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SUSTENTABILIDADE E O CICLO DA ÁGUA: UM ESTUDO DE CASO 1

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SUSTENTABILIDADE E O CICLO DA ÁGUA: UM ESTUDO DE CASO1 LORENZETT, Daniel Benitti2; NEUHAUS, Mauricio3; ROSSATO, Marivane Vestena4; GODOY, Leoni Pentiado2

1 Trabalho de Pesquisa _UFSM

2 Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil 3 Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Agrícola (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil 4 Curso de Ciências Contábeis (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil

E-mail: dlorenzett@gmail.com; mcneuhaus@gmail.com

RESUMO

Os recursos hídricos são bens públicos finitos. Assim, as entidades, principalmente aquelas potencialmente poluidoras, como é o caso dos postos de abastecimento de combustíveis, devem se comprometer com a gestão dos recursos hídricos. Nesse sentido, este trabalho buscou verificar se existe legislação que regulamenta a utilização de recursos hídricos em postos de combustíveis, verificando as medidas de gestão de recursos hídricos nesses estabelecimentos. Para o desenvolvimento do trabalho foi realizado um estudo de caso, junto a um posto de combustíveis, localizado na cidade de Santa Maria, RS. Para a coleta de dados foram empregadas as técnicas da observação e da entrevista estruturada. Os resultados revelaram que existe legislação que regulamenta a utilização dos recursos hídricos nesse segmento, e que o estabelecimento estudado encontra-se adequado a essa legislação, além de vir tentando minimizar possíveis impactos ao meio ambiente.

Palavras-chave: água; meio ambiente; comércio de combustíveis. 1 INTRODUÇÃO

A água, bem natural comum a todos, assim como todos os demais bens, é finita, e é dever de cada um protegê-la e usá-la racionalmente. Assim, as entidades, principalmente aquelas potencialmente poluidoras, como é o caso dos postos de abastecimento de combustíveis, devem se comprometer com a gestão dos recursos hídricos, utilizando a água de forma racionada, reciclando-a sempre que possível, e contaminado-a o mínimo possível. Nesse enfoque, consolida-se a seguinte questão-problema: existe legislação que regulamente a utilização e a gestão de recursos hídricos em postos de combustíveis?

Nesse contexto, a necessidade do estudo realizado justifica-se pelo anseio de se chamar atenção para a correta utilização do bem natural, água, pois a má utilização dos recursos hídricos pode causar sérios prejuízos de ordem ambiental, e também a saúde humana.

Este trabalho teve por objetivo verificar a existência de gestão de recursos hídricos em um posto de combustíveis. Onde, especificamente foi levantada a legislação pertinente, verificada a adoção dessa legislação no posto de combustível estudado, e verificados os métodos de gestão de recursos hídricos utilizados neste estabelecimento.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

A água, fonte da vida aparentemente tão abundante em nosso planeta, é um bem público finito. Segundo Forjaz (2007), apenas 1% dos recursos hídricos existentes na Terra é próprio para consumo, e as imensas reservas de água, que anteriormente pareciam inesgotáveis estão acabando, por secagem ou por contaminação. Para o autor a água além de bem público também é um bem econômico. Segundo ele, a água presente em toda e qualquer atividade humana se tornou a “rainha das substâncias”, ganhando cada vez mais destaque no cenário mundial.

A água é um recurso natural essencial à vida, ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar social, desdobrando-se nos mais diferentes usos (AZEVEDO et al., 2007). Segundo Tundisi (2003), a água nutre as florestas, mantêm a produção agrícola, mantêm a biodiversidade nos sistemas terrestres e aquáticos. Portanto, os recursos hídricos superficiais e os recursos hídricos subterrâneos são recursos estratégicos para o homem e todas as plantas e animais. O ciclo hidrológico é o princípio unificador fundamental referente à água no planeta, sua disponibilidade e distribuição.

Conforme Tundisi (2003), o Brasil tem aproximadamente 16% das águas doces do planeta, distribuídas desigualmente. O mesmo autor, afirma que sempre houve grande dependência dos recursos hídricos para o desenvolvimento econômico. A água funciona como fator de desenvolvimento, pois ela é utilizada para inúmeros usos diretamente relacionados com a economia (regional, nacional e internacional). Os usos mais comuns e freqüentes dos recursos hídricos são: água para uso doméstico, irrigação, uso industrial e hidroeletricidade. À medida que aumenta o desenvolvimento econômico e a renda per capita, aumenta a pressão sobre os recursos hídricos superficiais e subterrâneos.

Para Azevedo et al. (2007), a água é um recurso que precisa ser gerenciado, para isso é fundamental a união de esforços entre os diferentes atores nas esferas federal, estadual, municipal, sociedade civil e usuários. Segundo Moraes e Jordão (2002), o Brasil ainda possui a vantagem de dispor de abundantes recursos hídricos, possuindo, porém, também a tendência desvantajosa de desperdiçá-los. As gerações atuais precisam de uma nova cultura em relação ao uso da água, pois, além da garantia de seu próprio bem-estar e sobrevivência, devem cultivar a preocupação com as próximas gerações e com a natureza, as quais, por certo, também tem direito a esse legado.

Para Tundisi (2003), além desta nova ética que compreende uma visão mais ampla do recurso, que inclui valores estéticos e culturais, é necessário um conjunto de alterações

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conceituais na gestão, como a descentralização da gestão, implantando os comitês de bacias hidrográficas, desenvolvendo mecanismos de integração institucional e ampliando a capacidade preditiva do sistema.

Segundo o mesmo autor, Isto implica também em avanços tecnológicos essenciais: monitoramento avançado em tempo real, treinamento de gerentes de recursos hídricos com visão integrada e integradora, capacidade de análise ecológica e modelagem matemática e construção de cenários adequados com avaliação de tendências, impactos e análises de risco.

No Brasil, a política nacional de recursos hídricos, foi instituída pela Lei 9.433 de 1997, que se baseia, de acordo com seu Art. 1º, nos seguintes fundamentos: a água é um bem de domínio público, e um recurso natural limitado, que apresenta valor econômico, em caso de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e animal, devendo as águas serem utilizadas de forma responsável, através da gestão dos recursos hídricos.

O referido artigo mencinoa ainda que a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e que a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada através da participação do poder público, privado e da população.

Segundo a Lei 9.433 de 1997, em seu Art. 49, é considerado como infração o ato de: utilizar recursos hídricos sem outorga de direito de uso; implantar empreendimento utilizando recursos hídricos que implique alterações nos mesmos sem autorização dos órgãos competentes; utilizar-se dos recursos hídricos em desconformidade com as especificações da outorga; perfurar e utilizar poços subterrâneos sem autorização; infringir normas, procedimentos e Leis fixados pelos órgãos competentes; e dificultar a ação fiscalização.

De acordo com a Lei 9.433 de 1997, em seu Art. 50, aqueles que cometerem qualquer uma da infrações supracitadas, estará sujeito as seguintes penalidades:

I - advertência por escrito, na qual serão estabelecidos prazos para correção das irregularidades;

II - multa, simples ou diária, proporcional à gravidade da infração, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);

III - embargo provisório, por prazo determinado, para execução de serviços e obras necessárias ao efetivo cumprimento das condições de outorga ou para o cumprimento de normas referentes ao uso, controle, conservação e proteção dos recursos hídricos;

IV - embargo definitivo, com revogação da outorga, se for o caso, para repor incontinenti, no seu antigo estado, os recursos hídricos, leitos e margens,

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nos termos dos arts. 58 e 59 do Código de Águas ou tamponar os poços de extração de água subterrânea.

§ 1º Sempre que da infração cometida resultar prejuízo a serviço público de abastecimento de água, riscos à saúde ou à vida, perecimento de bens ou animais, ou prejuízos de qualquer natureza a terceiros, a multa a ser aplicada nunca será inferior à metade do valor máximo cominado em abstrato.

§ 2º No caso dos incisos III e IV, independentemente da pena de multa, serão cobradas do infrator as despesas em que incorrer a Administração para tornar efetivas as medidas previstas nos citados incisos, na forma dos arts. 36, 53, 56 e 58 do Código de Águas, sem prejuízo de responder pela indenização dos danos a que der causa.

§ 3º Da aplicação das sanções previstas neste título caberá recurso à autoridade administrativa competente, nos termos do regulamento.

§ 4º Em caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro (BRASIL, 1997, n.p).

A Lei 9.433 de 1997, ainda, prevê os instrumentos e os planos da Política Nacional de Recursos Hídricos; estabelece o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água; estabelece a outorga e a cobrança de direitos de uso de recursos hídricos; estabelece o conselho nacional de recursos hídricos e os comitês de bacia hidrográfica; e dá outras providencias.

Os postos de combustíveis abrangem o segmento empresarial de venda a varejo de combustíveis, e segundo Lorenzett e Rossato (2010), estão divididos em duas categorias, os postos cidade e os postos estrada, que atendem a população urbana e que atendem os viajantes e caminhoneiros, respectivamente, sendo que esses últimos possuem instalações relativamente maiores que os demais, em função do publico alvo.

De acordo com Lorenzett e Rossato (2010), os postos de combustíveis geralmente desenvolvem as seguintes atividades: Armazenamento de combustível; lavagem e abastecimento de veículos; troca de óleo, filtros e lubrificação; loja de conveniência; e tratamento dos efluentes líquidos gerados. Para os autores, a principal legislação que regulamente a interação da atividade de posto de combustível com o meio ambiente é a Resolução CONAMA 273 de 2000, que instituiu o licenciamento ambiental dessa atividade, citando-a como atividade potencialmente poluidora.

Lorenzett e Rossato (2010) enfatizam a importância da gestão de resíduos nesse segmento empresarial, pois consideram a atividade altamente perigosa ao meio ambiente, em função das intensas relações que ela apresenta com os compartimentos água, solo e ar. Os autores, ainda mencionam que essas relações podem, em caso da ocorrência de acidentes, comprometer a qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, provocando impactos ambientais, prejudicando a fana e a flora, e pondo em risco a saúde humana.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

O presente trabalho foi classificado, quanto à abordagem da pesquisa, como qualitativo, pois segundo Richardson (2008), o método qualitativo analisa o problema através da observação e descrição dos fatos, sem fazer uso de procedimentos estatísticos. Quanto aos objetivos da pesquisa, ela foi considerada descritiva, pois para Gil (2009), a pesquisa descritiva estabelece relações entre variáveis através da observação e descrição de características de determinados fenômenos.

O estudo verificou conceitos em bibliografia de domínio público, analisou leis sobre recursos hídricos, e realizou um estudo de caso num posto de combustíveis localizado na cidade de Santa Maria, RS. Assim, este trabalho, quanto aos procedimentos técnicos, enquadrou-se como pesquisa bibliográfica, documental, e estudo de caso, pois segundo Gil (2009), a pesquisa bibliográfica baseia-se em materiais já elaborados, principalmente livros, enquanto que a pesquisa documental utiliza materiais que ainda podem ser reelaborados, ou seja, que ainda não receberam tratamento analítico, como é o caso das Leis. Quanto ao estudo de caso, Gil (2009), menciona que este procedimento é utilizado quando se quer analisar mais profundamente um fato, de forma a conhecê-lo melhor, muitas vezes através da observação.

Esse estudo utilizou-se, ainda, para a coleta de dados, os procedimentos da observação, e da entrevista estruturada, que consistem, segundo Marconi e Lakatos (2009), na utilização da percepção sensorial do pesquisador para analisar os fenômenos, e numa conversa verbal, onde o entrevistador utiliza um roteiro de perguntas previamente estabelecidas, respectivamente.

A pesquisa foi realizada em um posto de combustíveis localizado na cidade de Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. A entidade estudada, é pertencente a um grupo que atua na área de comércio varejista de combustíveis e serviços associados. Nesse ambiente ocorrem atividades como armazenamento de combustíveis, abastecimento de veículos, lavagem de veículos automotores, trocas de óleo, filtros e lubrificação, atividades de loja de conveniência, e o tratamento dos efluentes líquidos gerados pelas atividades anteriormente mencionadas.

Todas essas atividades fazem uso direta ou indiretamente da água, gerando consequentemente efluentes líquidos, que precisam ser tratados para retirada dos elementos tóxicos antes da devolução ao meio ambiente, evitando assim possíveis contaminações, seja de córregos, rios, lençóis freáticos, bacias hidrográficas, fauna e flora,

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ou até mesmo oferecendo prejuízos a saúde humana (SANTOS, 2005; LORENZETT e ROSSATO, 2010).

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 A legislação pertinente

Segundo a FEPAM é necessário para desenvolver a atividade de posto de abastecimento que o estabelecimento atenda aos requisitos estabelecidos na NBR 13784 da ABNT, que normatiza o sistema de detecção de vazamentos; na NBR 12235 da ABNT, que normatiza a forma de armazenamento dos resíduos gerados na atividade e na NBR 10004 da ABNT, que dispõe sobre as embalagens de produtos consideradas como resíduos perigosos e sua obrigatoriedade de devolução ao fornecedor destes produtos.

Ainda, deve o empreendedor estar atento para a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 273 de 2000, que estabelece o licenciamento da atividade, e onde fica evidenciada a necessidade de o empreendimento possuir poços de monitoramento para verificação periódica da qualidade das águas subterrâneas na área do posto, e da necessidade de existência de tratamento dos efluentes líquidos gerados nas atividades, geralmente tratados através da implantação de uma caixa separadora de água e óleo.

4.2 O cumprimento da legislação

Através das técnicas de pesquisa utilizadas pode-se verificar que o estabelecimento estudado encontra-se em conformidade com a legislação que regulamenta a atividade, pois apresenta, na área dos tanques, dois poços de monitoramente de onde são retiradas semestralmente amostras das águas subterrâneas e enviadas para analise, de forma a verificar seu grau de toxidade.

O estabelecimento possui, ainda, como determinado em legislação, um sistema interligado de canaletas condutoras que cercam todo o perímetro onde ocorrem as atividades, com a função de captar e transportar todo e qualquer rejeito líquido para uma estação de tratamento dos efluentes líquidos, onde a água passa por um processo de purificação antes de ser devolvida ao meio ambiente.

4.3 A adoção de medidas de gestão de recursos hídricos num posto de combustíveis O ciclo da água no posto de abastecimento de combustível, como pode ser observado através da Figura 1, inicia-se com o processo de captação da água da chuva,

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passando por sua utilização, na sequência é realizado o tratamento dos efluentes gerados onde são retiradas as impurezas da água, impurezas estas provenientes das atividades desenvolvidas no posto de combustível, para somente então se proceder a devolução da água ao meio ambiente. Onde, fechando o ciclo, ocorre sua absorção pela natureza através da evaporação.

Ciclo da água no posto de combustível

Figura 1 - O ciclo da água no posto de abastecimento de combustível

Fonte: Pesquisa (2010)

O posto de combustível utiliza a água da chuva em todas as suas atividades, entretanto a que apresenta maior demanda é a lavagem de veículos. Nesse sentido, existe a necessidade de prestar mais atenção na forma como a água vem sendo utilizada nessa atividade e qual o destino dado a ela. Uma alternativa, bastante viável seria a implantação de um programa de reuso da água nessa atividade, pois trabalhando dessa maneira é possível alcançar significativos benefícios de natureza econômico-financeira, social e ambiental, reduzindo a possibilidade de desequilíbrio da bacia hidrográfica e de redução dos níveis de água dos aqüíferos subterrâneos, através do uso racional da água (SANTOS, 2005; PONCIANO, 2006).

Através da técnica da observação e da entrevista estruturada, foi possível verificar que todo o perímetro das atividades do posto é cercado por canaletas, desde a área dos tanques até a pista de abastecimento, e que essas canaletas conduzem os efluentes líquidos, de forma segura, até a caixa separadora de água e óleo, onde serão tratados para posterior devolução da água, já sem os resíduos, a natureza. Entretanto, os postos de

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revenda de combustível, em sua maioria, não seguem este padrão ecológico de manutenção dos efluentes liquidos, pois direcionam as canaletas diretamente para as vias públicas, permitindo que os produtos tóxicos espalham-se pelas calçadas e esgotos, contaminando consequentemente as águas pluviais e poluindo o meio ambiente (NEVES, 2010).

Verificou-se que o estabelecimento apresenta como elementos estruturais e organizacionais que favorecem a gestão dos recursos hídricos, os seguintes: a construção de uma estação de captação da água da chuva; a construção de um reservatório para a água da chuva, com capacidade de estocagem de 75 mil litros; a captação da água da chuva; a construção de uma estação de tratamento de efluentes liquidos; a canalização e tratamento dos efluentes líquidos gerados nas atividades; e a devolução, de forma segura, da água utilizada nas atividades à natureza.

As medidas de gestão de recursos hídricos no estabelecimento contemplam o aproveitamento da água da chuva e o tratamento dos efluentes líquidos, onde a água após ser utilizada nas atividades é conduzida até uma caixa separadora, e lá é purificada, ou seja, são retirados dela todos os resíduos químicos antes de sua devolução para a natureza. A caixa separadora consiste num conjunto de caixas subterrâneas, onde a água passa por etapas de tratamento. Nela a água fica decantando, e passa por várias fazes, sendo gradativamente limpa.

Assim, no final do processo surgem dois produtos, a água que será devolvida a natureza e seguirá seu ciclo natural e um lodo tóxico, que é armazenado no estabelecimento e posteriormente é encaminhado a uma empresa que fará seu descarte de forma segura, evitando possíveis contaminações e reduzindo a probabilidade de ocorrência de impactos ambientais. Para que a caixa separadora opere satisfatoriamente, faz-se necessário a realização de manutenções periódicas em seus separadores, a fim de evitar o acumulo de sólidos em suspensão e borras na caixa de sedimentação (NEVES, 2010).

Outra forma de tratamento aplicável aos efluentes gerados em postos de combustíveis consiste na aplicação de processos oxidativos avançados, (VASCONCELOS E GOMES, 2009), que vão além do tratamento realizado através da caixa separadora de água e óleo, permitindo sua reutilização na atividade de lavagem de veículos.

Caso ocorra algum tipo de contaminação, o posto possui pessoal treinado e equipamentos para conter maiores prejuízos ao meio ambiente, devendo avisar imediatamente a FEPAM e as refinarias fornecedoras que são co-responsáveis em caso de acidentes ambientais, para que se possa mensurar e controlar os danos causados.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer deste trabalho foram verificadas algumas legislações que dispõem sobre a gestão dos recursos hídricos, especialmente as que dispõem sobre as atividades desenvolvidas em postos de combustíveis, onde foi constatado que a resolução CONAMA 273 de 2000, é a principal legislação que regulamenta o licenciamento dessa atividade, e que segundo essa legislação, para se obter as licenças o empreendedor precisa provar que seu estabelecimento não oferece riscos ao meio ambiente, sendo uma das condições exigidas à gestão dos recursos hídricos através da adoção de poços de monitoramento da contaminação das águas subterrâneas e do tratamento dos efluentes líquidos gerados.

Constatou-se, através das técnicas de pesquisa, que o estabelecimento estudado vem adotando todas as medidas de gestão de recursos hídricos necessárias ao desenvolvimento das atividades. Onde, podem-se elencar como principais medidas de gestão, a utilização da água da chuva nas atividades, seu tratamento e devolução a natureza de forma segura, além do constante monitoramento da qualidade das águas subterrâneas na área do estabelecimento.

Para futuras investigações, sugere-se avaliar a qualidade da água lançada pelos postos de combustíveis na natureza, de forma a verificar o grau de eficiência dos métodos de tratamento de efluentes líquidos utilizados por essas entidades.

REFERÊNCIAS

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CONAMA. Resoluções: resolução n° 273 de 29 de novembro de 2000. [s.l.]: CONAMA, 2000. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res00/res27300.html>. Acesso em: 25 de Set. 2009.

FORJAZ, C. R. H. Água: substancia da vida: o mundo da água. 1. ed. São Paulo: ed. do autor, 2007.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. 12. Reimpressão. São Paulo: Atlas, 2009.

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LORENZETT, D. B.; ROSSATO, M. V. A gestão de resíduos em postos de abastecimento de combustíveis. Revista Gestão Industrial, v. 6, n. 2, p. 110-125. Ponta Grossa, PR, 2010.

Disponível em:

<http://www.pg.utfpr.edu.br/depog/periodicos/index.php/revistagi/article/view/598/479>. Acesso em: 30 de Jun. 2010.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico. 7. ed. 3. Reimpressão. São Paulo: Atlas, 2009.

MORAES, D. S. L.; JORDÃO, B. Q. Degradação de recursos hídricos e seus efeitos sobre a saúde humana. Revista Saúde Pública, v.36, n.3, p.370-374. São Paulo, SP, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v36n3/10502.pdf>. Acesso em: 20 de ago. 2010.

NEVES, A. A. C. Estudo sobre resíduos sólidos em postos de combustíveis, funilarias e estabelecimentos de lavagem automotiva no município de São Carlos, visando indicadores de sustentabilidade. 2010. 182f. Tese (Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental) - Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São

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35-46. Volta Redonda. dez 2009. Disponível em:

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