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PROJETO DE PESQUISA: INTERAÇÃO SOLO PLANTA: FATORES EDÁFICOS NO DESENVOLVIMENTO VEGETAL.

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Academic year: 2021

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PROJETO DE PESQUISA: INTERAÇÃO SOLO – PLANTA:

FATORES EDÁFICOS NO DESENVOLVIMENTO VEGETAL.

Theodoro Guerra de Oliveira Junior - M. Sc. Prof. Ecologia Juliana Cristina da Silveira - Aluna 3 º período Gestão Ambiental

RESUMO

A Mata Atlântica é um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo, com alto índice de desmatamento e conseqüente perda na diversidade biológica. A conservação da biodiversidade bem como os aspectos físicos dos ecossistemas tem sido alvo de constantes preocupações por parte de um grande número de instituições do terceiro setor com vistas a sua reabilitação. Entretanto, a carência de pesquisas científicas no meio acadêmico demonstram as dificuldades de ações práticas subsidiadas em fundamentos teóricos. Este projeto de pesquisa visa criar parâmetros de avaliação na implementação de ações de conservação da biodiversidade com base na experimentação científica. Serão 06 testes de germinação e enraizamento de espécies nativas da flora Atlântica para avaliação das melhores condições de desenvolvimento vegetal dentro de uma realidade regional. Com a adoção destes procedimentos metodológicos espera-se alcançar resultados que subsidiem recomendações técnicas para ações de reflorestamento com espécies nativas na Mata Atlântica. A expectativa é de que as plantas testadas, consigam melhor desenvolvimento e germinação mais rápida, nos canteiros onde o tratamento consista em fertilização orgânica. Espera-se também que as mudas conseguidas nestes canteiros obtenham desenvolvimento satisfatório no campo, diante do aspecto nutricional, sendo mais vigorosa, tendo condições favoráveis de competição e resistência à pragas.

Palavras – chave: Interação solo/planta; fertilizante orgânico; ecologia.

1 INTRODUÇÃO

A pesquisa científica na temática da conservação da biodiversidade é unânime: perturbações em massa causadas pelo ser humano têm alterado, degradado e destruído o ecossistema em grande escala, levando espécies e mesmo comunidades inteiras ao ponto de extinção (PRIMACK & RODRIGUES, 2001).

A convergência de opiniões é tão grande que a prioridade das ações ambientais não é mais o convencimento das pessoas de que conservação é fundamental para a manutenção do equilíbrio ecológico, mas sim qual a melhor linha de ação neste sentido, com fundamentos técnicos e científicos (WILSON, 2003).

Neste contexto, cresce a preocupação com ecossistemas ameaçados no âmbito mundial. Atualmente são reconhecidos 25 “hot spots” de biodiversidade no planeta, definidos como sendo aqueles que perderam mais de 70% de sua cobertura vegetal

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original. Essas áreas abrigam 60% de todas as espécies terrestres do planeta, embora ocupem somente 2% da superfície terrestre (GALINDO-LEAL & CÂMARA, 2003).

A superfície terrestre por sua vez, ou solo, é resultado de algumas mudanças que ocorrem nas rochas. Estas mudanças são bem lentas, sendo que as condições climáticas e a presença de seres vivos são os principais responsáveis pelas transformações que ocorrem na rocha até a formação do solo conforme a descrição a seguir:

1) Rocha matriz exposta.

2) Chuva, vento e sol desgastam a rocha formando fendas e buracos. Com o tempo a rocha vai esfarelando-se.

3) Microrganismos como bactérias e algas se depositam nestes espaços, ajudando a decompor a rocha através das substâncias produzidas.

4) Ocorre acúmulo de água e restos dos microrganismos.

5) Organismos um pouco maiores como fungos e musgos, começam a se desenvolver.

6) O solo vai ficando mais espesso e outros vegetais vão surgindo, além de pequenos animais.

7) Vegetais maiores colonizam o ambiente, protegidos pela sombra de outros. 8) O processo continua até atingir o equilíbrio, determinando a paisagem de um local.

Todo este processo leva muito tempo para ocorrer. Calcula-se que cada centímetro do solo se forma num intervalo de tempo de 100 a 400 ano. Os solos usados na agricultura demoram entre 3000 a 12000 anos para tornarem-se produtivos.

É importante visualizar os solos como corpos dinâmicos naturais, cujas características (como a de um ser vivo) são decorrentes das combinações de influências que recebem. Como o solo é substrato onde evoluem outros sistemas, tais características irão também influenciar na evolução de diferentes componentes das paisagens como: relevo, vegetação, comportamento hídrico (OTTONI FILHO, 2003).

Logo, é essencial que tenhamos a preocupação conservacionista num âmbito sistêmico da ecologia, ou seja, entendendo que existe uma interligação entre todos os seres vivos e os componentes abióticos do ecossistema.

Portanto, este Projeto busca trazer à luz da ciência, alternativas práticas de conservação na área ambiental com vistas à sustentabilidade.

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Avaliar o desenvolvimento de plantas nativas de Mata Atlântica semeadas em diversos tipos de substrato, subsidiando recomendações de fertilização orgânica mais adequada à conservação e melhoria da estrutura do solo.

1.2 Metodologia

A Metodologia de execução baseou-se no teste de diferentes substratos através da construção de três canteiros. Cada canteiro contendo três parcelas com tratamentos diferentes cada uma, totalizando nove tratamentos. Cada tratamento com uma composição de substrato diferente para que possamos avaliar o desenvolvimento das plantas em cada parcela.

A tabela 1. abaixo mostra a composição de cada canteiro.

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Período de fevereiro a julho de 2010. Limpeza da área dos canteiros Compra do material necessário

Preparo dos canteiros com os devidos tratamentos Plantio das espécies selecionadas

Acompanhamento dos resultados

Monitoramento com ações de manutenção (capina e irrigação)

Canteiro Parcela

1 - pau viola (Cytharexyllum myrianthum) A – adubo orgânico 1 - pau viola (Cytharexyllum myrianthum) B – adubo químico 1 - pau viola (Cytharexyllum myrianthum) C – controle (sem adubo) 2 - paineira (Chorisia speciosa) A – adubo orgânico 2 - paineira (Chorisia speciosa) B – adubo químico 2 - paineira (Chorisia speciosa) C – controle (sem adubo) 3 - algodoeiro (Heliocarpus popayanensis) A – adubo orgânico 3 - algodoeiro (Heliocarpus popayanensis) B – adubo químico 3 - algodoeiro (Heliocarpus popayanensis) C – controle (sem adubo)

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3 RESULTADOS OBTIDOS

Os resultados obtidos neste trabalho possibilitarão recomendações para propostas de restauração florestais na área de domínio da Mata Atlântica.

As plantas foram retiradas do substrato, medidas e posteriormente transplantadas para embalagens plásticas maiores. Deste modo poderão suportar mais tempo até o plantio definitivo.

A espécie de pau viola (Cytharexyllum myrianthum) e a de algodoeiro (Heliocarpus popayanensis), apresentaram deficiência de germinação, não obtendo plântulas com desenvolvimento significativo. Essas espécies apresentaram índices de germinação abaixo de 30%. Mais adiante comentaremos sobre esse aspecto no trabalho.

As sementes de paineira (Chorisia speciosa) obtiveram um desenvolvimento dentro da expectativa. Após o período de pesquisa constatamos 40 plântulas desenvolvidas no substrato orgânico, 32 no substrato com adubo químico e 19 no tratamento controle. Para cada tratamento foram utilizadas aproximadamente 60 sementes. Portanto tivemos uma taxa de germinação de 70% no substrato orgânico, 50% no substrato químico e 30% no tratamento controle.

Ainda como resultados significativos, temos a altura da plântula no momento do transplante. Foram estabelecidos os seguintes intervalos de altura (a): a < 15 cm; 15< a < 30cm e a > 30 cm.

A tabela 2. abaixo apresenta os resultados obtidos referentes à altura da planta (a) no momento do transplante.

Tratamento \ altura da muda(a) a < 15 cm; 15<a < 30cm a > 30 cm. Total

Tratamento com substrato orgânico 13 25 2 40

Tratamento com substrato químico 14 18 0 32

Tratamento controle 17 2 0 19

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4 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados obtidos podemos ter a conclusão de que a adubação ou fertilização é extremamente necessária, principalmente nos períodos subseqüentes a germinação das sementes. O canteiro com tratamento controle reflete essa constatação.

Com relação aos tratamentos com substratos de fertilização o adubo orgânico apresentou-se com mais eficiente, porém com dados estatísticos muito semelhantes. Enquanto o substrato orgânico germinou 40 plântulas o químico germinou 32. Portanto, sem diferença estatística significativa. No aspecto altura das plântulas a diferença aumenta relativamente com a adubação orgânica tendo maior número de plântulas com mais de 15 cm.

Nossas conclusões baseiam-se nas observações e medições referentes aos canteiros com paineira (Chorisia speciosa), pois as espécies de pau viola (Cytharexyllum myrianthum) e de algodoeiro (Heliocarpus popayanensis), apresentaram deficiência de germinação abaixo de 30%. Podemos afirmar que alguns fatores contribuíram com este resultado: Primeiro pode-se atribuir ao plantio direto. Algumas sementes não são adequadas à este tipo de plantio direto no solo. Segundo fator é a porcentagem de germinação das sementes. Podemos ter adquirido lotes de sementes com baixa viabilidade de germinação. Terceiro aspecto tipo de dispersão das sementes. Pouco provável, uma vez que todas elas são anemocóricas, portanto, a germinação poderia ter resultados semelhantes. Em quarto lugar, porém o mais importante, temos o fator quebra de dormência. Essencial avaliar a quebra de dormência das sementes pois pode resultar em índices maiores de germinação. Pretende-se prosseguir com esta discussão e avaliação em pesquisa futura na Instituição. Para isto será apresentado Projeto de Pesquisa avaliando várias modalidades e estratégias de quebra de dormência permitindo uma maior produção de mudas destinadas ao reflorestamento na região de domínio da Mata Atlântica.

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Fotos de Acompanhamento

Foto 1. Preparo dos canteiros com auxílio de alunos voluntários do 1º período de Gestão Ambiental.

Foto 2. Plantio das sementes das espécies selecionadas para o projeto de pesquisa.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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