UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA
CATARINA
PROGRAMA DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA
DE PRODUÇÃO
O
Design
no
Desenvolvimento de
Produtos:
uma
análise
e
prospecção
de
principios
e
métodos
utilizados
Dissertação
submetida
àUniversidade
Federalde Santa
Catarina paraa obtenção
do
grau
de mestre
com
especialidadeem
Gestão
do Design
edo
Produto.cÉL1o
TEonoR1co Dos
sANTos
Florianópolis Santa Catarina Brasil
O
Design
no Desenvolvimento
de Produtos:
uma
análise
e
prospecção
de
princípios
e
métodos
utilizados
cÉL1o
TEoDoR1co nos
SANTOS
Esta
dissertação foi julgadaadequada
paraa obtenção
do
título de:“MESTRE
EM
ENGENHARIA”
Especialidade
em
Gestão
do Design
edo
Produto
eaprovada
em
suaforma
final
peloprograma
de Pós-Graduação.
Banca
examinadora;
Prof. Ricardo
Miranda
Barcia, Ph. D.Coordenador do Programa
Prof.
Nelson
Back, Ph. D.Orientador
Prof/É./Alice Theresinha Cybis
P
rreira, Ph. D.Prof.
Feman~tomo
Forcellini,.Dr. Eng.Prof.
Nelson
Back, Ph. D.SUMÁRIO
Lista
de
figuras ... _. I e IILista
de
gráficos ... _. IIIResumo
... __IV
Abstract ... _.V
Awwni-1cA1›ÍTULo.1
INTRODUÇÃO'
... ._ 1.1 Justificativa ... _. 1.2 Objetivos ... _. 1.3 Metodologia ... _. 1.4 Estruturada
dissertação ... _.cAPí¶ULo.2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
... _.6
2.1 /Processo de incorporação
da
estética nos objetos de uso cotidiano ... ._6
2.2
O
conceito de funçãono
produto ... _.10
2.3 Propriedades que constituem
um
produto ... ._15
2.4 Classificação de produtos
em
funçãode
suas características ... ._16
2.5
Algumas
notas sobre o ensino, o processo e a profissãodo
desenho industrial .... _.17
2.6 Conclusão ... _. 21
CAPÍTULO.3
'ALGUNS
ELEMENTOS
UTILIZADOS
NA
TEORIA
DO
DESENHO
INDUSTRIAL
... _.22
3.1 Conceituação e definição
do
desenho industrial ... ..22
3.2 Alguns elementos utilizados
na
teoriado
desenho industrial ... __25
3.3
Funções
práticas ... _.26
3.4
Funções
da linguagemdo
produto ... ._27
3.5
Funções
estético-formais ... _.27
3.6 Funções indicativas ... ._23
3.7 Funções simbólicas ... _.31
3.8 Leis formais ... ._32
3.8.1 Leido
fechamento ... _.32
3.8.2 Lei da proximidade ... ._32
3.8.3 Lei da igualdade ... _.33
3.8.4Leida
continuidade ... ._33
3.8.5 Lei da precisão ... _. .343.9 Critérios de
ordem
e complexidade ... ._35
3. 9.1
Ordem
... _.36
3.10.1
Complexidade
... _.36
cAPíTULo.4
Esruno
DE
cAsOs
... _. 414.1 Mobiliário padrão de
mesas
e cadeiras escolares ... .. 414.1.1 Introdução ... ._ 41
,4. 1.2 Metodologia ... ., ... ._
42
4. 1. 3 Aspectos dimensionais, de uso e tecnológicos dos produtos ... ._
45
Projeto de mobiliário padrão para o
Banco
Bamerindus
... ._47
4.2.1 Introdução ... ..47
4.2.2 Metodologia ... ._47
4.2.3 Considerações gerais ... _.48
4.2. 4 Estações de trabalho ... ._49
4. 2. 5 Problemas ergonômicos ... ._ 51 4. 2.6
Tipos de arranjos ... _.54
4. 2. 7 Propostas ergonômicas para o projeto ... ._
56
4.2.8 Propostas gerais
da
estação de trabalho ... _.60
4.2.9
Mock
up
... ._ 614.2.10 Estacão de trabalho para atendimento aos clientes ... ._
62
4. 2. I I Estação de trabalho para abertura
de
contas ... _ ..63
4.2.12 Conclusão ... _.
64
4 3
O
desenhista industrialna
fábrica ... ._67
4.3.1 Introdução ... ... _.
67
4.3.2 Históricoediagnóstico ... _.67
4.3.3 Racionalização ... ._68
4. 3. 4 Custos ... ..68
4. 3.5 Padronizaçao ... _.68
4.3.6Produção
... _.69
4. 3. 7 Diferencial fonnal ... ._69
Estudo cromático de equipamento odontológico ... _.
72
4. 4. J Histórico e diagnóstco ... _.
72
4.4.2 Conceituação
do
estudo cromático ... _.72
4. 4. 3
Como
o desenhista industrial utilizaum
sistema de cores ... __74
4.4.4 Desenvolvimento
do
projeto ... __75
4.4.5 Apresentação
do
estudo ... _.76
4. 4.6 Conclusão ... _.
78
CAPITULO.5
CARACTERÍSTICA
DE
PRODUTOS
COM
UM
BOM
DESENHO
INDUSTRIAL
... ._80
O
designacima
da
lir1ha ... ._ 81O
design abaixoda
linha ... ._79
Princípios de
um
bom
desenho industrial ... ._82
5. 3. I
A
empresa
produtora ... ._84
5.3.2
Equipe
de projeto e marketing ... _.85
5.3.3 Integridade
do
produto ... _.85
5.3.4
Meio
ambiente ... ._85
5. 3.
5
Qualidades técnicasdo
produto ... _.87
5. 3.
6
Qualidades semânticas do produto ... _.88
5. 3. 7
Adequação
contextual ... __88
5.3.8 Qualidades estético-formais ... _.
89
5.3.9
Função
sócio-cultural eeconômica
... _. 91cA1>1TULo.õ
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
_ ... _.92
6
1 Sobreoensino
... ._92
6 2
Sobreaprofissão
... _.94
6.4
Recomendações
para estudos futurosBIBLIOGRAFIA
... ... ..REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
Figura 01 Figura
02
Figura 03 Figura04
Figura 05 Figura 06 Figura07
Figura08
Figura 09 Figura 10 Figura 1 1 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura20
Figura 21 Figura22
Figura 23 Figura24
Figura 25 Figura26
Figura27
Figura28
Figura29
Figura30
Figura 31 Figura32
Figura 33 Figura34
Figura 35 Figura36
Figura37
Figura 38 Figura39
Figura40
Figura 41 Figura42
Figura 43 Figura44
LISTA
DE
FIGURAS
Chaleira elétrica - Peter Behrens,
AEG
Berlim 1905 ... ..Chaleira elétrica - Peter Behrens,
AEG
Berlim 1908 ... ._Chaleira elétrica - Peter Behrens,
AEG
Berlim 1909 ... _.Chaleira elétrica -
Georg
Christian Friedrich Temmler,CFT
1820 ... ._Chaleira - Phillipe Starck, 1986 ... ._
Chaleira - Phillipe Starck, 1986 ... _.
Stacking Chair -
Naoto
Fukasawa,ID
Two
... ._ \D\O\D®@9
_. 13
Cadeira - Charles Mackintosch, 191 8 ... ._
14
Cadeira ... ._
Delimitação ... _. ._
14
._29
European
Telephone -Hedda
Beese,ID
Two
... ._29
Contraste e estruturas superficiais ... _.
29
Night Mariner -
Machen
Montague
Inc. ... ._ ._29
Ordem
Formal
... ._30
Reagrupamentos
... ._.30
Estrutura
da
superficie ... ._30
Audiovox
-Rick
Whittey ... ._Home
ProGarden
Tool Line -Designworks
/USA
... _...
30
_.30
Cadeiras segundo escalão ... _. 31
Lei
do
fechamento .... ... _.32
Linx Entertaimnent
System
- Neil Taylor -ATARI
... _.32
Lei
da
proximidade ... _.Relógio Zeico ... ._
.
33
_.
33
i/o Personal Digital Assistant -
GVO
Inc. ... ._33
Lei
da
igualdade ... _. _.33
Accumet
pH
Meter
-Denver
Instrument Inc. ... _.33
Lei
da
continuidade ... _.34
Morpho
IIMotocycle
-GK
Dynamics
Inc. -Yamaha
... ._34
Lei
da
precisão ... _..34
Air
Bass
- PaoloLanna
... _.34
Air Bass - Paolo
Lanna
... ..34
Porsche
356
Ano
1949 - Ferdinand Porsche ... ._36
Modular Communication
- NicolasBrawne,
Frog Design ... _.Working
in the Office of the Future - Art Center College of DesignElectrial Vehicle Charging System -
IDEO
ProductDevelopment-
GM
Swing
Arm
Desk
Lamp
Prototype -John
Rizzi,The
KnollGroup
... ._._
36
._37
._37
._38
Television ... ._
38
Evolução
das garrafasda Coca-Cola
... ._~. ... _. ._38
Ka
Painel-FORD
... ..38
Ka
extemo-FORD
... ._ ._38
Conceito aditivo ... _.40
Conceito integrativo ... __ ._40
Conceito integral ... ..40
Dimensional ... __ .. 41Figura 45 Figura
46
Figura47
Figura48
Figura49 FiguraSOA
FiguraSOB
Figura 51 Figura 52 Figura 53 Figura 54 Figura 55 Figura 56 Figura 57 Figura 58 Figura 59 Figura60
Figuraól Figura 62 Figura 63 Figura 64 Figura 65 Figura 66 Figura67
Figura 68 Figura 69 Figura 70 Figura 71 Figura 72 Figura 73 Figura 74 Figura 75 Figura 76 Figura77
Figura 78 Figtua79
Figura 80 Figura 81 Figura 82 Figura 73 -(ID
Antropômetros ... ._43
Medidas
corporais ... _.43
Medidas
corporais ... ._43
Medidas
corporais ... _.43
Vistas gerais/
Mesa
e cadeira ... _.44
Protótipo ... ._
45
Protótipo ... ._45
Check
out ... ._ 51Check
out ... ._52
Análiseda
tarefa ... ._53
Análiseda
tarefa ... ..54
Arranjo 1 ... _.55
Arranjo 2 ... ._55
Arranjo 3 ... ._55
Proposta 1 ... _.57
Proposta 2 ... _.58
Layoutda
proposta ... ._59
Layout 1 ... ..60
Layout 2 ... ..60
Layout 3 ... ._60
Layout 4 ... ..60
Layout 5 ... _.60
Mock
up
1 ... ._ 61Mock
up
2 ... ..62
Mock
up
3 ... _.62
Agência
instalação ... _.63
Agência funcionamento ... ._64
Cama
anterior ao projeto ... _.70
Cama
nova
proposta ... ._70
Berço
anterior ao projeto ... ._70
Berço nova
proposta ... _.70
Círculo cromático ... ._
74
Luminosidade, Saturação e
Croma
... ._75
Rendering a
mão
... ._77
Rendering amão
... _.77
Renderingno computador
... _____________ _.77
Renderingno computador
... ._77
Renderingno
computardor ... _.77
Unidade
de periféricos ... ._78
Cadeira Odontológica ... _.78
Gráfico
01Gráfico 02
Gráfico
03Gráfico 04
Gráfico
05Gráfico
06Gráfico 07
Gráfico 08
Gráfico
08.lGráfico
08.2Gráfico
08.3Gráfico
08.4Gráfico
08.5Gráfico
08.6Gráfico
08.7Gráfico
08.8Gráfico
08.9GIII
LISTA
DE
GRÁFICOS
O
começo
... _. 11 Interfaces _. 12Funções do
produto ... ._ 13Modelo
de análisedo
Desenho
Industrial ... ._14
Propriedades que constituem
um
produto ... _.15
Características dos produtos ... _.
Funções e interface
do
produto ... ._... _.
16
... _.26
Ordem
e complexidade ... _.35
Ordem
... ._ ... _.36
Complexidade
... ._36
Ordem,
contraste e assimilação ... ._37
Complexidade, contraste e assimilação ... _.
37
Ordem
e gravitação ... ._37
Complexidade
e gravitação ... ._38
Experiência ... _.
38
Novidade
... ._38
Ordem
contextual ... __Gráfico
08.10Complexidade
contextual ... ._Gráfico
08. 1 1Complexidade
material _______________________ _.... _.
39
... ._39
... ._39
W
RESUMO
A
palavra design é utilizada de maneira indiscriminadacomo
fachada parauma
sériede atividades comerciais e artísticas e muita gente desconhece o seu real significado.
Do
ponto devista
do Design
Industrial, o profissional Designer é visto pela maioria das pessoas,como
o
artistada
forma,da
aparência externa dos produtos de uso cotidiano, eque
os conceitos e limites destaatividade extrapolam as fronteiras da forma. '
i A
O
objetivo geral deste trabalho é descrever, analisar e propor alguns princípiosemétodos que são inerentes a atividade, ao processo proj etual
do
Designer Industrial e contribuirna
ampliaçãoda
literatura sobre otema
proposto. Para obter o objetivo geral foi necessário a reali-zação de
uma
pesquisa e análise minuciosa, das principais publicações sobre otema
e indispensá-veis
na
fonnação eembasamento
desta atividade, desdeo
inícioda
década de setenta atéo
finaldos anos noventa.
A
metodologia utilizada se baseounuma
abordagem
sistêmica e gradual, perrni-tindo ao leitor (público alvo), absorver
pouco
apouco
os elementos que caracterizaram oDesign
Industrial e suas interfaces. Deste
modo
semodelou
alguns dos seus princípios teóricos e práticos,ie
métodos
de
abordagem
para problemas deDesign
com
a ajuda de estudos de casos,aprofundando
o
conhecimento pela praxes ao nível conceitual e operativo. Conclui-secom
uma
análise prospectiva e recomendações sobre o ensino, a prática profissional, o futuro
do
Design,e0
ABSTRACT
The word
Design is freely used as a front for a series of cormnercial and artistic ac-tivities, but a lot of people don°t
know
its real meaning.From
the point ofview
of Industrial Designthe professional Designer is seen
by most
people as the artist,which
gives Shapes and the extemalappearance of generic products and the concepts
and
limits of this activity broke the baniers ofshape.
The
general goal of this paper is to describe, analiseand
proposesome
principleand
methods
which
are inherent to the activity, to the process of the project of Industrial Designand
tocontribute to the broadening of the literature
on
the proposed theme.To
achieve this obj etive, de-tailed analysis and search of the major and indispensable publications about the
theme
in its fonna-tion and foundation
was
necessary, from the beginning of the seventies to the endof
the nineties.The
used methodology
was
basedon
a gradual and systematic approach allowing the reader (targetpopulation) to absorb little
by
little the elements that characterize Industrial Design and its interfaces.In this
way some
of the theoretic and practical principalsand
approachmethods
for problems of de-sign with the help of study cases
were
formed, deepening theknowledge
of the praxis at the concep-tual and operative level. It ended with a prospective analysis and recommendations for teaching the
professional practice, the future of design and possible themes for future studies.
v
QD
INTRODUÇÃO
.1
No
início da história dahumanidade
o
homem
se preocupava basicamentecom
asua subsistência
no
planeta terra.A
sua relação e interferência junto a natureza e aos animais, pro-vocou
e provocamudanças no
seumodo
de vida.A
expansão de necessidades, a divisãodo
trabalho e o surgimento de especialistas,juntamente
com
o aumento
produtivo de bens deconsumo
e bens de capital, serviu para delinearván`as atividades e
uma
delas foi oDesenho
Industrial, que será otema
deste trabalho.Os
produtos de uso e deconsmno
passaram a fazer parte de nossas vidas, adquirin-do
outros valores que extrapolaram as funçõesdo
uso para os quais foram destinados, estes valores~
sao de ,natureza cultural, social e econômica. .
Numa
primeiraabordagem
pode-se dizer que oDesenho
Industrial está fundamenta-do
nas “ciênciashumanas,
projeto e tecnologia, considerandocomo
morfologia educacional,a
comunicação,
a utilização, a tecnologia, osmeios
e processos, a história,a
filosofia eo
planejamento
como
processo metodológico”.O
atendimento de necessidades cada vez mais específicas das pessoas deuma
soci-edade
ou
deum
país, passou a ser objeto de estudo ede
interpretaçãodo
Desenho
Industrial ede
outros especialistas.
_
A
busca deuma
melhor qualidade de vida, mais conforto e segurança para realiza-ção de suas atividades,
vem
mudando
0 perfildo
usuárioou
consumidor,tomando-o
cada vezmais
exigente, obrigando aqueles que produzem, a
melhorarem
continuamente a qualidade de seus pro-dutos e serviços.
É
neste cenário que entra oDesenho
Industrial, para fazer a interface entre o produ-tor e
o
usuário, procurando atender as necessidades tecnológicas e econômicasdo
produtor e,atender as necessidades
do
usuário,do
ponto de vistada
utilizaçãodo
produto,ou
seja, usuáriox
produto.
_
`
_
O
Desenhista Industrial deve estar
afinado
com
a cultura de Luna sociedade e osmeios de produção, para viabilizar de
forma
coerente os objetos de uso a serem produzidos,como
elemento de interface entre Produto
x
Fabricante e, ProdutoX
Usuário.É
O
obj eto de estudo deste trabalho é de explicitar alguns conteúdos da atividadedo
Desenho
Industrial, pormeio
de princípios teóricos e atravésda
praxes e, propor alguns critériospara concepção
de
produtos honestosou
considerados produtos debom
um
Design
Industrial.1.1
JUSTIFICATIVA
Os
novos imperativos a aberturade
mercado, a globalização e os grandes acordoscomo
a unificação Européia, oNAF
TA
e o Mercosul, traçamuma
nova
políticano
cenário Mundial.A
crescente preocupaçãocom
omeio
ambiente, a busca pela melhoria da qualidadede vida, acorda a sociedade para
uma
mudança
de critérios e atitudes.É
neste contexto que oDesenho
Industrial, a partir dos anos noventa,vem
sendovisto
no
mtmdo
inteiro,como
mn
fator importante e estratégico por parte de empresas, organizaçõese instituições govemamentais. Isto
quando
o conceito de Design é entendido de forma maisampla
eglobal, ao contrário de
uma
ação isolada.Cada
vez mais, empresasvem
contratando os serviços de Design, procurando dife-renciar
o
seu produtoem
relaçãoa
concorrênciaEste trabalho se propõe a caracterizar a atividade
do Desenho
Industrial, elucidandoos seus conceitos e a prática profissional, relacionando a empresa,
o
produto,o
usuário e a socieda-de
num
sentido mais amplo.Apesar
da
utilização indiscriminada da palavra Design,como
fachada para urna _série de atividades comerciais e artísticas, muita gente desconhece o seu real significado.
Doponto
de
vistado Design
Industrial, o profissional Designer, é visto pela maioria das pessoascomo
um
artista, o artista
da
forma, da aparência; e muito dificilmente o Desenhista Industrial é aceitocomo
um
profissional de formação técnica, e queo
seu trabalho vaialém
das fronteirasda
forma.A
maioria dos livros publicadosna
área tratam mais dos aspectos da metodologia,o
que se propõe é fazer urna
abordagem
de dentro para fora,extemando
as particularidades destaatividade, mostrando
como
o
Desenhista Industrial trabalha etoma
decisões.Por
que
o consumidorou
usuário escolheum
certo produtoA
em
relação aum
pro-Evidenciar o grau de utilidade
do
produto, diferencial semântico e seu preço de mer-cado, geralmente esses são os fatores que determinam a compra.
Apesar de ser
uma
atividadeem
ascensão, a literatura existentenão
é si gnificativa,portanto, qualquer iniciativa para
mudar
esta realidade será válida.1.2
OBJETIVOS
- Descrever alguns princípios que são inerentes a atividade e ao processo proj etual
do
Desenhista Industrial.- Contribuir para ampliar a literatura sobre o atual estado da arte
do tema
proposto.Na
obtenção dos objetivos gerais, os objetivos específicos são os seguintes:- Estabelecer
uma
visão globaldo
desenho Industrial, fazendo uso de estudos decasos distintos entre si.
- Caracterizar a atividade
do Desenho
Industrial,modelando
algtms dos seus princí-pios teóricos e práticos.
`
-
A
profundar o conhecimento pela praxes ao nível conceitual e operativo.1.3
METODOLOGIA
A
metodologia a ser utilizada baseia-senuma
abordagem
sistêmica e gradual,pennitindo que
o
leitor (público-alvo) consiga absorverpouco
a pouco, os elementosque
modelaram
a atividade, de maneira que, visualizeo
todo ecompreenda
com
mais proftmdidadeo
Desenho
Industrial e suas interfaces. `Para tanto, os capítulos a seguir estão estruturados cronologicamente,
de
forma queo leitor navegue
em
alguns conceitos deuma
teoriaem
Design, passando rapidamente pela históriae, finahnente chegue a fusão da teoria
com
a prática profissional.caracterize as suas relações básicas,
ou
seja, Designerx
Produtor e Designerx
Usuário.Com
o objetivo de tomar esta leitura mais leve e compreensível, alguns capítulosserão ilustrados,
quando
necessário.A
literatura utilizada neste trabalho, são aquelas mais significativas e que contribuíramna
formação eembasamento
desta atividade.1.4
ESTRUTURA
DA
D1ssER
TAÇÃO
O
capítulo 1, expõe a justificativa e os objetivosdo
trabalho proposto,ametodologia a ser seguida para atingir os objetivos estabelecidos
como
meta. Destafonna
se procu-rou, estabelecer
uma
estrutura lógica entre os capítulos, porém, os assuntos tratadosem
cada capí-tulo são independentes.
O
capítulo 2, revisão bibliográfica, procura caracterizar oDesenho
Industrial, a par-tir de fatos e elementos históricos, que contribuíram
na
modelação, deuma
teoria parao
ensino eprática desta atividade.
Como
sedeu
o processo de incorporaçãoda
estética, nos produtos de uso cotidia-no, as necessidades para os 'quais foram projetados e
o
grau de utilidade desses produtos, junto aosconsumidores e usuários, e a sua importância sócio-cultural e econômica.
As
características gerais dos produtos são representadas graficamente, através deuma
classificação que relaciona as funções práticascom
as funções semióticas.O
capítulo 3, éuma
continuidadeem
relação ao capítulo 2,no
entanto, serão abor-dados alguns elementos para
uma
teoriado Desenho
Industrial. Suas principais funções e leis for-mais que
compõem
essa teoria, técnicas de modelação e refinamento formal.O
capítulo 4, descreve alguns estudos de caso, destacandoo
método
de desenvol-vimento e os fatores mais importantes
em
cada run deles,o
tipo de intervenção, facilitando acom-
preensão de princípios teóricos e práticos, vistos nos capítulos 2 e 3.Ê
No
capítulo 5, se procura estabeleceruma
série de critérios, queajudem
a definirum
produto que possua integridade, sob o ponto de vista deum
bom
Desenho
Industrial,ou
seja,de que maneira poderíamos dizer; este produto é
bom.
O
capítulo 6, encerra este estudo, levantando algumas questões sobreo
papeldo
Desenhista Industrial, sobre o ensino, a profissão e o futuro
do Desenho
Industrial, sendo finalizado1D
RE
V1sÃ
0
BIBLIO
GRÁFICA
.2
A
palavra estética é causadora de inumeráveis equívocos, confundida eempregada
por muitos de maneira errada.
No
que se refere aos objetos de uso cotidiano échamada
também
de cosméticaou
maquiagem
dos produtos. Este erro de linguagem limita a atividade do desenho indus-trial e o seu próprio sentido,
ou
seja,o
sentido dosfenômenos
estéticos, dos cânones pelos quaisaestética foi estabelecida.
4
Segundo
MUKARÔVSKY,
J. (1981, p. 22) afunção
estética ocupa lugar impor-tante
na
vidado
indivíduo e de todauma
sociedade.Dado
a essa importância, alguns/,autores procu-raram distinguir
o
desenho industrial das artes, formulando algims conceitos básicos.2.1
PROCESSOS
DE
INCORPORAÇÃO DA
ESTÉTICA
NOS
OBJETOS
DE
USO
COTIDIANO
O
homem
ao contemplarmn
pordo
sol,ou
uma
lua cheia, as montanhas,ou
atémesmo,
o chão rachado por falta de chuva; lhe trazalgum
tipo de sentimentoou
de identificaçãoO
com
o
que está vendo.O
mesmo
acontece ao contemplar, adquirirou
interagircom
mn
produto de uso co-tidiano, este
fenômeno
échamado
de estética dos objetos.A
estética dos objetos é aquelaque o
homem
percebe,do
ponto de vistada
apa-rência, das formas e superficies,
do
estado das coisas; quer sejada
naturezaou
dos objetos criadospelo próprio
homem.
O
que
vem
a ser estética? aE
Para muitos, estética é aparência ,
maquiagem
ou
o que se vê superficialmente,em
parte esta afinnativa está correta.
O
conceito estéticaprovem
da palavra gregaAisthesis que significa percepção sen-sorial, resultante
do
processo visual e de conscientização, ao proj etarmos npšsa visão parauma
de-terminada coisa, e o que ela desperta para nós. s ='
se-guinte definição: Estética é igual a ciência das aparências perceptíveis pelos sentidos (por
exem-
plo, estética dos objetos), de sua percepção pelos
homens
(percepção estética) e de sua impor-tância para os
homens
como
parte deum
sistema sócio-cultural (estéticado
valor).Para que esta definição seja assimilada, é necessário definir
o
que é percepção esté-tica, estética
do
valor e estética dos objetosdo
ponto de vistado Desenho
Industrial.Percepção
Estética-
éum
processoem
queo
efeito da aparência estética, setransforma
em
importânciaÉ um
processo subjetivo e que as vezes está influenciado pelaimagem
da percepção atual,
ou
por experiências anteriores,como
conceitos de valor enormas
sócio-cultu-rais, Löbach, B. (1976,
p
168 el69).Quando,
a nossa percepçãochama
a atenção paraum
determinado tipode
objeto,por exemplo:
uma
canetaem
meio
a tantas outrasnuma
vitrine, se destaca pelo material, pela cor, peloacabamento e, mais ainda, pela sua forma.
É
nestemomento
que passamos porum
processo perceptivode refinamento,
comparamos
as várias canetas e, nos identificamoscom
aquela que mais despertoua nossa atenção.Como
vivemos
em
sociedade, nãopodemos
esquecer que valores enomras
sãoestabelecidos a todo
momento,
e durante este processo de escolha, a nossa decisão, levaem
consi-deração o contexto
no
qual estamos inseridos.Estética
do Valor-
qualquer objeto de uso cotidiano possuium
grau de utilidadeeum
preço de mercado. Esta relação se caracteriza de duas maneiras, a primeira diz respeito as fun-ções práticas
do
objeto,ou
seja, ao seudesempenho
durante o uso, a segunda está ligada as fun- ções semânticasdo
objeto,ou
seja, aos valores subjetivos que ele carrega.Quando
ohomem
adquireum
detenninado objeto, para ele este objeto possuium
valor
de
uso,um
valor estético eum
valor simbólico (Estéticado
Valor).Segundo Mukarövsky,
J. (1981,p
ll a 13) cada vez secompreende
melhor,que o
conteúdo da consciência individual é dada, até a sua maior profundidade, pelos conteúdos
da
cons-ciência coletiva. Por isso, são cada vez mais importantes os problemas dos signos e da significação,
é
o
contexto geral dosfenômenos
ditos sociais,como
por exemplo: a filosofia, a política, a re-ligião, a economia, a tecnologia, etc.
É
por esta razãoque
a arte, maisque
qualquer outro fenô-meno
social, consegue caracterizar e representar urna época dada. Pornão
se tratar a arte, Lunafor-ma,
quetambém
são utilizados para apontar a sua evolução histórica e a atividadedo
desenho in-dustrial
no
mrmdo.Partindo deste princípio (da arte), o
Desenho
Industrial passa a ser o intérpretede
uma
necessidade, estabelecendo a interface entre o objeto criado e o usuárioem
consonânciacom
uma
sociedade e seus valores.Alguns exemplos de produtos serão mostrados a seguir, para que
fixemos
o sentidoe o processo de incorporação da estética nos objetos de uso cotidiano.
Como
estão relacionadosno
contexto deuma
sociedade,com
seus valores e mais particulannente na vida das pessoas.As
figuras 1 e 2 sãoexemplos
de produtos para atender auma
mesma
função.No
entanto, a chaleira
da
fig. 1 possuium
número
maior de detalhes formaiscomo:
a pegada
tampa, apega do
corpo e a base damesma.
figura 01 chaleira figura 02 chaleira
Esses detalhes e a própria fonna
possuem
uma
carga simbólica quedefine
o perfil,o estado
econômico
euma
possível ascensão social deum
detenninado grupo de pessoasem uma
coletividade.
A
figura 2 é mais despojada, a sua configuração se constitui por elementos essenci-ais a fonna. Apesar de sua simplicidade formal,
como
a fig. 1,também
possuiuma
carga simbólicaque certamente se identificará
com
seu público alvo,ou
seja, pessoas que gostam de formas maislimpas,
sem
muitos atributosou
elementos formais.A
figura 3 que datada
mesma
época que as demais chaleiras (ñgs. 1 e 2) desenha-das pela
mesma
pessoaBEHRENS,
P. (1904 a 1909, p. 178). Apresentauma
forma octogonal,uma
preocupaçãocom
a diferenciação,o
novo, entreum
produto e outro.O
valor simbólicoda
fig. 3 é acentuado pelas facetas da chaleira.
Não
sepode
dizer omesmo
da fig. 4 desenhada por(TEMMLER,
F.C.G.,em
1820).
A
chaleira pareceuma
esfera achatada, apesar de ser bastante despoj ada a suaforma
geralé bastante marcante, o seu desenho
tem
influência inglesa (estilo).figura os chaleira figufa 04 chaleira
Um
exemplo
bem
atual é a chaleira desenhada porSTARK,
P. (1986)de forma
cônica e cabo tubular integrado ao corpo, demonstra
um
valor simbólicoacima do
valorde
uso,apesar de não oferecer perigo ao usuário, pois o cabo não aquece.
É
um
produto privilegiado pelatecnologia e visto
em
muitas vitrines de lojas de utilidades domésticas e residências de DesenhistasIndustriais,
como
mn
objetomeramente
decorativo. Veja as figuras 5 e 6.Os
exemplos das chaleiras que vão a partir de 1820 (chaleira inglesa, fig. 4) 1904 a1909 (chaleiras alemãs, fig. 1, 2, 3) até 1987 (chaleira francesa, fig. 5 e 6), retratam
um
pouco o
perfil histórico e cultural de cada país.No
entantoo
mais importante é que,um
produtoalém
deatender
uma
necessidade através deuma
ftmção, ele exerceuma
função comunicativa.Segundo
EIKHENBAUM,
B. (1976, p. 120) anoção
defonna
tomou
um
novo
sentido: já não é
um
mero
revestimento exterior, mas,uma
integridade dinâmica e concreta quetem
nela própria o seu conteúdo, fora de toda a correlação.
Muitos elementos mpestres da história,
da
arquitetura e da arte, são aplicadosem
objetos
de
uso cotidiano e deomamentação,
esses elementosou
grafismos
aplicados, muitas ve-zes, traduziam os
movimentos
artísticosdo momento.
Da
mesma
maneira que a fonna deum
produ-to
define
valores deuma
sociedade , ografismo
aplicado, quer seja, bidimensionalou
tridimensional,também
faz parte dos valores e repertórios dessa sociedade.Para finalizar, vale ressaltar que os
fenômenos
estéticos estão ligadosao compor-
tamento deuma
coletividade. Funcionacomo
uma
balança,da
religião, da economia,da
tecnologiae dos costtunes de
um
povo.É
algo que foi adotado e virou convenção, por exemplo:alguém
adotou a cor verde
em
um
tomo
mecânico, provavelmente pensando que esta cor transmitiriamais
robustez
ou
confiabilidade aotomo
e a partir daí outros fabricantes, adotaram amesma
corou
tonsaproximados
em
várias partesdo
mundo,
passando a serum
fenômeno
aceito.Agora
se imaginarmos omesmo
tomo
mecânico
pintado na cor rosa,num
primeiromomento podemos
achar engraçado,mas
na verdade, esta cor transmitiria qualidades negativas para0 produto,
podendo
parecerpouco
confiável, frágil, etc. Neste caso a percepção estética das pes-soas, atua negativamente tendendo a rejeição desse produto.
2.2
O
CONCEITO
DE
FUNÇÃO
NO
PRODUTO
O
exemplo
abaixotem
o objetivo de mostrarnão
somente 0 conceito defunção no
produto, mas, todo
um
cenário que ilustra o inícioda
atividadedo Desenho
Industrial.Segundo
SOTTSASS,
E. (1979, p. 9 a 16),um
homem
foi a selva e escolheucom
cuidadoum
ramo
e corta-o, depois colhe ervasou
pêlos de cabra,ou
de javali,ou
mesmo
os seusDe-pois estica a corda e ata-a à outra extremidade
do
ramo, demodo
quefique
curvado, tenninado isto, está feito o arco. Depois faz-seuma
flecha
e já sepode
ir à caça.Na
verdadecomo
diz o próprio Sottsass,uma
história assim tão simplesnão
existe, se tenninássemos por aqui, é claro.O
homem
como
ser pensante utiliza a sua imaginação para poder se antecederou
simular
problemas
que ainda não aconteceramno
suprimento de suas necessidades. Portanto tunanecessidade é suprida por
uma
função. (Vejamos o gráfico 1).Neste caso, o
homem
sentiu fome,ou
previu que iria terfome ou
tinhamedo
do
animal,ou
ainda, o animal erauma
ameaça
para ele.Mas
o que realmente importa nestemomento
é queem
qualquer parte
do
mtmdo,
arcosou
objetos de uso deuma
maneira geral, estavam sendo criados.As
pessoas responsáveis pela criação desses objetostomavam
suas próprias deci-sões, fruto de sua imaginação
ou
com
baseem
experiências vividas, crenças, etc.HOMEM
P
NEcEss|DADE
Oäøo
RO0
CONCEBER
PRoDuz|R
V
FUNÇÃO
‹
PRQBLEMA
V
tirar a vidado
animalV
om/||zAçÀo
›
ʧ,ͧ;ma“°° AmbuioâV
Facilitar a tarefa cunura Gosto2
Como fazerC
DESIGNER
~ 0_
1-
c|ÊNc|As
TECNOLOGIA
HUMANAS
gráfico 01 ocomeço
O
arco concebido para tirar a vidado animal
em
diferentes civilizações, possuiaou
seja, omodo
particular decomo
os objetos são concebidos, a forma global e maisem
geral, oselementos que o constituem, os atributos
ou
adereços que lhe são colocados.O
objeto é portadorde
informação que se percebe simultaneamenteem
sua totali-dade mediante a adição de elementos estéticos,
como
forma, cor, material, superficie, etc.LÕBACH,
B. (1976, p.32).No
exemplo do
homem
caçador, havia a necessidade de se criarum
instrumentocapaz de auxiliá-lo
em
sua caçada, paratomar
essa ação mais fácil e segura.Os
produtos deuma
fonna geralpossuem
dois tipos globais de funções:o
primeirogmpo
refere-se as funções práticas e o segundo as funções semióticas.Segundo
LÕBACH,
B. (1981, p. 55 a 56) as funções práticas são todas as relações entre o produto e o usuário, que se baseiamem
efeitos diretos orgânicos-corporal,ou
seja, fisioló-gicos. Portanto são funções práticas todos os aspectos fisiológicos
do
uso.As
Funções
Semióticas (função estética e função simbólica) estão relacionadascom
a comunicaçãodo
produto,no
que ele desperta parao
consmnidorou
usuário, através da for-ma, cores e acabamentos superficiais.
Segundo
BÚRDEK,
B. (1987, p. 12) as funções semióticas, são as relaçõesaglutinantes entre produto e usuário, as quais são transmitidas através dos sentidos humanos,
ou
seja,
como
efeito psíquicodo
produto.|N|=oRMAçÃo‹
9
›
|N|=oRMAÇÃo
V
PRoDuToR
4)
I-
4)
usuÁR|o
ADEouAçAo
Y
¢"'.- ."~~~~
ii~~~
'~ *â~ ~__ ~.~.VIABILIZAÇAO
- á.PRoDuTo
V
,Zigg
Êägf;
Função Simbólica gráfico 02 interfacesComo
mostra o gráfico O2, o Desenhista Industrial é responsável pela interpreta-ção de informações de
uma
políticaeconômica
adotada pelo produtor, das leis,nomas
e critériosadotados pela sociedade
como
instituição (política social), e essas informações são traduzidasem
run projeto que considera por
um
lado os aspectos tecnológicos,meios
e processos de fabricação,e
do
outro lado,como
esse produto será utilizado por seu usuário.Vale salientar que a atividade
do
Desenhista Industrial é interdisciplinar e nesteprocesso outros especialistas trabalham juntos e
com
omesmo
objetivo.O
Desenhista Industrial ao fazer esta interface (gráfico 03)tem
como
resultadodo
seu trabalho
um
produto portador de três funções básicas, são estas: as funções práticas, as funçõesestéticas e as funções simbólicas. Estas funções estão presentes
em
maiorou
menor
grau,em
pro-dutos
de qualquer
natureza.C3 1; , 1/ -
Á
0ça° a- fióšø~
/hóã//be9°»
Função PrátW
gráfico 03 funções do produto
Para que entendamos melhor o conceito de função
no
produto, vejamos
os trêsexemplos
das figuras O7, O8 e 09.AfiguraO7
mostraumacadeiraquetemuma
função principalmente prática, onde os aspectos
do
uso sãomais relevantes,
ou
seja,o
produto foi projetado para atendera sua função principal (suportar alguém sentado). Apesar
do
seu alto grau de refinamento fomial, rica
em
acabamentoedetalhes, a primeira impressão que temos ao sentar na cadeira
é de conforto, que o corpo se moldará as suas curvas aparen-
temente ergonômicas.
Afigura08dáênfaseàfimçãoestética,ascores
a função principal (suportar
alguém
sentado). Neste casoo
usuário estará pensando
no
ambienteem
que a cadeira possaficar, ele imagina
mn
cenário,em
que lugar de sua casa este pro-duto
pode
se encaixarem
hannonia.A
estética não é vista somente pelas cores,mas
também
pela fonna.A
fonnaem
última instância é a comunica- ção mais diretacom
0 consumidorou
usuárioA
figura 09
ressalta àfunção
simbólicado
pro-duto por
meio
de seus elementos, 0 Status que eles representam figura 03 Cadeirapara
uma
determinada classe socialou
coletividade.A
forma
e osdetalhes
do
espaldar (encosto),ampliam
0 simbolismo nela repre-sentados , passa
uma
sensação de totem, e aparentemente pessoasnonnais, ao sentarem nesta cadeira passariam a sentir-se reis.
Para encerrar esta primeira etapa, é importante expli- car o
modelo
para análisedo Desenho
Industrial. Nestemodelo fica
claro a atuação
do
Desenhista Industrial e suas interfaces.Segtmdo
Bomfim,
G. (1995, p. 9 a 12) 0modelo
representa a relação entre cinco fatores: a sociedade
como
insti-figura 09 Gfldeiffl tuição, a indústria
como
fonte produtora, o designercomo
in-terface, o usuário e o
produto
como
resultado deste processo.I pol. econômica ÍGÍS normas pol. social ¡n 5 ¡¡e Sp 30Êg3n¶:d9 inputs de SC Instituição critérios _ |NDÚsTR|A
-i
DE$|GNERí
informação informação projeto I Proceso de proceso defabricação PRODUTO utilização
O
modelo
funciona a partir deuma
necessidadeque
é iniciadacom
infonnaçõesde
entrada, baseadas
numa
políticaeconômica
enuma
política social, tendo a sociedadecomo
base deuma
instituição que é fonnada por leis,normas
e critérios.O
Designer de posse dessas informações, considera os aspectos relativos as ca-racterísticas e uso
do
produto a ser projetado e o tipo de usuário, buscando Luna compatibilidadepara
ambas
as partes. Estas infonnações são filtradas e transformadasem
mn
projeto que resultaráem
um
produto que atenda as expectativasdo
produtor e as expectativasdo
usuário.2.3
PROPRIEDADES
QUE
CONSTITUEM
UM
PRODUTO
Os
elementos quefazem
parte da configuraçãodo
produto são deordem
técnica ede
ordem
subjetiva.Os
elementos deordem
técnica são aqueles que estão ligados aos aspectostecnológicos, dos meios e processos de fabricação, e ainda, aqueles que estão ligados
com
o pro-cesso de utilização
do
produto.Os
elementos deordem
subjetiva são aqueles que estão ligados asftmções estéticas e as funções simbólicas do produto, mais diretamente relacionados
com
a comuni-cação
do
produto.Segtmdo TJ
ALVE,
E. (1967, p. 7)mn
produto possui as seguintes propriedades:PROPRIEDADES
›
i›
PROPRIEDADES
DESEJADAS
PERCEBI
DAS
gráfico 05 propriedades que constituem um produto
Propriedades desejadas - são aquelas que
fazem
parte da modelação inicial paraaconceituação
do
produto.São
as características gerais que o produto deve possuir.Propriedades percebidas - são aquelas detectadas pela percepção
do
usuário,durante e depois
do
usodo
produto. Estas propriedadestambém
podem
serchamadas
de qualida-1D
Propriedades básicas - vários autores
definem
estas propriedadescomo
sendotodos os elementos que fazem parte da configuração de
um
produto, por exemplo: forma, estrutura,material, dimensão e superfície.
2.4
CLASSIFICAÇÃO
DE
PROD
Uros
EM
FUNÇÃO
DE
sUAs
CARACTERÍSTICAS
Segtmdo
BÚRDEK,
B. (1987, p. 9) para diferentes grupos de produtos o coeficien-te entre as fmições práticas e as
fimções
semióticastambém
são diferentes, segimdo as tendênciaspode-se estabelecer a seguinte relação: (veja o gráfico 06).
Na
verdade o queBÚRDEK,
B. quer dizer é que, quanto mais técnico for o produ- to, as suas funções práticas serão mais evidenciadas, ena
relação inversa,ou
seja, para os produtosmenos
técnicos, as suas funções semióticas serão mais evidenciadas.Ê
o
o
.-0%
ãä
Ê ë ÉÊ”
1: U! ..- máqu n agr co apare hos éc e ele ro domésfcos hos e air e de d`vert'men o móveis em e o a ._ 4.. a.. b"ou e 4.: apare2.5
ALGUMAS
NOTAS SOBRE
O
ENSINO,
O
PROCESSO
E
A
PROFISSÃO
DO
DESENHO' INDUSTRIAL
O
ponto de partida quedeu
início ao ensinodo
Desenho
Industrial aconteceuna
Alemanha.A
Bauhaus, escola superior deDesenho
Industrialda
Alemanha, foi fundadaem
1919epode
ser consideradacomo
a precursora quanto a criação, e desenvolvimento dos conceitosque
formataram a atividade e o ensinodo
Desenho
Industrialno
mundo.
No
entantonão
podemos
considerar
como
um
feito único alemão, pois, parte destes conceitos foram absorvidos pormeio
demovimentos
similares que estavam acontecendoem
vários países e, principalmente na Europa.Se
buscava urna forma,ou
fórmula para o ensino e a práticado Desenho
Industrial.Segundo
BÚRDEK,
B. (1994, p. 28, 33) aBauhaus
em
sua primeira fase (1919 a1923) estava voltada para o desenvolvimento de peças únicas- muito ligadas a arte,
como
esculturas,afrescos, vitrais e objetos de madeira.
Esta tendência inicial
não
diminuiu a preocupação por parte dos seus docentesda
época, de buscar
uma
estética própria aos produtos.No
entanto, aRevolução
Industrial, a cria-ção
da máquina
avapor, a carpintaria para produçãoem
grande escala, etc. provocarammudanças
profimdas nas vidas das pessoas, surgindo o proletariado e as zonas industriais. ,
A
produção artesanal passa parauma
produção industrial ecom
isto outros concei-tos foram desenvolvidos pela Bauhaus.
Segundo
MORALES,
L. R. (1989, p. 14) estes conceitos estavamembasados
em
raizes funcionalistas. Para tomar mais claro o que sejam raízes funcionalistas, é preciso recorrer ao
modernismo, outro
movimento
da época, o qual estava baseadoem
princípios que dão relevânciaaos fatores sociais, levando
em
consideração, a construção deum
mtmdo
material baseadona
funcionalidade e utilidade, tendo a tecnologia
como
uma
aliada para concretização desses princí- pros.Desta maneira a
Bauhaus
ficou
caracterizada porum
ensino de produção de protó-¬ ú
tipos industriais,
com
tuna atenção voltada a níveis sociais' mais abrangentes procurando desenvolverprodutos funcionais e orientados para
uma
produçãoem
massa.Buscava-se urna teoria que estabelecesse o
Desenho
Industrial “cient1'fico”, capazde dar suporte a urna atividade até então fragmentada e às vezes controvertida. . ~
Surge
um
conceitonovo
que seria o caráter iterativodo
Desenho
Industrial, funda-mentado na
produção seriada, saindo deuma
produção artesanalou
mista parauma
produçãome-
canizada, garantindo fidelidade aos produtos de
uma mesma
série.'
O
design,ao contrário
da
arte, necessita deum
fim
prático e o encontra perante'Y
quatro requisitos: ser funcional, significativo, concreto e ter
um
componente
social, Michael Erhoff(1987).
V
A
evolução
do
Desenho
Industrial se deu,com
o crescimento das civilizações eo
desenvolvimento tecnológico, sob tutela de
um
capitalismo liberal, às vezesmodificando ou
rechean-do
o repertório dessas civilizações através da cultura material; a cultura dos obj etos.Segundo
BONSIEPE,
G. (1993, p. 2) a produção industrial funcionoucomo
um
modelo, que os teóricos recorreram para diferenciar
o Desenho
Industrial das Artes e outorgá-locomo
uma
disciplinacom
certa credibilidade nomeio
empresarial.O
Desenho
Industrial éuma
disciplina, a qual,não
só cria a realidade material, mas,desde muito
tempo
é indiscutível que, elacumpre
principalmente urnafimção
comunicativa,BÚRDEK,
B. (1987, p. 7).SOTTSSAS
(1979, p. 27)também
revela a importânciada
industrialização, segim-do
ele, ela transformou de talmodo
os conceitos culturais decomeço
do
século, que até seus pro-dutos
foram
considerados objetos de cultura.E
que a interpretaçãoda
estética própria dos objetosindustriais é analisada a partir dos conceitos
do
desenho industrial.A
industrialização foi tão importante que vale apena
destacar dois exemplosda
combinação
design e indústria.Os
irmãos Thonet (Viena) produziramem
1930 até os anos seten-ta, 50 milhões de unidades
de
cadeiras, estabelecendo o princípioda
estandardização. Outroexem-
plo
da
Segunda metade do
séculoXIX
foi a produçãode
400.000 unidadesda máquina
de CoserSinger (1879). › .
Ainda
sobre as fasesdo
ensinodo
design, pode-se destacar o estudode
LENGYEL,
S. (1985) que observouna
históriado
designalemão
as seguintes passagens: nos anoscinqüenta destaque para a ergonomia, nos anos
60
destaque para a planificaçãoe metodologia,nos anos
70
destaque para os aspectos sociais e nos anos 80,o
designda
sensualidade.Pode
ser acrescido a este estudo queno
final dos anos 80 o discursodo
design pas-,N
A
Segunda
grande guerra, a freqüentequeda
de aviões e os acidentes de trabalho,trouxe a ergonomia
como
tuna nova ciência, para solucionar os problemas existentes na indústriaenos produtos por ela produzidos.
O
Desenho
Industrial dos anos50
sebaseava
em
pressupostos científicos, tendo a ergonomiacomo
enfoque principal.Os
conceitos de ergonomia se referiam aos aspectosantroprométricos, as dimensões humanas, as estações de trabalho, a criação de produtos e máqui-
nas
mais
adequadas aohomem
x
tarefa e usuáriox
produto.O
que significava mais conforto e segu-rança para as pessoas. t
A
partir dos anos60
se fazia necessário, descrevercom
uma
certa lógica o proces-so desenvolvido pelo Desenhista Industrial
na
abordagem
e soluçãode
problemas. Desta manei-ra se
deu
ênfase às técnicas de exploraçãodo
processo criativo,como
brainstorming, ométodo
635, superficies funcionais, etc. e aos
métodos
e técnicas de exploraçãodo
processo lógico,como
o
método
linear, ométodo
cíclico, análise de funções, matrizes morfológicas, controle de tempo, etc.Bem
como,
criar tuna rotina operativa das várias etapas deum
projeto, que vão desde a definiçãodo
problema até sua solução, por exemplo: problematização, definiçãodo
problema, levantamentode necessidades, síntese, desenvolvimento de altemativas, detalhamento técnico e especificações,e
a confecção de
modelos
e protótipos.Segimdo
MORALES,
L. R. (1989, p. 21) se faz necessáriouma
ferramenta lógicaque permita, guiar e avaliar
o
mais objetivamente possível, o processodo
Desenho
Industrial e seusresultados. '
»
Sem
dúvida essa preocupação ocorreuna
década de sessenta, e muitos desses fim-damentos são utilizados até hoje pela maioria das escolas de
Desenho
Irrdustrialno
mundo
inteiro.A
máxima
do
desenho industrial, segundoum
escritor inglês, é que o designertem
2%
de razão
e98%
de argumentação.
_
,
O
que deve ser levadoem
consideração é que o Desenhista Industrial trabalhacom
os aspectos tecnológicos,
com
osmeios
e os processosonde
sepode
ponderarcom
mais
exatidão, e
com
os aspectosda comunicação dos
produtos,ou
seja, são aspectos maissubjetivos.
No
entantocomo
ferramenta de trabalho, ele precisa demn
processo lógicoque
dê su-porte e credibilidade ao resultado
do
seu trabalho.ao funcionalismo que
empregava
meios racionaisna
obtenção de resultados que sebaseavam na
economia. Se passa a ter então,
uma
preocupaçãocom
o
crescente consumismo. Surge a buscapela utilização de recursos naturais e tecnologias altemativas,
bem
como,
a participaçãoda
socie-dade
no
processodo
Desenho
Industrial. `g\ \
Se
releva a preocupaçãocom
o
descartede
produtos, os rejeitos industriais eomeio
ambiente, novas fontesde
energia e a crescente densidadedemográfica.
Em
meio
a essemarasmo
o desenho industrial adotou urna série de exigências, tais como:Melhor
manufatura dosprodutos, buscando durabilidade e
uma
melhor separação de partes, e a reutilização da matériasprimas e
o
aproveitamentoda
radiação solarcomo
fonte de energia.\
z 'ul
O
inicio dos anos oitenta veiocom
mn
movimento
chamado
denovo
designou
pós-moderno
de características opostas a lógica e amáxima
da funcionalidade e utilidadeque
visava as massas. Esse
movimento
se caracterizava porum
design industrial para poucos, para asI
r 1 '
classes sociais de maior poder aquisitivo.
Moveis
proj etadosem
pequenas series, aum
custo muitoelevado, não havia
uma
preocupaçãocom
a ftmcionalidadefDesenhos
sugestivoscomo
porexem-
plo, sofá
em
forma
de boca, muito colorido, etc.O
Memphis
foi omovimento
que mais se destacouna
Itália eem
algumas cidades da Alemanha.Felizmente por não ter
uma
estrutura sólida estemovimento
passou rapidamente,mas
como
qualquer corrente, deixou algumas coisas positivas, tais como:o
colorido, acombinação
de materiais
em
um
mesmo
produto e de certaforma
o seu conceito provocativo.No
final dos anos oitenta o discursodo
desenho industrial passou a teruma
visãomais integrada e globalizada. Surge
o
Managing
Global Design,ou
o gerenciamento de design global.Segundo
BLAICH,
R. (1989 p. 2 a ll) o desenvolvimentodo
processo de criaçãodo
produto deforma
integrada é fundamental para impulsionar a inovação. Por esta razãoo
designpassou a ser considerado
um
fator estratégico nas atividades deuma
empresa.O
gerenciamentodo
design é
um
elemento relativamentenovo na
esfera profi ssionaldo
design, crescendocom
0
reco-nhecimento e necessidade de se definir mais criteriosamente, a interação
com
outras áreasde
planejamento e a implantação de políticas corporativas.Ainda
segimdoBLAICH,
R. (1989, p. 1 1) inovaçõesbem
sucedidas são, hojeem
pro-dução
e design.O
gerenciamentodo
design estabelece a possibilidadeda empresa
terum
progra-ma
de design, ao invés' de utilizá-locomo
uma
atividade informal.2.6
coNcL
UsÃo
Este capitulo levantou algumas questões importantes, procurando caracterizar
o
surgimento
dos objetosde
uso cotidiano e, a assimilação desses objetospor
parte das pesso-as,
no
atendimento de suas necessidades.Estes acontecimentos
fizeram
com
que, cada vez mais, pessoascom
capacidade decriar esses objetos fossem se
tomando
especialistas. Estes designersconseguiam
interpretaro
processo de uso e o processo de preferência dos usuários e consumidores, através
da comtmica-
ção estética dos produtos.
H
Um
outro aspecto é o processode
materialização,da
transformação das idéiasem
objetos, surgiu então, a necessidade de transformaro
ensino e a práticado
desenho industrial,em uma
estrutura confiável baseadanum
processo lógico sustentável.As
diretrizes estão fundamentadas nas ciências humanas,na
tecnologia e projeto.Segimdo
aAENDI
(associaçãodo
ensino de desenho Industrial) estas grandes áreas, levaem
con-sideração, a morfologia, comunicação, utilização, tecnologia, história, filosofia e planejamento/
metodologia.
Uma
partedo
ensino está estruturadano
dominio técnico,no
conhecimento dos pro-cessos e tecnologias vigentes, objetivando Luna produção seriada.
A
outra parte se fundamenta nas ciênciashumanas,
lidandocom
os aspectosda
comunicação
dos produtos e os usuários deuma
maneira geral._zgm_ç¿_1 ver nessas três décadas, dos anos 50 até os anos
70
o desenho industrialprocurou se estabelecer enquantoatividade de ensino e
como
profissão.Ainda
que o desenho in-dustrial não tenha chegado aos
40
anos de vidano
Brasilem
suamáxima,
consideroque
a décadados anos oitenta até os anos noventa trouxe o amadurecimento desta atividade.
Observar
o
passado permite se teruma
certa perspectivado
futuro.A
janelada
qualse observa, é o presente.
A
predição dependeda
regularidade dos sucessos, pois atravésda
janelaALGUNS ELEMENTOS
UTILIZADOS
NA
TEORIA
DO
DESENHO
IND
USTRIAL.3
3.1
CONCEITUA
ÇÃO
E
DEFINIÇÃO
DO
DESENHO
INDUSTRIAL
Existem muitas defmições sobre
o
que é desenho industrial,mas
penso quenenhuma
delas deve ser
tomada
como
um
modelo
definitivo e completo.Algtnnas das definições escolhidas e listadas a seguir, são bastante objetivas
na
ten-tativa de definir
uma
atividade interdisciplinar e muito dinâmica,ficando
diflcil estabelecer tuna defini-ção que seja considerada completa. -
Diferentemente das ciências exatas, o desenho industrial lida
com
fatoreshumanos
e,como
vimos
no
capítulo anterior,o
discursodo
desenho industrial ao longo de cada década buscavaalgum
tipo de afirmação.De
qualquer maneira, veremos defmições bastante atualizadas e, que ca-racterizam
bem
esta atividade. 'Segundo
LÕBACH,
B. (1981, p. 153)no
inícioo
desenho industrial foi definido,como
um
processo de adaptação dos produtos de uso e suscetíveis de fabricação industrial,no
atendimento das necessidades fisicas e psíquicas
do
usuário, considerando que ao desenhista indus-trial lhe competia primariamente neste processo, a
fixação
das funções estéticas e simbólicas dosprodutos. .
Neste caso o projetista passava por
uma
processo proj etual e de uso dos objetos,através de investigações empíricas sobre as preferências estéticas dos usuários, ao que se
denomi-
nava estética
do
objetoou
comunicação estética. _Nesta primeira definição, percebe-se que o desenhista industrial surgiu para auxiliar