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PROJETO MASSUr

Mobilidade e Acessibilidade Sustentáveis em Saúde Urbana:

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2 Mobilidade e Acessibilidade Sustentáveis em Saúde Urbana:

pesquisa e transformação em transporte1 - MASSUr Introdução

A urbanização sem planejamento tem trazido conseqüências nos diferentes campos apresentando impactos na saúde do indivíduo. Segundo Scaringella (2001) “a crise da mobilidade urbana requer a orquestração e a continuidade de uma série de iniciativas que integram os diversos agentes públicos e privados”. Reforça ainda a importância da fluidez no trânsito no sentido do ir e vir na perspectiva preventiva salientando a importância do desenvolvimento de pesquisas que identifiquem os riscos que envolvem o humano, o ambiente, a via pública e a forma de veículo (SCARINGELLA 2001).

Metade da população mundial vive em cidades e, rapidamente, essa proporção aumentará para dois terços, referindo que os meios de transporte estão obsoletos para esta nova realidade populacional incluindo a busca de condições mais sustentáveis, segundo Projeto2 Smart/Michigan University (SMART, 2010).

No Brasil, o Ministério das Cidades, com o objetivo de subsidiar políticas de acessibilidade e sustentabilidade nas cidades através da Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana (SeMob), elaborou um documento que dentre outros aspectos adota a definição para a mobilidade urbana como um atributo das cidades e a facilidade de deslocamentos de pessoas e bens no espaço urbano. “Tais deslocamentos são feitos através de veículos, vias e toda a infra-estrutura (vias, calçadas, etc.) que possibilitam esse ir e vir cotidiano. (...) É o resultado da interação entre os deslocamentos de pessoas e bens com a cidade. (...)” (BRASIL, 2005, p19).

E em relação a sustentabilidade, “para a mobilidade urbana”, é uma extensão do conceito utilizado na área ambiental, dada pela “capacidade de fazer as viagens necessárias para a realização de seus direitos básicos de

1 O Projeto Mobilidade e Acessibilidade Sustentáveis em Saúde Urbana: pesquisa e transformação em

transporte (MASSUr) integra o projeto SMART (Sustainable Mobility & Accessibility Research and Transformation).

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Trata-se de um projeto de demonstração pela educação e pelo intercâmbio educacional global em diversos tópicos relacionados ao futuro de transporte nas áreas das cidades ao redor do mundo, liderado pelo Instituto de Pesquisa em Transporte da Universidade de Michigan (UMTRI, na sigla em inglês) e da Universidade de Arquitetura e Planejamento Urbano de Taubman (TCAUP, na sigla em inglês), em Ann Arbor.

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3 cidadão, com o menor gasto de energia possível e menor impacto no meio ambiente, tornando-a ecologicamente sustentável” (BOARETO, 2003, p 19).

As bases do conceito de sustentabilidade foram lançadas primeiramente em 1987, pelo o que ficou conhecido como Relatório Brundtland em Nosso Futuro Comum (CMMAD, 1991), com termo “desenvolvimento sustentável” ou aquele desenvolvimento “que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade de gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Durante a ECO-92 no Rio de Janeiro (Conferencia sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento) em 1992 (UN, 1992) e Cimeira (ou Cúpula) da Terra sobre Desenvolvimento Sustentável de Joanesburgo em 2002 (UN, 2002) este conceito foi consolidado inclusive propondo uma maior integração das dimensões econômica, social e ambiental.

Especificamente, o conceito de sustentabilidade começou a ser delineado ainda em 1972 (Estocolmo) durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (UNEP, 1972) definindo “princípios de preservação e melhoria do ambiente natural, destacando a necessidade de apoio financeiro e assistência técnica a comunidades e países mais pobres”. Assim, sustentabilidade de qualquer empreendimento humano, trata-se, modernamente, da busca de um equilíbrio multidimensional, ou seja, deve ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo, culturalmente aceito, politicamente ético e outras dimensões quando requeridas em casos específicos.

No âmbito do Projeto MASSUr o foco é a busca de sustentabilidade em termos de mobilidade e acessibilidade em transporte nas áreas pesquisadas com ênfase na dimensão social, particularmente, na saúde urbana, definida “como um ramo da saúde pública que estuda os fatores de riscos das cidades, seus efeitos sobre a saúde e as relações sociais urbanas” (CAIAFFA, 2008). Aponta como pilares da saúde urbana: “o adensamento de populações; o papel do ambiente físico e social como modelador da saúde das pessoas; a necessidade de aferir os fenômenos tendo como objeto as desigualdades injustas e evitáveis do ambiente físico, social e em saúde e a governança ou governabilidade” reforçando as bases teóricas de conexão com a promoção da saúde.

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Justificativa

As ações relacionadas ao transporte sustentável são especialmente importantes, atualmente, pois a urbanização acelerada, a globalização e as mudanças demográficas reforçam os padrões de transporte e de desenvolvimento que ameaçam o clima, o meio ambiente, a biodiversidade, a energia segura, a justiça social, a produtividade, as economias humanas e a qualidade de nossas vidas. Ações que implementem e possibilitem o desenvolvimento de uma política de promoção da saúde3 em relação à saúde urbana podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população (BRASIL, 2002; BRASIL, 2006).

Essas e outras informações devem sensibilizar e mobilizar as instituições de ensino e pesquisa no sentido de realizar pesquisas que venham colaborar e subsidiar a construção e implantação de políticas públicas saudáveis com foco na mobilidade e acessibilidade sustentáveis.

Nesse sentido, a Faculdade de Jaguariúna (FAJ), está desenvolvendo o projeto Mobilidade e Acessibilidade Sustentáveis em Saúde Urbana: pesquisa e transformação em transporte desde março de 2011 em dois municípios da Rede de Municípios Potencialmente Saudáveis e no município de Jaguariúna, no Campus II da FAJ, com a intenção de estimular a triangulação entre instituição de ensino, comunidade e gestão pública. Tendo em vista os resultados alcançados e as potencialidades do projeto, verificou-se a necessidade de ampliação do período de pesquisa até 2015, buscando novos resultados e produtos.

3 Promoção da saúde é definida como o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de

sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente (BRASIL, 2002).

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Objetivo Geral

Colaborar com o processo de desenvolvimento de Políticas Públicas Saudáveis, contribuindo para transformações na mobilidade e acessibilidade no trânsito, bem como, propiciar o ensino, a pesquisa e a extensão no campo em discussão.

Objetivos Específicos

1. Identificar por meio de pesquisas bibliográficas, idéias inovadoras na área de transporte que estejam sendo elaboradas ou implementadas no território nacional;

2. Caracterizar os campos de pesquisa e realizar levantamento sócio demográfico das localidades envolvidas na pesquisa;

3. Elaborar um instrumento de avaliação que permita levantar as necessidades relacionadas à mobilidade e acessibilidade dos locais a serem estudados;

4. Mapear o sistema de transporte urbano existente para identificar estratégias de mobilidade e pontos de acessibilidade da população em geral4 nos diferentes campos de estudos;

5. Sensibilizar e mobilizar estudantes de graduação dos diferentes cursos da Faculdade de Jaguariúna para o desenvolvimento de pesquisas que propiciem subsídios para o tema mobilidade e acessibilidade saudável. 6. Sistematizar as estratégias para o desenvolvimento de Políticas

Públicas.

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Metodologia

A pesquisa do projeto MASSUr está em desenvolvimento em dois municípios pertencentes à Rede de Municípios Potencialmente Saudáveis (Conchal e Santa Bárbara d’Oeste), no município de Jaguariúna e nas unidades das Faculdades Jaguariúna e Max Planck. Os municípios participantes celebraram Acordos de Compromisso de Pesquisa, incluindo as possibilidades de acesso à população em diversas regiões das cidades.

O instrumento de pesquisa será aplicado pelos estudantes que participam deste projeto, sob supervisão dos pesquisadores e apoio dos parceiros locais.

Para o desenvolvimento do projeto MASSUr utiliza-se metodologias quantitativas e qualitativas, a partir dos seguintes instrumentos: questionário, série histórica fotográfica, levantamento de documentos oficiais das cidades envolvidas, bem como, análise das referências bibliográficas. Para a análise dos resultados será utilizado a metodologia de abordagem ecossistêmica (GÓMEZ & MINAYO, 2006), interdisciplinar, em movimento de rede, subsidiadas pelos pilares da promoção da saúde (SPERANDIO, 2010).

Pretende-se interferir nas políticas públicas dos municípios envolvidos, por meio do desenvolvimento de produtos como livros, cursos e artigos científicos, que permitirá a divulgação dos resultados em diferentes contextos, subsidiando o ensino e a pesquisa na Faculdade de Jaguariúna e na Faculdade Max Planck.

Os estudantes que participam da equipe de pesquisadores desenvolvem as seguintes atividades: participação nas reuniões de estudo, elaboração das atas de reuniões e relatórios de acompanhamento da pesquisa, revisão da literatura e busca de dados para a pesquisa, aplicação do instrumento de pesquisa (questionário), colaboração na elaboração de artigos científicos, participação nos eventos internos e externos, nacionais e internacionais, relacionados ao projeto de pesquisa.

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Referências Bibliográficas

BOARETO, R. Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana. A mobilidade urbana sustentável, Brasília: 2003. In: BRASIL. Anteprojeto de

lei da política nacional de mobilidade urbana. Brasília: Ministério das

Cidades, 2. ed, 2005. Disponível em: http://www.cidades.gov.br/secretarias-

nacionais/transporte-e-mobilidade/arquivos/Brasil%20Acessivel%20-%20Caderno%202.pdf Acesso em: 28 fev. 2011.

CAIAFFA, W. T. et. al. Saúde urbana: "a cidade é uma estranha senhora, que hoje sorri e amanhã te devora". Ciênc. saúde coletiva. v.13, n.6, Rio de Janeiro. Nov./Dez. 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde. Carta de Ottawa. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As Cartas da Promoção da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde. 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde. 2006.

CMMAD – Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

Nosso Futuro Comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio

Vargas, 1991.

GOMEZ, C. M. & MINAYO, M. C. S. Enfoque Ecossistêmico de Saúde: Uma Estratégia Transdisciplinar. Revista de Gestão Integrada em Saúde do

Trabalho e Meio Ambiente. v. 1, nº 1. Ago. 2006. Disponível em:

http://www.interfacehs.sp.senac.br. Acesso em: 10 de mar. de 2011.

SCARINGELLA R. S. A crise da mobilidade urbana em São Paulo. São Paulo: Perspec. 2001. v. 15 nº 1. Jan./Mar. 2001.

SMART. Cartilha Resumida e Prática para Implementar Sistemas de

Transporte Ponto a Ponto nas Comunidades, nas Cidades e nas Regiões. Universidade de Michigan, 2010. (documento de consulta).

SPERANDIO, A. M. G. Introdução. In: Políticas Integradas em Rede e a

Construção de Espaços Saudáveis: boas práticas para a Iniciativa dos Rostos, Vozes e Lugares. SPERANDIO, A. M. G.; MACHIN, D. G.;

FORTUNATO, M. A. B. (Org.). Organização Pan-Americana da Saúde. 1ª ed. Brasília: 2010. p17.

UNEP – United Nations Environment Programme. Declaration of the United Nations Conference on the Human Environment. 16 June 1972.

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8 (http://www.unep.org/Documents.Multilingual/Default.asp?documentid=97&ar ticleid=1503). Acesso em 21 de março de 2011.

UN – United Nations. Report of the world summit on sustainable development. Johannesburg, South Africa, 26 August – 4 September 2002. (http://www.un.org/jsummit/html/documents/summit_docs/131302_wssd_rep ort_reissued.pdf). Acesso em 21 de março de 2011.

UN – United Nations – General Assembly. Report of the United Nations conference on environment and development. Rio de Janeiro, 3-14 June 1992. (http://www.un.org/documents/ga/conf151/aconf15126-1annex1.htm). Acesso em 21 de março de 2011.

Referências

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