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O jogo simbólico como mediador do desenvolvimento psicomotor da criança da educação infantil

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO - PPG

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – DEF

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE CLÍNICA E ESCOLAR

PATRÍCIA FREITAS NASCIMENTO

O JOGO SIMBÓLICO COMO MEDIADOR DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA CRIANÇA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

NATAL/RN

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PATRÍCIA FREITAS NASCIMENTO

O JOGO SIMBÓLICO COMO MEDIADOR DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA CRIANÇA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Projeto de Pesquisa apresentado a Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN, como requisito de TCC para Obtenção do título de Especialista em Psicomotricidade Clínica e Escolar.

Orientador(a): Profª Doutora Maria Aparecida Dias.

NATAL/RN

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO………...3 1.1 PROBLEMA DA PESQUISA……….4 1.2 OBJETIVOS………...4 1.2.1 Objetivo Geral...4 1.2.2 Objetivos Específicos...4 1.3 JUSTIFICATIVA...5 2 REFERENCIAL TEÓRICO...7

2.1 UMA VISÃO HISTÓRICA SOBRE A PSICOMOTRICIDADE...7

2.2 UMA REFLEXÃO SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL...8

2.3 O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E A CRIANÇA...9

2.4 A RELAÇÃO DO JOGO SIMBÓLICO COM A REALIDADE...10

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...12

3.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO...12

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA...13

3.3 ASPECTOS ÉTICOS...13

3.4 INTERVENÇÃO...13

3.5 ANÁLISE DOS DADOS...14

4 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO...16

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1 INTRODUÇÃO

Os primeiros anos de vida de uma criança são marcados por fatores internos e externos, acompanhados de diversas situações dentro e fora do ambiente físico e social da qual está inserida. Dessa forma, é possível observar a evolução da criança à medida que ocorre uma conscientização e percepção do seu corpo perpassando pelos campos da elaboração de suas experiências vividas, criadas e representadas. Esse processo motiva a construção do seu caráter e organização da sua personalidade.

Segundo, as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, a educação infantil é a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos de idade em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e social. (BRASIL, 2013). De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), neste universo infantil é necessário compreender o poder de atuação do jogo simbólico e sua relação determinante com os processos do desenvolvimento psicomotor, numa esfera global, sociológica, psíquica, filosófica, nas quais o corpo é o objeto mediador e facilitador nesta troca de conhecimentos, descobertas, desejos e desafios. (BRASIL, 2010)

Ainda nesse sentido, é importante salientar que o paradigma do desenvolvimento integral da criança, através do jogo simbólico, é muito significativo, pois ao encontrar esse mundo imaginário e envolvente a criança se transforma, toma características antes desconhecidas e coloca-se como protagonista da sua aprendizagem e representatividade, bem como das suas fantasias podendo ser realizadas no momento que desejar. Assim, o jogo é algo atraente, desafiador e cheio de elementos imaginativos. Tem o poder de gerar no interior do indivíduo uma espécie de reflexão em função da ação imaginária.

Nesse cenário, o jogo simbólico conhecido como o tão estimável "faz de conta" possui uma forte relevância na aquisição da identidade e autonomia social das crianças. Essa formação poderá ser percebida através da diferença entre o "eu" e o “outro", na qual acontece uma relação de fantasia e realidade. Dessa forma, a presença desse jogo simbólico pode tornar-se a representação da imitação do contexto real da vida de uma criança. Conforme Piaget (1976) o jogo simbólico

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utiliza-se da imaginação para representar a corporeidade em movimento. Sendo que essa expressão motora destaca-se por garantir a presença da realidade mesmo prevalecendo a fantasia nesse processo.

Dessa maneira, o simbólico dá sentido aos contextos sociais e colabora no reconhecimento da identidade de uma criança, pois ao representar situações do seu cotidiano, este ser ingênuo, inseguro e cheio de possibilidades adquire experiências prazerosas, fundamentadas nos aspectos do seu imaginário. De acordo com Kishimoto (2011) a brincadeira propõe uma representação da realidade atribuindo significados aos objetos independente dos papéis que assumem na realidade. Todavia é importante ressaltar que as escolas de Educação Infantil precisam oportunizar um espaço acolhedor, livre, prazeroso, promovendo assim experiências nas quais a criança escolha as atividades que deseja, entregando-se ao "faz de conta” espontaneamente, expressando uma corporeidade relacional.

PROBLEMA DA PESQUISA

É possível considerar que, na Educação Infantil, o jogo simbólico colabora para o desenvolvimento psicomotor da criança?

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Analisar como o jogo simbólico pode contribuir para o desenvolvimento psicomotor da criança que se encontra no nível III da Educação Infantil.

Objetivos Específicos

 Caracterizar o perfil do desenvolvimento psicomotor da criança que está inserida no nível III, com faixa etária de aproximadamente dos 04 aos 05 anos, da Educação Infantill;

 Avaliar o desenvolvimento psicomotor das crainças que estão inseridas no nível III da Educação Infantil envolvidas na pesquisa;

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 Propor uma Intervenção Psicomotora a partir do Jogo Simbólico para o grupo de crianças que estarão envolvidas na pesquisa.

JUSTIFICATIVA

A ideia do presente estudo surgiu a partir da observação de experiências vividas com crianças entre 04 e 05 anos de idade no contexto escolar da educação infantil, em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) de Natal/RN, através do jogo simbólico "faz de conta” que demonstrava ser um estímulo importante no avanço psicossocial das crianças. Além dessas experiências, a ideia do estudo também se baseou nos conhecimentos adquiridos no decorrer do curso de Pós- graduação em Psicomotricidade clínica e escolar da UFRN. Esses conhecimentos foram fundamentados através da Psicomotricidade Relacional, na qual é perceptível a presença deste universo singular do jogo simbólico, suscitando a representação do imaginário lúdico.

Os estudos sobre Psicomotricidade nos levam por caminhos teóricos e metodológicos onde as questões que envolve o jogo, o lúdico, o simbólico e o desenvolvimento psicomotor, são primordiais. Percebo que aprender tais conhecimentos são fundamentais para organização da proposta deste projeto, que procura evidenciar a função do jogo simbólico como objeto facilitador do desenvolvimento psicomotor da criança na primeira infância, com a intenção de buscar mais saberes acerca desta temática, tão crucial e substancial à prática do docente no processo ensino-aprendizagem enquanto agente formador. A presença do professor nesta relação entre jogo/criança/mediador pode ser fundamental no avanço do desenvolvimento psicomotor da criança.

A Psicomotricidade influenciou e redirecionou a minha visão profissional dentro da minha prática educadora, me mostrando que é possível trilhar caminhos de prazer e de realização de sonhos. Ela fez –me perceber caminhos antes, nunca vistos, mas que, através de situações tão significativas e cativantes podem conduzir à realização profissional. Foi dentro dessa vivência real que me senti instigada e desafiada a ousar em pesquisas com as quais permitissem adentrar com maior profundidade e desprendimento no mundo do jogo simbólico. Portanto, a realização dessa temática será de grande relevância científica para a validação e

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orientação em estudos posteriores, pois contribuirá para o embasamento teórico e metodológico para uma possível intervenção educacional.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

UMA VISÃO HISTÓRICA SOBRE A PSICOMOTRICIDADE

Segundo Lorenzon, (1995) a psicomotricidade tem como eixo referencial o corpo e sua história, estão ligados aos ciclos da civilização fisiológica, etno antropológica e psicofisiológica. Em 1925, um médico, psicológo, nascido na França, se tornou o precursor da psicomotricidade. Assim, Wallon (1995) apresenta o movimento humano numa esfera constituinte de um processo composto por fenômenos psíquicos e processos mentais.

A teoria Walloniana tem seus pilares na perspectiva genética e na análise comparativa, o autor ressalta que “a explicação de um fenômeno exige que se saia do plano em que ele se dá, já que um fato não se pode conter a própria causa; quanto maior o número de planos de comparação utilizados mais completa a explicação dos fenômenos estudados". Podemos assim, entender na fala desse autor que para compreendermos a fenomenologia e historicidade destes fenômenos não bastam apenas os dados fornecidos pela psicologia e genética, é preciso considerar os dados provenientes de outros campos de conhecimento.

Em meados dos anos 70, estudiosos como Lapierre e Aucoutourrier colocam a Psicomotricidade como sendo uma prática centrada na ação da criança, unificando os aspectos cognitivos, emocionais e sociais do desenvolvimento infantil, baseada numa relação de movimentos espontâneos. A prática psicomotora é considerada como sendo educativa, terapêutica e preventiva. Segundo os psicomotricistas Lapierre; Aucouturrier (2004, p.13) apontam a falta de lugar que o corpo erógeno recebe no olhar do educador e a necessidade do reconhecimento das pulsões de vida na prática pedagógica de forma a permitir engajar-se na vida das pulsões, dos desejos primitivos, do inconsciente e ali encontrar o corpo, o movimento na sua significação afetiva.

Numa perspectiva relacional, podemos assim conceituar a Psicomotricidade sob o olhar do André Lapierre (2002) dizendo que a Psicomotricidade relacional como sendo uma prática educativa de valor preventivo e terapêutico que permite crianças, adolescentes e adultos, expressarem seus conflitos relacionais, superando-os através do brincar, do jogo simbólico. Sua finalidade é atuar sobre fatores psico-afetivos relacionais adquiridos na infância.

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UMA REFLEXÃO SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação infantil faz parte de um contexto social que se apresenta em diversas categorias substanciais, a intensificação da urbanização, as mudanças na organização da estrutura familiar e a incorporação da mulher no mercado do trabalho, isso desencadeou a necessidade de delegar o cuidado das crianças como também a importância da educação em relação as primeiras etapas do desenvolvimento humano. O atendimento institucional à criança pequena, no Brasil e no mundo, apresenta ao longo da história concepções bastante divergentes sobre sua finalidade social.

A conjunção desses fatores ensejou um movimento da sociedade civil e de órgãos governamentais para que o atendimento às crianças de zero a seis anos fosse reconhecido na Constituição Federal de 1988. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e social, completando a ação da família e da comunidade (Lei nº9.394/96,art.29). Assim, as funções das Instituições da Educação Infantil, a exemplo de todas as instituições nacionais e como sendo o primeiro espaço de educação coletiva fora do contexto familiar, ainda se inscreve no projeto de sociedade democrática desenhada na Constituição Federal (198, art, 3º, inciso I), com responsabilidade, desempenhando um papel na construção de uma sociedade livre, solidária e socioambientalmente orientada. (BRASIL, 1998.)

As crianças possuem natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. Nas interações as crianças constroem o conhecimento a partir das vivências que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. Conhecer, compreender e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo é o grande cerne da educação Infantil. De acordo com GALVÃO, (1962) o estudo da criança contextualizada possibilita que se perceba que entre os seus recursos e os de seu meio instala-se uma dinâmica de determinações recíprocas: a cada idade estabelece-se um tipo particular de interações entre o sujeito e seu ambiente.

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O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E A CRIANÇA

O desenvolvimento psicomotor está intrinsecamente correlacionado aos discursos no ramo da cognição, psicologia, da biologia, de ordem social e cultural do indivíduo. É dentro desta perspectiva relacional e dialética que podemos compreender a relevância da Psicomotricidade no desenvolvimento integral da criança.

O sistema psicomotor humano (SPMH) constitue a integração e organização psicomotora da tonicidade, equilibração, lateralização, noção do corpo, estruturação espaço-temporal, praxia fina e global. Em estudos feitos por (FONSECA,1995) ele diz que “O (SPMH) é efetivamente, um sistema aberto, composto de um conjunto de fatores psicomotores com propriedade e atributos que se inter-relacionam com o meio envolvente para formar um todo único perfil psicomotor intra-individual.”

Nessa relação de habilidades psicomotoras a qualidade do perfil psicomotor da criança é vista em sua totalidade, uma vez que não se separa o ser intelectual, do emocional e racional. Estas potencialidades estão asseguradamente associadas ao seu potencial de aprendizagem e psicomotricidade de forma sistemática e integrada.

Na literatura é possível encontrar informações indicando a funcionalidade da Bateria Psicomotora (BPM), como forma de detectar as dificuldades de aprendizagens das crianças pequenas, bem como suas dificuldades de expressar e organizar sua personalidade.

Vale ressaltar que o educador deve de forma global assumir um papel de facilitador e potencializador no desenvolvimento psicomotor das crianças oportunizando situações de descobertas, experiências reais e vividas de corpo agido, lúdico e multi-relacional. Nessa perspectiva, a interação dos movimentos psicomotores são potencializados à medida em que o diálogo tonico é estabelecido entre as crianças resultando em ações expontâneas e expressivas. Assim, à medida que se relacionam e exploram o seu corpo em experiências lúdicas e significativas afetam direta ou indiretamente na espontaneidade de crianças na idade pré-escolar. Dessa forma, é impresindível que esse movimento livre seja estimulado evitando atitudes de controle ocasionando assim, em bolqueios da expressividade desse corpo.

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A RELAÇÃO DO JOGO SIMBÓLICO COM A REALIDADE

A infância é uma das etapas mais importantes do desenvolvimento humano e sua caracterização se dá pelo fato do seu comportamento ingênuo e sincero ser cheio de fantasias e representações que a criança desenvolve, criando e recriando seu mundo particular repletos de sentido e descobertas.Em algumas culturas e épocas as crianças eram vistas como sendo um “ser em miniatura”, não considerando sua espontaneidade e fragilidade nem restrições morais.

Em outro contexto as crianças passaram a ser enxergadas de forma peculiar e singular, assumindo um papel central nas relações familiares com características e necessidades próprias. É dentro desse processo reflexivo que as atitudes estabelecidas por meio do brincar que se é possibilitado um enfrentamento ao mundo da fantasia, da imaginação, evidenciando uma ludicidade corporalmente concebida e compreendida dentro do jogo simbólico.

O jogo simbólico é um lugar repleto de expressão, sentimento, emoção e relações pessoais e interpessoais. É neste misto de prazer e simbolismo que a criança esmera-se em compreender o seu “eu” imaginativo e fantasioso, para além de uma percepção real, social e filosófica. Assim:

Quando a realidade não é sempre propícia para permitir-lhe experimentar seus diferentes personagens, a criança refugia-se no imaginário e criará assim um universo fantástico que não será nitidamente diferenciado do mundo material,que conserva um caráter mágico.(LE BOUCH,1982 p.97)

É interessante percebermos o sentido desse imaginário não apenas de forma linear, mas sobretudo no cerne da sua construção e sentido atribuído a esse aspecto simbólico. Um simbólico relacional dotado de artefatos substanciais e ao mesmo tempo concreto na sua forma de ser representado pela criança. De acordo com Freire (2017, p.41), “o símbolo é a dimensão de alguma coisa que se fixa dentro de nós e que nos serve para substituí-la na sua ausência”. Numa perspetiva relacional a Psicomotricidade atua de forma lúdica no desenvolvimento deste jogo, podendo levar o encontro do inconsciente e por meio dele, resolver conflitos internos. Esse experimento corporal tende a preconizar o desenvolvimento do sujeito, organizar o

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pensamento, e atuar nas especificidades e singularidades da expressividade motora deste indivíduo.

Na contemporaneidade o jogo simbólico tem crescido e ocupado um lugar de brincadeiras e de novos significados. Segundo Kishimoto, 2011 esse mundo ilusório, onde os desejos irrealizáveis podem ser realizados constitui um papel em elucidar o corpo e seus movimentos dentro dos aspectos psicomotores visando seu desenvolvimento em larga escala e superação de situações de aprendizagens e sinais desviantes.

Para alguns estudiosos esse tipo de jogo nada mais é do que uma simples representatividade daquilo que eu “posso fazer” dentro de situações imaginárias. Neste jogo onde o simbólico se protagoniza como sendo o objeto crucial da relação entre a representação versus o real, a criança adquire confiança em si mesma, nas suas atitudes, na sua destreza em enfrentar situações difíceis para ela, transformando suas referências como o desenho, a brincadeira, a ludicidade dentro das manifestações afetivas, adquirindo assim, uma consciência pessoal e corporal.

Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos prévios em conceitos gerais, assumem uma determinada posição ou papel na brincadeira, imitando alguém ou alguma coisa. (BRASIL,1998).

Nesse contexto compreender e analisar a importância do jogo simbólico ou o "faz de conta", segundo Le Bouch, (1982, p.97) possibilita as descobertas, amplia sua percepção visual, e estabelece uma organização nos campos da cognição, dos aspectos motores, da percepção da imagem do seu corpo, permitindo a aquisição de numerosas praxias e desenvolvendo a função simbólica.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa é de caráter qualitativo tendo o método descritivo como elemento norteador, por estar relacionado às abordagens no âmbito das ciências sociais e fenômenos educacionais de cunho intencional e investigativo, tendo como objeto mediador o jogo simbólico.

De acordo com Bgdan, Biklen (1994, p.49), “a pesquisa qualitativa tem as seguintes características: fonte direta dos dados, predominantemente descritiva, reflexiva e interpretativa, enfatiza mais o processo do que o produto.” Assim, a investigação qualitativa reflete uma espécie de diálogo entre os investigadores e os sujeitos, pois a interação destes indivíduos resultará em uma ação significativa e acompanhada de interferências externas e internas enriquecendo o processo das trocas inerentes à relação.

Inicialmente será aplicado um questionário investigativo com as famílias das crianças para colher informações sobre alguns aspectos do desenvolvimento das mesmas. Em seguida será feita uma avaliação diagnóstica que consiste na realização de testes psicomotores da Bateria Psicomotora (BPM) de Vitor da Fonseca (1975), que compreende: tonicidade, equilibração, lateralização, noção do corpo, estruturação espaço-temporal, praxia fina e global.

De acordo com a BPM as crianças serão avaliadas através de uma escala de pontuação que serão divididos em 3 etapas distintas: Avaliação do desenvolvimento psicomotor, intervenção psicomotora e reavaliação do desenvolvimento psicomotor, conforme descritas a seguir.1-realização imperfeita, incompleta e desordenada(fraco) perfil apráxico, 2-realização com dificuldades de controle (insatisfatório)-perfil dispráxico, 3- realização controlada e adequada (bom)-perfil eupráxico,4-realização perfeita, econômica, harmoniosa e bem controlada (excelente)-perfil hiperpráxico.

Para finalizar, após a execução das sessões, será realizada a reavaliação psicomotora, da mesma forma como será feita a avaliação inicial.

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Os critérios de inclusão referem-se à crianças entre a faixa etária de quatro e cinco anos pertencentes ao nível III da educação infantil, pois é o público que

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suscitou a problemática do presente estudo, quanto à instituição foi incluída por pertencer à rede municipal de ensino e por ser local de atuação docente do pesquisador. Em relação aos educadores devem ser do quadro e/ou efetivos na instituição garantindo assim, a continuidade da pesquisa sem interrupções. As famílias, incluídas no processo, devem ser assinantes do termo de autorização para a realização da intervenção e colaborar com a assiduidade da criança no período das atividades desta.

Já para os critérios de exclusão, os demais níveis de ensino não se configuram local de atuação docente do pesquisador, as famílias serão as que não assinarem o termo de autorização ou apresentarem ausência da criança no processo de intervenção. Quanto aos educadores apenas os que são temporários pela possibilidade de apresentar interrupção indeterminada da pesquisa por serem instáveis no campo de atuação docente.

POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população da pesquisa será constituída por crianças do nível III da Pré- Escola, do turno vespertino da educação infantil. A amostra será formada por 40 indivíduos, sendo 20 meninas e 20 meninos, com faixa etária entre 04-05 anos de uma escola vinculada a rede municipal da cidade do Natal/RN.

ASPECTOS ÉTICOS

O estudo será submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN, sendo respeitados os aspectos éticos da Resolução no 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. A participação dos indivíduos na pesquisa será de caráter voluntário, sem fins lucrativos. Após serem explicados os objetivos e procedimentos da pesquisa os participantes serão orientados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, concordando com a participação no estudo.

INTERVENÇÃO

Após a etapa da avaliação do desenvolvimento psicomotor será realizada a intervenção. A amostra será dividida em 2 grupos com 10 participantes: grupo controle (GC) e o grupo experimental (GE). O GC receberá uma intervenção com

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estimulação psicomotora da Bateria Psicomotora Motora do Vitor da Fonseca, durante 14 sessões, sendo 2 para cada aspecto psicomotor, na qual cada sessão terá um tempo compreendido de 60 minutos. O GE receberá a mesma estimulação do GC, além disso, em cada sessão será utilizado o jogo simbólico, incluindo os aspectos psicomotores trabalhados.

As sessões serão desenvolvidas tendo como foco os aspectos psicomotores, organizadas da seguinte forma: 1ª e 2ª sessões: Praxia global; 3ª e 4ª sessões: Equilíbrio; 5ª e 6ª sessões: Tônus 7ª e 8ª sessões: Noção do corpo; 9ª e 10ª sessões: organização espaço-temporal; 11ª e 12ª sessões: Praxia fina e 13ª e 14ª sessões: Lateralidade.

ANÁLISE DOS DADOS

A análise de dados inicia-se a partir da visita ao campo de pesquisa, onde faremos uma investigação explorando o espaço físico, os sujeitos envolvidos e o tema a ser estudado, considerando assim, a amplitude de paradigmas dentro de um contexto. Entretanto, é necessário delimitar-mos o campo de estudo evitando coletar dados inapropriados e sem relevância para a pesquisa. Nesse sentido, a análise dos resultados será de forma analítica e minuciosa, a fim de compreender situações provenientes dos fatores desencadeados nas experiências vividas. Outro fator a ser considerado, são as questões que estão intrinsecamente ligadas ao problema de pesquisa cuja análise deve ser tratada de forma analítica e processual.

De acordo com Bogdan; Biklen (1994) a codificação dos resultados pressupõe uma organização das palavras e frases, que são provenientes de entrevistas realizadas, partindo do ponto de vista dos envolvidos quanto aos procedimentos executados na ação, assim, a verificação dos seus resultados, busca responder as inquietações inerentes à investigação.

Ainda, conforme Bogdan; Biklen (1994, p. 221) “À medida que vai lendo os dados, repetem-se ou destacam-se certas palavras, frases, padrões de comportamento, formas dos sujeitos pensarem e acontecimentos.” Ou seja, o pesquisador precisa formular um sistema de categorias visando organizar e classificar os dados em códigos conforme vão surgindo no percurso da ação participante e que, segundo os referidos autores, obedecem aos seguintes passos: Inicialmente, buca-se estabilidade e paradigmas, bem como organizar os dados em

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tópicos, em seguida, utiliza-se de palavras e frases que possam descrever estes mesmos tópicos e paradigmas. Haja vista, às possibilidades de surgirem novas categorias que serão cuidadosamente reservadas para uso posteriores a depender da necessidade dos estudos.

Portanto, as categorias de codificação apresentadas acima, mostram-se imprescindíveis para a sistematização e validação das teorias formuladas segundo as análises destas.

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4 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Ago 2019.1 Set 2019.1 Out 2019.1 Nov 2020.1 Dez 2020.2 Referencial teórico X X X X Avaliação diagnóstica X X Intervenções X X X Reavaliação X Coleta de Dados X X Análise dos Dados X Defesa da Pesquisa X Submissão X

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUCOUTURRIER, Bernard. O método Aucouturrier: fantasmas de ação e prática psicomotora. Aparecida, SP: Ideias & Letras. 2007. 205 p. (Coleção Psi- Atualidades). Tradução Maria Cristina Batalha.

BOGDAN, Robert C.; BIKLEN, Sari Knopp. A Investigação Qualitativa em Educação. Uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora. 1994. 336 p. (Colecção Ciências da Educação).

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação Editorial e Revisão, 2013. 562 p.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 5. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação Edições Câmara, 2010.

. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a Educação Infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretária de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. Vol.1

. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.Brasília-DF, 2001. Vol. 3.

DIAS, Maria Aparecida. O corpo na pedagogia de Freinet. 1 ed. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2012. – (coleção contextos da ciência).

FONSECA, Vitor da. Manual de Observação Psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas. 1995. . Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2008. 584 p.

FREIRE, João Batista. O Jogo: entre o riso e o choro. 1 edição. Campinas, SP: Autores Associados, 2017. 161 p. (Coleção Educação Física e Esportes).

GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: Uma Concepção Dialética do Desenvolvimento Infantil. 15 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. 134 p. (Coleção educação e

conhecimento).

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação (org.). 14 ed. São Paulo: Cortez, 2011. 208 p.

LAPIERRE, André; AUCOUTURIER, Bernard. A Simbologia do movimento: Psicomotricidade e educação. 1 edição. Curitiba: Filosofart, 2004. 116 p.

LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor: Do nascimento aos 6 anos. 4 edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 1982. 220 p. Tradução por Ana Guardiola Brizolara.

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LORENZON, Agnès Michèle Marie Delobel. Psicomotricidade: teoria e prática. Porto Alegre: EST, 1995.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. 3ª ed. Rio de Janeiro, Zahar, 1978. 370 p.

SILVA, Roseli Apª dos Santos da; RUBIO, Juliana de Alcântara Silveira. A Utilização do Jogo Simbólico no Processo de Aprendizagem na Educação Infantil.Revista Eletrônica: Saberes da Educação, São Roque, v. 5, n. 1, p. 01-15. 2014. Disponível: <http://facsaoroque.br/revista-eletronica/revista-sabares-da- educacao/arquivos/2014-2/>Acesso em: 17 jul. 2018.

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