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ANÁLISE DO EFEITO DA POLUIÇÃO SOBRE OS FUNGOS LIQUENIZADOS NAS REGIÕES NORTE E CENTRAL DE CAMPINAS

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ANÁLISE DO EFEITO DA POLUIÇÃO SOBRE OS FUNGOS

LIQUENIZADOS NAS REGIÕES NORTE E CENTRAL DE CAMPINAS

Bianca P. R. Caires – biarcaires@gmail.com

Caroline D. Soares – caroline.damiane@hotmail.com Graziella C. Silva – grazicosta16@hotmail.com

Isabela H. dos Santos – isahilario_dosantos@hotmail.com Juliana A. de Oliveira – juliana.17alveso@gmail.com

Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Engenharia Ambiental e Sanitária

Rua Professor Dr. Euryclides de Jesus Zerbini, 1516 – Parque Rural Fazenda Santa Cândida 13087-571 – Campinas – São Paulo

Resumo: O resultado da simbiose entre uma alga ou cianobactéria (fotobionte) e um fungo

(micobionte) é denominado líquen e, devido ao fato de não possuir estomas em suas células, esse microrganismo morre com facilidade quando exposto a grandes quantidades de poluentes atmosféricos, por isso os líquens são utilizados como um tipo de bioindicador da qualidade do ar. O presente trabalho expõe a análise comparativa da qualidade do ar de dois pontos em Campinas, com distância de 5 quilômetros, em que ambos apresentam grande tráfego veicular, o que resulta em alterações marcantes na porcentagem dos líquens obtidos, além de esclarecer o quão impactante é a emissão de gás carbônico vinda dos automóveis e a magnitude da importância de possuir ambientes intensamente arborizados.

Palavras-chave: Líquens. Fungos. Poluição. Campinas.

1. INTRODUÇÃO

O ar atmosférico é estudado por uma série de fatores, dentre eles pode-se citar a questão da poluição por gases poluentes que causam grandes impactos para fauna e flora do meio ambiente. A atmosfera apresenta misturas de partículas líquidas e sólidas em suspensão, chamadas de material particulado (MP), tendo como exemplo nitratos, amônia, sulfatos, cloreto de sódio, pós minerais, fuligem e água. Os MPs são categorizados como partículas finas ou

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respiráveis (MP2,5) com diâmetro de até 2,5 µm, e inaláveis grossas (MP10), com diâmetro de 2,5 µm a 10 µm, (AGENCY, 2018).

Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (United States Environmental Protection Agency), o material particulado apresenta uma série de efeitos sobre o ecossistema podendo afetar os processos metabólicos das plantas; contribuir para a carga total de metais, resultando na alteração da microbiologia e biogeoquímica do solo, do crescimento e reprodução dos animais; e contribuir para a carga total orgânica, resultando na bioacumulação ao longo dos níveis tróficos.

Em 2005, a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2005) estabeleceu valores-guias como metas a serem alcançadas de forma gradual, para garantir o bem-estar e uma boa qualidade de saúde da população. Em 2013, o estado de São Paulo definiu os padrões da qualidade do ar por meio do Decreto nº 59.113/03, ao que tange os materiais particulados inaláveis e respiráveis (SÃO PAULO, 2013). O CONAMA, na Resolução nº03/1990, fixou os mesmos padrões permitindo o prazo limite de quinze anos para a normalização do padrão da OMS. (BRASIL, 2017).

Fungos liquenizados

A fim de identificar e determinar de forma qualitativa os fatores ambientais e a concentração de poluição em um determinado local existem diversos métodos, porém um dos mais usados, pois não depende do uso de tecnologias de alto custo, utiliza de organismos vivos como bioindicadores; dentre eles estão listados os fungos liquenizados ou líquens.

Os líquens são definidos como um conjunto de algas e fungos que estabelecem uma relação simbiótica entre si (SPIELMANN & MARCELLI, 2006). Essa relação entre os organismos é dada pelo fato de um ajudar o outro de forma mutual, na qual o fungo, também chamado de micobionte (mico = fungo), absorve da atmosfera água e minerais para suplemento da alga, também chamada de fotobionte (foto = luz; bionte = ser vivo), e com suas hifas desenvolve uma camada de proteção para ela enquanto a mesma realiza a fotossíntese fornecendo nutrientes para alimentação dos fungos (MOURA et al; 2012).

Por conta de sua alta sensibilidade a gases poluentes, como por exemplo: o dióxido de enxofre (SO2), o monóxido de carbono (CO), os hidrocarbonetos (HC), o ozônio (O3) e os óxidos de nitrogênio (VIANA, 2010), os líquens apresentam extrema eficiência como bioindicadores, pois acabam dando espaço para espécies mais competitivas em várias paisagens

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urbanas e em casos de altos níveis de poluição desaparecem completamente formando o que se chama de “deserto de líquens” (SPIELMANN & MARCELLI, 2006). Dessa maneira é possível obter conhecimento da qualidade do ar de uma determinada região a partir da observação e análise dos aspectos, características e até mesmo existência dos líquens.

Segundo TROPPMAIR (1988), o método da utilização de bioindicadores para identificação do grau de poluição em uma cidade tem o propósito de “[...] mostrar a distribuição espacial e a intensidade da poluição do ar resultante de fontes fixas (fábricas) e móveis (veículos)”, assim como esse artigo tem como objetivo analisar e comparar a qualidade do ar em dois bairros da cidade de Campinas; estudar os tipos de líquens encontrados, averiguando e classificando o grau de poluição nas áreas; interpretar o efeito esperado mediante as classificações de poluição; e avaliar os resultados, comparando e distinguindo as causas desses poluentes.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Para realização do estudo sobre o efeito da poluição sobre os fungos liquenizados foram escolhidos duas regiões em Campinas, cidade que ocupa a área de 794,5 km² e é considerada o terceiro município mais populoso do estado possuindo 1.194.094 habitantes (IBGE, 2018).

A primeira análise foi realizada em porções de duas praças localizadas, no bairro Cambuí, em parte da Avenida José de Souza Campos, a famosa “Avenida Norte-Sul” que recebeu esse nome por ligar as regiões norte e sul da cidade de Campinas. Segundo SANTOS, a via possui 3 km de extensão e apresenta prolongamento ao norte (Avenida Júlio Prestes), e ao sul (Avenida Princesa D'Oeste).

As praças escolhidas para a análise – delimitadas em vermelho – possuem os nomes de Praça Augusto Cesar e Praça Ralph Stettinger (coordenadas: 22°54’16.2”S e 47°02’48.7”W) e os pontos de análise – delimitados em azul – seguiram o sentido norte da avenida (Figura 1). O trabalho iniciou-se às 13h15m do dia 05 de maio de 2019, com a temperatura de 24°C e a umidade do ar de mínima de 33,6% e máxima de 99,3%. Segundo a CETESB, no dia da realização da coleta dos dados, a cidade de Campinas apresentava o índice moderado de Material Particulado 2,5, nível esse que pode afetar pessoas de imunidade sensível.

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Figura 1: Delimitação das praças e da área de análise na Avenida José de Souza Campos (Fonte: Google Maps)

Para verificar a poluição do ar da região, foi utilizada a técnica que analisa a porcentagem existente da comunidade de líquens nos troncos de árvores por quadrante e os relaciona com o grau de poluição do ar naquele ambiente (TROPPMAIR, 1988). Ao total foram analisadas 40 árvores, 10 árvores na Praça Augusto Cesar e 30 árvores na praça Ralph Stettinger, todas com 40 cm ou mais de diâmetro. Uma tela plástica quadriculada para tapume, com 100 lacunas 3,5 x 6,5cm cada (Figura 2), foi posicionada, a 100 cm de altura do solo, na superfície que possuía as melhores condições climáticas para o crescimento dos líquens no tronco da árvore a ser analisada e os quadrados que apresentavam os bioindicadores foram mensurados. Para complemento do estudo foi necessário anotar as coordenadas de cada árvore e contar a quantidade de veículos que transitavam no sentido norte da avenida durante 15 minutos, para depois realizar o cálculo de frota diária, através de regra de três.

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Após a contagem de líquens em cada árvore, foi aplicado a equação que permite a obtenção do real valor da cobertura liquênica (1), conforme o método de TROPPMAIR (1988), no qual %y representa o grau de cobertura liquênica corrigido; %x representa o grau de cobertura liquênica encontrado (mensuração realizada no tronco); e o índice i representa o padrão de correção segundo a rugosidade da casca ou espécie da árvore.

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O resultado da equação foi adequado em cinco diferentes classes de grau de cobertura que demonstravam o grau de poluição, conforme Tabela 2, e classificado em cores para melhor visualização (Figura 3).

Tabela 1: Classificação do grau de cobertura e poluição de acordo com Troppmair (1988).

Classe Grau de Cobertura Grau de Poluição

Classe I Inferior a 6% Deserto de liquens

Classe II 6 a 12% Zona de poluição alta ou contestada interna Classe III 12 a 25% Zona de poluição média ou contestada mediana Classe IV 25 a 50% Zona fracamente poluída ou contestada externa

Classe V 50 a 100% Zona não poluída ou normal Fonte: TROPPMAIR (1988)

Figura 3: Cores associadas a classificação do grau de cobertura e poluição (Fonte: TROPPMAIR)

A segunda análise foi realizada em parte da Avenida Dr. Heitor Penteado – contornada em vermelho – no bairro Taquaral em frente ao Parque Portugal (Figura 4), que é um dos mais visitados parques de Campinas recebendo diariamente uma enorme quantidade de pessoas, pois possui uma lagoa e ampla área verde, além de muitas atrações para esporte e lazer.

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Figura 4: Delimitação da área de análise da Avenida Dr. Heitor Penteado (Fonte: Google Maps)

A coleta aconteceu no dia 18 de maio de 2019, com início às 9h, com temperatura de 17°C e umidade do ar de 93%, utilizando os mesmos procedimentos citados anteriormente, porém em uma quantidade total de 20 árvores. Após a aplicação do método de classificação do grau de cobertura e poluição de acordo com TROPPMAIR (1988), os resultados mensurados foram comparados com os dados obtidos nas praças da avenida Norte-Sul.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir, apresentam-se os resultados da avaliação e análise da cobertura liquênica encontradas nos dois pontos de coletas e o efeito da poluição sobre a área.

Avenida Norte-Sul

Na primeira e principal região estudada, de acordo com Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (EMDEC), o fluxo diário de carros nesta avenida é de aproximadamente 56 mil veículos, em comparação com as informações obtidas no dia do trabalho que resultou em 28.896 de frota veicular ao dia.

A Tabela 2 apresenta as informações coletadas nas 40 árvores da Avenida Norte-Sul.

Tabela 2: Definições e resultados encontrados no bairro Cambuí após utilização do método de Troppmair (1988)

Árvore Coordenadas Tipo de

líquen Cor do líquen

Casca da árvore Diâmetro do tronco Cobertura encontrada Cobertura corrigida (%) Classe de cobertura ( X ) ( Y )

Praça Augusto Cesar

1 -22.904.676,00 Crostoso Acinzentado Muito rugosa > 40cm 42 14% Classe 3 -47.046.812

(7)

2

-22.904.550,00

Crostoso Verde Rugosidade média > 40cm 17 11% Classe 2 -47.046.882

3 -22.904.189,00 Crostoso Acinzentado Rugosidade

média > 40cm 62 40% Classe 4

-47.046.853 4

-22.904.036,00

Crostoso Verde/

Acinzentado Pouco áspera > 40cm 77 70% Classe 5 -47.046.826

5 -22.903.815,00 Crostoso Verde Rugosidade

média > 40cm 14 9% Classe 2

-47.046.794 6

-22.903.640,00

Crostoso Verde Rugosa > 40cm 77 30% Classe 4

-47.046.764

7 -22.903.551,00 Crostoso Branco/ Verde Pouco áspera > 40cm 75 68% Classe 5 -47.046.754

8

-22.903.400,00

Crostoso Acinzentado Pouco áspera > 40cm 62 56% Classe 5 -47.046.740

9 -22.903.165,00 Folhoso Branco Rugosa > 40cm 25 10% Classe 2

-47.046.705 10

-22.902.983,00

Crostoso Branco/Verde Rugosa > 40cm 46 18% Classe 3

-47.046.681

Praça Ralph Stettinger

11

-2.290.237,00

Crostoso Acinzentado Pouco áspera > 40cm 77 70% Classe 5 -470.468

12

-2.290.218,00

Crostoso Verde Pouco áspera > 40cm 92 84% Classe 5

-4.704.696 13

-2.290.227,00

Folhoso Acinzentado Rugosa > 40cm 63 25% Classe 3

-4.704.676

14 -2.290.223,00 Folhoso Verde/

Acinzentado Pouco áspera > 40cm 100 91% Classe 2 -4.704.685

15

-2.290.207,00

Folhoso Verde Pouco áspera > 40cm 98 89% Classe 5

-4.704.703

16 -2.290.186,00 Folhoso Verde Pouco áspera > 40cm 100 91% Classe 5

-4.704.713 17

-2.290.211,00

Crostoso Acinzentado Rugosidade média > 40cm 77 49% Classe 4 -4.704.686

18 -2.290.201,00 Crostoso Verde/

Acinzentado Rugosa > 40cm 23 9% Classe 2

-4.704.693 19

-2.290.191,00

Folhoso Verde Rugosa > 40cm 37 14% Classe 3

-4.704.699

20 -2.290.173,00 Crostoso Verde/

Acinzentado Pouco áspera > 40cm 30 27% Classe 4 -4.704.719

21

-2.290.176,00

Crostoso Acinzentado Muito rugosa > 40cm 76 25% Classe 3 -4.704.706

22 -2.290.166,00 Crostoso Acinzentado Muito rugosa > 40cm 77 25% Classe 3 -4.704.711

23

-2.290.153,00

Crostoso Acinzentado Muito rugosa > 40cm 15 5% Classe 1 -4.704.718

(8)

24

-2.290.145,00

Crostoso Acinzentado Lisa > 40cm 24 27% Classe 4

-4.704.737

25 -2.290.139,00 Crostoso Acinzentado Pouco áspera > 40cm 27 24% Classe 3 -4.704.726

26

-2.290.124,00

Crostoso Acinzentado Pouco áspera > 40cm 50 45% Classe 4 -4.704.735

27 -2.290.122,00 Crostoso Acinzentado Pouco áspera > 40cm 30 27% Classe 4 -4.704.747

28

-2.290.103,00

Crostoso Acinzentado Pouco áspera > 40cm 42 38% Classe 4 -4.704.756

29 -2.290.105,00 Crostoso Acinzentado Muito rugosa > 40cm 22 7% Classe 1 -4.704.745

30

-229.009,00

Crostoso Acinzentado Pouco áspera > 40cm 26 24% Classe 3 -4.704.753

31 -2.290.074,00 Crostoso Acinzentado Rugosidade

média > 40cm 71 46% Classe 4

-4.704.757 32

-2.290.056,00

Crostoso Acinzentado Muito rugosa > 40cm 8 3% Classe 1

-470.476

33 -2.290.042,00 Folhoso Acinzentado Rugosa > 40cm 89 36% Classe 4

-4.704.762 34

-2.290.029,00

Crostoso Acinzentado Rugosa > 40cm 20 8% Classe 2

-4.704.765

35 -2.290.014,00 Crostoso Acinzentado Lisa > 40cm 8 9% Classe 2

-4.704.768 36

-2.290.001,00

Crostoso Acinzentado Rugosa > 40cm 3 1% Classe 1

-4.704.767

37 -2.289.991,00 Crostoso Acinzentado Pouco áspera > 40cm 37 34% Classe 4 -4.704.769

38

-2.289.984,00

Crostoso Acinzentado Muito rugosa > 40cm 31 10% Classe 2 -4.704.768

39 -2.289.978,00 Crostoso Acinzentado Lisa > 40cm 2 2% Classe 1

-4.704.768 40

-2.289.979,00

Crostoso Acinzentado Lisa > 40cm 19 21% Classe 3

-4.704.776

O Gráfico 1 revela as classes obtidas conforme o modo de classificação da Tabela 1. Resultando em uma média de 32,8%, esta zona seria considerada fracamente poluída, ou zona de classe IV.

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Gráfico 1: Resultados obtidos na Avenida Norte-Sul

Avenida Dr. Heitor Penteado

No segundo ponto de coleta, de acordo com a EMDEC, o fluxo diário é de 28 mil carros, em contrapartida a frota veicular contada e calculada no dia da leitura foi de 9 mil carros, sem a estimativa do outro sentido da Avenida, que duplicaria o resultado elevando-o para 18 mil carros. Nesse local obteve-se o levantamento de 20 árvores, conforme a Tabela 3.

Tabela 3: Definições e resultados encontrados no bairro Taquaral após utilização do método de Troppmair (1988)

Árvore Coordenadas Tipo de líquen Cor do líquen Casca da árvore Diâmetro do tronco

Cobertura encontrada Cobertura corrigida (%) Classe de cobertura ( X ) ( Y ) 1 -2.287.908,00

Crostoso Acinzentado Rugosa 80 cm 10 4% Classe 1

-4.706.162 2

-228.791,00

Crostoso Verde Muito rugosa 156 cm 20 7% Classe 2

-470.615 3

-228.791,00

Crostoso Verde Muito rugosa 123 cm 40 13% Classe 3

-4.706.154 4

-2.287.909,00

--- --- Muito rugosa 113 cm 0 0% Classe 1

-4.706.147 5

-2.287.907,00

Folhoso Verde Rugosa 132 cm 86 34% Classe 4

-470.614 6

-2.287.903,00

Crostoso Verde/ Branco Rugosa 191 cm 96 38% Classe 4

-4.706.137 7

-2.287.899,00

Folhoso Verde/ Acinzentado Muito rugosa 156 cm 62 21% Classe 3 -4.706.141

8 -2.287.894,00 Crostoso Verde Rugosa 114 cm 19 8% Classe 2

-4.706.138

(10)

-4.706.129 10

-2.287.899,00

Crostoso Verde Rugosa 80 cm 15 6% Classe 1

-470.613 11

-2.287.897,00

Crostoso Verde Rugosa 140 cm 12 5% Classe 1

-4.706.128 12

-2.287.896,00

Crostoso Verde/ Acinzentado Pouco áspera 160 cm 96 87% Classe 5 -4.706.112

13

-2.287.884,00

Crostoso Verde Rugosidade média 63 cm 2 1% Classe 1

-4.706.114 14

-2.287.891,00

--- --- Pouco áspera 71 cm 0 0% Classe 1

-4.706.113 15

-2.287.891,00

Crostoso Verde Muito rugosa 76 cm 4 1% Classe 1

-4.706.111 16

-2.287.874,00 Folhoso associado a Cianobactéria

Verde/ Branco Rugosidade média 198 cm 27 17% Classe 3 -4.706.084

17

-2.287.877,00

Folhoso Verde Rugosa 156 cm 20 8% Classe 2

-4.706.081 18

-2.287.869,00

Crostoso Branco Rugosa 136 cm 10 4% Classe 1

-4.706.077 19

-2.287.875,00

Crostoso Verde/ Acinzentado Muito rugosa 220 cm 13 4% Classe 1 -4.706.072

20

-2.287.864,00

Crostoso Verde Muito rugosa 153 cm 30 10% Classe 2

-4.706.054

O Gráfico 2 revela as classes obtidas na Avenida Dr. Heitor Penteado conforme o modo de classificação da Tabela 1. Resultando em uma média de 12,65 %, a zona se enquadra como “zona de poluição alta ou contestada interna”, ou seja, se encontra na classe II.

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Comparações

Apesar de compreender uma extensa área verde tomada por árvores de diversas espécies, inclusive, frutíferas, e dois pequenos “lagos” contendo peixes e plantas aquáticas, a Avenida José de Souza Campos contém um córrego que divide as praças ao meio que apresenta-se poluído, exalando um forte odor, e contém sujidades por atividades humanas. Além desapresenta-ses fatores, o intenso fluxo de carros também é um grande influenciador sobre os fungos liquenizados.

Conforme exibido na Figura 5, as árvores que situam-se externamente, ou seja, em contato maior com os agentes poluentes do ar, apresentam classes que demonstram comprometimento das comunidades liquênicas.

Figura 5: Pontos plotados em cada árvore das praçasPraça Augusto Cesar e Ralph Stettinger (Fonte própria)

No entanto, a classificação do Taquaral se sobressaiu negativamente em comparação a da Avenida Norte-Sul. Conforme a Figura 6, nota-se, que a área de levantamento está entre as duas vias que dão os sentidos à avenida, dessa maneira a poluição advinda da emissão de CO2 dos carros e das atividades humanas afeta com mais intensidade a região comprometendo o ar e os líquens.

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Os dados apresentados mostram um fator que modificou totalmente as expectativas do grupo para a pesquisa; a região que possui um maior trânsito de carros teria, supostamente, um alto nível de classificação de poluição, ou seja, a Avenida José de Souza Campos seria uma zona considerada de classe I ou II (alta poluição), porém os resultados mostram que o “deserto de líquens” se encontra na Avenida Dr. Heitor Penteado.

Um fator que possivelmente determinou o resultado inesperado foi o local de coleta, pois ambas as praças da Avenida Norte-Sul (Augusto Cesar e Ralph Stettinger) contam com uma vasta extensão de área verde e também muitas árvores localizadas mais adentro da praça. Outro possível fator para determinação negativa da cobertura de líquens no bairro Taquaral, está ligado a velocidade do vento e a possível localização de indústrias/fábricas próximas.

4. CONCLUSÕES

Há certa predominância da classe I a III em ambas as áreas estudadas, e desse modo, pode-se concluir que, mesmo uma área saindo-se melhor que a outra quanto a classificação, ambas mostram indícios de que o ar atmosférico contém poluição e que essa, oriunda de veículos e principalmente atividades antropogênicas, afetam as comunidades liquênicas.

É válido dizer que o parecia ser uma contradição veio salientar o fato de que a quanto maior a preservação vegetativa melhor a qualidade do ar e que quanto mais afastada as áreas verdes se encontrarem do contato direito com a poluição, mais preservada ela se encontrará, pois é fato que sem ela nada do que existe sobrevive.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BRASIL. Revisão da Resolução CONAMA nº 03/1990 – Padrões de Qualidade do Ar, de 24 e 25 de maio de 2017. Ministério Do Meio Ambiente - Conselho Nacional Do Meio Ambiente,

2017. Disponível em:

<http://www2.mma.gov.br/port/conama/processos/C1CB3034/PropResol_QualidadeAr_23C TQAGR_COM%20EMENDAS.pdf> (Acesso em: 24 de mai. de 2019)

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CETESB, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Padrões de qualidade do ar. São Paulo, 2019. Disponível em: <https://cetesb.sp.gov.br/ar/padroes-de-qualidade-do-ar/> (Acesso em: 24 de mai. de 2019)

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades e Estados – Campinas. 2018. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/sp/campinas.html?> (Acesso em: 22 de mai. de 2019)

MOURA, James M.; FERNANDES, Alan T.; DA SILVA, Jordânia C. Utilização de Líquens como Bioindicadores de Poluição Atmosférica na Cidade de Cuiabá – MT. III Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental em Goiânia - IBEAS. Goiânia, 2012. Disponível em: <https://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2012/VI-016.pdf> (Acesso em: 26 de mai. de 2019)

SANTOS, Wagner Paulo dos. Memória: Norte-Sul, a nossa "Avenida Paulista". EMDEC – Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas. Disponível em: <http://www.emdec.com.br/eficiente/sites/portalemdec/ptbr/site.php?secao=noticiasturismo& pub=4697> (Acesso em: 22 de mai. de 2019)

SÃO PAULO. Decreto Nº 59.113, de 23 de abril de 2013. Assembleia Legislativa do Estado

de São Paulo, 2013. Disponível em:

<https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2013/decreto-59113-23.04.2013.html> (Acesso em: 24 de mai. de 2019)

SPIELMANN, Adriano A.; MARCELLI, Marcelo P. Fungos Liquenizados (Líquens). Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente – Programa de Capacitação de Monitores e Educadores, Instituto de Botânica – IBt, São Paulo, 2006.

Disponível em: <

http://www.biodiversidade.pgibt.ibot.sp.gov.br/Web/pdf/Fungos_Liquenizados_Spielmann_& _Marcelli.pdf> (Acesso em: 01 de jun. de 2019)

TROPPMAIR, Helmut. Metodologias simples para pesquisar o meio ambiente. Rio Claro: Graff Set, 1988.

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Referências

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