Universidade
Federal
de
santa
Catarina
Centro
de
Ciências Agrárias
~Departamento
de
Fitotecnia
sw
%
A
Cultura
do Café
no
Sul
de
Minas
Gerais
Empresa: Cooparaiso
São
Sebastião
do
Paraíso-
Minas
Gerais
Universidade
Federal
de Santa
Catarina
Centro de
Ciências
Agrária
Departamento
de
Fitotecnia
A
Cultura
do
café
no
Sul
de
Minas
Gerais
Relatório
de
Estágio
apresentado
ao
curso
de
Agronomia,
área
de
Fitotecnia
da
Universidade
Federal
de Santa
Catarina.Acadêmico:
Frederico
Augusto
Avelar
Nogueira
Orientador:
Paul
Richard
Müller
Ã3%%ëa
Agradecimentos
A
toda aminha
família pelo apoiodado
durante todos estes anos devida acadêmica.
Ao
professor Paul Richard Müller pelo apoio prestado.Ao
supervisordo
estágio FábioLopes
de Oliveira pela dedicaçãodurante o período que estive
no
estágio.A
todos os EngenheirosAgrônomos
e funcionáriosda
Cooparaíso quede
alguma forma
me
auxiliaramna
realização deste estágio.A
Deus, que possibilitou que viesse a cumprir maisuma
etapaÍndice
1- Introdução
2- Caracterização de
um
cafeeiro3- Principais variedades cultivadas
na
região3.1- Variedade
Mundo-Novo
3.2- Variedade Catuaí
3.3- Variedade Icatú
4- Plantio e formação da lavoura cafeeira
5-
Manejo
da
lavoura cafeeira 6- Nutrição mineraldo
cafeeiro 7- Pragasdo
cafeeiro 7.1- Bicho-Mineiro-do-cafeeiro 7.2- Broca-do-café 7.3- Cigarras 7.4- Cochonilhas 7.5- Ácaro-vermelhodo
cafeeiro 7.6- Formigas desfolhadoras 7.7- Lagartas desfolhadoras 8-Doenças do
cafeeiro 8.1-Tombamento
8.2- Canela seca 8.3- Seca de ponteiros 8.4- Cercosporiose 8.5-Phoma
do
cafeeiro 8.6-Mancha
deAscochyta
8.7- Antracnose 8.8-Mancha
Aureolada 8.9-Ferrugem
9- Conclusão 10- Referências Bibliográficas 1 1-Anexos
Llntrodução
As
espécies Coffea arabica (café arábica ) e Coffea canephora ( caférobusta) são as únicas cultivadas
em
grande escala nas variadas regiões cafeeirasdo
mundo
e representam, praticamente100%
de todo café comercializado,com
o caféarábica participando
com
cerca de70%
na
produção mundial e o café robustacom
30%
( Matiello, 1.993 ).O
café arábica apresenta melhor qualidade,dando
bebida de maiorvalor, alcançando preços superiores aos
do
robusta, cuja bebida é consideradaneutra, muito
usada
em
misturas ( blends ) ena
indústria de solúvel, sendofavorecida pela maior concentração de sólidos solúveis,
o
que resultaem
maiorrendimento industrial ( Matiello, 1.993 ).
Na
região sul deMinas
Gerais,100%
dos cafezais pertencem a espécieCoffea arabica , sendo esta urna espécie tetraplóide
com
2n
=
44 cromossomos;
éautofértil, apresentando
pequena
polinização cruzada ( de 5 a15%
) devida aventos, insetos etc.
O
Brasil é o maior produtor de cafédo
mundo,
participandocom
uma
produção
média
de24
milhões de sacas benificiadas por ano, demn
total de 92,5milhões de sacas produzidas
no
mundo
( Matiello, 1.993).Para este ano de 1.998 estima-se que serão produzidas
no
Brasil cercade 35 milhões de sacas benificiadas, sendo que o Estado de
Minas
Geraisproduzirá50%
desta quantia.Para abastecer o
consumo
intemo são necessárias cerca de 10 milhões de sacas de café por ano, sendo quedo
restanteuma
grande parte é exportada e urnapequena
parte guardadaem
estoque.A
primeira planta de café foi introduzidano
Brasil,em
1.727, pelasmãos
do
sargento-mor Francisco deMello
Palheta.As
plantasforam
cultivadasem
Belém
do
Pará, deonde
o café irradiou-se para oMaranhão
e estados vizinhos echegou
àBahia
em
1.770.Do
Maranhão
o caférumou
para o sul, alcançando oRio
de Janeiro
em
1.774.No
Estadodo Rio
de Janeiro, a culturado
café desenvolveu-senos contrafortes
da
serrado
mar, indoem
direção ao valedo
Paraíba,onde chegou
em
1.825, espalhando-seem
seguida, porSão
Paulo eMinas
Gerais (Matiello,1.993).
A
culturado
café, ao longo dos anos,tem
evoluídoem
cicloscompostos
por fases de expansão e retração. Altos preçosdo
cafégeram bons
lucros, causando euforia e
provocando
plantiosem
larga escala, seguidos, três aquatro anos mais tarde, de safras elevadas.
Em
decorrência, sãoacumulados
estoques,
aumentando
a oferta e deprimindo os preços, o que causa a redução dostratos
ou
mesmo
oabandono
das lavouras.O
resultado é a retração, que levanovamente
abons
preços fechando-se, dessa forma, o ciclo.A
região sul deMinas
Gerais apresenta ótimas condições climáticasque vai de outubro a maio, o cafeeiro precisa de
umidade
disponívelno
solo.Na
fase de colheita e repouso, de junho a setembro, a necessidade é
pequena
e o solopode
ficar mais seco ( até quase o ponto demurcha),
sem
grandes prejuízos para aplanta.
Uma
deficiência hídrica, nesse período, chegamesmo
a estimular oabotoamento
do
cafeeiro, conduzindo, ainda, auma
florada
mais uniforme,quando
no
reinício das chuvas.As
regiões mais secas e fiias,no
periodo de colheita,produzem
cafésde
melhor
qualidade,como
ocorre nas zonas de cerradoem
Minas
Gerais ( sul deMinas
e Triângulo Mineiro).Atividades
desenvolvidas
durante
o
estágio:1-Plantões
na
lojada
cooperativa:Durante o período
em
que estive estagiandona
Cooparaíso, realizeiatividades de
campo
(visitas a lavouras de café) e de escritório,onde
acompanhava
o
plantão dosagrônomos na
lojada
cooperativa. Nestes plantõespude
aprendermuito sobre os produtos que são utilizados para controlar doenças, pragas e ervas daninhas,
além
de conhecer os diversos equipamentosempregados
numa
lavoura decafé (bicos para pulverizar, emplementos, etc).
Além
disso, haviasempre
uma
pessoa(empregado da
fazendaou
opróprio proprietário)
que
apareciacom
um
pé
de café doenteou
uma
folhacom
alguma
deficiênciaou
toxidez dealgum
elemento, para pergimtar parao
agrônomo
que estava de plantão, que produto
ou
queadubo
usar para suprir estesdesequilíbrios apresentados pela plar1ta.(As principais deficiências apresentadas
pelas plantas
eram
dos rnicronutrientes zinco e boro, sendo estes muito importantespara se ter
um
bom
desenvolvimento dosramos
produtivos eo
principal sintoma detoxidez apresentados pelas plantas era
do
herbicidaRoundap-
o mais utilizadono
controle das ervas daninhas).
Os
principais sintomas de deficiência e de toxidezapresentados pelas plantas são citados
no
decorrerda
revisão bibliográfica.Já durante as diversas saídas que realizei a
campo, pude
através delaster
um
contato mais diretocom
as atividades desenvolvidasnuma
lavoura de café.Dentre as atividades
que pude
acompanhar, estão:2-Plantio de mudas:
Tive a oportunidade de observar o plantio de dois tipos de mudas: de saquinho e de tubete.
A
primeira é usadahá
muitotempo
pelos cafeicultores,exigindo maior
mão-de-obra
em
relação amuda
de tubete, sendo esta mais rápida para a realizaçãodo
plantio.A
abertura das covas para o plantioem
saquinho exige maiortempo
que a
muda
de tubete,onde
urna pessoa vai furando e a outra, logo atrás, plantandoas mudas. Para tirar a
muda
do
tubete, é só daruma
pequena
batidaembaixo
com
amão
que ela sai facilmente.No
entanto, apesar de exigirmenor
tempo
para arealização
do
plantio, tem-se observado que se o plantio for feitoum
pouco
atrasado(
do
final de janeiroem
diante), este tipo demuda
não
se desenvolve tãobem
quanto a
muda
de saquinho, podendo, inclusive, haver muita replanta. Para serealizar o plantio a
muda
deve ter de quatro a seis pares de folhas, caso contrário,ela estará muito
nova ou
passada.3-
Adubação
de plantio:Acompanhei
em
meu
estágio, algumas adubações de plantio,onde pude
aprender a realizar esta prática.
Em
primeiro lugar, as adubaçõescom
nitrogênio epotássio são parceladas
em
pelomenos
três a quatro aplicações, durante o períodoé suficiente.
Assim
o
cálcio e omagnésio
são aplicados via calagem logo após acolheita e antes
da
esparramaçãodo
cisco.O
fósforo é aplicadono
iníciodo
períodochuvoso ou
junto a primeira aplicação de nitrogênio e potássio.Também
o boro e ozinco são aplicados
no
iníciodo
período chuvoso, preferencialmenteem
solos leves.A
aplicação dos fertilizantes de cobertura (sejamanual ou
mecânica), ésempre
dirigida para a projeçãoda
saia da planta,onde
esses são esparramados parafacilitar a absorção pelo sistema radicular (gerahnente estes são colocados dos dois
lados
da
planta).No
plantio os fertilizantes são misturadosna
terra de enchimento dascovas
ou
sulcos.O
adubo
orgânico,quando
disponível para o plantio, deve serusado
em
quantidades pré-estabelecidas, de acordocom
a sua composição.4-Preparo
do
solo para aplicação de herbicidas pré-emergentesna
linha de plantio:Em
algumas das visitas que realizei as fazendas,pude
observar o preparodo
solo para a aplicação destes herbicidas; sendo estes aplicados logo apóso plantio. Para que a aplicação tenha sucesso é importantíssimo que o solo
na
linhade plantio esteja destorroado e
sem
pedras, para que o herbicida apresente melhoreficácia.
É
importantetambém
que o solo esteja úmido, para que a aplicação tenhaIIlalOI` SIICÔSSO.
5-Controle de doenças e pragas:
Durante as visitas realizadas nas fazendas, havia
sempre
a preocupação de observar se as doenças estavam nurn nível dedano
econômico.Caso
fossecomprovado,recomendava-se sempre
produtos para o seu controle.No
períodoem
que estive estagiando, adoença
mais temida pelosagrônomos
e fazendeiros era a ferrugem, por se tratar deuma
doença
de rápidadisseminação (se caso
não
for controlada rapidamente, elatem
o poder decomprometer
toda a produçãodo
ano seguinte, devido ao grande desfolhamento quecausa à planta).
6-Outras atividades desenvolvidas:
Durante
o
estágio,pude
aprendertambém
a regularum
pulverizador.Para a realização de tal prática, deve-se marcar
0 tempo
para o trator percorrer50m.
Nestemesmo
tempo
recolher a quantidade de produtoem um
bico.Em
seguida, multiplica-se o
volume
pelonúmero
de bicos e calcula-se peloespaçamento
entre linhas, a quantidade de produto a ser utilizadaem
run hectare.Realizei
também,
nas fazendas, juntamentecom
os agrônomos,estimativas de safra. «Para realizar esta estimativa de safra, calcula-se a
produtividade
média
por hectare (soma-se quantos pés de café possui o hectare eem
seguida estima-se a produtividademédia
em
litrosque
cadapé
possui emultiplica-se
em
seguida pelonúmero
de plantasque
aquele hectare possui; assimtêm-se a produtividade
média
por hectare.Sendo
que para produziruma
saca decafé beneficiada de
60Kg,
precisa-seem
média 450
litros de caféem
coco.De modo
geral, o estágio foi bastante proveitoso, poiscomo
relateipude
aprender muito das atividadesempregadas
para ter-seuma
lavoura de café2-Caracterização
de
um
cafeeiro
O
cafeeiro éuma
planta de porte arbustivoou
arbóreo, de caule lenhoso,lignificado, reto e quase cilíndrico.
Os
ramos
são dimórficos, sendo o seudimorfismo
relacionado a direção dosramos
em
seu crescimento. Aquelesque
crescem
em
sentido vertical são osramos
ortotrópicosou
primários e osque
crescem laterahnente são os plagiotrópicos, laterais
ou
secundários.Sobre
o
cauleda
plantapodem
crescernovos ramos
ortotrópicos, oschamados ramos
ladrões, oriundos, principalmenteda
quebrada
dominância apical,decorrente
da
eliminaçãodo
ponteirodo
cafeeiro, seja porpoda ou
por ataque deinsetos, doenças etc.
Os
ramos
plagiotrópicosdão
origem aramos
terciários,formando
opalrnetamento,
uma
característica desejável, já que atunenta a área produtivada
planta.As
folhasdo
cafeeiro são opostas, inteiras, coriáceas e persistentes (na
maioria das espécies ), tendo coloração verde mais escura e brilhante
na
partesuperior
do
limbo e mais clara e opaca,com
nervuras salientes,na
parte inferior.Nos
ramos
laterais e nas axilas das folhas, são formadas asgemas
florais,que dão
origem à floração e fiutificação.As
flores são geralmente brancas,podendo
ser arnareladas
ou
rosa-claro (como
em
algumas seleções de C. Canephora); sãotubulosas,
com
a parte livreda
corola divididaem
um
número
variável de lóbulos, eapresentando cinco pétalas
em
Coífea arabica.As
flores são hermafroditas, crescemem
glomérulos (rosetas) e abrem-se oito a dez dias após chuvasou
irrigação, tendoduração efêmera (três a quatro dias ).
O
fiuto do
café é urna drupa, norrnahnentecom
duas sementes, que sãoplano-convexas ( sementes chatas), desde que
não
haja abortamento deum
lóculo,formando-se, nesse caso, sementes arredondadas,
chamadas
democa.
O
sistema radiculardo
cafeeiro é pivotante, as raízesfinas
são superficiais,localizando-se,
em
sua maioria (70%
), até30
a40
cm
de profundidadeno
3-Principais
Variedades
cultivadas
na
região
3.1-
A
variedadeMundo-Novo
apresenta,como
principais características: portealto,
ramos
longos, folhas menores,bom
vigor, frutos verrnelhos, maturaçãodo
frutomais uniforme,
menor
tolerância a ferrugem, maior sensibilidade aos efeitos deventos fiios e maior exigência
em
zinco e magnésio.A
grandedesvantagem da
variedadeMundo-Novo
é o seu porte elevado,que exige a utilização de escadas para a colheita manual, maior necessidade de
poda
para redução de altura (decote) a firn de facilitar os tratos e a colheita mecânica.
Por
outro lado, de maturação mais precoce dos fiutos e de melhor conformação de
planta (mais aberta e arej ada), a variedade
Mundo-Novo
se adapta melhor a colheitamecânica, principahnente nas regiões de altitudes mais elevadas,
em
que a maturação dos frutos é desigual e tardia.3.2-
A
variedade Catuaí éum
híbridodo
caféMundo-Novo
com
o caturra,desenvolvido a partir dos primeiros cruzamentos efetuados
em
1.949,quando
seprocurou associar o
bom
vigor e a rusticidadedo
Mundo-Novo
ao porte baixo e àboa
capacidade de produçãodo
Caturra,pouco
rústico(Matiello, 1.993).As
principais característicasda
variedade Catuaí são: porte baixo,ramos
curtos, folhas maiores, vigor muito
bom,
confomração compacta, frutos amarelosou
vermelhos, maturação tardia e desuniforme nas regiões de maior altitude, maior
tolerância à ferrugem,
menor
sensibilidade aos efeitos de ventos frios e maiorexigência
em
boro.A
variedade Catuaí é mais indicada para áreas montanhosas, pois, pelo seu porte baixo, facilita os tratos manuais. Apresenta ainda a característica de emitirmenor número
deramos
ortotrópicos (ladrões), comparativamente ao cultivarMundo-Novo,
desobrigando a maiornúmero
de desbrotas.O
Catuaí se destaca nos dois extremos de clima,em
áreas mais quentesou
mais frias e
em
solos mais pobresou
sob adubações mais fracas.Da
mesma
forma,o Catuaí sobressai nas regiões mais sujeitas à ferrugem, visto que se desfolha mais
lentamente por efeito
da
doença, apresentandomenor
perda de produção de queo
Mtmdo-Novo.
3.3-
A
variedade Icatú, é originárioda
hibridação entre cafeeiros das espécies C.Arábica e C.
Canephora
(robusta), essa última tendo, previamente, seuscromossomos
duplicados, para possibilitar o cruzamento(trabalho iniciadoem
1.950) (Matie1lo,1.993).
O
híbrido Icatú procura associar as características de alto vigor e resistênciado
café robusta à qualidade de fruto (bebida)do
café arábica.Tratando-se de material híbrido, o Icatú
vem
apresentando variávelresistência à
fenugem, na forma
de resistência horizontal.OBS
GERAL:
Na
regiãoonde
estagiei, a variedade Catuaí é a quevêm
sendo maisutilizada nas lavouras, principahnente devido, a maiores facilidades nos tratos
4-Plantio
e
formação
da
lavoura
cafeeira
Para a exploração comercial de
uma
cultura perenecomo
o
cafeeiro é necessário o planejamento de todas as fases, particularmente daquelas diretamenteligadas à implantação e formação
da
lavoura.A
escolhaadequada do
terreno é de grande importânciana
formaçãoda
lavoura
do
café particularmenteno
que diz respeito aos aspectos ligados ao clima, adeclividade e as características fisicas e químicas
do
solo.A
detenninação de locaisonde
possam
ocorrer geadas éuma
das principaispreocupações para a seleção de áreas adequadas.
Ainda
com
relação ao clima,deve-se considerar as exigências
do
cafeeiroem
umidade, pois para vegetar efrutificar
normahnente o
cafeeiro necessita encontrarumidade
facihnente disponívelno
solo durante todo o período de vegetação e de fiutificação, de outubro à maio.Com
isso, áreacom
boa
distribuição de chuvas e soloscom
maiorcapacidade de retenção de umidade, de textura média, deve ser preferidos, a
menos
que haja disponibilidade de irrigação nos períodos de déficit hídrico.
A
declividadeda
área a ser escolhida poderá limitaro
sistema de plantio e acondução da
lavoura.Áreas onde
a declividade é superior a20%
inviabilizam amecanização,
mas
no
entantocom
o uso de tração animal pode-se trabalharem
declividades de até 40%.(aci1na de
40%
é possível apenas a aplicação de tratosmanuais
à lavoura)Máximo com
60
a70%
de declividade,porém
com
práticasmuito boas de conservação de solo.
Para o uso de implementos, à presença de pedregulhos e/ou cascalhos nos
primeiros 30-40
cm
pode
ser limitante(5-15% no
máximo).Os
cascalhos e pedrasaumentam
o
desgaste das ferramentas,além
de dirninuírem ovolume
de solo econseqüentemente sua capacidade de armazenar água.
Para o cafeeiro considera-se que a profundidade efetiva
do
solo esta aoredor de
l20cm,
desde que sua textura sejamédia
a argilosa enão
tenha mais de15%
de pedras.Para se
tomar
a decisão de qual espaçamento usar, deve-se levarem
consideração
uma
série de fatores, taiscomo:
insolação, cultivares, fertilidadedo
solo, tratos culturais, sistemas de
poda
a utilizar e declividadedo
terreno, dentreoutros.
Até
recentemente, quase todas as lavouras de caféno
Brasileram
implantadas
no
sentido de se deixar a plantaem
livre crescimento.Os
espaçamentosentre as linhas de plantio
eram
bastante largos, para que a mecanização fossepossível
ou
mesmo
oemprego
de culturas intercalares.No
livre crescimento são utilizados basicamente dois sistemas de plantio, osistema
em
covas e o sistemaem
renque. Outro sistema quevem
sendo muitoutilizado pela cafeicultura brasileira é o sistema adensado.
O
sistemaem
covas é aqueleem
que se utiliza mais de rnna plantana cova
de plantio. Atualmente este sistema já é
bem
pouco
utilizado, os que utilizam20-30cm. Entre as covas, de centro a centro, o espaçamento mais
comum
é o de 1,5a
2m.
Já o sistema
em
renque é aqueleem
que se utiliza apenasuma
planta porcova, usualmente
com
espaçamentona
linha de plantio entre 0,5 e lm.Com
relação ao sistema de plantio adensado ele permite oaumento da
população de plantas pelo
menos
em
4 a 5 vezesem
relação aos espaçamentosconvencionais.
Usualmente
seemprega
5.000 a 10.000 plantas por hectare.O
maioratrativo
tem
sido a maior produtividade nas primeiras colheitas, o que resultaem
maior rentabilidade a curto prazo. Contudo, ao passar
do
tempo, as diferençasem
produção
tendem
a reduzir, pois oadensamento
reduz muito a área por planta.As
principais vantagensdo
sistema de plantio adensado são:-Maior produtividade por área, principalmente nas primeiras colheitas;
(possibilitando o
retomo
mais rápidodo
capital investido).-Menor
custo de produção por saca beneficiada,em
razãodo aumento da
produtividade
numa
proporçãobem
superior aoamnento do
custo por área de produção;-Maior proteção
do
solo contra a erosão e melhoria de suas características fisicas,químicas e biológicas;
-Redução
das plantas daninhas após o fechamento da lavoura,em
funçãodo
sombreamento da
área;-Menor
ataque de bicho-mineiro.ç
As
desvantagens são as seguintes:-Maior investimento inicial nas fases de plantio e de formação
da
lavoura;-Maior dificuldade
ou
mesmo
impedimento da
mecanização de tratos culturais;-Fechamento rápido
da
lavoura e necessidade demanejo
mais intenso das plantascomo
desbrotas epodas
mais fieqüentes;-Maior incidência de broca nos fiutos e de ferrugem nas folhas;
-Maior dificuldade
na
aplicação de tratos culturais;-Atraso e maior desunifonnidade
na
maturação dos fiutos.Por isso, recomenda-se
o
sistema de plantio adensado particularmente parapequenas propriedades e para regiões montanhosas,
onde
amecanização não
pode
ser utilizada.
Escolhida a área e definido o espaçamento, inicia-se
o
seu preparo para oplantio.
A
análisedo
solo é de fundamental importância, para arecomendação
decorreção e adubação.
A
amostragem
para análise deve ser feita nas profundidades de 0-20 e 20-40cm.O
terreno deve ser limpo (destocado e roçado), paraposteriormente iniciar a
marcação
e confecção dos terraçosem
nível, espaçados de40-60m,
para que as operações seguintespossam
ser executadasem
nível.A
araçãodeve ser feita
no
fim
do
período seco,com
a finalidade de incorporar os restosvegetais e o calcário.
A
subsolagempode não
ser necessária, casonão
hajaproblemas de
compactação do
solo; contudo se indicada, esta deve ser feitana
áreasubsolagem é feita a
uma
profundidade de40
a60cm,
ultrapassando acamada
adensada de solo e realizada
com
o terreno secoou
ligeiramente úmido, para melhorquebrar os torrões.
O
sulcamentodo
terreno deverá obedecer aum
alinhamento feito pelasniveladas básicas, que poderão ser os terraços.
São
traçadas linhas paralelas a essas niveladas básicas,sempre no
sentidode baixo para cima, de
forma
que as ruasterminem sempre na
parte inferiordo
terraço, facilitando assim a
manobra
de tratores e veículos. Ligando os terraços sãodeixados carreadores pendentes,
no
sentido perpendicular e desencontrados, a cada7
0-100m,
quetem
a finalidade de facilitar o trânsito demáquinas
eo escoamento da
produção.O
sulco deve ser feito após a aração e gradagem. Estesdevem
teraproximadamente
50cm
de profimdidade,com
40-50cm
de abertura e4-5cm
no
fimdo.
O
calcário,quando
necessário, deve ser aplicadoem
área total, sendo que oideal é aplicar a
metade do
calcário antes emetade
após a aração,ou
antesda
gradagem, incorporando
o
maisprofimdo
possível, pelomenos
a30cm.
A
calagem
em
área total antesdo
plantionão
dispensa acomplementação
no
sulcoou na
cova,onde
se aplica até100g
de calcário por metro de sulco, para cada tonelada aplicadapor hectare,
em
área total. Se a topografianão
pennitir a aplicação e incorporaçãodo
calcário mecanicamente, deve-se distribui-loem
faixas, nas linhas de plantio.Quando
o solo necessitar de calcário e gesso agrícola ( saturação de alumíniona
camada
de20-40cm
acima
de20%
ou
cálcio emagnésio
baixos nessaprofimdidade)
primeiro se faz acalagem na fonna
recomendada
e depois se distribuio gesso a lanço,
não
sendo necessária a sua incorporação; pode-se ainda usar o gesso previamente misturadocom
o
calcário.A
adubação
de plantio deve ser feitacom
basena
análise de solo.O
fósforoe o potássio
devem
ser aplicadosno
sulco de plantio, de 100 a200Kg
deP205
ede
60a100kg
deK2O
por hectare.Também em
funçãoda
análisedo
solo edo
histórico
da
área, alguns micronutrientespodem
ser fomecidosna
adubação deplantio,
como
o zinco (sulfatoou
óxido de zinco), o boro (ácido bóricoou
bórax) emesmo
o cobre (sulfato de cobre).O
emprego
de matéria orgânicapode
ser dispensávelquando
essanão
édisponível
na
propriedadeou
seu custo é elevado. Contudo,sempre
que possíveldeve ser empregada, pois
aumenta
opegamento
dasmudas
e o crescimento inicialdo
cafeeiro (20kg
de esterco de curralou
até 8 litros de esterco de galinhaou
até3kg
de torta demamona
por metro de sulco).O
plantiodo
cafeeirono
centro suldo
Brasil deve ser feitoem
pleno períodochuvoso, de
novembro
a março.Deve-se
utilizar somentemudas
com
3 a 6 pares defolhas para
o
plantio, evitando-semudas
muito novas(com menos
de 3 pares defolhas),
ou
mudas
passadas.Antes
da
retirada dasmudas
do
viveiro deve-se aclimatá-las ao sol,deixando-as por pelo
menos
30
dias a pleno sol, diminuindo-se nesse período afreqüência de regas.
Pouco
antesda
retirada dasmudas
para ocampo,
deve-se fazerfreqüente a ocorrência de cercosporiose
no campo,
logo após o plantio,como
conseqüência de períodos de deficiência hídrica, que
induzem
ao estressenutricional das mudas.
Também
antes da retirada dasmudas
do
viveiro estasdevem
ser regadas abundantemente.
Para
o
plantio asmudas devem
ser colocadasem
nívelou
um
pouco
abaixodo
solo, evitando-se plantios muito rasos, que resultamno tombamento
dasmudas
eplantios muito fimdos, que
causam
o afogamento das mudas.Após
a colocaçãoda
muda
na
coveta, deve-se fazer pressãona
terra lateralrnente ao blocoda muda,
com
a
mão
espalmada, evitando-se que a raíz principal seja pressionada.Deconido
cerca deum
mês
após o plantio, deve ser feito o replantio dasfalhas, isto é, das
mudas
quemorreram ou
daquelas muito fracas, sendo quereplantio deve ser feito o mais rapidamente possível, para maior uniformidade das
plantas.
Após
o
pegamento
dasmudas,
cerca de 20-30 dias, inicia-se a aplicação denitrogênio
em
cobertura, utilizando-se cerca de2g
de nitrogêniomuda
(l0g desulfato de amônio),
em
cada adubação.A
partir daí, a cada 30 diasaproximadamente, essa aplicação deve ser repetida , tantas vezes quanto o periodo
chuvoso
permitir (até abril/maio).Obs: Aplica-se ao redor
da
planta,em
círculo.Pulverizações
com
micronutrientespodem também
ser realizadas, caso essesnão tenham
sido colocadosno
sulco de plantio. Outro cuidado relaciona-se ásdesbrotas, necessárias
no
período de fonnação da lavoura.É
comum
após o plantio,particularmente após os períodos de estresse hídrico
ou
término, surgirem brotaçõesna
haste principal das plantas, sendo que asmesmas
devem
ser eliminadas atravésde desbrotas freqüentes.
Em
áreascom
cafezalrecém
erradicados é indicado o usode
um
inseticida-nematicida granuladono
sulco de plantioou
em
cobertura,mesmo
que a lavoura antiga tenha sido erradicada
há
pelomenos
um
ano.O
controle deplantas daninhas deve ser feito regularmente,
mantendo sempre
lirnpa urna faixapróximo
asmudas,
realizando-se periodicarnente as capinas,com
enxada
ou
com
ouso de herbicidas pré-emergentes, seletivos para
o
cafeeiro.Para a
adubação
em
cobertura nos dois primeiros anos apóso
plantio, deve-se considerar a análise
do
solo parao
potássio.A
adubação
com
fósforopode
serdispensável caso -esse nutriente tenha sido aplicado
no
plantiona
dose recomendada. Para o nitrogênio, deve-se fixar a dose entre 15-30g deN/muda
no
primeiro ano e entre
30-60g
deN/muda
no
segundo ano, divididosem
4 parcelas durante o períodochuvoso
(outubro-março).5-Manejo
da
lavoura
cafeeira
As
plantas daninhascompetem
com
a culturado
cafeeiroem
água, luz enutrientes, principalmente
na época
quente e chuvosa, queno
Brasil coincidecom
operíodo de outubro a março,
ou
seja, esse período de interferência atinge a culturadesde a floração até a granação dos frutos.
Os
métodos
de controle das plantas daninhas classificam-se em:-Controle preventivo: consiste
no
uso de práticas quevisam
prevenir a introdução,estabelecimento e/ou a disseminação de determinadas espécies
em
áreas ainda porelas
não
infestadas.-Controle cultural: consiste
no
uso de práticascomuns
aobom
manejo da
água edo
solo,
como
a rotação de culturas, a variaçãodo
espaçamentoda
cultura e o uso decoberturas verdes (mucuna-preta, crotalárias, guandu, etc.)
-Controle
mecânico ou
fisico: consisteno
controle de plantas daninhas atravésdo
arranquio manual, capina
manual(manual ou
mecânica),ou cultivo mecânico, sendoeste o mais usado atualmente.
-Controle químico: Possui
um
alto rendimento operacional, por controlar plantasem
qualquer estádio de desenvolvimento, controlar a erosão e produção de cobertura morta.
Mas
no
entanto este método, exigemão
de obra especializada, exigindoconhecimentos de
manejo
de diversos tipos de herbicidas, de equipamentos usadosna
aplicação e conhecimento para reconhecimento de plantas daninhas.Os
equipamentos usados para a aplicação de herbicidas são:a) Pulverizador costal manual-
com
capacidade para20L
é muito utilizado peloscafeicultores,
porém
apresenta algtunas limitações.(baixo rendimentolha/dia/homem,
não
mantém
vazão constantecomo
outros equipamentos).b) Aplicadores hidraúlicos tratorizados- é muito
usado
em
médias e grandes áreasde café,
porém
não
podem
ser utilizadasem
lavouras implantadasno
sistemaadensado.
O
uso de culturas intercalares nos cafezais,sempre
foiuma
altemativa usada, principalmente porpequenos
cafeicultorescom
objetivos diversoscomo:
amnento da
renda familiar, produção de alimentos para sua subsistência, diminuiçãodos custos de formação e até de produção da lavoura cafeeira.
O
uso de culturasintercalares,
como
o arroz,o
feijão e o milho é tuna prática usadano
entanto, muitasvezes
tem
demonstrado resultados negativos, devido a concorrênciaem
água, luz enutrientes,
podendo
prejudicar o desenvolvimento de lavourasnovas ou
mesmo
diminuir a produção de lavouras adultas. Por isso, as culturas intercalares
devem
serrealizadas de
forma
a reduzir aominimo
a sua concorrênciacom
o
café, sendoimportante, para isso, selecionar as culturas, usar
mn
níuneroadequado
de linhas,fazer a
adubação
necessária e retomar ao cafezal os restosda
cultura. Para reduzir aconcorrência e facilitar a
adubação
do
cafezal,uma
faixacom
largura de cerca del,5m,
próxima
as linhasdo
café, deve ficar livre de plantas intercalares.O
espaçocultura, sendo indicadas as seguintes distâncias entre linhas:
20cm
para o trigo;40cm
para o feijão;50cm
para oamendoim,
a soja eo
arroz; 70 a80cm
para a6-
Nutrição mineral
do
cafeeiro
O
desenvolvimento e a produçãoeconômica
dos cafezaisdependem
do
fomecirnento, pelo uso
ou
pelas adubações dos nutrientes necessários ao cafeeiro,de
forma
equilibrada.Em
ordem
de exigência, o cafeeiro adulto extrai os nutrientesN,K,Ca,Mg,F,S,Zn,B
e Cu(Guimarães,l .997).Para
o
estabelecimento de tuna nutrição mineral e equilibrada, é precisoconsiderar,
além
dessa exigência nutricional, outras características que afetam adisponibilidade e
o
suprimento dos nutrientes, sendo: a) o tipo de solo, suascaracterísticas físicas e químicas; b) as condições climáticas, principalmente a
distribuição das chuvas; c) as características
do
cafezal, idade, espaçamento,variedade,
condução
anterior, potencial de produção, estado vegetativo; d) aqualidade e o tipo dos
adubos
ou
corretivos aserem
empregados; e) os períodos demaior constuno dos nutrientes pelo cafeeiro; Í) a diagnose de carências (visual
ou
por análise foliar); g) a
forma
de utilização dosadubos
(modo,época
etc.)(Mendes,l.996).
Os
adubos nitrogenadosdevem
ser distribuídos, de talforma
que a água possa conduzí-los até a raíz por
fluxo
de massa. Já os adubos contendofósforo e potássio, elementos esses que atingem as raízes por difusão,
devem
serdistribuídos de maneira que seja garantido
um
maior contatocom
a raíz, devido aoseu
pequeno movimento no
solo, pois caso contrário as necessidadesda
plantapodem
não
ser satisfeitas se apenas tunafiação do
sistema radicular receber fósforo e potássio.-Diagnose das deficiências e de toxidez dos elementos encontrados
no
cafeeiro:
A
diagnoseou
a constatação das deficiências nutricionaisno
cafeeiropode
ser feita através de duas maneiras principais: pela observação visual dos sintomas
e/ou pela análise
do
conteúdo foliar. Estas formas são complementares, pois aconstatação dos sintomas muitas vezes exige melhor
comprovação
pelos resultadosanalíticos e,
em
situação oposta,mesmo
não
sendo observado sintomas, as plantasjá
podem
estar deficientes, e a análise foliarpode
diagnosticar e ajudar a prevenirdeficiências latentes, que
poderiam
setomar
mais graves.A
seguir são apresentadosas principais funções, os sintomas e os condicionantes de deficiências,
bem
como
osníveis foliares considerados
adequados
para cada nutrientes.Nitrogênio(N)- é importante
na
expansãoda
área foliar,no
crescimento da vegetação ena
formação de botões florais, e se localiza, principalmente, noscloroplastos das folhas, sendo importante
na
atividade fotossintética.Nas
plantascom
deficiência .as folhas adultas,da
basedo
ramo
para a extremidade e,principahnente nos
ramos
com
carga,perdem
o
brilho e a cor verde escura,passando para verde-limão.
Quando
a deficiência se acentua as folhasamarelecem
iniciando pelas nervuras e
caminhando
para as folhas mais novas.Algumas
folhascaem.
Em
casos graves as folhas velhasficam
esbranquiçadas e a cor verdenão
volta as folhas. Inicia-se desta folha intensa, seca dos ponteiros
Die back
edepauperamento
da
planta.As
plantas deficientes são mais atacadas pela cercosporiose e pela ferrugem.As
deficiênciasocorrem
pela falta de suprimento denitrogênio, principalmente
na época
de granação dos frutos,em
função dasadubações insuficientes, problemas
no
sistema radicular das plantas, períodos de estiagem queimpedem
sua absorsãono
soloou
excesso de chuvas e de altas cargas pendentes.Os
teores foliares de nitrogênio consideradosadequados
são de 3,1 a3,5%.
Com
excesso deN
(relaçãoN:K
de 2 a 3:1) a vegetação toma-se muito exuberanteem
detrimentoda
fiutificação, sendocomum
ocorrer essa condiçãoem
regiões montanhosas, de clima frio e
úmido
ecom
excesso de nebulosidade.Potássio(K)-
É
reguladorda
turgência e melhora a resistênciado
cafeeiro aspragas e doenças e ao frio.
A
deficiência épouca
observadaem
campo,
devido à rápidaqueda
de folhas. Ela aparece nas folhas velhas, que apresentam a ponta e osbordos
sem
brilho e amarelados, evoluindo para pontos escuros e necrose dosbordos. Ocorre
queda
de folhas, seca deramos
echochamento
de fmtos.A
carência ocorre maisno
periodo de granação dos fiutos(fevereiro-março).As
causas dedeficiência são: a falta de
K
disponível, realou
induzida, por secaou
por excesso de calagem(devido ao antagonismo deMg
eCa).O
nível foliaradequado
é de 2 a2,5%.
O
excesso deK
pode
causar desfolha, provavehnente pelo desequilíbrio deMg
e Ca.Fósforo(F)- Influi
na
síntese earmazenamento
de energia,compondo
oATP.A
deficiência deP
ocorre nas folhas velhas, queperdem
o brilho, apresentammanchas
amareladas desuniformes, queevoluem
para cores vermelho-arroxeadas,podendo
tomar todo o lirnbo foliar. Deficiências mais severas, queaparecem no
período seco(pós-colheita),
mostram
aindamanchas
marrons e necroseda
extremidade das folhas, que
pode
tomar maisda metade do
limbo. Ocorre, ainda adesfolha e redução
do
sistema radicular.A
deficiência deP
é mais prejudicialem
plantas jovens, sendo
um
dos nutrientes mais importantesna
formação dasmudas,
no
plantio e fonnaçãodo
cafezal,quando
afeta o desenvolvimentodo
sistemaradicular e
da
parte área das plantas.O
nível foliaradequado
situa-se entre 0,12 e0,2%
(5%
do
teor de N).Cálcio(Ca)- influi
na
estruturaçãoda
planta(ramagem)
eno
sistemaradicular,
podendo
causar,também,
morte dasgemas
terminais (ponteiros) muitasvezes associado a carência de boro.
A
deficiência aparece nas folhas novas (devido a baixa mobilidadedo
cálcio),do primeiro par, que apresentam os bordos amarelados(da ponta para a base),permanecendo
o centroda
folha mais verde.A
coloração amarelada passa a branquicenta e atinge toda a folha,
ficando
a nervuracentral ainda verde.
Podem
ocorrerpequenos
pontos necróticos nas folhas novas(em
períodos secos), a seca deramos Die
Back, desfolhas e morteda
extremidadede raízes.
A
carência é maiorem
solos ácidos, associada a toxidez de altunínio emanganês,
em
períodos secos, situaçõescomtms
nas áreas de cerrado e zonas desolos desgastados.
O
nível foliaradequado
situa-seem
1 a 1,5%.Magnésio(Mg)-
participada
formaçãoda
clorofila.As
deficiênciasaparecem
nas folhas velhas,com
sintomas bastante nítidos, aparecendoum
amarelecimento
na
área entre as nervuras secundárias, quepennanecem
verdes.Esse amarelecirnento intemerval evolui para a cor alaranjada e até castanha. Ocorre
forte desfolha e
pode
ocorrer seca deramos
laterais.Em
períodos de estiagemou
em
casos de grande deficiência, as folhas apresentam pontuações escuras (visíveiscontra a luz) que coalescem e
formam
manchas
negras.As
deficiências estãoassociadas a solos ácidos
(sem
calagem)ou
em
situações queprovocam
desequilíbrios,
como
o excesso deadubação
potássicaou
o uso de calcáriocalcítico. Teores
adequados
demagnésio
nas folhas são de 0,35 a 0,50%.Enxofre(S)- entra
na composição
das proteínas.As
carênciasocorrem
em
folhas novas, que apresentam cor verde-claro,
com
brilho normal, passando à coramarelada e as nervuras continuam verdes,
com
sintomas parecidoscom
a deficiência de cálcio.Provocam
encurtamento de internódios e desfolha.As
deficiências
no
campo
ocorrem
muito esporadicamente, sendoum
problema
quetende a crescer, pela falta de matéria orgânica nos solos e pelo uso de
adubos
sem
enxofre (fónnulas concentradas), muito
embora
cresce,também,
o usode
gesso(sulfato de cálcio),
boa
fonte de S.O
nível foliaradequado
é indicadocomo
0,05 a0,10%.
Zinco(Z)- participa
como
catalizadorna
formaçãodo
triptofano, precursordo
ácido indol acético,hormônio
responsável pelo crescimento meristemático, influindo, portanto,no
crescimento da parte áreado
cafeeiro.Em
plantas carentesde zinco as folhas novas ficarn pequenas,
com
pontuações mais claras,ficando
levemente coriáceas e quebradiças.
Os
intemódiosna
extremidade dosramos
ficam
curtos, ocorre morte de
ramos
e as brotaçõesformam
rosetas.As
plantasacabam
ficando
cinturadas Qiescoço pelado) e os fiutospequenos.
A
deficiência de zinco é induzida pelacalagem
excessiva, alto teor de manganês, nitrogênio, cobre e fósforo, principahnenteno
plantio.O
teor foliaradequado
é de 10 a20 ppm.
Em
excesso, principalmentena época
de florescirnento(acima de
30
ppm), o zinco provoca reduçãodo
produção.Boro(B)- influi
no
crescimentodo
cafeeiro eno
pegarnento (fecundação dasflores).
Os
sintomas de carência se apresentam nas folhas novas, queaparecem
defonnadas, afiladas, pequenas,
com
bordos arredondados.A
superficie das folhasnovas
fica
granulada, ocorre morte degemas
apicais e superbrotainento,com
asbrotações
fonnando
pahnetasou
leques.Em
deficiências graves, as folhas recém-nascidas apresentam pontuações negras e corticosas junto a nervura principal.
A
deficiência de boro
pode
serprovocada
pela carênciano
solo, pela falta de cobre,pelo excesso
de
calagem, excesso de chuvas, longo período de estiagem e excessode potássio.
O
nível foliaradequado
é de40
a 80ppm.
O
excesso de boro causatoxidez, aparecendo folhas
manchadas
de verde-amarelo eem
casos gravesocorrem
queima
nos bordos das folhas. ~Cobre(Cu)- participa nos processos de respiração e oxidação
(como
catalizador).
A
deficiência ocorre nas folhas novas, principalmenteem
plantasjovens e
em
mudas.As
folhastomam-se
onduladasna
página superior,com
nervuras salientes, encun/ando-se para baixo.
Os
sintomasevoluem
para as folhasmais velhas, que
além
de encurvadas para baixo apresentam a nervura central e afaixa
próxima
mais clara.A
carência é devida à faltano
solo, sendo induzida peloexcesso de calagem, de matéria orgânica
ou
de íons ferrosos,além
de excesso denitrogênio e fósforo.
O
nível consideradoadequado
nas folhas é de 10 a 50ppm.
Ferro,
Manganês,
Molibdênio e Cloro- a deficiência de ferro apareceeventualmente por efeito de
má
drenagem, excesso de matéria orgânica eem
rebrotas de recepa e ainda
não
tem
importância para a cultura cafeeira.As
folhasnovas apresentam-se amareladas até quase brancas e as nervuras
mantêm
a corverde normal,
formando
um
reticuladobem
visível,não havendo
reduçãodo
tamanho
das folhas. Teoresadequados
sãoem
tomo
de 100ppm.
Teores de ferromenores
que20
ppm
mostram
deficiência.O
manganês
é mais prejudicial pelatoxidez, associada a solos ácidos.
A
deficiência demanganês
causa amarelecimentoe ligeira redução
do tamanho
das folhas novas (doisou
três pares terminais), queapresentam
manchas
brancasou
amarelas entre as nervuras.O
teor foliaradequado
deve estar superior a 50
ppm. Abaixo
de 10ppm
aparecem
sintomas de deficiência.Para o cloro e molibdênio existem
poucos
estudos,não
seconhecendo
bem
os sintomas de toxidezou
carênciaem
nível decampo.
Análise foliar:
A
análise foliar éum
instrumento útil para indicar o estado nutricional dasplantas,
embora
deve serexaminada
em
conjuntocom
os fatores locaisda
lavoura,como
a presençaou não
de carga, aépoca
de amostragem,sempre
que possível,deve ser correlacionada
com
.a análise de solo.Duas
épocas são mais indicadas paraa coleta de arnostras de folhas, antes
do
início das chuvas (na primavera) eno
inícioda
granação dos fiutos (janeiro-fevereiro).A
primeira para ajudarna programação
de
adubação
e a segimda para aferir os teores foliaresem uma
época
de maiordemanda
de nutrientes. Para a coleta correta de folhas, os talhõesdevem
serseparados, de acordo
com
suas características (idade, variedade, espaçamento, tratocultural, carga etc.).
Em
cada talhãodevem
ser coletados quarenta a cinqüenta paresde folhas, de
20
a 35 covas de café, ao acaso dentrodo
talhão.As
folhasdevem
sercoletadas
do
terceiro par (contandoda
ponta para a base),em
ramos
situadosna
altura
média do
cafeeiro e dos dois ladosda
linhado
café. Essas folhasdevem
seracondicionadas
em
envelope de papelou
saco plástico, eem
seguida, enviadas paraum
laboratório que realize sua análise.Com
baseem
trabalhos experimentais, foi estabelecido o nível de nutrientesnas folhas considerado limiar,
ou
seja, abaixodo
qualo
nutriente apresenta-seem
deficiência, podendo, então, influir negativamente
no
crescimento e produçãodo
cafeeiro.
O
nivel sintomáticocompreende
os teores foliaresem
que a deficiênciado
nutriente é mais grave,
quando aparecem
sintomas visuais evidentes.O
nívelexcessivo é aquele
onde
o nutriente deve estar causando prejuízos, por antagonismo, desequilíbriosou
toxidez,com
ou
sem
sintomas visuais.A
condição idealque
favorece o maior crescimento e produtividade ocorre,normahnente,
quando
os teores de nutrientes são adequados entre o nível limiar e oNutrientes
N(%)
1>(%)K(%)
Mg(°/‹›)Ca(%)
s(%)
Zn(1›pm) B(r›1>m) C11(1>r›m)Mn(pr>m)
Fe(ppm)
Deficiente c/ sintomas<
2,5<
0,05<
1,2<
0,2<
0,5<
0,05<
7<
30
<
4
Escala nutricional Limiar 3,0 0,12 1,8 0,35 1,00 0,15 1040
10 50 100Adequada
3,0 - 3,5 0,12 - 0,20 1,80 - 2,50 0,35 - 0,50 1,00 - 1,50 0,15 - 0,20 10 -20
40
- 80 10 - 50 Excessiva>
3,5>
0,20>
2,5>
0,5>
1,5>
0,2>
20
>
80>
50Mo(ppm)
- 0,1 - -Adubação:
A
adubação
é, juntocom
a calagem,uma
das práticas essenciais àexploração racional
da
cafeicultura, pois os cafezais,em
sua maioria, se encontram implantados sobre solos naturalmente pobresou
empobrecidos pelomau
usoanterior, necessitando, continuamente,
do
suprimento de nutrientes, ao soloou
diretamente às plantas, sobre variadas formas(matiello,1.993).
O
fomecimento
de nutrientes ao cafeeiro,do
plantio à fase adulta,pode
serfeita por adubações químicas
ou
orgânicas.A
adubação
químicacompreende
osmacro
e/ou micronutrientes, sendo os primeiros supridos, principahriente, via solo,na fonna
sólidaou
por adubos líquidos.Os
micronutrientespodem
ser fomecidosvia solo, sendo igualmente
adequada
a adubação foliar (por pulverização).A
adubação
orgânica incorpora ao solomacro
e micronutrientes,além
de hormônios emicroorganismos benéficos,
podendo
ser feitacom
materiais introduzidos (estercos,resíduos industriais, palhadas etc.)
ou
produzidosna
própria área (matoou adubo
verde).Adubação
Química:A
época
deadubação
depende, basicamente,do
período de maiorconsumo
de nutrientes pelo cafeeiro, para seu desenvolvimento vegetativo e fiutificação.
No
Brasil, o cafeeiro cresce ativamente a partir das primeiras chuvas,
em
setembro-outubro (na primavera). Deste
modo, no
centro-suldo
Brasil, aadubação
deve serrealizada de outubro a março/abril, parceladamente, o que é importante para
o
melhor aproveitamento dos adubos, principahnente daqueles
com
nitrogênio, que selixivia facihnente.
Em
menor
escala,o
parcelamento é necessário para opotássio(duas parcelas são suficientes), sendo que
o
fósforopode
ser aplicado deuma
só vez.O
boro e o zinco,quando
aplicados via solo, e o calcáriopodem
seraplicados de
uma
só vez, antesda
esparramação.Quando
se utiliza fórmulasNPK,
os nutrientes são parcelados igualmente,
em
três a quatro parcelas.O
modo
deadubação,
ou
de localizaçãodo adubo
jimto aos cafeeiros, variacom
a idade eespaçamento
da
lavoura;o
decliveda
área; ocomportamento
dos adubosno
solo ea
fonna
de absorção de cada nutriente.Os
resultados experimentaismostram
que, àexceção
da adubação
de plantio, os adubosdevem
ser distribuídosem
cobertura,na
região
próxima ou
sob a saia dos cafeeiros,com
aplicaçãomanual ou
mecanizada.Em
áreas inclinadaso
adubo pode
ser espalhado apenasdo
lado de cima, ao longoda
linhado
café.Se
a área for plana a distribuição deve ser feita dos dois lados.Na
adubação mecanjzada
o equipamento aplicador joga oadubo
sob a saia,ultrapassando ligeiramente o cafeeiro,
não
sendo necessário, por isso, passarem
todas as ruas.Em
aplicações manuais, caso haja dificuldade de mão-de-obra para adistribuição
do adubo
dos dois ladosda
linha, pode-se usar o procedimento detrocar o lado de aplicação a cada parcelamento.
7-
Pragas
do
cafeeiro
7 . l- Bicho-Mir1eiro-do-cafeeiro(Perileucoptera coffeella): (Ordem-Lepidoptera;
Familia- Lyonetiidae).
O
bicho-mineiro-do-cafeeiro(BMC),
é considerado praga chaveda
culturado
café, apesar de seus danosserem
indiretos.O
adultodo
BMC
éuma
micromariposa, de 6,5m1n de envergadura,com
asasas brancas
na
parte -dorsal,com uma
mancha
escurana
ponta (Morais;l .997). Estaabriga-se durante
o
diana
face inferior das folhasdo
cafeeiro eno
começo
do
anoitecer,
abandona
o esconderijo e inicia a ovoposição.Os
ovos são colocadosna
página superior das folhas,
em
média
7 ovos por noite.Uma
fêmea
apresentauma
capacidade de ovoposição de mais de 50 ovos.
Os
ovos são achatados, brancos,com
cerca de3mm
de comprimento.Após
a emergênciada
lagarta, o córion (de aspecto transparente)permanece
aderido à folha.A
duraçãodo
período embrionário varia de 5 a 21 dias,dependendo
dascondições de temperatura e umidade.
As
lagartasemergem
do ovo
para o interiorda
folha, diretamente
no mesófilo
foliar,sem
entrarem
contatocom
o meio
exterior,ficando
entre as duas epidennes, alimentando-sedo
parênquima.As
áreasdestruídas
vão
secando,aumentando
detamanho
amedida
que a área vai crescendo.As
partes secas são facilmente destacáveis. Esta injúria édenominada
de mina, daío
nome
comum
do
inseto.A
duraçãodo
período larval oscila entre 9 a 41 dias,quando
as lagartascompletamente desenvolvidas
(com
cerca de 3,5mrn
de comprimento),abandonam
a folha pela parte superior
da
mina, descendo até a saiado
cafeeiro através deum
fio
de seda. Geralmentena
página inferior das folhas, as lagartastecem
um
casulode coloração branca e
com
formato característico de “X”,onde
passam
para a fasede pupa. Esta fase
tem
uma
duração de 5 a26
dias.Após
esta fase,emergem
asmariposas
na
proporção de 1macho:
1 fêmea, cuja a longividade é de 15dias.O
ciclo evolutivo varia de 19 a 87 dias, principalmente
em
funçãoda
temperatura, e,em
condições normais,pode
ocorrer de 8 a 12 gerações ano.Clima
seco e,ou
manipulação ambiental que proporcione condiçõesmicroclimáticas de baixa tunidade relativa
no
cafezal favorecem a ocorrência deBMC.
Entretanto, a partir da década de 70,em
razãoda
ocorrência da ferrugem revolucionando a tecnologia de aplicação de defensivosna
cultura e a abertura de novas fionteirasem
áreasdo
cerrado para o cultivo dessa rubiácea, oBMC
tem
ocorrido de
forma
continua, atacandotambém
durante aépoca
das chuvas.BMC
causa desfolha nas plantas afetando a produtividade, o rendimentodo
café e a longividade das plantas.Os
sintomas são mais visíveisna
parte altada
planta,ocorrendo grande desfolhamento
quando
a infestação é grande. Trabalhos depesquisa conduzidos