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Contabilidade e responsabilidade socioambiental em natal: uma análise de pequenas empresas de contabilidade à luz da sustentabilidade

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

HEITOR FERREIRA DA ROCHA PAULO

CONTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EM NATAL: UMA ANÁLISE DE PEQUENAS EMPRESAS DE CONTABILIDADE À LUZ DA

SUSTENTABILIDADE

Orientador: Prof.º Everton Gomes Santos

Natal/RN Dezembro de 2019

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HEITOR FERREIRA DA ROCHA PAULO

CONTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EM NATAL: UMA ANÁLISE DE PEQUENAS EMPRESAS DE CONTABILIDADE À LUZ DA

SUSTENTABILIDADE

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Contábeis, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof.º Everton Gomes dos Santos

Natal/RN Dezembro de 2019

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Paulo, Heitor Ferreira da Rocha.

Contabilidade e Responsabilidade Socioambiental em Natal: Uma Análise de Pequenas Empresas de Contabilidade à Luz da Sustentabilidade / Heitor Ferreira da Rocha Paulo. - Natal, 2019.

30f.: il.

Orientador: Prof. Everton Gomes dos Santos

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Contábeis.

1. Responsabilidade socioambiental - Monografia. 2. Educação ambiental - Monografia. 3 – Responsabilidade social corporativa - Monografia. 4. Empresas de contabilidade - Monografia. 5. Planos ambientais - Monografia. 6. Sustentabilidade – Monografia. I. Santos, Everton Gomes dos. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

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HEITOR FERREIRA DA ROCHA PAULO

CONTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EM NATAL: UMA ANÁLISE DE PEQUENAS EMPRESAS DE CONTABILIDADE À LUZ DA SUSTENTABILIDADE

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Contábeis, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de

Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________ Prof.º Everton Gomes dos Santos

Orientador

_________________________________________ Prof.º Vanessa Camara de Medeiros

Membro

________________________________________ Prof.º Djones Derkyan Teixeira dos Santos

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“Não dá mais para nos iludir, cobrindo as feridas da Terra com esparadrapos. Ou mudamos de curso, preservando as condições de vitalidade da Terra ou o abismo já nos espera”.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelas oportunidades, saúde е força para superar os momentos difíceis que surgiram durante essa fase acadêmica.

A minha família por todo apoio, não só nessa fase acadêmica como em minha vida inteira e pelo seu amor incondicional, em especial a minha mãe pela ajuda na finalização das normas dessa monografia, ao meu pai por utilizar sua empresa no estudo de caso dessa monografia e a minha irmã por traduzir o resumo em abstract.

Aos meus amigos da UFRN pelas diversas ajudas ao longo do curso, seja em trabalhos ou em épocas de provas, que também sou muito grato pela amizade e companheirismo que ficam para o resto da vida.

A todos os professores que contribuíram de alguma maneira para que eu conseguisse concluir mais essa jornada na minha vida.

Por último agradeço também aqueles que duvidaram do meu potencial, pois eles me deram determinação para provar o contrário.

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RESUMO

A pesquisa teve como objetivo analisar a responsabilidade socioambiental nas empresas de contabilidade de em Natal-RN. Através de uma aboradagem e pesquisa qualitativa. Para a realização do estudo de caso múltiplo, foi realizada uma pesquisa de campo, constituído de análise de conteúdo de duas empresas de contabilidade, envolvendo o tema da importância da educação ambiental e responsabilidade social corporativa para as empresas de contabilidade. A entrevista foi feita com os sócios gestores de duas empresas: KIPHUS e CONTAF. Além da entrevista, foi observado através da observação de duas empresas contábeis, através de uma visita técnica. Os dados revelaram que as duas empresas se preocupam com a importância da responsabilidade socioambiental na era atual da sustentabilidade. No entanto, a empresa mais nova utiliza planos ambientais mais incisivos, enquanto que a outra, com mais de 30 anos no mercado, adota planos ambientais menos relevantes para os benefícios do seu negócio e da sociedade. Ainda constamos que um plano ambiental usado de forma efetiva, contribui não somente para os ambientes contábeis, mas também para a sustentabilidade da sociedade em geral.

Palavras-chave: Responsabilidade socioambiental, Educação ambiental, Responsabilidade social corporativa, Empresas de contabilidade, Projetos ambientais, Sustentabilidade.

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ABSTRACT

This research aimed to analyze the importance of social and environmental responsibility in accounting work spaces in Natal-RN and verify the benefits of applying environmental education in these environments. To conduct the research, a field study was made, consisting of a behavioral analysis of two accounting firms, involving the theme of the importance of environmental education for accounting workspaces. The interview was conducted with the managing partners of two companies: KIPHUS and CONTAF. In addition to the interview, the two accounting spaces were observed through a technical visit. The data revealed that both companies are concerned about the importance of social and environmental responsibility in the current era of sustainability. However, the younger company uses more incisive environmental plans, while the other, with more than 30 years in the market, adopts environmental plans less relevant to the benefits of its business and society. We also find that an effectively used environmental plan contributes not only to accounting environments, but also to the sustainability of society at large.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...08 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E A PROBLEMATIZAÇÃO...08 1.2 OBJETIVOS...11 1.2.1 Geral...11 1.2.2 Específicos...11 1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO...11 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...13 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...21 4. RESULTADOS E ANÁLISES...22 4.1. CASO 1 ...22 4.2. CASO 2 ...24 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...26 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...27

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1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E A PROBLEMATIZAÇÃO

A partir da Conferência sobre o Meio Ambiente de Estocolmo na Suécia em junho de 1972, iniciaram-se as ações em escala global para organizar as relações humanas com o meio ambiente. As questões ambientais passam a ter desta que nas agendas governamentais e são instituídos regulamentos e leis que protejam os espaços e recursos naturais O relatório Nosso Futuro Com um de 1987, conhecido também como Relatório Brundtland, elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU (UNCED) estabelecida em 1983, definiu o desenvolvimento sustentável como um conceito que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades.

Em 1992, a Conferência do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO 92) teve uma ampla participação dos governos e da sociedade. O documento final, a Agenda 21, adotou princípios que orientam as ações e atitudes não somente dos governos, mas de toda a sociedade, incluindo-se as empresas e órgãos de contabilidade e os consumidores.

O desenvolvimento sustentável tornou-se uma possibilidade para incentivo às atividades econômicas e a prevenção de acidentes, impactos e passivos ambientais, impondo-se como uma constante nas administrações públicas e empresariais. Uma parcela importante dos consumidores passou a buscar além da qualidade e dos preços, produtos ambientalmente responsáveis, possibilitando que a adoção de princípios sustentáveis pelas empresas agregasse valor e vantagens competitivas.

A poluição e impactos ambientais passaram a serem considerados recursos mal administrados, desperdiçados, fora de seu lugar adequado nas cadeias produtivas, aumentando os custos da produção e originando passivos ambientais capazes de influenciar nas decisões dos consumidores, acionistas, empréstimos públicos ou privados, indenizações e reparações. As empresas começaram a planejar antecipadamente as medidas necessárias para mitigar os desperdícios, efeitos poluentes em vez de ignorarem os impactos de seus métodos, produtos e/ou serviços.

Este planejamento possibilita à melhoria na qualidade dos produtos e a diminuição dos custos de produção das empresas de contabilidade através da adoção de práticas e atitudes concernentes a responsabilidade socioambiental de sistemas de qualidade, gestão ambiental e

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certificações como a ISSO 9 001 e ISSO 14001. O reconhecimento dos impactos socioambientais dos produtos e serviços e a regulamentação legal tornaram necessária a contabilização destes custos pelas empresas e a evidenciação dos gastos e investimentos relacionados.

A responsabilidade socioambiental e educação ambiental são importantes conceitos econômico-contábil utilizado na literatura para entendermos como a economia e a formação de preços frequentemente deixam de incorporar os impactos sociais, ambientais e sanitários consequentes das atividades produtivas que geram produtos e serviços (MOTTA, 1998).

Pode-se definir responsabilidade socioambiental e os seus princípios como objetivo dos estudos, tendo como objetivo os estudos do patrimônio ambiental (obrigações ambientais) no ambiente contábil. Seu objetivo é fornecer aos seus usuários, interno e externo, informações sobre os eventos ambientais que causam modificações na situação patrimonial, bem como realizar sua identificação, mensuração e evidenciação. Segundo SILVA (2019):

Diante de diversas tragédias ambientais ocorridas nos últimos anos, espera-se maior responsabilidade social e ambiental das empresas de contabilidade. Voluntariamente as empresas devem relatar periodicamente como a organização está respondendo ao arcabouço de normativos vigente, qual o programa de sustentabilidade empresarial em vigor, como a empresa identifica riscos ambientais no seu negócio, o que está fazendo para melhor prevenir esses riscos, ou pelo menos detectá-lo mais cedo para tomar medidas corretivas. O contador é peça fundamental na garantia das organizações realizarem o alinhamento da estratégia da obtenção dos resultados econômico e financeiros com as obrigações socioambientais. Sendo assim, com a responsabilidade social e ambiental como objetivo o contador pode gerar para os usuários da informação sobre os impactos ambientais gerados pelo negócio o qual a organização está inserida Silva (2019).

A responsabilidade socioambiental em sinergia com a educação ambiental e os programas de sustentabilidade, tornaram-se ferramentas para mensurar e evidenciar os gastos e investimentos com a gestão ambiental na prevenção, reparação e preservação do meio ambiente, demonstrando também as alterações patrimoniais relacionadas e possibilitando a qualificação das decisões executivas táticas ou estratégicas quanto aos aspectos ambientais das atividades públicas e empresariais.

Segundo FERREIRA (2006), a responsabilidade socioambiental em conjunto com algumas práticas da contabilidade ambiental mensura e evidencia as ações que impactam o meio ambiente e o efeito destas sobre o patrimônio dos empreendimentos e a sustentabilidade das práticas e soluções nas empresas do segmento.

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A responsabilidade socioambiental é um conjunto de princípios que auxiliam na análise das informações da contabilidade e de custos para subsidiar e qualificar as decisões necessárias à gestão ambiental nas empresas, como eficiência e a eficácia, possibilitando o aperfeiçoamento dos resultados de suas políticas ambientais. Não está atrelada aos princípios das ciências contábeis e legislações fiscais e /ou comerciais e seus relatórios são direcionados aos usuários internos, principalmente os diretores e departamentos de gestão ambiental (Dansa 1998).

A responsabilidade socioambiental e educação ambiental são ferramentas de gestão muito importantes nas empresas principalmente naquelas que optarem por assumirem suas responsabilidades ambientais e sociais como vitais para o sucesso do empreendimento e saúde mental dos seus funcionários, que poderá inclusive se destacar e agregar valor às suas atividades ao evidenciarem seus investimentos na minimização dos impactos negativos dos seus produtos e serviços. As regulamentações, seguros ambientais e financiadores, além das pressões dos consumidores aumentarão a necessidade da evidenciação da responsabilidade socioambiental não somente para as grandes empresas, mas também para as médias e para muitos ramos de atividades das pequenas.

Isto não será um fator negativo para os empresários, mas certamente uma oportunidade de desenvolverem produtos e serviços de qualidade e melhorarem a comunicação com todas as partes interessadas, fortalecendo suas marcas e atividades com os resultados internos e externos da sustentabilidade.

A contabilidade como ciência social tem sido influenciada por mudanças sociais, políticas e econômicas de forma desafiadora (FARONI et al. 2010). Cada vez mais, no mundo e no Brasil, a contabilidade deixa de ser apenas uma ferramenta fornecedora de informações tributárias para apuração e pagamento de impostos e passa a serem uma aliada da gestão ambiental das empresas, provendo informações relevantes nos mais diversos âmbitos. Ferreira (2000) contextualiza que a contabilidade também busca fornecer informações adequadas à mensuração dos eventos relacionados com o meio ambiente para uma avaliação mais aproximada do patrimônio real.

Por tudo exposto acima, busca-se no estudo de caso em duas empresas prestadoras de serviços contábeis, verificar qual relevância se dá a responsabilidade socioambiental nas empresas contábeis?

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1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Geral

Verificar qual relevância se dá a responsabilidade socioambiental em empresas contábeis, diante de maior sustentabilidade dos seus empreendimentos, colaborando na vida de seus clientes, funcionários e família.

1.2.2 Específicos

a) Análise de conteúdo, acerca do uso de ferramentas de educação ambiental que motivem os funcionários o uso de medidas baseadas na responsabilidade socioambiental.

b) Realizar visita técnica em entrevista para comprovação do grau de importância que as empresas do estudo dão a responsabilidade socioambiental dentro dos seus negócios.

1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

A contabilidade tem grande potencial em contribuir para a sociedade buscando solucionar seus problemas com seu potencial informativo de maneira geral, e dentro do campo do meio ambiente embasando tomada de decisões e demonstrando aos usuários da informação como a empresa atua em relação ao ambiente (FARONI et al., 2010).

Para Sanches (2018) enfoque da proteção ambiental desloca, então, a dimensão ambiental do âmbito da função de produção para se tornar parte da função da administração. Esse reposicionamento, enfim, determina uma nova relação empresa - meio ambiente na medida em que os fatores ambientais são incorporados nas metas, políticas e estratégias da empresa e a proteção ambiental passa a fazer parte de seus objetivos de negócios.

Cientificamente, com o levantamento dos artigos no Portal CAPES foi possível identificar existência de estudos a partir do ano de 2002 considerando os temas sustentabilidade, ISO 14001 e contabilidade. Entretanto, nos anos 2008 e 2010 não foram identificados artigos com relação direta sobre o assunto ou considerados como uma adesão alta as temáticas. Os resultados indicam que a literatura ainda se encontra abrandada e dados com vistas à sustentabilidade e contabilidade ainda precisam ser divulgados.

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Número de artigos encontrados no Portal da CAPES entre 2002 e 2014, considerando as temáticas de sustentabilidade – ISSO 14001 e Contabilidade.

Fonte: CORRÊA E TEIXERA, 2016.

O gráfico acima, ilustra a evolução das publicações de 2002 a 2014. Em termos científicos, Freitas et al. (2012) observaram que ao analisar as publicações das revistas na área de contabilidade, os trabalhos sobre a temática de contabilidade e sustentabilidade representaram apenas 4% dos artigos publicados. Os autores ainda contextualizam que a maioria dos artigos trata dos temas de aplicabilidade da responsabilidade socioambiental e evidenciação ambiental.

Buscando nas evidências de poucas publicações acerca da temática contabilidade e sustentabilidade entende-se, que essa pesquisa é de grande relevância para o espaço acadêmico-científico e para a área contábil, auxiliando os profissionais e empresas no gerenciamento sustentável e responsabilidade social corporativa RSC, colaborando com seus clientes e funcionários, ela é considerada, atualmente, uma das principais ferramentas de gestão de negócios, de ambientes e de pessoas, pois RSC contribui na saúde mental e qualidade de vida da comunidade envolvida. O conceito de responsabilidade social corporativa está diretamente ligado a esse posicionamento organizacional diante das necessidades sociais e do ecossistema ambiental.

A ISO 26000 (ABNT NBR ISO 26000, 2010), oficialmente publicada em 2010 e famosa como ‘norma da responsabilidade social’, trata das questões de RSC, funcionando como um guia para as empresas em relação a temas como direitos humanos, ética, prática de trabalho, meio ambiente, sustentabilidade, governança, entre outros. Nela, a Responsabilidade Social Corporativa é descrita como a responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento

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ético e transparente que: contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive à saúde e bem-estar da sociedade; leve em consideração as expectativas dos stakeholders; esteja conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com normas internacionais de comportamento; e esteja integrada em toda a organização e seja praticada em seus relacionamentos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A responsabilidade socioambiental na contabilidade é definida como um conjunto de informações que relatem adequadamente, em termos econômicos, as ações de uma entidade que modifiquem seu patrimônio e estabeleça conscientização ambiental através de medidas que educam ambientalmente. Ferreira (2003). Devido a crescente conscientização da importância das questões ambientais, temos observado muitas referências nos meios de comunicação sobre a educação ambiental.

O surgimento e desenvolvimento da educação ambiental como método de ensino no trabalho estão diretamente relacionados ao movimento ambientalista, pois é fruto da conscientização da problemática ambiental. A ecologia como ciência global trouxe a preocupação com os problemas ambientais, surgindo à necessidade de se educar no sentido de preservar o meio ambiente. Segundo informa Genebaldo Freire Dias (1992), a expressão

environmental education foi ouvida pela primeira vez em 1965, na Grã-Bretanha, por ocasião

da Conferência em Educação, realizada em Keele, aonde Segundo Dias (1992) chegou-se a conclusão de que a Educação Ambiental deveria se tornar parte essencial da educação de todos os cidadãos.

Posteriormente, em 1970, os Estados Unidos aprovaram a primeira lei sobre Educação Ambiental (EE Act), ainda segundo o citado autor (ob.cit. p.36). Mas, foi na Conferência da ONU sobre o Ambiente Humano (The United Nations Conference on the Human Environment) realizado de 5 a 16 de junho de 1972, em Estocolmo, Suécia, que surgiu em âmbito mundial a preocupação com os problemas ambientais, reconhecendo-se a necessidade do desenvolvimento de uma educação ambiental, recomendando-se o estabelecimento de programas de Educação Ambiental.

Dessa forma, surgiu a Educação Ambiental como uma nova ciência preocupada principalmente em apresentar soluções aos problemas ambientais mundiais. Já a importantíssima Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental realizada em Tbilisi, Geórgia, Rússia, de 14 a 26 de outubro de 1977, pela UNESCO, constituiu-se em marco histórico de constituiu-sedimentação dessa ciência, dela tirando-constituiu-se entre outras

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recomendações, que a Educação Ambiental é um método de formação eficaz de integracionistas, isto é, de estudiosos que tem enfoque multidisciplinar, os quais com esta formação holística servem como integradores entre os generalistas e especialistas, formando importante elo de iteração de várias ciências em prol do desenvolvimento Unesco (1997).

Já a Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem, aprovada na Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em Jomtien, Tailândia de 5 a 9 de março de 1990 reitera, entre seus objetivos, a necessidade de aprendizagem, respeito e o desenvolvimento da educação de todos na defesa da causa social e de proteção ao meio ambiente.

Na Conferência sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, (United Nation Conference

on Environment and Development –UNCED), realizada no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho

de 1992, a Rio-92, a Educação Ambiental foi incorporada definitivamente como processo indispensável no caminho do desenvolvimento sustentável preconizado no encontro através da Agenda 21, uma agenda de diretrizes para o século21. Nesta Conferência foram feitos vários documentos, destacando-se entre eles a Agenda 21 que consagra no Capítulo 36 "a promoção da educação, da consciência política e do treinamento", e apresenta um plano de ação para o desenvolvimento sustentável a ser adotado pelos países, a partir de uma nova perspectiva para a cooperação internacional (Dias, 1992).

Diante de uma década que promete ser de crucial importância para as ações de preservação do meio ambiente, a formação de cidadãos conscientes sobre a urgência do desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável deixou de ser uma questão acessória e se tornou uma necessidade. As escolas cada vez mais se voltam para as questões ambientais e inserem na grade curricular dos alunos temas relacionados ao uso apropriado dos recursos naturais. O amplo acesso à educação ambiental começa a tomar forma (Dias, 1992).

A responsabilidade socioambiental, não representa uma nova modalidade de contabilidade, mas um destaque dado para as informações contidas nos registros contábeis devidamente evidenciados. Um ambiente contábil eficiente é desenvolvido para atingir finalidades específicas, que podem estar relacionadas com o fornecimento de dados que podem abranger, dentre outros, os seguintes aspectos:

• A medição de danos ambientais;

• A estimação do impacto da adoção de ações voltadas para a sustentabilidade • Ambiental do negócio sobre a rentabilidade;

• A observância da legislação relativa ao meio ambiente e reduzir multas e encargos;

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• A identificação de métodos e procedimentos para o controle das operações que • Diminuam a emissão de resíduos;

• A geração de informações para a tomada de decisões e de planejamento.

A evolução recente da gestão ambiental tem ressaltado inúmeras inovações estruturais e funcionais voltadas para a percepção e monitoramento das externalidades decorrentes de cada um dos diversos segmentos de atividade econômica no sentido de estimular o desenvolvimento sustentável com a manutenção de padrões de desempenho semelhantes aos atuais.

Dentro deste contexto, TINOCO e KRAMER (2001) destacam que a responsabilidade socioambiental em conjunto com a contabilidade ambiental tem fornecido contribuições inovadoras no que se refere às informações contábeis em três vertentes principais, a saber:

• Definição de custos, despesas operacionais e passivos ambientais; • Formas de mensuração do passivo ambiental;

• Uso intensivo de notas explicativas e divulgação de relatórios ambientais; • Educação ambiental;

• Conscientização ambiental.

Qualquer abordagem adotada para ressaltar os elementos contábeis que estejam ligados a eventos que ocorram no âmbito interno que possam gerar impactos sobre o meio ambiente deve ser compatível com a estrutura organizacional, os procedimentos de evidenciação e mensuração contábil, as atividades produtivas, bem como a natureza das informações que a administração deseja.

Considerando a relevância da responsabilidade socioambiental em conjunto com a educação ambiental para as empresas, faz-se necessário caracterizar as perspectivas que os diversos usuários das informações geradas a partir da identificação, mensuração, classificação, registro, consolidação, e análise dos fatos contábeis possuem, bem como as maneiras pelas quais a contabilidade ambiental influencia a sua inserção no contexto da responsabilidade social corporativa.

Para Donaire (1999) a responsabilidade socioambiental é fundamentalmente, um conceito ético que envolve mudanças nas condições de bem-estar e está ligada às dimensões sociais das atividades produtivas e suas ligações com a qualidade de vida na sociedade. Dentro do significado da responsabilidade social corporativa, a responsabilidade socioambiental torna-se um instrumento formal apropriado pelo qual as empresas podem

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evidenciar sua contribuição sobre a melhoria das condições de vida da sociedade paralelamente à manutenção do desenvolvimento econômico.

Considerando o contexto contemporâneo, Tinoco e Kraemer (2008) afirmam que, dada a crescente degradação ambiental e desperdício, as empresas sentem-se obrigadas a incorporar a responsabilidade social aos objetivos tradicionais de obtenção de lucros, pois ambos estão relacionados ao bem-estar da população em sua integridade, Ferreira (2003) destaca que as informações obtidas a partir da responsabilidade socioambiental sejam contextualizadas em uma visão ambiental ampla, que possa considerar as práticas dos negócios em relação aos impactos ambientais existentes e potenciais sobre a natureza, criando assim estratégias de fomento a educação ambiental dos ambientes contábeis, através de sistemas de gestão ambiental como os programas ambientais dentro dos ambientes contábeis.

A preocupação com a crise ambiental fez com que surgisse a mobilização da sociedade, exigindo soluções e mudanças. Na década de 60, do séc. XX, a partir dos movimentos sociais, surgiu o movimento ecológico que começou a elaborar a proposta da educação ambiental como ferramenta de mudanças nas relações do homem com o ambiente. Sua proposta principal desta educação ambiental é a de estimular o surgimento de uma cultura de ligação entre natureza e sociedade, através da formação de uma atitude ecológica nas pessoas. Um dos seus fundamentos é a visão socioambiental e a responsabilidade socioambiental, que afirma que o meio ambiente é um espaço de relações, é um campo de interações culturais, sociais e naturais.

A crença de que é possível crescer de maneira sustentável e envolver toda a sua rede de relacionamento em práticas e condutas que contribuam para a construção de um mundo melhor é o cerne da implantação do Programa ambiental-educacional. A mesma convicção deve ser compartilhada por todas as empresas de contabilidade de Natal, do Brasil e do mundo contemporâneo – iniciativa desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de mobilizar a comunidade empresarial para a adoção de valores nas áreas de direitos humanos, relações de segurança e saúde no trabalho, meio ambiente e combate à corrupção Unesco (1997).

O Programa Ambiental tem como objetivo, aperfeiçoar os processos produtivos, reduzindo custos operacionais e de manutenção, aumentando a eficiência da produção, minimizando os impactos ambientais negativos onerosos, impedindo assim a geração de passivos ambientais e, principalmente, reconhecimento social e responsabilidade socioambiental. Esta conduta responsável exige significativos investimentos em sistemas de

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gestão e controle, porém que retornarão ao empreendedor através da valorização estratégica no mercado financeiro da respectiva instituição e ampliação de divisas TINOCO (2008).

As ações de um plano ambiental devem ser norteadas por alguns princípios: o primeiro deles é a busca por novos e diferenciados processos ambientais que, incorporados ao dia a dia dos ambientes contábeis e operações, que permitam à Empresa continuar a crescer utilizando menos recursos ambientais e eliminando desperdícios.

O segundo princípio se refere à dimensão das ações: elas devem ter abrangência global, de forma a estimular toda a rede de relacionamento da empresa a colaborar continuamente com a preservação do meio ambiente e bem-estar de todos os Stakeholders (envolvidos):

• gestores • colaboradores • familiares • comunidades • clientes • fornecedores

. Terceiro os projetos devem estar alinhados com o propósito de aprimoramento ambiental dos processos da rede, para que a mesma possa cumprir a legislação e obter as certificações ambientais correspondentes a sua área de negócios.

Por fim objetivar e acelerar a disseminação da cultura ambiental entre todos os associados, a Companhia deverá transformar o engajamento com causas ambientais em uma meta que poderá está atrelada aos bônus que compõem a remuneração variável dos associados ou propor outras propostas que motivem e estimulem estas novas práticas socioambientais.

O que almejamos com implantação dos princípios da Educação Ambiental?

• Sensibilização Ambiental: Processo de alerta, considerado como primeiro objetivo para alcançar o pensamento interdisciplinar, da educação ambiental, é a tentativa de entender e ser sensível as especificidades da corporação. • Compreensão Ambiental: conhecimento dos componentes e dos mecanismos

que regem o sistema natural.

• Responsabilidade Ambiental: Reconhecimento do ser humano como principal protagonista para determinar manutenção da corporação.

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• Cidadania Ambiental: capacidade de todos participarem ativamente, resgatando os direitos e promovendo uma nova ética capaz de conciliar a natureza e a sociedade.

Propostas de implantação de condutas, medidas e interações do Programa ambiental: a) Contas Eletrônicas - Visar diminuir o uso de toneladas de papel. É voltado aos clientes

de telefonia fixa, móvel, internet e TV. A adesão à conta eletrônica é recompensada com 50 minutos de conversação mensais extras creditados em conta. Se optar também pelo débito automático, o cliente recebe outros 50 minutos de bônus. Segundo a exemplar experiência da empresa Algar Telecom de Uberlândia-MG, em 2010, 100 mil contas foram convertidas – 16% delas ao longo do último ano. A ação resultou na economia de 1,2 toneladas de papel no ano.

b) Ecoponto - Trata-se de um ponto de coleta seletiva instalado no Centro Administrativo da Rede, destinado a receber os resíduos sólidos e dar destino adequado ao crescente volume de lixo eletrônico (pilhas, baterias, hardwares etc..), estes trazidos pelos os associados e membros da comunidade. Logo após a coleta, o destino final partirá para os processos de reciclagem, reuso e artesanatos (parcerias e articulação com cooperativas de Recicladores da comunidade, cooperativas de catadores e grupos de artesãos).

c) Dia Mundial Sem Carro - A ação acontece no dia 22 de setembro de 2012 com o objetivo de reduzir um dos maiores fatores de emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE) por parte das empresas, que é a mobilidade de seus associados, empregados e familiares. Unindo forças, todos da rede, que darão iniciam a uma nova postura ambiental.

d) Clubes da Carona - A emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) também é o foco deste programa permanente. O clube da carona uma série de clubes (cada qual com destino para uma região) compostos pelos associados que vão e voltam juntos do trabalho diariamente. No estacionamento do Centro Administrativo, uma área específica e deverá ser sinalizada e destinada aos participantes da campanha. A mobilidade dos associados é o segundo ofensor de emissões de GEE

e) Concursos Culturais Ambientais - ação destinada a jornalistas, escritores, universitários e blogueiros que ao longo do ano, escreveram, divulgaram ou postaram reportagens e trabalhos originais de caráter educativo sobre práticas de sustentabilidade ambiental.

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Os trabalhos inscritos sairão vencedores em quatro categorias: imprensa nacional, imprensa regional, universitária e mídias sociais. Amplamente divulgada pela imprensa, a iniciativa distribuirá prêmios.

f) Canais Verdes - A empresa disponibilizará a toda sociedade, canais de comunicação, informação e relacionamento ecológico tais como: um número de telefone ambiental, um site ambiental, um Blog ambiental.

Para inspirar as pessoas a adotarem atitudes sustentáveis, que possam mudar o futuro do planeta. Nesses veículos de interação ambiental comunidade poderá aprender princípios de educação ambiental, conscientização ambiental, poderá deixar sugestões, fazer denúncias e apresentar propostas de assuntos relacionados à sustentabilidade ambiental.

Semana de Eficiência Energética - Semana de Eficiência Energética (definida como políticas e ações coletivas que estimulem a economia de energia) buscará conjuntamente com todos os envolvidos no Programa, soluções e ações que venham a contribuir efetivamente com a economia energética da empresa.

As ações de eficiência energética podem ser intensificadas ao longo do ano. Novas tecnologias e atitudes simples como a programação para desligamento automático de monitores após 30 minutos sem uso permitem redução significativa no consumo total de energia.

Semana do Meio Ambiente – Propor uma semana de atividades didático-pedagógicas que estimulem os associados, empregados, familiares e a comunidade a atentarem para as necessidades de aprenderem novas reflexões e práticas sustentáveis. Isso tudo através das mais diversas manifestações artísticas e culturais do Rio Grande do Norte como: grupos de teatro, teatro de bonecos, circo, música, cinema e artes plásticas; que trabalhem com dicas e lições de conscientização e educação ambiental. O evento se realizará sob os conceitos da Influência Verde com o objetivo de fomentar o (marketing cultural ambiental da rede Paraíba de telecomunicações) ao final, serão produzidas múltiplas materiais de pesquisa e produção ambiental.

Programas Educacionais Ambientais Digitais – qualificação, Capacitação, treinamentos profissionais, para os associados, empregados, familiares e comunidade da rede Paraíba de telecomunicações. São ações internas e externas de educação ambiental, conscientização ambiental e cidadania que serão difundidas através de eco blogs, portais educacionais, web conferências; a proposta é oferecer estes treinamentos técnicos através da contemporânea modalidade de ensino à distância – EAD (está modalidade além de muito democrática e econômica oferece maior dinamismo as atividades e inclusão digital).

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Recuperação de Áreas Degradadas e Arborização Urbana - propor vivências e atividades ambientais lúdicas que façam despertar novos talentos entre os associados, empregados, familiares e na respectiva comunidade e oferecendo prêmios que os motivem. Todo novo talento da Empresa plantará uma árvore no Programa de Integração de Novos Talentos (PINT) que visa recuperar e manter espaços marginalizados e áreas degradadas (adoção de praças e espaços de convivência) os demais associados também ser motivados a fazer o mesmo, comprometendo-se com o crescimento das mudas. Iniciativas como esta têm ganhado cada vez mais adesão. A arborização é uma ação que contribui para as metas de redução e compensação de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

Hortas Comunitárias - Implantação de uma horta orgânica comunitária em área verde situada na sede da empresa, com o objetivo de desenvolver ações de educação ambiental, alimentação saudável, plantio em pequenos espaços e outras, junto aos funcionários da empresa, seus familiares e à comunidade próxima. (contemplando os debates e reflexões sobre responsabilidade social e ambiental).

Projetos cênico-paisagísticos ambientais - Revitalizar os jardins (mudas nativas) da sede da empresa, tornando-os uma área voltada à saúde, ao lazer, ao condicionamento físico e à educação ambiental, utilizando conceitos ambientalmente corretos. Com a implantação do projeto, serão instalados bancos e mesas de madeira certificadas no jardim; lixeiras para coleta seletiva de lixo; equipamentos para exercícios físicos e uma pista de caminhada. (saúde no trabalho).

Mais do que uma obrigação administrativa a implantação do Programa Ambiental, constitui um instrumento de regulação, orientação e conscientização da responsabilidade socioambiental de todos os agentes do processo, sendo empreendedor o agente gestor, que deve estar consciente do seu papel, adotando posturas pró ativas que propiciem benefícios sociais, com respeito ao meio ambiente DANSA (1998). Com seus projetos a Companhia contribuirá de fato para ampliar a conscientização da necessidade de cuidado com os aspectos ecológicos entre seus gestores, colaboradores, familiares e as comunidades em que atua. Tais ações não visam ganhos econômicos unicamente, mas sim conquistas amplas e perenes, ligadas à saúde e ao bem-estar de todos os envolvidos.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta é uma pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa e a estratégia nela utilizada foi um estudo de caso múltiplo, com uma pesquisa de campo a qual foi se constituída de uma entrevista, observação participante e análise de conteúdo junto a duas empresas de contabilidade, acerca da importância da responsabilidade social corporativa para as empresas de contabilidade. A entrevista foi realizada com os proprietários das duas empresas, tendo como base para esta pesquisa as empresas KIPHUS e CONTAF, no período de outubro a novembro de 2019. Na entrevista foi utilizada uma pergunta chave de forma aberta acerca da importância que os gestores dão em seus ambientes de trabalho para a responsabilidade socioambiental na era da sustentabilidade atual do mundo, as entrevistas tiveram em média de uma hora e meia, foram gravadas e partes das gravações transcritas. Além da entrevista, foi utilizado de observação participativa através de uma visita técnica nas empresas de contabilidade citadas anteriormente.

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4. RESULTADOS E ANÁLISES

4.1. CASO 1

Em busca dos resultados realizamos dois estudos de caso com o objetivo de entender o quanto as empresas do ramo estão preocupadas com as questões ambientais. Esses estudos de caso auxiliaram a entender a importância da educação ambiental dentro dos ambientes contábeis, pois se percebe através desse estudo de caso que estamos no processo inicial na cidade de Natal de medidas eficazes e efetivas no que tange a educação ambiental, conscientização e percepção nos ambientes contábeis.

O primeiro estudo de caso realizado foi na empresa Khipus Contabilidade, na zona sul de Natal. Através desse estudo de caso, foi feito um acompanhamento junto com o proprietário por meio de uma série de visitas técnicas, no qual Plínio Segundo de Almeida Neto, devidamente registrado no CRC-RN 011595/O-6 desde 2015, destaca que nos valores da empresa o ambiente contábil deve ser operacionalizado pela integridade, compromisso, ética, confiabilidade, reconhecimento humano e intelectual, dedicação, inovação, pontualidade, zelo profissional, qualidade, melhoria contínua e responsabilidade socioambiental. Porque o proprietário da Khipus Contabilidade relatou “que estimula a visão de ser empresa referência no segmento Contábil no Brasil, com profissionais capacitados e certificados, de forma sustentável com tecnologias modernas, objetivando garantir o fortalecimento e solidez de nossos clientes”. Outro ponto que conseguimos constatar através das visitas técnicas é que o proprietário está preocupado com as novas demandas profissionais do futuro deixando claro “que a preocupação com a responsabilidade socioambiental é uma chave importante para a evolução da contabilidade como um todo”, outro fator importante que ele destaca é “que a empresa se atenta em proporcionar as microempresas e pequenos empresários serviços de contabilidade, através da Internet com qualidade, rapidez, inteligência, confiabilidade, custos compatíveis aos seus negócios e eficiência ambiental”.

O ponto mais relevante das visitas é que Plínio adota um plano ambiental dentro da sua empresa contábil, onde esse plano ambiental, segundo Plínio, serve tanto para atender a educação ambiental dos funcionários dentro da empresa, como estender a educação ambiental para familiares, clientes e vizinhança, por meio de medidas utilizadas dentro de seu plano ambiental.

A primeira medida a ser destacada é a utilização de luzes de LED nas salas de trabalho, no qual se tem uma luz de LED para cada mesa de trabalho, assim, reduzindo os custos de energia e danos ao meio ambiente, aumentando a eficiência energética, além de

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trazer um ambiente mais saudável de trabalho para seus funcionários. Outro ponto a se ressaltar é a compra de eletroeletrônicos com certificados e boa eficiência energética: computadores, ar condicionado e impressoras.

A Khipus Contabilidade seguindo seu projeto de plano ambiental demonstra sua preocupação com as questões ligada à saúde, meio ambiente e segurança como, por exemplo, a qualidade do paisagismo da empresa, pois segundo o empresário contador é necessário à preocupação do ambiente como um todo da empresa, desde o jardim aos escritórios, trazendo maior saúde mental para seus funcionários e clientes, trazendo tranquilidade e sendo um ambiente convidativo para os negócios.

Algo importante observado é que a empresa possui um projeto de uma horta coletiva nos fundos de seu estabelecimento, onde funcionários, clientes e familiares participam da manutenção e dos cuidados de maneira integrada e participativa, inclusive tudo que é produzido na horta é utilizada na cozinha da empresa, pois a empresa também fornece serviços internos de alimentação saudável.

Já no ambiente interno podemos observar o uso de mobilhas projetado com madeiras de pinos de reflorestamento, mais um ponto que mostra a preocupação do mesmo com a questão da responsabilidade socioambiental e como uma empresa através dessas medidas sustentáveis consegue reeducar os seus stakeholders, pois os móveis além de respeitar critérios normativos ambientais são moveis pensados com criatividade e multifuncionalidade. O que fica claro para a pesquisa é que as ações ambientais em conjunto dentro da empresa Khipus faz com que o ambiente seja mais competitivo para os tempos atuais.

Ao analisar-se o ambiente interno se verifica que a Khipus Contabilidade segue dentro do seu plano ambiental práticas de âmbito estético e cultural, pois dentro do espaço também funciona uma galeria de arte que segundo o proprietário tem como objetivo promover educação, ciência e lazer, através da arte e da criatividade, além da interação com a comunidade estimulando a conscientização socioambiental, pois o empresário abre espaço na sua galeria para artistas preocupados com as questões de responsabilidade socioambientais, artistas que reutilizam e reciclam o próprio lixo do espaço para produzir suas obras.

Nas últimas declarações de Plínio, ele relata que essa preocupação toda começou por meio da redução de uso de papel do seu empreendimento, é porque muito além do que só reutilizar o papel, o mesmo foi em busca de novas tecnologias para minimizar os impactos e desperdícios, hoje ele utiliza certificado e assinatura digital, pois essas medidas trazem maior celeridade aos processos contábeis e administrativos, também desburocratizando processos no serviço contábil, tornando a empresa mais eficiente.

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4.2. CASO 2

O segundo estudo de caso foi realizado na empresa CONTAF - Contabilidade e Assistência Fiscal, localizada na Av. Prudente de Morais, nº 3151, no bairro de Lagoa Seca, na cidade de Natal, com mais de 30 anos prestando serviços contábeis a sociedade natalense. A empresa atualmente é administrada pelo contador Rogerio da Rocha Siqueira Paulo CRC-RN 3581 O6. Segundo o proprietário da empresa por estar muito tempo no mercado percebeu várias mudanças nos tempos atuais. Uma medida utilizada na empresa dele é a economia no uso de papel, através com certificação e assinatura digital, tão quanto o uso de rascunhos reutilizáveis, também foi relatado que ainda se utiliza copos descartáveis em sua empresa, por ele e seus três funcionários, em vez de copos reutilizáveis. Como no caso anterior que o proprietário da empresa KHIPUS Contabilidade alega que o uso dessas tecnologias auxilia na gestão da empresa, trazendo mais eficiência e celeridade no processo do serviço contábil. Diante das visitas técnicas observamos que não há preocupação explícita com maneiras mais sustentáveis, como o uso de lâmpadas LED, ou movelaria trabalhada com madeira de reflorestamento, ou cursos de educação ambiental, que assim conscientizem mais seus empregados, clientes e familiares. Mas o proprietário da CONTAF Contabilidade nos relatou a rapidez das mudanças no mercado, nas tecnologias e na sua demanda, demonstrando preocupação e nos deixando claro que já está em processo de planejamento para em breve implementar algumas medidas mais sustentáveis.

Os dados revelaram, após a realização da análise, que as duas empresas se preocupam com a importância da responsabilidade socioambiental na era atual da sustentabilidade. Porém a empresa mais nova utiliza de planos ambientais mais incisivos, enquanto a outra empresa mais madura no mercado, com mais de 30 anos de atuação, adota planos ambientais menos relevante para os benefícios do seu negócio e da sociedade. Ainda constamos que um plano ambiental usado de forma efetiva, contribui não somente para os ambientes contábeis, mas também para a sustentabilidade da sociedade em geral.

Com o crescimento exagerado da degradação do meio ambiente podemos afirmar que “as empresas se sentem obrigadas a incorporar aos objetivos de obtenção de lucros a responsabilidade social, visto que a continuidade, como um todo, e a referida responsabilidade abrangem o bem-estar da população e sua integridade” (TINOCO; KRAEMER, 2008, p.29).

Por isso, é necessário reforçar a discussão acerca da importância das práticas das ações de responsabilidade socioambiental. Observa-se um atraso em relação as empresas mais antigas

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e também da sociedade em adotar medidas voltadas a promoção da responsabilidade socioambiental (TINOCO; KRAEMER, 2008).

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa parte do pressuposto que a relação sustentabilidade e contabilidade enquanto estudo é recente

Entretanto, através da leitura desses dois casos conseguimos identificar de maneira qualitativa pontos muito importantes que tenham o objetivo de contribuir com essa área do conhecimento, ainda nova no Brasil. Sendo assim, através dos dois estudos de caso identificamos um avanço no que tange as preocupações com a responsabilidade socioambiental nos ambientes contábeis de Natal. Por mais que a empresa CONTAF, não tenha estratégias e tecnologias mais avançadas, como um plano ambiental, a empresa CONTAF está preocupada com as mudanças no mundo do trabalho e entende a necessidade urgente de reinvenção de alguns processos de gestão mais conectados com a sustentabilidade, a responsabilidade socioambiental e a educação ambiental.

O estudo de caso na empresa KHIPUS conseguiu comprovar que há preocupação com responsabilidade socioambiental de uma forma mais articulada e organizada, por meio de uso de normas e legislações ambientais, envolvimento profundo dos stakeholders, isso mostra que as empresas de contabilidade em Natal passam por mudanças na forma de administrar seus ambientes agregando tecnologia com sustentabilidade, de maneira conclusiva um ponto importante é entender que por mais que a empresa CONTAF esteja a mais de 30 anos no mercado e nós achássemos que ela já seria mais avançada no quesito dessa pesquisa ela auxilia nossa hipótese mostrando que uma empresa jovem no mercado pode adotar desde o início medidas mais preocupadas com responsabilidade socioambiental, não só com seus clientes e funcionários, mas com toda a comunidade envolvida. Esta informação fez entender que a empresa mais jovem absorve melhor as mudanças exigidas pelo mercado, devido a seus processos serem novos e mais adaptados,

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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