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CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

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CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

SAÚDE E OBESIDADE NA ESCOLA

:

considerando os índices antropométricos de cintura quadril e o de massa corporal, qual o risco para o desenvolvimento da

obesidade e doenças associadas, em alunos do ensino médio, da rede estadual de educação, na cidade do Rio de Janeiro?

por

Washington Xavier de Souza

Rio de Janeiro

2006.1

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CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

SAÚDE E OBESIDADE NA ESCOLA

:

considerando os índices antropométricos de cintura quadril e o de massa corporal, qual o risco para o desenvolvimento da

obesidade e doenças associadas, em alunos do ensino médio, da rede estadual de educação, na cidade do Rio de Janeiro?

Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de Educação Física da UNISUAM, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Licenciatura Plena em Educação Física.

Por:

Washington Xavier de Souza

Professora-Orientadora:

Susana Ortiz

Professor-Convidado:

Rio de Janeiro

2006.1

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SUMÁRIO RESUMO...I 1. INTRODUÇÃO ...01 1.1. Justificativa 1.2. Relevância da pesquisa 2. OBJETIVOS...04 2.1. Objetivo geral 2.2. Objetivos específicos 3. REVISÃO DE LITERATURA...05 3.1. A obesidade 3.2. Etiologia da obesidade 3.3. Forma de distribuição de tecido adiposo no corpo 3.4. Conseqüências 3.5. Principais fatores de risco 3.6. Principais patologias relacionadas à obesidade 3.7. Antropometria 4. METODOLOGIA...18

4.1. Materiais 4.2. População e amostra 4.3. Coleta de dados e tratamento dos dados 5. RESULTADOS...21

6. DISCUSSÃO...23

7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...25

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi delinear o perfil antropométrico por intermédio do índice de cintura quadril (ICQ) e de índice massa corporal (IMC), e verificar as possíveis correlações para o desenvolvimento de obesidade e patologias relacionadas à obesidade em educandos da faixa etária compreendida entre 15 e 18 anos matriculados no ensino médio do Colégio Estadual Presidente Gronchi, no Rio de Janeiro. A amostra foi composta de 50 alunos, sendo 25 (50%) do sexo masculino e 25 (50%) do sexo feminino. O sexo masculino apresentou maiores valores de IMC, ICQ em relação ao sexo feminino; entretanto, não apresentou diferença estatística considerável. Encontrou-se prevalência de 18% de sobrepeso e 28% com alto risco de morbimortalidade. A hipertensão arterial foi representada com 38% no histórico médico familiar dessa população.

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente o nosso país luta para acabar com a fome e combater a desnutrição infantil no sertão nordestino e na periferia das capitais. Concomitante o Brasil passou a conviver com outro distúrbio alimentar associado a países desenvolvidos: a obesidade.

O aumento da prevalência da obesidade verificado nas últimas décadas em escala mundial constitui-se no principal problema contemporâneo de saúde pública (OMS, 1998). Atenção especial tem sido direcionada à obesidade na infância e na adolescência, uma vez que a sua ocorrência nestas fases da vida tem sido identificada como importante fator preditivo de obesidade na idade adulta (Rolland Cachera et al., 1984; Rolland Cachera et al., 1996).

Na adolescência, a obesidade tem como conseqüência a possibilidade de sua continuidade na idade adulta, acarretando um aumento dos riscos à saúde e das taxas de morbimortalidade, particularmente das chamadas doenças crônicas não transmissíveis (dislipidemias, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, certos tipos de câncer etc.) (Rolland Cachera et al., 1996; Cervato et al., 1997; Monteiro et al., 2000; Carvalho et al., 2001; Fornés et al., 2002; WHO, 2003).

1.1. JUSTIFICATIVA

A obesidade na adolescência vem crescendo de forma assustadora. Patologias que antes eram diagnosticadas apenas na população adulta vêm sendo observadas e diagnosticadas freqüentemente em idades mais precoces.

Em um país obcecado pela boa forma física, no qual a aparência muitas vezes abre portas. Entretanto, os maus hábitos alimentares, aliados ao sedentarismo, estão contribuindo para o aumento da obesidade infanto-juvenil no país.

O Índice Cintura Quadril (ICQ) e Índice de Massa Corporal (IMC) são formas simples para mensurar a distribuição de gordura corporal e avaliar os riscos de morbimortalidade. Recentemente, estudos têm demonstrado que o

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Índice Cintura Quadril (ICQ) é mais uma ferramenta relevante para avaliação e prevenção da obesidade patologias relacionadas. São amplamente utilizados por nutricionistas do mundo inteiro, pela simplicidade e praticidade de sua utilização também podem ser perfeitamente aplicados no campo da Educação Física.

A prevenção da obesidade infanto-juvenil e seu tratamento contribuirão para a prevenção de inúmeras patologias associadas como: doenças cardiovasculares, diabetes, doenças ósseas e nas articulações, doenças pulmonares, apnéia do sono, complicações gástricas e hepáticas, alterações hormonais e reprodutivas e o câncer.

1.2. RELEVÂNCIA DA PESQUISA

Traçando um panorama da situação atual, é notável o aumento de 240% na taxa de obesidade infantil nos últimos 20 anos. Atualmente são cerca de 6,7 milhões de crianças e adolescentes obesos no país. Dessa forma, em 2001, o governo do estado de Santa Catarina sancionou uma Lei regulamentando os serviços das cantinas nas escolas públicas e privadas que atendem a educação básica, demonstrando preocupação com o crescimento da obesidade entre os alunos das escolas estaduais.

No Estado do Rio de Janeiro as escolas públicas e particulares não podem vender em suas cantinas produtos que contribuam para a obesidade dos alunos, de acordo com a Lei nº 4.508. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, o programa de alimentação escolar não contribui para o desenvolvimento da obesidade infantil, tendo em vista que os cardápios são elaborados e supervisionados por nutricionistas.

Diversos estudos demonstraram que um acúmulo predominante de células gordurosas na região abdominal leva a um aumento de risco de doenças cardiovasculares e morte prematura; as alterações metabólicas associadas com obesidade incluem as dislipidemias, resistência à insulina, diabetes.

O presente estudo é relevante para delinear o perfil sócio-econômico e antropométrico, com o propósito de realizar uma coleta dados baseada no Índice de Cintura Quadril e Índice de Massa Corporal, correlacionando-os e

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analisando as probabilidades para o desenvolvimento de doenças associadas à obesidade, em alunos da rede estadual de educação, no município do Rio de Janeiro, dessa forma contribuir positivamente à promoção da saúde nessa população.

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2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL

Conscientizar os educandos para importância da prática de

atividades físicas regulares e divulgar os benefícios proporcionados à saúde física e metal, assim, cooperar para redução da obesidade e patologias diretamente relacionadas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar o acúmulo de tecido adiposo a fim de diagnosticar sobrepeso e obesidade, conforme os padrões internacionais, por meio do Índice de Massa Corporal (IMC).

Analisar o risco potencial para o desenvolvimento de patologias relacionadas à obesidade, de acordo com os padrões estabelecidos no Índice de Cintura Quadril (ICQ).

Coletar dados do perfil antropométricos e sócio-econômicos dos alunos, do ensino médio, no município do Rio de Janeiro.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

No Brasil, a prevalência de obesidade tem aumentado significativamente em todas as regiões e classes sócio-econômicas, tanto em adultos como em crianças, com maior intensidade nas áreas urbanas e nos grupos de maior nível sócio econômico (Monteiro & Conde, 2000).

No contexto escolar, a promoção da saúde poderá estar incluída na proposta político-pedagógico das escolas, envolvendo a estrutura escolar e as parcerias comprometidas com a proposta de trabalho elaborada. A promoção da saúde no âmbito escolar requer o desenvolvimento de ações integradas com os diversos assuntos que envolvem educação, saúde, meio ambiente, trabalho, cultura, música, educação física, alimentação saudável, moradia e outros, considerando que "a saúde se cria e se vive na vida cotidiana, nos centros de ensino, de trabalho e de lazer" (Ministério da Saúde - Promoção da Saúde, 1999) e, ainda, que a "escola tem um papel relevante em relação à educação da personalidade e, como conseqüência, no estilo de vida das pessoas para que tenham saúde" (Martínez, 1996).

3.1. A OBESIDADE

A Obesidade alcançou proporções epidêmicas globais, com mais de um bilhão de adultos com excesso de peso. Desse grupo, trezentos milhões obesidade clínica. Trata-se do principal componente de incidência de doença crônica e incapacidade. Convivendo freqüentemente com a subnutrição nos países em desenvolvimento, a obesidade é uma patologia complexa que apresenta graves dimensões sociais e psicológicas, e afeta todas as faixas etárias e grupos sócio-econômicos.

Obesidade pode ser conceituada como uma condição de acúmulo anormal ou excessivo de gordura no organismo, levando a um comprometimento da saúde (OMS, 1998). No Brasil, dados regionais, de 1989, apontam curva ascendente de sobrepeso e obesidade. Segundo o Ministério da Saúde (2001),

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cerca de 15% da população adulta brasileira se encontra com sobrepeso; e 6,8% com obesidade.

A doença aumentou em 270% nos últimos 20 anos no Brasil e já ameaça fugir ao controle. Estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, se os pais dessas crianças e adolescentes não mudarem agora os hábitos de vida dos filhos, mais de 70% deles farão parte de uma geração de gordos, vítimas em potencial de doenças como a diabetes e cardiopatias.

Uma em cada dez crianças em todo mundo é obesa. Isso significa um universo de 155 milhões de meninos e meninas acima do peso. No Brasil, a Organização Mundial de Saúde coloca a obesidade infantil como um problema grave de saúde pública. Nos últimos 20 anos, por exemplo, a obesidade em crianças triplicou. Hoje quase 15% das crianças brasileiras têm excesso de peso e 5% são obesas.

Desde os anos 80, o número de brasileiros que sofrem com a obesidade supera o de desnutridos. Normalmente associado à fartura, o excesso de peso não se relaciona diretamente com a classe social. Pelo contrário.

A exemplo do que ocorre nos Estados Unidos, o Brasil já apresenta situações em que o total de obesos é maior entre a população mais pobre. É o caso das mulheres adultas na Região Sudeste, onde há mais obesas na base da pirâmide social do que no topo.

A maioria das pessoas obesas tem seu peso significativamente acima do normal. Entretanto, a obesidade também ocorre em pessoas que não estão acima do peso, mas que têm mais gordura do que músculos.

3.2. ETIOLOGIA DA OBESIDADE

A obesidade é causada por inúmeros fatores, como o excesso de ingestão de alimentos, gasto insuficiente de energia (exercícios, taxa de metabolismo corporal diminuída), predisposição genética, fatores ambientais predisponentes ao ganho de peso, fatores psicológicos estressantes e classe sócio-econômica mais baixa.

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Wilmore e Costill (1999) atribuem disfunção hormonal, trauma emocional, e alterações no mecanismo da homeostase como sendo fatores que influenciam diretamente ou indiretamente a obesidade. Fatores ambientais, má alimentação e atividade física inadequada as maiores causas da obesidade.

Para McArdle (1998) a evidencia disponível indica que o aumento excessivo de peso costuma manter paralelismo muito mais com uma atividade física reduzida do que com maior ingestão calórica.(ACSM, 1994; McArdle, 1998; Roche, 1996; Skinner, 1991).

A obesidade central exerce grande impacto em três importantes indicadores de predisposição para doenças cardíacas, sobretudo das artérias coronárias (vasos sangüíneos responsáveis pela irrigação do miocárdio - músculo do coração). Esses indicadores são a hiperlipidemia (excesso de gorduras no sangue), a resistência à insulina (fator que predispõe a diabetes) e a hipertensão arterial (pressão alta).

Surgem novas tecnologias e métodos de aferição com relação ao vínculo entre o risco cardiovascular e a obesidade abdominal, o significado de gordura intra-abdominal como um importante fator de risco para doenças cardiovasculares. A obesidade abdominal pode simplesmente ser medida pelo Índice Cintura Quadril ou simplesmente pela circunferência da cintura, mas ainda podem ser usados métodos de imagem mais recentes como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética.

A obesidade é um grupo de condições crônicas caracterizadas pelo excesso de gordura corporal, atribuídas a um desequilíbrio energético, de origem multifatorial.

As causas são complexas e multifatoriais, sendo necessárias ações permanentes que não foquem apenas indivíduos e famílias, mas também aspectos sociais, econômicos e culturais determinantes destas doenças.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1947 conceituou saúde como "o estado de mais completo bem-estar físico, mental e social". A obesidade exerce efeitos adversos na saúde, afetando o bem-estar físico e psicossocial, e representa a segunda principal causa de morte prematura evitável em países

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desenvolvidos, depois do fumo. Constitui problema de saúde público típico dos tempos modernos, decorrente de maus hábitos alimentares aliados à falta de atividade física.

O estilo de vida, o sedentarismo e maus hábitos alimentares são responsáveis por mais de 95% dos casos de obesidade.

Em razão do ritmo acelerado do nosso cotidiano, os hábitos alimentares mudaram bruscamente. Em relação aos outros países a nossa alimentação original era: arroz, feijão, carne, alface e tomate. E hoje há uma troca trivial desse cardápio para outro muito mais calórico, que são os chamados fast-foods.

Há uma década, a refeição brasileira era considerada referência para uma boa nutrição, segundo a Organização Mundial de saúde (OMS). Entretanto, com a reprodução dos hábitos alimentares dos Estados Unidos, compostos por alimentos ricos em calorias, açúcares e gorduras, a obesidade no Brasil aumenta desordenadamente.

As taxas de obesidade triplicaram, comparadas aos dados colhidos em 1980. Isso se deve ao fato de uma dieta de elevada densidade energética e redução da atividade física. O mais grave é que esta epidemia não se restringe apenas às sociedades industrializadas, pois o aumento dessas taxas é mais alto nos países em desenvolvimento do que no mundo desenvolvido.

Os avanços tecnológicos possibilitaram o surgimento de transportes automatizados e equipamentos mecanizados que reduzem o esforço físico de mulheres tanto no trabalho quanto em casa. Há alguns anos a mulher tem participado efetivamente do mercado de trabalho sem abrir mão da maternidade, ficando pouco tempo com seus filhos, os quais passam grande parte do dia em creches, escolas e babás. Como o que importa é a qualidade do tempo que essas mães dedicam a seus filhos, lhe sobra pouco para elaborar e preparar cardápios variados e nutritivos, partindo na maioria das vezes para o consumo de alimentos prontos, refeições industrializadas e fast-food na maioria das vezes com alto valor calórico e baixo valor nutricional contribuindo para o excesso de peso.

A violência e falta de segurança são outros fatores que contribuem para o ganho de peso, impedindo que as crianças conheçam as velhas e boas brincadeiras de rua onde se corria, jogava bola, esconde-esconde, pega-pega,

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dessa forma passavam tempo assistindo televisão, jogando videogame, uso de controles remotos, escadas rolantes e de computadores. Já foi demonstrada uma relação na redução de aproximadamente 600 calorias com a diminuição no tempo assistindo televisão.

Há estudos que citam um fenômeno denominado programação metabólica no qual um estímulo nutricional, predominantemente a desnutrição maternal aplicada durante períodos críticos do desenvolvimento inicial altera permanentemente o metabolismo e a fisiologia do organismo, porém suas conseqüências são observadas ao longo da vida, na ausência do estímulo que desencadeou essas alterações.

Esse fenômeno sugere que o feto adapta seu crescimento e metabolismo para a expectativa de uma pobre nutrição pós-natal, quando encontra um ambiente nutricional alterado. Isso pode ter vantagens para sobrevivência no útero por canalizar os nutrientes disponíveis para órgãos essenciais e, na vida tardia, por aumentar a habilidade de armazenar energia em forma de gordura para fornecer reservas energéticas para o uso ocorrer escassez de nutrientes. Por isso, a subnutrição do feto no período de desenvolvimento intra-uterino também pode determinar o surgimento da obesidade.

Podemos constatar que as mudanças nos hábitos alimentares observadas nas últimas décadas, aliadas a outros fatores relacionados ao estilo de vida das sociedades ocidentais (sedentarismo, baixos índices de atividade física etc.), têm sido apontados como os principais determinantes do crescente aumento da prevalência mundial da obesidade e demais doenças crônicas não transmissíveis (OMS, 1998; Monteiro et al., 2000; Carvalho et al., 2001; OMS, 2003).

A genética também desempenha papel importante para o indivíduo ganhar peso, o balanço energético é pela ingestão de calorias e atividade física. Dessa forma, as mudanças sociais e a transição nutricional mundial impulsionam a epidemia da obesidade.

À medida que a renda e a população crescem e se tornam mais urbanas, ocorreu alteração na dieta alimentar e aumentou o consumo de gorduras insaturadas e açúcares.

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O cotidiano das pessoas houve o aumento no uso de transporte automatizado, tecnologia no lar, formas de lazer mais passivas, aumento da violência e sensação de insegurança, assim, ressaltamos os principais fatores para o abandono das atividades físicas.

3.3 FORMA DE DISTRIUIÇÃO DE TECIDO ADIPOSO NO CORPO

Haja vista que a obesidade representa um risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, é de fundamental relevância destacar a localização e a forma de distribuição da gordura corpórea.

Nos últimos anos, tornou-se cada vez mais claro que a distribuição de gordura é importante quando considerar os riscos de obesidade. Foi sugerido na década de 40 que o risco cardiovascular está intimamente relacionado com a obesidade "andróide", obesidade abdominal ou corpo em forma de maçã, do que com a obesidade "ginecóide", obesidade corporal mais baixa ou corpo em forma de pêra.

De uma forma mais ampla, por exemplo, temos o padrão andróide ou masculino, também denominado de obesidade central ou visceral que é caracterizada pela distribuição de gordura predominantemente na parte superior do corpo e acima da cintura e se relaciona com a forma de uma maçã.

A obesidade central é decorrente principalmente de gordura visceral e se associa a um maior risco em termos de morbidade e mortalidade, que a gordura distribuída na parte inferior do corpo. O padrão ginecóide ou feminino é caracterizado por um maior depósito de gordura em região inferior do abdome, nádegas, quadril e coxas, o que o faz ser comparado ao formato de uma pêra.

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Tipos Andróides (maçã) - tipo de obesidade caracterizada pelo acúmulo de gordura na região abdominal, localizada tanto entre os órgãos, quanto subcutâneo. Denominada obesidade dos membros superiores ou de baixo-ventre.

Figura 1 - Tipo Andróide

Tipos Ginecóides (pêra) ou Genóides - tipo de obesidade caracterizada pelo acúmulo de gordura na região glúteo-femural. Conhecida como obesidade de membros inferiores.

Figura 2 - Tipo Ginecóide

3.4 CONSEQUÊNCIAS

A obesidade é a doença que mais tem aumentado em todo o mundo, atingindo pessoas de todas as classes sociais, idades e sexo. No Brasil, calcula­ se que mais de 40% da população tem excesso de peso, aumentando os riscos de doenças cardíacas e dos vasos sangüíneos. Tem aparecido cada vez mais cedo, afetando crianças e adolescentes, com dados de São Paulo, mostrando que mais de 23% dos menores de 15 anos têm peso elevado.

A criança obesa tem, de acordo com levantamentos efetuados em todo o mundo, de 60 a 80% de chance de ser um adulto obeso.

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A obesidade e o excesso de peso representam risco substancial para as doenças crônicas, como o diabetes, doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais e certos tipos de câncer.

As conseqüências para a saúde variam desde um maior número de morte prematura até doenças crônicas graves que reduzem a qualidade de vida do indivíduo. O aumento da obesidade infantil é especialmente perturbador.

Trata-se de um problema global que atinge os países em desenvolvimento de forma crescente.

A obesidade é responsável por 2% a 6% do custo total de atenção à saúde em vários países em desenvolvimento. Os verdadeiros custos são indubitavelmente mais altos, uma vez que nem toda patologia associada à obesidade é incluída nos cálculos.

O excesso de peso e a obesidade produzem efeitos metabólicos adversos sobre a pressão arterial, os níveis de colesterol e de triglicerídeos no sangue e a resistência à insulina. Há uma certa confusão sobre as conseqüências da obesidade porque os pesquisadores usam diferentes valores de pontos de cortes para o índice de massa corporal, e por causa da presença muitas condições clínicas médicas envolvidas no desenvolvimento da obesidade que podem confundir os efeitos da obesidade.

Os problemas de saúde não são fatais, mas debilitantes associados à obesidade incluem problemas respiratórios, musculares e esqueléticos crônicos, doenças na pele e infertilidade. Os casos mais graves que ameaçam a vida estão distribuídos em quatro grandes categorias: doenças cardiovasculares, agravos associados à resistência à insulina, certos tipos de câncer e doenças da vesícula biliar.

As probabilidades de desenvolver diabetes e hipertensão aumentam acentuadamente quando a pessoa fica mais gorda. Doenças que antes eram confinadas apenas a adultos, hoje afetam crianças obesas, antes mesmo da puberdade.

A osteoartrite é principal causa de incapacitação nos adultos, embora a obesidade deva ser considerada como doença em si mesma, ela representa também um dos principais fatores de risco de outras doenças crônicas.

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3.5 - PRINCIPAIS FATORES DE RISCO

As doenças crônicas representam a principal causa de mortalidade no mundo inteiro, principalmente doenças relacionadas à obesidade. Gradativamente, o problema afeta países desenvolvidos e em desenvolvimento. Isso é reflexo das grandes mudanças que vêm ocorrendo no estilo de vidas das pessoas no mundo, sobretudo nos hábitos alimentares, nos níveis de atividades físicas e no fumo. A nova rotina das pessoas é fruto do processo de industrialização, urbanização e desenvolvimento econômico e crescente globalização do mercado de alimentos.

De acordo com o Relatório Sobre a Saúde do Mundo 2002, da OMS, os principais fatores de risco são obesidade, hipertensão arterial, alto nível de colesterol, consumo de álcool e de tabaco.

A falta de atividade física regular, associada a outros fatores de risco, contribui significativamente para o surgimento de doenças crônicas.

Os fatores de risco que mais contribuem para as doenças crônicas são obesidade, alto nível de colesterol, hipertensão, fumo e álcool.

3.6 PRINCIPAIS PATOLOGIAS RELACIONADAS À OBESIDADE

Conforme estudos de Bjornntropo (1986), há uma relação existente entre a forma de distribuição de gordura corporal com grande número de problemas de saúde nos seres humanos. Há relatos que a obesidade é responsável pelo surgimento de aproximadamente 30 doenças crônicas e 15 a 20% de mortes por ano.

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Tabela 1 - Principais patologias relacionadas à obesidade.

TIPOS DISTÚRBIOS E DOENÇAS RELACIONADAS

Cardiovasculares Hipertensão, Doença coronariana, Acidente Vascular Cerebral, Veias varicosas, Trombose venosa profunda; Respiratórias Falta de ar, Apnéia durante o sono, Síndrome de

hipoventilação, Asma;

Gastrointestinais Hérnia de hiato, Cálculo na vesícula biliar, Cirrose e esteatose Hepática, Hemorróida, Câncer colorretal;

Metabólicas Dislipidemia, Resistência à insulina, Diabetes mellitus; Neurológica Bloqueio Nervoso;

Renal Proteinúria, Câncer nos rins; Ortopédicas Osteoartrites, Gota;

Região Peitoral Câncer de mama, Ginecomastia; Útero Câncer endometrial, Câncer cervical; Urológico Câncer de próstata, Incontinência urinária; Pele Micoses, Linfoedemas, Celulites, Acantose;

Endócrinas Redução no GH e IGF 1, Redução na resposta a prolactina, Aumento do cortisol livre na urina, Hiperandrogenismo, Irregularidades menstruais, Síndrome do ovário policítico, Complicações obstétricas; e

Gravidez Operação por cesariana, Macrogenitossomia, Defeitos no tubo neural.

As doenças das artérias coronárias, o diabetes tipo 2 e a apnéia do sono são condições associadas, consideradas de alto risco, por aumentarem a morbidade e a mortalidade.

Nas últimas décadas aumentou a participação das doenças do aparelho circulatório na mortalidade geral. Entre 1930 e 1980, a mortalidade proporcional devida a essas causas cresceu de 11,8% para 30,8% nas capitais brasileiras 98. Análises mais recentes do total de óbitos registrados no Brasil no período 1990­ 1994 13 indicam que 33,9% do total foram devidas às doenças cardiovasculares, que são a primeira causa de morte em todas as grandes regiões do país, com mortalidade proporcional maior em mulheres (36,2% dos óbitos em 1986, frente a 29,0% em homens 99. Essa diferença se deve ao grande peso das causas externas na mortalidade masculina. As causas específicas mais freqüentes de mortes por doenças do aparelho circulatório nas capitais brasileiras foram, em 1991, a doença cerebrovascular (11,6%), a doença isquêmica do coração (9,8%) e a hipertensão arterial (2,3%)).

Em 1991, o gasto do sistema de saúde em assistência a pacientes com doenças cardiovasculares foi estimado em aproximadamente 500 milhões de

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dólares, apenas com hospitalização. Se somada a assistência ambulatorial e os gastos com órteses, próteses e materiais especiais, essa cifra se eleva para cerca de um bilhão de dólares. As doenças do aparelho circulatório geram 25% das internações hospitalares e consomem cerca de 13% do total de recursos assistenciais com a saúde.

Nos Estados Unidos, os indivíduos fisicamente ativos economizam US$ 500.00 por ano em custos de atenção à saúde, conforme dados de 1998. Somente a falta de atividade física pode ter acrescido cerca de US$ 75 bilhões aos custos médicos dos Estados Unidos.

Para se evitar todos os males supramencionados, ESCRIVÃO & LOPEZ (1995) destacam a necessidade de se prevenir e controlar a obesidade desde a infância, especialmente com a identificação das crianças com idade precoce e maior predisposição para o desenvolvimento da doença, a fim de que medidas efetivas possam ser tomadas para o controle do risco, impedindo que o prognóstico seja, em longo prazo, desfavorável.

3.7 ANTROPOMETRIA

A antropometria representa uma importante ferramenta de assessoramento para uma análise completa de um indivíduo, seja ele atleta ou não, pois oferece informações ligadas ao crescimento, desenvolvimento e envelhecimento (Giannichi, 2003).

Por meio intermédio da perimetria da cintura e do quadril obtemos o Índice Cintura Quadril (ICQ) para expressar o risco de mortalidade e morbidade de um indivíduo, foi observado que aumentou a incidência de doenças cardíacas em homens que possuem ICQ superior a 0,90 cm e em mulheres acima de 0,80 cm. É recomendado para ambos o sexo que o ICQ não ultrapasse 1,00 (Shimokata, 1989).

É interessante citar que, nos adolescentes a distribuição da gordura corporal difere da do adulto e é sexo-dependente. Em ambos os sexos há maior deposição de gordura nas extremidades, mas nos meninos obesos a gordura do tronco é depositada no abdome, enquanto nas meninas, na área subescapular.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS), considera a cintura a metade da distância entre a última costela e a crista ilíaca, em posição de expiração, e o quadril o perímetro na altura do trocânter maior.

Tabela 2 - Zona de risco associada

SEXO/RISCO ALTO RISCO RISCO MODERADO BAIXO RISCO

Homens > 0,95 cm 0,90 a 0,95 cm < 0,90 cm Mulheres > 0,85 cm 0,80 a 0,85 cm < 0,80 cm Fonte: Nutrition for Fitness and Sport - William, M.H

A Organização Mundial de Saúde (OMS) formulou um parâmetro para definir o sobrepeso e a obesidade, derivado da altura e do peso do paciente. Este parâmetro é conhecido como Índice de Massa Corporal (IMC).

O IMC estabelece uma boa relação com outras estimativas de gordura, embora alguns indivíduos muito musculosos, com peso avantajado, sejam classificados como obesos, quando de fato não são. Além disso, é um índice um pouco mais preciso de gordura nos homens do que nas mulheres. O IMC "ideal" aumenta de forma gradual com a idade em ambos os sexos, sem diferenças consistentes entre homens e mulheres.

Por isso, cabe ressaltar que o IMC não significa a medida da composição corporal de um indivíduo; diferentes grupos de pessoas que possuam o mesmo valor de IMC podem ter maior ou menor teor de gordura corporal ou massa muscular.

O cálculo oficial utilizado para definir se uma criança está obesa ou não é baseado no Índice de Massa Corporal (IMC). Seu cálculo é resultado da divisão do peso pelo quadrado da altura do indivíduo, ou seja, multiplicando a altura pela altura, calculamos a área corporal da pessoa, dividindo o peso pela área, descobrimos quantos quilos ela carrega por metro quadrado de corpo. A OMS utiliza os seguintes pontos de corte para definir se uma pessoa é obesa ou não: IMC entre 18 e 25 Kg/m² é considerado normal; IMC entre 25 e 30 Kg/m² classificado como sobrepeso; IMC acima de 40 Kg/m² = obesidade mórbida.

O IMC compreendido entre 25 a 30, acima descrito como sobrepeso, já é considerado como obesidade de grau 1 (Jácquier, 1987).

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Em crianças e adolescentes são utilizados os mesmo cálculos, mas o valor encontrado é aplicado a uma tabela que leva em consideração o sexo e a idade.

Ainda não existem estudos que mostrem se há uma maior probabilidade de ter meninos ou meninas obesas. O que se sabe é que a disposição de gordura entre o homem e a mulher é diferenciada. O homem deposita mais gordura no abdômen e a mulher no quadril. Esteticamente a mulher é mais preocupada com essa gordura. Mas a gordura abdominal do homem é mais preocupante em termos de saúde, pois ela pode infiltrar nas vísceras, nos pâncreas e fígados, aumentando a probabilidade de ocorrência de várias doenças crônicas.

Tabela 3 - Classificação de obesidade e sobrepeso. Pontos de Corte de IMC em adolescentes para sobrepeso e obesidade

IDADE

(anos) MASCULINO (sobrepeso) (sobrepeso) FEMININO MASCULINO (sobrepeso) (sobrepeso) FEMININO

15 23.3 23.9 28.3 29.1

16 23.9 24.4 28.9 29.4

17 24.5 24.7 29.4 29.7

18 25 25 30 30

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4. METODOLOGIA 4.1. MATERIAIS

No procedimento de avaliação antropométrica foi utilizado uma balança digital portátil com precisão de 100 gramas e fita métrica flexível com precisão de milímetros.

Os dados antropométricos e sócio-econômicos foram processados e analisados com auxílio de microcomputador e utilizando uma ferramenta de editoração de planilhas eletrônicas.

4.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA

O presente estudo foi realizado no Colégio Estadual Presidente Gronchi, que oferece ensino médio e fundamental situado no bairro Jardim América, município do Rio de Janeiro.

A amostra foi constituída por 50 alunos, 25 do sexo masculino e 25 do sexo feminino. Todos voluntários do período noturno, do ensino médio, da rede estadual de educação, com idade compreendida entre 15 e 18 anos conforme exposto na Tabela 4.

A amostra final aproximada é constituída de 17% do total de educandos dessa faixa etária.

Tabela 4 - População da amostra

SEXO Nº DE ALUNOS FREQÜÊNCIA

MASCULINO 25 50%

FEMININO 25 50%

4.3. COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS

Nenhum teste é perfeito, nenhum teste será totalmente válido, fidedigno e objetivo. Entretanto, devem ser usados os melhores disponíveis e deve-se

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pesquisar, continuamente, para melhorar os instrumentos e medidas (Kirkendall et al, 1980).

Os índices antropométricos analisados foram classificados por sexo, em masculino e feminino; e as faixas etárias foram determinadas para correlação do ICQ e o grau de risco de morbimortalidade, e o IMC para definirmos o grau de obesidade. Foram utilizados os pontos de corte recomendados pelo British

Medical Journal (2000) conforme sexo e faixa etária descritos na Tabela 5.

Tabela 5 - Classificação da amostra por faixa etária

IDADE Nº DE ALUNOS FREQÜÊNCIA

15 anos 1 2 %

16 anos 1 2 %

17 anos 8 16 %

18 anos 40 80 %

As medidas antropométricas foram tomadas pelo mesmo avaliador a fim de evitar variações interavaliadores, os seguintes pontos antropométricos foram mensurados.

Estatura (E), peso (P), circunferência da cintura (CC) e circunferência do quadril (CQ).

No momento da avaliação os participantes foram orientados a utilizar roupas leves e a ficarem com os pés descalços. O peso foi mensurado com uso de balança digital com precisão de 100g. A estatura foi checada por com auxílio de fita métrica milimetrada fixada na parede, o avaliado encontrava-se na posição ortostática e descalços.

As medidas de peso e estatura foram utilizadas para realização do cálculo do IMC.

Para a mensuração da circunferência da cintura utilizou-se o ponto médio entre a costela inferior e a crista ilíaca. Para a mensuração da circunferência do quadril utilizou-se a região de maior protuberância, ou seja, maior extensão entre a crista ilíaca e a coxa (glúteo máximo), normalmente, ao nível do trocânter maior.

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Para circunferência do quadril, foi utilizada uma fita métrica colocada horizontalmente em volta do quadril na parte mais saliente dos glúteos.

As circunferências da cintura e quadril foram utilizadas para verificação do ICQ, resultado obtido pelo quociente entre a circunferência da cintura e a circunferência do quadril.

Também foi aplicado um questionário baseado em escala de atitudes para coletar dados do perfil antropométrico e sócio econômico dos alunos participantes da pesquisa.

Para análise estatística foi utilizado procedimento com nível de significância de 0,05, não há diferença significativa entre os sujeitos, ou seja, qualquer diferença observada será devida meramente ao erro amostral.

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5. RESULTADOS

Após finalizar a análise do IMC, considerando apenas o sexo, observam-se maiores valores no sexo masculino, entretanto, não havendo diferença estatística significante entre eles.

Para efetuar a correlação da classificação das condições nutricionais como sobrepeso e obesidade, baseados no IMC foram utilizados os pontos de corte propostos por Dietz e col. (Tabela 3). Em ambos os sexos foram constatados que a variável considerada normal prevaleceu com 74%, seguida pelo sobrepeso com 18% e de magros apenas 8%, cabe salientar que classificação de sobrepeso ultrapassou o dobro da classificação magro, não foi encontrada a presença da variável obesidade.

Já os percentuais do ICQ apresentaram discrepâncias significativas quanto ao sexo, pois 48% do sexo feminino apresentaram um alto risco de morbimortalidade, enquanto no masculino 8%, e risco moderado feminino foi de 28% e no masculino 8%. A maior taxa de sobrepeso foi verificada no sexo feminino.

No que tange histórico médico familiar da amostra, a prevalência relatada foi à hipertensão arterial que alcançou 38%, contudo, cabe ressaltar que a obesidade no sexo feminino foi citada por 12% enquanto no sexo masculino a obesidade não foi apontada por nenhum avaliado.

Quanto à atividade física, foi verificado que é praticada por 62%, dentre os quais 30% realizam atividades físicas apenas em âmbito escolar, 28% praticam atividade somente uma vez por semana, provavelmente na escola. Entretanto, 36% do total da amostra são sedentários e não praticam nenhuma atividade física, ainda nesse tópico é visto que o sexo feminino representa o dobro da população descrita como sedentários.

Com relação à renda familiar da amostra, foi averiguado que 84% possui renda mensal de até três salários mínimos, enquanto os 16% restantes desfrutam de renda compreendida entre quatro e seis salários mínimos por mês.

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Toda a amostra possui pelo menos um aparelho de televisão em sua residência, além disso, 82% possuem videocassete ou aparelho de vídeo digital e mais 50% videogame.

Sobre a alimentação, 48% da população estudada declararam que realizam quatro ou mais refeições diárias. Vale ressaltar que foi considerado como refeição: café matinal, almoço, lanche vespertino, jantar e ceia. 66% da população estudada relataram não consumirem muita gordura por ocasião das refeições,

Concernente aos fatores de risco para doenças relacionadas à obesidade foi verificado que 78% da população estudada não faz uso de bebidas alcoólicas e 96% não fumam.

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6. DISCUSSÃO

Pesquisas realizadas acerca de indicadores de obesidade infanto-juvenil ainda são escassas, normalmente, restritas a países desenvolvidos.

O presente estudo foi realizado no Colégio Estadual Presidente Gronchi, no município do Rio de Janeiro, permitiu correlacionar índices antropométricos a graus de riscos e morbimortalidade.

Além disso, possibilitou a determinação da prevalência de obesidade e sobrepeso nos educandos desse colégio.

Cabe destacar que a utilização dos resultados supramencionados é bastante limitada, haja vista que as informações apresentadas são baseadas em amostra de estudantes, voluntários, de um único colégio, portanto, não devem ser estendidos para a população infanto-juvenil como um todo.

Com relação à faixa etária, não foi possível analisar significativamente ou realizar comparações em razão da baixa variação de idade na amostra selecionada.

Foi constatado que os maiores valores dos índices antropométricos são apresentados no sexo masculino conforme Moreno et al. (1998). Não obstante, o IMC no sexo masculino ter apresentado valores maiores, não foi verificada diferença estatística significativa entre os sexos nesse índice antropométrico, em conformidade com de Marins et al. (2002).

Contudo, nos valores observados no ICQ foi encontrada diferença estatística significativa, como citado por Weststrate et al. (1989). Nos percentuais do ICQ é importante salientar a unanimidade com relação aos valores do ICQ de acordo com o sexo, no qual os maiores valores do ICQ são apresentados sexo masculino como descrito neste estudo, entretanto, os maiores riscos são correlacionados para o sexo feminino.

A comparação com outros estudos deverá ser cautelosa em razão da diversidade de indicadores e pontos de cortes para verificar a existência da obesidade e sobrepeso.

Nesta pesquisa a prevalência de sobrepeso foi de 18% e apenas 8% apresentaram peso abaixo da variável considerada normal, porém a amostra foi

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composta somente por estudantes, voluntários, com idade compreendida entre 15 a 18 anos.

Nas pesquisas realizadas por diversos países, o ICQ apresentou baixa correlação com a obesidade, inclusive alguns autores recomendam que o ICQ não seja utilizado como índice para verificação da obesidade infanto-juvenil.

Para Van Der Kooy et al. (1993) o uso do ICQ como ferramenta para predizer obesidade deve ter seu uso questionado, pois na ocorrência de mudança na gordura visceral tal mudança não será apresentada por meio do ICQ.

De acordo com Taylor et al. (2000) a circunferência da cintura (CC) seja o índice antropométrico que juntamente com o IMC apresentem a melhor correlação de diagnóstico e tipo de distribuição de gordura corporal para ambos os sexos, McCarthy et al. (2001) e Moreno et al. (1998) também aconselham que a circunferência da cintura seja associada ao IMC com finalidade de diagnosticar a obesidade infantil.

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7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Os resultados denotam que a prevalência de sobrepeso foi superior ao dobro da ocorrência do IMC considerado abaixo do normal, apesar desta pesquisa não ter constatado a presença de obesidade, é fato que há necessidade de implementar um conjunto de medidas multifatoriais que visem o incentivo à prática de atividades físicas e reestruturação dos hábitos alimentares.

A obesidade e o sobrepeso devem ser encarados como questão de saúde pública. O governo juntamente com entidades dos seguimentos médicos, psicólogos, nutricionistas e profissionais da área de educação física, deverão formular políticas e campanhas que possibilitem o efetivo combate à obesidade, dessa forma, reduzir consideravelmente os gastos governamentais destinados à obesidade e suas conseqüências.

A educação física escolar aliada a um programa de reeducação alimentar, é uma ferramenta determinante para obtenção de resultados positivos para prevenir a obesidade e combater as doenças associadas. Cuidados com alimentação devem ser iniciados na infância para que venha se tornar hábito na vida adulta, a escola deve ter participação intrínseca nesse contexto, seja por intermédio de palestras, pesquisas ou seminários.

Contudo, não é o suficiente, pois um terço dos avaliados realizam atividades físicas apenas em âmbito escolar.

Portanto, também é necessário reavaliar os currículos escolares visando a ampliação da carga horária das aulas de educação física e criar mecanismos estimulantes para elevar a participação do sexo feminino na prática de atividades físicas a fim de combater o sobrepeso e a obesidade, bem como doenças diretamente correlacionadas, promovendo benefícios sociais, físicos e mentais.

A educação física não deve limitar-se a conteúdos pedagógicos e recreativos, mas também desenvolver estratégias para estimular hábitos saudáveis e prover melhorias significativas na qualidade de vida dessa população.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS

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