• Nenhum resultado encontrado

ASPECTOS BIOECOLÓGICOS DE Macrobrachium amazonicum (HELLER, 1862) A JUSANTE DO RESERVATÓRIO DA HIDRELÉTRICA DE TUCURUÍ PARÁ 1

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ASPECTOS BIOECOLÓGICOS DE Macrobrachium amazonicum (HELLER, 1862) A JUSANTE DO RESERVATÓRIO DA HIDRELÉTRICA DE TUCURUÍ PARÁ 1"

Copied!
17
0
0

Texto

(1)

ASPECTOS BIOECOLÓGICOS DE Macrobrachium amazonicum (HELLER, 1862) A JUSANTE DO RESERVATÓRIO DA HIDRELÉTRICA DE TUCURUÍ –

PARÁ1

Kátia Cristina de Araújo Silva2

Israel Hidenburgo Aniceto Cintra2

Anna Paula Malcher Muniz3

RESUMO

Neste trabalho apresentam-se os aspectos bioecológicos da espécie

Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) capturada a jusante do reservatório

da UHE de Tucuruí – Pará. As coletas foram realizadas no município de Cametá durante o período de junho de 2004 a maio de 2005. Os exemplares foram identificados, separados por sexo, realizadas as biometrias e identificadas as maturidades morfológica e fisiológica. As análises realizadas foram: período reprodutivo, índice gonadossomático, tamanho da primeira maturação sexual. A espécie esteve presente em todas as coletas, sendo mais freqüente no período chuvoso. Foi verificada a predominância de fêmeas apresentando uma proporção de 1,2:1,0. Os meses com maior percentual de fêmeas em período reprodutivo foram outubro (85,9 %) e dezembro (83,7 %), no período menos chuvoso, e janeiro (67,9 %), no período chuvoso. O maior número de fêmeas imaturas ocorreu nos meses de agosto (período menos chuvoso) e junho (período chuvoso). As fêmeas em maturação foram mais freqüentes nos meses de junho e julho; as maduras em maio e agosto e as esgotadas em janeiro e outubro. As variações do índice gonadossomático médio (IGS) indicam os meses de abril e outubro como o período de maior ocorrência reprodutiva (período chuvoso). O comprimento médio de início de primeira maturação sexual foi estimado em 4,75 cm de comprimento total. Palavras-chave: Macrobrachium amazonicum, proporção sexual, comprimento da 1ª maturidade sexual, período reprodutivo, UHE de Tucuruí.

ABSTRACT

Bioecological aspects of the Amazon river prawn, Macrobrachium

amazonicum (Heller, 1862), downstream the dam of Tucuruí power plant,

Pará State

This paper reports some bioecological aspects of Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) caught downstream the dam of Tucuruí power plant, Pará State. The samples were taken at Cametá county in the period from June, 2004 to May, 2005. At the Cepnor/Ibama Carcinology laboratory the specimens were identified, sorted out by sex, measured and the morphologic and physiologic maturities

1 Pesquisa financiada pelo Funtec/Sectam

2 Professor Ufra, Pesquisador Cepnor/Ibama. E-mail: katia.silva@ufra.edu.br 3 Agrônoma, Prefeitura Municipal de Cametá

(2)

ascertained. The pertinent performed analyses were: reproductive period, gonadosomatic index and length at first sexual maturity. The species occurred in all the samplings, even so it was more abundant during the rainy season. The females were more abundant in a proportion of 1.2:1.0. The months with higher percentages of females were October (85.9 %) and December (83.7 %), both on the less rainy season, and January (67.9 %) on the rainy season. The highest number of immature females occurred in the less rainy season (August) and in June (rainy season); females in maturation were more frequent in June and July; mature females were more abundant in May and August; and spent females in January and October. The gonadosomatic mean index monthly variation indicates April and October as the period of major reproductive activity (rainy season). The average length at first sexual maturity was 4.75 cm in total length.

Key words: Macrobrachium amazonicum, ecological aspects, sex-ratio, length at first sexual maturity, reproductive season, Tucuruí power plant.

INTRODUÇÃO

A maioria das espécies comerciais de camarão de água doce pertence ao gênero Macrobrachium Bate, 1868, que compreende 125 espécies, com ampla distribuição geográfica ocorrendo nas regiões tropicais e subtropicais do planeta. No Brasil, está representado por mais de uma dúzia de espécies e ocorre em todas as grandes bacias hidrográficas (Valenti, 1985).

Na família Palaemonidae, o camarão Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) é a espécie de água doce mais comumente encontrada no Brasil (Lima & Odinetz-Collart, 1997), sendo endêmica da América do Sul, nos rios que drenam para o Oceano Atlântico, desde a Venezuela (Rio Orinoco) até a bacia do Rio Paraguai (Holthuis, 1952; Gomes-Côrrea, 1977; Lima & Odinetz-Collart, 1997). Este camarão é abundante na bacia amazônica, especialmente nos Rios Solimões/ Amazonas e em vários de seus afluentes (Favaretto; Bogdan & Santos, 1976). É largamente explorada pela pesca artesanal no Estado do Pará, com elevada demanda pelo mercado, e pode ser usada em cultivos extensivos, atendendo às necessidades de populações ribeirinhas com grande ganho social, baixo investimento e reduzido impacto ambiental. Apresenta textura mais firme e sabor mais acentuado que o Macrobrachium rosenbergii (De Man, 1879) e, por isso, é mais aceito nos mercados da Amazônia (Moraes-Riodades et al., 1999).

Após a instalação da Usina Hidrelétrica (UHE) de Tucuruí as áreas a jusante e a montante da barragem, no baixo Rio Tocantins, sofreram alterações consideráveis nos meios físico e biótico, e o contingente humano que habita a região teve de se adaptar a essas novas condições. Dentre as principais mudanças, a pesca merece um destaque especial, pois além de ter incorporado um novo contingente de pescadores e comerciantes do pescado, as cadeias produtivas e as inter-relações sociais também foram alteradas. A força de trabalho

(3)

torno de 10.000 pescadores. O camarão-canela tem uma participação de 5 – 10 % da produção total do reservatório e seu entorno (Santos et al., 2004), constituindo-se em importante fonte de proteína para população ribeirinha dos rios do Estado do Pará, além de se constituir em importante elo entre o detrito e os peixes carnívoros (Lobão et al., 1992).

Poucos estudos foram realizados para se conhecer as características reprodutivas das espécies nativas de camarões que habitam cursos de águas interiores do Brasil, inclusive o camarão M . amazonicum, apesar de sua importância regional, tem sido pouco estudado. Estudos de reprodução, além do interesse puramente científico, são essenciais para as atividades de cultivo e o ordenamento das pescarias, mormente quando o recurso estudado é de interesse econômico. Portanto, o presente trabalho tem o objetivo de determinar os aspectos da reprodução do camarão Macrobrachium amazonicum a jusante da UHE de Tucuruí – Pará.

MATERIAL E MÉTODOS

As coletas foram realizadas no município de Cametá na comunidade de Ajará Panema, às margens do Rio Tocantins, com freqüência mensal de junho de 2004 a maio de 2005. A arte de pesca utilizada foi o matapi, confeccionado com talas de miriti (Mauritia flexuosa L.), espécie de palmeira abundante na região, apresentando as seguintes dimensões: 50 cm de comprimento; 21,4 cm de altura; 67 cm de diâmetro maior; 10 cm de diâmetro menor; intervalo entre talas 2 mm e “porta” com 8 cm de altura e 11 cm de largura. Os matapis foram distribuídos de 2 em 2 metros, num total de 50 unidades, que ficaram imersos por cerca de quatro horas, sendo colocados na vazante e retirados na enchente.

Na camada superficial da água foram realizadas medições de temperatura, oxigênio e pH, por meio da utilização de um termômetro (com variação de -10 a 50 °C), e medidores portáteis de oxigênio (com variação de 0 a 20 mg/l) e pH (com variação de 0,0 a 14,0).

Após a coleta, os exemplares de M. amazonicum foram separados da fauna acompanhante e do lixo (matéria orgânica), colocados em sacos plásticos, acondicionados em isopor e conservados em gelo. Em seguida, foram transportados para estocagem e posterior análise nas dependências do Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros do Litoral Norte (Cepnor/Ibama), em Belém.

No Laboratório de Carcinologia do Cepnor os exemplares foram identificados com chaves específicas, tais como, Holthuis (1952) e Melo (2003). Em seguida foi realizada a sexagem, segundo Pinheiro & Hebling (1998), a medição para determinação do comprimento total (distância entre a margem anterior do rostro e a margem posterior do telson) e peso total. As medidas de comprimento e peso foram tomadas com o auxílio de um paquímetro de aço (0 a 150 mm)e de uma balança de precisão.

(4)

A proporção sexual dos indivíduos amostrados foi determinada por períodos mensais e anuais. Aos resultados foi aplicado o teste χ2 com nível de significância

de 5 %, comparados com o valor tabelado (χ2

crit. = 3,84 e GL=1), para verificar a

existência ou não de diferenças significativas na proporção entre sexos.

As fêmeas foram examinadas quanto à maturidade morfológica e classificadas segundo os critérios estabelecidos por Elmôr et al. (1981), em imatura, madura, ovígerra ou ovada, e recém-desova. Os ovários foram classificados em quatro estádios de maturação: I = imaturo; II = em maturação; III = maduro; IV = esgotado (pós-eliminação total), segundo Carvalho (1978). Após a classificação, os ovários foram extraídos e pesados em balança analítica (10 mg a 210 g). Os períodos reprodutivos foram determinados através das variações sazonais das freqüências relativas das fêmeas em período reprodutivo, considerando-se o somatória das freqüências absolutas das fêmeas maduras, ovígeras e recém-desovadas em função do número total de fêmeas amostradas (incluindo fêmeas adultas imaturas).

Foram retirados 10 % do total de fêmeas em cada classe de comprimento para as análises reprodutivas. A massa ovígera foi pesada e da mesma foram retirados 10 % e realizada a contagem dos ovos, de modo que foram analisadas apenas as características relacionadas à maturidade morfológica. Vários exemplares estavam parasitados na região branquial, os quais foram doados para outra pesquisa.

Também foram calculadas as variações sazonais dos índices gonadossomáticos médios (IGS) das fêmeas durante o período reprodutivo (estádios II, III e IV), calculados através da fórmula sugerida por Lobão et al. (1992):

= = n 1 i i /n IGS IGS

= = n 1 i i /n IGS IGS

onde, n = número de fêmeas; IGSi = índice gonadossomático individual, calculado a partir do quociente entre o peso da gônada (Wg) e o peso total (Wt).

A partir da análise gráfica das freqüências das fêmeas adultas (Y) em relação ao comprimento (X), o tamanho da primeira maturação gonadal foi determinando como o valor correspondente à extrapolação, para o eixo dos X, de 50 % das freqüências acumuladas.

Durante as biometrias foram anotados quais exemplares estavam em estágio de ecdise, sendo sua freqüência determinada por períodos mensais e anuais.

Todos os dados foram agrupados e analisados com relação aos períodos chuvoso (janeiro – junho) e menos chuvoso (julho – dezembro), definidos por Lima

et al. (2001). Portanto, para ser ter uma melhor visualização destes períodos, o

(5)

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A espécie foi coletada em todos os meses do período de estudo, mas na estação chuvosa foi capturado um maior número de indivíduos (Tabela 1), correspondendo aos menores valores médios de temperatura e os maiores valores médios de oxigênio e pH (Figura 1). Esses resultados concordam com aqueles encontrados por Silva et al. (2002), quando verificaram um maior número de indivíduos no município de Vigia (PA) durante o período chuvoso.

M. amazonicum é uma espécie amazônica que apresenta uma diversidade

de habitats colonizados (Odinetz-Collart, 1991), possuindo grande capacidade de adaptação às condições adversas do meio ambiente (Favaretto et al., 1976; Romero, 1980).

Foram capturados machos e fêmeas durante o ano todo, concordando com as informações de Lima & Odinetz-Collart (1997) e Silva et al. (2002). Apenas nos meses de dezembro e março não houve uma maior freqüência de ocorrência das fêmeas em relação aos machos. No período menos chuvoso, esta diferença foi estatisticamente significante ao nível de 5 %, em todos os meses, exceto novembro. Já para o período chuvoso, houve apenas dois meses (janeiro e fevereiro) em que esta diferença não foi estatisticamente significante. No período anual, houve uma maior participação de fêmeas, a qual foi estatisticamente significante (Tabela 1). Para Silva et al. (2002), os machos foram mais freqüentes que as fêmeas no período chuvoso e apenas no mês de outubro houve um maior número de fêmeas. As amplitudes de variação do comprimento foram as seguintes para machos e fêmeas, respectivamente: (a) período menos chuvoso = 2,4 – 10,5 cm e 2,3 – 9,1 cm; (b) período chuvoso = 2,2 – 10,5 cm e 2,6 – 9,8 cm (Tabela 2).

Os valores mínimos encontrados para os machos são superiores aos observados por Silva (2002), mas tanto machos quanto fêmeas apresentaram comprimentos totais inferiores aos analisados pela mesma autora, que encontrou os seguintes dados durante os três anos de estudos (1999-2001): para o sexo masculino, o menor espécime mediu 1,7 cm e o maior 14,4 cm, ambos coletados no período menos chuvoso e, com relação às fêmeas, o menor exemplar mediu 2,5 cm, e o maior, com 13,0 cm, ambos capturados no período menos chuvoso.

(6)

Tabela 1 - Proporção mensal das capturas de machos e fêmeas do camarão

Macrobrachuim amazonicum, no município de Cametá, no período de junho de

2004 a maio de 2005.

Figura 1 - Variação de temperatura (°C), oxigênio dissolvido (mg/l) e pH da água superficial do rio Tocantis, a jusante da UHE de Tucuruí, no município de Cametá, no período de junho de 2004 a maio de 2005.

n % n % julho 801 55,3 647 44,7 1448 1,2:1,0 16,38* agosto 854 53,9 730 46,1 1584 1,2:1,0 9,71* setembro 679 57,6 500 42,4 1179 1,4:1,0 27,18* outubro 234 58,5 165 41,3 400 1,4:1,0 11,93* novembro 254 51,2 242 48,8 496 1,0:1,0 0,29 dezembro 92 22,4 319 77,6 411 0,3:1,0 125,37* Total 2914 52,8 2603 47,2 5517 1,1:1,0 17,53* janeiro 548 50,7 533 49,3 1081 1,0:1,0 0,21 fevereiro 218 52,4 198 47,6 416 1,1:1,0 0,96 março 327 41,2 466 58,8 793 0,7:1,0 24,36* abril 550 60,0 366 40,0 916 1,5:1,0 36,96* maio 541 62,9 319 37,1 860 1,7:1,0 57,31* junho 1085 66,3 552 33,7 1637 2,0:1,0 173,54* total 3269 57,3 2434 42,7 5703 1,3:1,0 122,26* Total geral 6183 55,1 5037 44,9 11220 1,2:1,0 117,25* * Significativo ao nível de 5%. Fêmeas Machos Mês Sexo Total Proporção sexual (m:f) 2 c

(7)

Tabela 2 - Medidas de tendência central e dispersão estimadas para o camarão

Macrobrachuim amazonicum, no município de Cametá, no período de junho de

2004 a maio de 2005.

De acordo com as biometrias realizadas ficou evidente que durante todo o ano ocorreram indivíduos pequenos, médios e grandes. O maior comprimento encontrado, 10,5 cm, está no limite citado por Holthuis (1980), que vai até 15 cm. Porém, é superior ao comentado por Vargas & Paternina (1977), que foi para machos 6,8 cm e fêmeas 7,7 cm; entretanto, Guest (1979) mencionou espécimes com menos de 10 cm, enquanto Davant (1963), entre 10 e 12 cm.

Os machos apresentaram comprimentos superiores aos das fêmeas, concordando com o exposto por Lima et al. (1997) e Silva (2002). Isto pode ser explicado devido ao fato do crescimento, nos crustáceos, geralmente, ser similar entre os sexos até a maturidade e, em seguida, torna-se mais lento nas fêmeas (Mauchline, 1977 apud Bond & Buckup, 1983). Como conseqüência disso, as fêmeas atingem um tamanho menor que os machos na maioria dos crustáceos (Hartnoll, 1982).

O comprimento médio dos machos foi de 5,31 cm, e das fêmeas 5,37 cm, ficando abaixo do encontrado por Silva et al. (2002), que obtiveram média para os machos de 7,0 cm e para as fêmeas 7,4 cm, bem como do tamanho médio comercial, citado por Coelho et al. (1982), que foi de 8,0 cm.

Com relação às fêmeas ovígeras, no período menos chuvoso, o menor exemplar mediu 4,7 cm e foi capturado no mês de setembro e o maior, com 6,2 cm, em novembro. No período chuvoso o menor comprimento, 5,6 cm, foi registrado em janeiro e o maior, 8,8 cm, em junho (Tabela 2).

O menor exemplar capturado está dentro do limite observado por Lima & Odinetz-Collart (1997), que encontraram fêmeas ovígeras de 11,33 – 24,17 mm de comprimento de cefalotórax. Porém, é superior ao encontrado por Silva (2002),

n min méd máx dp n min méd máx dp menos chuvoso 2603 2,4 5,4 10,5 0,97 2603 0,1 1,0 8,1 0,55 chuvoso 2434 2,2 5,3 10,5 1,08 2434 0,1 1,1 8,1 3,78 Total 5037 2,2 5,3 10,5 5037 0,1 1,0 8,1 menos chuvoso 2911 2,3 5,5 9,1 1,11 2911 0,1 1,0 4,3 0,76 chuvoso 3223 2,6 5,4 9,8 1,26 3223 0,1 1,1 6,3 0,58 Total 6134 2,3 5,4 9,8 6134 0,1 1,0 6,3 menos chuvoso 3 4,7 5,8 6,2 0,75 3 0,7 1,4 1,5 1,65 chuvoso 46 5,6 7,0 8,8 0,87 46 0,7 2,6 4,0 0,71 Total 49 4,7 6,8 8,8 49 0,7 2,2 4,0 Macho Fêmea Fêmeas ovígeras Peso total (g) Comprimento total (cm) Período Variáveis

(8)

que observou o menor exemplar com 3,3 cm de comprimento total (período menos chuvoso) e o maior com 11,6 cm (período chuvoso).

O comprimento médio, no período em geral, foi de 6,81 cm, ficando abaixo do encontrado por Silva et al. (2002), que obtiveram média 7,4 cm.

Fêmeas ovígeras de M. amazonicum na região da UHE de Tucuruí foram encontradas, principalmente, durante o período chuvoso, porém em maior quantidade no mês de abril. No período menos chuvoso, apenas nos meses de setembro e novembro essas fêmeas foram encontradas (Tabela 3). Esses resultados coincidem com os apresentados por outros autores que afirmam estar a ocorrência de fêmeas ovígeras de crustáceos em geral (incluindo-se M.

amazonicum) associada com o período de chuvas (Silva et al., 2002; Pinheiro &

Hebling, 1998). No município de Vigia, a presença de fêmeas ovígeras durante quase todo o ano (exceto o mês de dezembro) foi reportada por Silva (2002), caracterizando a espécie como de reprodução contínua, com períodos mais intensos nos meses de fevereiro, maio, junho e setembro.

Tabela 3 - Valores mensais das capturas de fêmeas, por condição reprodutiva para o camarão Macrobrachuim amazonicum, capturado no município de Cametá, no período de junho de 2004 a maio de 2005.

Ao se considerar o número total de fêmeas amostradas, apenas 0,8 % das mesmas eram ovígeras, valor que difere substancialmente do encontrado por Silva (2002), que estimou em 19 % do número destas fêmeas no município de Vigia.

Segundo Hernàndez (1972) e Tello Riojas (1972 apud Silva et al.,1981), os carídeos de água doce podem apresentar migrações genéticas durante o período de incubação dos ovos. As fêmeas maduras realizam migração até as águas

n % n % n % n % n % julho 534 66,7 260 32,5 0 0,0 7 0,9 267 33,3 801 agosto 711 83,3 132 15,5 0 0,0 11 1,3 143 16,7 854 setembro 407 59,9 266 39,2 1 0,1 5 0,7 272 40,1 679 outubro 33 14,1 200 85,5 0 0,0 1 0,4 201 85,9 234 novembro 164 64,6 84 33,1 2 0,8 4 1,6 90 35,4 254 dezembro 15 16,3 74 80,4 0 0,0 3 3,3 77 83,7 92 Total 1864 64,0 1016 34,9 3 0,1 31 1,1 1050 36,0 2914 janeiro 176 32,1 325 59,3 4 0,7 43 7,8 372 67,9 548 fevereiro 112 51,4 94 43,1 1 0,5 11 5,0 106 48,6 218 março 258 78,9 55 16,8 3 0,9 11 3,4 69 21,1 327 abril 280 50,9 233 42,4 30 5,5 7 1,3 270 49,1 550 maio 316 58,4 202 37,3 6 1,1 17 3,1 225 41,6 541 junho 769 70,9 310 28,6 2 0,2 4 0,4 316 29,1 1085 Total 1911 58,5 1219 37,3 46 1,4 93 2,8 1358 41,5 3269 Total Geral 3775 61,1 2235 36,1 49 0,8 124 2,0 2408 38,9 6183 adultas Período chuvoso Mês Total

Período menos chuvoso

imatura madura ovígeras recém-desovadas

(9)

Os meses com maior percentual de fêmeas adultas foram outubro (85,9 %) e dezembro (83,7 %), ambos no período menos chuvoso, e janeiro (67,9 %) no período chuvoso (Tabela 3). No período chuvoso foi registrado o maior percentual de fêmeas em período reprodutivo.

As espécies do gênero Macrobrachium apresentam reprodução contínua ou periódica, sendo que, no Brasil, a maioria das espécies possui período reprodutivo longo, podendo se estender por todo ano, mas com um período de maior intensidade (Valenti, 1984). Estes longos períodos reprodutivos estão relacionados com as estações chuvosas e épocas quentes do ano (Valenti et al. 1987). Esse tipo de reprodução também foi observado por Lobão et al. (1992) para Macrobrachuim birai Lobão, Melo & Fernandes, 1986 e Macrobrachuim

petronioi Melo, Lobão & Fernandes, 1986.

Fêmeas recém-desovadas são encontradas ao longo do ano, porém em maior proporção nos meses de janeiro e fevereiro; fêmeas recém-desovadas com frequência inferior a 1,0 % foram encontradas nos meses de junho, julho, setembro e outubro. A maior capturabilidade de fêmeas ovígeras e pós-desovadas é um fenômeno freqüentemente observado em camarões palemonídeos (Odinetz-Collart, 1987; Enriconi & Odinetz-Collart, 1992; Odinetz-Collart et al., 1992; Odinetz-Collart & Enriconi, 1993).

As maiores freqüências de fêmeas imaturas (estádio I) foram registradas nos meses de agosto, setembro e novembro (período menos chuvoso) e no mês de março (período chuvoso), com valores sempre superiores a 50 % das fêmeas amostradas; elevadas freqüências de fêmeas virgens nas amostras podem caracterizar a ocorrência de maior intensidade de recrutamento. Fêmeas em processo de maturação (estádio II) foram mais freqüentes nos meses de julho, setembro e dezembro (período menos chuvoso) e nos meses de janeiro, fevereiro, abril, maio e junho (período chuvoso), com valores superiores a 30 % das fêmeas amostradas. As fêmeas maduras (estádio III) foram mais freqüentes nos meses de outubro (período menos chuvoso) e fevereiro, abril e maio (período chuvoso), com freqüência superior a 9 %. Finalmente, as fêmeas esgotadas (estágio IV) foram mais freqüentes nos meses de outubro a dezembro (período menos chuvoso) e nos meses de janeiro e abril (período chuvoso), com freqüência superior 16 % (Tabela 4).

(10)

Tabela 4 - Valores mensais das capturas de fêmas, por estado de desenvolvimento gonadal para o camarão Macrobrachuim amazonicum, no município de Cametá, no período de junho de 2004 a maio de 2005.

Na Amazônia Central, as populações de M. amazonicum são caracterizadas por uma atividade reprodutiva contínua, podendo surgir fêmeas ovígeras durante todo o ano e numa mesma amostra; independente da estação do ano pode-se encontrar fêmeas com os ovários em diferentes estágios de maturação (Odinetz-Collart, 1991). Os dados do presente trabalho confirmam estas observações.

Quando foi obtido o maior número de fêmeas imaturas observou-se o menor índice de temperatura no período menos chuvoso. O mesmo foi evidenciado no período chuvoso, para as fêmeas em maturação, mas para fêmeas maduras e esgotadas isto ocorreu em temperaturas elevadas.

O amadurecimento das gônadas e a oviposição são controlados por mecanismos endógenos, relacionados a condições ambientais favoráveis, com destaque para a temperatura e o fotoperíodo (Valenti, 1987). De acordo com Bond & Buckup (1982), o ciclo reprodutivo parece ser estimulado de forma muito mais marcante pelas variações estacionais da luz, do que pelas flutuações térmicas da água.

O peso dos ovários variou de 0,01 a 0,20 g, com média geral estimada em 0,03 g, independente do período, tendo atingido valores mais elevados no período

n % n % n % n % julho 367 45,8 409 51,1 17 2,1 8 1,0 801 agosto 622 72,8 169 19,8 45 5,3 18 2,1 854 setembro 413 60,8 253 37,3 3 0,4 10 1,5 679 outubro 95 40,6 55 23,5 33 14,1 51 21,8 234 novembro 150 59,8 50 19,9 10 4,0 41 16,3 251 dezembro 14 16,9 39 47,0 5 6,0 25 30,1 83 Total 1661 57,2 975 33,6 113 3,9 153 5,3 2902 janeiro 86 18,3 158 33,5 42 8,9 185 39,3 471 fevereiro 75 35,7 78 37,1 27 12,9 30 14,3 210 março 231 74,0 41 13,1 4 1,3 36 11,5 312 abril 206 40,7 159 31,4 50 9,9 91 18,0 506 maio 227 43,8 156 30,1 55 10,6 80 15,4 518 junho 506 46,6 535 49,3 41 3,8 3 0,3 1085 Total 1331 42,9 1127 36,3 219 7,1 425 13,7 3102 Total geral 2992 100,1 2102 69,9 332 11,0 578 19,0 6004 Estágios gonadais

Período menos chuvoso

Período chuvoso

Total

(11)

Tabela 5 - Peso dos ovários das fêmeas do camarão Macrobrachuim amazonicum, no município de Cametá, no período de junho de 2004 a maio de 2005.

As variações dos índices gonadossomáticos médios (IGS) indicam os meses de outubro e abril como o período de maior ocorrência reprodutiva (Tabela 6). Para os dois períodos, ficou evidente que o período chuvoso é o de maior intensidade reprodutiva, corroborando o que já havia sido comentado anteriormente.

Tabela 6 - Valores mensais do índice gonadossomatico estimado para fêmeas do camarão Macrobrachuim amazonicum, capturado no município de Cametá, no período de junho de 2004 a maio de 2005.

n Mínimo Médio Máximo dp

julho 801 0,010 0,010 0,100 0,004 agosto 854 0,010 0,010 0,200 setembro 679 0,010 0,010 0,010 outubro 234 0,010 0,010 0,010 0,04 novembro 254 0,002 0,010 0,010 0,02 dezembro 92 0,010 0,010 0,020 0,002 0,010 0,010 0,060 janeiro 548 0,010 0,010 0,010 fevereiro 218 0,020 0,050 0,100 0,03 março 327 0,020 0,080 0,190 0,04 abril 550 0,170 maio 541 * * * junho 1.085 0,010 0,010 0,010 0,008 0,050 0,038 0,096 0,030 0,030 0,110 * Muito pequenos Média Média Geral Mês Valores

Período menos chuvoso

Período chuvoso Média

número de fêmeas IGS

julho 801 0,01 agosto 854 0,02 setembro 679 0,01 outubro 234 0,05 novembro 254 0,01 dezembro 92 0,01 Total 2914 0,02 janeiro 548 0,01 fevereiro 218 0,02 março 327 0,04 abril 550 0,05 maio 541 * junho 1085 0,01 Total 3269 0,03 Total geral 6183 0,03 Mês Valores

*ovários muito pequenos Período menos chuvoso

(12)

O comprimento médio em que metade das fêmeas do camarão

Macrobrachuim amazonicum atinge a primeira maturação foi estimado em 4,75

cm (Figura 2 e tabela 7). Segundo Santos (1978), não há tamanho fixo a partir do qual os indivíduos começam a se reproduzir, mas a freqüência relativa de fêmeas, em período reprodutivo, aumenta gradativamente com o tamanho.

Figura 2 - Curva de maturação para fêmeas do camarão Macrobrachium

amazonicum, capturado no município de Cametá, no período de junho de 2004 a

maio de 2005.

Tabela 7 - Freqüências de ocorrência de fêmeas do camarão Macrobrachuim

amazonicum, capturado no município de Cametá, por estado de desenvolvimento

das gônadas e classe de comprimento, no período de junho de 2004 a maio de 2005.

O número médio de ovos variou de 233 (maio) a 321 (janeiro), obtendo-se uma média de 273 ovos por fêmea (Tabela 8). Estimativas da fecundidade individual

fa fr fac 2,5 - 3,0 2,75 3 3 0 0,0 3,0 - 3,5 3,25 2 2 0 0,0 0,0 3,5 - 4,0 3,75 13 13 0 0,0 0,0 4,0 - 4,5 4,25 29 29 0 0,0 0,0 4,5 - 5,0 4,75 43 1 44 1 2,3 0,2 5,0 - 5,5 5,25 73 2 1 76 3 3,9 0,7 5,5 - 6,0 5,75 51 5 6 62 11 17,7 2,8 6,0 - 6,5 6,25 61 7 10 5 83 22 26,5 6,9 6,5 - 7,0 6,75 15 20 5 40 40 100,0 14,3 7,0 - 7,5 7,25 8 42 2 52 52 100,0 24,0 7,5 - 8,0 7,75 7 28 23 58 58 100,0 34,8 8,0 - 8,5 8,25 5 45 15 65 65 100,0 46,8 8,5 - 9,0 8,75 2 79 8 89 89 100,0 63,4 9,0 - 9,5 9,25 79 2 81 81 100,0 78,4 9,5 - 10,0 9,75 16 100 116 116 100,0 100,0 275 52 326 160 813 538 - -IV Total Classe de comprimento Centro de Classe Estados gonadais

adultos (II a IV)

total

(13)

Tabela 8 - Número de ovos das fêmeas ovígeras do camarão Macrobrachuim

amazonicum, no município de Cametá, no período de junho de 2004 a maio de

2005.

A maior frequência de fêmeas com carapaça mole foi observada, para ambos os sexos, no período chuvoso, sendo a maior frequência mensal registrada para machos em abril e para as fêmeas em junho.

Tabela 9 - Número de indivíduos do camarão Macrobrachuim amazonicum, no município de Cametá, com carapaça em processo de muda, no período de junho de 2004 a maio de 2005. total ovígeras setembro 679 1 276 276 novembro 254 2 490 245 janeiro 548 4 1.283 321 março 327 3 831 277 abril 550 30 8.280 276 maio 541 6 1.395 233 junho 1.085 2 534 267 Total 3.984 48 13.089 273 Número médio de ovos/fêmea

Mês Fêmeas Número total

de ovos n % n % julho 0 0,0 5 0,3 1448 agosto 1 0,1 8 0,5 1584 setembro 6 0,5 26 2,2 1179 outubro 1 0,3 7 1,8 400 novembro 10 2,0 14 2,8 496 dezembro 0 0,0 1 0,2 411 Total 18 0,3 61 1,1 5517 janeiro 0 0,0 52 4,8 1081 fevereiro 5 1,2 13 3,1 416 março 8 1,0 16 2,0 793 abril 15 1,6 11 1,2 916 maio 9 1,1 5 0,6 860 junho 6 0,4 103 6,3 1637 Total 43 0,8 200 3,5 5703 Total geral 61 0,5 261 2,3 11220

Período menos chuvoso

Período chuvoso

Indivíduos

(14)

CONCLUSÕES

1. Os espécimes de Macrobrachium amazonicum foram mais capturáveis no período chuvoso.

2. Há diferença estatística significante entre a participação relativa dos sexos para o período anual, sendo as fêmeas mais freqüentes que os machos, numa proporção de 1,2:1,0.

3. O período chuvoso apresentou maior intensidade reprodutiva.

4. Elevadas freqüências de fêmeas virgens caracterizam a ocorrência de maior intensidade do recrutamento.

5. O tamanho de 1ª maturação sexual das fêmeas foi estimado em 4,75 cm de comprimento total.

6. O período de muda parece ocorrer principalmente durante o período chuvoso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOND, G.; BUCKUP, L. O ciclo reprodutor de Macrobrachium borellii (Nobili, 1896) e Macrobrachium potiuna (Müller, 1880) (Crustacea, Decapoda, Palaemonidae) e suas relações com a temperatura. Rev. Brasil. Biol., Rio de Janeiro, v.42, n.3, p.473-483, agosto. 1982.

BOND, G.; BUCKUP, L. O cultivo de Macrobrachium borellii (Nobili, 1896) e

Macrobrachium potiuna (Müller, 1880) em laboratório. (Crustacea, Decapoda,

Palaemonidae). Rev. Brasil. Biol., Rio de Janeiro, v.43, n.2, p.177-190, 1983. CARVALHO, H.A. Ciclo sexual de Macrobrachium acanthurus (Wiegmann, 1836) (Crustacea, Decapoda): Relações com fatores abióticos e ciclo de intermuda. Tese de Doutorado, Departamento de Fisiologia Geral do Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, 199 p., São Paulo,1978.

CASTRO, I.M.A. Bioecologia do camarão-regional Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862), no Município de Vigia. Monografia de Graduação, Universidade Federal Rural do Pará, Belém, 2004.

COELHO, P.A.; RAMOS-PORTO, M.; SOARES, C.M.A. Biologia e cultivo de camarões de água doce. Universidade Federal de Pernambuco, v.1, 100 p., 1982.

DAVANT, P. Clave para la identificación de los camarones marinos y de río con importancia económica en el oriente de Venezuela. Cuad. Oceanogr., Cumaná, v.1, p.42-47, 1963.

(15)

ELMÔR, M.R.D.; LOBÃO, V.L.; VALENTI, W. Consumo de oxigênio por Macrobrachium acanthurus (Wiegmann, 1836) como subsídio ao seu transporte e cultivo. Bol. Inst. Pesca, São Paulo, v.19, p.49-62, 1981.

ENRICONI, A.; ODINETZ-COLLART, O. Ecologia do camarão Palaemonetes carteri na Amazônia Central, Rio Negro, in Congresso Brasileiro de Zoologia, 19, Belém, 1992.

FAVARETTO, L.; BOGDAN, A.; SANTOS, E.S. Consumo de oxigênio em

Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862). Efeito da saturação de oxigênio

dissolvido. Acta Amazonica, v.6, n.4, p.449-453, 1976.

GOMES-CORRÊA, M.M. Palaemonídeos do Brasil Crustacea-Decapoda-Natantia. Tese de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 137 p., Rio de Janeiro, 1977.

GUEST, W.C. Laboratory life history of the palaemonid shrimp Macrobrachium

amazonicum (Heller) (Decapoda, Palaemonidae). Crustaceana, Leiden, v.37, n.2,

p.141-152, 1979.

HARTNOLL, R.G. Growth, in Bliss, D.E. (ed.), The biology of crustacea. Embriology, morphology and genetics. Academic Press, New York:,1982. HOLTHUIS, L.B. A general revision of the Palaemonidae (Crustacea: Decapoda Natantia) of the Americas. II – The subfamily Palaemoninae, p. 1-23,1952.

HOLTHUIS, L.B. FAO species catalogue. Shrimps and prawns of the world. An annotated catalogue of species of interest to fisheries. FAO Fish. Syn., Rome, v.1, n.125, p. 1-271, 1980.

LIMA, J.S.G.; ODINETZ-COLLART, O. Ecologia do camarão Macrobrachium

amazonicum (Decapoda, Palaemonidae) no açude Poço da Cruz (Ibimirim),

p378-384, in Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca, 10, Guarapari, 1997. LIMA, R.R.; TOURINHO, M.M.; COSTA, J.P.C. Várzeas flúvio-marinhas da Amazônia Brasileira. Características e possibilidades agropecuárias. FCAP, 341 p., Belém, 2001.

LOBÃO, V.L.; ROJAS, N.E.T. Camarões de água doce da coleta ao cultivo à comercialização. Ícone, São Paulo, p. 11-30, 1985.

(16)

LOBÃO, V.L.; LOMBARDI, J.V.; MELO, S.G.; BARROS, H.P.; HORTENCIO, E.; ROVERSO, E.A. Estudos populacionais de Macrobrachium birai Lobão, Mello & Fernandes e Macrobrachium petronioi Melo, Lobão & Fernandes das regiões de Cananéia e Juréia (SP-Brasil). I. Dinâmica da reprodução. Bol. Inst. Pesca, São Paulo, v.19, p.46-62, 1992.

MAGALHÃES, C. Desenvolvimento larval obtido em laboratório de palaemonidos da Região Amazônica. I. Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) (Crustacea, Decapoda). Amazoniana, v.9, n.2, p.247-274, 1985.

MELO, G.A.S. Família Palaemonidae, p.317-372, in Melo, G.A.S. Manual de Identificação dos Crustacea Decapoda de água doce do Brasil. USP/ FAPESP, São Paulo, 2003. .

MORAES-RIODADES, P.M.C.; VALENTI, W.C.; PERALTA, A.S.L.; AMORIM, M.D.L. Carcinicultura de água doce no estado do Pará: situação atual e perspectivas, p. 598-604, in Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca, 11, Recife, 1999. ODINETZ-COLLART, O. La pêche crevettière de Macrobrachium amazonicum (Palaemonidae) dans le Bas-Tocantis, après la fermeture du barrage de Tucurui (Brésil). Rev. Hydrobiol. Trop., v.20, n.2, p.131-144, 1987

ODINETZ-COLLART, O. Strategie de reproduction de Macrobrachium amazonicum en Amazonie centrale (Decapoda, Caridea, Palaemonidae). Crustaceana, Leiden, v.61, n.3, p.253-270, 1991.

ODINETZ-COLLART, O.; ENRICONI, A. Estratégia reprodutiva e alguns aspectos demográficos do camarão Palaemonetes carteri Gordon, 1935 na Amazônia Central, Rio Negro. Acta Amazonica, v.23, n.2-3, p.227-243, 1993.

ODINETZ-COLLART, O. MEDEIROS, N.; ENRICONI, A. Coexistência e estratégia reprodutiva de Euryrhunchus amazoniensis e E. burchelli nos igarapés do Rio Negro, in Congresso Brasileiro de Zoologia, 19, Belém, 1992.

PINHEIRO, M.A.A.; HEBLING, N.J. Biologia de Macrobrachium rosenbergii (De Man, 1879), p. 21-46 VALENTI, W.C. (ed.), Carcinicultura de água doce. Tecnologia para produção de camarões. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Brasília, 1998.

ROMERO, M.E. Preliminary observations of potencial of culture of Macrobrachium

(17)

SANTOS, E.P. Dinâmica de populações aplicada à pesca e piscicultura. HUCITEC/EDUSP, 129 p., São Paulo, 1978.

SANTOS, G.M.; MERONA, B.; JURAS, A.A.; JÈGUE, M. Peixes do baixo Rio Tocantins: 20 anos da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Eletronorte, 216 p., Brasília, 2004.

SILVA, J.W.B.; PINHEIRO, F.A.; AUGUSTO, J.A.M.; GURGEL, J.J.S. Análises dos resultados de pescarias experimentais do camarão pitu, Macrobrachium carcinus (Linnaeus, 1758), realizadas na bacia do rio Curu (Ceará, Brasil), no período de julho de 1978 a junho de 1980. Bol. Téc. DNOCS, Fortaleza, v.39, n.2, p.89-126, 1981

SILVA, K.C. Aspectos biecológicos do camarão cascudo Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) (Crustacea, Decapoda, Palaemonidae) no município de Vigia-Pará-Brasil. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Pará, 125 p., Belém, 2002.

SILVA, K.C.; SOUZA, R.A.L.; CINTRA, I.H.A. Camarão-cascudo Macrobrachium

amazonicum (Heller, 1862) (Crustacea, Decapoda, Palaemonidae) no Muncípio

de Vigia-Pará-Brasil. Bol. Téc. Cient. Cepnor, Belém, v. 2, n.1. p.41-74, 2002. VALENTI, W.C. Estudo populacional dos camarões de água doce Macrobrachium acanthurus (Weigman, 1836) e Macrobrachiun carcinus (Linnaeus, 1758) do rio Ribeira Iguape (Crustacea, Palaemonidae). Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, 149 p., São Paulo, 1984.

VALENTI, W.C. Cultivos de camarões de água doce. Nobel, 82 p., São Paulo, 1985.

VALENTI, W.C. Comportamento reprodutivo de camarão de água doce. Anais de Ecologia, v.5, p.195-202, 1987.

VALENTI, W.C.; MELLO, J.T.C.; LOBÃO, V.L. Crescimento de Macrobrachium

acanthurus (Weigmann, 1836) do rio Ribeira do Iguape (Crustacea, Decapoda,

Palaemonidae). Rev. Brasil. Biol., Rio de Janeiro, v.47, n.3, p.349-355, 1987. VARGAS, R.M.; PATERNINA, A. Contribicion a la ecologia y cultivo de larvas em laboratório Del camaron de água dulca Macrobrachium amazonicum

Macrobrachium amazonicum (Heller) (Decapoda, Palaemonidae). Ecol. Trop.,

Referências

Documentos relacionados

Um teste utilizando observa¸c˜ oes de fra¸c˜ ao de massa do g´ as de aglomerados de ga- l´ axias e SNe Ia foi proposto por Gon¸calves, Holanda e Alcaniz (2012)[ 41 ]. Eles

Fonseca (2015) destaca, que o petróleo é a carga mais transportada e que mais contribuiu para o crescimento do perfil de carga na última década. Conforme destacado

O estudo dos Mylodontinae provenientes de localidades pleistocênicas da região central (Municípios de São Gabriel e Rosário do Sul), oeste (Municípios de Quaraí,

(1996), when inducing the birth of 53 Suffolk ewes at 140 days of gestation with 16mg of dexamethasone associated or not with cloprostenol (CLOP), observed mean intervals

[r]

Trata-se de representação por inconstitucionalidade formulada pela ASSOCIAÇÃO DE HOSPITAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – AHERJ em face do EXMO SR PRESIDENTE

De acordo os resultados da revisão sistemática com comparação indireta, abiraterona e enzalutamida demonstraram benefícios semelhantes na sobrevida global em

O segundo talhão era da variedade Natal (TN), com idade, porta-enxerto e espaçamento idênticos ao primeiro, com área útil de 24 linhas de 30 plantas (total de 720