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BIBLIOTECA ESTANTE LIVRE

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Academic year: 2021

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BIBLIOTECA ESTANTE LIVRE   

JUSTIFICATIVA   

A Biblioteca Estante Livre consiste em uma estante instalada na praça ou outros        lugares centrais de comunidades do interior do Espírito Santo que, por ser de acesso        irrestrito, funciona 24h e permite o contato com o livro sem intermediários. Além da        estrutura (como a estante de ferro e hermeticamente fechada e os mais de 300 livros        novos), a comunidade recebe uma série de atividades de implementação e de estimulo        a leitura, tais como oficinas, reuniões abertas e evento de lançamento. 

 

O projeto piloto foi inaugurado abril de 2014 em Burarama, distrito rural com pouco        mais de 1 mil habitantes, em Cachoeiro de Itapemirim­ES. O resultado na comunidade        está sendo tão positivo que o Instituto Sincades estabeleceu parceria com a produtora        responsável (Lab.Muy ­ Arte y Cultura Digital, com sede em Vitória­ES) para a        implantação de outras 10 unidades em localidades espalhadas pelo Espírito Santo. Até        novembro de 2014, outras duas comunidades já receberam a Biblioteca Estante Livre:        Pontões (Afonso Cláudio), com cerca de 700 habitantes, e Quilombo Retiro (Santa        Leopoldina), com cerca de 300 moradores. Até o final de 2015 iremos inaugurar outras        oito BELs em novas comunidades do Espírito Santo. Serão 11 até o final do próximo        ano. 

 

O projeto surgiu a partir da vivência dos produtores em regiões do interior do Brasil,        principalmente no sul do Espírito Santo. Os dados recentes sobre analfabetismo no        Brasil indicam que boa parte dos que ainda permanecem nessa condição estão em        comunidades rurais. Jornais, livros e revistas não circulam por essas comunidades.        Além disso, quando há, a biblioteca do lugarejo é restrita à escola e, normalmente        desatualizada. A Biblioteca Estante Livre visa ampliar as possibilidades de leitura e        interação de estudantes e comunidade com as palavras, criando uma nova referência        cultural. 

 

A Biblioteca Estante Livre consiste em ser um armário de ferro com duas portas de        vidro sem tranca que ficam abertas 24h, todos os dias do ano. Como não tem caráter        itinerante, ela é instalada para sempre na praça central de comunidades rurais, levando        mais de 300 novos livros para esses lugarejos. Desse modo, o acervo passa a ser        usado pelas escolas em seu processo de ensino. Além da chegada da estante da BEL,        o projeto realiza oficinas com os estudantes e moradores da comunidade, que passam        a enxergar a BEL como um novo meio de inovação no ensino, tornando o aprendizado        mais divertido. Em Burarama, por exemplo, a escola estadual alterou parte de suas       

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atividades, fazendo uso desse novo acervo e, principalmente, tendo aulas na praça da        comunidade. Além disso, a BEL amplia o conhecimento a todos os moradores. 

 

A Biblioteca Estante Livre pretende ampliar seu alcance para outras comunidades do        interior do Brasil, em etapas regionais, para que seja criada localmente (em        microrregiões de um determinado Estado) uma rede de inovação em literatura e uso de        espaços urbanos e públicos como possibilidade educacional. O projeto, depois que        instalado, é gerido diretamente pelos membros da comunidade, sendo eles os        responsáveis pelo cuidado com o acervo e o imóvel. Além disso, a equipe produtora        busca formas de ampliar o acervo. 

 

A Biblioteca Estante Livre não está de passagem quando chega à comunidade. E para        se tornar uma realidade, ela busca e trabalha com o engajamento dos moradores e dos        membros das escolas da região, por meio de encontros, palestras, oficinas e atividades        lúdicas e de formação. Mais do que disponibilizar novos livros, a Biblioteca Estante        Livre é uma alternativa para novas formas de ensino e aprendizado. 

 

Experiências indicam que, quanto mais diversificadas as temáticas abordadas pelos        livros disponíveis e as atividades de envolvimento com crianças e jovens, maior a        aceitação do projeto por parte da comunidade. Para estreitar ainda mais essa relação,        estudantes e moradores do local são sensibilizados em relação à iniciativa. No âmbito        escolar, o envolvimento de estudantes e professores se dá como ponto central de todo        o projeto, fazendo com que a Biblioteca seja mais um ponto de diálogo com a escola e        também de apoio ao ensino, ampliando a atuação da instituição de ensino para além        de suas edificações. A cidade é vivenciada por meio dos livros, a partir de um novo        contexto. 

 

Os livros são emprestados ao usuário final sem nenhuma formalidade ou intermediação        de um funcionário, sendo a Biblioteca Estante Livre um espaço aberto para a troca e        armazenamento dos livros. Cada obra, bem como o armário, é identificada com        carimbo e adesivos com instruções a respeito do projeto. O usuário não tem um tempo        definido para a devolução do livro, cabendo ao próprio o retorno do mesmo à estante        ao final da leitura, sem cobrança de qualquer tipo de multa. 

 

A Biblioteca Estante Livre deve estar situada em local de fácil acesso e visibilidade, por        isso sugere­ se a sua instalação em praças ou outros locais públicos e centrais. 

 

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todos os dias do ano. Ao lado das atividades desenvolvidas pela escola do distrito,        esse projeto constitui mais um espaço de acesso às palavras, ao beneficiar também as        pessoas não matriculadas no ensino regular, como pais e trabalhadores diversos, que,        na localidade, pouco tem contato com livros. 

 

A estante da Biblioteca Estante Livre é feita com material resistente à ação do tempo.        Apresenta um desenho simplificado que permite que a estante possa ser inserida em        praças públicas sem causar impacto ambiental e paisagístico. Usa‐se em sua estrutura        materiais que impedem a entrada de água e vento. 

 

Os livros disponibilizados na Biblioteca Estante Livre são escolhidos a partir de        pesquisa com a comunidade e também com especialistas da área. Todos novos, têm        como público alvo as crianças, os jovens, os adultos e também interessados em        informações técnicas específicas de cada comunidade, como produção agrícola ou        sítio histórico, por exemplo. 

 

O acesso aos livros é simples. A pessoa, sem precisar avisar a ninguém, abre a porta        da BEL, escolhe o livro e decide se lê na praça/local em que a estante está instalada        ou em casa, por exemplo. Após o término da leitura, ela, voluntariamente, retorna com        o livro para a Estante, para que outros também possam ler. A perda de livros por não        devolução é próxima do 0%, por conta de todo o envolvimento da comunidade.  

 

Como não há ninguém para anotar quem pega qual livro e como as crianças e jovens        são públicos diretamente atingidos pelo projeto, tem­se a preocupação de que o acervo        da Biblioteca não tenha livros violentos, discriminatórios e impróprios para        crianças/jovens. 

 

Para falicitar a acessibilidade, mais próximos ao solo, estão disponíveis os livros        infantis. Acima deles, os juvenis. Na sequência, mais perto do topo da estante, os        dedicados aos adultos. Também há acervo de livros em braille, que, por questões de        preservação, não devem ficar dentro da estante, e sim em local externo (escola ou        associação de moradores, por exemplo). Todos os deficientes visuais são avisados,        por meio de carta em braille entregue pessoalmente, da existencia do projeto e o local       

em que os livros podem ser encontrados.           

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OBJETIVOS    ­ Circulação de 300 livros novos nas comunidades atingidas;  ­ Acesso de cerca de 700 pessoas ao projeto por comunidade;  ­ 11 comunidades rurais do Espírito Santo com o projeto implantado;  ­ 22 escolas estaduais e municipais integradas ao projeto;  ­ 350 estudantes realizando as oficinas de formação.  ­ Democratizar a leitura;  ­ Incentivar a leitura no interior;  ­ Impulsionar o conhecimento de obras nacionais e locais;  ­ Instaurar o hábito de leitura entre os brasileiros, principalmentedo interior do país;  ­ Fazer com que cada pessoa leia, em média, quatro livros por ano; 

­ Disseminar a literatura e, consequentemente, o conhecimento por locais onde antes        não havia acesso; 

­ Auxiliar o Plano Nacional de Educação, fazendo com que haja cada vez menos        analfabetos funcionais; 

­ Auxiliar no desenvolvimento cognitivo e crítico; 

­ Aliar o ensino oferecido pelas escolas locais às práticas de leitura, melhorando,        consequentemente, o desempenho escolar dos alunos;  ­ Estimular a imaginação e as experiências lúdicas nos “novos leitores”;  ­ Ampliar a oferta cultural em municípios brasileiros;  ­ Universalização da leitura;  ­ Formação crítica de novos leitores;  ­ Aumento das atividades extra­curriculares;    METODOLOGIA 

A 1ª Biblioteca Estante Livre foi implantada de forma piloto em Burarama, Cachoeiro de        Itapemirim­ES, a partir de um edital da Secretaria de Cultura do Espírito Santo de 2013,        por conta de proximidade da produtora Lab.Muy ­ Arte y Cultura Digital com a        comunidade. Após ser selecionada pelo edital, a produtora dirigiu­se a membros da        comunidade de Burarama para apresentar o projeto. A primeira reunião foi em outubro        de 2013, havendo sucessivos encontros até o lançamento, em abril de 2014. Esses        encontros serviram para debater o funcionamento do projeto, bem como o local da        instalação, divulgação a outros moradores da comunidade e membros das escolas da        região, que são parceiros fundamentais para o projeto ser aceito pela comunidade.        Paralelamente a esses encontros, a produtora fez pesquisa de livros, fez comrpas e        recebeu doações de exemplares, bem como o planejamento de duas oficinas ("A        Poesia na Minha Vida" e "Fotografia na Comunidade"), que foram realizadas nas       

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essenciais para o comprometimento de toda a comunidade. No dia 14 de abril foi        realizada a festa de inauguração em Burarama, com apresentações culturais locais,        contação de histórias e abertura das portas da comunidade. Nos meses seguintes,        continuamos realizando visitas à comunidade e também novas doações de livros.   

No meio de 2015, recebemos o apoio do Instituto Sincades para a ampliação do projeto        para outras novas 10 comunidades no Espírito Santo. Na primeira etapa, durante o        terceiro trimestre realizamos visitas a mais de 100 comunidades rurais do Espírito       

Santo, em dezenas de cidades. Após esse mapeamento, decidimos que as       

comunidades de Pontões, em Afonso Cláudio, e o Quilombo Retiro, no distrito de Barra        de Mangaraí, em Santa Leopoldino reuniam as condições necessárias para receber o        projeto. São algumas delas: Comunidade unida; ser de zona rural; ter até 5 mil        habitantes; ter pouco acesso à cultura; infra­estrutura local propícia para receber a        estante; desejo da comunidade em receber o projeto; escolas da região organizadas; e        moradores interessados em continuar com o projeto, já que, após a inauguração, são        os próprios moradores que realizam a manutenção do projeto. 

 

Entre o terceiro e o quarto trimestre de 2014, a equipe da produtora Lab.Muy ­ Arte y        Cultura Digital realizou diversas reuniões presenciais com os membros das duas        comunidades, em separado, identificando desejos e potencialidades. Enquanto esses        encontros ocorriam, foram adquiridos os livros necessários para a implantação do        projeto, bastante voltados para a literatura infantil e juvenil, mas também para adultos.   

Os lançamentos nessas duas novas comunidades ocorreram na primeira quinzena de        novembro, sendo que cada localidade recebeu três oficinas para os estudantes das        escolas da região "Contação de Histórias", "A poesia na minha vida" e "Fotografia na        comunidade". Esta última irá resultar em um livro de fotos com depoimentos e registros        de histórias pelas moradores mais antigos de cada local, a ser lançado daqui a 5        meses.  

 

Para 2015 estão planejadas a inauguração de outras oito unidades bem como retorno        às comunidades já contempladas, tanto para novas atividades, bem como doação de        livros e lançamento da obra com fotos resultantes das oficinas. 

 

Como forma de criar uma rede em torno do projeto, as comunidades são atualizadas        com informações sobre o projeto tanto por telefone, email ou presencialmente, e        também atrás do site oficial (      www.bibliotecaestantelivre.com.br) e também pelo       

Facebook (www.facebook.com/bibliotecaestantelivre). 

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  AVALIAÇÃO    Até o momento,  ­ 3 comunidades rurais com o projeto já implantado;  ­ 6 escolas recebendo oficinas desenvolvidas pelo projeto;  ­ 1000 livros doados (sendo cerca de 300 para cada uma das três)  ­ Criação de três novos pontos culturais nas comunidades;   ­ Construção de três bibliotecas, gratuitas e com funcionamento 24h;   ­ 200 livros doados por pessoas que conheceram o projeto e doaram voluntariamente;   ­ 2000 moradores impactados diretamente;   ­ Mais de 100 alunos impactados com novas atividades educacionais;  

­ aumento das atividades ao ar livre por crianças, jovens e adultos nas ruas da        comunidade;  

­ criação de acervo de livros específicos para crianças, jovens e adultos, com obras        também de referência agrícola (típica para região);  

­ divulgação das potencialidades da comunidade nas redes sociais do projeto. 

Referências

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