• Nenhum resultado encontrado

ANAIS DA CERSC RIO DE JANEIRO 2009

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ANAIS DA CERSC RIO DE JANEIRO 2009"

Copied!
106
0
0

Texto

(1)

ANAIS DA

CERSC

(2)

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO Brasília

SBN Quadra 1 Bloco B no 14, 15o ao 18o andar

Edifício Confederação Nacional do Comércio CEP 70041-902

PABX (61) 3329-9500 | 3329-9501 E-mail: cncdf@cnc.com.br

Rio de Janeiro

Avenida General Justo, 307 CEP 20021-130 Rio de Janeiro Tel.: (21) 3804-9341 | 3804-9241 Fax (21) 2544-9279

E-mail: cncrj@cnc.com.br

Web site: www.portaldocomercio.org.br

CNC. Comissão de Enquadramento e Registro Sindical do Comércio

Anais da Comissão de Enquadramento e Registro Sindical do Comércio – 2008. Rio de Janeiro: Confederação Nacional do Comércio, 2009.

150 p.

1. Comissão de Enquadramento e Registro Sindical do Comércio. I Confederação Nacional do Comércio

Publicação Projeto gráfico:

Coordenação de Documentação e Informação/Unidade de Programação Visual Produção:

Divisão Sindical Impressão: Gráfica MCE

(3)

APRESENTAÇÃO

A Comissão de Enquadramento e Registro Sindical do Comér-cio – CERSC, criada em 1991, cumpre, no âmbito do Sistema Confederativo da Representação Sindical do Comércio – Sicomercio, função antes exercida pela Comissão de Enquadramento Sindical do Ministério do Trabalho, extinta com o advento da Constituição da República de 1988, que vedou a interferência do Estado (leia-se Poder Executivo) na organização sindical.

Como órgão auxiliar do sistema, a CERSC responde a consultas de empresas e entidades sindicais do comércio, realizando, no pri-meiro caso, enquadramento individual e, no segundo, enquadramento coletivo.

Opina também a CERSC, quando consultada, acerca de confli-tos de representação revelados por entidades integrantes do SICOMERCIO.

A CERSC é constituída de sete membros efetivos e sete suplen-tes, com mandato de três anos, designados pelo Presidente da Di-retoria da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Em 08 de julho de 2008 foram empossados os membros titula-res e suplentes que integrarão a Comissão de Enquadramento e Registro Sindical do Comércio no triênio 2008/2011. São eles:

· Titulares: Carlos Fernando Amaral (Presidente), Natan Schiper (Vice-Presidente), Daniel Mansano, Francisco Valdeci de Sousa Ca-valcante, Lázaro Luiz Gonzaga, Luciano Figliolia (in memoriam), Joel Carlos Köbe e Walace Garroux Sampaio.

· Suplentes: Edno Bressan, Edy Elly Bender Kohnert Siedler, João de Barros e Silva, José Domingues Vinhal, José Epaminondas Costa, Luso Soares da Costa e Manoel Jorge Vieira Colares.

(4)

A Divisão Sindical da CNC, órgão de assessoramento da CERSC, promove suporte administrativo e técnico, inclusive, por meio da elaboração de pareceres e estudos técnicos, com vistas a subsidiar a Comissão no referente à apreciação e resposta às consultas formuladas.

(5)

PARECERES

1. Processo nº 1.398 – Enquadramento sindical de

supermercados ... 7 2. Processo nº 1.400 – Enquadramento sindical de empresa

de locação de mão-de-obra (analistas de sistemas e

programadores), serviços e desenvolvimento de software .... 14 3. Processo nº 1.416 – Enquadramento sindical de

incorporadora de empreendimento imobiliário ... 23 4. Processo nº 1.419 – Enquadramento sindical de empresa

que administra empreendimentos imobiliários

(administração de centros comerciais) ... 32 5. Processo nº 1.420 – Enquadramento sindical de empresa

que comercializa resíduos e sucata metálica ... 39 6. Processo nº 1.423 – Enquadramento sindical de empresa

que comercializa aparelhos para surdez, recuperação e

apoio das funções vitais humanas ... 43 7. Processo nº 1.424 – Conflito de representação entre

sindicato estadual específico e sindicato municipal eclético .. 50 8. Processo nº 1.425 – Enquadramento sindical da atividade

de comercialização de equipamentos de informática e

conflito de representação ... 55 9. Processo nº 1.426 – Enquadramento sindical de

empresa prestadora de serviços de filmagem ... 61 10. Processo nº 1.427 – Enquadramento sindical de empresa

de turismo ... 65

(6)

11. Processo nº 1.429 – Enquadramento sindical de flats, flats-hotéis, hotéis-residence, lofts, apart-hotéis,

apart services condominiais, condohotéis e similares ... 71 12. Processo nº 1.433 – Enquadramento sindical de empresa

que administra centro de convenções ... 79 13. Processo nº 1.435 – Enquadramento sindical de empresa

que comercializa produtos capilares ... 83 14. Processo nº 1.436 – Enquadramento sindical de empresa

distribuidora de cartões telefônicos ... 87 15. Processo nº 1.437 – Enquadramento sindical (coletivo) de

entidade representante de empresas locadoras de

veículos automotores ... 92

ANEXOS

Glossário ... 101

Quadro de Atividades e Profissões*

(art. 577 da CLT) ... 105

Índice Remissivo ... 145

*Recepcionado pela Constituição Federal de 1988 (STF – Ac. de

17.10.1991 no RMS – 21.305-1, in Rev. LTr., São Paulo, jan. 1992, págs. 13 e 14).

(7)

Processo CERSC nº 1.398

Origem: Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SINDILOJAS-RIO)

Rio de Janeiro, 14 de novembro de 2007.

Assunto: consulta. Enquadramento sindical de supermercados.

R E L A T Ó R I O

O SINDICATO DOS LOJISTAS DO COMÉRCIO DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO (SINDILOJAS-RIO) encaminha consulta acer-ca do enquadramento sindiacer-cal de supermeracer-cados no município do Rio de Janeiro.

Noticia o consulente que muitas empresas, no município do Rio de Janeiro, como Carrefour, Sendas, Extra e Wall Mart, “deixa-ram de se limitar a comercializar gêneros alimentícios, passando a atuar como verdadeiras lojas de departamentos, já que vendem, dentro do mix de produtos, entre outros, artigos de vestuário, ador-nos e acessórios, bem como louças finas, artigos de cama, mesa e banho e congêneres, que, de acordo com o quadro a que se refere o artigo 577 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, integram a categoria econômica dos ‘lojistas do comércio’, do 2º grupo, ‘comércio varejista’, do plano da Confederação Nacional do Comércio – CNC” (grifos nossos).

Com base em precedente da CERSC, o consulente indaga ain-da, se a hipótese em tela seria de múltiplo enquadramento, ten-do em conta que as atividades desempenhadas pelas referidas em-presas estariam enquadradas em, pelo menos, 2 (duas) categorias

(8)

econômicas distintas do 2º grupo do plano do comércio – comércio varejista –, quais sejam: 1) comércio varejista de gêneros ali-mentícios; e 2) lojistas do comércio.

P A R E C E R

À luz da Constituição da República (art. 8º, II), o enquadramento deve ser feito por categoria – profissional ou econômica –, observa-do o Quadro de Atividades e Profissões a que se refere o art. 577 da CLT, no qual as atividades estão distribuídas por diversos grupos.

Convém lembrar que o Quadro de Atividades e Profissões que complementa a CLT foi recepcionado pela Carta Política, conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal (RMS – 21.305-DF, Tribunal Ple-no, Rel. Min. Marco Aurélio, RTJ – 137, pág. 1131/1135).

No ponto, é importante ressaltar que a consulta em questão foi formulada em tese e, portanto, nesse sentido se dará o enquadramento em questão.

Vale dizer, não está se tratando de empresa específica (caso concreto), hipótese em que seria possível o exame de seu contrato social, notadamente do objeto social com vistas à definição do enquadramento sindical. Pelo contrário, foram citadas algumas em-presas – Carrefour, Wall Mart, Extra, Sendas – como forma de exemplificar a atividade que se pretende enquadrar, qual seja, a ati-vidade desempenhada pelas empresas de supermercados.

Na esteira desses fatos, passamos à análise acerca do enquadramento sindical dessa espécie de empresa “supermerca-do”.

Em primeiro plano, é preciso definir a atividade praticada por essas empresas. Para tanto, trazemos à colação o conceito de su-permercado extraído do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Editora Objetiva, 1ª Edição, 2001:

“Supermercado: grande estabelecimento comercial de auto-serviço onde se exibem à venda mercadorias variadas (gêneros

(9)

ali-mentícios, artigos para limpeza doméstica e higiene pesso-al, bebidas, artigos para casa etc.).”

Segundo a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS (ABRAS), hoje, há três tipos de classificações para supermercado:

“1) Compacto: com área de vendas de 250 a 1.000 metros quadrados, 7 mil itens, de 2 a 7 check-outs, e com as seções de mercearia, hortifruti, açougue, frios e laticínios e bazar;

2) Convencional: de 1.001 a 2.500 metros quadrados de área de vendas, média de 12 mil itens, de 8 a 20 check-outs, e com as seções de mercearia, hortifruti, açougue, frios e laticínios, peixaria, padaria e bazar; e

3) Grande: de 2.500 a 5.000 metros quadrados de área de vendas, média de 20 mil itens, e de 21 a 30 check-outs, com as seções de mercearia, hortifruti, açougue, frios e laticínios, peixaria, padaria, bazar e eletroeletrônicos.”

(Informações extraídas do site www.abrasnet.com.br)

Ainda com base nos dados fornecidos pela ABRAS, temos o conceito de hipermercado:

“Loja de auto-serviço que tem uma área de vendas superior a 5.000 metros quadrados, mais de 50 check-outs e uma média de 45 mil itens à venda. Contando com as seções de mercearia, hortifruti, açougue, frios e laticínios, peixaria, padaria, ba-zar, eletroeletrônicos e têxteis.”

A corroborar, transcrevemos os conceitos de supermercados, lojas de departamentos ou de variedades – lojas que comercializam um mix de produtos – extraídos da monografia Siste-ma de InforSiste-mação para Gestão Econômica no Comércio Varejista: um Estudo dos Principais Modelos de Decisões Envolvidos; de An-tônio Carlos Machado; Universidade de São Paulo:

“Supermercados são lojas que exploram o auto-serviço, onde o próprio consumidor se encarrega de escolher os produtos nas pra-teleiras (gôndolas), mantendo relacionamento com os funcionários

(10)

de estabelecimento somente no momento do acerto de contas no caixa. Os supermercados se caracterizam ainda, por comercializarem, basicamente, produtos alimentícios, e por imprimirem uma significativa velocidade no giro dos estoques com o objetivo de compensarem a estreita rentabilidade sobre as vendas (em média 2%). Estes tipos de estabelecimentos varejistas dispõem de uma grande variedade de produtos, chegando em média, a 19,75 mil itens de venda. Uma derivação do conceito de supermercados são os hipermercados. São instalações físicas semelhantes, onde também se aplica o auto-serviço, porém, há uma ampliação nos ti-pos de itens à venda com a introdução de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, áudio e vídeo, vestuário, entre outros. Os hipermercados normalmente se instalam em grandes avenidas ou às margens de rodovias, afastando-se assim, dos centros comerci-ais e, indiretamente, provocando uma seleção do seu público-alvo.

Departamentos são lojas onde há, também, uma grande va-riedade de itens à venda, com menor ou praticamente nula par-ticipação dos produtos alimentícios. Os produtos são dispostos de forma departamentalizada, podendo ser praticado tanto o auto-serviço, como o atendimento personalizado ao consumidor.

Variedades são lojas onde se comercializam miudezas em geral. Os produtos deste comércio se caracterizam pelo baixo valor unitário. A forma de apresentação das lojas segue os conceitos das lojas departamentalizadas.”

Pelo exame dos conceitos trazidos à colação, resta claro que a atividade preponderante dos supermercados é a comercialização no varejo de gêneros alimentícios.

O enquadramento sindical tem por base a atividade prepon-derante desempenhada pela empresa.

Entende-se por atividade preponderante a que caracterizar a unidade do produto, operação ou objetivo final, para cuja obtenção todas as demais atividades convirjam, exclusivamente, em regime de conexão funcional (§ 2º do art. 581, CLT).

(11)

Observa-se que, a par do mix de produtos oferecidos, os su-permercados ainda se caracterizam por comercializarem, basica-mente, gêneros alimentícios.

A comercialização desses outros produtos constitui atividade complementar. Esses itens podem ser acrescentados e até posteri-ormente, suprimidos, vez que isso em nada altera ou desnatura a atividade efetivamente praticada pela empresa (preponderante).

É importante notar que a distinção entre os diversos tipos de supermercados – compacto, convencional, grande – e até entre os supermercados e as demais empresas do segmento do comércio varejista de gêneros alimentícios – quitandas, mercearias, merca-dos – se dá em razão de seu porte e não da natureza da ativida-de.

Todas essas empresas têm como atividade preponderante a comercialização no varejo de gêneros alimentícios e, por isso, inte-gram a categoria econômica comércio varejista de gêneros alimen-tícios, distinguindo-se, apenas, no referente à quantidade e à varie-dade dos itens postos à venda, ao número de caixas etc.

No entanto, cumpre frisar mais uma vez que esses dados diferenciadores não servem de critério para descaracterizar a ativi-dade preponderante das empresas de supermercados. Servem tão somente como indicadores de seu porte. Tanto é assim que podemos ter mini, super e até hipermercados.

Desse modo, não há que se falar em múltiplo enquadramento em pelo menos, 2 (duas) categorias econômicas distintas do 2º gru-po do plano do comércio – comércio varejista –, quais sejam: 1) comércio varejista de gêneros alimentícios; e 2) lojistas do comércio, como sugerido pelo consulente.

No caso, resta claro que a comercialização no varejo de gêneros alimentícios constitui a atividade preponderante dos supermercados. A comercialização de outros itens é atividade mera-mente complementar (atividade absorvida) pelo comércio varejista de gêneros alimentícios (atividade preponderante).

(12)

Por fim, merece destaque ainda o fato de que não se trata se-quer de categoria autônoma – o que poderia ensejar possibilidade de dissociação, nos termos do art. 571 da CLT –, haja vista que supermercado não constitui categoria econômica, mas sim simples porte de empresa que pratica o comércio varejista de gêneros alimentícios.

Esse foi o posicionamento firmado pela CERSC nos autos dos seguintes processos:

1) nº 1018, pedido de registro no SICOMERCIO do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios, Mercados, Minimercados, Supermercados e Hipermercados de Curitiba, Região Metropolitana de Curitiba e Litoral do Paraná, decisão proferida em 26/01/2000, deferindo o registro pleiteado;

2) nº 1186, consulta formulada pela Federação do Comércio do Estado do Pará, decisão proferida em 08/10/2002; e

3) nº 1151, pedido de registro no SICOMERCIO do Sindicato dos Supermercados do Distrito Federal, decisão proferida em 16/ 09/2003, não acolhendo o referido pleito, visto que supermercado não constitui categoria econômica, mas sim simples porte de em-presa que prática o comércio varejista de gêneros alimentícios.

Ante o exposto, os supermercados (considerados aqui os auto-serviços, mini, hipermercados etc.) estão inseridos na categoria eco-nômica comércio varejista de gêneros alimentícios, integrante do 2º grupo do plano da CNC – comércio varejista.

C O N C L U S Ã O

Em face do exposto, no que toca ao enquadramento sindical das empresas de supermercados, considerando 1) que a consulta em questão foi formulada em tese; e 2) que a atividade preponde-rante dessa espécie de empresa é a comercialização no varejo de gêneros alimentícios; sugerimos seu enquadramento na categoria

(13)

econômica comércio varejista de gêneros alimentícios, integrante do 2º grupo do plano da CNC – comércio varejista.

É o parecer, S.M.J.

Lidiane Duarte Nogueira Advogada

(14)

Processo CERSC nº 1400

Origem: Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais

Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 2007.

Assunto: enquadramento sindical de empresa de locação de mão-obra de analista de sistemas e programadores, serviços e de-senvolvimento de software – duplo enquadramento – 3º Grupo Pla-no da CNC – Agentes AutôPla-nomos do Comércio.

R E L A T Ó R I O

A FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DO ESTADO DE MINAS GE-RAIS – Fecomércio/MG solicita consulta à Comissão de Enquadramento e Registro Sindical do Comércio – CERSC sobre o enquadramento sindical da empresa “TTY2000 Tecnologia e Sis-temas Ltda.” cuja atividade seria a de “locação de mão de obra de analista de sistemas e programadores, prestação de serviços de informática, consultoria e representação de programas, desen-volvimento de software para uso próprio ou de terceiros, equipa-mentos e acessórios para computação sem o emprego de peças ou materiais” (fls. 01).

Informa, ainda, a Fecomércio/MG que, no estado de Minas Ge-rais, existe o Sindicato das Empresas de Processamento de Dados, Informática, Software e Serviços em Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais – SINDINFOR/MG, re-presentando a categoria econômica das “empresas de processamento de dados, informática, software e serviços em tecnologia da informação”.

(15)

Esta assessoria, verificando a ausência do contrato social, bem assim de outras informações que permitissem melhor análise da consulta formulada, solicitou que a Fecomércio/MG diligenciasse junto à empresa no sentido de que fosse anexado seu contrato social, bem assim que a mesma respondesse algumas perguntas por nós formuladas (fls. 02).

Posteriormente, a Fecomércio/MG repassou as respostas pres-tadas pela empresa (fls. 05), esclarecendo, posteriormente, que, muito embora o contrato social ainda não tinha sido remetido, pelas informações atualizadas da Junta Comercial de Minas Gerais, o ob-jeto social estava de acordo com aquele por ela informado (fls. 07).

P A R E C E R

O enquadramento sindical, à luz da Constituição da República – CR (art. 8º, II), deve ser feito por categoria – profissional ou econô-mica –, observado o Quadro de Atividades e Profissões a que se refere o art. 577 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, no qual as atividades estão distribuídas por diversos grupos.

Convém lembrar que o referido Quadro de Atividades e Profis-sões que complementa o art. 577 da CLT foi recepcionado pela Cons-tituição da República, conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal (RMS – 21.305-DF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Marco Aurélio, RTJ – 137, pág. 1131/1135).

Além disso, o enquadramento sindical deve obedecer a critéri-os própricritéri-os, inclusive tendo como base as atividades exercidas pela empresa, não se coadunando, portanto, com a manifestação de vontade do interessado em integrar esta ou aquela categoria. Daí porque o mesmo deve ser definido em função do que a empresa realmente desenvolve como atividade.

Nesse passo, tal definição somente é obtida com a confronta-ção de seus atos constitutivos, notadamente de seu objeto social, com aquela que seria a atividade por ela exteriorizada.

(16)

A informação prestada pela Fecomércio/MG nos dá conta de que a empresa autodenominada “TTY2000 Tecnologia e Siste-mas Ltda.” exerce a atividade econômica de:

“locação de mão de obra de analista de sistemas e programa-dores, prestação de serviços de informática, consultoria e represen-tação de programas, desenvolvimento de software para uso próprio ou de terceiros, equipamentos e acessórios para computação sem o emprego de peças ou materiais.”

Muito embora a consulta não tenha sido acompanhada do con-trato social, (apesar de diligência nesse sentido – fls. 01) o fato é que, diante das respostas repassadas à CERSC pela Fecomércio/ MG e obtidas junto à empresa, entendemos que sua falta, salvo engano, não impedirá o estudo para fins de enquadramento sindi-cal, principalmente diante dos termos das respostas a seguir trans-critas:

“1. Existe, dentre as arroladas, atividade principal? Sim, o desenvolvimento de sistemas específicos para os clien-tes.

2. Em caso contrário, as atividades são exercitadas concomitantemente ou existe regime de preponderância entre cada uma delas?

As de maior volume são: locação de mão-de-obra de analistas de sistema e programadores e o desenvolvimento de sistemas es-pecíficos.

3. No que pertine ao “desenvolvimento de software” o mesmo se dá para posterior venda a terceiros?

Não, como eu já disse, são específicos: levantamos as necessi-dades do cliente, desenvolvemos e implantamos o sistema sob me-dida.

4. Existe venda de software “pronto” para terceiros? Não, não temos produtos de prateleira (ou seja, softwares pron-tos).

(17)

5. Esclarecer o sentido da expressão “equipamentos e acessórios para computação sem o emprego de peças ou materiais”. Seria o caso de venda?

Não, apenas de representação.

6. Informar, se possível, o percentual financeiro corres-pondente a cada atividade secundária, dentre as ativida-des citadas na consulta.

Atualmente, 100% do faturamento está estribado nas ativida-des listadas na pergunta 2.

Com efeito, desde logo podemos afirmar que a empresa em questão exerce, efetivamente, de forma maciça – uma vez que corresponde a 100% (cem) por cento de seu faturamento – as ativi-dades de “locação de mão-de-obra de analistas de sistema e programadores” e o “desenvolvimento de sistemas espe-cíficos” (software).

Nesse caso, o critério de preponderância foi encontrado, na medida em que, ao se conjugar as informações atinentes ao faturamento da empresa com a natureza das funções efetivamente exercidas, uma vez que caracterizaram a unidade do produto, da operação ou do objetivo final, para o qual todas as demais ativida-des arroladas convergem, exclusivamente, em regime de conexão funcional – o fornecimento de serviços de mão-de-obra e o desenvolvimento de software (sistemas específicos) para ter-ceiros – espécies de prestação de serviços voltados para o merca-do de informática.

Contudo, o enquadramento sindical será realizado levando-se em consideração essas duas atividades que, como bem salientado na resposta à questão de número 6 (seis), correspondem a 100% (cem por cento) do faturamento da empresa objeto de consulta.

A atividade de “locação de mão-de-obra de analistas de sistema e programadores”, apesar de merecer enquadramento sindical, não se encontra expressamente prevista no Quadro de Atividades e Profissões que complementa o art. 577 da CLT, o

(18)

que não permite o enquadramento pelo critério da especificidade (art. 570, da CLT).

A locação de mão-de-obra é uma espécie de prestação de ser-viço que se exterioriza através de um contrato regulamentado pela Lei nº 6.019/74 que “dispõe sobre o trabalho temporário nas em-presas urbanas e dá outras providências”.

Pela exegese do artigo 1º da referida lei, podemos considerar que existe a locação de mão-de-obra, quando uma empresa loca-dora coloca seus empregados à disposição da locatária para execu-tar trabalhos temporários, em local por esta determinada. Observe que o pessoal locado continua mantendo a condição de empregado na locadora, sendo por esta remunerada.

Contudo, como anteriormente asseverado, a referida atividade não se encontra contemplada no Quadro de Atividades e Profissões, muito embora o Decreto nº 73.841/74 que regulamenta a Lei nº 6.019/74, em seu artigo 40, expressamente determinava que: “Me-diante proposta da Comissão de Enquadramento Sindical do De-partamento Nacional de Trabalho, o Ministro do Trabalho incluirá as empresas de trabalho temporário e os trabalhadores temporários em categorias existentes ou criará categorias específicas no Qua-dro de Atividades e Profissões a que se refere o art. 577 da Consolidação das Leis do Trabalho”.

Desse modo, utilizaremos o critério da conexão ou similarida-de, nos termos previstos no parágrafo único do art. 570 da CLT, para fins de verificar a possibilidade de integrar tal atividade em alguma das categorias econômicas integrantes do Plano do Comércio identificadas no dito Quadro de Atividades e Profissões. Vejamos os conceitos de conexão e similaridade extraídos da publicação Enquadramento Sindical no SICOMERCIO:

CONEXIDADE (CONEXÃO) (v. similaridade): critério utilizado su-pletivamente para proceder ao enquadramento sindical de ativida-des não arroladas expressamente no Quadro de Atividaativida-des e Profis-sões (art. 511, § 1º, CLT). 1. Conexas são as atividades que, não sendo semelhantes, complementam-se, como as várias atividades

(19)

existentes na construção civil, por exemplo: alvenaria hidráulica, esquadrias, pastilhas, pintura, parte elétrica etc. (Sergio Pinto Martins); 2. A conexidade pressupõe a complementariedade das notas definidoras de duas ou mais realidades (Wilson de Souza Campos Batalha); 3. Por conexa, entende-se uma relação obser-vada nos fatos da vida real entre pessoas que concorrem para o mesmo fim (Evaristo de Moraes Filho).

(...)

SIMILARIDADE (v. conexidade): Critério utilizado supletivamente para proceder ao enquadramento sindical de atividades não arrola-das expressamente no Quadro de Atividades e Profissões (art. 511, § 1º, CLT). 1) Similares são as atividades que se assemelham, como as que numa categoria pudessem ser agrupadas por empre-sas que não são do mesmo ramo, mas de ramos que se parecem. (Sergio Pinto Martins); 2) A similaridade pressupõe que sejam as mesmas algumas notas definidoras de duas ou mais realidades, desde que sejam relevantes e não meramente acidentais. (Wilson de Souza Campos Batalha); 3) Com similar, quer se significar a existência de uma certa analogia entre as profissões. (Evaristo de Moraes Filho).

Ressalvamos, ainda, que a atividade de locação de mão-de-obra de analistas de sistema e programadores não está necessari-amente vinculada àquela relativa ao desenvolvimento de software para uso próprio ou de terceiros.

Isto porque em pesquisa no endereço eletrônico da empresa <http:// www.tty2000.com.br.> restou esclarecido que a mesma dispõe de um banco de dados onde estão catalogados profissionais “possibilitando a composição de equipes para atender as mais diversas necessidades, de acordo com o perfil solicitado pelo clien-te”. (documento anexo)

Vale dizer, a empresa disponibiliza mão-de-obra especializada para desenvolver, manter e implantar o software nas instalações do cliente e/ou executar trabalhos temporários dentro das necessida-des contratadas pelo terceiro.

(20)

Levando-se em conta o fato de que a atividade de “locação de mão-de-obra de analistas de sistema e programadores” constitui prestação de serviços – disponibilizado para aquele que contrata seus serviços –, merece enquadramento, por similaridade, na categoria econômica empresas de assessoramento, perícias, informações e pesquisas, integrante do 3º grupo – agentes autôno-mos do comércio – do plano da CNC.

Inúmeras decisões da extinta Comissão de Enquadramento Sin-dical – CES, citada por José Carlos Arouca no seu Dicionário de Enquadramento Sindical, LTr., Vol. II, página 18, analisando casos análogos corroboram as assertivas anteriormente lançadas, senão vejamos:

“No atual Quadro de Atividades e Profissões a que se refere o art. 577 da CLT não existe especificamente a atividade de ‘locadora de serviços’; entretanto, à luz do disposto no parágrafo único do citado artigo e considerando o critério de categorias similares ou conexas, possível sua integração na categoria econômica ‘empre-sas de assessoramento, perícias, informações e pesqui‘empre-sas’, do 3º grupo ‘agentes autônomos do comércio’ ’’ (Proc. MTb 316.722/72, Rel. Paulo Roberto de Carvalho, DOU 22.6.76, pág. 8.669).

“Considerando que a empresa tem como objetivo social a loca-ção de mão-de-obra, seu enquadramento faz-se na categoria eco-nômica ‘empresas de assessoramento, perícias, informações e pes-quisas’” (Proc. MTb 319.453/82, Rel. Lúcio Henriques de Menezes, DOU 17.5.84, pág. 7.001).

Já com relação a atividade de “desenvolvimento de software (sistemas específicos) para uso próprio ou de terceiros” pode-mos constatar, pelas respostas às indagações formuladas que o software é elaborado sob medida e diretamente para o consumidor final.

Convém destacar, a título de esclarecimento, que a atividade de informática é dividida em dois segmentos: hardware (máquinas e equipamentos) e software (programas ou aplicativos que orientam o funcionamento do computador).

(21)

O desenvolvimento do software pela empresa em questão abran-ge o estudo e sua elaboração dentro das especificações ditadas por aquele que o encomendou, o que não deixa de caracterizar uma espécie de prestação de serviço, uma vez que o programa somente é criado em função da necessidade do cliente.

A hipótese específica difere da revenda de programa pré-elabo-rado a consumidor indeterminado (comércio atacadista) ou a venda do mesmo diretamente para o consumidor final (comércio varejista) sendo que, para fins de maior aprofundamento na questão, reco-mendamos a leitura de Trabalho Técnico elaborado por essa Divisão Sindical, intitulado: “A Informática e seu Enquadramento Sindical”, que segue em anexo ao presente parecer.

Nesse caso em se tratando de software elaborado sob medida e diretamente para consumidor final, a atividade está enquadrada na categoria econômica empresa de processamento de dados, in-tegrante do 3º grupo – agentes autônomos do comércio – do plano da CNC.

Definido o duplo enquadramento sindical da empresa “TTY2000 Tecnologia e Sistemas Ltda.”, cabe-nos tecer algumas conside-rações sobre o Sindicato das Empresas de Processamento de Dados, Informática, Software e Serviços em Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais – SINDINFOR/MG. Referida entidade sindical, originalmente denominava-se Sin-dicato das Empresas de Processamento de Dados do Esta-do de Minas Gerais, representante da categoria econômica das “empresas de processamento de dados”, com registro obtido junto ao Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, sem impugnação, em 23.07.1991 (data da publicação no DOU).

Em 09.12.2002 foi protocolado seu pedido de registro de alte-ração estatutária a fim de contemplar sua denominação atual: Sin-dicato das Empresas de Processamento de Dados, Informática, Software e Serviços em Tecnologia da Informa-ção do Estado de Minas Gerais – SINDINFOR/MG e ampliaInforma-ção de representação para a categoria econômica das “empresas de

(22)

processamento de dados, informática, software e serviços em tecnologia da informação”, registro esse obtido, sem impugnação, em 05.01.2004 (data da publicação DOU), conforme demonstram os inclusos documentos obtidos no endereço eletrônico do MTE.

Cabe aqui salientar, por oportuno, que não existe registro for-malizado do aludido sindicato perante o Sicomercio, tão pouco até a presente data não se tem notícia de que o mesmo está filiado à Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais.

C O N C L U S Ã O

Nessas condições, podemos concluir que a empresa “TTY2000 Tecnologia e Sistemas Ltda.” tem seu enquadramento definido no 3º grupo – agentes autônomos do comércio – do plano da CNC da seguinte forma:

1. Na categoria econômica das empresas de assessoramento, perícias, informações e pesquisas, relati-vamente a atividade de “locação de mão-de-obra de analistas de sistema e programadores”.

2. Na categoria econômica de empresa de processamento de dados, relativamente à atividade de “desenvolvimento de software para uso próprio ou de terceiros”.

É o parecer S.M.J.

Roberto Lopes Advogado

(23)

Processo CERSC nº 1.416

Origem: Coimex Capital Empreendimentos Imobiliários Ltda.

Rio de Janeiro, 23 de janeiro de 2008.

Assunto: consulta. Enquadramento sindical. Atividade preponderan-te. Incorporação imobiliária.

R E L A T Ó R I O

A empresa Coimex Capital Empreendimentos Imobiliári-os Ltda., formula consulta acerca de seu enquadramento sindical. Inicialmente, afirmou-se que a sua atividade principal seria a incorporação de empreendimento imobiliário (fls. 02).

A fim de obter maiores esclarecimentos, em 12 de dezembro de 2007, por meio eletrônico, solicitamos o encaminhamento de seus atos constitutivos, ou de seu alvará de licença de localização, possibilitando, assim, o exame de seu objeto social e a correta aná-lise da questão ora suscitada (fls. 01).

Em resposta, no dia 8 de janeiro de 2008 foi remetida cópia do contrato social da empresa (fls.03/06), no qual constam como ob-jeto social da empresa as seguintes atividades:

a) incorporação e construção de empreendimentos imobiliários constituídos de unidades autônomas, na forma da Lei nº 4.591/64 e do Código Civil em vigor, em imóveis próprios ou de terceiros, e a alienação a terceiros de unidades autônomas que o comporão;

b) estudo, pesquisa e desenvolvimento de projetos imobiliários para realização de empreendimentos imobiliários;

(24)

c) estruturação de projetos financeiros, envolvendo a realiza-ção de empreendimentos imobiliários e alienarealiza-ção a terceiros das unidades que o comporão;

d) administração e gerenciamento de projetos e empreendi-mentos imobiliários, incluindo a administração da carteira de recebíveis;

e) compra e venda de bens imóveis destinados à realização de empreendimentos imobiliários e alocação de bens imóveis; e

f) participação em outras sociedades, como sócia ou acionista. Ante o rol de atividades que integram o objeto social, em 15 de janeiro de 2008, para exata identificação de sua atividade prepon-derante, foram formuladas as seguintes questões à consulente (fls. 07/08):

1) A Coimex desenvolve todas as atividades arroladas no citado art. 4º?

2) Em caso negativo, qual a atividade efetivamente praticada pela empresa?

3) A empresa desempenha atividade ligada ao setor da cons-trução civil?

Em resposta à citada diligência extraída, por meio eletrônico, no referente ao seu objeto social, restou esclarecido que:

1) A Coimex não desenvolve todas as atividades arroladas no citado art. 4º;

2) Dos itens do artigo 4º, a Coimex não pratica: (i) a constru-ção civil (item “a”) e (ii) o estudo, pesquisa e desenvolvimento de projetos imobiliários para realização de empreendimentos imobiliá-rios (item “b”); e que realiza todos os demais;

3) A empresa não desempenha atividade ligada ao setor da construção civil; e

4) A incorporação imobiliária é a atividade preponderante da Coimex Capital.

(25)

Por derradeiro, para regular instrução do processo, realizamos busca no site do GRUPO COIMEX, constituído dentre outras empre-sas, pela consulente COIMEX CAPITAL, ora consulente.

Conforme noticiado no referido site, essa empresa é voltada para a incorporação imobiliária. Vejamos:

“Somados, os fatores resultaram na criação da mais nova empresa do Grupo, a Coimex Capital, voltada para a incor-poração imobiliária. Com a missão de desenvolver empreen-dimentos imobiliários com padrão de qualidade, sem deixar de lado a responsabilidade sócio-ambiental e as boas práticas de governança corporativa, a Coimex Capital tem como foco os merca-dos do Espírito Santo e de São Paulo” (Grupo Coimex investe no segmento imobiliário – 26/02/2007).

P A R E C E R

À luz da Constituição Federal (art. 8º, II), o enquadramento deve ser feito por categoria – profissional ou econômica –, observado o Quadro de Atividades e Profissões a que se refere o art. 577 da CLT, no qual as atividades estão distribuídas por diversos grupos.

Convém lembrar que o Quadro de Atividades e Profissões que complementa a CLT foi recepcionado pela Constituição da Repúbli-ca, conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal (RMS – 21.305-DF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Marco Aurélio, RTJ – 137, pág. 1131/ 1135).

O que define o enquadramento sindical é a atividade prepon-derante da empresa, nos termos do disposto no § 2º do art. 581. § 2º Entende-se por atividade preponderante a que caracteri-zar a unidade de produto, operação ou objetivo final, para cuja ob-tenção todas as demais atividades convirjam, exclusivamente em regime de conexão funcional.

(26)

Desse modo, para que se proceda ao enquadramento sindical da consulente, primeiro, é preciso definir a atividade preponde-rante por ela desempenhada pela empresa consulente.

Para tanto, cumpre-nos, em primeiro plano, verificar, qual seu objeto social:

a) incorporação e construção de empreendimentos imobiliários constituídos de unidades autônomas, na forma da Lei nº 4.591/64 e do Código Civil em vigor, em imóveis próprios ou de terceiros, e a alienação a terceiros de unidades autônomas que o comporão;

b) o estudo, pesquisa e desenvolvimento de projetos imobiliári-os para realização de empreendimentimobiliári-os imobiliáriimobiliári-os;

c) a estruturação de projetos financeiros, envolvendo a realiza-ção de empreendimentos imobiliários e alienarealiza-ção a terceiros das unidades que o comporão;

d) administração e gerenciamento de projetos e empreendi-mentos imobiliários, incluindo a administração da carteira de recebíveis;

e) a compra e venda de bens imóveis destinados à realização de empreendimentos imobiliários e alocação de bens imóveis; e

f) a participação em outras sociedades, como sócia ou acionis-ta.

Pelo que se depreende dessa análise bem como das diligências constantes dos autos, observa-se que a empresa consulente tem por atividade preponderante a realização de empreendimentos imobiliários, notadamente a incorporação imobiliária.

Saliente-se, no ponto, que para identificar a atividade prepon-derante da consulente, deve-se levar em conta, além do seu objeto social, as informações prestadas pelo seu patrono às fls. 07/08.

Vê-se que o patrono da consulente é claro ao afirmar que a Comiex Empreendimentos Imobiliários Ltda. não pratica 1) construção civil e 2) estudo, pesquisa e desenvolvimento de

(27)

proje-tos imobiliários para realização de empreendimenproje-tos imobiliários, atividades constantes dos itens a e b do seu objeto social.

Por outro lado, ressalva que a empresa realiza todas as demais atividades arroladas no contrato social da empresa quais sejam: 1) a incorporação de empreendimentos imobiliários constituídos de unidades autônomas, na forma da Lei nº 4.591/64 e do Código Civil em vigor, em imóveis próprios ou de terceiros, e a alienação a terceiros de unidades autônomas que o comporão; 2) a estruturação de projetos financeiros, envolvendo a realização de empreendi-mentos imobiliários e alienação a terceiros das unidades que o comporão; 3) a administração e gerenciamento de projetos e em-preendimentos imobiliários, incluindo a administração da carteira de recebíveis; 4) a compra e venda de bens imóveis destinados à realização de empreendimentos imobiliários e alocação de bens imóveis; e 5) a participação em outras sociedades, como sócia ou acionista.

Ao final, conclui que:

“Desta forma, resta caracterizada a incorporação imobiliária como atividade preponderante da Coimex Capital.”

Como se vê, todas aquelas atividades elencadas no seu objeto social – compra e venda de imóveis, estruturação de projetos finan-ceiros, administração de projetos imobiliários – convergem em regi-me de conexão funcional para a atividade preponderante que é a incorporação imobiliária. Vale dizer, todas essas atividades são absorvidas pela incorporação imobiliária.

A par disso, tem-se ainda a informação extraída do site no sen-tido de que a empresa é voltada para a incorporação imobiliária. Identificada, portanto, a atividade preponderante da empresa – incorporação imobiliária – passamos a conceituar essa atividade econômica, a fim de definir seu enquadramento sindical.

A atividade de incorporação imobiliária está disciplinada na Lei nº 4.591/64, que dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias.

(28)

O art. 28 do citado diploma legal determina que “considera-se incorporação imobiliária a atividade exercida com o intuito de pro-mover e realizar a construção, para alienação total ou parcial, de edificações ou conjunto de edificações compostas de unidades au-tônomas”.

Como se depreende do texto legal, a incorporação imobiliária constitui um conjunto de atividades através das quais uma pessoa física ou jurídica constrói uma edificação e promove a alienação total ou parcial das unidades autônomas que a compõem. Por conta dis-so, tem-se como incorporadora a empresa que promove ou admi-nistra incorporações imobiliárias – atividade essa praticada de for-ma preponderante pela consulente.

A corroborar com essa assertiva, trazemos à colação o concei-to de incorporação extraído da obra Vocabulário Jurídico, de Plá-cido e Silva, Editora Forense, 2001:

“Incorporação. Na terminologia dos negócios é aplicada a ex-pressão para designar a iniciativa tomada por alguém com o intuito de realizar a construção do edifício de apartamentos sob o regime de condomínio, promovendo a colocação dos mesmos apartamen-tos entre pessoas que se mostrem interessadas em sua aquisição. A incorporação, neste aspecto, mostra-se em realidade, a institui-ção de prédio em condomínio apresentando-se o encarregado des-sa incorporação verdadeiro fundador ou instituidor, em similar situa-ção ao incorporador da sociedade anônima.”

Ocorre que a atividade econômica em foco – incorporação imobiliária –, apesar de merecer enquadramento sindical, não se encontra expressamente prevista no Quadro de Atividades e Profis-sões que complementa o art. 577 da CLT, o que não permite o enquadramento pelo critério da especificidade (art. 570, da CLT). Todavia, considerando o critério de conexão previsto no pará-grafo único do art. 570 da CLT, pode-se enquadrar a atividade de incorporação imobiliária na categoria econômica empresas de compra, venda, locação e administração de imóveis residenciais e

(29)

comerciais, integrante do 5º grupo do plano do comércio – turismo e hospitalidade.

No ponto, merece destaque o conceito de conexão constante da publicação Enquadramento Sindical no SICOMERCIO:

CONEXIDADE (CONEXÃO) (v. similaridade): critério utilizado supletivamente para proceder ao enquadramento sindical de ativi-dades não arroladas expressamente no Quadro de Ativiativi-dades e Pro-fissões (art. 511, § 1º, CLT). 1. Conexas são as atividades que, não sendo semelhantes, complementam-se, como as várias ativi-dades existentes na construção civil, por exemplo: alvenaria hi-dráulica, esquadrias, pastilhas, pintura, parte elétrica etc. (Sergio Pinto Martins); 2. A conexidade pressupõe a complementariedade das notas definidoras de duas ou mais realidades (Wilson de Souza Campos Batalha); 3. Por conexa, entende-se uma relação obser-vada nos fatos da vida real entre pessoas que concorrem para o mesmo fim (Evaristo de Moraes Filho).

Desse modo, tendo em conta os conceitos trazidos à colação atinentes à incorporação imobiliária, e, ressalvado o fato de que a empresa não pratica atividade ligada à construção civil – afeta ao plano da indústria –, vê-se que a atividade em questão apesar de não estar prevista de forma expressa no Quadro de Atividades e Profissões a que se refere o art. 577 da CLT pode ser enquadrada por conexão na categoria econômica empresas de compra, venda, locação e administração de imóveis residenciais e comerciais.

Frise-se, por oportuno, que essa atividade já vem sendo con-templada pelos sindicatos que representam a citada categoria eco-nômica. No SICOMERCIO, por exemplo, com registro deferido, te-mos 2 (dois) sindicatos representativos da categoria empresas de compra, venda, locação e administração de imóveis residenciais e comerciais, que também representam a atividade de incorporação imobiliária:

1) Processo CERSC nº 147 referente ao Sindicato das Empre-sas de Compra, Venda, Locação, Administração, Incorporação e

(30)

Loteamentos de Imóveis e dos Edifícios em Condomínios Residenciais e Comerciais do Paraná – SECOVI-PR. Decisão proferida em 8 de outubro de 2002, deferindo a alteração de denominação e repre-sentação da entidade representante da categoria econômica em-presas de compra, venda, locação e administração de imóveis próprios ou de terceiros e de condomínios das incorporadoras de imóveis próprios ou de terceiros e condomínios das incorporadoras de imóveis das loteadoras, das urbanizadoras, dos edifícios em condomínios residenciais e comerciais e shopping centers, integrante do 5º grupo – turismo e hospitalidade – do plano da CNC; e

2) Processo CERSC nº 1.272 referente ao Sindicato das Em-presas de Compra, Venda, Locação, Administração, Incorporação e Loteamentos de Imóveis e dos Edifícios em Condomínios Residenciais e Comerciais de Santa Catarina – SECOVI-SC. Decisão proferida em 8 de janeiro de 2008, deferindo a alteração de deno-minação e representação da entidade representante da categoria econômica empresas de compra, venda, locação e administração de imóveis próprios ou de terceiros e condomínios das incorporadoras de imóveis, das loteadoras, das colonizadoras, das urbanizadoras, dos condomínios residenciais e comerciais e shopping centers, integrante do 5º grupo – turismo e hospitalidade – do plano da CNC.

C O N C L U S Ã O

Em face do exposto, considerando 1) que a atividade prepon-derante da consulente consiste na incorporação imobiliária; 2) que não há previsão expressa da atividade econômica por ela de-senvolvida no Quadro de Atividades e Profissões, a que se refere o art. 577 da CLT; e 3) o critério de conexão, previsto no parágrafo único do art. 570 da CLT; sugerimos o enquadramento sindical da empresa Coimex Capital Empreendimentos Imobiliários Ltda. na categoria econômica empresas de compra, venda, locação e

(31)

administração de imóveis residenciais e comerciais integrante do 5º grupo do plano do comércio – turismo e hospitalidade.

É o parecer, S.M.J.

Lidiane Duarte Nogueira Advogada

(32)

Processo CERSC nº 1.419

Origem: POLLOSHOP – Participações e Empreendimentos Ltda.

Rio de Janeiro, 24 de abril de 2008.

Assunto: consulta. Enquadramento sindical. Shopping de descon-tos. Outlet. Empresas de compra, venda, locação e administração de imóveis residenciais e comerciais.

R E L A T Ó R I O

A empresa POLLOSHOP – Participações e Empreendimen-tos Ltda., encaminha consulta acerca de seu enquadramento sin-dical.

A consulta foi instruída com:

1. Cópia do cartão do CNPJ da empresa no qual consta como código e descrição da atividade econômica principal 41.10-7-00 – Incorporação de empreendimentos imobiliários; e

2. Cópia da cláusula quarta do contrato social pelo qual a sociedade tem por objeto: 1) promoção e administração de even-tos comerciais e culturais; 2) venda de locação temporária de es-paços físicos de dependências de terceiros, contratadas para tal fim; 3) participação em eventos e promoções de terceiros; empre-endimentos comerciais; 4) serviços de promoção e organização de eventos e/ou cursos; 5) participação societária em empresas de idêntico objeto social; 6) administração de bens móveis e imóveis próprios ou de terceiros;

Ante o rol de atividades que integram o objeto social da consulente, em 02 de abril de 2008, para exata identificação de

(33)

sua atividade preponderante, por meio eletrônico, foram formula-das as seguintes questões:

1. A Polloshop desenvolve todas as atividades arroladas no ci-tado art. 4º?

2. Em caso negativo, qual a atividade efetivamente praticada pela empresa?

3. A empresa desempenha atividade ligada ao setor da cons-trução civil?

Em resposta à diligência extraída, em 10 de abril de 2008, a consulente esclareceu que:

1. Sim, todas as atividades lá descritas fazem parte daquelas desenvolvidas pelo Polloshop. Esclarecemos que algumas delas são bastante parecidas, mas, para uma maior abrangência são discrimi-nadas de forma um pouco diferenciada. De toda forma, a ativi-dade preponderante é “locação temporária de espaços físi-cos de dependência comerciais próprias ou de terceiros” e “administração de centros comerciais” (grifo nosso).

2. Prejudicada;

3. Não. É a Embrasad (outra empresa) que desenvolve ativida-de ativida-de construção civil.

A par da diligência extraída, a fim de complementar a instrução do processo em análise, trazemos ainda à colação notícia extraída do site da empresa. Vejamos:

“A partir do início dos anos 90, graças a abertura do mercado nacional e ao advento da globalização, o perfil do consumidor brasi-leiro experimentou uma série de mudanças. Com o aumento da oferta de produtos e serviços, o consumidor, agora mais crítico e conscien-te, passou a optar por locais que aliassem variedade, qualidade, preço, comodidade e segurança.

Com a difícil missão de oferecer tudo o que este novo consumi-dor exigia, em 29 de julho de 1995 foi inaugurado o PolloShop. O

(34)

primeiro shopping de descontos do Paraná, com mais de 200 lojas em um amplo mix de produtos.”

“Considerado pela imprensa especializada e por economistas do Paraná um fenômeno de público e de vendas, o PolloShop lota seus corredores desde quando inaugurou. Conquistando cada vez mais a confiança e a fidelidade de uma clientela selecionada, que encontra no variado mix, produtos de alta qualidade a preços me-nores, o PolloShop passou a ser visto como referência comercial para a população de Curitiba.”

A antiga fórmula usada pelos varejistas CUSTO + LUCRO = PREÇO, no PolloShop foi revista e transformada para PREÇO – CUS-TO = LUCRO. Ou seja, o baixo custo de instalação e manuten-ção garante o lucro e permite ao lojista vender sempre mais barato, tornando seus produtos acessíveis a um maior pú-blico consumidor.

(...)

Para assegurar os melhores preços aos seus clientes, o empre-endimento conta com um grande diferencial: a inexistência de custos obrigatórios dos shoppings tradicionais.

(...)

Outro diferencial do PolloShop é a relação de parceria entre os empreendedores e lojistas, cujo único objetivo é consolidar o sucesso de ambas as partes. Esta fórmula resulta na fidelização do cliente, comprovada ano a ano através de inúmeras pesquisas.

P A R E C E R

À luz da Constituição Federal (art. 8º, II), o enquadramento deve ser feito por categoria – profissional ou econômica –, observado o Quadro de Atividades e Profissões a que se refere o art. 577 da CLT, no qual as atividades estão distribuídas por diversos grupos.

(35)

Convém lembrar que o Quadro de Atividades e Profissões que complementa a CLT foi recepcionado pela Constituição da Repúbli-ca, conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal (RMS – 21.305-DF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Marco Aurélio, RTJ – 137, pág. 1131/ 1135).

O que define o enquadramento sindical é a atividade prepon-derante da empresa, nos termos do disposto no § 2º do art. 581. Desse modo, para que se proceda ao enquadramento sindical da consulente, primeiro, é preciso definir a atividade preponderan-te por ela desempenhada pela empresa consulenpreponderan-te.

Para tanto, cumpre-nos analisar seu objeto social:

1. Promoção e administração de eventos comerciais e cultu-rais;

2. Venda de locação temporária de espaços físicos de depen-dências de terceiros, contratadas para tal fim;

3. Participação em eventos e promoções de terceiros; 4. Empreendimentos comerciais;

5. Serviços de promoção e organização de eventos e/ou cur-sos;

6. Participação societária em empresas de idêntico objeto soci-al;

7. Administração de bens móveis e imóveis próprios ou de terceiros;

Segundo informação prestada pela consulente, todas as ativi-dades lá descritas fazem parte daquelas desenvolvidas pelo Polloshop. No entanto, afirma que a atividade preponderante é “locação temporária de espaços físicos de dependência comerciais próprias ou de terceiros” e “administração de centros comerciais” – o que ensejaria o enquadramento na cate-goria econômica “empresas de compra, venda, locação e

(36)

adminis-tração de imóveis residenciais e comerciais”, integrante do 5º gru-po do plano da CNC – turismo e hospitalidade.

A par disso, é importante lembrar que pelas informações extra-ídas do site www.polloshop.com.br, resta claro que a empresa consulente constitui um shopping de descontos também chamados de outlets – espécie de shopping center.

De acordo com a ABRASCE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SHOPPING CENTERS (www.abrasce.com.br), o shopping center cons-titui um centro comercial planejado, sob administração única e cen-tralizada, composto de lojas destinadas à exploração de ra-mos diversificados de comércio, e que permaneçam, na sua maior parte, objeto de locação, ficando os locatários sujeitos a nor-mas contratuais padronizadas que visam à conservação do equilí-brio da oferta e da funcionalidade, assegurando a convivência inte-grada e oferecendo aos usuários estacionamento permanente. Para ABRASCE, existem diversas classificações para shopping center, por exemplo:

Comunitário: oferece um sortimento amplo de vestuário e ou-tras mercadorias. Entre as âncoras mais comuns, estão os super-mercados e lojas de departamentos de descontos. Entre os lojistas do shopping comunitário, algumas vezes encontram-se varejistas de “off-price” vendendo itens como roupas, objetos e móveis para casa, brinquedos, artigos eletrônicos ou para esporte.

Vizinhança: é projetado para oferecer conveniência na compra das necessidades do dia-a-dia dos consumidores. Tem como âncora um supermercado. A âncora tem o apoio de lojas oferecendo outros artigos de conveniência.

Especializado: voltado para um mix específico de lojas de um determinado grupo de atividades, tais como moda, decoração, náu-tica, esportes ou automóveis.

Festival Center: está quase sempre localizado em áreas turísti-cas e é basicamente voltado para atividades de lazer, com restau-rantes, fast-food, cinemas e outras diversões.

(37)

Outlet: consiste, em sua maior parte de lojas de fabri-cantes vendendo suas próprias marcas com desconto, além de varejistas de “off-price”.

Na realidade, o shopping center, uma vez construído, pode dar origem a dois empreendimentos distintos:

1. o primeiro reúne um investimento imobiliário que administra e promove o marketing conjunto e aluga as lojas para que se proces-se o proces-segundo negócio, que é o de vendas a varejo ou por atacado; e 2. a outra modalidade inclui a venda das lojas, cujos proprie-tários alugam ou desenvolvem seus próprios negócios e exercem a administração sob a forma de condomínio, mantendo as mesmas características físicas e ambientais que tipificam os shopping centers. Nesse tipo de organização, é preciso conciliar interesses de di-ferentes ramos de negócio, que têm, cada qual, política de compra e venda particular e filosofia comercial peculiar. Isso sem falar em ou-tros tipos de pontos de venda, como quiosques e boxes que se dis-tribuem ao longo dos corredores internos dos shoppings.

Tem-se, portanto, que a empresa consulente promove e admi-nistra empreendimentos imobiliários procedendo à locação tempo-rária de espaços físicos de dependência comerciais próprias ou de terceiros e à administração de centros comerciais, o que resulta no seu enquadramento sindical na categoria econômica “empresas de compra, venda, locação e administração de imóveis residenciais e comerciais”, integrante do 5º grupo – turismo e hospitalidade – do plano da CNC.

Por fim, cumpre esclarecer que o enquadramento das admi-nistradoras de shopping centers também se dá na categoria eco-nômica “empresas de compra, venda, locação e administração de imóveis residenciais e comerciais”, integrante do 5º grupo – turismo e hospitalidade – do plano da CNC.

(38)

C O N C L U S Ã O

Em face do exposto, no que diz respeito ao enquadramento sindical que a atividade preponderante de POLLOSHOP – Partici-pações e Empreendimentos Ltda. consiste na locação tem-porária de espaços físicos de dependências comerciais pró-prias ou de terceiros e na administração de centros comer-ciais; sugerimos o enquadramento sindical da empresa na catego-ria econômica empresas de compra, venda, locação e administra-ção de imóveis residenciais e comerciais integrante do 5º grupo do plano do comércio – turismo e hospitalidade.

É o parecer, S.M.J.

Lidiane Duarte Nogueira Advogada

(39)

Processo 1.420

Origem: Real Contabilidade e Assessoria Ltda.

Rio de Janeiro, 12 de maio de 2008.

Assunto: consulta sobre enquadramento sindical da empresa “Fernando Mattar Monte Mor-ME”.

R E L A T Ó R I O

A Consulente, empresa FERNANDO MATTAR MONT MOR-ME, situada na cidade de Monte Mor, Estado de São Paulo, representa-da pelo Escritório de Contabilirepresenta-dade REAL CONTABILIDADE E ASSES-SORIA LTDA., formula consulta por escrito, em carta subscrita pelo seu contador, Sr. Gabriel de Castro Jolo, dirigida à CERSC, sobre enquadramento sindical profissional e patronal.

Acrescenta na carta datada de 25 de abril de 2008 alguns da-dos, que foram ampliados em telefonema efetuado em 07 de maio de 2008, com o próprio titular e com a funcionária da REAL, Srta. Norlandi, como sendo uma empresa que está iniciando a operação, com capital de 5.000 reais, localizada nas cercanias de Campinas, SP.

Nenhum sindicato patronal do comércio tem sede na cidade. O Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Capivari e região (Capivari, Rafart, Mombuca, Monte Mor e Elias Fausto), tem a cidade de Mon-te Mor na sua base Mon-territorial, sendo seu PresidenMon-te o Sr. Eder Roberto Antonelli, tel. 19-3491-5588, contatado na mesma data.

Este Sindicato ainda não é filiado à Fecomércio/SP, mas está com a documentação parcialmente pronta.

(40)

Os trabalhadores do comércio da cidade são representados pelo Sindicato dos Empregados no Comércio de Santa Bárbara, sendo Presidente o Sr. Adilson Pigatto que tem a cidade de Monte Mor na sua base territorial.

Restou apurado que o maior interesse da Consulente é enqua-drar seus empregados, mas foi-lhe explicado nessa ligação telefôni-ca que não podemos enquadrar sinditelefôni-calmente os trabalhadores, que tem meios de consultar os próprios sindicatos específicos ou ecléticos, paritários, previstos na Consolidação das Leis do Traba-lho, no Artigo 577 e seu Quadro anexo de categorias econômicas e profissionais.

P A R E C E R

O enquadramento sindical até a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, em 05 de Outubro de 1988, era feito pela CES, Comissão de Enquadramento Sindical do então Mi-nistério do Trabalho.

Com a extinção desse serviço, a tarefa passou a ser feita pelas Confederações Sindicais, e a CNC, Confederação Nacional do Co-mércio, mantém, desde então, a CERSC, Comissão de Enquadramento Sindical do Comércio para tal mister, respondendo, sempre, de bom grado, às consultas específicas e concretas.

Esclarecemos de início, que a CERSC não faz enquadramento sindical profissional, ratificando o que dissemos por telefone ao titu-lar da REAL CONTABILIDADE E ASSESSORIA, Sr. Gabriel, bem como à funcionária Srta. Norlandi, porque os profissionais, empregados, têm sua própria Confederação e Federações, como também os Sin-dicatos próprios.

A ambos foi explicado que, encontrando-se a categoria econô-mica específica, encontramos, também, a categoria profissional, devido ao sistema da paridade adotado no Art.577 da CLT, explicitado no Quadro Anexo das categorias econômicas e profissionais.

(41)

A atividade econômica declarada pela empresa é “classifica-ção e comercializa“classifica-ção ao atacado, de resíduos e sucatas metálicas”.

Entendemos que a Consulente compra no varejo, de pessoas físicas e de pessoas jurídicas, diversos tipos de sucatas metálicas, bem como resíduos delas, e vende, separadamente, as mesmas após prensagem em blocos ou fardos de médio peso.

O CNAE fornecido por ela na carta de consulta é: 46.87.-7-03, “comércio atacadista de resíduos e sucatas metálicos”.

Registre-se que o CNAE não é fonte de consulta para enquadramento sindical, mas, se mencionado pela Consulente, te-mos de abri-lo para maior e melhor conhecimento e discernimento do conteúdo da descrição.

Informou por intermédio de ligação telefônica, o Presidente do Sindicato Patronal de Capivari, que as negociações sindicais dos em-pregadores e empregados no comércio da cidade de Monte Mor, são iniciadas pelas respectivas federações, incluindo a Fecomércio/ SP, junto com os respectivos sindicatos.

Este fato foi confirmado com um dos advogados daquela fede-ração.

Informa ainda o Presidente do citado Sindicato, Sr. Eder Roberto Antonelli que o Sindicato está em contato com a Fecomércio/SP tendo como objetivo maior a filiação do mesmo àquela Federação.

Se o sindicato ampliar sua representatividade acrescentando comércio varejista de sucatas, só o futuro dirá.

Tendo em vista a proibição celetista de um sindicato represen-tar mais de um grupo, varejista x atacadista, bem como ser o Sindi-cato de Capivari varejista e a Consulente ter comércio atacadista, a solução é filiação à Fecomércio/SP, caso assim decida.

(42)

C O N C L U S Ã O

Ante o exposto, submetemos à análise e julgamento da CERSC o parecer acima, que se aprovado, será a resposta a ser remetida à Consulente:

§ Sindicato do Comércio Atacadista de Sucata Ferrosa e Não Ferrosa do Estado de São Paulo, sito à rua Rui Barbosa, 95 – conj. 51/52 – Bela Vista – São Paulo-SP, CEP 013226-010, fone (11) 3251-0277.

Aproveitamos para lembrar à Consulente que o recolhimento da contribuição sindical patronal, vai de 1º a 31 de janeiro, e para os autônomos todo o mês de fevereiro, sendo que para as empresas fundadas no ano, fora destes meses, o pagamento da contribuição sindical é integral.

É o parecer, S.M.J.

Eugenio Garcia Advogado

(43)

Processo CERSC nº 1423

Origem: Fecomércio/RJ

Rio de Janeiro, 23 de junho de 2008.

Assunto: enquadramento sindical da empresa Centro Auditivo Telex S.A. Pauta.

R E L A T Ó R I O

A Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro solicita análise e parecer acerca do enquadramento sindical da empresa Centro Auditivo Telex S.A., conforme formulário de consulta preen-chido no site da Federação. Para tanto, encaminha:

Formulário de consulta à Fecomércio/RJ preenchido pela em-presa, fls. 2/3;

Estatuto social da empresa, fls. 05/07;

Ata da assembléia geral ordinária de 29/4/2006, fls. 04.

P A R E C E R

Consoante a Constituição da República de 1988 (art. 8, II), o enquadramento sindical fundamenta-se na categoria – profissional ou econômica –, de acordo com o Quadro de Atividades e Profissões a que se refere o art. 577 da CLT, no qual as atividades estão distri-buídas por diversos grupos.

(44)

Oportuno destacar que o Quadro acima referido que complementa a CLT foi recepcionado pela Constituição da Repúbli-ca, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal (RMS – 21.305-DF, Tribunal Pleno, Rel, Min. Marco Aurélio, RTJ – 137, pág. 1131/ 1135).

Nesse passo, a fim de definir o enquadramento sindical da empresa, há que se identificar a atividade econômica por ela prati-cada, no caso, recorrendo primeiramente ao estatuto social, às fls. 05/07.

De acordo com o artigo terceiro do estatuto, a sociedade tem por objetivo: “a fabricação de aparelhos para surdez (equipa-dos ou não com pilhas) e de aparelhos de recuperação e ou apoio das funções vitais humanas; importação, exporta-ção e o comércio varejista de aparelhos para surdez, de aparelhos de medição de capacidade auditiva, de apare-lhos e equipamentos odontológicos, de apareapare-lhos e equi-pamentos médicos e hospitalares; assim como seus aces-sórios e peças; modelagem e montagem de aparelhos para surdez; assistência técnica e manutenção de máquinas, aparelhos e equipamentos de audição de capacidade audi-tiva”.

O formulário de consulta disponibilizado pela Fecomércio/RJ e preenchido pela empresa acrescenta, ainda, o que se segue:

1) Objeto social da empresa nos exatos termos constantes no contrato social da empresa: “a sociedade tem por objeto a fa-bricação de aparelhos de surdez (equipado ou não com pilhas) e de aparelhos para recuperação e ou apoio das funções vitais humanas; importação, exportação e o co-mércio atacadista e varejista de aparelhos para surdez, de aparelhos de medição de capacidade auditiva, de apare-lhos e equipamentos odontológicos, de apareapare-lhos e equi-pamentos médicos e hospitalares; assim como seus aces-sórios e peças; modelagem e montagem de aparelhos para surdez, assistência técnica e manut.”.

(45)

2) Se houver atividade preponderante, favor esclarecer, tam-bém, como ocorre a relação de preponderância: “comércio de aparelhos auditivos”.

3) Mencionar, dentre as atividades constantes do contrato so-cial, quais, efetivamente, são desenvolvidas pela empresa: “comér-cio atacadista e varejista de aparelhos para surdez, fabri-cação de aparelhos para surdez (equipados ou não com pilhas) e de aparelhos para recuperação e ou apoio das funções vitais humanas”.

4) Mencionar se a atividade da empresa é varejista ou ataca-dista e discriminar também qual produto é comercializado por ela: “comércio varejista e atacadista”.

5) Informar se a empresa já é associada ou recolhe contribui-ção para algum sindicato patronal: “Sindicato dos Lojistas do Comércio Município RJ (CNPJ 33.649.542/001-49)”.

Buscamos, também, subsídios complementares (fls. 08), por meio eletrônico, junto à consulente, em 27 de maio de 2008, os quais foram respondidos (fls. 09), conforme a seguir:

a) No que pertine à fabricação, pelo Centro Auditivo Telex S/A, de aparelhos para surdez (equipados ou não com pilhas) e de aparelhos para recuperação e ou apoio das funções vitais humanas a mesma se dá para posterior venda a terceiros ou, também, dire-tamente ao consumidor final (usuário)?

R.: “Acontece de ambas as formas. Eles possuem lojas própri-as que comercializam o produto diretamente para o consumidor final. Neste caso, o momento da fabricação se dá quando há a finalização da venda, atendendo a necessidade específica do clien-te.

Há, também, lojas franqueadas onde a fabricação do produto, por eles, se dá da mesma forma, após a finalização da venda ao consumidor final, porém, o produto é entregue diretamente ao fran-queado com emissão de nota fiscal para ele”.

(46)

b) No que pertine à importação e exportação de aparelhos para surdez, de aparelhos de medição de capacidade auditiva, de aparelhos e equipamentos odontológicos, de aparelhos e equipa-mentos médicos e hospitalares; assim como seus acessórios e pe-ças; modelagem e montagem de aparelhos para surdez se dá para comercialização somente para terceiros ou, também, diretamente ao consumidor final (usuário).

R.: “Eles apenas desenvolvem a atividade de importa-ção. Ela se dá conforme a necessidade do cliente. Obvia-mente que há um estoque de produtos importados para atender o consumidor de forma imediata, porém, essa aqui-sição se dá de modo a reabastecer as peças/aparelhos que são constantemente utilizados conforme a requisição dos produtos. Ela ocorre tanto para o franqueado como para a loja própria”.

c) Se a empresa, no exercício dessas atividades, funciona como distribuidora para pontos de vendas e/ou franquias?

R.: “Sim”.

d) Indique o percentual financeiro correspondente a cada uma das atividades (a e b).

R.: “As duas são 100%. Tudo que é vendido é importado. Eles importam os produtos para, seguidamente, promover a fabricação conforme a necessidade do cliente. As ativida-des são interligadas, logo, não há diferenciação no percentual financeiro”.

Ainda, em complemento à instrução do processo em análise, extraímos dos sites da Empresa e da Associação Brasileira de Franchinsing – ABF, fls.11/12 e 13, o seguinte:

Natureza jurídica da empresa: sociedade anônima fechada, multinacional

Unidades próprias = 8

(47)

Capital para instalação de franqueadas: de 45.000 a 80.000 Pela análise das informações disponíveis, a princípio, poder-se-ia aventar a hipótese de múltiplo enquadramento em face das inú-meras atividades descritas. Contudo, tal entendimento dificulta o funcionamento da empresa, no que pertine ao cumprimento simul-tâneo de instrumentos coletivos de trabalho.

Convém lembrar o conceito de preponderância para efeito de enquadramento sindical, balizado na unidade do produto, cujas de-mais atividades concorram para essa unidade, ou seja, objetivo final empresarial.

A par dessas informações, procuramos definir, primeiramente, quais as atividades praticadas pela empresa, a saber:

fabricação de aparelhos para surdez e ou de aparelhos para recuperação e ou apoio das funções vitais humanas;

importação de aparelhos para surdez e ou de aparelhos para recuperação e ou apoio das funções vitais humanas, para venda ao consumidor, através de lojas próprias ou de franqueados, inclusive insumos que concorrem para unidade do produto;

venda ao consumidor de aparelhos para surdez e ou de apa-relhos para recuperação e ou apoio das funções vitais humanas, assim como de produtos importados, através de lojas próprias ou de franqueados;

serviços de assistência técnica e manutenção de produtos. No que tange aos produtos de fabricação própria (exclusi-vo), e respectiva venda para revenda, diretamente ou através de lojas próprias, o enquadramento se dá no plano da Indústria.

Encontra-se, também às fls.10, o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica da empresa que classifica a atividade desenvolvida como industrial: código CNAE nº 32.50-7-03 e 32.50-7-04 – fabrica-ção de aparelhos e utensílios para correfabrica-ção de defeitos físicos e aparelhos ortopédicos em geral sob encomenda ou não, respectivamente. Oportuno registrar que, embora se

Referências

Documentos relacionados

A partir da junção da proposta teórica de Frank Esser (ESSER apud ZIPSER, 2002) e Christiane Nord (1991), passamos, então, a considerar o texto jornalístico como

Como hipótese, assumiremos que o desenvolvimento de um modelo matemático diferente do tradicional poderia, por permitir a criação de personagens com comportamentos adaptáveis a

como enfoque o processo da reforma educativa em curso em Angola. Para isso, será realizada a análise à percepção dos professores e directores de escola face à

O primeiro conjunto de artigos, uma reflexão sobre atores, doenças e instituições, particularmente no âmbito da hanse- níase, do seu espaço, do seu enquadramento ou confinamen- to

Ressalta-se que mesmo que haja uma padronização (determinada por lei) e unidades com estrutura física ideal (física, material e humana), com base nos resultados da

As práticas de gestão passaram a ter mais dinamicidade por meio da GIDE. A partir dessa mudança se projetaram todos os esforços da gestão escolar para que fossem

O Documento Orientador da CGEB de 2014 ressalta a importância do Professor Coordenador e sua atuação como forma- dor dos professores e que, para isso, o tempo e

F REQUÊNCIAS PRÓPRIAS E MODOS DE VIBRAÇÃO ( MÉTODO ANALÍTICO ) ... O RIENTAÇÃO PELAS EQUAÇÕES DE PROPAGAÇÃO DE VIBRAÇÕES ... P REVISÃO DOS VALORES MÁXIMOS DE PPV ...