M
ETODOLOGIAS
A
TIVAS
Estudo Dirigido
Es tr at égia s de e nsin o e ap re nd iz ag em
Aprendizagem baseada em problemas Aprendizagem baseada na reflexão sobre a
experiência
Aprendizagem baseada em projeto
Ensino com pesquisa Caso para ensino
Mapas conceituais
Jogos pedagógicos
Aprendizagem baseada em times
E tantas outras estratégias que os professores da ESPM irão desenvolver, testar e replicar.
METODOLOGIAS
ATIVAS
o que todas elas
têm
1.
São metodologias de ensino comprometidas em ampliar as condições que favorecem a aprendizagem do Estudante2.
Mobilizam estratégias orientadas pela e para a aprendizagem significativa*3.
Reconhecem o Estudante como Sujeito do processo de aprendizagem porque a referida aprendizagem depende desua mobilização para os estudos
4.
Utilizam a problematização** como estratégia de ensino-aprendizagem5.Disponibilidade e acesso a materiais de suporte à pesquisa documental e bibliográfica (bases de dados e sites,
particularmente)
O QUE ELAS TÊM EM COMUM?
*Processo por meio do qual uma nova informação relaciona-se de maneira substantiva a um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do Estudante (conceito subsunçor)
**Problematizar enfatiza a práxis na qual o Sujeito busca soluções para a
realidade em que vive e se torna capaz de transformá-la pela sua própria ação, ao mesmo tempo em
A
APRENDIZAGEM
SIGNIFICATIVA
ocorre quando
uma nova
informação é
relacionada a um
aspecto relevante,
já existente
na estrutura
cognitiva do
Aprendiz.
A APRENDIZAGEM MECÂNICA
ocorre quando a nova
informação não se relaciona
a conceitos já existentes na
estrutura cognitiva do
Reestruturar o PPP Conceber um currículo integrado Redesenhar o Plano de Ensino e Aprendizagem Promover ações de formação docente Readequar a infraestrutura: ampliar os espaços de aprendizagem Envolver o Estudante com
as metodologias ativas Adequar as rotinas administrativas Ações institucionais associadas à exploração de metodologias ativas
Formar profissionais como sujeitos sociais Desenvolver competências éticas, políticas e técnicas Potencializar a compreensão e o uso do conhecimento, do raciocínio crítico e analítico, associado à responsabilidade e sensibilidade para as questões da vida e da sociedade. Capacitar o Estudante para intervir em contextos de incertezas e complexidades
1a. A Investir em um processo de formação e
auto formação.
1b.Trocar ideias com colegas que exploram
metodologias ativas
2a. Estudar e experimentar estratégias de ensino e aprendizagem orientadas pelas metodologias ativas.
2b.Aprender com o processo e os resultados
3. Planejar com detalhes todos os passos
4a. Apresentar justificadamente o Programa aos Estudantes
4b.Retomar esse ponto todas as vezes que julgar
importante 5. Co-responsabilizar o Estudante no processo de ensino e aprendizagem 6a. Comprometer-se com a aprendizagem do Estudante. 6b.Investir em relações construtivas com a turma
7. Apoiar o Estudante na realização do trabalho requerido pelas estratégias
de ensino e aprendizagem orientadas pelas metodologias ativas
8. Fazer uso de tecnologias que auxiliem o processo de
aprendizagem dos Estudantes 9a. Avaliar a aprendizagem por processo 9b.Oferecer feedback regularmente
Estudo Dirigido
1.
O que é o Estudo Dirigido
2.
Benefícios para a Aprendizagem
3.
Tipos de atividades
4. As etapas do Estudo Dirigido
5. Como elaborar um Estudo Dirigido
O QUE É UM BOM LEITOR?
A leitura eficaz de um texto é um exercício para a leitura do mundo e de nós mesmos.
O leitor, assim, abre-se sem reservas para a totalidade do ser, para a totalidade da sua própria existência.
Três qualidades do leitor criativo (raramente coincidem): • talento crítico e literário,
• professor incomparável, • e rigor acadêmico
O QUE É UM BOM LEITOR?
“A percepção do que deve significar a leitura para o jovem precisa ocupar maior espaço nas reflexões escolares. Professores precisam se constituir leitores competentes a fim de que possam influenciar positivamente os discentes na sua inserção no mundo da escrita. Precisam ver nesta atividade uma chave imprescindível para o exercício da cidadania. No entanto, só um leitor experiente pode perceber a diferença entre uma leitura de pura distração, e entretenimento, de uma leitura transformadora, inquietante, que abala as certezas do sujeito, colocando em xeque seus valores individuais e os valores da sociedade” (Perissé e Matos, 2011, p. 1).
O QUE É O ESTUDO DIRIGIDO?
Com o acompanhamento do Professor, os estudantes realizam atividades intelectuais orientadas para a
promoção da aprendizagem de conteúdos e para o
exercício de técnicas de estudo que colaboram para o
desenvolvimento de múltiplas habilidades (identificar,
selecionar, comparar, experimentar, analisar, concluir, solucionar problemas, por exemplo), sempre respeitando o estilo e o ritmo de aprendizagem dos estudantes.
O estudo dirigido fornece “balizamento didático” para o Estudante efetivar a sua aprendizagem, ao mesmo tempo em que dispõe de técnicas e colabora para a formação de consciência acerca de como estudar.
O estudo dirigido é realizado com o suporte de roteiros previamente traçados pelo
Professor. Parte-se da leitura de um ou mais textos escolhidos pelo Docente, sobre os
quais os Estudantes, seja individualmente ou em grupo, irão trabalhar de forma ativa na interpretação e análise do conteúdo (Nérici , 1992).
OS BENEFÍCIOS PARA A APRENDIZAGEM
O Estudo Dirigido apresenta duas funções principais (Libâneo, 1994):
a) A consolidação dos conhecimentos por meio de uma combinação da explicação do professor com a realização de exercícios;
b) A busca de solução de problemas por meio de questões que os estudantes possam resolver
criativamente e de forma independente.
Quando bem planejado, o Estudo Dirigido permite (Libâneo, 1994):
Desenvolver habilidades e hábitos de trabalho de forma independente e criativa
Sistematizar e consolidar conhecimentos, habilidades e hábitos
Possibilitar a cada estudante, individualmente, resolver problemas, vencer dificuldades e desenvolver métodos próprios de aprendizagem
Quando bem planejado, o Estudo Dirigido contribui para (Libâneo, 1994):
Desenvolver habilidades e hábitos de trabalho de forma independente e criativa
Sistematizar e consolidar conhecimentos, habilidades e hábitos
Possibilitar o Estudante resolver problemas, ultrapassar dificuldades e desenvolver métodos próprios de aprendizagem
Possibilitar o Estudante desenvolver a capacidade de trabalhar, de forma livre e criativa, com os conhecimentos adquiridos, aplicando-os a situações novas, referentes a problemas cotidianos da sua vivência e a problemas mais amplos da vida social
Possibilitar ao professor a observação de cada estudante em suas dificuldades e progressos, bem como a verificação da eficácia do seu próprio trabalho na condução do ensino.
O importante no estudo dirigido é que o Estudante tenha oportunidade de
aprender a estudar de forma
independente. Realizando o seu próprio percurso de estudo. Desenvolvendo habilidades que envolvem leitura, problematização, associação de ideia, reflexão, crítica, elaboração de sínteses, realização de exercícios de avaliação, formulação de conclusões etc.
TIPOS DE ATIVIDADES
Dentre as principais atividades que podem ser realizadas no contexto de um Estudo Dirigido, destacam-se:
a) Pesquisas bibliográficas – O Professor orienta na seleção textos, eventualmente de
materiais auxiliares, fazendo observações e intervenções oportunas na medida em que os Estudantes evoluam no trabalho.
b) Compreensão e avaliação dos assuntos trabalhados
-O Professor orienta os Estudantes quanto à melhor forma de estudar: como ler? reconhecer a ideia principal? situar a base teórica explorada? identificar os argumentos utilizados pelo autor? elaborar esquemas? desenvolver resumos? Etc.
c) Tentativa de solução de uma situação - trabalho com
situações-problema junto aos grupos de estudantes a fim de que busquem soluções para as questões propostas.
AS ETAPAS DO ESTUDO DIRIGIDO
Há 3 etapas comuns à atividade científica e que comumente compõem o Estudo Dirigido:
Síncrese
Solicita-se uma visão global (sincrética) do texto, mediante esquemas simples, antecipadamente divulgados pelo Professor (tema-título, problema discutido, objetivos justificadores, literatura de suporte, conceitos chave, resultados etc.
Análise
O Professor formula questões claras e simples para serem respondidas, seja com base no texto, seja interpretando a ideia ou a intenção do autor, associando ideias, exercitando o raciocínio e a imaginação e desenvolvendo a criatividade.
Síntese
Como base no que o Estudante leu e assimilou, o Professor propõe problemas práticos a serem resolvidos. Além disso, solicita a formulação de conclusões, requerendo complementações da pesquisa, quando for possível.
Nérici (1992) sugere que o tempo de uma atividade utilizando o Estudo Dirigido seja dividido da seguinte maneira (tomando um exemplo de aula de 100 minutos):
Etapa Duração
Acomodação, chamada e motivação 5 minutos
Preparação do estudo 5 minutos
Estudo dirigido 50 minutos
Apresentação e discussão do trabalho 35 minutos
Apreciação do professor 5 minutos
Nesta sugestão de distribuição, o Professor pode adaptar o tempo de acordo com o número e o perfil dos estudantes, recursos didáticos e tempo disponível para a aula, sem desconsiderar o tempo que precisa para oferecer feedback.
COMO PLANEJAR UM ESTUDO DIRIGIDO?
Bornenave e Pereira (2005) sugerem uma lista de perguntas que podem auxiliar o professor :
1. Objetivos:
• Quais são as habilidades intelectuais que a estratégia de ensino e aprendizagem irá colaborar para desenvolver?
• Quais são os conteúdos / conceitos que serão mobilizados com o suporte da estratégia de ensino e aprendizagem?
2. Seleção de texto:
• O conteúdo do texto aprofunda / detalha o tema previsto no módulo?
• Quais conteúdos estão relacionados com a unidade de ensino e aprendizagem? e com o que os estudantes precisam?
• A linguagem utilizada pelo autor é adequada ao leitor (o grupo de estudantes)?
• O tema, a abordagem e a linguagem contribuem para despertar o interesse dos leitores (os estudantes)?
• Como irei explorar o texto escolhido junto com os estudantes?
3. Análise do texto:
• quais são os termos novos?
• quais conhecimentos novos o autor traz de forma clara?
• quais conhecimentos novos o autor traz e exigem explicação? • quais são as possibilidades de os Estudantes fazerem
associações?
• quais são as possibilidades de os estudantes estabelecer relações e raciocinar?
• qual é a extensão do texto?
• qual é a necessidade de fazer adaptação, condensação ou estruturação?
BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino-aprendizagem. 26 ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
4. Elaboração das questões:
a) Orientar a leitura quanto a terminologia, fatos, conceitos, classificação, análise, crítica b) Orientar a assimilação dos conhecimentos e o desenvolvimento de habilidades, mediante
a formulação de perguntas que exijam:
- respostas que exijam elaboração mental, classificação, formulação de esquema, relação entre fatos etc.
- explicação dos termos - sínteses
- elaboração de conceitos próprios, extrapolação - interpretação de símbolos, legenda, gráficos - crítica ou avaliação
- associação de conhecimentos adquiridos anteriormente requerendo o uso de habilidades intelectuais.
Podem ser usadas questões abertas, ordens diretas, perguntas de múltipla escolha, perguntas do tipo verdadeiro-falso, técnica de lacunas.
Para que o Estudo Dirigido cumpra sua função didática, são necessários alguns pré-requisitos relacionados ao Professor e ao Estudante (Libâneo, 1994):
Relativas ao Professor:
Escolher tarefas claras, compreensíveis e adequadas aos conhecimentos e capacidades do Estudante;
Assegurar condições do ambiente que favoreçam a realização das atividades envolvidas
Acompanhar de perto e às vezes individualmente as atividades realizadas pelos estudantes;
Aproveitar o resultado das atividades para compartilhar com os demais Estudantes da turma.
Relativas aos Estudantes:
Saber o que e como desenvolver as atividades requeridas
Dominar as técnicas do trabalho (saber buscar, utilizando-se de recursos variados, ler, resumir, expor os resultados etc.)
Desenvolver atitudes de ajuda mútua, pedindo e recebendo auxílio não somente do professor, mas também dos colegas.
Sugere-se uma ficha de apreciação a ser utilizada pelo Professor para avaliar a utilização do estudo dirigido. Trata-se de balizadores para o planejamento e execução da atividade (Nérici , 1992):
Planejamento
• O plano de trabalho é adequado ao tempo disponível? • O plano de trabalho é adequado ao nível da classe? • O plano de trabalho proposto é claro e compreensível? • O plano apresenta sequência e organicidade?
Execução
• A motivação foi eficiente e adequada?
• O material disponível foi suficiente para o trabalho? • O comportamento dos educandos quanto ao estudo e à
disciplina foi satisfatório?
• O professor prestou adequada assistência a todos os educandos?
Avaliação
• A avaliação do trabalho realizado foi adequada?
• Terá havido aproveitamento para todos os educandos nos estudos efetuados?
No planejamento e seleção dos instrumentos de avaliação da aprendizagem, levar em conta que:
1. A avaliação da aprendizagem é um processo, consequentemente, tem um caráter continuado, cumulativo e sistêmico, e não episódico;
2. É um processo orientado pela reunião de evidências;
3. Integra o processo que envolve ensino e aprendizagem;
4. Utiliza os objetivos justificadores da disciplina como âncora.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM:
Para que uma avaliação contribua para o ensino e a aprendizagem, o Professor deve levar em conta alguns critérios (CROOKS, 1988; ARAUJO & RODRIGUES JUNIOR., 1990):
1. A avaliação deve refletir os objetivos justificadores da disciplina (validade)
2. ... deve produzir resultados análogos quando procedida por diferentes avaliadores (objetividade)
3. ... deve ser compatível com o trabalho realizado no período (praticidade)
4. ... deve incluir procedimentos adequados a Estudantes com diferentes estilos de aprender (flexibilidade)
5. No contexto das metodologias ativas deve incluir a autoavaliação e a avaliação por pares
6. Os objetivos da avaliação, os instrumentos de avaliação, os critérios de correção e o calendário das atividades de avaliação devem ser divulgados (por escrito) e conhecidos por todos (legitimidade)
Também é preciso ter em mente as 3 finalidades a que as avaliações de aprendizagem se destinam: diagnóstica, formativa e somativa (Bloom et al, 1971).
Diagnóstica
1. Evidencia as experiências pessoais e profissionais do estudante; 2. Evidencia o repertório e a capacidade de raciocínio do estudante; 3. Evidencia o campo semântico do vocabulário do estudante; 4. Mapeia o domínio de conteúdos reconhecidos como “pré-requisitos da disciplina”; 5. Ajuda na elaboração do plano de ensino e aprendizagem.
Formativa
1. Identifica problemas de aprendizagem; 2. Minora deficiências anteriores; 3. Aperfeiçoa as práticas didáticas; 4. Evidencia avanços em relação aos objetivos educacionais; 5. Retroalimenta o processo.
Somativa
1.Evidencia os resultados alcançados pelo estudante tendo como referência os objetivos educacionais estabelecidos no Plano de Ensino e Aprendizagem; 2. Valida decisões relativas à decisão de aprovar ou reter os estudantes.
BLOOM, B. S., HASTINGS, J. T., & MADAUS, G. F. (1971). Handbook on formative and summative evaluation of student learning. New York: McGaw-Hill.
No âmbito do Estudo Dirigido, o acompanhamento pode se dar a) Pela produção do Estudante
b) Durante o processo de execução das atividades propostas
c) No tipo de formulação de questões direcionadas aos Professor d) Nas revisões do que é solicitado.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM:
Importante: Os critérios de valorização devem ser estabelecidos antecipadamente (pode-se utilizar uma rubrica com cada critério e pontuação), e como são critérios construídos, podem ser reformulados no processo.
REFERÊNCIAS DE SUPORTE:
BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino-aprendizagem. 26 ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
LIBÂNEO J.C. Didática. 2ª ed. São Paulo: Cortez; 1994.
NERICI, I.G.Didática geral dinâmica. 11 ed. São Paulo: Atlas, 1992.
NOVAK, J.D. e GOWIN, D.B. Aprender a aprender. Lisboa: Plátano Edições Técnicas, 1996.
PERISSÉ, Gabriel . O leitor criativo: a busca da leitura eficaz. 3. ed. São Paulo: ômega Editora, 2004. 126 p.
PERISSÉ, Gabriel & MATOS, Nailton S. Leitura e professores: uma relação em crise. International Studies on Law and Education, p. 49-54, jan./abr. 2011.
RODRIGUES JUNIOR, J. F. Avaliação do estudante universitário, Brasília: SENAC, 2009, p. 33.