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livro para pescaria com linha de horizonte

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Academic year: 2021

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“Esta obra suscita uma reflexão sobre o Bioma Amazônia, que precisa ser mais bem compreendido para ser conservado. Poeticamente escrita e ricamente ilustrada, trata-se de mais uma publicação destinada ao público infanto-juvenil, a qual objetiva contribuir para a educação ambiental. Além de oportuno, o seu lançamento em 2008 soma-se aos princípios da pesquisa da Embrapa sobre os biomas brasileiros, assim como ao espírito daquilo que foi preconizado na Campanha da Fraternidade, do ano passado, dedicada à Amazônia.”

Jorge Alberto Gazel Yared

Chefe-Geral da Embrapa Amazônia Oriental

livro para pescaria com linha de horizonte

o conjunto de poemas que compõem este recebeu o prêmio de destaque no iv concurso da casa de cultura mário quintana,

na categoria poesia para jovens, em 2006, ano do centenário de nascimento do poeta.

(2)

para aur lie heurtebize, a menina

é

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paulo vieira

livro para pescaria com linha de horizonte

paulo vieira

ilustrações: d’arcy albuquerque

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Embrapa Amazônia Oriental, Belém, PA Embrapa Informação Tecnológica, Brasília, DF

(4)

paulo vieira e o mundo vegetal

quem pesca na e com linha do horizonte? nã o

é nem o poeta, mas a infâ ncia que há nele,

com fios-versos curtos ou longos. a linha

do horizonte, que falta aos peixes, nã o

avanç a ou recua. ela fica do lado do

infinito, onde há á rvores tagarelas, e

dentro delas outras á rvores, gigantes de

cabeç as verdes. é nesse mundo vegetal que a

infâ ncia continua pescando. quando paulo

vieira fisga alguma coisa, no seu anzol

vem, palavra atrá s de palavra, o horizonte,

feito linha e peixe.

belé m, dezembro, 2006. benedito nunes

Apresentaç ã o

Esta obra suscita um momento para reflexã o

sobre a Amazô nia que precisa ser melhor

compreendida para ser conservada. É mais um

tí tulo que vem contribuir para a Educaç ã o

Ambiental para o pú blico infanto-juvenil. O

seu lanç amento, este ano, é oportuno e vem

somar-se aos princí pios da pesquisa da

Embrapa para os biomas e ao espí rito do que

preconiza a Campanha da Fraternidade para

2007, que é dedicada a Amazô nia.

Jorge Alberto Gazel Yared

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paulo vieira e o mundo vegetal

quem pesca na e com linha do horizonte? nã o

é nem o poeta, mas a infâ ncia que há nele,

com fios-versos curtos ou longos. a linha

do horizonte, que falta aos peixes, nã o

avanç a ou recua. ela fica do lado do

infinito, onde há á rvores tagarelas, e

dentro delas outras á rvores, gigantes de

cabeç as verdes. é nesse mundo vegetal que a

infâ ncia continua pescando. quando paulo

vieira fisga alguma coisa, no seu anzol

vem, palavra atrá s de palavra, o horizonte,

feito linha e peixe.

belé m, dezembro, 2006. benedito nunes

Apresentaç ã o

Esta obra suscita um momento para reflexã o

sobre a Amazô nia que precisa ser melhor

compreendida para ser conservada. É mais um

tí tulo que vem contribuir para a Educaç ã o

Ambiental para o pú blico infanto-juvenil. O

seu lanç amento, este ano, é oportuno e vem

somar-se aos princí pios da pesquisa da

Embrapa para os biomas e ao espí rito do que

preconiza a Campanha da Fraternidade para

2007, que é dedicada a Amazô nia.

Jorge Alberto Gazel Yared

(6)

tomei-o nos braç os. embalei-o. e lhe dizia:

« a flor que tu amas nã o está em perigo...

vou desenhar uma pequena mordaç a para o

carneiro... uma armadura para a flor...

eu... » . eu nã o sabia o que dizer. sentia-me

desajeitado. nã o sabia como atingi-lo, onde

encontrá -lo... é tã o misterioso, o paí s das

lá grimas!

le petit prince, antoine de saint-exupé ry

tomei-o nos braços. embalei-o. e lhe dizia: "a flor que tu amas não está em perigo... vou desenhar uma pequena mordaça para o carneiro... uma armadura para a flor... eu...". eu não sabia o que dizer. sentia-me desajeitado. não sabia como atingi-lo,

onde encontrá-lo... é tão misterioso, o país das lágrimas!

le petit prince, antoine de saint-exupéry

quando o poeta resolve seguir as palavras pelo caminho que elas escrevem no vento, acaba adormecendo no alpendre, igual a mim, e sonhando caravanas; desertos que se apagam como noites e lâmpadas; saltimbancos que roubam frutos ácidos... e depois sonha com morcego faminto a praguejar o sol, mas aí já está amanhecendo.

após tomar essa decisão, essa de seguir as palavras pelo caminho que elas escrevem no vento, caminhei descalço para não me acordar, percorri minhas memórias, vasculhei minhas matérias, meu jardim, projetos, dossiês, mas não toquei na alma, que alma tocada é difícil de arrumar depois... o importante é que descobri dentro de meu olvido uma velha árvore enrugada, e não resisti, apoiei-me em sua sombra para descansar de mim um pouco, então veio um vento verde me adormecer dentro do sonho...

...semanas depois a libélula me contou que os passarinhos lá do céu batem asas todos juntos pela manhã, antes de irem construir infâncias nas primeiras árvores do dia... a simpática libélula me disse que de tardezinha eles batem asas em coro novamente e depois se transformam em sereno, condensando na madrugada até virarem passarinhos rosados de aurora, no fim passarinho é um bicho feito de água límpida, como eu suspeitava, e é por isso que eles nos passam essa sensação de pureza.

mas o que a libélula enfim queria me contar mesmo é que o vento que me adormeceu era produto das asas dos passarinhos lá do céu. disse isso e avistando um outro vento verde que vinha do leste em turbilhão, mergulhou como legítima libélula em companhia de dragões e cigarras que passavam.

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tomei-o nos braç os. embalei-o. e lhe dizia:

« a flor que tu amas nã o está em perigo...

vou desenhar uma pequena mordaç a para o

carneiro... uma armadura para a flor...

eu... » . eu nã o sabia o que dizer. sentia-me

desajeitado. nã o sabia como atingi-lo, onde

encontrá -lo... é tã o misterioso, o paí s das

lá grimas!

le petit prince, antoine de saint-exupé ry

tomei-o nos braços. embalei-o. e lhe dizia: "a flor que tu amas não está em perigo... vou desenhar uma pequena mordaça para o carneiro... uma armadura para a flor... eu...". eu não sabia o que dizer. sentia-me desajeitado. não sabia como atingi-lo,

onde encontrá-lo... é tão misterioso, o país das lágrimas!

le petit prince, antoine de saint-exupéry

quando o poeta resolve seguir as palavras pelo caminho que elas escrevem no vento, acaba adormecendo no alpendre, igual a mim, e sonhando caravanas; desertos que se apagam como noites e lâmpadas; saltimbancos que roubam frutos ácidos... e depois sonha com morcego faminto a praguejar o sol, mas aí já está amanhecendo.

após tomar essa decisão, essa de seguir as palavras pelo caminho que elas escrevem no vento, caminhei descalço para não me acordar, percorri minhas memórias, vasculhei minhas matérias, meu jardim, projetos, dossiês, mas não toquei na alma, que alma tocada é difícil de arrumar depois... o importante é que descobri dentro de meu olvido uma velha árvore enrugada, e não resisti, apoiei-me em sua sombra para descansar de mim um pouco, então veio um vento verde me adormecer dentro do sonho...

...semanas depois a libélula me contou que os passarinhos lá do céu batem asas todos juntos pela manhã, antes de irem construir infâncias nas primeiras árvores do dia... a simpática libélula me disse que de tardezinha eles batem asas em coro novamente e depois se transformam em sereno, condensando na madrugada até virarem passarinhos rosados de aurora, no fim passarinho é um bicho feito de água límpida, como eu suspeitava, e é por isso que eles nos passam essa sensação de pureza.

mas o que a libélula enfim queria me contar mesmo é que o vento que me adormeceu era produto das asas dos passarinhos lá do céu. disse isso e avistando um outro vento verde que vinha do leste em turbilhão, mergulhou como legítima libélula em companhia de dragões e cigarras que passavam.

Referências

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