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Automatização e Controlo de uma Estacão de Tratamento de Águas Residuais

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Automatiza¸c˜

ao e Controlo

de uma Esta¸c˜

ao de Tratamento

de ´

Aguas Residuais

Por

Jo˜ao Pedro Lopes de Ara´

ujo

Orientador: Doutor Jos´e Boaventura Ribeiro da Cunha

Co-orientador: Doutor Jos´e Paulo Barroso de Moura Oliveira

Disserta¸c˜ao submetida `a

UNIVERSIDADE DE TR ´AS-OS-MONTES E ALTO DOURO para obten¸c˜ao do grau de

MESTRE

em Engenharia Electrot´ecnica e de Computadores, de acordo com o disposto no DR – I s´erie–A, Decreto-Lei n.o

74/2006 de 24 de Mar¸co e no Regulamento de Estudos P´os-Graduados da UTAD

DR, 2.a

s´erie – Delibera¸c˜ao n.o

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Automatiza¸c˜

ao e Controlo

de uma Esta¸c˜

ao de Tratamento

de ´

Aguas Residuais

Por

Jo˜ao Pedro Lopes de Ara´

ujo

Orientador: Doutor Jos´e Boaventura Ribeiro da Cunha

Co-orientador: Doutor Jos´e Paulo Barroso de Moura Oliveira

Disserta¸c˜ao submetida `a

UNIVERSIDADE DE TR ´AS-OS-MONTES E ALTO DOURO para obten¸c˜ao do grau de

MESTRE

em Engenharia Electrot´ecnica e de Computadores, de acordo com o disposto no DR – I s´erie–A, Decreto-Lei n.o

74/2006 de 24 de Mar¸co e no Regulamento de Estudos P´os-Graduados da UTAD

DR, 2.a

s´erie – Delibera¸c˜ao n.o

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Orienta¸c˜ao Cient´ıfica :

Doutor Jos´e Boaventura Ribeiro da Cunha

Professor Auxiliar com Agrega¸c˜ao do

Departamento de Engenharias – Escola de Ciˆencias e Tecnologia Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro

Doutor Jos´e Paulo Barroso de Moura Oliveira

Professor Auxiliar com Agrega¸c˜ao do

Departamento de Engenharias – Escola de Ciˆencias e Tecnologia Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro

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(7)

“O sucesso ´e ir de fracasso em fracasso sem perder entusiasmo”

Winston Churchill (1874 – 1965)

“O esp´ırito acad´emico prevalece...para sempre”

Jo˜ao Ara´ujo (1983 – ...)

Dedico a, meus pais, irm˜a e av´os

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Automatiza¸c˜ao e Controlo

de uma Esta¸c˜ao de Tratamento

de ´

Aguas Residuais

Jo˜ao Pedro Lopes de Ara´ujo

Submetido na Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro para o preenchimento dos requisitos parciais `a obten¸c˜ao do grau de

Mestre em Engenharia Electrot´ecnica e de Computadores

Resumo — Sendo o tratamento de ´aguas residuais um tema muito importante no ˆambito da sa´ude publica, existe a necessidade de conceber v´arios processos de tratamento de efluentes. No final do seu processamento o efluente tratado ter´a que obedecer a requisitos de qualidade qu´ımicos e biol´ogicos para a sua descarga no meio ambiente. A aplica¸c˜ao das tecnologias neste ˆambito ´e de extrema importˆancia, uma vez que ´e poss´ıvel tornar o sistema mais aut´onomo, monitorizar processos, e controla-los de forma eficiente e acess´ıvel para o utilizador. Assim, neste tipo de sistemas ter´a que ser utilizado um elemento central de controlo, e v´arios elementos auxiliares, nomeadamente v´arios tipos de sensores. Tamb´em ter´a que se usar uma interface que permita ao utilizador comunicar com o sistema de controlo de forma a poder manipular e ajustar determinados parˆametros que influenciam os processos de tratamento.

A presente disserta¸c˜ao apresenta a automatiza¸c˜ao, controlo e monitoriza¸c˜ao de uma Esta¸c˜ao de Tratamento de ´Aguas Residuais (ETAR). Para esse efeito utilizou-se um Controlador L´ogico Program´avel (PLC), com v´arias expans˜oes, uma Consola de Interface Gr´afica (CIF), e v´arios sensores. Este projecto foi implementado numa ETAR de uma empresa de processamento de castanhas, chamada SORTEGEL. A realiza¸c˜ao de v´arios testes de funcionamento no local provou ser um excelente m´etodo de automatiza¸c˜ao, controlo e monitoriza¸c˜ao dos v´arios processos de tratamento de efluentes.

Palavras Chave: Esta¸c˜ao de tratamento de ´Aguas Residuais, Consola de Interface Gr´afica, Controlador L´ogico Program´avel, Sensor, Automa¸c˜ao, Efluentes.

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Automation and Control of

a Wastewater Treatment Plant

Jo˜ao Pedro Lopes de Ara´ujo

Submitted to the University of Tr´as-os-Montes and Alto Douro in partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science in Electrical Engineering and Computers

Abstract — Wastewater treatment is a subject of major importance in the context of public health, and so there is a need to improve and develop various processes of wastewater treatment. At the end of the process, it must meet certain chemical and biological parameters for it’s discharge into the environment. The application of technology in this context is extremely important, since it’s possible to make the system more autonomous, monitor the process, and control it, in an efficient and accessible way to the user. Thus, in such systems must be used a control center, and various auxiliary elements, including various types of sensors. Also, an interface that allows to communicate with the control system is required, so it can manipulate and adjust certain parameters that influence the treatment process.

This dissertation presents the automation, control and monitoring of a Wastewater Treatment Plant. With this aim, it was used a Programmable Logic Controller, with several expansions, a Graphical Interface Console, and various sensors. This project was implemented in a WWTP of a company that processes chestnuts, called SORTEGEL. The operation and tests made on site proved to be an excellent method of automation, control and monitoring system for the effluent treatment processes. Key Words: Wastewater Treatment Plant, Grafic Interface Console, Programmable Logic Controller, Sensor, Automation, Effluents.

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Agradecimentos

Os meus agradecimentos ao Magn´ıfico Reitor da Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro, Professor Doutor Carlos Alberto Sequeira, por proporcionar aos alunos desta institui¸c˜ao uma forma¸c˜ao de excelente qualidade.

Ao Professor Doutor Jos´e Boaventura Ribeiro da Cunha, Professor Auxiliar com Agrega¸c˜ao do Departamento de Engenharias – Escola de Ciˆencias e Tecnologia da Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro, orientador deste trabalho, pela sua motiva¸c˜ao, pelas suas sugest˜oes, conselhos, ideias inovadoras e orienta¸c˜oes.

Ao Professor Doutor Jos´e Paulo Barroso de Moura Oliveira, Professor Auxiliar com Agrega¸c˜ao do Departamento de Engenharias – Escola de Ciˆencias e Tecnologia da Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro, na qualidade de co-orientador, pelas suas observa¸c˜oes, conselhos e orienta¸c˜oes.

Ao Professor Doutor Salviano Filipe Silva Pinto Soares, Director da Licenciatura e do Mestrado em Engenharia Electrot´ecnica e de Computadores da Universidade de Tr´as-os-Montes, por proporcionar aos alunos destes cursos um ensino de excelˆencia, preparando-os para o mercado de trabalho com uma forma¸c˜ao de grande qualidade. A todos os meus professores e auxiliares, n˜ao por proporcionar excelentes m´etodos de ensino/aprendizagem, mas tamb´em pelo seus conselhos e apoio que me deram ao longo da minha vida acad´emica.

(14)

ajudas, contribui¸c˜oes e conselhos.

A todos os meus “amiguinhos” e “amiguinhas” pelos os momentos, aventuras, por fazerem parte da minha vida,... e por tudo.

A todo o pessoal da R6 pelo conv´ıvio, companheirismo, e aventuras.

Aos seguran¸cas da R6, Amaral e Chico, pela sua paciˆencia em alguns momentos. Aos SASUTAD pelo apoio e alojamento ao longo da minha vida acad´emica.

A todos os meus colegas da Licenciatura e do Mestrado em Engenharia Electrot´ec-nica e de Computadores da Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro pela sua amizade e simpatia.

A todos, muito obrigado!

UTAD, Jo˜ao Pedro Lopes de Ara´ujo

Vila Real, 16 de Setembro de 2010

(15)

´Indice geral

Resumo ix

Abstract xi

Agradecimentos xiii

´Indice de tabelas xix

´Indice de figuras xxi

Gloss´ario, acr´onimos e abreviaturas xxv

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Motiva¸c˜ao e objectivos . . . 1 1.2 Organiza¸c˜ao da disserta¸c˜ao . . . 2

2 Estado da arte 3

2.1 Enquadramento geral . . . 3 2.2 Aplica¸c˜oes das ETAR . . . 4 2.3 Processos de tratamento . . . 5

(16)

3.1 Objectivo do tratamento . . . 15

3.2 Estrutura da ETAR-Sortegel . . . 18

3.3 Perspectiva geral do sistema . . . 22

3.4 Equipamentos de actua¸c˜ao e controlo . . . 23

3.4.1 Sensores de n´ıvel anal´ogicos . . . 23

3.4.2 Sensor de fluxo . . . 26

3.4.3 Sensor de pH . . . 30

3.4.4 Controlador L´ogico Program´avel (PLC) . . . 31

3.4.5 Consola de Interface Gr´afica (CIF) . . . 39

3.4.6 Bombas e motores . . . 41

4 Automa¸c˜ao da ETAR 43 4.1 Descri¸c˜ao do sistema a controlar . . . 43

4.1.1 Tamisagem, reservat´orio de efluente tamisado, bombas doseado-ras de nutrientes e de NaOh . . . 44

4.1.2 Lagoas, arejamento, bombas doseadoras de coagulante . . . . 48

4.1.3 Desidrata¸c˜ao das lamas . . . 51

4.1.4 Reservat´orio de efluente decantado, reservat´orio de efluente tratado, filtragem . . . 52

4.2 Interface do sistema com o utilizador . . . 53

4.2.1 Protocolo de comunica¸c˜ao entre PLC e CIF . . . 57

5 Implementa¸c˜ao dos Controladores L´ogicos dos Processos de Trata-mento utilizando Diagramas de Contactos 61 5.1 Reservat´orio de efluente tamisado (RET) . . . 63

5.2 Sa´ıdas do aut´omato . . . 66

5.3 Sinaliza¸c˜ao de funcionamento . . . 67

5.4 Alarmes e avarias . . . 68 xvi

(17)

5.5 Lagoas . . . 70

5.6 Ciclos de arejamento, agitadores, electrov´alvulas . . . 72

5.7 Desidrata¸c˜ao das lamas . . . 73

5.8 Contagem do tempo de funcionamento dos equipamentos . . . 76

5.9 C´alculo de volume dos reservat´orios e lagoas . . . 77

6 Resultados e Conclus˜oes 83 Referˆencias bibliogr´aficas 87 A Instru¸c˜oes usadas no PLC 91 A.0.1 Addition . . . 94

A.0.2 Subtraction . . . 94

A.0.3 Multiply . . . 94

A.0.4 Divide . . . 94

(18)
(19)

´Indice de tabelas

2.1 Algumas aplica¸c˜oes das ´aguas residuais tratadas . . . 5

2.2 Poluentes associados mais comuns e alguns parˆametros f´ısico-qu´ımicos nalgumas ´areas de aplica¸c˜ao das ETAR . . . 6

3.1 Valores dos parˆametros f´ısico-qu´ımicos referentes `as amostras do eflu-ente produzido (Fevereiro de 2007 ) . . . 17

3.2 Caracter´ısticas do sensor MAC3 PRE52B1A4M10000 . . . 25

3.3 Caracter´ısticas do sensor MAC3 PRE52B1A4M10000 (cont.) . . . 25

3.4 Caracter´ısticas do transmissor do sensor de fluxo . . . 29

3.5 Caracter´ısticas do transmissor do sensor de pH . . . 31

3.6 Legenda da figura 3.16 . . . 34

3.7 Configura¸c˜ao das palavras digitais das entradas digitais do PLC . . . 36

3.8 Configura¸c˜ao das palavras digitais das sa´ıdas digitais do PLC . . . . 37

3.9 Configura¸c˜ao da expans˜ao de 32 entradas digitais . . . 37

3.10 Configura¸c˜ao da expans˜ao de 16 entradas digitais . . . 37

3.11 Configura¸c˜ao da expans˜ao de entradas anal´ogicas de corrente . . . 38

3.14 Caracter´ısticas estruturais e de visualiza¸c˜ao da CIF . . . 40

3.12 Caracter´ıstica el´ectricas da CIF . . . 41 xix

(20)

fun¸c˜ao das alturas reais . . . 45 5.1 Valores obtidos do volume do RED pela sua f´ormula geral . . . 79 5.2 Valores obtidos do volume do RED pela sua f´ormula geral . . . 81 6.1 An´alise do efluente ap´os decanta¸c˜ao prim´aria a 7 de Novembro de 2009 83 6.2 Caracter´ısticas do efluente ap´os decanta¸c˜ao prim´aria, a 13 de

Novem-bro de 2009 . . . 84 6.3 Caracter´ısticas do efluente na descarga da ETAR, a 13 de Novembro

de 2009 . . . 84 6.4 Resultados da an´alise do efluente a 30 de Dezembro de 2009 . . . 84

(21)

´Indice de figuras

2.1 Localiza¸c˜ao do processo biol´ogico no tratamento de ´aguas residuais . 12

3.1 Etapas de tratamento do efluente . . . 18

3.2 Tamisador montado para remover os s´olidos de maior dimens˜ao . . . 19

3.3 Vista da entrada do po¸co de homogeneiza¸c˜ao do caudal . . . 20

3.4 Representa¸c˜ao dos processos 3,4,5 do tratamento do efluente . . . 21

3.5 Filtros usados no processo de filtragem no tratamento do efluente . . 21

3.6 Descarga do efluente para o meio ambiente . . . 21

3.7 Equipamento de desidrata¸c˜ao e extrac¸c˜ao das lamas, DRAIMAD . . . 22

3.8 Plano de concep¸c˜ao da ETAR . . . 24

3.9 Sensor de n´ıvel anal´ogico com sa´ıda de corrente MAC3 . . . 25

3.10 Liga¸c˜oes do sensor anal´ogico de corrente . . . 25

3.11 Transmissor do sensor de fluxo SIEMENS MAG5000 . . . 26

3.12 Liga¸c˜oes do transmissor do sensor de fluxo . . . 28

3.13 Exemplo de instala¸c˜ao de um sensor de pH . . . 30

3.14 Diagrama de blocos de um PLC . . . 32

3.15 PLC Allen Bradley, Micrologix 1500 LRP Series B . . . 33

3.16 Composi¸c˜ao do PLC Micrologix 1500 . . . 33 xxi

(22)

3.20 CIF Pro-face AGP 3600T . . . 39 3.21 Disposi¸c˜ao das portas da CIF (vista de tr´as) . . . 40 4.1 Divis˜ao dos processos a controlar na ETAR . . . 44 4.2 Primeira etapa de processamento do efluente . . . 45 4.3 Fluxograma da primeira etapa de automatiza¸c˜ao do sistema . . . 47 4.4 Segunda etapa de processamento do efluente . . . 48 4.5 Fluxograma da segunda etapa, parte funcional das bombas e arejadores 50 4.6 Etapa de desidrata¸c˜ao de lamas . . . 51 4.7 Etapa final do processo de tratamento do efluente . . . 53 4.8 CIF Pro-face AGP 3600T . . . 54 4.9 Parˆametros de bombas e electrov´alvulas . . . 54 4.10 Inser¸c˜ao de parˆametros no sistema . . . 55 4.11 Ciclos de arejamento das lagoas . . . 56 4.12 ´Ecran de inser¸c˜ao de parˆametros da lagoa 1 . . . 57 4.13 Camadas do modelo de referˆencia OSI . . . 58 4.14 Transmiss˜ao de dados para comunica¸c˜ao ponto-a-ponto . . . 59 5.1 Exemplo de programa¸c˜ao em linguagem Ladder . . . 61 5.2 Excerto da fun¸c˜ao principal do programa . . . 62 5.3 N´ıveis do reservat´orio de efluente tamisado . . . 63 5.4 Controlo do n´ıvel de paragem do RET . . . 64 5.5 Alternˆancia das bombas PM101A e PM101B . . . 65 5.6 Alternˆancia das bombas PM101A e PM101B (cont.) . . . 66 5.7 Condi¸c˜oes de actua¸c˜ao da bomba PM101A . . . 67 5.8 Verifica¸c˜ao de sinaliza¸c˜ao de funcionamento da bomba PM101A . . . 68 5.9 Mecanismo de indica¸c˜ao de avaria da bomba PM101A . . . 69 5.10 Exemplo de avaria de n´ıvel m´aximo no RET . . . 69 5.11 Exemplo de avaria do sensor do RET. . . 70

(23)

5.12 N´ıveis a controlar nas lagoas . . . 71 5.13 Selec¸c˜ao de duas lagoas no sistema . . . 71 5.14 Aquisi¸c˜ao de dados para c´alculo de tempo de aerobiose . . . 72 5.15 Configura¸c˜ao do m´odulo RTC no PLC . . . 74 5.16 Programa¸c˜ao do in´ıcio de desidrata¸c˜ao de lamas . . . 74 5.17 Inibi¸c˜ao das electrov´alvulas EV1A e EV2A . . . 75 5.18 Inibi¸c˜ao das electrov´alvulas EV1A e EV2A (cont.) . . . 75 5.19 Contagem de horas da bomba PM101A . . . 76 5.20 Dimens˜oes do RET . . . 77 5.21 Forma geom´etrica das lagoas 1 e 2 . . . 78 5.22 Forma geom´etrica do RED . . . 79 5.23 Regress˜ao polinomial para c´alculo de volume de efluente do RED . . 80 5.24 Forma geom´etrica do RETR . . . 81 6.1 Recep¸c˜ao do efluente na ETAR . . . 85 6.2 Descarga do efluente da ETAR . . . 85

(24)
(25)

Gloss´

ario, acr´

onimos e

abreviaturas

Gloss´

ario de termos

Aerobiose — Processo biol´ogico com a presen¸ca de oxig´enio. Consiste em afectar v´arias reac¸c˜oes biol´ogicas atrav´es da actua¸c˜ao de microrganismos que exigem oxig´enio, para remover componentes indesej´aveis no tratamento de efluentes.

Anaerobiose — Processo biol´ogico com total ausˆencia de oxig´enio. Afecta v´arios microrganismos e bact´erias que originam reac¸c˜oes biol´ogicas que pode fornecer energia a v´arios componentes no tratamento de efluentes.

Azoto — Elemento qu´ımico com o s´ımbolo N, n´umero at´omico 7 e n´umero de massa 14. Ocorre como um g´as inerente, n˜ao-metal, incolor e ins´ıpido. O excesso deste elemento qu´ımico provoca diminui¸c˜ao da qualidade das ´aguas.

(26)

mat´eria orgˆanica atrav´es de processos biol´ogicos.

Carˆencia Qu´ımica de Oxig´enio (CQO) — Parˆametro de medi¸c˜ao de quanti-dade de mat´eria orgˆanica suscept´ıvel de ser oxidada por meios qu´ımicos que existam numa amostra qu´ımica, expressa em mg O2/litro.

F´osforo — Elemento qu´ımico com o s´ımbolo P, n´umero at´omico 15 e n´umero de massa 31. ´E um s´olido na temperatura ambiente, n˜ao-metal, oxidando-se em contacto com o oxig´enio e a atmosfera. O excesso deste qu´ımico provoca a contamina¸c˜ao das ´aguas.

pH — Medida de indica¸c˜ao se uma solu¸c˜ao ´e ´acida (pH<7, a 25◦C), neutra (pH=7,

a 25◦C), ou b´asica/alcalina (pH>7, a 25C).

S´olidos Suspensos Totais (SST) — Parˆametro de medi¸c˜ao da qualidade da ´agua, medido atrav´es de filtros de fibra de vidro que mede os s´olidos suspensos, nor-malmente por litro de ´agua. Esta unidade ´e expressa em mg/litro.

Lista de acr´

onimos

Sigla Expans˜ao

AA101A Motor com h´elice acoplada 1 da lagoa 1 AA101B Motor com h´elice acoplada 2 da lagoa 1

(27)

Sigla Expans˜ao

AA102A Motor com h´elice acoplada 1 da lagoa 2 AA102B Motor com h´elice acoplada 2 da lagoa 2 AS101A Soprador de oxig´enio 1 da lagoa

AS101B Soprador de oxig´enio 2 da lagoa 1 AS102A Soprador de oxig´enio 1 da lagoa 2 AS102B Soprador de oxig´enio 2 da lagoa 2

AC Alternating Current (corrente alternada)

DC Direct Current (corrente cont´ınua)

CBO Carˆencia bioqu´ımica de oxig´enio

CBO5 Carˆencia bioqu´ımica de oxig´enio (5 dias)

CIF Consola de interface gr´afica

COT Carbono orgˆanico total

CPU Central Processing Unit (Unidade Central de Processamento)

DES Descarga electroest´atica

EV1 Electrov´alvula de extrac¸c˜ao de lamas provenientes da lagoa 1 EV1A Electrov´alvula de recircula¸c˜ao de lamas para a lagoa 1 EV2 Electrov´alvula de extrac¸c˜ao de lamas provenientes da lagoa 2 EV2A Electrov´alvula de recircula¸c˜ao de lamas para a lagoa 2 EV3 Electrov´alvula de extrac¸c˜ao de lamas provenientes da lagoa 1

e lagoa 2

E/S Entrada/Sa´ıda

ETAR Esta¸c˜ao de tratamento de ´aguas residuais

HMI Human Machine Interface

LED Light emissor diode (D´ıodo emissor de luz)

PC Personal computer (Computador pessoal)

PM101A Bomba hidropneum´atica no

1 do RET PM101B Bomba hidropneum´atica no

2 do RET

(28)

RET Reservat´orio de Efluente Tamisado RED Reservat´orio de Efluente Decantado RETR Reservat´orio de Efluente Tratado

RTC Rel´ogio em tempo real

ST S´olidos totais

Lista de abreviaturas

Abreviatura Significado(s)

e.g. por exemplo

et al. e outros (autores)

etc. etecetera, outros

i.e. isto ´e, por conseguinte

vid. veja-se, ver

vs. versus, por compara¸c˜ao com

n.a. n˜ao aplic´avel

e.o. entre outros

(29)

1

Introdu¸c˜

ao

Os sistemas de automa¸c˜ao e controlo tˆem grande aplica¸c˜ao na ´area da ind´ustria, para regular os processos de produ¸c˜ao tendo em conta as vari´aveis que os influenciam. Uma das aplica¸c˜oes deste tipo de sistemas ´e a do tratamento de efluentes, seja a sua proveniˆencia p´ublica ou da ind´ustria.

Esta disserta¸c˜ao descreve o desenvolvimento e a implementa¸c˜ao de um sistema de controlo, automatiza¸c˜ao e monitoriza¸c˜ao para uma esta¸c˜ao de tratamento de ´aguas residuais (ETAR), cujo efluente ´e proveniente de uma f´abrica de processamento de castanhas chamada SORTEGEL.

1.1

Motiva¸c˜

ao e objectivos

Tendo em conta os v´arios processos de tratamento existentes numa ETAR, torna-se necess´ario que esta seja o mais aut´onoma poss´ıvel, o operador tenha a possibili-dade de controlar e monitorizar os equipamentos e processos associados de maneira acess´ıvel.

Sendo a Automa¸c˜ao um ramo de bastante aplica¸c˜ao industrial em v´arias ´areas, 1

(30)

consegue-se fazer a implementa¸c˜ao de um sistema que satisfa¸ca as necessidades da ETAR. Isto ´e, automatizar, controlar e monitorizar os seus processos e equipamentos de modo que o efluente a tratar, no final, obede¸ca as condi¸c˜oes de descarga para o meio ambiente impostas pela lei portuguesa.

Assim, o objectivo global desta disserta¸c˜ao visa a implementa¸c˜ao, teste e a valida¸c˜ao de um sistema de automa¸c˜ao, controlo e monitoriza¸c˜ao de uma ETAR usando um Controlador L´ogico Program´avel (PLC) e uma Consola de Interface Gr´afica (CIF).

1.2

Organiza¸c˜

ao da disserta¸c˜

ao

Esta disserta¸c˜ao encontra-se estruturada em seis cap´ıtulos. No presente cap´ıtulo faz-se uma introdu¸c˜ao de enquadramento e apresenta-se a motiva¸c˜ao subjacente `a realiza¸c˜ao do trabalho.

No cap´ıtulo do estado da arte apresenta-se a constitui¸c˜ao e funcionamento de uma ETAR, referindo quais os processos de tratamento existentes, e quais os sistema de controlo aplicados aos mesmos. O terceiro cap´ıtulo descreve a ETAR-SORTEGEL em quest˜ao, referindo as v´arias etapas do processo de tratamento, e os equipamentos necess´arios para se realizar o tratamento, a automa¸c˜ao, o controlo e a monitoriza¸c˜ao dos v´arios processos. O quarto cap´ıtulo refere como se projectou a automa¸c˜ao de ETAR, referindo como se abordou os diferentes processos de tratamento para se fazer a sincroniza¸c˜ao das v´arias etapas de tratamento do efluente. O quinto capitulo refere-se `a programa¸c˜ao do Controlador L´ogico Program´avel (PLC), dispositivo que faz a automa¸c˜ao do sistema, apresenta-se ainda os c´alculos efectuados e as calibra¸c˜oes feitas para optimizar o sistema. O ´ultimo cap´ıtulo refere-se aos resultados obtidos, tecem-se conclus˜oes acerca do sistema realizado. Por ´ultimo apresenta-se algumas sugest˜oes para trabalho futuro, visando a expans˜ao e o melhoramento do sistema proposto.

(31)

2

Estado da arte

Este cap´ıtulo inicia-se com uma apresenta¸c˜ao geral das ETAR, as suas ´areas de apli-ca¸c˜ao, os elementos poluentes dos efluentes e os seus respectivos processos f´ısicos, qu´ımicos e biol´ogicos de tratamento. De seguida, s˜ao apresentadas v´arias tecnolo-gias aplicadas no tratamento de ´aguas residuais, fazendo referˆencia a v´arios artigos cient´ıficos de trabalhos realizados neste ˆambito.

2.1

Enquadramento geral

Todos os seres vivos `a face da Terra, nas suas diversas actividades, produzem res´ıduos que s˜ao devolvidos `a Natureza. Se a quantidade destes for excessiva, ou seja, se excedem a capacidade de regenera¸c˜ao e auto-depura¸c˜ao, originam-se desequil´ıbrios no nosso ecossistema, prejudicando a sa´ude na pr´opria natureza e do ser humano. Este facto leva a que este tema seja alvo de s´erias preocupa¸c˜oes `a escala mundial, nomeadamente referenciadas na Conferˆencia das Na¸c˜oes Unidas, realizada no Rio de Janeiro em 1992, e no Tratado de Quioto em 2003 (Pires, 2007).

O tratamento de ´aguas residuais tornou-se um tema muito actual e cr´ıtico, devido `a diminui¸c˜ao dos recursos de ´agua doce. Nesse intuito criaram-se regulamentos de

(32)

descarga das ´aguas tratadas para evitar contamina¸c˜oes na sa´ude p´ublica. Os eflu-entes residuais n˜ao tratados contˆem altos n´ıveis de mat´eria orgˆanica e numerosos microrganismos patog´enicos, tal como nutrientes, compostos t´oxicos, bact´erias, en-tre outros, provocando assim riscos de sa´ude e ambientais. Deve-se ent˜ao afastar esse efluente de onde ´e gerado e proceder ao seu tratamento adequado antes de ser descarregado. Pode-se dizer ent˜ao que, o objectivo deste tratamento ´e proteger o meio ambiente, tendo em conta quest˜oes como a sa´ude p´ublica, ambientais e aspectos socioecon´omicos (Nations, 2003).

2.2

Aplica¸c˜

oes das ETAR

As aplica¸c˜oes das ETAR abrangem v´arios sectores da nossa sociedade, principal-mente na ´area da ind´ustria, uma vez que qualquer empresa cuja produ¸c˜ao necessite de ´agua para criar o seu produto final ir´a ter ´aguas residuais para tratar. Na ´area p´ublica, utilizam-se as ETAR no tratamento das ´aguas pluviais e de saneamento antes de efectuar a descarga para o meio ambiente. A tabela 2.1 apresenta algumas das aplica¸c˜oes do tratamento de ´aguas residuais.

Para se fazer estes tratamentos, ter´a que se conceber infra-estruturas que permitam que a ´agua seja de novo reutiliz´avel para diversos fins. Estas infra-estruturas, des-ignadas por ETAR, s˜ao esta¸c˜oes que se destinam ao tratamento de ´aguas residuais, dom´esticas ou industriais, sendo estas de extrema importˆancia para o nosso ecossis– tema. As ´aguas tratadas podem-se destinar a serem reutilizadas, ou devolvidas aos rios, oceanos, ou lagos. Existem dois tipos de reutiliza¸c˜ao:

• Reutiliza¸c˜ao indirecta, em que a ´agua tratada ser´a lan¸cada num ciclo hidrol´ogico, que ser´a utilizada para capta¸c˜oes de ´agua e/ou produ¸c˜ao de ´agua para consumo humano;

• Reutiliza¸c˜ao directa, em que a ´agua ser´a utilizada para diversas situa¸c˜oes, sem ser para consumo humano (Pereira, 2009);

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Tabela 2.1 – Algumas aplica¸c˜oes das ´aguas residuais tratadas (Pereira, 2009).

Rega Agr´ıcola (culturas, viveiros)

Paisag´ıstica (parques, campos de golfe, jardins, etc.)

Abastecimento industrial Arrefecimento, caldeiras, constru¸c˜ao pesada

Recarga de Aqu´ıferos Refor¸co de volume de ´aguas subter-rˆaneas

Controlo de intrus˜ao salina

Usos urbanos Lavagem de ruas, limpeza de colectores, protec¸c˜ao contra incˆendios

Actividades recreativas Lagos, lagoas, aumento de caudal de ribeiros, pesca

2.3

Processos de tratamento

Para se fazer o tratamento de ´agua residual ser´a necess´ario ter conhecimento de quais s˜ao os elementos poluentes que cont´em para, posteriormente, elimin´a-los. Esses elementos podem variar significativamente de acordo com os processos que lhes d˜ao origem. A tabela 2.2 representa os elementos mais comuns dos efluentes a tratar, em rela¸c˜ao a algumas proveniˆencias, bem como alguns parˆametros f´ısico-qu´ımicos que contribuem para a polui¸c˜ao (Drinan, 2001).

Existem v´arios processos que podem ser usados para efectuar o tratamento dos elementos poluentes do efluente a tratar. Estes s˜ao amplamente classificados como:

• Processos f´ısicos; • Processos qu´ımicos; • Processos biol´ogicos;

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Tabela 2.2– Poluentes associados mais comuns e alguns parˆametros f´ısico-qu´ımicos nalgu-mas ´areas de aplica¸c˜ao das ETAR (Drinan, 2001).

Proveniˆencia Poluentes associados mais comuns e alguns

parˆametros f´ısico-qu´ımicos

Campos de cereais Turbidez, f´osforo, nitratos, s´olidos totais Colheita florestal Turbidez, temperatura, s´olidos totais

Pastagens Bact´erias fecais, turbidez, f´osforo

Descarga industrial Temperatura, condutividade, s´olidos totais, toxinas, pH Explora¸c˜ao mineira pH, alcalinidade, s´olidos totais dissolvidos

Fossas s´epticas Bact´erias fecais, nitratos, f´osforo, condutividade, tem-peratura

Esta¸c˜oes de tratamento de esgoto Oxig´enio dissolvido e BDO, turbidez, condutividade, f´osforo, nitratos, bact´erias fecais, temperatura, s´olidos totais, pH

Constru¸c˜ao Turbidez, temperatura, oxig´enio dissolvido e BDO, s´oli-dos totais, toxinas

Res´ıduos urbanos Turbidez, f´osforo, nitratos, temperatura, condutividade, oxig´enio dissolvido, BDO

aplicadas for¸cas f´ısicas para remover elementos contaminantes. Actualmente, eles formam a base da maioria dos sistemas de fluxo de processo para tratamento de ´aguas residuais. Nos processos f´ısicos podem ser aplicados os seguintes m´etodos:

• Triagem: consiste em remover os s´olidos brutos do efluente para proteger os equipamentos do sistema de tratamento, evitar interferˆencias com os outros processos e prevenir que a mat´eria flutuante circule na decanta¸c˜ao prim´aria; • Fragmenta¸c˜ao: ´e usado para pulverizar os materiais flutuantes no efluente a

tratar, sendo estes instalados onde a sua manipula¸c˜ao ´e impratic´avel;

• Equaliza¸c˜ao de fluxo: ´e uma t´ecnica utilizada para melhorar a eficiˆencia dos processos avan¸cados de tratamento de ´aguas residuais, nivelando parˆametros

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de opera¸c˜ao como fluxo do efluente, n´ıveis de polui¸c˜ao e temperatura ao longo do tempo;

• Sedimenta¸c˜ao: ´e uma unidade amplamente usada em tratamento de ´aguas residuais, que permite a remo¸c˜ao de part´ıculas em suspens˜ao ap´os a decanta¸c˜ao prim´aria, ciclo biol´ogico na decanta¸c˜ao de lamas, e o fluxo de produtos qu´ımi-cos no processo de coagula¸c˜ao;

• Flutua¸c˜ao: ´e usada para remover part´ıculas l´ıquidas ou s´olidas atrav´es da introdu¸c˜ao de gases finos, normalmente bolhas de ar. Estas, ou aderem aos elementos l´ıquidos, ou ficam presas na estrutura das part´ıculas s´olidas, aumen– tando a press˜ao entre as part´ıculas combinadas e as bolhas de ar;

• Filtra¸c˜ao m´edia de grˆanulos: o efluente a ser tratado passa por um leito fil-trante composto por material granular (areia, antracite, etc.) com ou sem aditivos qu´ımicos;

Os processos qu´ımicos s˜ao utilizados no tratamento de ´aguas residuais para provocar algum tipo de mudan¸ca por meio de reac¸c˜oes qu´ımicas. Estes s˜ao sempre usados em conjunto com processos f´ısicos e processos biol´ogicos. Em geral, os processos qu´ımicos tˆem uma inerente desvantagem em rela¸c˜ao aos processos f´ısicos, na medida em que estes s˜ao processos aditivos. Ou seja, normalmente existe um aumento l´ıquido dos constituintes dissolvidos do efluente a tratar. Isso pode ser um factor significativo se este ´e para ser reutilizado. Nestes processos os m´etodos de aplica¸c˜ao podem consistir em:

• Precipita¸c˜ao qu´ımica: a precipita¸c˜ao qu´ımica de ´aguas residuais brutas pro-move a flocula¸c˜ao de s´olidos finos em flocos mais facilmente sediment´aveis, aumentado assim a eficiˆencia dos s´olidos em suspens˜ao, EBO5 e a remo¸c˜ao de f´osforo em rela¸c˜ao `a sedimenta¸c˜ao sem coagula¸c˜ao;

• Absor¸c˜ao com carbono activo: ´e um processo de remover substˆancias sol´uveis numa solu¸c˜ao num meio adequado. No tratamento de ´aguas residuais, a ab-sor¸c˜ao com carbono activo, normalmente segue o tratamento biol´ogico normal,

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e visa eliminar uma parte da restante mat´eria orgˆanica dissolvida;

• Desinfec¸c˜ao: refere-se `a destrui¸c˜ao de microrganismos causadores de doen¸cas. Este processo ´e de grande importˆancia no tratamento de ´aguas residuais devido `a natureza das mesmas;

• Descloragem: remove res´ıduos livres ou combinados de cloro em efluentes clo-rados antes da sua reutiliza¸c˜ao ou descarga em ´aguas receptoras;

• Outras aplica¸c˜oes qu´ımicas: existem outros processos qu´ımicos para o trata-mento de ´aguas residuais que ajudam a regular certos parˆametros como a redu¸c˜ao do pH, remo¸c˜ao de areias, etc;

Os processos biol´ogicos s˜ao utilizados para converter a mat´eria orgˆanica final, di-vidida e dissolvida nas ´aguas residuais em s´olidos orgˆanicos e inorgˆanicos sedimen-t´aveis. Nestes processos, os microrganismos, especialmente as bact´erias, convertem o coloidal e a mat´eria orgˆanica carbon´acea dissolvida em diversos gases e no tecido celular, que ´e ent˜ao removido em tanques de sedimenta¸c˜ao. Os processos biol´ogicos s˜ao normalmente utilizados em conjunto com os processos f´ısicos e qu´ımicos, com o objectivo principal de reduzir o teor de mat´eria orgˆanica (medida como CBO, COT e COD) e os teores de nutrientes (nomeadamente, azoto e f´osforo) das ´aguas residuais.

Os processos biol´ogicos usados para o tratamento de ´aguas residuais, podem-se clas-sificar em cinco grandes tipos (Nations, 2003):

• Processos aer´obios: Nos processos de tratamento aer´obio os organismos usam elementos livres de oxig´enio elementar e mat´eria orgˆanica, juntamente com nutrientes (azoto, f´osforo) e tra¸cos de metais (ferro, etc.) para produzir or-ganismos mais est´aveis para dissolver os s´olidos em suspens˜ao, e di´oxido de carbono (Spellman, 2003);

• Processos an´oxicos: no processo de tratamento an´oxico (sem oxig´enio), os microrganismos usam o oxig´enio fixado em compostos de nitrato como fonte

(37)

de energia. O processo produz mais organismos e elimina o nitrog´enio da ´agua residual, convertendo-o para o g´as nitrog´enio que ´e libertado para o ar (Spellman, 2003);

• Processos anaer´obicos: O processo de tratamento anaer´obio consiste em duas etapas. Ocorre completamente na ausˆencia de oxig´enio, e produz um produto utiliz´avel: o g´as metano. Na primeira etapa do processo, os microrganis-mos usam a mat´eria orgˆanica como alimento para a produ¸c˜ao de organismicrorganis-mos mais ´acidos vol´ateis (orgˆanicos), di´oxido de carbono, sulfureto de hidrog´enio, outros gases e alguns s´olidos est´aveis. Na segunda etapa, os microrganismos anaer´obios usam os ´acidos vol´ateis como fonte de alimento. O processo pro-duz mais organismos, s´olidos est´aveis e g´as metano que pode ser usado para fornecer energia a v´arios componentes do sistema de tratamento;

• Processos combinados: Estes consistem na combina¸c˜ao da aplica¸c˜ao dos pro-cessos biol´ogicos referidos anteriormente;

• Processos de lagoas: Aqui usam-se lagoas para se efectuar o processo biol´ogico. Nestas, pode-se usar os processos referidos anteriormente, sendo aplicados de uma forma sequencial, ou usar apenas um deles, dependendo do tipo de trata-mento;

Os m´etodos a aplicar nas etapas de processamento biol´ogico de tratamento de ´aguas residuais s˜ao:

• Processo de lodos activos: ´e um sistema aer´obio de fluxo cont´ınuo, contendo uma massa de microrganismos activos que s˜ao capazes de estabilizar a mat´eria orgˆanica. O processo consiste no fornecimento de ´agua residual clarificada, ap´os a decanta¸c˜ao prim´aria num tanque de arejamento, onde ´e misturado com uma massa activa de microrganismos, principalmente bact´erias e protozo´arios, que degradam a mat´eria orgˆanica em di´oxido de carbono, ´agua, novas c´elulas e outros produtos de uso final;

(38)

• Lagoa arejada: ´e um tanque em que ´aguas residuais s˜ao tratadas, quer por um fluxo cont´ınuo ou atrav´es de reciclagem de s´olidos. A microbiologia envolvida neste processo ´e semelhante `a do processo de lodos activos. No entanto, as diferen¸cas surgem porque a grande ´area de superf´ıcie de uma lagoa pode provo-car mais efeitos na temperatura, comparativamente aos que normalmente s˜ao encontrados em processos convencionais de lodo activo. As ´aguas residuais s˜ao oxigenadas pela superf´ıcie ou por uma turbina de arejamento difuso;

• Filtros biol´ogicos: s˜ao os filtros mais comuns encontrados no tratamento aer´obio de crescimento ligado, um processo de tratamento biol´ogico usado para a re-mo¸c˜ao de mat´eria orgˆanica das ´aguas residuais. ´E constitu´ıdo por um leito num meio altamente perme´avel aos quais os organismos est˜ao ligados, for-mando uma camada de lodo biol´ogico, atrav´es do qual as ´aguas residuais s˜ao filtradas. O meio filtrante ´e geralmente constitu´ıdo por pedra ou material de pl´astico. O material orgˆanico presente nas ´aguas residuais ´e degradado por absor¸c˜ao na camada de lodo biol´ogico. Na parte externa desta camada, o mate-rial orgˆanico ´e degradado por microrganismos aer´obios. Como estes crescem, a espessura da camada de lodo aumenta, e o oxig´enio ´e esgotado antes de ter penetrado toda a camada de lodo na sua profundidade. Um ambiente anaer´obio ´e assim estabelecido perto da superf´ıcie do meio filtrante. Conforme aumenta a espessura da camada de lodo, a mat´eria orgˆanica ´e degradada antes de chegar aos microrganismos perto da superf´ıcie do meio. Esses microrganis-mos, que s˜ao privados de sua fonte externa de alimenta¸c˜ao orgˆanica, morrem e s˜ao lavados pelo l´ıquido que flui;

• Contactos rotativos biol´ogicos: este ´e um processo biol´ogico de crescimento ligado que consiste numa ou mais bacias hidrogr´aficas, nas quais s˜ao mon-tadas discos, com pouco espa¸camento entre si, em condutas horizontais que lentamente giram atrav´es das ´aguas residuais. Os discos est˜ao parcialmente submersos na ´agua residual, de modo a que se forme uma camada de bact´erias na sua superf´ıcie. Como os discos giram, as bact´erias s˜ao expostas alternada-mente `as ´aguas residuais, das quais absorvem mat´eria orgˆanica e oxig´enio.

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O movimento de rota¸c˜ao tamb´em permite que as bact´erias em excesso sejam eliminadas da superf´ıcie dos discos e mant´em em suspens˜ao os s´olidos biol´ogi-cos;

• Estabiliza¸c˜ao da lagoa: ´e uma estrutura relativamente rasa de ´aguas residuais, contida num recipiente t´erreo, usando um processo biol´ogico completamente misturado sem retorno de s´olidos. A mistura pode ser natural (vento, calor ou fermenta¸c˜ao) ou induzida (mecˆanica ou arejamento difuso). As lagoas de estabiliza¸c˜ao s˜ao geralmente classificadas, em fun¸c˜ao da natureza da actividade biol´ogica que ocorre nas mesmas como: aer´obia, anaer´obica, ou aer´obia – anaer´obia;

• Digest˜ao anaer´obia de mistura completa: ´E um processo que ocorre num re-actor herm´etico. Introduz-se lodo de forma cont´ınua ou intermitente, e que ´e mantido no reactor por per´ıodos vari´aveis de tempo. Ap´os a retirada do reactor, seja cont´ınua ou intermitente, o lodo estabilizado tem um reduzido teor de mat´eria orgˆanica e de organismos patog´enicos, e n˜ao ´e putresc´ıvel. Os dois tipos mais utilizados de digestores anaer´obios s˜ao: taxa padr˜ao e de alta taxa. Na taxa padr˜ao, o processo de digest˜ao e o conte´udo do digestor s˜ao nor-malmente sem aquecimento e sem misturas, sendo mantidos por um per´ıodo que varia de 30 a 60 dias. No processo de digest˜ao de alta taxa, o conte´udo do digestor ´e aquecido e misturado completamente e s˜ao mantidos, geralmente, por um per´ıodo de 15 dias ou menos;

• Remo¸c˜ao de nutrientes biol´ogicos: Nitrog´enio e f´osforo s˜ao os principais nu-trientes que importa controlar nas descargas de ´aguas residuais. O nitrog´enio e o f´osforo podem acelerar a eutrofiza¸c˜ao de lagos e reservat´orios, e estimu-lar o crescimento de algas e plantas aqu´aticas enraizadas em riachos rasos. Concentra¸c˜oes significativas de nitrog´enio podem ter outros efeitos adversos: a deple¸c˜ao de oxig´enio dissolvido em ´aguas receptoras, toxicidade para a vida aqu´atica, impacto negativo sobre a eficiˆencia de desinfec¸c˜ao do cloro, a cri-a¸c˜ao de um perigo para a sa´ude p´ublica, tornando as ´aguas residuais menos adequadas para reutiliza¸c˜ao (Nations, 2003);

(40)

A aplica¸c˜ao dos processos biol´ogicos, e as suas respectivas adi¸c˜oes de produtos es-t˜ao na fase seguinte ao tratamento prim´ario, e antes do tratamento secund´ario, como mostra a figura 2.1. O tratamento prim´ario corresponde `a remo¸c˜ao de s´olidos maiores, decanta¸c˜oes prim´arias, equaliza¸c˜ao de fluxo de efluente, inser¸c˜ao de pro-dutos qu´ımicos, entre outras. O tratamento secund´ario corresponde a decanta¸c˜oes secund´arias, filtragens, aditivos qu´ımicos, entre outras.

Figura 2.1– Localiza¸c˜ao do processo biol´ogico no tratamento de ´aguas residuais.

2.4

Automatiza¸c˜

ao, controlo e monitoriza¸c˜

ao de

processos

No que se refere `a automa¸c˜ao, ao controlo e `a monitoriza¸c˜ao dos v´arios processos que constituem as ETAR existem v´arias solu¸c˜oes tecnol´ogicas que empregam diversos tipos de tecnologias e de algoritmos.

A l´ogica difusa ´e uma das t´ecnicas aplicadas neste ˆambito, nomeadamente na mod-eliza¸c˜ao de processos de decomposi¸c˜ao nas ´aguas residuais. Este consiste numa degrada¸c˜ao bioqu´ımica de materiais orgˆanicos. Aplicando estas ferramentas a uma decomposi¸c˜ao controlada de micr´obios aer´obios podem-se obter melhores produtos que s˜ao utilizados como condicionadores de solo ou fertilizantes orgˆanicos. Sendo este processo muito dependente da temperatura, o modelo difuso aplicado a este sistema permite modelar o sistema, descrevendo o regime dos processos, os seus consequentes modelos lineares de varia¸c˜ao de temperatura nos ciclos de arejamento em fun¸c˜ao do tempo, minimizando os erros do pr´oprio modelo difuso (Giusti and Marsili-Libelli, 2010).

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modelos de tratamento de ´aguas residuais, uma vez que estes contˆem v´arios parˆame– tros que podem ser ajustados em v´arias aplica¸c˜oes de tratamentos de ´aguas residuais. Com base nos modelos de simula¸c˜ao difusos s˜ao, geralmente, empregues trˆes modelos estat´ısticos:

• Encontrar condi¸c˜oes iniciais pr´oprias;

• An´alise de identificabilidade: permite encontrar um subconjunto de parˆamet-ros de identifica¸c˜ao do controlador difuso;

• Algoritmos de minimiza¸c˜ao: para afinar o subconjunto de parˆametros de iden-tifica¸c˜ao do controlador difuso (Ruano et al., 2010);

Outra das t´ecnicas utilizadas consiste na aplica¸c˜ao de algoritmos baseados em redes neuronais. Estes s˜ao usados para extrair padr˜oes qualitativos dos sinais obtidos pelos elementos do sistema. Esses padr˜oes mostram a evolu¸c˜ao do sistema e como estes reagem no processamento do efluente. Isto permite uma aquisi¸c˜ao on-line de parˆametros relevantes do sistema, entre eles o pH, e compar´a-los com um modelo predefinido de um sistema de tratamento, permitindo acompanhar a evolu¸c˜ao do sistema (Luccarini et al., 2010).

Outro m´etodo aplicado nestes sistemas ´e a an´alise do sistema de controlo do trata-mento de ´aguas residuais atrav´es de modelos de incerteza. Estes permitem fazer uma an´alise de multi-crit´erios de parˆametros do tratamento de ´aguas residuais, prevendo o funcionamento do sistema com base na simula¸c˜ao dos modelos dos processos. Neste m´etodo, o sistema faz a previs˜ao se o tratamento est´a a ser eficaz ou n˜ao (Benedetti et al., 2010). Outro tipo de modelos baseados na previs˜ao de parˆametros s˜ao designados por sensores de software, que oferecem uma alternativa em rela¸c˜ao aos sensores reais. Este combina a informa¸c˜ao entre vari´aveis de valores lidos de outros sensores reais, e a sua previs˜ao, ajustando parˆametros do sistema. A maior vantagem neste tipo de aplica¸c˜oes est´a relacionada com os custos mais reduzidos de sensores, uma vez que n˜ao ser´a necess´ario adquirir um sensor para medir um

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determinado parˆametro espec´ıfico, e tamb´em na manuten¸c˜ao do sistema (Cecil and Kozlowska, 2010).

Foram tamb´em projectados sistemas de monitoriza¸c˜ao em tempo-real nos tratamen-tos de ´aguas residuais que s˜ao baseados na leitura dos parˆametros relevantes dos efluentes. Nestes casos, sempre que qualquer parˆametro esteja fora dos valores nor-mais, o sistema permite ao utilizador visualizar essa situa¸c˜ao em tempo real, atrav´es do recurso a aplica¸c˜oes de hardware e software adequadas (Szafnicki et al., 1998). Ao longo dos anos as ETAR tornaram-se mais eficientes e mais automatizadas no seu processo de tratamento. Isso deve-se, n˜ao s´o ao melhoramento dos processos f´ısico-qu´ımicos e biol´ogicos envolvidos, mas tamb´em aos sistemas de controlo aplicados aos mesmos. No entanto, ´e dif´ıcil fazer uma normaliza¸c˜ao neste tipo de sistemas. Uma vez que cada ETAR pode ter processos de tratamento diferentes, o m´etodo de controlo ter´a que ser estudado para cada caso, tendo em conta os aspectos de autonomia e de eficiˆencia do sistema. Ser´a necess´ario um estudo intensivo dos pro-cessos, analisando qual ser´a a solu¸c˜ao mais adequada a implementar, prevendo-se as cargas e os cen´arios de opera¸c˜oes esperados.

Contudo, n˜ao se consegue prever todas as situa¸c˜oes de opera¸c˜ao quando se est´a a idealizar e a conceber o sistema. Por vezes surgem modos de opera¸c˜ao inesperados quando o sistema est´a em funcionamento, e deste modo o sistema ter´a que ser capaz de ajustar-se. Esta ´e uma das raz˜oes pelo qual ´e dif´ıcil conceber um modelo normalizado de controlo para este tipo de sistemas.

(43)

3

A esta¸c˜

ao de tratamento de

´

aguas residuais da SORTEGEL

Este cap´ıtulo apresenta a estrutura da ETAR–SORTEGEL, referindo os parˆametros a atingir de modo que o efluente esteja tratado, uma perspectiva geral dos seus processos de tratamento e os equipamentos e sensores utilizados para realizar a sua automatiza¸c˜ao, controlo e monitoriza¸c˜ao.

3.1

Objectivo do tratamento

A ETAR faz tratamento do efluente, proveniente do processo de tratamento de cas-tanhas da f´abrica SORTEGEL. Ap´os o tratamento ´e efectuada a descarga para o meio ambiente, mais concretamente numa ribeira chamada ”Ribeira de Sortes”situada a cerca de 200 m a Este, do local de implanta¸c˜ao da ETAR.

De modo a fazer o tratamento das ´aguas residuais do efluente ´e necess´ario ter em conta os limites estipulados pela legisla¸c˜ao no que diz respeito `as descargas de ´aguas residuais. Para o caso em quest˜ao, os parˆametros ambientais mais relevantes a cumprir para a descarga deste efluente, constam do decreto-lei no

236/98 (Min-ist´erio do Ambiente, 1998), sendo:

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• pH – 6 a 9 (Escala Sor¨ensen); • ST – n.a. • SST ≤ 60 mg/l; • Gorduras e ´oleos ≤ 15 mg/l; • CBO5 (20 o C) ≤ 40 mg/l O2; • CQO ≤ 150 mg/l O2; • Detergentes ≤ 2,0 mg/l; • F´osforo ≤ 10,0 mg/l; • Azoto total ≤ 15,0 mg/l;

A ´agua que ´e usada na f´abrica para processamento dos frutos ´e proveniente de trˆes capta¸c˜oes subterrˆaneas que est˜ao situadas no per´ımetro das instala¸c˜oes da f´abrica. S˜ao realizadas diversas opera¸c˜oes de lavagem de mat´eria-prima (castanhas e outros frutos), o que corresponde, em m´edia a 75% do efluente a tratar que ´e produzido. Os restantes 25% s˜ao provenientes da de opera¸c˜oes de higieniza¸c˜ao e de limpeza dos equipamentos e das instala¸c˜oes.

Tendo em conta o hist´orico do funcionamento da f´abrica e da evolu¸c˜ao de produ¸c˜ao que ´e prevista, os volumes m´aximos do efluente produzido variam sazonalmente, sendo:

• Setembro a Fevereiro - 300m3

/dia; • Mar¸co a Agosto - 80m3/dia;

Durante o processamento dos produtos da f´abrica, respons´avel pela produ¸c˜ao do efluente a tratar, foram retiradas amostras, que representam as caracter´ısticas e

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Tabela 3.1 – Valores dos parˆametros f´ısico-qu´ımicos referentes `as amostras do efluente produzido (Fevereiro de 2007 ).

Origem do efluente Efluente bruto (mistura)

Per´ıodo de amostragem FEV 2007

pH (Escala Sor¨ensen) 4,2 – 4,7

CQO (mg/l O2) 3000 – 4500

CBO5 (mg/l O2) 1400 – 1485

SST (mg/l) 600 – 1800

S´olidos totais (mg/l) 3900

´Indice de biodegrabilidade (CBO5)/SST 0,4 – 0,6

varia¸c˜oes do efluente produzido. Valores estes que, na descarga, ter˜ao de estar de acordo com a legisla¸c˜ao em vigor. Estas amostras est˜ao representadas na tabela 3.1. Com base nestes valores, a ETAR e os sistemas de automa¸c˜ao a implementar dever˜ao cumprir com os seguintes objectivos:

• Respeitar os requisitos legais de descarga; • F´acil adapta¸c˜ao `a opera¸c˜ao em regime sazonal;

• F´acil adapta¸c˜ao `as oscila¸c˜oes de produ¸c˜ao de actividade;

• Adapta¸c˜ao do consumo energ´etico em fun¸c˜ao das varia¸c˜oes de carga e de cau-dal;

• Necessidade de redu¸c˜ao do teor de Azoto; • Reduzida manuten¸c˜ao;

• Reduzida afecta¸c˜ao de ´area;

(46)

3.2

Estrutura da ETAR-Sortegel

De modo `a ETAR cumprir os requisitos referidos, a sua estrutura base dever´a ter os processos representados na figura 3.1, por forma a realizar-se o ciclo biol´ogico de tratamento. Assim, o sistema de controlo a usar dever´a sincronizar as diferentes etapas de opera¸c˜ao, tendo em conta os equipamentos instalados em cada uma das fases de processamento das ´aguas residuais.

Figura 3.1– Etapas de tratamento do efluente.

Cada processo representado na figura 3.1 tem uma finalidade relevante para o trata-mento biol´ogico da ´agua residual. Estes processos, que ter˜ao de ser regulados pelo sistema de automa¸c˜ao e controlo, s˜ao apresentados de seguida.

1. Tamisagem (Remo¸c˜ao preliminar da mat´eria em suspens˜ao)

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numa tamisagem a 0,5 mm onde s˜ao retirados, ao efluente a tratar, s´olidos em suspens˜ao de maiores dimens˜oes para evitar a danifica¸c˜ao dos equipamentos usados nas etapas de processamento seguintes. A figura 3.2 ilustra a estrutura de tamisa¸c˜ao montada.

Figura 3.2 – Tamisador montado para remover os s´olidos de maior dimens˜ao.

2. Homogeneiza¸c˜ao e equaliza¸c˜ao do caudal

O efluente proveniente da etapa anterior ser´a recebido num po¸co de bombagem, com uma capacidade de armazenamento de 150 m3

. Esta opera¸c˜ao permite a homogeneiza¸c˜ao do efluente e, por bombagem, uma equaliza¸c˜ao do caudal para a etapa seguinte. A figura 3.3 mostra a parte de entrada do po¸co, com os indicadores de press˜ao das bombas.

3. Decanta¸c˜ao Prim´aria

O efluente ´e aduzido num decantador com um tempo de reten¸c˜ao hidr´aulica de cerca de uma hora. Esta opera¸c˜ao permite separar os s´olidos de maior massa e dimens˜ao para posterior processamento. A partir deste ´org˜ao, s˜ao alimen-tadas duas lagoas de opera¸c˜ao sequencial, em regimes c´ıclicos de aerobiose / anaerobiose. Este processo est´a representado na figura 3.4, com o n´umero 3. 4. Processo biol´ogico (lamas em suspens˜ao em ciclos de aerobiose /

(48)

Figura 3.3 – Vista da entrada do po¸co de homogeneiza¸c˜ao do caudal.

O processo biol´ogico ser´a efectuado em duas lagoas impermeabilizadas. Es-tas s˜ao dotadas de equipamentos auto – flutuantes, destinados `a manuten¸c˜ao em suspens˜ao e ao fornecimento de ar `a massa biol´ogica, mantendo-a em crescimento permanente, em ciclos de aerobiose/anaerobiose. Esta op¸c˜ao per-mite concomitantemente com a oxida¸c˜ao biologicamente mediada da mat´eria orgˆanica, a obten¸c˜ao de ciclos de nitrifica¸c˜ao/desnetrifica¸c˜ao visando a redu¸c˜ao do teor final de Azoto total. Para a maximiza¸c˜ao de flexibilidade do sistema, tendo em conta as varia¸c˜oes de carga e caudal do efluente, permite-se a oper-a¸c˜ao das duas lagoas em paralelo ou de apenas uma delas em funcionamento. Este processo est´a representado na figura 3.4, com o n´umero 4.

5. Decanta¸c˜ao secund´aria

Das lagoas anteriormente descritas o efluente ´e conduzido para um decantador, onde se processa a separa¸c˜ao das lamas biol´ogicas e o efluente a ser descar-regado. O processo biol´ogico ´e realimentado com estas lamas atrav´es de duas linhas de recircula¸c˜ao. O controlo da carga biol´ogica pretendida ´e efectuado atrav´es de extrac¸c˜oes controladas de lamas, a serem desidratadas e estabi-lizadas. Este processo est´a representado na figura 3.4, com o n´umero 5. 6. Filtra¸c˜ao

Antes de se proceder `a descarga do efluente, para complementa¸c˜ao do processo de remo¸c˜ao de lamas do efluente, usam-se filtros de antracite com a finalidade de remover s´olidos mais finos. A figura 3.5 mostra os filtros usados.

(49)

Figura 3.4 – Representa¸c˜ao dos processos 3,4,5 do tratamento do efluente.

Figura 3.5– Filtros usados no processo de filtragem no tratamento do efluente.

Figura 3.6 – Descarga do efluente para o meio ambiente.

7. Descarga do efluente

Aqui, o efluente tratado ´e descarregado para o exterior. Se os filtros estiverem em funcionamento, uma vez que esta opera¸c˜ao ´e opcional, este efluente pode ser usado para lavagem dos mesmos. A figura 3.6 mostra a descarga do efluente tratado para uma conduta que o conduz a um ribeiro.

8. Sistema de desidrata¸c˜ao de lamas biol´ogicas

Para desidrata¸c˜ao das lamas produzidas no sistema biol´ogico, est´a instalado um sistema de desidrata¸c˜ao de lamas por compress˜ao hidr´aulica, de funciona-mento semi-autom´atico, que permite a extrac¸c˜ao das mesmas. A figura 3.7

(50)

Figura 3.7– Equipamento de desidrata¸c˜ao e extrac¸c˜ao das lamas, DRAIMAD.

mostra esse equipamento, chamado DRAIMAD.

3.3

Perspectiva geral do sistema

A ETAR-Sortegel foi implementada de modo a conjugar todos os processos acima referidos de modo estruturado. Para se ter uma perspectiva de como a ETAR est´a implementada na realidade, o esquema na figura 3.8 representa como o efluente circula, desde a sua chegada at´e ao fim do seu tratamento, passando por todos os processos de tratamento, referidos na sec¸c˜ao 3.2.

Como se pode ver na figura 3.8, existem elementos que s˜ao adicionados ao efluente, nomeadamente logo a seguir `a sedimenta¸c˜ao prim´aria, nas lagoas e no circuito de extrac¸c˜ao de lamas. No primeiro caso os elementos adicionados s˜ao:

• Nutrientes: Trata-se de uma solu¸c˜ao concentrada de sais de Azoto e de F´os-foro, doseada `a entrada do processo biol´ogico. O efluente bruto tem uma defi-ciˆencia nestes nutrientes relativamente `a quantidade total de carbono biode-grad´avel. Dado que o processo ´e, em grande parte, fundamentado na assimi-la¸c˜ao metab´o–

lica da mat´eria orgˆanica pela biomassa residente nas lagoas, ´e necess´ario asse-gurar que a metaboliza¸c˜ao n˜ao ´e limitada pela falta desses nutrientes essenci-ais. O doseamento ser´a ajustado em fun¸c˜ao dos resultados obtidos do controlo laboratorial do processo;

(51)

• Solu¸c˜ao aquosa de NaOH: Esta solu¸c˜ao concentrada destina-se a corrigir o valor do pH da ´agua residual, que ´e bastante ´acida (com valores compreendidos na gama de 4 a 5);

Nas lagoas, as solu¸c˜oes de coagulantes orgˆanicos destinam-se `a optimiza¸c˜ao da de-canta¸c˜ao das lamas. Nos decantadores secund´arios s˜ao separadas as lamas biol´ogicas e os s´olidos inorgˆanicos em suspens˜ao do efluente submetido ao tratamento biol´ogico. O doseamento do coagulante qu´ımico promove a agrega¸c˜ao dos flocos biol´ogicos e das part´ıculas, acelerando a sua velocidade de decanta¸c˜ao e facilitando a clarifica¸c˜ao do efluente tratado.

Na fase de separa¸c˜ao das lamas, realizada na decanta¸c˜ao secund´aria, parte destas s˜ao devolvidas aos seus processos biol´ogicos. Outra parte, obriga `a sua extrac¸c˜ao e desidrata¸c˜ao regular, uma vez que a sua biomassa est´a em permanente crescimento. Para facilitar a desidrata¸c˜ao, ´e doseado um pol´ımero que, simultaneamente, promove a sua aglutina¸c˜ao e impede a sua colmata¸c˜ao, facilitando a sa´ıda do ar e da ´agua.

3.4

Equipamentos de actua¸c˜

ao e controlo

Para se poder controlar este sistema, ser´a relevante conhecer os equipamentos en-volvidos no processo, nomeadamente os equipamentos de controlo, de monitoriza¸c˜ao e de actua¸c˜ao que est˜ao instalados e/ou que ter˜ao de ser instalados.

3.4.1

Sensores de n´ıvel anal´

ogicos

A ETAR tem instalado v´arios sensores para medida de grandezas relevantes a medir e/ou controlar, como sejam, fluxos, n´ıveis, pH, entre outras. Neste caso particular, os sensores de n´ıvel utilizados em todos os reservat´orios e lagoas s˜ao sensores anal´ogicos de press˜ao da marca MAC3, de referˆencia PRE52B1A4M10000, com sa´ıda anal´ogica de corrente entre os valores de 4mA – 20mA. Este sensor ´e mostrado na figura 3.9, e tem as caracter´ısticas t´ecnicas representadas nas tabelas 3.2 e 3.3 (MAC3).

(52)
(53)

Tabela 3.2– Caracter´ısticas do sensor MAC3 PRE52B1A4M10000 (MAC3).

Press˜ao m´ ax-ima (Atm)

Tecnologias Corpo Tipo de liga¸c˜ao Tipo de cabo Alimenta¸c˜ao (VCC) Sa´ıda (mA) Sensor MAC3 10 Cerˆamica Peizo -resistivo Inox 316 1/4”GAS UNI ISO228 CL.BØ13 PVC 9 – 30 4 –20

Tabela 3.3– Caracter´ısticas do sensor MAC3 PRE52B1A4M10000 (cont.) (MAC3).

Gama (m) ´Indice de protec¸c˜ao Dimens˜oes (mm) Peso (gr) Temperatura de opera¸c˜ao (◦C) Precis˜ao Estabilidade 0 – 10 IP 68 (max 2 bar) 80 x 30 145 (sem cabo) 0 - 50 ±1,5% fs (sem cali-bra¸c˜ao) 0,3% fs/ano

Figura 3.9– Sensor de n´ıvel anal´ogico com sa´ıda de corrente MAC3.

Figura 3.10– Liga¸c˜oes do sensor anal´ogico de corrente.

(54)

No presente caso, existem v´arios sensores deste tipo nos v´arios reservat´orios e lagoas. Cada um deles ´e ligado a um PLC, que vai permitir controlar o n´ıvel do efluente nos v´arios sistemas de armazenamento mediante o accionamento de v´arios equipamentos associados, bombas e electrov´alvulas. A figura 3.10 representa as liga¸c˜oes do sensor, em que apresenta a sua alimenta¸c˜ao e respectiva sa´ıda anal´ogica de corrente. Este sistema ´e adequado para ser lido pelo PLC que tem instalado uma placa de expans˜ao com entradas anal´ogicas de corrente, sendo a resistˆencia Rx opcional se pretender obter uma sa´ıda anal´ogica em tens˜ao.

3.4.2

Sensor de fluxo

O sensor de fluxo montado na ETAR destina-se a medir o caudal de efluente ap´os o seu tratamento. Para al´em do sensor de medi¸c˜ao, existe tamb´em um transmissor e um indicador do caudal no momento de descarga, como ilustra a figura 3.11. Este sensor-transmissor ´e da marca SIEMENS, com a referˆencia MAG5000.

(55)

Os transmissores s˜ao baseados em microprocessadores com um display alfanum´erico em v´arias l´ınguas. O princ´ıpio de medi¸c˜ao de fluxo ´e baseada na lei de Faraday da indu¸c˜ao eletromagn´etica. As bobines magn´eticas s˜ao montadas diametralmente no tubo de medi¸c˜ao que geram um campo electromagn´etico atrav´es de impulsos. O l´ıquido ao fluir atrav´es deste campo electromagn´etico induz uma tens˜ao. Os trans-missores avaliam os sinais dos sensores electromagn´eticos associados, convertem-nos em sinais adequados, neste caso 4 a 20mA (SIEMENS, 2002).

As liga¸c˜oes el´ectricas das entradas e sa´ıdas deste transmissor est˜ao ilustradas na figura 3.12.

Para al´em da visualiza¸c˜ao da leitura do fluxo de efluente a partir do display do transmissor, este possui v´arios tipos de entradas e sa´ıdas, como se pode ver na figura 3.12. Estas existem para o utilizador ter a possibilidade de a partir de um elemento de controlo, por exemplo um PLC, controlar e aceder a algumas fun¸c˜oes deste transmissor, ou usar as suas sa´ıdas para actuar algum elemento. O sensor de fluxo instalado possui duas liga¸c˜oes: o cabo do el´ectrodo e o cabo da bobine que est˜ao instalados na estrutura onde circula o efluente. As caracter´ısticas t´ecnicas est˜ao descritas na tabela 3.4 (SIEMENS, 2002).

(56)
(57)

Tabela 3.4– Caracter´ısticas do transmissor do sensor de fluxo (SIEMENS, 2002)

Modo de opera¸c˜ao Principio de medi¸c˜ao Campo electromagn´etico com impluso constante Entrada Entrada Digital 11...30V DC, Ri = 4, 4KΩ

Tempo de activa¸c˜ao 50ms

Corrente IDC11V = 2, 5mA, IDC30V =

7mA

Sa´ıda Corrente de sa´ıda

Sa´ıda anal´ogica 0...20mA ou 4...20mA, Alarme

Resistˆencia <800Ω

Constante de tempo 0,1...30s, ajustavel Sa´ıda digital

Frequˆencia 0...10KHz, 50% duty cycle

Impulso (activo) DC 24V, 30mA, 1HΩ ≤

Ri ≤ 10KΩ

Protec¸c˜ao contra curto-circuitos

Impulso (passivo) DC 3...30V, max. 110mA, 200Ω ≤ Ri ≤ 10KΩ

Sa´ıdas a rel´e

Constante de tempo Igual `a sa´ıda de corrente

Carga 42V AC/2, 24V DC/1A

Caudal m´aximo 20m3

/hora

Alimenta¸c˜ao 115...230V AC: 17VA

24V AC:9VA, IN = 380mA, IST = 8A(30ms) 12V DC:11W, IN = 920mA, IST = 2A(250ms)

(58)

3.4.3

Sensor de pH

Este sensor tem como objectivo fazer uma leitura de pH do efluente de modo a poder corrigir-se a sua acidez que ´e elevada. Este equipamento n˜ao est´a de momento instalado na ETAR, estado prevista a sua instala¸c˜ao no sistema no futuro pr´oximo. Tendo em conta o elemento de controlo utilizado no sistema, um exemplo muito vi´avel para a integra¸c˜ao deste tipo de leitor ter´a de ser um elemento que forne¸ca uma sa´ıda, em tens˜ao ou em corrente anal´ogica. Sendo assim, um exemplo deste tipo de leitor da Hanna Instruments de referˆencia HI931700.

A instala¸c˜ao deste tipo de sensores ter´a que ser junto com uma bomba recirculadora, para o efluente atravessar o leitor de pH e voltar ao local inicial. Neste existe um el´ectrodo imerso no efluente que gera valores de tens˜ao que posteriormente s˜ao convertidos em valores de pH (Instruments, 2003).

A figura 3.13 ilustra como se pode fazer esta instala¸c˜ao.

Figura 3.13 – Exemplo de instala¸c˜ao de um sensor de pH (Instruments, 2003).

(59)

Tabela 3.5– Caracter´ısticas do transmissor do sensor de pH (Instruments, 2003).

Gama 0,00 a 14,00pH

Resolu¸c˜ao 0,01pH

Precis˜ao ± 0,02pH

Desvio t´ıpico EMC ± 0,02pH

Sa´ıda 0...20mA ou 4...20mA

Rel´e Set Point Isolado, 2A, m´ax 240V

Alimenta¸c˜ao 115 ± 10% ou 230 ± 10% VAC, 50/60Hz ou 15-24VDC

3.4.4

Controlador L´

ogico Program´

avel (PLC)

Um Controlador L´ogico Program´avel permite o controlo de m´aquinas e de processos. Estes usam uma mem´oria program´avel que cont´em instru¸c˜oes e fun¸c˜oes espec´ıficas de controlo, tais como ligar/desligar, temporiza¸c˜ao, contadores, sequˆencias, aritm´eticas e manipula¸c˜ao de dados. A sua constitui¸c˜ao base est´a representada na figura 3.14. O PLC recebe os sinais do seu m´odulo de entrada e a unidade central de proces-samento (CPU) processa os dados em fun¸c˜ao do programa residente em mem´oria que o utilizador implementou. Seguidamente, o PLC vai actuar sobre as sa´ıdas que est˜ao ligadas aos dispositivos que se pretendem actuar (Petzurella, 2004).

O PLC utilizado para a automatiza¸c˜ao da ETAR-Sortegel ´e da marca Allen Bradley, modelo Micrologix 1500 LRP Series B, representado na figura 3.15.

Este aut´omato ´e composto por uma unidade base, que cont´em uma fonte de al-imenta¸c˜ao, circuitos de entrada e de sa´ıda, e um processador. A alimenta¸c˜ao ´e de 120/240V AC, com entradas digitais a 24V DC, e sa´ıdas a rel´es de 24V DC, havendo a possibilidade de utilizar m´odulos de expans˜ao. A figura 3.16 representa a sua composi¸c˜ao geral, e a tabela 3.6 a respectiva legenda.

(60)

Figura 3.14 – Diagrama de blocos de um PLC.

qual a sua interven¸c˜ao no sistema.

Uma vez que ser´a necess´aria uma comunica¸c˜ao entre o PLC e a consola de interface gr´afica (CIF), ter´a de usar-se outra porta de comunica¸c˜ao. A porta na caracter´ıs-tica 5, figura 3.16, destina-se apenas para transferˆencia de dados, monitoriza¸c˜ao, e controlo remoto a partir do PC. Assim, para esta liga¸c˜ao usa-se outra porta do tipo RS232, de comunica¸c˜ao com a CIF. Essa porta est´a ilustrada na figura 3.17 (Automation, 2009).

Este PLC possui, na sua configura¸c˜ao base, 12 entradas e 12 sa´ıdas que s˜ao in-suficientes para se realizar a automatiza¸c˜ao de todos os processos que ocorrem na ETAR. Assim,torna-se necess´ario aumentar o n´umero de entradas e de sa´ıdas ligadas ao aut´omato.

(61)

Figura 3.15 – PLC Allen Bradley, Micrologix 1500 LRP Series B.

Figura 3.16 – Composi¸c˜ao do PLC Micrologix 1500 (Automation, 2009).

das ao PLC, ligando-as `a interface de expans˜ao descrita na tabela 3.6. Este PLC pode ter at´e 16 m´odulos de expans˜ao de entradas e/ou sa´ıdas, tendo que se colocar no final da expans˜ao um elemento terminador. A figura 3.18 ilustra como se coloca uma expans˜ao no PLC e a figura 3.19 representa o acoplamento do terminador no final da expans˜ao (Automation, 2009).

(62)

Tabela 3.6– Legenda da figura 3.16.

Caracter´ıstica Descri¸c˜ao Caracter´ıstica Descri¸c˜ao

1 Blocos de termi-nais remov´ıveis 7 M´odulo de mem´oria/RTC opcional 2 Interface para expans˜ao de E/S, Barreira de DES remov´ıvel 8 Bateria de sub-stitui¸c˜ao 3 LED’s de sinal-iza¸c˜ao de en-tradas 9 Bateria 4 LED’s de sinal-iza¸c˜ao de sa´ıdas

10 Portas dos

ter-minais e etique-tas 5 Porta de comu-nica¸c˜ao 11 Ferramenta de acesso a dados (opcional)

6 LED de status 12 Modo de

fun-cionamento

Figura 3.17 – Porta de comunica¸c˜ao RS232 para liga¸c˜ao com a CIF.

• 1 expans˜ao de 32 entradas digitais a rel´es de 24V DC, de referˆencia 1769-IQ32; • 1 expans˜ao de 16 entradas digitais a rel´es de 10/30V DC, de referˆencia 1769IQ16;

(63)

Figura 3.18 – Coloca¸c˜ao da expans˜ao no PLC (Automation, 2009).

Figura 3.19 – Coloca¸c˜ao do terminador no final da expans˜ao (Automation, 2009).

• 2 expans˜oes de 4 entradas anal´ogicas de corrente de 4mA a 20mA; • 2 expans˜oes de 16 sa´ıdas digitais a rel´es de 24V DC;

Nas expans˜oes de entradas anal´ogicas ligaram-se os sensores anal´ogicos de corrente de medi¸c˜ao dos reservat´orios e lagoas. Nas restantes entradas digitais foram ligados v´arios actuadores, como b´oias de n´ıvel, contactores, rel´es, filtros. As sa´ıdas anal´og-icas de corrente foram ligadas a variadores de velocidade, de modo a controlar a rota¸c˜ao de motores. As sa´ıdas digitais foram ligadas a actuadores como contactores, rel´es que posteriormente actuam em bombas, electrovalvulas, e. o.

Todas as expans˜oes colocadas tˆem a op¸c˜ao de a sua alimenta¸c˜ao ser a partir do barramento de alimenta¸c˜ao do PLC, ou atrav´es de fonte externa. Isto existe porque

(64)

ao colocar demasiadas expans˜oes, a alimenta¸c˜ao pelo PLC pode n˜ao ser o suficiente para alimentar todas as cargas. No presente caso utilizou-se uma fonte externa para as cartas de expans˜ao de entradas e sa´ıdas digitais.

A configura¸c˜ao das entradas e sa´ıdas do PLC ´e realizada por software de acordo a combina¸c˜ao de bits correspondentes `as mesmas. Por exemplo, no caso das entradas e sa´ıdas digitais inclu´ıdas no PLC, as palavras correspondentes `as suas entradas e sa´ı-das s˜ao de 12 bits, respectivamente, como mostram as tabelas 3.7 e 3.8 (Automation, 2009).

Tabela 3.7– Configura¸c˜ao das palavras digitais das entradas digitais do PLC.

Posi¸c˜ao dos Bits

Palavra Digital 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

0 x x x x r r r r r r r r r r r r

1 x x x x x x x x x x x x x x x x

2 x x x x x x x x x x x x x x x x

3 x x x x x x x x x x x x x x x x

Na tabela 3.8, os elementos da palavra assinalados como ”r”, s˜ao aqueles que est˜ao referenciados como as sa´ıdas reais do PLC, pela sua ordem crescente. Ou seja, a posi¸c˜ao do bit 0, na palavra 0, corresponde `a primeira entrada do PLC; a posi¸c˜ao do bit 1, na palavra 0, corresponde `a segunda entrada do PLC, e assim sucessivamente. Os restantes elementos referenciados como ”x”na tabela 3.8, correspondem a bits internos do PLC que podem ser utilizados como auxiliares na sua programa¸c˜ao. As sa´ıdas digitais do PLC tˆem exactamente a mesma l´ogica que as suas entradas, logo a sua configura¸c˜ao ´e exactamente igual.

Nas expans˜oes colocadas, de entradas e sa´ıdas digitais, a sua configura¸c˜ao ´e feita de modo an´alogo, com a excep¸c˜ao de que n˜ao existem bits internos como foi visto anteriormente. Assim, todos os bits correspondentes na sua configura¸c˜ao correspon-dem, obrigatoriamente, a uma entrada ou a uma sa´ıda. A configura¸c˜ao da expans˜ao

(65)

Tabela 3.8– Configura¸c˜ao das palavras digitais das sa´ıdas digitais do PLC.

Posi¸c˜ao dos Bits

Palavra Digital 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

0 x x x x r r r r r r r r r r r r

1 x x x x x x x x x x x x x x x x

2 x x x x x x x x x x x x x x x x

3 x x x x x x x x x x x x x x x x

colocada de 32 entradas digitais, est´a representada na tabela 3.9 (Automation, 1999).

Tabela 3.9 – Configura¸c˜ao da expans˜ao de 32 entradas digitais (Automation, 1999).

Posi¸c˜ao dos Bits

Palavra Digital 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

0 r r r r r r r r r r r r r r r r

1 r r r r r r r r r r r r r r r r

Este tipo de configura¸c˜ao ´e o mesmo para todas as expans˜oes de entradas e sa´ıdas digitais, com a excep¸c˜ao do caso das expans˜oes de 16 entradas digitais e 16 sa´ıdas digitais. Neste caso, em vez de existirem duas palavras de 16 bits, existe apenas uma. Como exemplo, a tabela 3.10 representa a configura¸c˜ao da expans˜ao de 16 sa´ıdas digitais (Automation, 1999).

Tabela 3.10– Configura¸c˜ao da expans˜ao de 16 entradas digitais (Automation, 1999).

Posi¸c˜ao dos Bits

Palavra Digital 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

0 r r r r r r r r r r r r r r r r

Imagem

Tabela 2.2 – Poluentes associados mais comuns e alguns parˆametros f´ısico-qu´ımicos nalgu- nalgu-mas ´areas de aplica¸c˜ao das ETAR (Drinan, 2001).
Tabela 3.1 – Valores dos parˆametros f´ısico-qu´ımicos referentes `as amostras do efluente produzido (Fevereiro de 2007 ).
Figura 3.1 – Etapas de tratamento do efluente.
Figura 3.2 – Tamisador montado para remover os s´olidos de maior dimens˜ao.
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Referências

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