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Cumpre esclarecer que o CPC utilizou impropriamente a partícula ou, devendo ser entendido que o pedido deve ser certo e determinado.

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Academic year: 2021

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PEDIDO

Pedido pode ser entendido como o núcleo, o cerne da petição inicial. Lá está estabelecida a conseqüência jurídica que se pretende ver implementada pelo poder da jurisdição.

O pedido pode ser analisado em alguns aspectos  Retira a inércia da jurisdição;

 Limita a jurisdição;

 Limita a sentença e os seus efeitos; (a sentença não poderá ser extra, ultra ou citra petita);  Determina o valor da causa.

Pedido Mediato e Imediato

“O petitum é o que se pede, não o fundamento ou a razão de pedir, a causa petendi. É o objeto imediato e mediato da demanda. Aí está o motivo da discórdia, que o juiz vai desfazer, declarando quem está com a verdade”1

O Pedido Imediato é a providência jurisdicional almejada pelo autor, como por exemplo, a expedição de ordem, a condenação, providências de expropriação do bem do devedor. É a providência jurisdicional reclamada, poderá ser a declaração de um direito, a constituição de uma situação jurídica, condenação, mandamento ou execução.

O pedido imediato põe a parte em contato direto com o direito processual.2

O Pedido Mediato liga-se ao direito substancial, ao bem da vida reclamado, aquilo que o demandante esperar conseguir no mundo fático ao provocar a jurisdição. É a dívida, a entrega da coisa reclamada, a obrigação de fazer, entre outros.

Pedido Certo e Determinado

Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular pedido genérico:

I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados;

II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do fato ilícito;

III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.

Cumpre esclarecer que o CPC utilizou impropriamente a partícula “ou”, devendo ser entendido que o pedido deve ser certo e determinado.

Pedido Certo é o pedido expresso3. É inadmissível que o pedido seja implícito, ferindo a certeza do pedido. O pedido implícito somente é aceito por força de lei, como por exemplo, os juros legais e as despesas processuais e honorários advocatícios (art. 20 do CPC).

1

Pontes de Miranda 2

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“Há alguns pedidos que sem encontram compreendidos na petição inicial, como se fossem pedidos implícitos. Isto porque seu exame decorre da lei, prescindindo de alegação expressa do autor. São eles os de: a) juros legais(CPC 293); juros de mora (CPC 219); c) correção monetária (LCM), porque mera atualização da moeda, não se constituindo em nenhuma vantagem para o autor que não a pediu; d)despesas processuais e honorários advocatícios (CPC 20); e) pedido de prestações periódicas vincendas (CPC 290)”4.

Pedido Determinado é delimitado na qualidade e quantidade, opondo-se ao chamado pedido genérico. A certeza e a determinação são requisitos tanto do pedido mediato quanto do pedido imediato.

Entretanto, em alguns casos expressamente referidos nos incisos do art. 286 poderá ser o pedido genérico. Ocorre que, somente o pedido mediato (a utilidade prática objetivada pelo autor) poderá ser genérico, nunca o pedido imediato.

Isto porque, o pedido imediato sempre será certo e determinado já que busca a prestação jurisdicional ou na forma de condenação, ou constituição, mandamental, ordem expressa, ofício, etc.

Hipóteses de Pedido Genérico:

- no caso do art. 286, I, ações universais, quando no inventário não se tem na inicial a relação exata e completa de todos os bens deixados pelo de cujus;

- no caso do inciso II do art. 286, por exemplo, nas ações de danos morais, onde não for possível verificar de pronto a extensão exata do dano, ou quando, não se puder, desde logo, determinar as conseqüências do ato ou fato ilícito.

- no caso do inciso III do art. 286, por exemplo, nas ações de prestação de contas cumulada com pagamento do saldo devedor.

Ressalte-se que no caso específico dos danos morais o STJ já entendeu possível a fixação de pedido genérico, senão vejamos:

“Desnecessária, na ação de indenização por dano moral, a formulação, na exordial, de pedido certo relativamente ao montante da indenização postulado pelo autor” (STJ – 4ª.Turma, REsp 175.362-RJ)

“STJ – Súmula 227 “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. – honra objetiva – credibilidade.

Sendo o pedido genérico e não sendo possível ao juiz obter elementos para proferir sentença líquida, nos termos do art. 475-A será processada a liquidação da sentença.

Pedido Certo – Sentença ilíquida. Nos termos do art. 459, parágrafo único, sendo certo o pedido, é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida.

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(3)

Pedido Cominatório

Art. 287. Se o autor pedir que seja imposta ao réu a abstenção da prática de algum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato ou entregar coisa, poderá requerer cominação de pena pecuniária para o caso de descumprimento da sentença ou da decisão antecipatória de tutela (arts. 461, § 4o, e 461-A).

Pela dicção do artigo dada pela Lei 10.444/2002, não somente as obrigações de fazer e não-fazer se submetem a penalidade pecuniária, mas igualmente nas obrigações e entrega de coisa é possível a fixação da astreinte. Pode também ser empregada nos casos de antecipação de tutela, penalizando o descumprimento da ordem judicial. É meio de coerção que poderá inclusive ser efetivado de ofício pelo juiz. É a indução ao cumprimento da ordem.

“Art. 461.

§4º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito.

§6º O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva.”

“A multa poderá, mesmo depois de transitada em julgado a sentença, ser modificada, para mais ou para menos, conforme seja insuficiente ou excessiva. O dispositivo indica que o valor da astreinte não faz coisa julgada material, pois pode ser revista mediante a verificação de insuficiência ou excessividade. O excesso a que chegou a multa aplicada justifica a redução” (STJ, 3ª. Turma, REsp 705.914, Rel. Min. Gomes de Barros, 15.12.2005)

Súmula 372 STJ: “Na ação de exibição de documentos, não cabe a aplicação de multa cominatória” 12/03/2009

Súmula 410 STJ: “A prévia intimação pessoal do devedor constitui condição necessária para a cobrança de multa pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.” 16/12/2009

RECURSO ESPECIAL Nº 433.711 - MS

MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO:

Autos de ação de exibição de documentos proposta pelo ora embargante, no qual esta 3ª Turma, no Acórdão embargado, assentou que “a multa cominatória é pertinente quando se trate de obrigação de fazer ou não fazer, não

cabendo na cautelar de exibição de documentos, em que, se não cumprida a ordem, segundo precedente desta Terceira Turma, é possível a busca e apreensão” (fls. 294).

O aresto está assim fundamentado:

"(...) Como sabido, a multa cominatória é própria para garantir o processo por meio da qual a parte pretende a execução de uma obrigação de fazer ou não fazer (REsp nº 148.229/RS, da minha relatoria, DJ de 13/10/98). No caso da cautelar de exibição de documentos, não tem cabimento a imposição da multa cominatória. Há, é certo, questionamento sobre a incidência do art. 359 do Código de Processo Civil. Nesta Turma, precedente de que Relator o Senhor Ministro Eduardo Ribeiro (REsp nº 204.807/SP, DJ de 28/8/00), com o meu voto e o voto do Senhor Ministro Ari Pargendler , ficou assentado que no processo cautelar, "o desatendimento da determinação de que se exiba documento ou coisa não acarreta a conseqüência prevista no artigo 359 do Código de Processo Civil". Rebateu o ilustre Relator o argumento de que sem tal sanção seria inútil a sentença que determine a exibição, afirmando que se isso ocorrer, "será caso de busca e apreensão"." (fls. 295)

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O Pedido e as Prestações Periódicas

Art. 290. Quando a obrigação consistir em prestações periódicas, considerar-se-ão elas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor; se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las, a sentença as incluirá na condenação, enquanto durar a obrigação.

É uma das exceções apresentadas pela lei, admitindo o chamado ‘pedido implícito’. O pedido poderá limitar-se às prestações vencidas, implicitamente a lei entende que poderão ser cobradas as prestações que se forem vencendo no curso do processo e até mesmo após a sentença, é uma ficção jurídica.

“(...) a norma do art. 290, CPC, insere-se na sistemática de uma legislação que persegue a economia processual, buscando evitar o surgimento de demandas múltiplas” (REsp n. 57.602/SP)

“(...) o credor poupa-se às despesas, aos incômodos e aos trabalhos duma nova ação de conteúdo idêntico, e além disso fica possuindo uma sentença com trato sucessivo, um título executivo que pode por em movimento logo que o devedor deixe de satisfazer, de futuro, qualquer prestação”5

Interpretação do Pedido

Art. 293. Os pedidos são interpretados restritivamente, compreendendo-se, entretanto, no principal os juros legais.

Questões - Marque V ou F

01 - ( ) O pedido pode ser genérico não só na hipótese de ações universais, se o autor não tiver condições de individuar na petição os bens demandados, como também nas ações de conhecimento em geral quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do fato ilícito, bem como na hipótese de a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu;

02 - ( ) Mesmo não havendo pedido expresso, deve o juiz compreender no principal os juros legais, além da correção monetária, sendo que, se a obrigação consistir em prestações periódicas, as vincendas estarão incluídas no pedido, mesmo que ausente declaração expressa nesse sentido;

03 - ( ) O pedido pode ser formulado de modo genérico quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do fato ilícito;

04 – ( ) Ainda quando, na inicial, o autor formule pedido de multa coercitiva, arbitrando desde logo seu valor, pode o juiz fixar outro meio coercitivo ou mesmo impor a multa em valor distinto daquele solicitado pelo requerente.

Magistratura RS/SP 5

(5)

05 - O Juiz, em ação que tem por objeto cumprimento de obrigação de fazer, entendendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, concede tutela liminar requerida pela parte e, ao mesmo tempo, sem pedido expresso, impõe multa diária ao réu, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito. A imposição da multa

(A) encontra amparo no ordenamento positivo brasileiro. (B) fere o princípio da imparcialidade.

(C) só poderia ser feita depois de comprovada a resistência da parte demandada em atender à ordem judicial.

(D) justifica-se pelo princípio da economia processual. (E) atenta contra o princípio da demanda.

06 - ( ) O juiz não conta com impedimento para conceder ao autor tutela jurisdicional diversa da postulada, contanto que se mostre qualitativa ou quantitativamente superior.

Promotor de Justiça - SP

07 – ( ) É de valor fixo e invariável a multa coercitiva prevista para estimular o cumprimento de sentença condenatória que tem por objeto obrigação de fazer, não fazer ou entregar coisa.

08 – ( ) O juiz não pode impor de ofício a multa coercitiva prevista para o cumprimento da sentença condenatória que tem por objeto obrigação de fazer, não fazer ou entregar coisa.

RESPOSTA DO RÉU

Uma vez efetivada a citação poderão ser tomadas pelo Réu três posicionamentos:  reconhecer a procedência do pedido;

 restar omisso, sendo revel;  responder (resposta do réu);

Assim, dentro dessas alternativas, analisaremos a RESPOSTA DO RÉU que poderá ser dada nas seguintes formas;

 Contestação;  Exceção;  Reconvenção Disposições Gerais

Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção.

Nesta linha, o prazo da contestação, da exceção e da reconvenção é o mesmo, qual seja: 15 dias.

Art. 298. Quando forem citados para a ação vários réus, o prazo para responder ser-lhes-á comum, salvo o disposto no art. 191.

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Art. 299. A contestação e a reconvenção serão oferecidas

simultaneamente, em peças autônomas; a exceção será processada em apenso aos autos principais.

Oferecimento simultâneo de contestação e reconvenção em peças autônomas.

CONTESTAÇÃO

Art. 300. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. Contestação representa, em síntese, a impugnação do pedido do autor.

A CONCENTRAÇÃO DA DEFESA OU EVENTUALIDADE: o Réu deverá alegar toda a sua defesa na contestação, sob pena de preclusão, ou seja, perderá a oportunidade de fazê-lo. Podendo o autor cumular pedidos na inicial, poderá o Réu cumular defesas, diretamente para todos os pedidos, ou eventualmente, quando o Demandado alega defesas cumuladas, caso a tese anterior não seja acolhida.

Eduardo Couture na sua obra “Fundamentos do Direito Processual Civil” assim refere: “Uma expressão exagerada, mas ilustrativa do princípio da eventualidade, e da necessidade de evitar a preclusão das alegações logicamente anteriores, contém-se no seguinte dístico clássico: ‘Primeiro, não me deste dinheiro algum; segundo, já o devolvi faz um ano; terceiro, disseste que era um presente; e, finalmente, já prescreveu”.

Assim, ocorrerá cumulação eventual de defesa quando o Réu alega uma defesa para a hipótese da outra, anteriormente formulada, não ser colhida.

Na contestação serão argüidas as defesas processuais e defesas materiais.

Sendo corretamente feita na inicial, dispensa-se a qualificação das partes. O Réu deverá especificar as provas que pretende produzir, conforme parte final do art. 300. Tratando-se de prova documental, deverá juntá-la com a contestação escrita, conforme refere o art. 396 do CPC: “Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados a provar-lhe as alegações.”

Antes de discutir o mérito da demanda, deverá o autor alegar, querendo, uma das matérias do art. 301 do CPC, entretanto, todas as matérias lá referidas, com exceção da convenção de arbitragem, o juiz conhecerá de ofício.

O réu não poderá efetivar negativa geral, não sendo admitida a chamada defesa genérica. Aqui se fala, portanto, na chamada impugnação especificada, dado que, na regra, presumem-se verdadeiros e existentes os fatos não impugnados.

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Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo:

I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão; (por exemplo nos casos de direito indisponíveis)

II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato; (por exemplo no caso da prova substancial como a propriedade imobiliária que se prova com a certidão do registro imobiliário)

III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. (quando o réu contesta expressamente alguns fatos mas de seu conjunto está implicitamente todos os fatos alegados na inicial).

Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público. (permite-se, nesses casos, a negativa geral. Do mesmo benefício goza a Defensoria Pública).

Na contestação a impugnação poderá ser direta quanto ao fato, quando diretamente é negada a ocorrência do fato ou ainda, admite o fato, mas afirma que este não possui o efeito jurídico pretendido.

Na contestação a impugnação também poderá ser indireta, alegando a existência de um outro fato impeditivo (alegação de absolutamente incapaz ao contratar), ou de um fato modificativo (alegação de parcelamento da dívida, por isso ela não é exigível na sua totalidade) ou de um fato extintivo (alegação que já pagou a dívida).6

EXCEÇÕES

Existem três espécies de exceções processuais previstas no CPC, quais sejam: - Exceção de incompetência (somente a relativa);

- Exceção de impedimento; - Exceção de suspeição.

A exceção é verdadeiro incidente processual, pois, de maneira automática, ocorre a suspensão do processo principal.

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Art. 304. É lícito a qualquer das partes argüir, por meio de exceção, a incompetência (art. 112), o impedimento (art. 134) ou a suspeição (art. 135).

Poderá ser oferecida a exceção mesmo sem a contestação, visto que não há qualquer disposição em contrário acerca da interposição simultânea. Entretanto, como a exceção suspende o processo principal art. 306 do CPC, o prazo contestacional fluirá no que restar a partir do julgamento definitivo.

“Como ocorre a suspensão, o prazo de defesa será restituído por tempo igual ao que faltava para a sua complementação, se é que faltava. Assim, quando lhe será lícito oferecer as outras modalidades de resposta: a) se repelida a exceção de incompetência, a partir da data em que o réu for intimado da decisão; b) se acolhida a exceção de incompetência, a partir da data em que o réu for intimado do recebimento dos autos pelo órgão competente; c) se repelida a exceção de impedimento ou suspeição (pelo tribunal), desde a data em que, baixados os autos ao órgão a quo, for o réu intimado do despacho que ordenar o cumprimento do acórdão; d) se acolhida a exceção de suspeição ou impedimento, da data em que o réu for intimado do recebimento dos autos pelo substituto legal do juiz incompatível” (Barbosa Moreira)

Art. 305. Este direito pode ser exercido em qualquer tempo, ou grau de jurisdição, cabendo à parte oferecer exceção, no prazo de 15 (quinze) dias, contado do fato que ocasionou a incompetência, o impedimento ou a suspeição. (a exceção de incompetência não poderá ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição, pois, caso não alegada, prorroga-se a competência, nos termos do art. 114) Parágrafo único. Na exceção de incompetência (art. 112 desta Lei), a petição pode ser protocolizada no juízo de domicílio do réu, com requerimento de sua imediata remessa ao juízo que determinou a citação. (Incluído pela Lei nº 11.280, de 2006) (faculdade que facilita o exercício da exceção por parte do réu – antes da alteração)

Art. 306. Recebida a exceção, o processo ficará suspenso (art. 265, III), até que seja definitivamente julgada. (Na exceção de incompetência a expressão “definitivamente julgada” é entendida pelo STJ como ao julgamento efetuado pelo primeiro grau de jurisdição – Resp 848.954/PR / Nas exceções de impedimento e suspeição estas são definitivamente julgadas quando o tribunal as acolhe ou rejeita – Rext e Resp não possuem efeito suspensivo, portanto o processo principal começa a ter curso novamente)

Exceção de Incompetência

Na forma de exceção, sempre irá se referir à exceção de incompetência relativa (valor e território). Aqui, ressalte-se que não se aplica a regra do art. 304, visto que a legitimidade é exclusiva do Réu ou Ministério Público.

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Aqui aplica-se a disciplina da competência. Ressalte-se que a incompetência relativa é sempre originária, ou seja, não se pode falar de incompetência relativa por fato superveniente, pois aplica-se a perpetuação da jurisidição.

Art. 307. O excipiente argüirá a incompetência em petição fundamentada e devidamente instruída, indicando o juízo para o qual declina. (Na sua petição o excipiente é obrigado a indicar o foro ou juízo competente).

Art. 308. Conclusos os autos, o juiz mandará processar a exceção, ouvindo o excepto dentro em 10 (dez) dias e decidindo em igual prazo Art. 309. Havendo necessidade de prova testemunhal, o juiz designará audiência de instrução, decidindo dentro de 10 (dez) dias.

Art. 310. O juiz indeferirá a petição inicial da exceção, quando manifestamente improcedente. (por exemplo no caso de intempestividade. caso não seja admitida a exceção caberá agravo de instrumento/fungibilidade, de igual forma, do julgamento da exceção de incompetência relativa, caberá agravo de instrumento). Art. 311. Julgada procedente a exceção, os autos serão remetidos ao juiz competente.

Ocorre que a incompetência relativa, na regra, com exceção da cláusula de eleição nos contrato de adesão7, não poderá ser decretada de ofício pelo juiz, possuindo, inclusive, prazo preclusivo, sob pena de prorrogação da competência, conforme dispõe o art. 114 do CPC.

“Procedência. Acolhida a exceção, o juiz remeterá os autos do processo principal para o foro ou juízo competente. Diferentemente da incompetência absoluta que,se reconhecida, enseja a anulação dos atos decisórios praticados pelo juiz absolutamente incompetente (CPC 113 §2º), as decisões proferidas pelo juízo relativamente incompetente devem ser mantidas, inclusive a que determinou a citação, que continua com a eficácia de obstar a decadência e/ou interromper a prescrição”8

“Improcedência. Rejeitada a exceção, cessa a suspensão e o processo prossegue normalmente no juízo de origem, retomando seu curso. Essa decisão é impugnável pelo recurso de agravo.” 9

Exceção de Impedimento ou Suspeição

7

Art. 112. Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa. Parágrafo Único. A nulidade da cláusula de eleição de

foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo do domicílio do réu.

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As causas de impedimento estão expressas no art. 134 do CPC:

Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário:

I - de que for parte;

II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha;

III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão;

IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau;

V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau;

VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.

Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz.

As causa de suspeição, por sua vez, estão elencadas no art. 135 do CPC:

Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando:

I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;

II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau;

III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;

IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio;

V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.

Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo

As exceções de impedimento e suspeição atacam a capacidade subjetiva, a compatibilidade, afastando o juiz da causa. Ambos, impedimento e suspeição, podem afetar a imparcialidade da jurisdição e do Estado-Juiz. Assim, a parcialidade, na regra não gera a extinção do processo, mas a remessa ao substituo legal.

(11)

Nas causas de impedimento, que dão ensejo à nulidade do ato e à exceção de impedimento, há presunção absoluta de que o magistrado não possui condições subjetivas para atuar com imparcialidade. Aqui não se aplica o prazo de 15 dias, podendo inclusive ser reconhecida de ofício. Admite-se inclusive ação rescisória (art. 485, II do CPC).

Nas causas de suspeição, que invalidam o ato processual praticado pelo magistrado, embora este possa reconhecer-se suspeito, a parte tem o prazo preclusivo de 15 dias para oferecer a exceção, sob pena de preclusão. Não se admite a ação rescisória. Evidentemente, o prazo somente começará a correr da ciência do fato que enseja a suspeição.

“É possível que o autor já alegue a suspeição/impedimento do magistrado concomitantemente ao ajuizamento da demanda. Isso ocorre quando só houver um juiz para julgar a causa, fato muito comum em comarcas menores.”10

Art. 312. A parte oferecerá a exceção de impedimento ou de suspeição, especificando o motivo da recusa (arts. 134 e 135). A petição, dirigida ao juiz da causa, poderá ser instruída com documentos em que o excipiente fundar a alegação e conterá o rol de testemunhas.

Art. 313. Despachando a petição, o juiz, se reconhecer o impedimento ou a suspeição, ordenará a remessa dos autos ao seu substituto legal; em caso contrário, dentro de 10 (dez) dias, dará as suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa dos autos ao tribunal. (Nelson Nery Jr ressalta que o magistrado tem capacidade postulatória para fazer sua defesa no incidente, não necessitando de advogado. Para este doutrinador isto habilita inclusive o magistrado a subscrever recursos para o STJ e STF)

Art. 314. Verificando que a exceção não tem fundamento legal, o tribunal determinará o seu arquivamento; no caso contrário condenará o juiz nas custas, mandando remeter os autos ao seu substituto legal. (Deste acórdão caberá somente o recurso especial e/ou extraordinário).

“O adversário do excipiente poderá recorrer? A parte adversária não pode recorrer, pois ninguém tem direito a ser julgado por determinado juiz; todos têm o direito de ser julgados pelo juiz competente. Demais disso, cuidando-se de suspeição ou impedimento reconhecidas pelo juiz, não se poderia cogitar de recurso, pois inexistirá decisão no primeiro grau que seja impugnável. Por último, não haveria interesse recursal, pois não haveria mudança de foro ou juízo competentes, somente ocorrendo modificação física do juiz”11

10

(12)

RECONVENÇÃO

É verdadeira ação inversa do demandado contra o demandante.

Art. 315. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.

Parágrafo único. Não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem.

Art. 316. Oferecida a reconvenção, o autor reconvindo será intimado, na pessoa do seu procurador, para contestá-la no prazo de 15 (quinze) dias. (aqui é intimação e não citação)

Art. 317. A desistência da ação, ou a existência de qualquer causa que a extinga, não obsta ao prosseguimento da reconvenção. (sendo proposta, a reconvenção adquire autonomia)

Art. 318. Julgar-se-ão na mesma sentença a ação e a reconvenção. “Chama-se reconvenção a ação proposta pelo réu (reconvinte) contra o autor (reconvindo) no mesmo processo por este instaurado contra aquele. Embora tratada pelo Código como modalidade de “resposta do réu”, a reconvenção é verdadeira ação, distinta da originária”12

Na reconvenção deve existir:

- existência de conexão entre as causas (nexo de semelhança); - existência de processo pendente;

- mesma competência; - mesmo procedimento.

Não cabe reconvenção, no processo de execução, no processo cautelar, na fase de cumprimento de sentença, na ação popular (conforme entendimento do STJ), bem como no procedimento sumário e no rito do juizado especial.

“(...) se a ação originária segue rito especial, admite-se a reconvenção caso o procedimento a esta adequado seja o mesmo, ou caso se torne igual nas fases subseqüentes à postulatória – v. g. quando a ação originária é daquelas que, com a contestação, passam a seguir o rito ordinário, e a este obedece também a reconvenção”.13

12

José Carlos Barbosa Moreira. 13

(13)

Indeferida liminarmente a reconvenção, cabível agravo de instrumento. Questões

01 - ( ) Na exceção de incompetência, a petição pode ser protocolizada no juízo do domicílio do réu, com remessa ao juízo que determinou a citação.

02 - ( ) Reconhecida a incompetência, suspeição ou impedimento, os autos serão remetidos para o juízo competente, para que lá o feito prossiga e seja julgado.

03 - ( ) A exceção e a reconvenção importam na suspensão do processo principal até que se decidam os incidentes.

04 - ( ) A exceção de incompetência deve ser oferecida em petição escrita, no prazo de quinze dias, contados da juntada do mandado de citação aos autos, quando essa for feita por oficial de justiça. Uma vez oferecida, ela suspende o prazo para oferecimento de contestação.

05 - ( ) Admite-se a reconvenção apenas no caso de haver conexão entre ela e a ação principal, e a desistência da ação impede o prosseguimento da reconvenção, ou seja, a ação acessória tem o mesmo destino da ação principal.

06 - ( ) Na exceção de incompetência, a petição pode ser protocolizada no juízo de domicílio do réu, com requerimento de sua imediata remessa ao juízo que determinou a citação.

07 - ( ) A parte oferecerá exceção de suspeição do juiz da causa sempre através de petição dirigida ao Tribunal competente a que o Magistrado estiver vinculado, que determinará a oitiva do Magistrado sobre os termos da exceção no prazo de dez dias

08 - ( ) A reconvenção será oferecida, em regra, simultaneamente com a contestação, em forma de preliminar de mérito, no prazo de 15 dias.

09 - Assinale a assertiva correta.

(A) Reconhecida a incompetência pelo próprio Juiz, os autos são encaminhados ao Juiz competente.

(B) Julgando-se incompetente para a causa, o Juiz extingue o processo sem julgamento do mérito.

(C) A incompetência absoluta deve ser postulada em autos próprios. (D) A incompetência territorial pode ser declarada de ofício.

(E) Suscitada a incompetência do Juiz, deve ele, desde logo, se dar por suspeito

10 – ( ) A regra do ônus da impugnação especificada dos fatos, sob pena de presunção de veracidade, não se aplica ao defensor dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público.

11 - Assinale a alternativa CORRETA:

(14)

A) ao absolutamente incapaz.

B) ao incapaz como tal declarado judicialmente.

C) apenas ao advogado dativo e ao membro do Ministério Público. D) a qualquer ente do processo.

E) ao advogado dativo, ao curador especial e ao membro do Ministério Público. 12 - Sobre a reconvenção, no procedimento ordinário, assinale a alternativa correta:

(A) A desistência da ação originária, ou a existência de qualquer causa que a extinga, obsta ao prosseguimento da reconvenção.

(B) A intimação do autor reconvindo para contestar a reconvenção pode ocorrer na pessoa de seu procurador, mediante publicação de nota de expediente, sendo desnecessária a citação pessoal. (C) Não há possibilidade jurídica da reconvenção de reconvenção.

(D) O julgamento do mérito da reconvenção pode ocorrer a qualquer tempo, independentemente da apreciação do mérito da demanda originária.

(E) Da decisão que indefere liminarmente a reconvenção, cabe apelação. 13 - Proposta reconvenção, pelo réu,

(A) é julgada autonomamente, sem qualquer vinculação com o julgamento da ação.

(B) forma-se um segundo processo nos mesmos autos, com a ordem de citação do autor-reconvindo.

(C) indeferida pelo juiz liminarmente, contra o ato decisório cabe apelação sem efeito suspensivo. (D) julgada improcedente, contra o ato decisório de rejeição cabe agravo de instrumento dotado, sempre, de efeito suspensivo.

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