação significativa e fraca entre a destreza pedal do pé preferido e o índice de assimetria pedal; vii) no Centro de Dia, tendência para uma correlação significativa e fraca entre a destreza pedal do pé não preferido e o índice de assimetria pedal.. Palavras-chave: IDOSOS; EQUILÍBRIO; DESTREZA PEDAL; ASSIMETRIA PEDAL; SEXO.. 31.

(52) ABSTRACT This study aimed to investigate the effect of the context that the elderly is inserted (Elderly Homes and Day-care Centers) and the gender in balance and pedal dexterity in institutionalized elderly. We analyze the balance (static, dynamic and total), as well as the pedal dexterity for each foot and the corresponding pedal asymmetry index. We also intend to investigate the association between balance and pedal dexterity. The sample comprised 85 elderly (49 females and 36 males) aged 65-84 years, users of Day-care Centers and Elderly Homes of the Porto's area. Evaluation of foot preference: Lateral Preference Questionnaire; evaluation of pedal dexterity: Tapping Pedal Test; evaluation of static and dynamic balance: Tinetti Test. Statistical procedures: descriptive statistical (mean and standard deviation) and inferential (multifactor ANOVA and Pearson’s correlation coefficient). Level of significance: p ≤ 0.05. The results of our study showed: i) a significant effect of the gender factor in static and total balance, with men showing better performances; ii) a statistically significant effect of the Institution with the day-care center context to evidence better performance in static balance; iii) a significant effect of interaction Gender x Institution in pedal dexterity with the non-preferred foot, in which men of the day-care center and the women's elderly home, presented higher values; iv) both at elderly homes and in day-care center, a strong and significant correlation between static and dynamic balance between the pedal dexterity with preferred foot and non-preferred foot; v) in day-care center, a moderate and significant correlation between dynamic balance and pedal dexterity of the preferred foot and a significant and weak correlation between the dynamic balance and the non-preferred foot; vi) in day-care center, a significant and weak correlation between the pedal dexterity of the preferred foot and the pedal asymmetry index; vii) in day-care center, a trend for a significant and weak correlation between the pedal dexterity of the non-preferred foot and the pedal asymmetry index.. Keywords:. ELDERLY;. BALANCE;. ASYMMETRY; SEX.. 32. PEDAL. DEXTERITY;. PEDAL.

(53) 3. Estudo Empírico 3.1 Introdução Ao longo de nossa vida o movimento é onipresente e valioso, “da inabilidade para a habilidade e, novamente, de volta a inabilidade” (Kretchmar, 2000, pp. 331). Mesmo que no início da vida, levantar-se e ficar em pé pela primeira vez seja difícil, na velhice termina da mesma forma, com medo em levantar-se e dar qualquer passo que seja. O envelhecimento humano envolve mudanças em várias dimensões como a psíquica, cognitiva, social, e principalmente, no que respeita ao declínio físico. A partir da meia-idade, notamos que não desempenhamos certas tarefas e atividades da mesma maneira enquanto jovens e que certas funções físicas não respondem mais de forma eficiente. O que se sabe é que o modo e estilo de vida, diferenças genéticas, hábitos alimentares, stress, poluição e outros agentes nos fazem perceber que envelhecemos, mas não ao mesmo tempo e da mesma forma que as outras pessoas. À medida que se envelhece as alterações ocorridas no sistema fisiológico em geral implicam o aparecimento de doenças crônicas, declínio da capacidade funcional, perda da autonomia e da independência. A institucionalização do idoso ocorre normalmente por fatores sócioeconomicos e, principalmente, familiares. O surgimento da sociedade industrializada, decorrente do progresso na indústria e na economia, criou uma situação negativa onde o trabalho tornou-se mais importante do que as relações familiares. Assim, as famílias deixam de poder cuidar de seus familiares mais idosos nos seus domicílios devido ao papel que o mercado de trabalho assume atualmente. Dessa forma, a função de prestação de cuidados ao idoso por parte da família é remetida para outras instituições (Fernandes, 1997). Sendo assim, o idoso institucionalizado inevitavelmente sofre com a mudança do seu ambiente familiar e o progressivo distanciamento do convívio social e das pessoas de sua comunidade. Ele terá que se adaptar ao novo ambiente, horários, conviver com outros idosos e ser cuidado por diferentes 33.

(54) funcionários. Conseqüentemente, essa rotina diária permite uma crescente inatividade, diminuição das aptidões físicas e o avanço da imobilidade. O equilíbrio é uma capacidade importante na vida do idoso, pois permite manter sua auto-confiança, autonomia, mobilidade e independência nas AVD’s e, em conjunto com a destreza pedal (DP), é fundamental e importantes para que o seu bom deslocamento se faça sem instabilidade e oscilações. Vários estudos se têm procurado perceber o comportamento motor do idoso relativamente a estas duas capacidades, assim como a sua interação. O que podemos perceber é que muitos idosos institucionalizados sofrem ainda mais com os declínios relacionados com a velhice e com a inatividade em que vivem quando retirados do seu ambiente de convívio. Em relação à diferenças relacionadas com os sexos, podemos observar que os homens sofrem menos com tais declínios em relação às mulheres. Desse modo, o presente estudo pretende contribuir para um maior conhecimento sobre o efeito do contexto em que o idoso está inserido (Lares e Centros de Dia) e do sexo no equilíbrio e na DP de idosos institucionalizados. Analisamos o equilíbrio estático (EqE), o equilíbrio dinâmico (EqD) e o equilíbrio total (EqT), assim como a DP para cada pé e o índice de assimetria pedal (IAP). Pretendemos ainda verificar qual a relação entre estas duas capacidades, isto é, o equilíbrio e a destreza pedal.. 3.2 Material e Métodos 3.2.1 Amostra A amostra foi composta por 85 idosos de ambos os sexos sendo 49 indivíduos pertencentes ao sexo feminino e 36 ao sexo masculino, provenientes de Centros de Dia e Lares do grande Porto, com idades compreendidas entre os 65 e os 84 anos (77,91± 7,59). O contexto Centro de Dia foi composto por 43 idosos, sendo 11 homens (71,73 ± 5,51 anos) e 16 mulheres (72,19 ± 6,45 anos) pertencentes ao Centro de Dia Monte Espinho e 8 homens (79,38 ± 7,15 anos) e 8 mulheres (74,25 ± 8,27 anos) pertencentes. 34.

(55) ao Centro de Dia Associação Social e de Desenvolvimento de Guifões. O contexto Lar foi constituído por 42 idosos, sendo 9 homens (80,00 ± 8,27 anos) e 17 mulheres (83,88 ± 5,30 anos) pertencentes ao Lar Nossa Senhora da Misericórdia e 8 homens (81,88 ± 3,64 anos) e 8 mulheres (81,00 ± 3,16 anos) pertencentes ao Lar Mãe de Jesus. Salientamos que nesta amostra nenhum idoso praticava qualquer tipo de exercício físico de forma regular. No contexto Centro de Dia (Monte Espinho e Associação Social e de Desenvolvimento de Guifões), os idosos residiam em casa própria ou de familiares e frequentavam o Centro durante toda a semana, onde realizavam as três refeições (pequeno almoço, almoço e lanche), regressando ao final da tarde. à. sua. residência.. O. Centro. oferecia. aos. idosos. atividades. supervisionadas por uma animadora social que incentiva principalmente a realização de trabalhos manuais. Atividades como recorte de cartolinas, criação de enfeites e pinturas ganhavam maiores incentivos quando motivadas por festas do calendário tradicional, como por exemplo, Natal, Carnaval e Páscoa. Entretanto, os idosos do sexo feminino tinham como hábito diário fazer crochê como atividade manual e os idosos do sexo masculino realizavam em seus quintais, nomeadamente, ações agrícolas. No contexto Lar (Nossa Senhora da Misericórdia e Mãe de Jesus) os idosos residiam de forma permanente, onde todas as suas necessidades básicas eram asseguradas pelos receptivos funcionários. As atividades promovidas nos Lares, assim como nos Centros de Dia eram principalmente as de caráter manual. Tais ações também eram intensificadas em datas festivas anuais, sob a supervisão de uma animadora social. Como exemplo destes trabalhos manuais podemos citar: recorte de cartolinas, enfeites em geral e pintura. Salientamos que neste contexto os idosos de ambos os sexos não possuíam hábitos diários de realizar atividades manuais no tempo livre do planejamento diário do instituto. A seleção da amostra foi estabelecida com base nos seguintes critérios de exclusão: evidência de perturbações de ordem psicológica e cognitiva atestadas clinicamente e alterações motoras que impossibilitasse a realização dos testes.. 35.

(56) Os procedimentos científicos deste estudo estão de acordo com as Normas do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, a Declaração de Helsínquia modificada em Edimburgo (Archer & Osswald, 2000) (Anexo 1). No Quadro 1 encontra-se caracterizada a amostra em função da preferência pedal, número e percentagem de sujeitos. Quadro 1: Amostra total (Centros de Dia e Lares). Caracterização em função da preferência pedal. Número e percentagem de sujeitos. Masculino ♂. Feminino ♀. Preferência Pedal. n. (%). n. (%). n. Preferência Pedal Esquerda. 0. (0). 0. (0). 0. (0). Preferência Pedal Direita. 36. (100). 49. (100). 85. (100). Total (%). Ao analisar o Quadro 1, observa-se uma preferência total (100%) pelo pé direito. Assim, consideramos o pé direito como sendo o membro preferido e o pé esquerdo como o membro não preferido. 3.2.2 Instrumentos e Procedimentos 3.2.2.1 Avaliação da Preferência Pedal Lateral Preference Questionnaire (Anexo 2) A preferência pedal foi avaliada aplicando-se o questionário Lateral Preference Questionnaire, utilizado por Porac e Coren (1981). Foi solicitado aos idosos que efetuassem cinco tarefas motoras que se referem a cinco questões do questionário. Após o registro do pé com que os indivíduos realizaram as atividades, procedeu-se ao cálculo de um quociente denominado Quociente de Lateralidade (Qlat), através da seguinte fórmula: Qlat = (n.º tarefas com o pé direito – n.º de tarefas com o pé esquerdo) x 100 N.º total de tarefas O valor do quociente resulta numa escala contínua que varia desde -100 (consistente na preferência à esquerda) a +100 (consistente na preferência à direita). Foram classificados como apresentando preferência pedal direita os. 36.

Imagem

Figura 1 – Teste Tapping Pedal.

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