M arcos Vinicius N eder
A evolução da doutrina e o contexto na administração tributária federal
Administra
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ão Tribut
ão Tribut
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Evolução da arrecadação tributária – a preços
correntes
Marcos Vinicius Neder UNIDADE: R$ MILHÕES ARRECADAÇÃO VAR. % 1995 113.977 1996 132.834 1997 152.440 1998 165.440 1999 191.918 2000 220.815 2001 251.532 2002 302.390 2003 337.653 2004 396.710 2005 457.297 2006 502.989 2007 585.175 2008 660.201 2009 671.614 341,00 ANOS RECEITA ADMINISTRADA PEL A RFBEvolução da arrecadação tributária pelo
IPCA
Marcos Vinicius Neder
UNIDADE: R $ MILH Õ ES
VAR. % S/ ANO ANTERIOR ACUM. S/ ANO ANTERIOR 1995 208.870 1996 203.593 (2,53) (2,53) 1997 223.041 9,55 6,78 1998 238.742 7,04 14,30 1999 274.900 15,15 31,61 2000 298.909 8,73 43,11 2001 317.721 6,29 52,11 2002 360.069 13,33 72,39 2003 348.196 (3,30) 66,70 2004 384.451 10,41 84,06 2005 415.602 8,10 98,98 2006 432.280 4,01 106,96 2007 486.235 12,48 132,79 173.298 11,43 2008 512.093 5,32 145,17 192.355 11,00 2009 478.943 (6,47) 129,30 204.040 6,07 FAZENDÁRIA [A] ANOS PREVIDENCIÁRIA [B] ARRECADAÇÃO RECEITA ADMINISTRADA PELA RFB VAR. % ARRECADAÇÃO
Evolução da arrecadação tributária
IPCA
Marcos Vinicius Neder A PREÇOS DE DEZEMBRO/09 IPCA RECEITA ADMINISTRADA PELA RFB FAZENDÁRIA [A] ARRECADAÇÃO UNIDADE: R$ BILHÕES 208,9 203,6 223,0 238,7 274,9 298,9 317,7 360,1 348,2 384,5 415,6 432,3 486,2 512,1 478,9 0 100 200 300 400 500 600 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Anos a rr ec ad a ç ã oArrecadação Federal
50,8% 27,3% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% Vari ação Percentual da Arrecadação (2006 2009) Fazendária (ExSRF) Previdenciária (ExSRP)Arrecadação Federal
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%Partic ipaç ão da Rec eita Prev idenciária
Receita Fazendária Receita Previdenciária
Receita Fazendária 74% 74% 73% 70% 71% Receita Previdenciária 26% 26% 27% 30% 29%
Evolução da arrecadação
Marcos Vinicius Neder
Pontos positivos:
Estabilização econômica
Fim do déficit publico
Pontos fortes do modelo da RFB nas últimas
duas décadas
Marcos Vinicius Neder1. Uso intensivo de tecnologia
2. Constituição do crédito tributário via
declaração entregue pelo contribuinte
3. Simplificação e tributação sobre receita
Modelo adotado pela Administração Tributária
Brasileira
• I Tecnologia
– Declarações entregues pela internet – Grande bancos de dados (Cadastros, Declarações de informação, SPED, Nota Fiscal Eletrônica) – Sistema de seleção de contribuintes (SIGA DW) – Auditoria digital (Safira, ContÁgil) – Metas e procedimentos com controles digitais (ação fiscal, SIEF) – Processos digitais (Eprocesso)Modelo de Administração Tributária Brasileira
II A constituição do crédito pelo contribuinte
– DCTF e Dcomp constituem o crédito tributário – Contribuinte apura, calcula, declara e paga – Se não paga, débito encaminhado para cobrança PAGAMENTO DECLARA APURA A TRIBUTO COBRANÇA EXECUÇÃO FISCALModelo adotado pela Administração Tributária
Brasileira
III – Simplificação e ênfase na tributação
sobre a Receita do contribuinte
Doutrina sobre Tributação de países em
desenvolvimento
Richard Bird
– Países em desenvolvimento devem evitar tributos difíceis, complexos e politicamente controversos Difíceis Complexos Politicamente controversos Imposto de rendaDoutrina sobre Tributação de países em
desenvolvimento
Vito Tanzi
IR na lei (norma geral e abstrata) __________________________ __________________________ } } progressivo progressivo }} dd á á efetividade ao princefetividade ao princ íí pio da pio da
capacidade contributiva
capacidade contributiva
}
} instrumento de distribuiinstrumento de distribui çç ão de renda ão de renda
IR – ex post (norma individual e concreta) ___________________________ ___________________________ Ø Ø regressivo regressivo Ø
Ø difdif íí cil de controlar as deducil de controlar as dedu çç ões ões Ø
Ønão alcannão alcan çç a rendas mais altas a rendas mais altas Ø
36,3 37,0 36,7 40,7 34,5 41,1 50,3 42,3 30 35 40 45 50 55 % IR 36,7 37,8 35,0 39,7 37,0 34,7 35,2 37,7 36,5 34,2 36,3 36,9 37,2 40,0 40,7 CONTRIBUIÇÕES 34,5 35,8 39,5 36,5 41,1 44,9 45,5 46,3 48,6 51,1 50,3 49,5 48,4 42,4 42,3 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Imposto de Renda x Contribuições
Modelo Administração Tributária Brasileira
Tributação sobre Receita
– Arrecadação das Contribuições supera o Imposto de renda – Crescimento da opção pelo Lucro Presumido e ao Simples – Apenas 5% das PJ declaram pelo Lucro Real – Diminuição do número de alíquotas de IR – Crescimento da Tributação na Fonte – Tributação exclusivamente na Fonte – Substituição Tributária e MonofásicaModelo atual de fiscalização
Marcos Vinicius NederØFiscalização baseada em informação
ØAmpliase a retenção na fonte
ØCruzamento de informação
ØMovimentação financeira ØCartões de crédito ØOperações imobiliárias de compra e venda de bens ØInformação de Aluguëis ØMovimentação em bolsa de valores e mercadorias ØOperações com exteriorFiscalização Pr evidenciár ia
11.974 10.111 10.745 7.883 9.954 294 8.257 0 3.786 0 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 2006 2007 2008 2009 2010 Julho Quantidade de Autos de Infração (Contribuições Previdenciárias) Sonegação InadimplênciaFiscalização Pr evidenciár ia
11.974 32.449 10.745 59.878 9.954 153.227 8.257 151.203 3.786 101.053 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 160.000 180.000 2006 2007 2008 2009 2010 Julho Quantidade de Procediment os de Exigência de Crédit o Previdenciário Auto de Infração (Sonegação) Auto de Infração (Inadimplência) e Intimações de PagamentoFiscalização Previdenciária
R$ 9.015,70 R$ 9.992,55 R$ 9.969,22 R$ 9.437,46 R$ 6.836,08 R$ 56,48 R$ 8.110,90 R$ R$ 5.219,00 R$ R$ R$ 2.000,00 R$ 4.000,00 R$ 6.000,00 R$ 8.000,00 R$ 10.000,00 R$ 12.000,00 R$ 14.000,00 R$ 16.000,00 R$ 18.000,00 R$ 20.000,00 2006 2007 2008 2009 2010 Julho Crédito Tributário Lançado (Cont ribuições Previdenciárias) Auto de Infração Sonegação Auto de Infração InadimplênciaFiscalização Previdenciária
R$ 9.015,70 R$ 11.898,55 R$ 9.969,22 R$ 13.702,46 R$ 6.836,08 R$ 11.868,48 R$ 8.110,90 R$ 13.449,00 R$ 5.219,00 R$ 6.859,00 R$ R$ 5.000,00 R$ 10.000,00 R$ 15.000,00 R$ 20.000,00 R$ 25.000,00 2006 2007 2008 2009 2010 JulhoCon tri bu ição Previden ciária Exi gida (Son egação e In adimpl ên cia)
Procedimentos Previdenciários
Total Fiscalização Previdenciária Participação Previdenciária Quantidade de RPF 59.166 29.559 50,0% Quantidade de horas 3.294.512 1.329.790 40,4% Valor lançado 82.594.052.489,19 8.110.492.760,82 9,8% Diagnóstico Fiscalizações Encerradas em 2009
Pr ocedimentos Pr evidenciár ios
Diagnóstico dos P rocedimentos de Fiscalização P revidenciária
Valor Lançado Horas Aplicadas Processo Em milhões Participação Relativa Participação Relativa (1) Empresa R$ 5.758 71% 20% Segurados R$ 1.509 18% 75% Terceiros R$ 831 11% 5% 1. Dados obtidos por amostragem junto a AuditoresFiscais.
Resultado ao longo de dez anos
Marcos Vinicius NederØ
Aumenta a sensação de risco do infrator
Ø
95% da arrecadação é recolhimento
espontâneo
Ø
Crescimento contínuo da arrecadação
Ø
Predomínio da tributação indireta
Cenário atual nos maiores
contribuintes
Marcos Vinicius Neder Ø Tributação concentrada em poucas PJ – 10.568 contribuintes à 76% da arrecadação tributária Ø Uso intensivo de planejamento tributário Ø Operações entre pessoas vinculadas Ø Arrecadação tributos abaixo da capacidade contributiva ü 42% dos optantes do Lucro Real tem prejuízo fiscal ü Alto estoque de ágio nas grandes empresas ü Aumento do uso de créditos discutíveis de PIS/COFINS ü Demora na solução dos litígios judiciais e administrativosA evolução da jurisprudência
sobre planejamento tributário
Qualificação dos fatos
IBET Direito Tributário
Pronunciamentos Contábeis
Marcos Vinicius Neder
• Contabilização de acordo com a essência e realidade econômica das transações e não sua forma legal, podendo desconsiderar o negócio jurídico aparente ou planejado. (IFRS item 35 e Pronunciamento Básico CPC item 35) • Combinação de negócios exige a transferência de negócios efetiva, sendo inaplicável no caso de controle comum • Preço justo e análise da transferência de controle, riscos e benefícios
29
ØUtilizase de cláusulas gerais, conferindo maiores poderes ao juiz para construir a interpretação no caso concreto.
Øprincípios gerais: moralidade, eticidade, função social do contrato, boafé;
Ø Ilicitude do motivo determinante, simulação e “fraude à lei” como causas de nulidade do negócio jurídico
Øo “abuso de direito” como ilícito; CÓDIGO CIVIL DE 2002
DIREITO CIVIL
DIREITO CIVIL
ØDisciplina plenamente as hipóteses normativas e os efeitos jurídicos, detalhando indicativos legais
Ø ampla liberdade de contratar,
salvo na simulação;
Ø simulação é causa de anulabilidade do negócio jurídico;
Ønão restringe os negócios jurídicos realizados com abuso de direito e fraude a lei;
M arcos Vinicius N eder Dois momentos: • análise das combinações de negócios sob o ponto vista estritam ente formal • a análise do planejamento passa a levar em conta a racionalidade e da substância econômica das operações societárias
Visão mais formalista
Marcos Vinicius Neder
“ IRPJ – SIMULAÇÃO NA INCORPORAÇÃO – Para que se possa materializar, é indispensável que o ato praticado não pudesse ser realizado, fosse por vedação legal ou por qualquer outra razão. (…) Os objetivos visados com a prática do ato não interferem na qualificação do ato praticado. Portanto, se o ato praticado era lícito, as eventuais conseqüências contrárias ao fisco devem ser qualificadas como casos de elisão fiscal e não de evasão ilícita.
Direito Tributário – Doutrina Formalista
Marcos Vinicius Neder • Liberdade absoluta • Legalidade estrita • Tipicidade fechada • Proibição a analogia • Vedação a desconsideração de Negócio Jurídico • Lacunas na lei podem ser exploradas livrementePlanejamento tributário
Ilegal Legal Fraude tributária, multas e crime Abuso do direito e possível exigência Economia de opção e sem exigência fiscal
Nova jurisprudência do CARF
Marcos Vinicius Neder
1) Licitude?
2) Sem simulação?
3)Há racionalidade econômica na operação societária?
P L ANE JAM E NT O T RIB UT
P L ANE JAM E NT O T RIB UTÁÁ RIO CO M D E B Ê NT URE S RIO
“DESPESAS DE DEBÊNTURES. DEDUTIBILIDADE. A dedução das despesas decorrentes das obrigações relativas a debêntures está condicionada, entre outras, à efetiva captação de novos recursos financeiros inerente à emissão desses títulos.” (AC. 10321.543)
“DESPESAS COM REMUNERAÇÃO DE DEBÊNTURES. Restando caracterizado o caráter de liberalidade dos pagamentos aos sócios, decorrentes de operações formalizadas apenas “no papel” e que transformaram lucros distribuídos em remuneração de debêntures, consideramse indedutíveis as despesas contabilizadas.” (AC. 10194.986)
Remuneração Total
Fixa
(Salário Base
)+
Variável
(Incentivos Curto Prazo + Incentivos Longo Prazo)+
Benefícios indiretos
(
clube + automóvel + Aluguel Residencial)
Incentivos de Curto Prazo
• Bônus em dinheiro através de
planos corporativos de Previd.
Privada para os cargos de chefia e
direção
e
pagamentos
de
participação
nos
resultados
conforme a legislação para os
operários.
Incentivos de Longo Prazo
(em ações)
1) Stock Options – Direito de comprar ações por um preço fixo durante um determinado período 2) Ações Restritas (Restricted Stocks) – Concessão de ações com restrição para alienação (prazos mínimos) 3) Ações por performance (Performance Shares) – Similar ao plano de restricted stocks, porém com a concessão atrelada ao alcance de metas mínimas de desempenhoCOM AC COP ES
COFI S
SUFI S
COMO SE TEM FEITO A PROVA?
Planejamento tributário e Provas
• Comportamento concludente (todos os passos da operação) • Exame do contexto (motivo, causa, forma) • Evidenciar a vontade do conjunto de atos societários (benefício econômico) • Identificar tipos especiais de cláusulas contratuais • Verificar se houve a vivência dos efeitos • Coerência das partes em declarações em outros ambientes (CADE, CVM, notas explicativas, imprensa, mercado acionário, Banco Central)COM AC COP ES
COFI S
SUFI S
Como reagir um julgador diante de
Como reagir um julgador diante de
complexas rela
complexas rela
ç
ç
ões econômicas em
ões econômicas em
desacordo com o neg
Consistência das Provas
Devese a ocorrência do fato gerador
Descrito no Livro Diário Assembléias Pagamentos Declarações Contratos firmadosEventos
Eventos
45
Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade
julgadora formará livremente sua convicção,
podendo determinar as diligências que
entender necessárias.
(Dec. nº 70.235/72)
46
Análise do negócio jurídico
adquirenteè objeto ç alienante
Relação Jurídica União R Alienante Elementos essenciais: forma, objeto, coisa, preço e consentimento acidentais: a condição, termo e encargo Ganho
Análise do Negócio Jurídico
• Vontade
• Motivo
• Causa
• Forma
Art. 118 CTN. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindose:I da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
Art 166. III do Código Civil estabelece como causa da nulidade do Negócio Jurídico a ilicitude do motivo determinante
Causa é a finalidade prática que se quer do NJ Se a comprovada a ausência de causa ou a falsa causa, o NJ é simulado
Abuso de forma contribui para o convencimento do julgador com relação a inconsistência das provas apresentadas do NJ
M arcos Vinicius N eder
Art.116 do CNT e regulamentação do procedimento de desconsideração de
ART. 116 DO CTN
ART. 116 DO CTN
LEI COMPLEMENTAR
LEI COMPLEMENTAR
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considerase ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
Dissimular a ocorrência do fato gerador?
Para De Plácido e Silva é mais propriamente indicado como
ocultar
Exposi
Exposi
ç
ç
ão de motivos da MP 66/2002
ão de motivos da MP 66/2002
11. Os arts. 13 a 19 dispõem sobre as hipóteses em que a autoridade administrativa, apenas para efeitos tributários, pode desconsiderar atos ou negócios jurídicos, ressalvadas as situações relacionadas com a prática de dolo, fraude ou simulação, para as quais a legislação tributária brasileira já oferece tratamento específico.
12. O projeto identifica as hipóteses de atos ou negócios jurídicos que são passíveis de desconsideração, pois, embora lícitos, buscam tratamento tributário favorecido e configuram abuso de forma ou falta de propósito negocial.
(...)14. Os arts. 15 a 19 dispõem sobre os procedimentos a serem adotados pela administração no tocante à matéria, suprindo exigência contida no p. único do art. 116 do CTN.
CRIT
CRIT
É
É
RIOS PARA DESCONSIDERA
RIOS PARA DESCONSIDERA
Ç
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ÃO DE NJ
ÃO DE NJ
§ 1º Para a desconsideração de ato ou negócio jurídico dever seá levar em conta, entre outras, a ocorrência de:
I falta de propósito negocial; ou II abuso de forma.
§ 2º Considerase indicativo de falta de propósito negocial a opção pela forma mais complexa ou mais onerosa, para os envolvidos, entre duas ou mais formas para a prática de determinado ato.
§ 3º Para o efeito do disposto no inciso II do § 1º, considerase
abuso de forma jurídica a prática de ato ou negócio jurídico indireto que produza o mesmo resultado econômico do ato ou negócio jurídico dissimulado.