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A Segunda Câmara de Direito Civil decidiu, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Custas legais.

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Apelação Cível nº 2010.070576-1, de Capinzal Relator: Des. Gilberto Gomes de Oliveira

REGRESSIVA CONTRA SEGURADORA. SEGURADA CONDENADA A REPARAR PREJUÍZO DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRÂNSITO EM AÇÃO DE INDENIZAÇÃO.

SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. PRESCRIÇÃO.

POSTULADA APLICAÇÃO DO PRAZO PREVISTO NO ARTIGO 27 DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, COMPUTADO A PARTIR DO DESEMBOLSO. IMPOSSIBILIDADE. DIPLOMA QUE NÃO SE APLICA NA RELAÇÃO EM COMENTO. MATÉRIA SEDIMENTADA NA CORTE SUPERIOR.

É pacífico no Superior Tribunal de Justiça a inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor nas ações regressivas propostas pelo segurado contra a seguradora, uma vez que não se discute fato do produto ou do serviço.

APLICABILIDADE DO PRAZO ANUAL PREVISTO NO CÓDIGO CIVIL.

Nas ações propostas pelo segurado contra a seguradora, ou desta contra aquele, o prazo prescricional é de um ano, conforme previa o art. 178, § 6º, II, do Código Civil de 1916, recepcionado pelo comando do art. 206, § 1º, II, do atual Diploma.

MARCO INICIAL.TRÂNSITO EM JULGADO DA AÇÃO INDENIZATÓRIA.

O lapso temporal de prescrição, no caso de ação regressiva, inicia-se com o trânsito em julgado da decisão que julga a ação proposta pelo terceiro e fixa o quantum indenizatório, pois só aí tem nascimento o interesse inequívoco do segurado em requerer a cobertura do seguro.

SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 2010.070576-1, da comarca de Capinzal (1ª Vara), em que é apelante Transaliança Transportadora Aliança Ltda, e apelada Azul Companhia de Seguros Gerais S.A:

A Segunda Câmara de Direito Civil decidiu, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Custas legais.

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O julgamento, realizado nesta data, foi presidido pelo Exmo. Sr. Des. João Batista Góes Ulysséa , com voto, e dele participou a Exma. Sra. Desa. Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer.

Florianópolis, 5 de setembro de 2013. Gilberto Gomes de Oliveira

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RELATÓRIO

Perante o Juízo de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Capinzal, Transaliança - Transportadora Aliança Ltda ingressou com ação regressiva contra Axa Seguros do Brasil S/A, posteriormente substituída por Azul Companhia de Seguros Gerais S/A.

Alegou, em breve trecho, que contratou com a demandada uma apólice de seguros contra terceiros para o veículo R 142 H, o qual acabou envolvido num acidente de trânsito em 22.4.1993 com outro veículo conduzido por Elton Ademir Ferreira, que sofreu lesões corporais e danos materiais.

Disse a empresa suplicante, que o motorista, por conta dos danos sofridos, ingressou com ação ressarcimento de danos na comarca de Ubá/MG, a qual foi julgada procedente e ela condenada à reparar os danos advindos do sinistro. Disse ainda, que não houve a denunciação à lide a seguradora na época.

Ao receber a intimação da execução da sentença, relatou que notificou a seguradora em 4.5.2004, entretanto não obteve resposta. Por este motivo, em 2.2.2009, realizou um acordo no processo e pagou o valor de R$ 123.000,00 (cento e vinte e três mil reais) pelos danos causados no acidente, motivo pelo qual requer que a seguradora seja condenada a lhe ressarcir integralmente o valor pago.

Requereu, desta forma, a procedência do pedido, com a consequente condenação da suplicada a lhe ressarcir o valor despendido no pagamento da indenização, devidamente atualizado.

Citada, a seguradora demandada ofertou resposta na forma de contestação (fls. 346/367) e arguiu como prejudicial de mérito a prescrição do direito da demandante, sob o argumento de que esta tinha ele apenas um ano, a contar do trânsito em julgado da condenação na ação de indenização, para ingressar contra a seguradora, conforme o comando do art. 178 do Código Civil de 1916, vigente na época, o qual foi abarcado pelo artigo 206, § 1º, II, a, do atual Código Civil.

Aduziu, deste modo, que a pretensão se encontra prescrita, haja vista que autor foi condenado em 20.5.1996 e ajuizou a ação de regresso apenas em 25.6.2009.

No mérito, sustentou a falta de sua anuência para a formalização do acordo, flagrante infração contratual praticada pelo segurado, bem como que em caso de condenação, a indenização deve ser limitada ao valor da apólice e que a correção monetária deve incidir a partir do ajuizamento da presente, bem como os juros computados desde citação.

Ao final, pediu pela improcedência do pedido inicial. Impugnação à contestação às fls. 370/380..

No ato compositivo da lide, o sentenciante acolheu a preliminar de prescrição e julgou improcedente a demanda, por meio da decisão de fls. 394/397, cujo dispositivo restou assim vertido:

Ante o exposto, com base no art. 269, IV, CPC, JULGO IMPROCEDENTE o pedido formulado na inicial.

Arcará o autor com as despesas processuais e honorários advocatícios fixados

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em 10% sobre o valor atualizado da causa, de acordo com o art. 20, § 4º, CPC, obedecidos o grau de zelo do profissional, natureza e complexidade da causa, lugar da prestação dos serviços, tempo de tramitação e prescindibilidade de audiência ou perícia.

P. R. I.

Descontente, a empresa demandante interpôs recurso de apelação (fl. 401/411), no qual sustenta que é aplicável ao caso o Código de Defesa do Consumidor, no qual prevê o prazo prescricional de 5 (cinco) anos nas ações em que o segurado demanda contra a seguradora.

Alega que firmou contrato de seguro com a empresa Multiplic Seguradora S/A, com sede em São Paulo/SP, e que durante o trâmite da indenizatória a seguradora alterou seu nome para Axa Seguradora S/A, com sede no Rio de Janeiro/RJ, já a resposta na presente demanda foi apresentada pelo Azul Companhia de Seguros Gerais, por ser a sua atual denominação. Salienta que essas alterações não foram comunicadas aos segurados, o que dificultou o contato com a empresa.

Observa que notificou judicialmente a seguradora com relação à condenação em 2004, quando a ação de indenização já estava em fase de execução e mesmo ciente, a então Axa Seguradora S/A, manteve-se silente.

Aduz, assim, que o prazo prescricional apenas se iniciou com o pagamento da indenização feita pelo demandante, que ocorreu em 2.2.2009 após o acordo. Aplicando-se, portanto, o prazo de 5 (cinco) anos, previsto no artigo 27 do Código de Defesa do Consumidor, não ocorreu a prescrição do seu direito de regresso, pois a presente demanda foi ajuizada em 25.6.2009.

Pugna, nestes termos, pela reforma da sentença de primeiro grau. Contrarrazões às fls. 419/429.

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VOTO

1. Trata-se de recurso de apelação cível em ação regressiva, interposto pela empresa demandante, na condição de segurada, contra a sentença que julgou improcedente o pedido inicial, pois reconheceu a prescrição do direito de regresso contra a seguradora demandada.

Preenchidos os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso. 2. Aduz a apelante que o prazo prescricional aplicável ao caso é o de cinco anos, previsto no artigo 27 do Código de Defesa do Consumidor previsto no artigo 27 do Código de Defesa do Consumidor, o qual deve ser contado a partir da data em que houve o pagamento da indenização para a qual foi condenada, ou seja, a partir de 2.2.2009.

Defendeu, desta forma, que é inarredável a modificação da sentença para julgar procedente a ação regressiva.

Contudo, razão não lhe assiste.

Veja-se que, segundo a jurisprudência pacífica da Corte Superior, a prescrição da ação do segurado contra o segurador é ânua de acordo com o Código Civil, não se aplicando o Código de Defesa do Consumidor, por não se tratar de vício ou defeito de produtos ou serviços:

RECURSO ESPECIAL. SEGURO. VEÍCULO. AÇÃO REGRESSIVA.

PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. - Nas ações regressivas de segurado contra seguradora, o termo inicial do prazo prescricional ânuo é a data do trânsito em julgado da sentença, que fixou definitivamente o quantum da obrigação patrimonial devida ao terceiro. Inteligência do Art. 178, § 6º, II, do Código Beviláqua. (STJ -REsp: 869465 MS 2006/0156691-4, Relator Ministro Humberto Gomes de Barros, julgado em 06.03.2008).

E:

REGIMENTAL. SEGURO. PRESCRIÇÃO. ÂNUA. PRAZO. ART. 178, § 6º, II, DO CÓDIGO BEVILÁQUA. CDC INAPLICÁVEL. - A ação de segurado contra seguradora, expõe-se a prescrição ânua (Art. 178, § 6º , II, do Código Civil, e não à do Art. 27 do Código de Defesa do Consumidor, que é aplicável às hipóteses de danos decorrentes de vícios ou defeitos na qualidade de produtos ou no fornecimento de serviços (acidentes de consumo). - Prescreve a ação para complementar indenização securitária, se o segurado, após receber pagamento que reputa incompleto, se manteve inerte, por mais de um ano. - Para fugir à prescrição, antes de esta se consumar, o autor deve comprovar que cobrou extrajudicialmente o crédito encontrando resistência da devedora. (STJ - AgRg no REsp: 319242 RJ 2001/0046649-4, Relator Ministro Humberto Gomes de Barros, julgado em 23.05.2005)

Ainda:

INDENIZAÇÃO. SEGURO SAÚDE. DESPESAS HOSPITALARES.

COBERTURA RECUSADA PELA SEGURADORA. PRESCRIÇÃO ÂNUA.- Em caso de recusa da seguradora ao pagamento da indenização contratada, o prazo prescricional da ação que a reclama é de um ano, nos termos do art. 178, § 6º, II, do Código Civil de 1916.- Inaplicável o lapso prescricional de cinco anos, por não se

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enquadrar a espécie no conceito de -danos causados por fato do produto ou serviço-(acidente de consumo). Precedentes do STJ. Recurso especial conhecido, em parte, e provido.(REsp 738.460/RJ, Relator Ministro Barros Monteiro, julgado em 05.06.06).

Por fim:

[...] 4. Com efeito, a ação de cobrança de indenização fundada em contrato de seguro, por ser inerente à relação entre segurado e segurador e não relacionada a defeito do serviço, sujeita-se ao prazo prescricional ânuo previsto no Código Civil e não ao de cinco anos, preconizado pelo art. 27 do Código de Defesa do Consumidor.(STJ - Ag: 1383986 , Relator Ministro Sidnei Beneti, julgado em 01.04.2011).

Realmente o prazo prescricional aplicado para ações de cobrança de segurado contra seguradora é de um ano, conforme disposto no artigo 178, § 6º, II, do Código Civil de 1916, o qual foi recepcionado pelo artigo 206, § 1º, II, do atual Diploma, entendimento sedimentado pelo Superior Tribunal de Justiça.

Desse modo afasto o pleito de aplicação do Código de Defesa do Consumidor, por não tratar de fato do produto ou serviço.

3. Diz o art. 206, § 1º, II, a, do Código Civil de 2002: Art. 206. Prescreve:

§ 1oEm um ano: (...)

II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:

a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;

Com base neste dispositivo muitos julgadores defendem que, uma vez feito o pagamento administrativo com a anuência da seguradora ou citado o segurado na ação indenizatória, tem este o prazo fatal de um ano para intentar contra a empresa de seguro, de modo que, se assim não o fizer, perderá o direito de cobrar desta o valor da indenização, como se verifica na jurisprudência abaixo colacionada:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REGRESSIVA. SEGURO. PRESCRIÇÃO. PRAZO ÂNUO. TERMO INICIAL EM RELAÇÃO AO SEGURADO. CITAÇÃO NA AÇÃO INDENIZATÓRIA. EXEGESE DO ART. 206, § 1º, II, A DO CPC. TERMO OPERADO NA HIPÓTESE VERTENTE. AÇÃO EXTINTA NOS TERMOS DO ART. 269, IV, DO CPC. DEMAIS TÓPICOS DA APELAÇÃO PREJUDICADOS. O art. 206, § 1°, II, a do Código Civil é claro ao dispor que prescreve em um ano a pretensão do segurado contra o segurador, contado o prazo, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou se não houve lide, da data que a este indeniza, com a anuência do segurador. No caso, como foi ajuizada ação indenizatória, fluía do chamamento à lide a prescrição, no caso largamente operada quando finalmente se propôs a ação regressiva, quase quatro anos mais tarde. (Apelação Cível nº 2011.082659-4, de São José, rel. Des. Saul Steil).

Como se vê, para os adeptos desta corrente, o segurado tem apenas um ano, a contar da citação na ação indenizatória promovida pelo terceiro, para cobrar da seguradora, sob pena de ver a sua pretensão fulminada pela prescrição.

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que o prazo prescricional para ação regressiva, apenas se inicia com o trânsito em julgado da ação que condena o segurado a indenizar o terceiro. Isto porque, até então, não se tem certeza de que sofrerá algum desfalque financeiro, o que somente surge com o trânsito em julgado da decisão que o condenar e que fixar o valor devido de indenização.

É que somente aí nasce o interesse em buscar da seguradora a cobertura do pagamento, pois só então o segurado sabe que, de fato, terá que cobrir as despesas do terceiro envolvido no acidente.

Neste sentido:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA REGRESSIVA CONTRA

SEGURADORA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. PRESCRIÇÃO ACOLHIDA DE

OFÍCIO PELO JUÍZO A QUO. IRRESIGNAÇÃO DA AUTORA. PRAZO

PRESCRICIONAL DE 10 (DEZ) ANOS - ARTIGO 205 DO CÓDIGO CIVIL. CÔMPUTO DO PRAZO ÂNUO (ARTIGO 206, § 1º, INCISO II, DO CÓDIGO CIVIL)

SE DÁ A PARTIR DO TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO QUE

RECONHECEU O DEVER DE INDENIZAR. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. "A ação do segurado contra a seguradora, quando originária diretamente do contrato de seguro, prescreve em um ano, nos termos do artigo 178, § 6º, II, do Código Civil (Súmula 101/STJ) (...)" (REsp nº 1.229.215/PR, rel. Ministro Vasco Della Giustina - Desembagador convocado do TJRS, DJ 21-2-2011). O termo inicial do prazo prescricional ânuo, nas ações regressivas de segurado contra segurada e vice-versa, é a data do trânsito em julgado da sentença que fixa, definitivamente, o quantum da obrigação patrimonial devida. (Apelação Cível nº 2011.026629-3, de Capinzal, rel. Des. Jairo Fernandes Gonçalves).

E:

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. CONTRATO DE SEGURO DE VEÍCULO. AÇÃO REGRESSIVA MOVIDA PELO SEGURADO CONTRA A SEGURADORA. INDENIZAÇÃO PAGA POR ELE A FAMILIAR DE VÍTIMA DE ACIDENTE

AUTOMOBILÍSTICO. CERCEAMENTO DE DEFESA INOCORRENTE.

PRESCRIÇÃO. SUSPENSÃO DO PRAZO PELA NOTIFICAÇÃO DA

SEGURADORA. PERDA DO DIREITO DE AÇÃO INOCORRENTE. COMUNICAÇÃO TARDIA DO AJUIZAMENTO DE AÇÃO CONTRA O SEGURADO. AUSÊNCIA DE MÁ-FÉ DO COMUNICANTE OU DE PREJUÍZO À SEGURADORA. (...) Nos casos de seguro por responsabilidade civil, o prazo prescricional de um ano inicia-se na data em que o segurado está definitivamente obrigado a compor o dano, é suspenso pela comunicação do fato à seguradora e volta a correr com a negativa de pagamento. A comunicação tardia à seguradora de ação indenizatória movida contra o segurado, para que se traduza na perda do direito à indenização, deve vir acompanhada de prova do dolo ou da má-fé do comunicante em omitir a ocorrência do infortúnio, bem como do prejuízo sofrido pela seguradora. "O dever de indenizar resultante do contrato de seguro é a regra, sendo que as exceções a esse dever devem ser cabalmente demonstradas" (Des. Sérgio Roberto Baasch Luz). Por isso é que a falta de conduta agravante do risco do contrato, imputada ao segurado, impede a declaração de perda do direito à indenização. (Apelação Cível nº 2006.015496-1, de Itajaí, rel. Des. Luiz Carlos Freyesleben).

Conforme esposado, tenho que o cômputo do lapso anual de prescrição para ação regressiva se inicia com o trânsito em julgado da ação indenizatória e,

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ainda, é suspenso pela comunicação à seguradora até a sua resposta negativa.

No caso presente, o trânsito em julgado da indenizatória ocorreu em 20.5.1996 e a ação regressiva foi ajuizada em 25.6.2009, ou seja, muito tempo depois de transcorrer o prazo prescricional de um ano.

Embora entenda que o prazo prescricional fique suspenso com a comunicação à seguradora, vejo que, no caso, a apelante somente notificou-a no ano 2004 (fl. 12), ou seja, 8 (oito) anos após o trânsito em julgado da sentença proferida na ação de indenização (20.5.1996 - fl. 188).

Não existe respaldo legal ou jurisprudencial para a empresa apelante aguardar a execução da sentença para então comunicar a seguradora.

Veja-se:

RECURSO ESPECIAL. SEGURO. VEÍCULO. AÇÃO REGRESSIVA.

PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. - Nas ações regressivas de segurado contra seguradora, o termo inicial do prazo prescricional ânuo é a data do trânsito em julgado da sentença, que fixou definitivamente o quantum da obrigação patrimonial devida ao terceiro. Inteligência do Art. 178, § 6º, II, do Código Beviláqua. (STJ -REsp: 869465 MS 2006/0156691-4, relator: Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Data de Julgamento: 06.03.2008, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 16.05.2008).

Em que pese a seguradora ter alterado sua razão social durante o período em que tramitou a ação indenizatória, em nenhum momento a empresa demandante demonstrou a dificuldade que alega ter passado para comunicá-la.

Perece-me incrível que tentou contatar sem sucesso a seguradora desde 1996, quando transitou em julgado a sentença condenatória na ação contra ela demandada e somente em 2004 conseguiu efetivar a notificação.

Ante o princípio da inércia da jurisdição e a máxima de que o direito não socorre aos que dormem, não se pode convalidar a desídia da apelante, manifestada por mais de 8 (oito) anos até notificar a seguradora, quando a ação indenizatória na qual foi condenada já estava sendo executada.

Desta forma, entendo por bem manter a sentença e negar provimento ao recurso, pois prescrito está o direito invocado.

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