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I. DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL

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I. DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL

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INTRODUÇÃO

Este relatório apresenta o diagnóstico ambiental da área de estudo do Inventário do rio Uruguai, onde são representados os principais aspectos dos meios físico, biótico e sócio-econômico da bacia hidrográfica formada pelo rio Uruguai e seus tributários, no trecho compartilhado entre os territórios da Argentina e do Brasil.

O presente diagnóstico segue os ditames metodológicos do Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas (CEPEL, 2007), assim como pelo que recomenda o Manual de Gestión

Ambiental para Obras Hidráulicas con Aprovechamiento Energético (SE, 1987) no que se

referem à construção de uma linha de base para análise dos sistemas ambientais incidentes na área de estudo, como processo que vai dar fundamentos para a avaliação ambiental dos aproveitamentos hidrelétricos em estudo no presente inventário.

Os dados utilizados para a elaboração desse estudo foram coletados em órgãos públicos, instituições de pesquisa, e de fontes bibliográficas pertinentes aos temas ambientais tratados de ambos países. Complementarmente, foram feitas visitas de reconhecimento da área de estudo, em particular aos locais próximos às áreas onde estão sendo propostas as instalações de aproveitamentos hidrelétricos. Os estudos foram realizados com dados secundários disponíveis para região e as informações coletadas em campo são de natureza qualitativa, com vistas a confirmar ou levantar hipóteses que puderam ser investigadas através de dados secundários. Somente para a análise de qualidade de água foi feita uma campanha de campo em abril/maio de 2010 para aportar dados para complementação do diagnóstico.

A estrutura de apresentação dos temas ambientais nesse relatório obedece à estrutura analítica recomendada pelo Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas (CEPEL, 2007), onde os grupos temáticos são divididos em seis componentes-síntese que representam o sistema ambiental vigente na área de estudo, quais sejam: Ecossistemas Aquáticos, Ecossistemas Terrestres, Modos de Vida, Organização Territorial, Base Econômica e Comunidades Indígenas e Patrimônio Arqueológico. O grupo temático denominado Processos e Atributos do Meio Físico tem como função promover o suporte e a articulação desses componentes-síntese. Também foram analisados o Marco Legal e Institucional no qual se insere este estudo.

Deve-se ressaltar que os componentes-síntese não se limitam a mero agrupamento temático, mas sim, assumem papel primordial na avaliação ambiental realizada, uma vez que permanecem como divisão temática em todo o processo de avaliação dos aproveitamentos em estudo. Por isso, o resultado a ser atingido para cada componente-síntese do diagnóstico ambiental são as chamadas subáreas, as quais são agregações espaciais cujas características ambientais se assemelham a partir do contexto analítico abordado para a área de estudo do presente inventário.

Buscou-se também, dentro do contexto temático de cada componente-síntese, agregar elementos analíticos apontados pelo Manual de Gestión Ambiental para Obras Hidráulicas con

Aprovechamiento Energético (SE, 1987), de modo a expressar as inter-relações e

interdependências entre o subsistema natural e o subsistema social que delineiam os processos ambientais incidentes na área de estudo.

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Desse modo, esse relatório foi dividido em tópicos que procuram representar da forma mais aproximada possível a abordagem analítica descrita acima, estabelecendo-se a seguinte sequência:

1 Introdução

1.1 Objetivo do Trabalho 1.2 Metodologia

2 Diagnóstico Ambiental

2.1 Processos e Atributos do Meio Físico 2.2 Ecossistemas Aquáticos 2.3 Ecossistemas Terrestres 2.4 Organização Territorial 2.5 Modos de Vida 2.6 Base Econômica 2.7 Comunidades Indígenas 2.8 Marco Legal e Institucional

1.1 OBJETIVO DO TRABALHO

O diagnóstico ambiental objeto desse relatório apresenta, de maneira sistemática, os elementos que compõem o sistema ambiental da área de estudo do Inventário hidrelétrico da bacia do rio Uruguai. Os estudos desenvolvidos têm como objetivo gerar conhecimento sobre a área de estudo de modo a:

Subsidiar a escolha das alternativas de divisão de queda e a concepção dos aproveitamentos para a etapa de estudos preliminares, bem como para as fases subsequentes dos estudos de inventário;

Construir uma base referencial para a avaliação de impactos ambientais negativos e positivos dos aproveitamentos e das alternativas de divisão de queda, por meio de um enfoque integrado que identifique as interações entre os componentes do subsistema natural e do subsistema social existentes na área de estudo.

1.2 METODOLOGIA

Os estudos ambientais do diagnóstico do Inventário procuram centrar-se na compreensão do conjunto dos elementos existentes na área de estudo, considerando o atual estágio de conhecimento dos seus atributos ou qualidades, as funções que exercem nos processos e suas interações, ou seja, o entendimento do sistema ambiental vigente na bacia, sua história e tendência evolutiva, de modo a construir a linha de base referencial que permita compreender a integração entre o subsistema natural e do subsistema social, de acordo com o que apregoam pelo Manual de

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Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas (CEPEL, 2007), (Brasil), e pelo Manual de Gestión

Ambiental para Obras Hidráulicas con Aprovechamiento Energético (SE,1987) (Argentina).

Pautados nesses documentos, estabeleceu-se a seguinte linha condutora para o desenvolvimento desse estudo:

Levantamentos de dados secundários;

Realização de visitas de reconhecimento da área de estudo;

Análise preliminar de suficiência dos dados disponíveis para identificar necessidade de levantamentos primários nesta fase de Inventário;

Realização de visitas expeditas de campo para complementação de dados sobre temas específicos;

Caracterização dos aspectos relevantes ambientais da área de estudo;

Definição de subáreas;

Análise por subáreas.

As análises foram feitas de modo a fornecer subsídios para a escolha de alternativas de divisão de queda, visando a minimização dos impactos ambientais que estão associados a essa escolha. A caracterização do diagnóstico socioambiental da área de estudo respeitou a estrutura analítica composta pelos Processos e Atributos do Meio Físico, e pelos Componentes-síntese: Ecossistema Aquático; Ecossistema Terrestre; Organização Territorial; Modos de Vida; Base Econômica; Comunidades Indígenas e o Patrimônio Histórico e Arqueológico.

Como procedimento inicial na elaboração do diagnóstico ambiental da área de estudo, procurou-se equalizar os conhecimentos entre os membros da equipe técnica, através da troca de informações, liderada pelos técnicos que reuniam maior conhecimento prévio sobre a região de estudo.

Em um segundo momento, partiu-se para o levantamento e análise das fontes de dados secundários, enfocando especialmente as fontes oficiais e as informações mais recentes disponíveis. Através da análise dessas informações foi estabelecida a linha de base dos temas abordados, sobre a qual foi possível delinear as características ambientais da área de estudo, baseados nos elementos mais representativos do sistema ambiental que se apresenta na área de estudo. Nesse sentido é importante ressaltar alguns fatores que diferenciam esse inventário hidrelétrico dos demais elaborados até o momento e que, por isso, o reveste de peculiaridades que, em alguns casos, exigem flexibilização dos paradigmas analíticos.

Para os estudos de caracterização dos elementos que abrangem todos os aspectos relacionados no Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas (CEPEL, 2007) e no Manual de Gestión Ambiental para Obras Hidráulicas con Aprovechamiento Energético (SE,

1987), foi realizado o levantamento da legislação aplicável em ambos os países.

O primeiro ponto diferenciador se refere ao caráter binacional desse estudo, a área delimitada para o Inventário hidrelétrico do rio Uruguai abrange a bacia hidrográfica que drena para esse manancial no trecho compartilhado entre Brasil e Argentina. Por se tratar de países diferentes, a base de informação é heterogenea, dado que a produção de dados básicos é feita por entidades não só de distintas nacionalidades, como também de Províncias diferentes, no caso da Argentina, onde a área de estudo abarca porções das Províncias de Corrientes e Misiones.

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Isso obrigou muitas vezes a aproximações analíticas no esforço de construção do conhecimento da área de estudo.

Outro aspecto importante diz respeito a não incorporação no presente inventário dos afluentes do rio Uruguai, o que tende a concentrar o foco do estudo na região mais próxima a margem desse rio, cujo leito divide a área de estudo em proporções desiguais entre os dois países. Essa desproporcionalidade é particularmente relevante no território brasileiro, onde se situa mais de dois terços da área de estudo. As subacias dos tributários do Rio Grande do Sul são mais alongadas e formam áreas que se estendem por mais de 250 km além das margens do rio Uruguai, abrangendo 114 municípios, boa parte dos quais se localizando em distâncias consideráveis da área de influência do rio Uruguai. Por isso, nas análises feitas nesse diagnóstico ambiental, há uma busca contínua pela síntese dos elementos que compõem o sistema ambiental, de modo a permitir uma visão das interações regionais dos meios físico, biótico e sócio-econômico presentes na área de estudo. Em complementação ao levantamento das informações bibliográficas, também foram realizadas campanhas expeditas para reconhecimento da área de estudo, a fim de identificar as restrições e oportunidades que poderão influenciar na escolha dos locais propostos para implantação dos aproveitamentos hidrelétricos neste inventário.

Foi feita também uma análise da suficiência dos dados disponíveis para a elaboração do diagnóstico e identificadas as lacunas de informações existentes. Isto permitiu identificar quais levantamentos primários deveriam ser realizados nesta fase, e também onde deveria haver um esforço maior para complementação de dados secundários locais, ainda que qualitativos. A partir da análise das informações levantadas foram definidos, em cada componente-síntese, os aspectos relevantes que integram o sistema ambiental da área de estudo. Tais aspectos foram agregados de acordo com suas similaridades, para formar compartimentos territoriais que dividissem a área de estudo em subáreas que representassem os distintos recortes espaciais para cada componente-síntese.

Assim, as subáreas abrigam a síntese do diagnóstico ambiental, servindo de base comparativa do processo de avaliação ambiental para a escolha dos aproveitamentos hidrelétricos em estudo.

1.2.1 Descrição das Atividades Realizadas e Premissas Adotadas

1.2.1.1 Levantamentos de Dados

Para os estudos dos elementos de caracterização que cobrem todos os aspectos relacionados no Manual, além da coleta de dados secundários, foram também realizadas campanhas expeditas de reconhecimento da área de estudo, tendo por objetivo conhecer os locais barráveis, a fim de reduzir dúvidas e complementar as informações coletadas e, com isso, identificar os principais aspectos socioambientais que poderão ser afetados com a implantação dos aproveitamentos propostos.

As investigações foram feitas nas seguintes datas:

De 14 a 21 de Abril de 2009 – Equipe de coordenação do Consórcio

CNEC-ESIN-PROA, acompanhado de representantes da EBISA e ELETROBRAS;

De 8 a 12 de junho de 2009 – visita pela equipe de coordenação do Consórcio CNEC-ESIN-PROA às cidades que margeiam o rio Uruguai;

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De 02 a 05 de fevereiro de 2010 – visita de profissional de socioeconomia para

coleta de informações sobre Planos e Programas em desenvolvimento na região de estudo. Foram visitadas as cidades de Corrientes, Posadas e Santo Tomé. As instituições visitadas foram: a Sub-Secretaría de Energía, Instituto Correntino del Agua y Ambiente, Ministerio de la Producción, Trabajo y Turismo de Ciudad de Santo Tomé. A visita a Santo Tomé visou o levantamento de dados de logística para as reuniões técnicas a serem realizadas futuramente;

De 27 fevereiro a 05 de março de 2010 – levantamento de Socioeconomia para Consolidação do Diagnóstico e detalhamento de impactos.

De 4 a 14 de maio de 2010 – coleta de mostras de água e estudos da biota.

Este levantamento foi realizado pela equipe de socioeconomia alocada no projeto e tinha como objetivos gerais:

• Visitar pequenas vilas e aglomerados rurais;

• Identificar balneários que estão nas margens do rio Uruguai;

• Reconhecer padrões de ocupação e produção no meio rural;

• Identificar locais e comunidades de pesca artesanal;

• Percorrer as áreas afetadas de cada cidade, tentando identificar outras interferências. Roteiro percorrido (principais cidades e/ou vilas): Posadas, Oberá, Campo Vieira, Campo Grande, Aristóbulo del Vale, Salto Encantado, Dos de Mayo, San Vicente, El Soberbio, Posadas, Colonia Aurora, Colonia Alicia, Panambí, San Javier, Itacaruaré, Puerto Santa Maria, Tres Capones, São Luíz Gonzaga, São Nicolau, Azara, Puerto Azara, Apóstoles, Garruchos (AR), Garruchos (BR), Santo Tomé, São Borja, São Luís Gonzaga, São Nicolau, Vila São Izidro, áreas rurais de Pirapó, Roque Gonzales, Porto Xavier, Porto Lucena, Alecrim, Porto Vera Cruz, Dr. Maurício Cardoso, Porto Mauá e Alba Posse.

1.2.1.2 Mapa de Uso do Solo

Em conjunto com a coleta de informações também foi elaborado o mapa de uso do solo, de modo a identificar o padrão de ocupação da área de estudo, bem como indicar as áreas onde a vegetação encontra-se mais preservada, o que tornou mais claro os processos de transformação em curso que moldam a configuração socioambiental que se apresenta na região.

O mapa de uso do solo foi elaborado pelo Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina (INTA) e a metodologia desenvolvida já havia sido aplicada pelo INTA em outros projetos desenvolvidos na Argentina, entre os quais:

• Programa Nacional de Gestão Ambiental, para o Instituto de Clima e Água, que teve início em 2001 e versava sobre desenvolvimento de metodologias, produtos e serviços de imagens de satélite, e espectrais de alta resolução;

• Proyecto CONICET, 1998. Características de uso de solo e produção agropecuária. FLACSO;

• Programa de Recursos Naturais, 2006-2009, convênio com SAPYA: Mercado climático

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1.2.1.3 Escala de Trabalho

A escala de trabalho adotada para este estudo de Inventário foi de 1:250.000 e quando necessário trabalhou-se em escalas diversas. Em termos gerais, pode-se dizer que para as análises da bacia como um todo, utilizou-se a escala 1:1.000.000, enquanto que para a analise dos aproveitamentos e a área por ele afetada, utilizou-se escala variando entre 1:250.000 e 1:180.000. Escala de maior detalhe foi utilizada para analisar as interferências nas áreas urbanizadas, quando se recorreu a imagens de satélite google earth em escala equivalente a 1:2.000.

1.2.1.4 Organização do Sistema de Informações Geográficas – SIG

Após o levantamento e análise de todas as informações disponíveis procedeu-se à montagem de um banco de dados geo-referenciado da bacia; utilizando-se software padrão ArcGIS foi estruturado um sistema de informação espacial – SIG, que através de procedimentos computacionais facilitou a análise da representação do espaço e dos fenômenos que nele ocorrem. As informações geográficas são associadas a mapas digitais e banco de dados, nos quais, ao assinalar-se um objeto, pode-se saber os seus atributos, ou ao selecionar um registro da base de dados, pode-se saber sua localização em um mapa.

O SIG separa as informações em diferentes camadas temáticas e armazena-as independentemente, permitindo trabalhar com as mesmas de modo rápido e simples, permitindo ao operador ou utilizador, a possibilidade de relacionar a informação existente através da posição e topologia dos objetos, gerar nova informação ou resultado.

A utilização do modelo de SIG vetorial teve o foco da representação centrada na localização dos elementos no espaço, modelados digitalmente em polígonos, linhas e pontos, que permitem extrair informações também de áreas, distâncias e localizações de locais de interesse.

Os levantamentos que subsidiaram o SIG e as análises efetuadas envolveram a identificação e a adaptação de sistemas georreferenciados já desenvolvidos em órgãos públicos e estudos efetuados na área delimitada para esse inventário hidrelétrico, dentre os quais se pode destacar:

Malha Digital Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;

Carta Vetorias do Instituto Geográfico Nacional – IGN da Argentina;

Base de Dados GIS da Avaliação Ambiental Integrada – AAI do rio Uruguai;

Base Digital da equipe do Departamento de Clima e Água do INTA da Argentina;

Bilbioteca Digital da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul;

Instituto Nacional de Pesquisa Espacial – INPE.

O SIG foi concebido como um dos principais elementos de organização das informações disponíveis sobre a bacia, permitindo a agregação das informações dos diversos temas estudados em uma base de dados e mapas temáticos com informações estatísticas à base de mapas.

1.2.1.5 Conceitos e Termos Utilizados

Para melhor explicar as ações relacionadas aos processos de trabalho, considera-se importante explicitar algumas definições conceituais e termos que embasaram a concepção metodológica, conforme segue:

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Página: 7/1077 • Sistema Ambiental: consiste no conjunto dos componentes naturais e sociais existentes

ou que se manifestam em um determinado território, incluindo seus atributos ou qualidades, as funções que exercem nos processos e suas interações. Está integrado pelo subsistema natural e subsistema socioeconômico e cultural;

Componentes-síntese: representam o sistema ambiental e, segundo o Manual de Inventário Hidrelétrico, compreende uma estrutura analítica composta por seis Componentes-síntese (Ecossistemas Aquáticos, Ecossistema Terrestre, Organização Territorial, Modos de Vida, Base Econômica e Povos Indígenas), bem como os Processos e Atributos do Meio Físico, que expressam a inter-relação entre os vários elementos do sistema ambiental e constituem os elementos básicos para a análise dos seis componentes-síntese. Esses componentes traduzem a articulação e processos inerentes aos diversos elementos ambientais integrantes dos mesmos, elementos estes denominados Elementos de Caracterização, que são definidos no Manual de Inventário e que podem estar presentes em mais de um componente-síntese. Destaca-se que, no presente estudo, para a representação do sistema ambiental foram incorporadas ao componente-síntese Povos Indígenas as análises relativas às Comunidades Étnicas e ao Patrimônio Histórico e Arqueológico. O Manual de Gestão Ambiental da Argentina considera os componentes do sistema ambiental em dois subsistemas: natural e social. Também a normativa argentina enfatiza a análise do tema Saúde, que foi incorporado ao componente-síntese Modos de Vida;

Diagnóstico Ambiental: objetiva a compreensão da realidade atual da área de estudo, destacando sua história e tendência evolutiva e incorporando a representação espacial dos aspectos mais significativos, no âmbito dos Processos e Atributos do Meio Físico, assim como dos Componentes-síntese que estruturam o Diagnóstico. Considera os aspectos, indicadores e variáveis mais importantes no quadro socioambiental da bacia, de modo a facultar a análise comparativa, o enfoque integrado e a explicitação dos processos que se destacam na estruturação da dinâmica ambiental no tempo e no espaço, ressaltando aqueles de caráter sistêmico. As análises do Diagnóstico e, particularmente, dos aspectos relevantes constituem a base referencial para a seleção dos indicadores de sensibilidade socioambiental e potencialidade socioeconômica, embasando a identificação e avaliação dos impactos ambientais dos AHEs e a composição de um quadro referencial para comparação entre alternativas;

Aspectos Relevantes: constituem os aspectos que se destacam no âmbito dos Elementos de Caracterização por representarem os resultados das análises de fatores, variáveis e processos que melhor definem os diversos temas e sub-temas ambientais do Diagnóstico, traduzindo as principais características dos componentes-síntese, subsidiando a definição de subáreas por componente-síntese e, sobretudo, a construção dos Indicadores de Sensibilidade Socioambiental, das Potencialidades Socioeconômicas e dos Impactos Ambientais;

Sub-áreas ou Compartimentos Territoriais Similares: as sub-áreas definem recortes territoriais contínuos que apresentam relações e processos particulares que as distinguem das demais, e que determinam sua relação com a dinâmica do componente-síntese na área de estudo como um todo, sendo estabelecidas com base na análise de suas características de similaridade ou diferenciação dos demais espaços socioambientais da bacia. Esses compartimentos visam, também, estabelecer uma base adequada para a análise dos impactos ambientais significativos dos aproveitamentos, assim como dos processos impactantes relativos às alternativas de aproveitamentos, sem desconsiderar, entretanto, os processos mais significativos relativos a cada aproveitamento;

Avaliação dos Impactos Socioambientais: a avaliação dos impactos socioambientais na Etapa de Estudos Preliminares considera apenas os efeitos potencialmente negativos decorrentes da implantação dos aproveitamentos hidrelétricos estudados. A avaliação das

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alterações desfavoráveis causadas por aproveitamentos, ou conjunto de aproveitamentos sobre um componente-síntese, tem como referência os indicadores e variáveis expostos nos Elementos de Avaliação constantes do Manual de Inventário, que guarda correspondência com os Elementos de Caracterização da bacia, sendo dimensionados quantitativa (por meio do SIG) ou qualitativamente, hierarquizados segundo sua importância no contexto analisado, ponderados no âmbito das sub-áreas e componente-síntese, de forma a traduzir um índice socioambiental que expressa a intensidade do impacto em uma escala de zero (mínimo impacto) a um (máximo impacto);

Indicadores de Impacto Ambiental: compreende a identificação dos principais processos impactantes no âmbito dos Elementos de Caracterização, e a seleção dos indicadores que traduzem os elementos ou variáveis passíveis de serem avaliados, com base em alguns atributos classificadores, que permitam definir uma escala de importância, intensidade e abrangência, relativos aos impactos dos empreendimentos hidrelétricos sobre o meio ambiente;

Área afetada: superfície que sofre restrições de uso e outros novos condicionamentos, como consequência da construção e operação dos reservatórios e de suas obras principais e complementares;

Área inundada: superfície de solo que passa a formar parte dos reservatórios por efeito das obras de barramento;

População afetada: população que deve ser relocada por residir em áreas que serão inundadas pela formação dos reservatórios dos aproveitamentos em estudo, infraestrutura associada ou por estar em faixas de proteção, ou de preservação ambiental;

Infraestrutura inundada: obras e serviços públicos (estradas, instalações de comunicação, vias férreas, linhas de transmissão elétrica, infraestrutura de turismo e recreação, portos, pontes, dependências públicas, etc.) localizadas dentro das áreas inundadas;

Infraestrutura afetada: obras de infraestrutura e serviços públicos que, apesar de não serem inundados, deixam de prestar serviços a que estavam destinados, e requerem modificações para sua restituição.

1.2.1.6 Área de Estudo

A área de estudos do inventário se atém ao trecho do rio Uruguai que compartilha suas margens entre Brasil e Argentina, e é apresentada no mapa INV.URG-GE.77-MP.4001, do Tomo 21. Nesse sentido, além de processos mais amplos que constituem referências para o entendimento dos atributos físicos, ecossistemas aquáticos e terrestres da bacia, as análises relativas aos processos socioeconômicos podem extrapolar ou não os limites fisiográficos da bacia hidrográfica, posto que as informações oficiais contemplam os territórios municipais e grande parte dos municípios se apresentam parcialmente inseridos na bacia.

As análises sobre os Modos de Vida, a Organização Territorial, a Base Econômica e as Populações Indígenas e o Patrimônio Étnico-histórico e Arqueológico enfocam os limites municipais e, portanto, podem abranger território que extrapola a área de estudo. Além das análises desenvolvidas para o contexto da bacia, conta-se também com áreas de estudo específicas em seu interior, correspondentes a trechos ou segmentos da bacia, visando o maior detalhamento das análises. Considerando-se que os estudos foram realizados preferencialmente com dados secundários disponíveis, na representação cartográfica adotada buscou-se apresentar os dados

Referências

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