«‹fl‹‹«~D .I ~ ff* :av MI*¢
uN|vERs|DADE
FEDERAL DE
SANTA
CATARINA
cENTRo
DE
c|ÊNc|As
AGRÁRIAS
cuRso
DE
AGRoNoM|A
ORIENTADOR:
APARECIDO
LIMA
DA
SILVA
CO-ORIENTADOR:
MARCELO BORGHEZAN
SUPERVISOR:
GIANFRANCO
PERAZZOLO
EsT|MA"T|vAvALE
-PRoDüçÃo~›DE
iFE«RENTEs
-× _ . , V ` '_. ' â . -~--¬z- .› z\ ' . 1 I - M “L “' 'Í g _ Y. .<\ ,, _ aê '. .A «_ ._~._ ,¡:.=. ._\.‹ . .
E
vARV|EDADEsA
DE
PER¿E|¿RA
EyRoPÉ|AšI?A‹EPART|R
DA
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coNTAGEM;D¡EDTe~ÉM*As
|=LoRíi=ERÃs.
AoL|vÉR|o
FABRE
DE
LIMA
/íyâéâ
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SANTA
CATARINA
cENTRo
DE
ciÊNciAs
AGRÁRiAs
cuRso
DE
AGRoNo|viiA
nr
ESTIMATIVA
DE
PRODUÇAO
PARA
DIFERENTES
vAR|EDADEs DE
PERE|RA
EuRoPEiA,
A
PARTiR
DA
coNTAGEM
DE
GE|v|As |=LoRí|=ERAs
' z
, .
OLIVERIO
FABRE
DE
'LLIMA
I . '.
Monografia» apresentada
como
requisito parcial para aobtenção de
graude
Engenheiro Agrônomo, no Curso de
Agronomia,
Centrode
Ciências Agrárias, Universidade Federalde
Santa
CatarinaEsT||v|AT|vA
DE
PRoDuçAo PARA
D||=ERENTEs
vAR|EDADEs
DE
PERE|RA
EuRoPE|A,
A
PART|R
DA
coNTAGE|v|
DE
GEMAS
|=|_oRi|=ERAs
oL|vER|o
FABRE
DE
|_||v|ATERMO
DE
APROVAÇAO
Monografia
aprovada
como
requisito parcial para aobtenção de
graude
Engenheiro Agrônomo, no Curso de
Agronomia, Centrode
Ciências Agrárias,Universidade Federal
de Santa
Catarina.BANCA
EXAMINADORA:
MARCELO BORGHEZAN
Prof.
Departamento
de
Fitotecnia,CCA/UFSC
MIGUEL
PEDRO
GUERRA
Prof.
Departamento
de
Fitotecnia,CCA/UFSC
GIANFRANCO PERAZZOLO
Engenheiro
Agrônomo
AGRADECIMENTOS
Agradeço
primeiramentea
Deus
pela oportunidade amim
concedida de
poder
cursar oCurso
Superiorde
Agronomia
na
Universidade Federalde Santa
Catarina,
uma
das mais
importantes instituições públicasde
ensinode
qualidade deste País.Agradeço
em
especialao
meu
pai OlivérioJosé
de
Lima, juntamentecom
minha
mãe
Maria SaleteFabre
de
Lima,onde sempre
me
apoiaram
eincentivaram para
que
eu
pudesse
concluir este curso.Agradeço,
especialmente aminha
namorada
Giselee minha
irmãDayana
pela paciência, confiança,
amor
a
mim
dedicada
durante esta etapada
minha
vida.Agradeço,
ao
meu
primo Darlon,onde
se mostrou
disposto,quando
preciseide
sua
ajuda.Agradeço
ameu
irmão Alon pelo incentivo e apoio duranteo
cursode
graduação. «
Ao meu
mestre, professor eamigo
AparecidoLima
da
Silva,que
pormais
destes cinco
anos
orientou-mee
incentivou-merepassando-me seus
conhecimentos e
sabedoria. Aproveito para agradecertambém
aos demais
professores pelosconhecimentos
que
me
forneceram
durante o decorrerdo
cursode
Agronomia. Agradeço
em
especialao
antigoamigo
e
coleganos
tempos
de
graduação, eagora
professordo
CCA/UFSC,
MarceloBorghezan
por aceitarcom
prazer o papelde
sermeu
co-orientador.Agradeço
também
a oportunidadeque
aempresa
FRUTIROL
AGRÍCOLA
LTDA.,
em
especialao
Sr. Lorenz Clementi ,onde concedeu-me de
realizar esteestágio
de
conclusãode
curso.Agradeço
em
especial,meu
orientadorEng°
Agrônomo
Gianfranco Perazzolo,onde
me
acompanhou
e incentivou durante arealização
dos
trabalhos realizados.Não
poderia deixarde
agradecerao
Sr. LuizCarlos Ribeiro
Guedes,
Gabriel Soldatelli Paim,Alessandro
Luiz RodriguesNeri.Também
queria frizara
considerávelamizade
perante todos,onde
sena r
“IDENTIFICAÇAO
DO
ESTAGIARIO”
Nome
do
estagiário:
OlivérioFabre
de
Lima
Área
do
estágio:
FruticulturaLinha
de
Pesquisa:
Cultura
da
Pereira
Empresa
: FrutirolAgrícola
Ltda.Endereço:
Estrada
da
Macena -
7°
DistritoSocorro
- Fazenda
São
Luiz
-
Cep:95.200.000
-
Vacaria-RS.
Supervisor
do
Estágio:
Eng°.
Agr° Gianfranco Perazzolo
Orientador:
Aparecido
Lima da
Silva.1.
LISTA
DE
FIGURAS
--- -- 2.LISTA
DE
TABELAS
--- -- 3.|NTRoDuçAo
--- -- 4. os.:Envos
--- -- 5.REv|sAo B|BuoeRA|=|cA
--- -- 6.|v|ATER|AL
E |v|ÉToDos
--- -- 7.RESULTADOS
E
DISCUSSAO-
8.CONCLUSAO
--- --9.coNs|DERAÇoEs
|=|NA|s --- --1o.
RE|=ERÊNc|As
B|BL|oGRÁ|=|cAs
--- --11.
ANEXOS
--- --1.
Lista
de
Figuras
Figura 01- Estimativa
de
produção
para a variedadede
pereiraWi|iiam's____
29
Figura 02-Estimativa
de produção
para a variedadede
pereiraPackham's
Triumph
30
Figura 03- Estimativa
de
produção
para a variedadede
pereira C|app'sFavourite 31
Figura 04- Estimativa
de produção
para a variedadede
pereira Carrick32
Figura 05- Estimativade produção
para a variedadede
pereiraConference___ 32
Figura 06- Estimativade produção
paraa
variedadede
pereiraAbate
Fetel33
2.
Lista
de
Tabelas
Tabela
01 -Composição
dos
pomares de
pereiracom
cultivares produtoras, erespectivas polinizadoras, para regiões
com
altitudeacima
de
1.200m
16
Tabela
02
-Peso
médio
do
frutoem
gramas
para diferentes variedadesde
pereiras européias
23
Tabela
03
-Médias
de
diâmetro, áreade
secção do
troncoe
número
de
gemas
florais por planta
nas
diferentes variedades/copade
pereira européia24
Tabela
04
-Número
médio
de
gemas
florais por planta para diversas variedadesde
pereira européia26
Tabela
05
-Número
médio de
gemas
florais por plantaem
diferentesespaçamentos
27
Tabela 06
-Número
médio
de
gemas
florais por plantaem
diferentes porta-enxertos
28
Tabela
07
-
Análisede
alturamédia
em
metrosdas
diferentes variedadesde
pereiras,em
seus
respectivos porta-enxertos eespaçamentos
28
Tabela
08
-Dados do
períodode
início, plenae
finalda
floração,noano de
2003,3.
INTRODUÇAO
O
cultivode
fruteirasde
climatemperado no
Brasil se concentranos
Estados da Região
Sul,onde
as
condições climáticas, principalmentede
friono
inverno,
permitem
um
desenvolvimento satisfatóriodas
plantas.O
Brasil êum
dos
três maiores produtores mundiaisde
frutas,com uma
produção
que
supera os
34
milhõesde
toneladas.A
base
agrícolada
cadeiaprodutiva
das
frutasabrange
2,2 milhõesde
hectares, gera4
milhõesde
empregos
diretose
um
PIB agrícolade
US$
11 bilhões. Este setordemanda
mão-
de-obra intensiva
e
qualificada, fixando ohomem
no campo,
pois permiteuma
vidadigna
de
uma
família dentrode pequenas
propriedadese
também
nos grandes
projetos. Possibilita alcançarum
faturamento brutode
R$
1.000a
R$
20.000
porhectare.
Além
disso, paracada
10.000 dólares investidosna
fruticultura,geram-se
3
empregos
diretospermanentes
e doisempregos
indiretos.Desta
forma, 2,2milhões hectares
com
frutasno
Brasil significam4
milhõesde
empregos
diretos (2a
5 pessoas
por hectare).A
pêraê
uma
das
frutasde
climatemperado mais dependente de
importações.
O
Brasil gastaem
média acima de
US$23
milhõesde
dólares/anona
importaçãode
frutas frescas,além de
outros gastos elevados para adquirir frutassecas,
compotas
esuco
de
pêra.Apenas
em
2002,o
Brasil importou 92,47 mil toneladasde
pêra, oque
corresponde
a
uma
evasão
de
US$
34,75 milhõesde
divisas nacionais. Jáno ano
anterior (2001),a
importação foide
117,64 mil toneladasde
pêra,correspondendo
auma
evasão
de
US$49,51
milhõesde
divisas.O
Brasil exportou 3 toneladasde
pêra
em
2001
eem
2002
exportou 5,2 toneladasde
pêra, considerando valoresComparativo
da
importação brasileirade
pêra:Jan
aDezembro
l
Jan a
Dezembro
2001 2001 2002 2002
US$(0O0) ton US$(0OO) ton
49.518,02 117.648,68 34.755,78 92.472,87
Fonte:
DATAFRUTA/IBRAF
Comparativo
da
exportação brasileirade
pêra:Jan
aDezembro
Jan aDezembro
2001 2001 2002 2002 US$(0OO) ton US$(0O0) ton
4 3
|
11 5,212
Fonte:
DATAFRUTA/IBRAF
No
entanto,há
anecessidade
de
solucionar oproblema
de
porta-enxertos ea
adoção de
técnicasadequadas
de
cultivo,com
os quais certamente ocorrerá aexpansão
da
culturano
Estado.Os
cultivares/copas existentesatendem
tantoaos
fruticultores devido à produtividade e rusticidade,
como
aos consumidores
pelaqualidade
das
frutas.A
região fisiográfica conhecidacomo
“SerraGaúcha” abrange
uma
áreade
aproximadamente
20%
do
territóriodo Estado do
RioGrande
do
Sule
caracteriza- se por serum
importante pólo frutícola(HOFFMAMNN,
2002).Segundo
esteautor, esta região
é
bastante ampla,com
variação climática, viabilizando aproduçao de
várias espécies e cultivaresde
frutas.4.
OBJETIVOS
4.1 - Geral:
Adquirir
conhecimentos
técnico.-científicosem
fruticulturade
climatemperado, visando análise
das
cultivaresde
pereirasmais adaptadas
à regiãoSul
do
Brasil, analisando a relação porta-enxerto/copa (adaptaçãolafinidadelprodução).
4.2 -
Especificos:
>
Avaliar as cultivaresde
pereirasmais adaptadas
à região Suldo
Brasil;>
Avaliar relação entre porta-enxerto/copa para diferentes variedadesde
pêras européias;>
Estabelecerum
índiceprecoce
para estimarprodução de
diferentes variedadesde
pereiras atravésda
contagem de
gemas
florais;5.
REVISÃO BIBLIOGRAFICA
~ 1
ORIGEM
E
DISTRIBUIÇAO
GEOGRAFICA
A
pereira é origináriado
Hemisfério Nortedo
velhomundo.
O
primeirogrupo de
espécies é oriundoda
Europa, Áfricado
Norte e ÁsiaMenor
(pereiras européias) eo
outro grupoé
provenienteda
Ásia (pereiras asiáticasou
orientais)(CASTRO &
KLUGE,2003).
Segundo
FIDEGHELLI
&
MONASTRA
(1982), a espéciePyrus
communis
é encontradoespontaneamente
em
toda a áreaMediterrânea.
A
pereirado
tipo européia já era cultivadana
Grécia a cercade 300
a.C.Na
América
do
Norte,os
franceses e ingleses introduziram a culturaem
locais favoráveis.Mais
especificamentena
Califórnia, padres franciscanosintroduziram a pereira européia
em
1700
e,mais
tarde, mineiros chinesesintroduziram
nos Estados Unidos
algumas
espéciesde
pereiras asiáticas.Na
Áfricae
na
Oceania, os dois principais produtoressão a
Áfricado
Sule
a
Austrália, respectivamente.A
Argentinae o
Chilesão os
dois principais produtoresda América do
Sul(CASTRO
& KLUGE,
2003).No
Brasil, praticamente toda a pêraconsumida é
provenientede
importaçãoe o cultivo
em
escala comercialvem
seexpandindo
lentamentenos
últimos anos,utilizando,
em
parte, a tecnologia e a infra-estrutura desenvolvidas para amacieira. Atualmente, os principais
Estados
produtoressão Santa
Catarina, RioGrande
do
Sul, Paraná,São
Paulo eMinas
Gerais.A
pereira asiática,compreendendo
as
cultivares Hossui, Kossui, SéculoXX
e Okusankichi, apresentamaiores perspectivas
de
expansão, devido àmenor
exigência e frio e maiorcapacidade de adaptação
às condições brasileiras.Quanto
à pereira européia,que compreende
cultivarescomo
Packham's
Triumph,Red
Bartlette
William's,é
mais
exigenteem
frio,sendo
seu
cultivo restritoa
áreascom
maior disponibilidadeBartlett
e Packham's Triumph são
plantadasem
pequenas
áreasem
regiõesde
clima
mais
friodo
suldo
Brasil, principalmenteem
São
Joaquim-SC, e Vacaria-RS
(FACHINELLO,
1998;FAORO,
1999).cLAss||=|cAÇÃo
BoTÃNicA
A
pereira pertence à divisãoAngiospermae,
classe Dicotyledonae,ordem
Rosales
(JOLY,1976), familiaRosaceae
(SOUZA
&
RASEIRA,
1998),que
estádividida
em
quatro subfamílias:Amygdaloideae,
Maloideae,Rosoideae
eSpiraeoideae.
Provavelmente
a subfamiliaMaloideae é
oriundade
um
alopoliplóide,
ou
seja,de
plantasque
resultamda
uniãode
genomas
de
diferentes origens, entreduas
formas primitivase
que
possuíam
onúmero
básicode
oito enove cromossomos,
que
se acreditaserem
Spiraeoideae (x=9) eAmygdaloideae
(x=8)(WESHNOOD,
1978;PHIPPS
et al., 1991).O
gênero
Pyrus apresenta muitas espécies,das
quais partetem
importância comercial, seja
como
porta-enxertosou
como
cultivares-copa(produtoras).
A
maioriadas
espéciesé
origináriada
Ásiae
Europa.KISHIMOTO
(1982) citaque os
cultivaresde
pereirapodem
ser divididosem
trêsgrupos
principais: pereiras
japonesas
(Pyrus serotina Rehd.), pereiras chinesas (Pyruaussuriensís Maxim.)
e
pereiras européias (Pyrusoommunis
L.). Entretanto, aclassificação
mais
comum
distingueas
pereirasem
européias (Puruscommunis)
e asiáticas (Pyrus pyrífolia).Pyrus
pyrifolia foi a primeira espécie a serdomesticada
(LOMBARD
&
WEST\NOOD,
1987).ANATOMIA
E
MORFOLOGIA
A
pereira européia possuiramos
com
gemas
vegetativas e/ou floríferas,estando
distribuídas lateralou
terminalmente(COUTANCEAU,
1977).As
gemas
florais
podem
serformadas
terminalmente sobre esporões, terminalou
As
floressão
brancas,algumas vezes
rosadas, hermafroditas, isoladas ou,mais
comumente
agrupadas
em
corimbo,composto
de
5a
7 flores individuais.O
cálice é
composto
de
5 sépalas persistentese a
corolaé
dialipétala.Os
estames
são
em
número de 20
a30
agrupados, pelabase dos seus
filamentos,em
grupos
de
2a
10estames
cada.As
anterassão
de
cor avermelhada.O
ovário é inferoe
tem
dois Ióculos,cada
um
encerrando
dois óvulos(LAYNE
&
QUAMME,
1975;D'ESCLAPON &
BALLOT,
1976).O
vigore
a profundidadedo
sistema radicular variamconforme o
porta- enxertoe
as condiçõesdo
solo. Entretanto,em
nível comercial,o
hábito, o vigor ea
alturada copa
dependem
da
cultivar eda combinação
enxerto/porta-enxerto,mesmo
que,de
modo
geral,a
pereira tenda a terum
crescimento vertical intenso,com
um
crescimentomais
vigorosonos
ramos
superioresdo que
nos
inferiores.O
tronco apresentacasca
acinzentada,com
placas lenticulares.Os
ramos
apresentam-se
inicialmente verdes,passando
parauma
coloração cinza-violácea,com
numerosas
Ienticelascom
o avanço
de
crescimento.As
folhassão
ovais,finamente
dentadas
ou
inteiras, coriáceas, glabasou
raramente tomentosas, brilhantesna epiderme
superior(CASTRO
& KLUGE,
2003).A
maioriadas
cultivaresde
pereirassão
auto-incompatíveis(incompatibilidade gametofitica),
mas
diversassão
parcialmente auto-férteis,desenvolvendo
frutossem
sementes quando
autofecundados, caracterizando ofenômeno de
partenocarpia estimulativa.Mesmo
nestas cultivares, a polinizaçãocruzada
aumenta
a
efetiva frutificação e a qualidadedas sementes nos
frutos.Todas
as
espéciessão
diplóides (x = 17,2n
= 34),embora
existam cultivarestriplóides, tetraplóides e hexaplóides.
Cruzamentos
interespecíficosocorrem
com
relativa facilidade
(CHVREAU
&
SKIVIN, 1992).PRoPAGAÇÃo
Devido
a alta heterozigose, apropagação
da
pereira porsementes
acarretagrande
variabilidade genéticanos
descendentes.Em
nível comercial, apropagação
da
pereiraé
realizada principalmente atravésde
enxertia.Os
principais porta-enxertos utilizados
são
pertencentesaos gêneros Pyrus
e Cydonia, incluindo P.communis,
P. cal/eryana e P. betulaefolia,bem
como
clonesde
marmeleiros (Cydonia oblonga) e plântulasde
pereirase
marmeleiro.Os
porta-enxertos-clonais
são
multiplicados, principalmente atravésde
estaquia (estacas caulinares Ienhosas esemilenhosas ou
estacasde
raiz) e mergulhiade
cepa.No
caso
do uso de
estacas Ienhosas, a aplicaçãode
ácido indolbitílico (IBA) porimersão rápida (5
segundos)
em
concentrações entre2000
a
3000
mg.L'1 proporciona osmelhores
resultados.A
propagação do
cultivar-copa por enxertia é efetuada atravésde garfagem
de
dupla fendaou
inglês complicado.Também
pode
ser utilizada a borbulhiaou
a enxertiade
placa.A
micropropagação, tantodo
porta-enxeto
quanto
diretamentedo
cultivar-copa,também
pode
ser utilizada.Entre as principais dificuldades relacionadas
com
a propagação, está aincompatibilidade entre enxerto
e
porta-enxerto-
alguns cultivarescomo
Bartlett,Beurré
Bosc
e
Clapp's Favorite, enxertadas sobre marmeleiro,desenvolvem
uma
linha
marrom
na
regiãoda
enxetia, característicade
incompatibilidade.De
maneira
geral, pereiras asiáticas
apresentam
alta incompatibilidadecom
o marmeleiro, seeste é utilizado
como
porta-enxerto. Istopode
ser contornado utilizandocombinações
compatíveisou
interenxertos(CASTRO &
KLUGE,
2003).Os
institutosde
pesquisaeuropeus
tem conseguido
seleçõesde
marmeleiros
com
características ananizantes paraa
pereira. Estas seleçõessão
principalmente
de
dois grupos:Anger
e Provence.O
grupo
Anger
possui folhasverde-amarelas
no
inícioda
primavera, apresenta ramificações finas e folhaspouco
pubescentes,sendo
suscetíveis aentomosporiose (Entomosporíum
maculatum),
uma
das
principaisdoenças da
pereira.O
grupo
Provence
possui folhas verde-intensono
inícioda
primavera.As
folhase
as pontasdos
galhos,finos
e
vigorosos,são
muito pubescentes..O grupoProvence
quando comparadas
às
do
grupo
Anger,são
em
geral,mais
vigorosas,compactas e
eretas.São
ainda,resistentes à
entomosporiose (Entomosporíum maculatum)
(LEITE, 1992).Algumas
seleçõesde
marmeleirosmais
utilizadoscomo
porta-enxertos-Marmeleiro
Adam's
= selecionado atravésda população de marmelos
Anger
desenvolvidasna
Bélgica(BRUNO
& DONATELLA,
2003).-Marmeleiro
EMC
= selecionado atravésda população de
marmelos Angers
desenvolvidasna Estação
Experimentalde
East Malling, Inglaterra(LOMBARD
&
WESTOOD,
1989).-Marmeleiro
BA29
= selecionado atravésda população de marmelos
Provence na
Estação ExperimentalINRA
na França
(BRUNO
& DONATELLA,
2003)
á
O
porta-enxertoem
pereirapode
ocasionaruma
variaçãode
5 a130%
no
vigor
da
plantaem
relaçãoao
vipordo
pé-franco, oque
permite determinar adensidade
adequada
paracada combinação
enxertolporta-enxerto.O
porta-enxerto influencia o vigor, nutrição, tolerância
ao
declínio,ancoragem,
compatibilidade, ocorrência
de
distúrbios fisiológicos, precocidade eprodução
cultivar-copa, entre outros efeitos(LOMBARD
&
WEST\NOOD,
1987).Ei=E|To
DE
FATORES
Ecoi.ÓG|cos
De
acordo
com
NAKASU
&
LEITE
(1989), climassecos
com
invernos friose
soma
de
calorno
verãosão
adequados
para o cultivode
pereiras.Embora
diversos fatores
atuando
em
conjuntopossam
influenciar o crescimento,desenvolvimento e a frutificação
da
pereira, os fatores ecológicosde
maiorimportância
são
a temperatura e aumidade
do
ar edo
solo.A
luminosidadetambém
pode
se tornarum
fator limitante àprodução
e à qualidadedos
frutos.-
TEMPERATURA
A
pereira éuma
espécie frutíferade
climatemperado
e exigeuma
determinada
quantidadede
frio hibernal para aquebra
da dormência das
gemas
e paraque
todo ometabolismo da
planta se processe normalmente.A
exigênciaem
frio
de
pereira é variávelconforme
a espécie, a cultivar e a localizaçãoda
gema
no
ramo.As
pereiras européiasexigem
entre900
a1000
horasde
frio abaixode
7,2°C. Pereiras asiáticas e híbridas
exigem
menor
quantidadede
frio (300a
800
horas abaixo
de
7,2°C).A
temperatura durante a primavera afetana
qualidadedos
frutos,
sendo que
temperaturasmais
elevadas duranteesse
períodofavorecem
aqualidade.
As
pêras asiáticassão
menos
resistentesao
friodo
que
as
européias.Temperaturas
do
ar outonaismais
elevadassão
capazes de
prolongar adormência
em
algumas
cultivares(CASTRO &
KLUGE,
2003).As
variaçõesde
temperatura 'do solo
parecem não
provocaros
mesmos
efeitos(ATKINSON
&
LUCAS,
1996). Altas temperaturas durantea formação do
frutotambém
favorecem
a síntesede
antocianinasda
epiderme,melhorando a
coloraçãodo
fruto
(DUSSI
et al., 1995).-
UMIDADE
TESKEY &
SHOEMAKER
(1978) citamque
quando
as
precipitações anuaissão
inferioresa
290
mm,
a
irrigaçãoé
essencial. Precipitações anuais entre630
a
900
mm
podem
requerer irrigação suplementar para assegurarboa
produção,com
frutosde
qualidade.A
distribuiçãodas chuvas
émais
importantedo
que
o totalprecipitado.
Os
períodosde
maior exigênciaem
água
ocorrem
durantea
brotação,a floração
e
no
períodode
desenvolvimentodo
fruto,mais
especificamente no
finaldo
ciclode
crescimentodo
mesmo.
BEHBOUDlAN
&
LAWES
(1994)observaram
que
o déficit hídrico induzidono
finaldo
desenvolvimentodo
frutonão
teve efeitosignificativo sobre
a
qualidade,mas
reduziuo peso
finaldo
frutoem
relaçãoao
controle.
-
LUZ
A
luminosidadepode
tornar-seum
fator limitante especialmenteem
duas
condições:em
plantascom
alto vigor, cujo dosseltoma-se extremamente fechado
à
entradada
radiação,e
em
casos
de
altadensidade de
plantio.Nos
cultivaresBartlett
e
Anjou, foiobservado
que
o
tamanho do
fruto, a concentraçãode
sólidosquantidade
de
luz incidente sobreos esporões
(KAPPEL
&
NEILSEN,
1994).DUSSI
et al. (1995) atestaramuma
tendênciade
aumento
no
teorde
antocianinasquando
os
frutossão
expostos acomprimentos
de
onda
superioresa
650
mm.
-
SOLOS
E
NuTR|ÇÃo
A
manifestaçãodo
potencialde
produção de
pereiradepende da
interaçãodos
fatores genéticos e ambientais.Além de
condições climáticas favoráveis,as
condiçõesde
solosão
importantes por influíremno
custodo
investimento erefletirem
na
produtividadedo
pomar.As
propriedades fisicas, químicas ebiológicas
do
solo interferemna
respostada
cultura(BASSO &
SUZUKI,
2001).Os
melhores
solos parao
cultivoda
pereirasão
solos profundos,de
texturamédia,
bem
drenados, férteise
facilmente mecanizáveis,mas
o cultivopode
sedar
em
uma
ampla
gama
de
solos, poisos
porta-enxertos diferem bastantequanto
à sua
tolerância a condiçõesadversas
(CASTRO
&
KLUGE,
2003).~ 1
RELAÇOES
HIDRICAS
A
pereirae
o marmeleirosão
consideradas espécies bastante tolerantes às condiçõesde
encharcamento do
solo.ANDERSEN
et al. (1984),mantendo
plantasde
diversos cultivaresde
Pyrus
sp.e Cydonia oblonga
em
vasos
com
lâminade
água de
5
a10
cm
durante20
meses
ou
mais, elaboraram a seguinteordem
decrescente
de
tolerância: C.oblonga
> P. betu/aefolia > P. calleryana >marmeleiro 'BA-29' > pereira
OH
xF97
=
P. pyrifolia=
P. ussuriensis.nz ~
PRODUÇAO
E
DISTRIBUIÇAO
DE
ASSIMILADOS
De
acordo
com
CEULEMANS
&
SAUGIER
(1991),a capacidade
fotossintética
da
pereira estáao
redorde 13 a
18 pmol.m`2.s'1 (valorque
se
refereà
máxima
capacidade
de
trocade
COz
em
saturaçãode
luzà 20-25°C
e330
ppm
de
20-25°C,é
de
0,6 umol.m'2.s".Para
uma
adequada
nutriçãodos
frutos,é
aconselhável manter-se
uma
relação folha/fruto entre30
a
40
(NAKASU &
LEITE,1989).
O
sorbitol é o principal fotoassimilado produzidoe
translocadoem
muitasespécies
da
familiaRosaceae,
dentre as quais a pereirae
pode
constituir60
a90%
dos
carboidratos solúveisarmazenados
e translocados apartirdas
folhas(DICKSON,
1991).CRESCIMENTO
E
DESENVOLVIMENTO
Segundo
D'ESCLAPON & BALLOT
(1976),as
gemas
da
pereirapodem
serclassificadas
em
1a)
gemas
de
lenho, situadasna
inserçãode
cada
folha, constituídas porescamas que
protegem a
gema
propriamente dita,podendo
ser classificadasem
lateral, axilar
ou
terminal;b)
gemas
estipulares,que
são
gemas
minúsculas, situadasde
cada
ladoda
gema
de
lenho, cuja brotaçãoé
induzidaquando
a
gema
de
lenhoé
danificada,originando, via
de
regra brotaçãode
pouco
vigore
tardia;c)
gemas
latentes, geralmente localizadasna base dos
ramos
frutiferos,mantém-se
latentes porreceberam
quantidades insuficientesde
fotoassimilados,podendo
brotarquando
a
seivaé
direcionada para elas;d)
gemas
adventícias,formadas
sobre lenho velho (ondenão
há
folhas) eformam-se
devido aalguma
injúriaou
em
algum
localque
passa a
recebergrande
fluxode
fotoassimilados.As
gemas
estipularespodem
dar origema dardos ou
outrosramos
de
pouco
vigor, especialmentese
os frutoscaem
prematuramente. Estesdardos
darão
origem a flores.A
partirde
gemas
vegetativasnas
axilasdas
folhas,podem
serformadas
brotações axilares próximo
ao
finalda
estaçãode
crescimento.De
uma
mesma
gema,
podem
ser emitidasuma
ou duas
brotaçõesdenominadas
“bolsas”,que
maioria
das
brotações, origina-se brotações muitopequenas,
exigindoa
intervenção pela poda.
A
poda
é
um
prática requerida anualmente, pararenovação das
estruturasprodutivas, para facilitar
a
realizaçãode
outras práticas culturaise
para permitir a entradade
luzno
interiordo
dossel, influenciando positivamente a qualidadedos
frutos(CASTRO &
KLUGE,
2003).CODY
et al. (1985) obtiveramaumento do número de
brotações lateraisem
pereiras “Bartlett”
com
uma
única aplicaçãode
Promalin (GA4+1+ BA)
a1000-2000
mg.L",no
viveiro, duranteo
verão,tendendo a
reduziro
ângulode
inserção.FLORESCIMENTO
A
diferenciaçãode
gemas
floríferasé
resultantede
diversasmodificações
fisiológicase
morfológicasque
promovem
a transformaçãoda
gema
vegetativapara florífera.
O
meristema
apical torna-se convexo, seguidode
um
alongamento
parauma
forma
cilíndrica,em
cujo topo se localizauma
protuberânciaformada
pelas sépalasda
flor principal.O
.periodoem
que
ocorrea
diferenciaçãodepende
do
cultivare
do
tipode
estruturade
frutificação(CARRERA,
1982).De
acordo
com SANSAVINI
et al. (1994),há
5 tiposde
estruturasde
frutificação
em
pereiras,dependentes
dos
cultivares:a) brindila
ou
ramos
floríferosde
um
ano
(ex: 'Bartlet');b)
esporões
em
ramos de
2ou 3
anos,como
em
'Doyenne du
Comice' e'Abate FeteI';
c)
esporões
em
todosos
tiposde
ramos,como
em
“Conference";d)
esporões
em
ramos
velhos,como
em
“Kaiser-Beurre Bosc;e)
esporões
controlados pordrenos
vegetativoscomo
em
'PasseCrassane'.
A
intensidadeda
poda
é
variávelconforme o
tipode
estruturade
frutificação.A
produção de
floresem
pereiras ocorreem
ramos
mistosque
são
normalmente formados
no
ápicede ramos
curtos(CASTRO
&
KLUGE,
2003).A
época de
florescimentoé determinada basicamente
por dois fatores: friogemas
e
desenvolvimentodas
flores.O
periodode
florescimento variaconforme
a temperaturado
ar e aumidade
atmosférica.No
Chile,SANCHEZ
et al. (1992)citam que,
com
o florescimentode
'Packham's
Triumph'normalmente
ocorre15 a
20
dias antesde
seu
polinizador (Winter Nelis'), a aplicaçãode
cianamida
hidrogenada
a
2,5%
na
cultivar polinizadora entre40
a
50
dias antesdo
florescimento, adiantou
a
floração, fazendo-a coincidircom
a floraçãoda
cultivarprodutora.
Um
dos
principaisproblemas
relacionadoscom
aprodução
em
pereirasno
Brasil
é o
abortode
gemas
florais,que
se
caracteriza pelaqueda de
gemas
jádiferenciadas, próximo
ao
períododa
floração.As
causas
destefenômeno
ainda estãoem
estudo,mas
é provávelque
a
época
e a intensidadede
abortamento
floral esteja relacionada
com
apouca
quantidadede
frioacumulado
duranteo
inverno,
sendo
intensificado pelasflutuações de
temperatura duranteo
periodo próximo à floração.A
maior
percentagem
de
aborto ocorrequando
altas temperaturassão
seguidasde
súbitas diminuições, durantea
fasede
meiose nas
gemas
florais(CASTRO
&
KLUGE,
2003).O
fenômeno
da
polinizaçäonão
tem
recebidoa
devida importânciana
fruticultura
de
clima temperado, vistoque são
freqüentes os erros observados,embora
afetema
produção,com
reflexosna
rentabilidadedo
pomar.Muitos fatores interferem
na
polinizaçäo,podendo
ocasionara
queda de
flores por
não
ocorrer a fecundação,os
quaispodem
seragrupados conforme
descrito
a
seguir(LOMBARD,
1982;NYÉKI
et al., 1993;FAORO,
1994;TORREGROSSA
& BONNAFFE,
1995):Fatores constantes:
-compatibilidade
da
cultivarcom
seus
polinizadores;-densidade
ou
distânciade
plantio entre polinizadorase
produtores; -disposiçãodas
polinizadorasno
pomar;-modo de condução
das
plantas;-atratividade
das
floresaos
insetos polinizadores; -quantidadee
qualidadede
pólen;-boa fertilidade
e
altafixação
de
frutos;Fatores variáveis:
-condições climáticas
na
floração; -quantidadede
flores;-duração
da
floração;-florescimento simultâneo entre polinizadora
e
produtora.Fatores
modulares
(relacionadoscom
os
insetos polinizadores,principalmente as abelhas ):
-número
de
colônias; -populaçãoda
colônia;-localização
das
colméias;-duração
da
presença dos
insetos polinizadores.Devido
às variações climáticasde
um
ano
para outro,recomenda-se
pelomenos
o uso
de
duas
cultivares polinizadoras por cultivar produtora.A
porcentagem
de
plantas polinizadorasdeve
situar-se entre10%
a12%.
Tabela 1 -
Composição
dos
pomares
de
pereiracom
cultivares produtoras, erespectivas polinizadoras, para regiões
com
altitudeacima
de
1.200m,ou
que
tenham
média
superior a700
horasde
frio abaixode
7,2°C,ou média de
2.036unidades
de
frio duranteos
meses
de
maio
a setembro:Cultivar produtora Cultivar polinizadora
Abate Fetel Winter Nelis, Packham's Triumph, Housui e Kousui
Max
Red Bartlett Koussui e Nijisseiki (= século XX)Packham's Triumph Housui, Kousui, Winter Nelis e Abate Fetel
V\filliam's Koussui e Nijisseiki (= século XX)
|=RuTiFicAçÃo
A
compatibilidade entre cultivarespode
sermedida
pela “frutificação efetivaou
fixaçãode
frutos”,que é
apercentagem
de
frutos produzidosem
relaçãoao
número de
cachos
florais(GRIGGS &
IWAKIRI, 1954;'PETRI,
1986).Na
Hungria, a fixaçãode
frutos entre4
e
8%
é
consideradaboa
para aprodução
de
pereira.No
entanto,quando
afixação dos
frutos for muito baixa,pode
ser indíciode
problemas
de
polinização e/ou fertilização(FAORO,
2001).Segundo
LOMBARD
(1982),somente
cercade 3
a
5
%
de
frutificaçãoefetiva
é
o suficiente para geraruma
boa
produção.Cerca
de
6
semanas
após
a plenafloração
ocorre aqueda
natural e/ouhormonal
de
frutos jovens,também
denominada
de
auto-raieio.Os
fatoresque
afetam o potencialdas
floresem
fixaram frutossão
importantes determinadores
da
produção.A
temperatura duranteo
períododa
floração
tem
forte influênciana capacidade das
floresfixarem
frutos.Em
algunsanos, temperaturas baixas
podem
reduzir o períodode fecundação
efetiva paraapenas
um
dia,com
reflexos negativos sobrea produção
(CASTRO
&
KLUGE,
2003).
O
cultivar polinizadordeve
produzir pólen compativelcom
a
flordo
cultivarreceptor.
O
pólendas
cultivares triplóidestem problema de germinação
e, porisso, estes cultivares
são
má
polinizadores.A
germinação
do
grãode
pólené
estimulada por temperaturas
ao
redorde 20°C
e elevadaumidade
relativado
ar(CASTRO &
KLUGE,
2003).Segundo
CHILDERS
(1976),sob
condições ideais,a
partenocarpiapode
ser incrementada
em
cultivarescomo
Bartlett,Comice
e
Hardy,sendo
que,na
Califórnia, foi
observada
uma
correlação positiva entre as ocorrênciasde
partenocarpia
em
blocosde
plantassem
polinizadorese o
número de
horasacima
de
6°C,no
periododa
floração. Valoresacima
de
150
horas proporcionarama
maior ocorrênciade
partenocarpia.O
autor ainda cita,que
aos
50
diasapós a
plena floração,
o
frutodo
cultivar Bartlett estácom
cercade
10%
do
tamanho
finalrelação folha/fruto, nutrição e suprimento
de
água
no
solopodem
afetar adeclividade
da
curvade
crescimento.Como em
outraspomáceas, o
crescimentoem
volume,peso ou
diâmetroda
pêra tendea
seguiruma
curva sigmóide simples.O
período inicialdo
desenvolvimento
é
caracterizado principalmente por intensa divisão celular e o período final, poruma
maior
intensidadede alongamento das
células eaumento
do
seu volume
(CASTRO
&
KLUGE,
2003).Segundo JYL
&
STRYDOM
(1982),em
cultivares auto-incompatíveiscomo
Packham's
Triumph, asuplementação
artificialcom
pólen compativelna floração e
aplicações
de
2,4,5-T (ácido 2,4,5 - triclorofenoxiacético)no outono ou na
primavera,
podem
superar parcialmenteo
problema.A
competição
entreo
crescimento vegetativo
e a
frutificaçãoem
plantas jovenscrescendo
vigorosamente,bem como
acompetição
entre frutos dentrode
esporões,são
fatores importantes
que
determinam
a frutificação efetivaem
algumas
cultivaresde
pereira. Estes tiposde
competição
acarretamem
abortodo
embrião
seguidode
queda do
fruto.Os
efeitosadversos
da
competição
podem
sercompensados
pelapoda.
Em
plantas jovense
vigorosas,podem
serremovidos os
ramos
ladrõesno
inverno
e
os pontosde
crescimentoapós a
plena floração.Embora
possa
ocorrerem
algumas
situações, a pereira apresentapouca
tendência
ã
altemãnciade
produção.ATKINSON &
TAYLOR
(1994) citamque
a variaçãoano-a-ano na produção de
pereiras é influenciada pelas temperaturas duranteo outono
anterior à frutificação.As
temperaturasmédias
diáriasacima
de
10°C beneficiam
aprodução dos
frutosem
'Conference'.SINGH
&
SHARMA
(1994)
observaram
a baixa frutificação efetivaem
pereiras 'LeConte'podendo
seratrubuida à
competição
entre osÓrgãos
floraisem
desenvolvimentoe
asnovas
brotaçõesou esporões
que
emergem
simultaneamente
com
as
flores.Neste
caso,a aplicação
de sacarose a
10%
no
estágiode
plenafloração
aumentou
afrutificação efetiva
em
6,1%
e aprodução
em
168%,
em
relaçãoao
controle.A
aplicação
de
GA3
a20
e
40
mg.L'1também
resultounum
aumento
na produção de
Normalmente,
a pereira requerpouco
raleiode
frutos,mas
anecessidade
de
raleio variaconforme
a regiãoe
a cultivar. Cultivarescomo
Bartlett,Hardy
eBosc
apresentando
alta frutificação efetiva,com
3a 5
frutos/esporão, necessitamraleio para 1 a 2 frutoslesporão
(CASTRO &
KLUGE,
2003).Na
fasede
frutificação,os
reguladores vegetaissão
usados
principalmentepara
aumentar
aprodução sob
condições desfavoráveis, corrigir falhasna
polinização
e
encurtaro
período improdutivo devidoà
juvenilidade(CASTRO &
KLUGE,
2003).Além
disso, aplicaçãode
GA3
(10a
25
mg.L")
durante,ou
logoapós
afloração,
pode
aumentar
a proporçãode
frutos partenocárpios,bem como
tornaro
fruto
mais
alongado.A
concentração variaconforme
a cultivar, estágiode
desenvolvimento floral, clima
e
quantidadede
flores.O
uso
de
GA;
é mais
comum
e a mistura
GA4
+ GA7,embora
sejamais
eficiente,é mais onerosa e
pode
diminuir a indução floral
no
ciclo seguinte. Citaque
chlormequat, daminozide, cinetinae
TIBA
(ácido triiodobenzólico)também
podem
afetara forma
do
fruto.O
chlormequat reduz
o
crescimento vegetativoe
a brotação,aumentando
adiferenciação
das
gemas
floríferase a
floração, prevenindotambém
a
abscisäode
frutos jovens. Este efeitodeve-se
àredução
da
competição
entreo
crescimentovegetativo
e o
reprodutivo.A
daminozide
também
atuacomo
repressorade
crescimento vegetativo,
mas
tem
menor
efeitodo que
o
chlormequat;além
disso,também
pode
adiantara época
de floração
(NICOTRA,
1982).A
queda
pré-colheitade
frutospode
aumentar
em
plantas deficientesem
boro, magnésio,
com
excesso
de
nitrogênioou sob
déficit hídrico.A
aplicaçãode
NAA
na
concentraçãode
10 mg.L'1 reduz a ocorrência desta queda.A
daminozide
a 1000
mg.L`1pode
reduziro
amadurecimento
prematuro, aplicando-seo
produto entre85
a90
diasapós
a plena floração,ou
18 a24
dias antesda
colheita(CASTRO
&
KLUGE,
2003).Entre
os
reguladoresde
crescimentoque
têm ação no
aumento
da
frutificação efetiva estão
o
Thiadiazuron, Clorofenurone
AminoethoxyvinilglicinePara a
maioriadas
cultivares,o
periodocompreendido
entrea floração
e a colheita variade
105
a210
diasem
pereiras européias(JONES
& ALDWINCKLE,
1991)
A
frutificação efetiva éum
complexo
de
fatores, poisapós
ocorrera
polinização (deposição
de
grãosde
pólenno
estigma), fatoresde
naturezabiológica
como
receptividadedo
estigma, crescimentodo
tubo polínico elongevidade
do
óvulo, associados a fatoresextemos
como
a temperatura eprecipitação
podem
modificaro
PEP
(Período Efetivode
Polinização) e, porconseqüência, a frutificação efetiva, refletindo
na
produção. Eliminandoos
aspectosde
polinização, a temperaturapouco
tem
a se fazer,porém
a
qualidadedas
gemas
e florespode
sermodificada
com
as
práticas culturaisadequadas.
O
conhecimento desses
fatorespode
fornecer indicativos sobre anecessidade de
aumentar o
percentualde
polinizadoras e/ouo número de
colméiasno pomar
(PETRI, 2003).
PARTENOCARPIA
A
partenocarpiaé
comum
em
pereira.Segundo
RECASENS
(1990), estetermo foi introduzido por Later Noell
em
1902
e indica o desenvolvimentodo
frutosem
a
polinizaçãoe
fertilizaçãodo
óvuloe
não
produzindosementes
(GRIGGS
etal.,1957).
A
longevidadedo
óvuloé
um
fator importante para garantir o crescimentodos
frutos partenocárpicos(FAORO,
2001).A
penetraçãodo
tubo polínicono
pistiloe
no
saco
embrionárioé
suficientepara estimular
a formação
de
frutos partenocárpicos,sem
sementes.
Estes geralmentepossuem
menor tamanho que
os frutos resultantesde
polinizaçãonormal
e
com
sementes
(CRANE &
LEWIS,
1942), jáque
o peso dos
frutos éproporcional
ao
número de
sementes
viáveis.A
má
polinizaçãonas
pereiraspode
resultar
na formação
de
frutos assimétricos(FAORO,
2001).Com
o
uso de
reguladoresde
crescimento,como
auxinase
giberelinas,há
favorecimentoda
produção e
taxade
crescimentodos
frutos partenocárpicosA
partenocarpia ocorrecom
freqüênciaem
muitas cultivares européias, taiscomo
“Conference”, “Durondeau”,“Grand
Chanpion”,“MeIina”(DUGANOVA),
6.
MATER|A|.
E
MÉTODOS
Durante o
períododo
estágio (17de março
à
17de
abrilde
2003),foram
coletadosdados
do
setor 12,no
pomar de
pereirada
Empresa
FRUTIROL
AGRÍCOLA
Ltda., vacaria/Rs.O
pomar do
setor 12, foi implantadono
ano de
2000,sendo
constituído pordiversas variedades
de
pereira européia,em
diferentes porta-enxertose
densidades
de
plantio.Os
materiais utilizadosno
experimento foram:- régua para
a medição da
alturadas
plantas.-fita
de
cor para asmarcações
das
plantase
gemas
florais.-
paquímetro (medição do
diâmetroem
mm).
Primeiramente, foi feita
a
marcação de
10
plantas,nas
variedadesPackham's
Triumph,Abate
Fetel,Conference
e Clapp's Favourite,com
diferentesporta-enxertos
(marmelo
Adams
e
marmelo
EMC), e
em
dois diferentesespaçamentos de
plantio (3,0m x0,33m
e 3,5m
x 0,80m).Para as
variedadesl/Wliams e Carrick,
foram
selecionadas8
plantascom
o
porta-enxertomarmelo
Adams,
nos
diferentesespaçamentos
(3,0m x0,33m
e3,5m
x 0,80m).Após
amarcação, mediu-se o
diâmetrodo
troncoa 5
cm
acima
do
pontode
enxertia,
a
alturamédia
da
planta eprocedeu-se a
contagem
do
número de
gemas
floríferas para
cada
cultivar/copa.Os
dados
avaliados acampo
foram
transferidos parao
software MicrosoftExcel.
A
partirdos
valoresde
diâmetro (milímetros), obtive-seo
raio,e
utilizandoa fórmula A=2rrr2, calculou-se a áreade
secção do
troncoem
cmz.No
decorrerda
trabalho, efetuou-seo
cálculode
correlacão entrea
áreade
secção
do
troncoe
o diâmetrodo
tronco, eo
número de
gemas
por planta, utilizando análisede
regressão (R2).Os
dados
foram avaliados atravésde
testede
separação de médias
de
Tukey
a5%
de
probabilidade.Foi efetuado
o
cálculo para estimara produção nas
diferentes variedades-
Segundo
LAYNE &
QUAMME
(1975),D'ESCLAPON & BALLOT
(1976),as
gemas
floraissão
compostas de
5
a 7 flores individuais. Assim, utilizou-seem
média, paracada cacho
florai,6
flores individuais.- Estimou-se a
média
de
5%
de
"frutificaçäo efetivaou fixação de
frutos",que segundo
LOMBARD
(1982), jáé
suficiente para geraruma
boa
produção.-
A
partirdos
dados de
peso
médio dos
frutos paracada
variedadede
pereira, estabeleceu-se
uma
estimativa precocede
potencialde
produtividade.Tabela
2 -Peso
médio
do
frutoem
gramas
para diferentes variedadesde
pereiras européias:
Cultivar
copa
Peso médio
dos
frutos (g)WiIliam's (=BartIet)
164
Carrick188
Packham's Triumph
167
Abate
Fetel170
Conference
160
Ciapp's Favourite *150
Fonte: (EPAGRI,Boletim Técnico, 120)Na
Tabela
3,os
dados
serão analisadosconforme
o melhor
rendimentode
Tabela
3
-Médias
de
diâmetro, áreade
secção
do
troncoe
número
de
numero de
gemas
por planta.-..
7.
RESULTADOS
E
DISCUSSAO
gemas
florais por plantanas
diferentes variedades/copade
pereira européia._ Porta- Diâmetro Área de secção N° de
gemas
Cultlvarlcopa Espaçamento 2 _
enxertos (mm) do tronco (cm ) florars/planta
Vlfilliam's Adam's 3,0mx0,33m 31,3 15,4 28,1 V\filliam's Adam's 3,5mX0,80m 33,6 17,7 77,4 Carrick Adam's 3,0mx0,33m 39,0 23,9 4,0 Carrick Adam's 3,5mX0,80m 41,8 27,4 17,6 Packham's T. Adam's 3,0mx0,33m 38,0 22,7 31,7 Packham's T.
EMC
3,0mx0,33m 32,4 16,5 27,8 Packham's T. Adam's 3,5mX0,80m 43,9 30,2 66,5 Packham's T.EMC
3,5mx0,80m 38,1 22,8 47,6Abate Fetel Adam'S 3,0mx0,33m 37,9 22,5 3,1
Abate Fetel
EMC
3,0mx0,33m 37,5 22,1 5,0Abate Fetel Adam's 3,5mx0,80m 44,2 30,7 3,9
Abate Fetel
EMC
3,5mX0,80m 42,6 28,5 14,3Conference Adam's 3,0mx0,33m 36,0 20,4 8,8 Conference
EMC
3,0mx0,33m 34,8 19,1 9,2 Conference Adam's 3,5mX0,80m 37,7 22,3 5,0 ConferenceEMC
3,5mx0,80m 34,8 19,0 8,3 Clapp's F. Adam's 3,0mx0,33m 21,9 7,6 21,6 Clapp's F.EMC
3,0mx0,33m 23,7 8,8 25,5 Clapp's F. Adam's 3,5mX0,80m 28,9 13,1 23,9 Clapp's F.EMC
3,5mX0,80m 26,9 11,3 18,8Conforme
aTabela
3, a cultivar/copa W¡lliam'sno
espaçamento
3,0m
x2
0
33m
tevenúmero médio de
gemas
floríferas/plantade
28,1 emédia
áreasecção
do
troncode
15,4 cmz.Já
parao espaçamento
3,5m
x 0,8m,o
número médio
de
gemas/planta foide
77,4 e áreade
secção de
17,7cm
_ Assim, teve-se superiormédia na
quantidadede
gemas
por plantano espaçamento
3,5m
xO,8m quando
comparado
ao
espaçamento
3,0m
x O,33m.Para
a cultivarlcopa Carrick, obteve-se parao espaçamento 3,5m
xO,8m
um
média de
17,6gemas
floríferaslpantasendo
superiora média de
4
gemas
floríferas/planta
no
espaçamento
3,0m
x O,33m.A
relaçãode
média
na
áreade
secção
do
tronconão
apresentegrandes
variações.Na
cultivarlcopaPackham's
Triumph, asmaiores
quantidadesde
gemas
floríferas/planta
foram
nos
espaçamentos
3,5m
x O,8m,independentemente
de
porta-enxerto utilizado. Analisando
o
porta-enxerto,as
maiores quantidadesde
gemas
floríferas/planta seencontram no
porta-enxertomarmelo
Adam's,
independentemente
de espaçamento.
Verifica-sequanto mais
adensado
éo
plantio,
menor
é a
quantidadede
gemas
floríferas por planta.A
maiormédia de
gemas
floríferas/plantanos
quatro diferentes tratamentos, foide
66,5gemas
no
porta-enxerto
marmelo Adam's
de
espaçamento
3,5m
x O,8m.Analisando
a
cultivar/copaAbate
Fetelnos
diferentes tratamentos,obteve
no
plantiocom
porta-enxertomarmelo
EMC,
espaçamento
3,5m
x O,8m,uma
quantidadede
14,3gemas
floríferas/planta,sendo
superioraos
outras plantas avaliadasde
mesma
cultivar/copa.Avaliando
os
sistemasde
plantioda
cultivar/copa Conference,tem-se no
espaçamento 3,0m
xO,33m
os melhores
resultadosem
relaçäo a quantidadede
gemas
floríferas/planta,independentemente do
porta-enxerto.No
cultivocom
porta-enxerto
EMC
e
espaçamento
3,0m
x O,33m,a
cultivar/copaConference
atingiu
média
de
9,2gemas
floríferas/planta,destacando-se
amelhor
dentreos
outros
espaçamentos
e
porta-enxertos.Para
cultivar/copa Clapp's Favouritecom
porta-enxertoEMC
de
espaçamento
3,0m
x O,33m, obteve-semédia
de
25,5gemas
floríferas/planta.A
cultivar/copa foi