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VV: Pedro Serrano, reformado A RTP, além de não fazer nada pela cultura, ainda faz bastante pela incultura.

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Academic year: 2021

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GUIÃO PGM 8: CULTURA GENÉRICO

VV: Pedro Serrano, reformado

A RTP, além de não fazer nada pela cultura, ainda faz bastante pela “incultura”. VV: Luís Mendonça, estudante

Olhar para o actual… para a actual linha programática no campo do cinema na :2 é deprimente.

VV: João Santos, professor universitário

Nós temos predominância exagerada do futebol: temos o dia antes, o dia depois, o dia após, a hora extra, etc. e, portanto, em termos culturais temos muito pouco.

VV: João Lopes, estudante

A nível da música, então, acho que é uma falha enorme. VV: Jerónimo Rosas, gestor comercial

Necessitamos de começar a fazer qualquer coisa. Se não foi possível ontem, vamos começar hoje ou amanhã. Temos de começar.

SEPARADOR

PIVOT PAQUETE OLIVEIRA

QUANDO SE FALA DO LUGAR QUE A CULTURA TEM NA RTP TEM-SE, POR VEZES, UMA IDEIA REDUTORA. ENTENDE-SE POR CULTURA QUANDO SE FALA DE

LITERATURA QUANDO SE EXIBE BAILADO, TEATRO, ÓPERA, MÚSICA ERUDITA, ARTE. QUANDO SE TRANSMITE UM DOCUMENTÁRIO, COMO «OS 150 ANOS DOS CAMINHOS DE FERRO EM PORTUGAL» OU «O DESPERTAR DA CHINA». OU «O PORTUGAL DE» AS ACUSAÇÕES QUE RECAEM SOBRE O NÃO-LUGAR OU O ESCASSO LUGAR DA CULTURA NA RTP É NO PRIMEIRO SENTIDO. ACUSAM QUE FALTA TEATRO, ÓPERA, BALLET, ARTE. VAMOS DAR ATENÇÃO A ESTE ASSUNTO. SEPARADOR

VV: Luís Mendonça, estudante

A minha crítica é dirigida e sustentada, precisamente, na falta de critério que eu, pelo menos, penso que exista, no espaço cinematográfico e não só, não só no espaço cinematográfico, como também nas outras áreas da cultura. Vejo alguma desordem, alguma falta de esclarecimento, até…

VV: Pedro Serrano, reformado

Teatro nunca aparece. E nós tínhamos a esperança – eu escrevi essa carta… - tínhamos a esperança, eu pelo menos tinha, de que agora, com a criação da RTP Memória, que nos apresentassem aquelas peças antigas que dantes nós víamos. Pelo menos uma vez por mês, nós tínhamos teatro, transmitido do Teatro Maria Matos …de vez em quando, um concerto, um concerto de música clássica. Nunca se vê.

VV: João Lopes, estudante

Acho que há, neste momento, na televisão pública uma lacuna no que diz respeito à cultura.

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Penso que o nível cultural do país deve melhorar e alguém deve contribuir para isso. A televisão é um meio importante e que contribui muito para a formação das pessoas e deveria ter um programa - neste caso… a :2 – que deveria servir

melhor a cultura do país.

VV: Nuno Galopim, jornalista

Mostrar a cultura numa televisão não deve ser, única e exclusivamente, fazer o cartaz das novidades literárias, cinematográficas, musicais, de artes e

espectáculos, de artes plásticas, e por aí em diante, nem mesmo das ideias. Fazer cultura em televisão é mostrar que essas ideias e essas expressões artísticas existem hoje, mas também o existem no passado.

SEPARADOR

ENTREVISTA JORGE WEMANS Paquete Oliveira:

TENHO COMIGO O DR. JORGE WEMANS, DIRECTOR DE A DOIS. COM ELE VOU TENTAR ESCLARECER ALGUNS ASPECTOS SOBRE O LUGAR DA CULTURA NA RTP. DOS DOIS CANAIS EM SINAL ABERTO DA RTP; A DOIS É TIDA COMO

RESPONSÁVEL DE MANTER O EQUILIBRIO ENTRE UMA PROGRAMAÇÃO GENERALISTA E UMA PROGRAMAÇÂO DE QUALIDADE, EQUILIBRADA, DIVERSIFICADA.

QUE TEM A DIZER SOBRE OS CRITÉRIOS DE PRIGRAMAÇÃO PARA A RTP2? Jorge Wemans

A programação da 2 está claramente definida na sua missão que, para o que estamos a discutir, convém evocar 4 eixos fundamentais: 1.º, um canal que deve apresentar aos portugueses uma programação alternativa em relação às

restantes estações de sinal aberto; essa programação tem particularmente em conta uma atenção significativa à cultura e à língua portuguesa e ao

conhecimento em geral; tem ainda que contribuir para o desenvolvimento do audiovisual português; e é uma programação aberta à participação da sociedade civil. É isto que eu, digamos, em termos de grelha… é preciso que as pessoas percebam que em termos de grelha, em termos dos custos de um ano inteiro, de todos os programas que a 2 exibe, isto custa aos portugueses 2 euros por

cabeça. Portanto, é com meios limitado que temos que responder a esta missão, que é uma missão ambiciosa, que eu poderia sintetizar dizendo que o canal 2, a 2, é o canal do conhecimento e da ciência.

SEPARADOR

VV: João Santos, professor universitário

A RTP, desde há alguns anos atrás que se vem demitindo da sua função de, por exemplo, entrevistar músicos, levar músicos estrangeiros e portugueses a estúdio, conversar com eles, conhecer o seu trabalho. É uma tradição que a RTP teve desde sempre, desde quase a sua fundação, e que a partir de,

sensivelmente dos anos 90, se perdeu, o que é pena, porque não vejo que as privadas possam fazer esse trabalho.

VV: Nuno Galopim, jornalista

Pensando mais naquela cultura clássica, em termos de representação televisiva, ou seja, exposição das artes e das ideias, ela está, não diria, apagada, mas muito ténue na programação actual da RTP. Apesar da DOIS, desde que surgiu como a descendente da RTP2, a si chamar essas tarefas, não o faz na plenitude daquilo do que deveria ser a sua missão. Por exemplo, a RTP demitiu-se de mostrar bom cinema, e lembramos que em tempos era RTP2 quem tinha um ciclo por semana,

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sob o título “5 noites 5 filmes”, a música não sei se está a ser mostrada na totalidade do espectro e com a devida orientação em cada uma das suas áreas, que devem ser representadas.

VV: João Lopes, estudante

Eu penso que programas sobre a arte em geral fazem bastante falta. Eu posso recordar programas que havia antigamente, não só a nível de musica, de arquitectura, com o arquitecto Manuel Graça Dias, de música, havia o “Miguel Ângelo ao Vivo”, que levava artistas de música nacional, para cantar ao vivo. SEPARADOR

ENTREVISTA JORGE WEMANS Paquete Oliveira:

UMA DAS QUEIXAS, TALVEZ MAIS DOS JOVENS, É PORQUE É QUE NA RTP2 NÃO APARECE MÚSICA PORTUGUESA E PARTICULARMENTE A REVELAÇAO DE NOVOS TALENTOS E DE ESPECTÁCULOS MUSICAIS, MESMO.

Jorge Wemans

A crítica é justa, pode parecer um bocadinho cruel face a um canal como a 2, que tem tanta atenção, não só à juventude como, é um canal de sinal aberto como não há outro na Europa, em termos de… divulgamos mais de 25 horas sobre arte, historia, cultura, ao longo da semana, mas tem a sua pertinência. De alguma forma, eu estou de acordo com a crítica, há pouca atenção na 2, na grelha da 2, pouca atenção à música e aos novos talentos, posso dizer que isso está, de alguma forma, equilibrado porque a RDP lhe dá grande atenção, mas é de facto uma lacuna que futuramente nós temos que rever.

SEPARADOR

VV: Luís Mendonça, estudante

A RTP Memória, actualmente, parece que só passa futebol. Eu não percebo… eu gosto imenso de futebol, só que não percebo… eu, sempre que ligo a RTP Memória apanho sempre futebol dos anos 80/90. porque não incluir ou, por exemplo, fazer a reposição, dos “Filmes da minha vida”, ou até os próprios ciclos, que já devem ter formatados, do “5 noites 5 filmes.

VV: João Santos, professor universitário

Cada vez que eu sintonizo a RTP Memória apanho futebol. E apanho futebol de há 20 anos, que não é só o futebol, é também o debate que os comentadores

fizeram na época, há 20 anos atrás. Porque é que não se há-de fazer o mesmo com a cultura? Quer dizer, por que é que a RTP Memória está tão focalizada no futebol e no desporto em geral e nas corridas de touros que se fizeram há 10, há 20 anos e porque é não utiliza o acervo riquíssimo que tem em termos de

concertos, nomeadamente, por exemplo, do Cascais Jazz, grandes concertos que se fizeram no… em várias salas do país: no Campo Pequeno, no Teatro São Carlos, a partir dos anos 60. Não vejo essa programação de altíssima qualidade e que ao fim e ao cabo é um bocado a memória cultural do país.

OFF

No que diz respeito à RTP Memoria, o provedor está a preparar um programa sobre esta matéria.

VV: Pedro Serrano, reformado

A cultura está muito mal tratada na RTP. A cultura está muito mal tratada… está tratada mal de mais e, quanto a mim, o futebol está a ser tratado bem demais…

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Porque, se a cultura estivesse o mesmo estatuto do futebol, eu acho que Portugal era o país mais culto do mundo.

Eu acho absolutamente indecente que nos massacrem com futebol… eu gosto de futebol, mas simplesmente acho que tudo o que é demais cansa… ou cheira mal!! VV: Nuno Galopim, jornalista

A futebolização da vida nacional é uma preocupação do presente, sem duvida alguma. Nós vemos a ter mais espaço, mais tempo de antena, em noticiários, um treinador à conta de um qualquer momento inconsequente, num treino que não quer dizer nada, do que um realizador de cinema, do que um autor de um novo livro, do que um musico que acabou de lançar um disco. E isso é preocupante… SEPARADOR

ENTREVISTA JORGE WEMANS Paquete Oliveira:

HÁ VÁRIOS CONCEITOS DE CULTURA, MAS UMA DAS QUEIXAS QUE APARECE MAIS É SOBRETUDO A DOIS NÃO TRANSMITIR, POR EXEMPLO, ESPECTÁCULOS DE BALETT, DE DANÇA, CONCERTOS DE MÚSICA CLÁSSICA, TEATRO. O QUE É QUE LHE PARECE?

Jorge Wemans

Creio que a presença da cultura e a atenção da televisão à cultura não pode ser assimilada, não pode ser vista, exclusivamente, como uma atenção a cada uma das artes, a cada uma das expressões artísticas. Por um lado, há várias…

espectáculos que, de alguma forma, não foram feitos para televisão e que a sua passagem no ecrã não constrói, não contribui para a construção de um público… de mais público, de um alargamento do público que frequentaria esses

espectáculos ou que iria aderir a essas expressões artísticas. Por outro lado, eu acho que cultura, hoje, é cada vez mais, o encontro de discursos vindos de disciplinas diferentes e, por exemplo, foi nesse sentido que criamos o programa “Câmara Clara”, onde se encontram diversas pessoas que vêm de diversas áreas culturais, e que dialogam no sentido de darem conta da pertinência que o seu discurso e a sua experiência têm para explicar, entender, dar sentido aos acontecimentos.

Paquete Oliveira:

QUAL É A EXPLICAÇÃO PARA QUE PROGRAMAS, POR EXEMPLO, COMO “PALCO” OU “LIVRO ABERTO” SEREM EXIBIDOS TÃO TARDIAMENTE?

Jorge Wemans

O “Livro Aberto” é um programa que a 2 retoma da grelha da RTPN. Portanto, +e um programa que passa na RTPN a uma determinada hora e que nós voltamos a dar uma segunda hipótese de exibição num horário diferente. Sobre as outras questões eu teria a dizer que é preciso ter em atenção que à meia-noite há cerca de 2 milhões de portugueses diante das televisões. Portanto, ainda há um público bastante largo. Por outro lado, não posso deixar de referir que a lei portuguesa protege, em nome da protecção de um público mais vulnerável, nos impede de exibir determinadas obras-primas do cinema, nomeadamente porque contêm alguma referência mais erótica ou umas cenas mais violentas antes das onze da noite, portanto aí também existe um limite apertado.

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VV: Jerónimo Rosas, gestor comercial

Poderia proporcionar às pessoas uma elevação da cultura dos portugueses, tão necessária hoje, e que eu vejo que a televisão, neste momento, não está a contribuir como eu entendo que deveria contribuir.

VV: Pedro Serrano, reformado

Inclusivamente, agora, põem o “Gato Fedorento” no segundo canal!!! Então? Mas isto não é um escândalo?!

SEPARADOR

PIVOT PAQUETE OLIVEIRA

TENHO ENTENDIDO A MINHA MISSÃO NESTE PROGRAMA COMO MEDIADOR/ ENTRE AS QUEIXAS/ REPAROS CRÍTICAS E SUGESTÕES DOS TELESPECTADORES E OS RESPONSÁVEIS DA RTP. NÃO ME JULGO OBRIGADO A UM VEREDICTO FINAL EM CADA PROGRAMA. COM OS DEPOIMENTOS APRESENTADOS

CONSIDERO DUAS COISAS: O PÚBLICO QUER UMA RTP PREOCUPADA COM A EXIBIÇÃO DE MAIS PROGRAMAS DE CULTURA. E, SOBRETUDO, QUE ESTA SEJA TRANSMITIDA MAIS CEDO. MAS ATRIBUI NOTA POSITIVA À ACTUAL

PROGRAMAÇÂO EXIBIDA. OFF:

Faça-nos chegar as suas críticas e sugestões. Para tal, aceda ao site da Rádio e televisão de Portugal, em www.rtp.pt. Clique em “Provedor do telespectador” e aceda à página de “Contactos” para deixar a sua mensagem. Ou então, pode fazê-lo por carta dirigida ao Provedor Do Telespectador, para a morada Avenida Marechal Gomes da Costa, 37, 1849-030 Lisboa.

Referências

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