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A formação de fungos: refletindo a partir de uma atividade experimental

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Academic year: 2021

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Revista do Centro de Ciências Naturais e Exatas - UFSM IISSN on-line: 2179-4588

A formação de fungos: refletindo a partir de uma atividade experimental

Guilherme Lenz, Marisa Both e Fabiane de Andrade Leite gui599@hotmail.com; marisaboth@hotmail.com; fabiane.leite@uffs.edu.br

Resumo

O presente trabalho traz um relato de experiência realizado a partir de uma aula desenvolvida com alunos do 7º ano da Escola Estadual de Educação Básica Eugênio Frantz no município de Cerro Largo-RS. A aula tinha como objetivos proporcionar aos alunos uma aprendizagem a respeito da formação de fungos, de forma especial, verificar a influência da luz neste processo, bem como motivar os alunos

no desenvolvimento de uma maior autonomia com relação ao seu processo de ensino e aprendizagem. Para tanto, foi proposto aos alunos à realização de uma atividade experimental em casa, tendo em vista a necessidade de manter o ambiente em observação por um tempo maior. A aula foi organizada em vários momentos, tendo início com a parte explicativa em sala de aula e na sequência a realização de um relatório pelos alunos A metodologia utilizada no decorrer do trabalho possibilita-nos afirmar que o uso da experimentação é muito importante para

o processo de ensino e aprendizado nas aulas de Ciências, independente que seja realizado no coletivo em sala de aula ou de forma individual e autônoma, o que torna o experimento mais motivador e prazeroso.

(2)

1.

Contexto do relato

A realização de uma aula de Ciências requer do professor alguns cuidados, entre eles destacamos a organização de uma metodologia que desperte no aluno uma motivação em aprender sobre os fenômenos científicos. Dessa forma, reconhecemos que a sala de aula possibilita aos sujeitos envolvidos uma reflexão e construção do conhecimento, é ela um dos locais onde a formação do sujeito é mais evidente, é nela que ele traz suas concepções de vida, e para isso o professor deve estar preparado para sanar qualquer tipo de duvidas (Moraes, 2012).

Para que a realização de uma aula possibilite um bom aproveitamento dos alunos, vários fatores devem ser levados em conta, por exemplo, o nível de participação. A aula em que o aluno participa ativamente de seu desenvolvimento, questionando e interagindo com o professor, possibilita resultados positivos para ambos. Na disciplina de Ciências um bom método para desenvolver a capacidade de interação dos alunos é através da experimentação, que torna as aulas interessantes e reflexivas, o que favorece para o processo de ensino-aprendizagem. Entretanto, é importante que o professor não utilize a experimentação para complementar a teoria, e sim que teoria e prática sejam complementadoras uma da outra.

Para Güllich (2013, p.97) a experimentação se caracteriza como um “modelo de ensino, conduta ou metodologia de aula em Ciências que tem sido utilizada nos discursos como pretensa forma de melhoria na qualidade de ensino e formativa.”.

Nessa perspectiva o Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Cerro Largo, participa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID/Ciências), que tem como objetivo inserir licenciandos em escolas da rede pública de ensino do município de Cerro Largo-RS. Entre as atividades desenvolvidas pelos licenciandos participantes do programa, está a de auxiliar professores no desenvolvimento de aulas experimentais.

Esse relato descreve uma aula experimental realizada com alunos do 7º ano da Escola Estadual de Educação Básica Eugênio Frantz, localizada no município de Cerro Largo-RS. A aula foi planejada e realizada em conjunto entre o bolsista e a professora da escola.

2.

Detalhamento das atividades

A aula planejada teve o uso de várias metodologias, como vídeos, leitura de textos e produção de um relatório, além da atividade desenvolvida em casa pelos alunos, o que possibilitou uma maior dinâmica de aprendizagens.

Inicialmente em sala de aula, os alunos responderam algumas questões de forma oral sobre a formação de fungos, afim de que pudéssemos verificar o conhecimento prévio sobre o assunto. Na sequência, foi feita a leitura de textos sobre fungos retirados do livro didático usado pela professora, o que possibilitou um diálogo entre alunos da turma, aluno licenciando e professora de escola.

Para complementar o trabalho, foi possibilitado que eles assistissem a vídeos sobre a formação de fungos e, ao final da aula, foram orientados a fazer uma atividade em casa. Essa atividade tinha como objetivo fazer com que os alunos verificassem o desenvolvimento de fungos em ambiente claro e escuro, bem como oportunizar o desenvolvimento de uma maior autonomia para o processo de observação e levantamento de hipóteses. Nesse momento coube a professora explicar o passo a passo, sendo que para a realização do

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procedimento deveriam utilizar os seguintes materiais: duas fatias de pão, uma fita adesiva, um prato, um saco plástico transparente e água.

Os alunos foram orientados a colocar cada uma das fatias de pão em um prato. Uma das fatias deveria ser molhada e colocada dentro do saco plástico lacrado com fita adesiva, posteriormente deixada em um lugar escuro, a outra fatia deveria ser mantida seca em um prato em um lugar com a presença de luz.

Em casa, após a realização dos procedimentos descritos em aula pela professora, ficou sob a responsabilidade de cada aluno realizar as observações. De forma organizada a professora estabeleceu períodos que deveriam ter registros da observação realizada, sendo as seguintes: dois dias depois do início, uma semana depois e duas semanas depois do início.

Ao final do período cada aluno realizou um relatório com orientação da professora. Nele continham os objetivos, os procedimentos da experimentação, o relato das observações, os resultados alcançados e as fotos tiradas no primeiro dia e no último dia de observação.

3.

Análise e discussão do relato

Participar das aulas de Ciências na escola, durante as atividades de iniciação à docência, são momentos que demonstram o quanto não devemos deixar de oportunizar aos alunos atividades com diferentes metodologias das que são realizadas corriqueiramente, isso permite aos alunos compreenderem melhor os conteúdos trabalhados. Ressaltamos também, que uma excelente aula começa com um bom planejamento e a utilização de várias estratégias de ensino o que resulta em uma maior significação do conhecimento por parte dos alunos, essa ideia vai de encontro com o que afirmam Schnetzler e Aragão(2000, p.134):

as atividades práticas podem assumir uma importância fundamental na promoção de aprendizagens significativas em ciências e, por isso, consideramos importante valorizar propostas alternativas de ensino que demonstrem essa potencialidade da experimentação

Na aula descrita começamos com questionamentos referentes aos fungos o que proporcionou muitas reflexões e novos questionamentos, favorecemos a construção de um diálogo positivo entre os envolvidos. Essa forma de ensino-aprendizagem nos remete ao processo do educar pela pesquisa descrito por Moraes, 2012, em diversas leituras o autor afirma a importância em desenvolver uma aula através da pesquisa, pois promove uma aula dialogada em que todos os sujeitos se envolvem mais ativamente.

O relatório feito pelos alunos a partir do experimento realizado, foi uma forma de possibilitar aos alunos um contato com os passos da pesquisa científica. Tendo em vista que não houve a utilização de uma linha ou metodologia de escrita nos trabalhos, os alunos tiveram que reelaborá-los. Para tanto, receberam instruções para que, na reescrita, observassem as formas corretas de fazer a capa, os objetivos, com os quais eles desenvolveram a atividade e as justificativas. Ao final, foi possível perceber o quanto eles ficaram impressionados como haviam ficado os seus relatórios, nos quais puderam colocar inclusive imagens do que haviam feito, conforme a demonstração:

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Figura 01: imagem retirada do relatório de um aluno na qual é retratada as fotos de como estava o pão no início e ao final da atividade.

Depois de concluída a construção do relatório, fomos para o momento de avaliação e análise. Percebemos então, que os objetivos das atividades foram atingidos e as dúvidas que os alunos apresentavam antes da aula foram sanadas, através de diálogos e pelas próprias observações realizadas por eles em casa, o que pode ser observado através da escrita de uma aluna:

“[...] duas semanas depois o pão estava completamente verde, isso se chama fungos, fiquei impressionada porque todo aquele pão branco, ele ficou verde.”

Ao final do trabalho, a professora demonstrou o quanto a aula poderia ser melhorada, e decidiu disponibilizar a elaboração de um texto coletivo sobre fungos. Nesse momento compartilhamos uma discussão tendo como ponto central a reflexão sobre a prática, onde a professora evidenciou o quanto esse trabalho coletivo permite com que ela possa repensar suas ações, analisando o desenvolvimento da aula com o objetivo de encontrar pontos que podem ser melhorados.

4.

Considerações finais

A realização de uma aula experimental se contrapõe a uma aula tradicional, a qual se caracteriza apenas com transmissão de conteúdo, onde o professor não possibilita que os alunos desenvolvam suas capacidades de questionar, dialogar e desenvolver novos pensamentos o que é imprescindível nas aulas de Ciências. A atividade prática instiga, faz o aluno refletir, permite o diálogo, é prazerosa e torna o conteúdo mais significativo, favorecendo a construção do conhecimento e a aprendizagem. A aula experimental não se justifica em comprovar as teorias, ela deve fazer com que teoria e a prática andem juntas se inter-ligando o tempo todo.

Dessa forma, o programa PIBIDCiências tem a intenção de qualificar as aulas de ciências do ensino fundamental, possibilitando uma melhora na aprendizagem por parte dos alunos, bem como a iniciação a docência dos licenciandos tem contribuído para as atividades dos professores, pois possibilitam que estes saiam do estado de isolamento que se encontram no período da docência na Educação Básica. O contato com o futuro

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professor, através do, planejamento de aulas e na sua aplicação permite ao professor uma maior reflexão nas ações realizadas em sala de aula, isso em um contexto anterior era um pouco difícil pela falta de tempo do profissional docente.

No contexto descrito, é importante ressaltar o papel motivador da experimentação, a qual tem, em uma de suas funções como recurso didático em sala de aula, mediar o processo de ensino e aprendizagem. Para tanto, a experimentação como estratégia de ensino deve ser problematizadora e permitir a reflexão crítica de professores e alunos, o que foi alcançado no decorrer deste trabalho.

Referências

GÜLLICH, Roque Ismael da Costa. Investigação-Formação-Ação em Ciências: um caminho para reconstruir a relação entre livro didático, o professor e o ensino. 1.ed. Curitiba: Prismas, 2013. pg. 97.

MORAES, Roque; LIMA, Valderez Marina do Rosári (Orgs.). Pesquisa em sala de Aula: tendências para a educação em novos tempos. 3.ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2012.

SCHNETZLER, R. P. e ARAGÃO, R. M. R. Ensino de Ciências: Fundamentos e Abordagens. São Paulo:

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