CCSM
TCC
UFSC
EN
F
0429
Ex.lE
ENFEIUVIAGEM DOMICILIAR
A
IDOSOS E SEUS
FAMIL
Nfhzm-
Tcc
UESC
ENE
0429^“I°f= Vicente, Cíntia al
TítuIo:A ` ^ '
..
ssistencia de enfermagem
dømm
I||!II| IIII II III II |IlH|lI HIIHI
972492732 Ac. 241826
Em
UFSC ssccsm ccsm|||
IARES
ASSISTÊNCIA
D
^NA COMUNIDADE DO PANTANO DO
SUL/EPOLIS
-Sc,BASEADA
NA
TEORIA
DA
ENFERMAGEM
TRANSCULTURAL DE
LEININOER
Cíntia Alves Vicente
Mara
CristinaMesquita
da SilvaELORIANÓPOLIS
-Sc
À _
“ASSISTENCIA
DE
ENFERMAGEM
DOMICILIAR
A
IDOSOS E SEUS FAMILLARES
NA
COMUNIDADE
DO
PÂNTAN O
DO
SUL/FPOLIS
-SC,BASEADA
NA
TEORIA
DA
ENFERMAGEM
TRANSCULTURAL DE
LEININ
GER”
Trabalho de
Conclusão
deCurso
deGraduação
em
Enfemiagem
da
UFSC,
realizado naDisciplina
Enfemiagem
Assistencial AplicadaBanca
de Avaliacao:Enf' D1”. Lucia
Hisako Takase Gonçalves
(ORIENTADORA)
Enf'Maria
FranciscaDaussy
(SUPERVISORA)
Ângela
Maria
Alvarez (3°MEMBRO DA
BANCA)
Florianópolis -
SC
própria
écapaz de
tomar
sábimo
serFreud)
_ : Êste
trabalho a todos
os
sábios
Pfintano-
do
¬ .
1dosos! šz
NOSSOS A
GRADE
CIMEN
T
OS
:A
Deus, que
estevesempre
ao nosso lado nos guiando, iluminando edando
forçaem
toda atrajetória
do
caminho,que
em
algunsmomentos
foram
árduos,mas
com
seu infinitoamor
encoraj ou-nos a continuarmos seguindo
em
frenteanimadas
e confiantes.A
nossa professora e orientadora Lúcia, pela confiança, paciência, dedicação e por suagrande sabedoria
que
nos despertou o interesse pela área Gerontológicana
qual todo oconhecimento
adquirido deve-se a ela.A
Francisca, nossa supervisora,que
gentilmente aceitou este desafio esempre
mostrou-sedisponível a nos ajudar
em
todos osmomentos
desta prática.A
Ângela, terceiromembro
da banca
examinadora, pela sua contribuição e sugestõesque
enriqueceram este trabalho.
A
equipe multiprofissionaldo
Centro deSaúde do
Pântanodo
Sul, pela receptividade einteresse
em
nos ajudarsempre que
necessário.Aos
idosos ecomunidade do Pântano do
Sul, pelo acolhimento e colaboração para a concretizaçao deste trabalho.As
famíliasque acompanhamos, por
terem depositado confiançaem
nosso trabalho e porterem nos aceito dentro de seus domicílios, compartilhando
conosco
seus sentimentos,vivências e cuidados permitindo assim
que
trabalhássemoscom
suas culturas e maneiras devida.
A
todos osamigos de
curso,em
especial à Anne,Gê
e Mireli, pelosmomentos
difíceis, dediversão, descontração e
companheirismo
compartilhados ao longodo
curso.que
levarei por toda aminha
vida.Ao
meu
irmão, Júnior,que
apesarda
distânciaem
que vivemos
nestemomento,
estevesempre
interessado e presenteem
todos os acontecimentos deminha
vida. -A
Valda e Vilson, por fazerem parte deminha
vida, e estaremsempre
dispostos ame
ajudare por fazerem de
minhas
vitórias suas alegrias.Ao
meu
namorado, amigo
e “dindo”, Erick,que
apesarda
distânciaem
que
nosencontramos
agorasempre
se fez presente,me
apoiando e incentivandoem
todos osmomentos. Obrigada
pelo seu amor, sua preocupação, dedicação e colaboraçãoque
ajudaram
ame
fortalecer e a concretizar este trabalho. _A
minha
companheira,Mara,
por ter aceitocomigo
este desafio. Pela parceria,companheirismo,
amizade
e cumplicidadeque
nosfizeram
unidas durante toda a vidaacadêmica. Espero
que
aamizade
entre nós prossiga ao longo de nossas vidas,Valeu
parceira!
A
todos osamigos
(as), pelo interesseno andamento
deste trabalho e pelosmomentos
dedescontração e alegrias proporcionados.
A
todas as pessoas,que
diretaou
indiretamenteque
contribuíram para a realização destetrabalho.
As
minhas
adoráveis irmãs, Márcia,Mônica
eMarcela
pelo companheirismo, pelosmomentos
alegres e tristes e por teremsempre
me
apoiadoem
todos osmomentos
da
minha
vida.
Adoro
Vocês!
Aos meus
innãos,Marcelo
eMarco,
pelo incentivo e ajuda durante estes anosem
Florianópolis.
Aos meus
sobrinhos, Tobias,Tomas,
Thor, Athos,Enzo
e Taise pelosmomentos
dedescontrações e brincadeiras.
Aos meus
cunhados, Clóvis, Denz'lson e Cristiane, pela força e carinho ao longodo
curso.Ao
meu
namorado, amigo
ecompanheiro
Fabiano, pelo incentivo e por estarsempre
presente nesta fase tão importante
da
minha
vida. Pelos nossosmomentos
alegres e tristes, pelas as idas e vindas e por terproporcionado-me
muitosmomentos
felizes.À
minha
amiga
ecompanheira
Cíntia, por tudoque
nós passamos
juntas, pelosdesentendimentos, risos, brincadeiras, festas e
por
participadoda
minha
vida eajudado-me
nos
momentos
dificeis. Valeu!A
minha
lealcompanheira
Shakira,que sempre
conseguiame
fazer sorrirmesmo
quando
chegava
em
casa cansada e por ser tão especial paramim.
Aos meus
amigos, pelosmomentos
de descontraçoes, festas e brincadeiras.A
todas as pessoasque
participaram diretaou
indiretamenteda
minha
vida eque
contribuíram para a realizaçao deste trabalho.
O
trabalho a seguir trata-se deum
relato de experiência sobre a prática assistencialdesenvolvido por duas acadêmicas durante a VIII fase curricular
do
curso deGraduação
em
Enfermagem
da
UFSC.
O
mesmo
realizou-sena Unidade
Básica deSaúde
da Praiado
Pântano
do
Sul,em
Florianópolis-
SC, no
período de O1 de abril aO8
dejunho
de 2004.Este estudo teve
como
principal objetivo prestar assistência deenfermagem
ao idoso e seus respectivos familiares, guiadas pelomarco
conceitualbaseado na
teoria de cuidadotranscultural de
Madeleine
Leininger.A
teoria de Leininger refere-se ao cuidado ligado às crenças, valores emodos
de vida das pessoas.O
marco
conceitual envolveu os conceitos deenfermagem,
serhumano,
idoso e família, saúde-doença e envelhecimento,comunidade,
meio
ambiente e cultura.A
metodologia adotada constitui-se de visitas domiciliares, consultas deenfermagem,
e utilização deum
instrumento feito por nós acadêmicas,além da
aplicação
do
processo deenfermagem
adaptadosegundo
referencial adotado.A
vivênciacom
os idosos e familiares oportunizou a identificação das necessidades e capacidades decuidados culturalmente congruentes,
além do
estabelecimento deuma
relaçãoharmoniosa
entre o idoso/familiar cuidador e
enfermagem
favorecendoum
cuidadohumanizado
paraobter
um
viver saudável.Ao
final este trabalho nos proporcionouum
entendimentomais
amplo
acercada
influenciaque
a cultura, os valores e as praticas familiarestem no
aprendizado e
na
aplicaçãodo
cuidado.sUMÁR1O
1 _
INTRODUÇÃO
... ..2 -
OBJETIVOS
... .. 2.1 -GERAL
... ..2.2 _
ESPECÍFICOS
... ..3 -
MARCO
DE
REFERÊNCIA
CONCEITUAL
ADOTADO
... ._3.1 _
MARCO
DE
REFERENCIA
... ..3.2 _
BREVE
HISTÓRIA
DA
TEÓRICA LEININGER
... ..3.3 -
UM
POUCO
DA
TEORIA
... .. 193.4 -
PRESSUPOSTOS
DE
LEININGER SELECIONADOS
... ..22
3.5 -
CONCEITOS INTERRELACIONADOS:
... ..24
4
-REVISÃO
DE
LITERATURA
... ..30
4.1 -
ENVELHECIMENTO
... ..30
4.1.1 - Definindo
Envelhecimento
... ..30
4.1.2 - Idade Cronológica e Idade Biológica ... .. 31
4.1.3 - Teorias
do Envelhecimento
... ..32
4.1.4 -
Envelhecimento
Nonnal
e Patológico ... .. 354.1.5 -
Aspectos
Biológicosdo Envelhecimento
... _.36
4.1.6 -Aspectos
Psicológicosdo Envelhecimento
... ..37
4.1.7 - Fisiologia
do Envelhecimento
... ..38
4.1.8 - Alterações aparentes
do
envelhecimento ... ..46
4.2 -
ENFERMAGEM
GERONTOGERIATRICA
... .. 514.3 -
A ENFERMAGEM
NO
ATENDIMENTO
DOMICILIARIO
... .. 534.3.1 - Característica da Assistência Domiciliaria Gerontológica ... .. 55
4.4 -
O
IDOSO
E
A
FAMILIA
... ..57
4.5 -
O
IDOSO
E
O
AMBIENTE DOMÉSTICO
... .. 584.6 -
DOENÇAS
RELACIONADAS
À
VELHICE
... ..58
4.6.1 -
Doenças
encontradas durante a prática assistencial: ... ..59
5 -
METODOLOGIA
... .. 715.1 -
DESCRIÇÃO
DO
LOCAL
DO
CONTEXTO
DA
PRÁTICA
ASSISTENCIAL
... .. 715.2 -
DESCRIÇÃO
DO
LOCAL DE
ESTAGIO
... ..77
5.3 -
POPULAÇÃO ALVO
... ..84
5.4 -
ASSISTÊNCIA
DE
ENFERMAGEM
PRATICADA
COM
OS IDOSOS E
FAMILIARES.
... ..86
5.5 _PLANO
DE
AÇÃO
... .. ss7.2 -
CUIDANDO
DOS
IDOSOS E FAMILIAS
NO
DOMICILIO
FAMILIA
“TAINHA”
... .. 106 r ~FAMILIA
“CAÇAO
... ..FAMILIA
“ANCHOVA”
... .. 1 12FAMILIA
“ESPADA”
... .. 1 15 S -CONSIDERACOES
FINAIS
... .. 9 -REFERENCIA EIELIOGRAPICA
... ..Io -
PARECER
FINAL
DA
ORIENTADORA
... ..11 _
APÊNDICES
... ..1 -
INTRODUÇÃO
Durante o
curso deGraduação
em
Enfermagem no
ano
de2001 na
3°fase, tivemosa oportunidade de cursar a Disciplina de
Enfennagem
Gerontogeriátrica,na
qual tivemosnosso
primeiro contato e fez nos interessar para trabalharmoscom
as pessoas idosas.No
mesmo
ano, a conviteda
Professora Dr”Lúcia
H.Takase Gonçalves passamos
a participardo
GESPI/UFSC como
bolsistas de iniciação científica tendocomo
tema
de pesquisa"O
Perfilda
FamíliaCuidadora
de Idosos doentes e/ou Fragilizados". Nestes l,5 anoscomo
bolsistas,tivemos contatos e experiências
com
diversas pessoas, eventos, trabalhos e pesquisas todosligados ao idoso,
que
àmedida
do
tempo, foiaumentando
onosso
interesseem
trabalharcom
idosos.A
oportunidade então nos surgiuna
8° fase curricularonde
inicialmente, realizamosum
projeto de assistênciana
área Gerontológica, vistoque
temos
interesseem
nos
especializarapós nos
tomannos
profissionais.A
população
idosano
Brasilvem
crescendoanualmente
com
números
bastantesignificativos. Projeções para
o ano
de2025
demonstram
que
o Brasil deverá possuir a 6”maior população
idosado
mundo,
com
cerca de 32 milhões de pessoascom
idadeacima de 60
anos
(OMS,
2000
apud
Netto). Considerando-se apopulação do
Brasilcomo
um
todo,em
1950, dos
50
milhões de habitantes então existentes 2/3viviam
em
áreas rurais.O
quadro
hojese apresenta totalmente
modificado,
pois quase 3/4dos 130
milhões de habitantesvivem
em
áreas urbanas(IBGE,
2000
apud
Netto).predominantemente
urbana, ecom
issoaumenta o
processo de envelhecimento populacional,com
conseqüênciassocioeconômicas
para todos,em
especial aos idosos. Esteaumento da
população
em
centros urbanos é conseqüênciado êxodo
rural eda
migração,em
especial dosjovens
que
buscam
melhores
condições de vida e trabalho.Em
conseqüência disso geralmentesão os idosos
que
permanecem
isolados nas regiões rurais, ecom
amigração
intensa para oscentros urbanos
não há
investimentosem
educação, saúde eempregos
dentro destas áreas.Como
visto nesta realidade,optamos
em
trabalharcom
os idososem
zona
rural,para
conhecennos
um
pouco
da
assistência de saúde, amaneira
de vidada população
e ainfluência
que
esta exerce sobre a saúdedo
idoso,além
desennos
futuras profissionaisda
saúde,nos preocupamos
com
o envelhecimentohumano
dentro destas localidades.Nossa
prática assistencial foi desenvolvidana Unidade
Básica deSaúde do Pântano
do
Sul,no
municípiode
Florianópolis,no
período de 01 de abril à08 de junho
de 2004.Escolhemos
estacomunidade
pela sua localização dentrodo
Município,ou
seja, corresponde a áreamais
afastadado
centro urbano, e a influência cultural émuito
forteem
relação aomodo
de vida dos moradores, eporque
atravésde
pesquisas aoIBGE
constatamosque o
número
de idosos é bastante grande nesta região,além da
possibilidadede
inserirum
projetoassistencial
numa
localidadeem
que acadêmicos
deenfennagem
não
haviam
ainda atuado edesenvolvido
algum
projeto, levando isso auma
troca de experiências enriquecedoras paraambas
as partes euma
maior aproximação da
Universidadecom
comunidades mais
distantesdo campus.
Acreditando nas premissas básicas
do
Sistema deSaúde
(SUS)
ena implementação
destas para
uma
maior
efetivaçãoda
qualidadede
atendimento,escolhemos
a áreada
atençãoprimária para desenvolver nossa prática assistencial por
entendermos que
se encontrauma
maior
possibilidade depromoção
do
envelhecimento saudávelda população
residente.do
PSF
constatouque
geralmente os profissionaisatuam
com
saberes técnicos-profissionais,não
levandoem
conta as necessidades reais das famílias etampouco sem
considerar osmodos
de enfrentar os
problemas
de saúde dacomunidade.
O
foco central de nossa prática assistencial foi de prestarum
cuidadohumanizado de
enfermagem
aos idosos e seus familiaresno
contexto domiciliar, considerando seusconhecimentos, crenças e valores culturais; valorizando os processos biológicos e psíquicos
do
envelhecimento,assim
como
atentando para a contextualizaçãodo
idosoem
suasdimensões
sociais, políticas,econômicas
e culturais. Para isso utilizamos a teoriado
cuidadotranscultural
de Madeleine
beininger,que
tem
como
característica o cuidado ligado ás crenças, valores emodos
de vida das pessoas,ou
seja,o
cuidado considerando a cultura eo
contexto social dos idosos
na
práticado
cuidado.Kosberg
(1992) falado
cuidado de idososna
família seruma
tradição culturalem
todo
mundo
e é desenvolvido pelo sistema de suporte infonnal.Neste
inclui família, vizinhose
membros
da comunidade.
Mas
geralmente oque predomina
são os cônjuges e outros parentes.Segue
o autor referindoque
em
tal contexto familiar tradicionalo
cuidado é provido pornormas
sociaisou
culturais eque
a responsabilidade pelo idosona
sociedade recai sobre afamília.
Por
isso existeuma
expectativa por partedo
idoso de ser cuidado porum
membro
familiar
(KOSBERG
apud
ALVAREZ,
2001).Por
acreditannosque o
cuidadocom
idosoem
domicíliovem
deuma
tradiçãocultural
de
anos, éque
focalizamoso
cuidadode
vida e saúdeque
prestamos ao idosoem
seucontexto familiar e comunitário, através
de
visitas domiciliares.A
visita domiciliar nospermitiu
conhecer
o contexto de vida e a realidadedo
idoso,assim
como
as suas relaçõesfamiliares,
além
de estabelecennosum
bom
vínculode
confiança, jáque
as pessoasconsideram
aVD
como
um
atendimento diferenciado e privilegiado.(VD)
éum
instrumento de intervenção fundamentalda
estratégia deSaúde da
Familia, utilizado pelos integrantes das equipes de saúde para conhecer as condiçõesde
vida e saúde das famílias sob sua responsabilidade. Para isso,devem
utilizar suas habilidades ecompetências
não
apenas parao
cadastramento dessas famílias, mas,também,
eprincipalmente, para a identificação
de
suas características sociais (condiçõesde
vida e trabalho) e epidemiológicas, seusproblemas
de saúde e vulnerabilidade aos agravos de saúde.A
caracterização das condições de vida e trabalho dessas famílias penrritecompor
osperfis
dereprodução e produção, respectivamente, os quais, por sua vez, permitirão
conhecer
gruposdistintos
no
território,homogêneos
em
função dessas características identificadas.As
condições de saúde, a vulnerabilidade aos agravos e as condições protetoras
comporão
perfis
epidemiológicos desses
mesmos
grupos sociais.O
processo de envelhecimento acarreta perda de funçõessejam
elas psíquicas,biológicas,
além de
provocar incapacidades,como
o de exercer firnções cotidianasconsideradas nonnais.
Mas
devemos
lembrarque
velhicenão
é doença, por isso é importantedistinguirmos
o
processo de envelhecimento e asdoenças que
acometem
oidoso na
velhice.Dentre
algumas
mudanças
normais mais
óbviasque ocorrem
com
a idade incluem-se a perda
da
força edo
vigor fisico, visão curta,problemas na
memória
de
curto prazo, perda demassa
óssea, diminuiçãoda
audição entre outras.As
doenças
associadas a velhicenão
só partedo
processonormal de
envelhecimento.O
câncer, asdoenças
cardíacas vasculares,doença
deAlzheimer
e outras demências, tornam-semais
prevalentes àmedida
que
seenvelhece
(HAYFLICK,
1997). Dentre estasdoenças
podemos
acrescentaro
diabetes mellituse a hipertensão arterial,
que
são asde maior
ocorrência dentroda
UBS
da localidadedo
Pântano
do
Sul.De
acordocom
0 Código
de ética Profissional deenfermagem
(1992, Cap.I,humana,
em
todo o seu ciclo vital,sem
discriminação de qualquer natureza”.Em
respeito aos sentimentos, às infonnações pessoais, á dignidade, ao
direito de expressão, ao direito deescolha
do
idoso/famíliana
participação de nosso trabalho acadêmico.Em
todas as ações deenfermagem
a ética se fez presente. Incluímos o idoso e famíliacomo
ponto
centraldo
cuidado, respeitando sua vida e seus direitos, respeitando os valores, as crenças, os
significados e o saber de
cada
um
deles,bem
como
da
própria família.No
presente relatóriodescrevemos
e a analisamoso
percurso teórico-
metodológico da
nossa práticade
cuidar de famíliasna comunidade
à luz da teoria transcultural,bem
como
nossas vivências profissionais/acadêmicas e pessoais junto aos2 -
OBJETIVOS
2.1 -
GERAL
>
Prestar assistência deenfennagem
ao idoso e seus respectivos familiares,guiadas pelo
marco
conceitualbaseado na
teoria de cuidado transcultural de Leininger.2.2 -
ESPECÍFICOS
l - Realizar consulta de
enfermagem
e visitação domiciliária junto aos idosos e seusrespectivos familiares cadastrados
no
PSF
do
Centro deSaúde do Pântano do
Sul.2
-
Aplicaro
processo deenfermagem,
seja nas visitas domiciliares quanto nasconsultas realizadas
no CS,
identificando as condições de vida e saúde de idosos/familiares;estabelecendo
o
diagnósticode enfermagem;
planejando,implementando
e avaliando oscuidados
congmentes
deenfermagem.
promovendo
aeducaçao
paraum
processo de envelhecimento saudável edesenvolvimento
decomportamentos
de cuidadono
viver diário.4
-
Elaborar a revisãode
literatura específica relativa ao envelhecimentonormal
epatológico, e a
enfermagem
junto à clientela idosa e seus familiares sobretudo dos cuidadores.5 -
Desenvolver
habilidadescomo
acadêmicas
participando das atividades assistenciais desenvolvidas pela equipe multiprofissionaldo
Centro de Saúde,no
atendimentoda
demanda
diária. _6 ~ Avaliar a aplicação
do
marco
conceitual adotadona
presente prática assistencial.7 - Participar de eventos e de sua organização relacionados à área Gerontogeriátrica
que sejam
importantes aoaprimoramento acadêmico como: Simpósio
Catarinensede
Estomaterapia
-
Incontinência Urinária e 5° Jornada Brasileira deEnfermagem
Geriátrica e3 -
MARCO
DE REFERÊNCIA coNcE1rUAL
A1)oTADo
3.1 -
MARCO
DE REFERÊNCIA
Segundo
Silva&
Arruda
(1993, p.85)marco
de referência é:“Um
conjuntode
conceitos e pressuposições derivadas deuma
ou mais
teoriasou modelos
conceituais deenfermagem
ou
de outras áreasde
conhecimentos,ou
atémesmo
originado das própriascrenças e valores daqueles
que o concebem,
para a utilizaçãona
sua práticacom
indivíduos,familias, grupos
ou comunidades,
atendendo às situações geraisou
específicasna
áreade
assistênciaou
ensinode enfermagem”.
A
enfermagem
sendo
uma
açãohumana
de cuidadotoma-se
importante esclareceralguns conceitos
mais
gerais sobre aorigem
das ações dos sereshumanos,
mesmo
que de
um
modo
simplificador. Paraque
possamos
guiar nossa prática assistencial,optamos
pela teoriade Leininger,
que
enfoca aEnfermagem
Transculturalna
assistênciade enfennagem, que
associada às proposições
da
Enfermagem
Gerontogeriátrica, serviramcomo
guia para aprática de
nosso
trabalho. Para Leiningero
cuidado é a essência daenfermagem
eno
seuprocesso
de
cuidar a enfermeira estabeleceum
elo entre o cuidado popular eo
cuidadona
suas crenças, culturas, valores e práticas. Portanto, aenfemiagem
deve
terconhecimentos
suficientes a respeito da cultura das famílias
onde
irão trabalhar para compreende-las edesenvolver assistência, baseada
na
promoção
do
cuidado deenfennagem
culturalmentecoerentes.
3.2 -
BREVE
HISTÓRIA
DA
TEÓRICA LEININGER
Dra.
Madeleine
Leininger ésegundo George
(1993),uma
teórica norte-americana,graduada
em
Enfennagem no
ano
de 1948,em
Denver,na
St.Anthony's
Scholl of Nursing.Tomou-se
Bacharelem
Ciências,no
ano
de 1950, pelo Benedictine College,em
Atchinson
e,em
1965, concluiuo
cursode Doutorado
em
Antropologia,na
Universityof Washington,
Seatle. Leininger foi a primeira enfermeira
no
mundo
a se doutorarem
antropologia.No
exercício de sua prática profissional, durante os anos 50, trabalhounum
lar paraorientações de crianças e pais,
na
especialidade deEnfennagem
clinica.A
partir daípassou
ase dedicar à
enfermagem
transcultural,como
subáreada enfennagem.
Leininger inicialmenteusou
ostermos
“Enfermagem
Transcultural”, “EtnoEnfermagem”
e“Enfennagem
culturalCruzada” nos
anos 60.Em
1966,na
Universidadedo
Colorado, ministrou o primeiro curso deEnfermagem
Transculturalcom
experiência decampo, que
foi instrumental parao
desenvolvimento
de cursos similaresem
inúmeras outras instituições.Em
1979
Leiningerdefiniu
Enfermagem
Transculturalcomo:
“Um
sub-campo
ou ramo
da
Enfennagem
que
enfoca
o
estudo comparativo e a análise de culturascom
respeito àEnfermagem
e as práticasde
cuidados de saúde-doença, às crenças e aos valores,com
ameta
de proporcionarum
serviço de atendimento
de
enfermagem
significativo eeficaz
para as pessoas de acordocom
seus valores culturais e seu contexto de saúde-doença”.E
ao
mesmo
tempo
definiu o termo
enfermagem
como
percebidos e conhecidos cognitivamente poruma
detenninada cultura atravesde
suas experiências diretas, crenças e sistemas de valores”.Em
1995, publicou seu livro “Transcultural Nursing: concepts, theories, researchand
practice”,
além de
continuar escrevendo e editandoo
“Journalof
transcultural Nursing”,que
aceita publicações transnacionais sobre saúde e cuidado transcultural.
3.3 -
UM
POUCO DA
TEORIA
Segundo
George
(1993), Leiningerdeu
a sua teoriao
nome
de Diversidade eUniversalidade Cultural de
Cuidado
e representa-ono
Modelo
Sunrise. Estemodelo
possuiquatro níveis
sendo
o primeiroo
mais
abstrato e o quartoo
menos
abstrato.Os
níveisde
um
atrês
oferecem
a base necessáriade conhecimentos
parao
planejamento e aexecução
decuidado cultural coerente e
no
nível quatro eonde o
cuidado coerente será desenvolvido.Esse
cuidado e coerente
com
osmembros
da
cultura e avaliadospor
eles.Nível
Um
- é a visão demundo
edo
níveldo
sistema socialque
direciona 0 estudo daspercepções
do
mundo
forada
cultura.Nível
Dois
- oferececonhecimentos
sobre indivíduos, famílias, grupos e instituições,em
vários sistemas de saúde.Nível
Três
- focalizao
sistema popular, o sistema profissional e aenfennagem.
Nível
Quatro
- éo
nível das decisões e ações de cuidado deenfermagem,
e envolve a:Preservação/manutenção
culturaldo
cuidado, aacomodação/negociação
culturaldo Cuidado
e a repadronização/reestruturação culturaldo
cuidado.Leininger salienta
que o
modelo
não
é a teoria,mas
uma
descrição doscomponentes da
Teoriada
Diversividade e Universalidade Culturaldo
Cuidado.O
objetivodo
modelo
é auxiliaro
estudoda maneira
como
oscomponentes da
teoria influenciamo
estado de saúde dos indivíduos, das famílias, grupos e instituições,
bem
como
o cuidadooferecido a eles,
numa
cultura. Ela se diz fortemente contrária à utilização de definiçõesoperacionais e
noções
preconcebidas,bem
como
de perspectivas causaisou
lineares,no
estudo
da
diversidade e universalidade cultural de cuidado.O
modelo
Sunrise representadona
figura 1, simboliza o nascerdo
sol (que são oscuidados).
A
metade
superiordo
círculocontém
oscomponentes da
estrutura social e os fatoresda
visão demundo
que influenciam
a assistência à saúde através dalinguagem da
etnohistória e
do
contexto ambiental. Estes fatoresinfluenciam
também
os sistemas populares, edos
profissionais deenfennagem
que
se situamna
parte centraldo
modelo.As
duas metades
formariam
um
sol completo,como
representaçãodo
universoque
os enfenneirosdevem
considerar para saber valorizar
em
sua magnitude, a assistência à saúde dos sereshumanos.
Leininger construiu a sua teoria
da
enfermagem
transcultural sobre a premissade que
as pessoas de cada cultura
não
apenaspodem
saber e definir asfonnas
nas quaisexperimentam
epercebem
seumundo
de atendimento deenfennagem,
mas também podem
relacionar essas experiências e percepçõescom
suas crenças e práticas geraisde
saúde.Baseado
em
sua premissa,o
atendimentode
enfemiagem
desenvolve-sedo
contexto culturalque
será proporcionado.Segundo
Leininger, o cuidadohumano
é central paraenfermagem
como
disciplina ecomo
profissão. Ela e outrosestudaram o
fenômeno
do
cuidado durantemais
de quatrodécadas,
reconhecem
epropõem
a preservaçãodo
cuidadocomo
essênciada enfermagem.
Elaretirou
da
antropologiao componente
cultural eda
enfermagem
ocomponente
cuidado.Suas
crenças
de que
as culturastêm
tanto práticas de saúde específicas auma
cultura quantopadrões prevalentes são
comuns
culturalmente levou ao acréscimo dos termos “diversidade”e“universalidade” ao título de sua teoria.
Assim, o
títulomais
atualda
teoria de Leininger éFIG
URA1-
O
modelo
Su
nrísede
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FaÍ0fe$ Í'9Cfl0- 091303 l I I\/
eo
-Q Indivíduos, Ia Sistemas d `/
Ls e e nlnger,M.
[1991]). S v 1 /7 ` sic/44 a eres ` 6° \ culturais e I 1° ` 5 .› , âƒo \,Ç
,b\o@,¿\\\°" \ modos de I ›° f>\
Y \ c / \ ÇOQQ «QQ d Í 0; /Í \\ (509 _ I , s / / 99% ambiente .e d' _ +\0 °D`f_ 8 /¡/7 fluénma doix
padrão de cuidado e as expressões ÍÍ'
saúda (bem-eânaf) demílias. grupos e instituições
e saúde diversificados
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- ` ._z
' x Decisões e Cuidado con LEG ações de at Pre endimento de enfermagemservação/manutenção do cuidado cultural
Acomodação/negociação do cuidado cul
Repadronizaçãolreestm dado cultural
Rural
Iuração do cui
gruante com a culiura ENDA:
-
-
-
-› Infl ' uencnadores Influenciadore s direcionais / eAfi
U Í/\.,.
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93 v| a 9 \ 106 ` \ oo°°\\ 0. o')\`-9 059% v9\ fz so* I/ e€>\ \ , WA \ /I \/ flƒíI I I
s a1°I
L_-- EUO .O 5 43.4 -
PRESSUPOSTOS
DE
LEININGER
SELECIONADOS
A
teoria transcultural de Leininger apresenta pressupostosque dão
apoio à suaprevisão de
que
"culturas diferentespercebem,
conhecem
e praticam cuidado de diferentesmaneiras, ainda
que
alguns elementoscomuns
existam,em
relação ao cuidado,em
todas asculturas
do
mundo".
Ela faz referência aos elementoscomuns
como
universalidade, e as diferençascomo
diversidade.(LEININGER
apud
GEORGE,
1993).Ao
concordarmos
com
os seus pressupostos, selecionamos para esta práticade
cuidado, os seguintes:>
“A
enfermagem
éuma
disciplinade
cuidados transculturais humanísticos euma
profissão
cujo propósitomaior
é serviro
serhumano”
(LEININGER
apud
LEOPARDI,
1999, p.96).
>
“O
cuidado culturaltem
um
significado holístico importante para oconhecimento, explicação, interpretação e predição
do fenômeno
“cuidar”na
Enfermagem”
(MONTICELLI
et al, 1999, p.96).>
“Não
sepode
produzir curasem
cuidados,mas
pode
haver cuidadosem
que
seproduza
a cura”(LEININGER
apud
LEOPARDI,
1999, p.97).requer, portanto,
um
conhecimento
de base culturalalém
de suficiente capacitação para suaeficaz
aplicação”(LEININGER
apud
LEOPARDI,
1999, p. 97).>
“Os
valores, as crenças e as práticas para o cuidado culturalmente relacionado,são
formados
e freqüentemente incorporadasno
contexto de visãode
mundo
lingüístico,religioso (ou espiritual), de
companheirismo
(social), político (ou legal), educacional,econômico,
tecnológico, etno - histórico e ambiental da cultura”(MONTICELLI
et al, 1999, p.96).>
“Os
povos de
cada cultura são capazes de conhecer e definir maneiras, atravésdas quais eles
experimentam
epercebem
seus cuidados deEnfermagem, sendo
também
capazes de relacionar essas experiências e percepções às suas crenças e práticas gerais de
saúde”
(LEININGER
apud
LEOPARDI,
1999, p.95). 'ELABORAÇÃO DE ALGUNS
PRESSUPOSTOS
NOSSOS:
Considerando que
trabalhamoscom
idososem
ambiente domiciliar,apresentamos
osnossos pressupostos
baseados
em
Leininger.0
A
cultura popular influência diretamentena
condição saúde/doençado
idoso esua família.
0
O
idoso e sua família, independente de sua condição de vida e saúde, émerecedor de
uma
assistência digna ehumanizada.
0
A
famíliaem
nossa cultura, geralmentecostuma
ser o cuidador principal.0 Prestar assistência
ao
idoso, à sua família e àcomunidade na
qual ele está inserido, favorecer acompreensão
dasmudanças
decorrentesdo
processo de envelhecimento3.5 -
CONCEITOS INTERRELACIONADOS:
Para organização deste
marco
conceitual,descreveremos
asdefinições
dos conceitos:enfermagem,
serhumano,
idoso e família, saúde/doença e envelhecimento, ecomunidade,
meio
ambiente
e cultura.ENFERMAGEM
- Para Leininger,
”A
enferrnagem éuma
profissão euma
disciplina científicaaprendida fe
humanista
enfocadano fenômeno
e nas atividadesdo
cuidadohumano
paraassistir, apoiar, facilitar
ou
capacitar indivíduosou
grupos amanterem ou
readquiiirem seubem-estar
em
formas culturalmente significativas e benéficasou
para ajudar a pessoa aenfrentar a deficiência
ou
amorte”
(LEININGER
apud
LEOPARDI,
1993, p. 47).“O
atendimento profissional de
enfermagem
é definidocomo
o conhecimento
de cuidadosprofissionais e habilidades práticas aprendidas, formal e cognitivamente, e obtidos através de
instituições educacionais
que
estãoacostumadas
a proporcionar atos assistenciais, apoiadores,capacitadoresou facilitadores para outro
ou
por
outro indivíduoou
grupo, visandomelhorar
acondição
de
saúdehumana
(ou bem-estar), a incapacidade eo
modo
de vidaou
para trabalharcom
clientes àmorte”
LEININGER
apud LEOPARDI,l993,p.47).
“A
enfermagem
Gerontogeriátricasupõe
acomposição da
especialidadedo
conhecimento
eda
práticada enfermagem, fundamentada nos conhecimentos
provenientesda
enfennagem
geral,da
geriatria,que
éuma
disciplina médica, eda
gerontologia, essauma
áreamais
abrangenteque
sevem
construindo à luz dosconhecimentos
de várias disciplinas básicas e aplicadas”(GONCALVES
&
ALVAREZ,
2002, p.757).Para Leininger,
“O
cuidado cultural é aqueleem
que
os valores, crenças emodos
de
vida padronizados, aprendidos e transmitidos subjetiva e objetivamente, assistem, apóiam,
facilitam
ou
capacitam outro indivíduoou
grupo amanter
o seubem
estar, amelhorar
suascapacidades e
modos
de
vida, a enfrentar a doença, as incapacidades e amorte”
(LEININGER
apud
LEOPARDI
,l999, p.98).“A
práticado
cuidadona
enfennagem
gerontogeriátrica sópode
ser visualizadaquando
vinculada ao processo de cuidar daenfermagem
como
um
todo, direcionando-se àpessoa idosa
em
seu contexto de vida”(ALVAREZ,
2001, p.760).O
cuidar éum
processodinâmico
edepende da
interação,do
respeito e de ações planejadas a partirdo conhecimento
da realidade
do
idoso e de sua família.Assim
sendo,o
processo de cuidar,em
enfermagem,
consiste
em
olhar para a pessoa idosa, considerando os aspectos biopsicossociais e espirituais,vivenciados pelo idoso e pela família,
enquanto
clienteda enfermagem”
(GONCALVES
&
ALVAREZ,
2002, p.760).A
enfennagem
junto aos idosos e sua família, paranós acadêmicas
constitui-seem
uma
arte e ciênciano
assistirpromovendo
o bem-estar corn visão holística e humanistica.Na
situação desta práticaoptamos
pela assistência domiciliaria e atendimento comunitário atravésde consultas
no
UBS.
Para a realização desta assistênciacontamos
com
os conceitosda
Gerontogeriatria para garantirmosuma
assistênciahumanizada
e integral necessária.Prevemos
cuidadosde
vida e saúde de pessoas idosas, a priorização de:promoção
deum
viver saudável;
compensação de
limitações e incapacidades; provisão de apoio e controleno
curso
de
envelhecimento; cuidados específicos e facilitaçãodo
processo de cuidar (Stevensonet al, 1997). Salientamos
que o
cuidado éhumanizado quando procuramos
consideraro
contexto e a cultura
de cada
unidade familiardo
idoso afim
de
ofereceruma
assistênciaSER
HUMANO:
IDOSO/FAMILIAR
Na
prática assistencialque
foi desenvolvida, caracterizamoscomo
serhumano:
osidosos e seus respectivos familiares.
Para Leininger,
“Os homens
são seres universalmente provedores de cuidadosque
sobrevivem
numa
diversidade de culturas, pormeio
de sua capacidade de oferecer auniversalidade
do
cuidadode inúmeras
maneiras,de
acordo ecom
culturas, necessidades ecenários diferentes”
(LEININGER
apud
GEORGE,
1993, p.287).“A
compreensão
do
idosocomo
pessoa única, inseridanum
contexto familiar esocial
com
o
qual interage continuamente,deve
serum
dos princípios norteadoresno
atendimento.
Além
disso, alguns aspectos peculiares decada
pessoa necessitam serconsiderados,
como, por exemplo,
a avaliação globaldo
idoso,com
enfoquenos
aspectosbiofuncionais, psicológicos sociais e ambientais”
(GONCALVES
&
ALVAREZ,
2002,p.764).
“Na
famíliado
idosoo
laço sanguíneonão
aparececomo
um
componente
principal,pois
mais
importanteque
o' vínculo biológico é aconcepção que
cada elementotem
sobrefamília e a
dinâmica
das relações familiares construída ao longoda
históriade
vida.”(GONCALVES
&
ALVAREZ,
2002, p.764).Para nós, os idosos são seres
humanos,
portadores de experiências devidas ehabilidades para
o
cuidadobaseado
em
suas crenças, valores sedeu
contexto cultural.De
acordo
com
a potencialidade decada
idoso,o
cuidadopode
ser independenteou
dependenteoutrem.
Geralmente
os familiares são à base de sustentaçaoda
assistência de cada idoso,por
suas vidas.
Por
isso a importânciada
participaçãoda
famíliano
cuidado juntocom
aenfermagem,
é essencial para a enfermeira termaior aproximação
e identificaçãomais
completa
a respeito das condições de vida e saúdedo
idoso.O
familiar cuidadorem
função de sua tarefa, muitas vezes extenuante,também
corre o risco de adoecer,por
isso aenfermagem
consideraum
potencial cliente amerecer
atençao específica de saúde.
SAÚDE/DOENÇA
E
ENVELHECIMENTO
Para Leininger,
“A
saúde éo
estado de bem-estarque
é culturalmente definido,valorizado e praticado,
que
reflete a habilidade dos indivíduosou
gruposem
realizar suasatividades diárias
de forma
culturalmente satisfatória.No
entanto a saúde éuma
moldura
lingüística geral para as
profissões
da saúde.Seu
elocom
aenfermagem
relaciona-sediretamente aos
fenômenos
do
cuidado que, por sua vez,devem
ser estudados sobreuma
perspectiva científica e humanística e, desta fonna, delinear a verdadeira natureza desta
profissão
(LEININGER
apud
LEOPARDI
1999, p.97)”.“Acredita-se
que
asaúde
seja entendidacomo
algo universal a todas as culturas,embora
definida
no
âmbito
decada
cultura,numa
fonna que
reflita as crenças, valores e práticas daquela determinada cultura.Assim
a saúde étambém
e diversificada”(GEORGE,
1993, p.291).
“À
medida que envelhecemos, ocorrem
milharesde
mudanças
em
todos os nossosórgãos e tecidos
que consideramos
de envelhecimento normal.As
doenças
associadas àvelhice
nao
sao partedo
processonormal
de envelhecimento,por
isso são consideradoscomo
A
saúdepode
ser entendidacomo
obem
estar fisico, mental eemocional
ou
pelaadaptação
do
idoso a hábitos e estilos de vidaque o levam
auma
condição de saúde,que
estádiretamente relacionada a seu
modo
de vida e sua cultura.Em
certas populações,influenciados por sua cultura, o envelhecimento
pode
ser consideradouma
doença
atémesmo
em
idososem
estadode
independência.No
processode
envelhecimentoentendemos
ovivenciar saúde
como
abusca
da
melhoriada
qualidade de vida e bem-estar. Paraentendermos
sobre o processo de envelhecimento, é necessário distinguirmos oenvelhecimento
normal
e saudável,que
acontececom
o
passar da idade cronológica e suasmodificaçoes,
do
envelhecimento patológico,que
é aqueleacometido
pordoenças
geralmenteassociadas à velhice.
CULTURA/AMBIENTE/SOCIEDADE
O
contexto ambientalsegundo
Leininger,vem
a ser a totalidadede
um
evento,situação
ou
experiências particulares,que
atribuemem
sentido às expressões, interpretações e interações sociaishumanas
em
dimensões
fisicas, ecológicas, sócio-políticas e culturais(MONTICELLI
et al, 1999, p.97).“A
definição de cultura, focalizaum
detenninadogrupo
(sociedade) e os padrões dasações,
pensamentos
e decisõesque ocorrem
como
resultado dos valores, crenças,normas
e práticasde
vida, aprendidos, compartilhados e transmitidos”.(GEORGE,
1993, p.29l).“Sociedade refere-se ao fato básico
da
associaçãohumana.
Inclui todas as espécies egraus
de
relações entre oshomens, sejam
elas conscientesou
não, antagônicasou
cooperativas.
Essa
sociedadetem
uma
estrutura social, situa-senum
ambiente
fisico etem
sociedade
que interdependem
entre si: sistemas religiosos, sistemade
saúde, sistemaeconômico,
classe social, educacional,de
parentescos e outros”.(MAYER
E
RUMMEY
apud
BOEHS,
1990, p.46).O
localonde
realizamos nossa prática assistencial é característico por seruma
colônia de pescadores,
que
preserva a cultura açoriana,onde
acreditamem
contos e crendices,como
rezas, benzeduras, utilizaçao de ervas, e outros, e utilizam destes para justificar asdoenças, curas e os cuidados
no meio
onde
vivem.Achamos
interessante realizar visitasdomiciliares e até
mesmo
o
cuidadona
própria residência dos idosos, poisconsideramos que
acasa,
o
lar,enfim
o
domicilio é o localonde
está a família eo ambiente
familiar cujocomponente
é importantena
vida das pessoas, tanto sobo ponto de
vista fisico e mentalquanto afetivo e, influencia
no
processode
saúde-doença de seuscomponentes.
E
também
pelo fato de
que
para se realizarum
cuidadohumanizado
e transcultural, é necessário4
-REVISAO
DE LITERATURA
4.1 -
ENVELHECIMENTO
4.1.1 -
Definindo
Envelhecimento
Há
quem
encareo
envelhecimentocomo
algo inevitável, aceitando-ocomo
o
destinoda
maioria das coisascom
quaisestamos
familiarizados ecomo
uma
conseqüêncianormal da passagem do
tempo. Outroslevam
uma
parte substancial de suas vidasem
atividades destinadas a deterou
anular os efeitos indesejadosdo
envelhecimentoem
sipróprios e naquilo
que
os cerca.O
envelhecimento,não
é amera
passagem do
tempo, è amanifestação
de
eventos biológicosque
ocorrem
ao longode
um
período(HAYFLICK,
1997,p.4) .
Apesar
de sero
envelhecimentoum
fenômeno
comum
a todos os animais, surpreendeque
ainda hoje persistam tantos pontos obscuros quanto àdinâmica
e a natureza desteprocesso.
Pode-se
consideraro
envelhecimento,como
a fase deum
continuum que
é a vida,começando
estacomo
aconcepção
eterminando
com
amorte
(FREITAS
et al, 2002, p.02).4.1.2 - Idade Cronológica e Idade Biológica
O
envelhecimentodesafia
definições fáceis, pelomenos
em
termos biológicos.O
envelhecimento
não
é amera
passagem do
tempo.É
a manifestação de eventos biológicosque
ocorrem
ao longo deum
período.A
idade cronológicanão
está diretamente correlacionada àidade biológica.
A
idade cronológicamede
quantoao
tempo, quantos anos sepassaram
apartir
de
um
determinado acontecimento. Para os gerontologistas,o
envelhecimento écronológico apenas
no
sentido legalou
social.O
tempo,
em
si,não produz
efeitos biológicos.Os
eventos biológicosque
seseguem
ao nascimentoacontecem
em
momentos
diferentes eem
ritmos diferentes
em
cadaum
de nós.É
provávelque
asmudanças
relacionadas à idadecomecem
diferentes partesdo
corpoem
momentosvdiferentes eque
o ritmo anual demudança
varie entre várias células, tecidos e órgão,bem
como
de pessoa para pessoa.Ao
contrárioda
passagem do
tempo,o
envelhecimento biológico, ás vezeschamado
de envelhecimentofuncional,
desafia medições
fáceis.O
que
gostaríamos de ter éuma
ou algumas
mudanças
biológicas mensuráveisque
espelhassem todas as outrasmudanças
biológicas associadas àidade
sem
referência àpassagem do
tempo. Esse tipo demedição
ajudaria a explicarporque
uma
pessoade 80
anosde
idadetem
tantasmais
qualidades juvenisdo que
outras,que
também
com
80
anos,que
biologicamentepode
ter80
ou
até 90.(HAYFLICK,
1997, p.4) .O
limitede
idade entre o individuo adulto e o idoso é 65 anos para asnações
desenvolvidas e
60
anos para os paisesem
desenvolvimento.Sob
alguns aspectos,principalmente legais,
no
entanto,o
limite éde
65 anostambém
em
nosso país.O
critério cronológico étambém
adotadonos
trabalhos científicos, devido àdificuldade
de
definir a idade biológica. Esse fatotem
como
uma
das causas determinantes asainda hoje se o envelhecimento
tem
inicio logo após a concepção,no
finalda
terceiradécada
da
vidaou próximo do
finalda
existênciado
individuo. Este aspecto, associado a inexistênciade marcadores
biofisiológicos eficazes econfiáveis do
processo de envelhecimento, justifica adificuldade de definir a idade biológica.
É
importante assinalar o conceito de idade funcional,que
possui estreita relaçãocom
aidade biológica e
que
pode
ser definidacomo
o graude
conservaçãodo
nível de capacidadeadaptativa,
em
comparação
com
a idade cronológica.(FREITAS
et al, 2002, p.O9)4.1.3 - Teorias
do Envelhecimento
Várias teorias
modemas
sobre as causasdo
envelhecimentotêm
suas raízesem
antigasidéias.
A
consideração dessas meditações iniciais é útilporque
elas influenciaramnosso
pensamento
atual(HAYFLICK,
1997, p.211).0
A
teoria da “substância vital”Uma
idéia inicial, ainda predominante, éque
os animaiscomeçam
suas vidascom uma
quantidade limitada de
alguma
substância vital.À
medida
que
essa substância éconsumida,
ocorrem
mudanças
associadas à idadeque levam
a perda de vigor.Quando
a substância vitalse exaure,
o
animal morre. Antigamente, acreditava-seque
essa substância eraum
ou
mais
“humores”
vitais, considerados responsáveis pelo controle de toda biologiahumana.
(HAYFLICK,
1997, p.2l2).0
A
teoriada
mutação
genéticaA
mutação
éo motor que
impulsiona a evolução e a seleção natural.Devido
à suafiinção essencial
na
diversidadeda
vida ena
adaptação dos animais ao seu ambiente, aslongevidade.
No
finalda
década, vários cientistascomeçaram
a explorar a função dasmutações no envelhecimento.Como
asmutações
genéticas são fundamentais à vida, asmudanças
nos genespareciam
serboas
candidatas à causado
envelhecimento.Os
primeirosindícios
em
apoio a essa idéiavieram
de observações sugerindoque
a radiação,que
subitamente
aumenta o
ritmoda
mutação,também
acelerava simultaneamente o processo deenvelhecimento
em
animais experimentais.Depois
de vários experimentos, os cientistaschegaram
auma
conclusão:A
radiaçãonormal não
acelera oenvelhecimento.(HAYFLICK,
1997, p.2l3).0
A
Teoriada Exaustão
ReprodutivaApós
um
surtoda
atividade reprodutiva,um
animalou
plantacomeça
a envelhecer emorrer
rapidamente.Contudo,
um
surto de atividade reprodutiva seguida de envelhecimento emorte
não
éum
padrão
universalna
natureza de muitos animais, inclusive os sereshumanos,
sereproduzem
várias vezesgerando
um
ou
mais
descendentes e é preciso universalidade paracriar
uma
teoria sustentável de envelhecimento.(HAYFLICK,
1997, p.2 l 5).Arking
(1998) sugeriuo
emprego
deuma
classificação dual,segundo
a qual deve-seconsiderar se a teoria proposta sugere
que
os efeitospor
ela e descritos são exercidosem
todas as célulasou
na
maioria delas, constituindoo
ramo
das teorias intracelulares,ou
se osmesmos
são exercidos principalmente sobre
componentes
estruturaisou
sobremecanismos
reguladoresinterligando grupos de diferentes células.
(FREITAS
et al, 2002, p. 14)0 Teorias Estocásticas
Essa
idéia é a base das teoriasque postulam
ser a deterioração associada a idadeavançada
devida àacumulação
dedanos
molecularesque
ocorre ao acaso. Taisem
reparadanos
ou
erros causados aleatoriamentena
síntese de macromoléculas.Em
ambos
os casos, haveria perda de função e de
informação
vitais para as células.A
quantidade destasmacromoléculas
incorretas alcançariamum
nívelem
que algumas
ou
todas as células deum
ser vivo, estariam tao deficientes, metabolicamente, a
ponto
decausarem
amorte do
próprioorganismo.
(FREITAS
et al, 2002, p.l5)0 Teoria de
Uso
e DesgasteAs
teorias classificadascomo
“uso e desgaste” são, provavelmente, asmais
antigas precursorasdo
conceito de falha e de reparo. Atualmente, trêsmotivos
lógicoscontribuem
para o descrédito desta teoria: primeiro, animais criadosem
ambientes livres depatógenos
ou
de ferimentosnao
envelhecem, segundo,muitos danos menores
postulados pelateoria
do uso
e desgaste sãomudanças
dependentesdo
tempo,que
provocam
aumento da
probabilidade de morte,
mas
não servem
como
mecanismos
causais parao
processode
envelhecimento. Terceiro, a teoria esta defasada
em
relaçao aoconhecimento
biológico.Embora
desatualizadas, elas persistem, possivelmente porserem
reforçadasinconscientemente
por
observaçoes cotidianas.Nesta
concepçao,o acúmulo
de agressoesambientais
no
dia-a-dia levaria ao decréscimo gradualda
eficiênciado organismo
e,por
fim,
ámorte.
(FREITAS
et al, 2002, p.l5)0 Teoria das Proteínas Alteradas
Essa
teoria estabeleceque
mudanças
que ocorrem
em
moléculas protéicasapós
a tradução, eque
sao dependentesdo
tempo,provocariam
alteraçoes confomiacionais, emudariam
a atividade enzimática,comprometendo
a eficiênciada
célula. Possivelmente, asenzimas
alteradas são moléculas de longa vida e residemna
célula porum
tempo
longoo
bastante para sofreremuma
desnaturação sutilno
ambiente
citoplasmático.Nesta
concepção,alterações protéicas durante
o
envelhecimento. Proteínas alteradas representariamum
casoespecial
do
conceito de ligações cruzadas,envolvendo
mudanças
conformacionaisque
poderiam
ser tanto reversíveis,como
irreversíveis.(NETTO
et al, 2002, p. 15)4.1.4 -
Envelhecimento
Nomial
e PatológicoPara
entendennos o
envelhecimento precisamos distinguir 0 envelhecimentonormal
das
doenças
associadas à velhice.Quando
falamosde desenvolvimento
normal,estamos nos
referindo à seqüência demudanças
normais
através da qual oóvulo
fertilizadotoma-se
adulto.Consideramos
0 processode
envelhecimentonormal
aqueleque
é independente dasmudanças
deum
desenvolvimento
anonnal.Não
ocorrem
“defeitos”,como
por exemplo,
deum
erro genéticonum
óvulo
durante sua fase embrionária, conhecidacomo
desenvolvimento
anonnal
(HAYFLICK,
1997, p.35).Não
há
duvidaque
com
o
avançarda
idadevão
ocorrendo alterações funcionais eestruturais,
que
embora
variam
deum
individuo a outro, sao encontradosem
todos os idosos esão próprias
do
processo deenvelhecimento
nonnal.É
obviotambém
que
asdoenças
podem
induzir taismodificaçoes
que,com
freqüência,assumem
maior
intensidade, exteriorizando-secomumente
de maneira
a tornar possível sua caracterização.Porém,
como
foi anteriormentecitado,
não
ésempre
fácil estabelecer os limites entre senescência e senilidade,ou
seja, entremodificaçoes
peculiaresdo envelhecimento
e as decorrentesde
processosmórbidos mais
comumente
em
idosos.(NETTO
et al, 2002,p.07)0
Mudanças Nonnais
Associadas à Idade .À
medida
que envelhecemos, ocorrem
milhares demudanças
em
todos os nossosórgãos e tecidos,