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Seletividade de tembotrione aplicado em diferentes estádios fenológicos da cultura do milho safrinha

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DO SUL DE MINAS GERAIS – CAMPUS MACHADO

Luciano Bueno Mançanares

Seletividade de tembotrione aplicado em diferentes estádios

fenológicos da cultura do milho safrinha

MACHADO - MG

2016

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Luciano Bueno Mançanares

Seletividade de tembotrione aplicado em diferentes estádios

fenológicos da cultura do milho safrinha

Monografia apresentada ao IFSULDEMINAS, como parte das exigências do curso de Agronomia para obtenção do título de Bacharel em Agronomia.

Orientador: Saul Jorge Pinto de Carvalho

MACHADO – MG

2016

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Luciano Bueno Mançanares

Seletividade de tembotrione aplicado em diferentes estádios

fenológicos da cultura do milho safrinha

Monografia apresentada ao IFSULDEMINAS, como parte das exigências do Curso de Agronomia para a obtenção do título de Bacharel em Agronomia.

Orientador: _____________________________________

Saul Jorge Pinto de Carvalho

Membros: ______________________________________

Dalilla Carvalho Rezende

______________________________________

Walnir Gomes Ferreira Júnior

MACHADO - MG

2016

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DEDICATÓRIA

Dedico a minha família, bem mais precioso que um homem pode possuir; aos meus pais Santiago Castilho Sanches Mançanares e Marisa de Abreu Bueno Mançanares que me deram todo o apoio necessário no decorrer dos anos, ensinando os preceitos de ética, caráter e moral não só com palavras, mas como exemplo a serem seguidos; e aos meus irmãos Leticia Bueno Mançanares e Lucas Bueno Mançanares que nunca me desampararam nos momentos necessários.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que graças aos seus cuidados venho tendo vida em abundância; agradeço aos amigos, os que me acompanharam desde a infância tanto quanto aqueles que fiz ao decorrer dos anos de estudo. Agradeço ao meu orientador Saul Jorge Pinto de Carvalho pela paciência e companheirismo em concluir as atividades necessárias para realização deste trabalho.

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RESUMO

A interferência das plantas daninhas pode ser considerada como um dos mais importantes fatores que provocam redução na produtividade das plantas cultivadas, o que justifica a intensa adoção dos herbicidas. Entre os herbicidas registrados para a cultura do milho encontra-se o tembotrione. Sendo assim, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a seletividade do tembotrione à cultura do milho safrinha, quando aplicado em diferentes estádios fenológicos. O experimento foi desenvolvido em campo, em área do IFSULDEMINAS, Campus Machado, entre março e setembro de 2015. O híbrido de milho RB9006 (Riber®) foi semeado mecanicamente com densidade populacional de 80.000 plantas ha-1, à profundidade de 0,05 m, no sistema de plantio direto. Adotou-se delineamento experimental de blocos ao acaso, com cinco tratamentos e cinco repetições. As parcelas constaram de cinco linhas da cultura do milho, com cinco metros de comprimento. Inicialmente, em toda a área, realizou-se aplicação de atrazine a 2.000 g ha-1, em pré-emergência. Em seguida, respeitando-se os estádios fenológicos, o herbicida tembotrione foi aplicado em dose de 100,8 g ha-1 (Sobrean® a 240 mL ha-1), com óleo vegetal Aureo® (Bayer®) a 0,5% v/v. As aplicações foram realizadas sobre milho em V2, V4, V7 e V10, além de testemunha sem aplicação. Todas as parcelas foram plenamente capinadas durante todo o experimento. A produtividade média da área foi de 7.010 kg ha-1, totalmente satisfatória para a condição de milho safrinha. Não foram identificadas injúrias visuais nas plantas de milho, em quaisquer dos estádios fenológicos. Não houve significância dos diferentes tratamentos para quaisquer das variáveis analisadas (grãos por fileira, fileiras por espiga, diâmetro de sabugo, massa de 1.000 grãos e produtividade). Deste modo, conclui-se que o tembotrione foi plenamente seletivo ao milho safrinha na dose recomendada pelo fabricante.

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ABSTRACT

Weed interference may be considered as one of the most important factors that cause reduction in productivity of cultivated plants, which justifies the intense adoption of herbicides. Among the herbicides registered for corn is the tembotrione. Thus, this work was to evaluate the selectivity of tembotrione to the winter corn crop when applied at different growth stages. The experiment was conducted in the field, in the area IFSULDEMINAS, Campus Machado, between March and September 2015. The maize hybrid RB9006 (Riber®) was mechanically seeded with a population density of 80,000 plants ha-1, the depth of 0.05 m in no-till system. Was adopted experimental design of randomized blocks, with five treatments and five replications. The plots consisted of five rows of corn, five meters in length. Initially, in the whole area was held application atrazine 2,000 g ha-1 in pre-emergence. Then respecting the phenological stages, the tembotrione herbicide was applied at a dose of 100.8 g ha-1 (Sobrean® to 240 ml ha-1), with Aureo® vegetable oil (Bayer®) 0.5% v / v. Applications were conducted on corn V2, V4, V7 and V10, and without application. All plots were fully weeded throughout the experiment. The average productivity of the area was 7,010 kg ha-1, fully satisfactory for the condition of winter corn. No visual injuries were identified in corn plants in any of the phenological stages. There was no significance of different treatments for any of the variables analyzed (grains per row, rows per ear, cob diameter, mass of 1,000 grains and productivity). Thus, it is concluded that the tembotrione was fully selective in winter corn in the dose recommended by the manufacturer.

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Sumário

INTRODUÇÃO ... 9 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 11 2.1 O milho ... 11 2.2 Plantas daninhas ... 12 2.3 O controle químico ... 12 2.4 O Tembotrione ... 13 2.5 A seletividade ... 14 3 MATERIAL E MÉTODOS ... 16 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 20 5 CONCLUSÃO ... 23 6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 24

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INTRODUÇÃO

O milho (Zea mays L.) é a mais importante cultura com centro de origem nas Américas. A importância econômica do mesmo pode ser caracterizada por sua utilização na alimentação animal e na indústria alimentícia. Na realidade, o uso do milho em grão como alimentação animal representa maior parte do consumo desse cereal (DUARTE; MATTOSO e GARCIA, 2016).

A produção nacional de milho na safra 2015 foi de aproximadamente 30.244 milhões toneladas (CONAB, 2015) tendo aumento de 3,9% em relação à safra anterior. Estes números justificam os intensos estudos a fim de melhorar ainda mais a produtividade dessa cultura, principalmente o estudo de novas tecnologias no controle das plantas daninhas.

A tecnologia mais usada hoje no Brasil para o controle de plantas daninhas é o controle químico, utilizando de herbicidas, que são substâncias químicas capazes de selecionar populações de plantas. O termo “seleção” se refere a atuação desses produtos, provocando a morte de certas plantas e outras não (OLIVEIRA JÚNIOR, CONSTANTIN e INOUE, 2011).

Dentre os herbicidas registrados para a cultura do milho para controle de várias espécies de plantas infestantes, encontra-se o tembotrione, pertencente ao grupo químico das tricetonas, inibidores da enzima 4-hidroxifenilpiruvatodioxigenase (HPPD), que atuam na síntese de carotenos, provocando intensa coloração esbranquiçada nas folhas das plantas daninhas, evoluindo para seca e morte subsequente da mesma. Esses sintomas são visualizados nas plantas em poucos dias (KARAM et al., 2009).

Lançado no Brasil para uso em pós-emergência na cultura do milho, o tembotrione tem obtido desempenho satisfatório no controle de plantas daninhas, sobretudo de gramíneas. Ao avaliar os herbicidas mesotrione, topramesone e tembotrione no controle de plantas daninhas na cultura do milho, BOLLMAN et al. (2008) constataram que o tembotrione causou menor injúria quando comparado aos demais.

Em muitos lugares se usam recomendações de manejo de plantas daninhas para a cultura do milho baseadas em escala de tempo, ignorando os conhecimentos fenológicos sobre a cultura, o que com certeza têm contribuído para a redução da eficiência no uso de insumos e defensivos, especialmente herbicidas, como também tem ocasionado equívocos na preservação de etapas importantes de definição de produção e rendimento por parte da planta.

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Assim, visando o desenvolvimento de uma agricultura mais tecnificada e científica, torna-se imprescindível o emprego de conhecimentos de fenologia, o que permite avaliar o grau de influência dos fatores envolvidos na produção, bem como estabelecer estratégias de manejo condizentes com os estádios de desenvolvimento da planta (KOSLOWSKI, 2002).

Sabendo da importância do uso dos conhecimentos fisiológicos sobre a planta para melhorar a eficácia das aplicações de herbicidas, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de testar a seletividade do tembotrione na cultura do milho, além disso, identificar o melhor estádio fenológico de aplicação, a fim de não causar fitotoxicidade à cultura.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O milho

Os primeiros registros do cultivo de milho datam de cerca de 7.300 anos e foram feitos em pequenas ilhas próximas ao litoral mexicano. De acordo com pesquisadores da Universidade do Estado da Flórida, do Museu Nacional de História Nacional dos Estados Unidos, do Instituto Smithsonian, do Instituto da República do Panamá e da Universidade do Estado de Washington, a cultura se espalhou de forma rápida pelo México. Do Sudoeste do país, onde foi domesticado primeiro, o milho foi levado para o Sudeste mexicano e para outras regiões tropicais da América, como o Panamá e a América do Sul (ARAUJO, 2008).

O milho é uma das culturas mais importantes mundialmente, seja do ponto de vista econômico, seja do ponto de vista social. O milho é cultivado em todas as microrregiões do Brasil; diz-se, no senso comum, que nas regiões em que há produção de frangos, suínos ou mesmo de bovinos, há produção de milho. A maior parte da produção de milho é comercializada, ao invés de ser consumida diretamente na própria fazenda. O que vem se observando é um conjunto de acentuadas mudanças, ao longo da cadeia produtiva do milho, a começar por ajustes nos sistemas produtivos agrícolas, passando pelos mecanismos de comercialização, inclusive a formação de preços. As alternativas de uso do milho vão se ampliando, para além de ração animal, que tem sido o lastro sobre o qual se assenta o importante crescimento dos segmentos de produção animal, para o qual se projeta crescimento de mais de 30% nos próximos 10 anos. A indústria vem incrementando o emprego do milho como insumo na fabricação de produtos como lisina, itens biodegradáveis, isoglucose, etanol etc. (SOLOGUREN, 2015).

A utilização do milho é ampla, abrangendo seu emprego como alimento, assim como para uso industrial e energético; seu destino é, principalmente, a produção de rações para uso animal. No entanto, o leque de destinos industriais do milho é também muito vasto. O cereal pode ser utilizado na produção de alimentos básicos, como fubás, farinhas, canjicas e óleos, como pode ser empregado em produtos mais elaborados, como xarope de glucose (utilizado na produção de balas, gomas de mascar, doces em pasta etc.), maltodextrinas (destinadas à produção de aromas e essências, sopas desidratadas, produtos achocolatados e outros) e corantes caramelo (para produção de refrigerantes, cervejas, molho etc.). Seu uso ultrapassa a fronteira alimentícia por meio, por exemplo, dos amidos industriais, que podem ser utilizados

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na produção de papelão ondulado, adesivos e fitas gomadas. O etanol produzido a partir do milho também tem importância global (SOLOGUREN, 2015).

Constata-se, portanto, que a cultura do milho se acha inserida na estrutura de uma cadeia produtiva que se alonga e se integra horizontalmente. É básica para o agronegócio dinâmico moderno e estratégica para o avanço quantitativo e qualitativo do consumo de alimentos no Brasil e no mundo (SOLOGUREN, 2015).

Em Minas Gerais a produção de milho safrinha na safra 2014/2015 chegou a 1.366,6 milhões de toneladas (CONAB, 2015).

2.2 Plantas daninhas

A interferência das plantas daninhas pode ser considerada um dos mais importantes fatores de redução de produtividade das plantas cultivadas, pois, além de ocasionar perdas médias de aproximadamente 15% na produção mundial de grãos, podem ser hospedeiras de doenças, pragas e nematóides (SHUKLA, WARD e BRUNT, 1994; ALMEIDA, OLIVEIRA e RESENDE, 2001). Na cultura do milho, as principais plantas daninhas encontradas são: Amarantus spp. (caruru), Cardiospermum halicacabum (balãozinho), Bidens pilosa (picão-preto), Euphorbia heterophylla (leiteiro), Ipomoea spp. (corda-de-viola), Nicandra physaloides (joá-de-capote), Raphanus sativus (nabiça), Richardia brasiliensis (poia branca), Sida spp. (guanxuma), além das poaceaes, como Urochloa plantaginea (capim marmelada), Cenchrus echinatus (capim carrapicho), Digitaria spp. (capim colchão), Echinochloa spp. (capim arroz) e Eleusine indica (capim pé-de-galinha) (BRANDÃO, LACA-BUENDIA e GAVILANES, 1982; KARAM; CRUZ, 2004; RIZZARDI, KARAM e MICHELLE, 2004; KARAM; GAMA, 2008).

2.3 O controle químico

Sabendo da importância do controle de plantas daninhas nas áreas cultivadas e seus benefícios, há intensos estudos destinados a identificar a melhor forma possível de controlar essas populações indesejáveis. Desta forma, destaca-se o controle químico como o meio mais eficiente para o controle de plantas daninhas, uma vez que pode prevenir a interferência das mesmas, principalmente no início do ciclo da cultura, período durante o qual normalmente são causadas as maiores perdas nas culturas. É um aspecto importante quando na população de

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plantas daninhas são encontradas espécies de difícil controle após a emergência, ou quando as plantas daninhas são indesejáveis durante todo o ciclo da cultura, como no caso de áreas destinadas a produção de sementes. Além disso, o uso de herbicidas proporciona o controle mais efetivo nas linhas de plantio, onde muitas vezes outros métodos de controle não tem a mesma eficiência (OLIVEIRA JÚNIOR, CONSTANTIN e INOUE, 2011).

O controle químico de plantas daninhas possui elevado rendimento operacional, além de demandar pequena quantidade de mão de obra quando comparado a outros métodos de controle. O uso de herbicidas também proporciona economia de trabalho e energia pela redução de custos de colheita e de secagem de grãos, em função da eliminação das plantas daninhas (OLIVEIRA JÚNIOR, CONSTANTIN e INOUE, 2011).

O manejo químico de plantas daninhas na cultura do milho safrinha é realizado basicamente pela aplicação de atrazine, que controla principalmente infestantes dicotiledôneas (RODRIGUES e ALMEIDA, 2005). Contudo, nessa época de cultivo, é normal também a ocorrência de infestantes monocotiledôneas (DUARTE, SILVA e DEUBER, 2007), para a região Sudeste. Portanto, tem sido necessário o uso de herbicidas graminicidas, que possuem ação sobre essas espécies, sobretudo em pós-emergência. Embora o nicosulfuron seja o herbicida mais utilizado, outros herbicidas foram registrados passíveis de serem usados nessas situações, como o mesotrione e o tembotrione (Brasil, 2010).

2.4 O Tembotrione

Uma das mais recentes formas de controle de plantas daninhas é o princípio ativo tembotrione (Figura 1), pertencente ao grupo químico das tricetonas, que tem ação herbicida pela inibição da HPPD, que é a enzima responsável pela síntese de carotenóides nas plantas. Os carotenóides são substâncias preservadoras da clorofila, evitando sua fotodegradação. Sua ausência inviabiliza totalmente a ação da clorofila no processo da fotossíntese e, em consequência, as plantas daninhas morrem (KARAM et al., 2009).

Desde o início do desenvolvimento do tembotrione no Brasil, percebeu-se sua eficácia em agir como graminicida, necessitando por vezes de uma complementação para controle total de dicotiledôneas. Outra evidência foi a resposta positiva do produto com adjuvantes, revelando a clara indicação do uso obrigatório do éster metilado de soja (Aureo®). Para controle de algumas espécies de dicotiledôneas, recomenda-se também complementação com atrazine, que possuem alta sinergia em doses baixas (CONSTANTIN, 2006).

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Figura 1. Molécula de tembotrione.

Dentre as plantas daninhas as quais o tembotrione (Figura 1) efetuou ótimo controle estão capim-colchão, capim-marmelada, capim-braquiária, capim-pé-de-galinha, também em folhas largas como leiteiro, trapoeraba, caruru, picão-preto, corda-de-viola e guaxumas.

O tembotrione {2-[2-chloro-4-(methylsulfonyl)-3-((2,2,2-trifluoroethoxy) methyl)- benzoyl]-1,3-ciclohexanedione} é uma molécula do grupo das tricetonas, utilizadas para o controle de daninhas na cultura do milho. São inibidores da molécula 4-hidroxifenilpiruvato-dioxigenase (4-HPPD) nos cloroplastos, consequentemente impedindo a formação de carotenóides. A molécula transloca-se via apoplástica e é facilmente absorvida pelos tecidos meristemáticos de folhas e raízes, se acumulando nos cloroplastos (CONSTANTIN, 2006).

2.5 A seletividade

A seletividade nada mais é que a base para o sucesso do controle químico de plantas daninhas na produção agrícola, sendo considerada como uma medida da resposta diferencial de diversas espécies de plantas a um determinado herbicida. Uma vez que a base da seletividade aos herbicidas é o nível diferencial de tolerância das culturas e das plantas daninhas a um determinado tratamento específico, a seletividade trata-se, portanto, de um fator relativo, e não absoluto. Quanto maior a diferença de tolerância entre a cultura e a planta daninha, maior a segurança de aplicação. Desta forma, um herbicida seletivo é aquele que é muito mais tóxico para algumas plantas do que para outras dentro de alguns limites, como, faixa específica de doses, método de aplicação, condições ambientais que precedem e sucedem a aplicação, entre outras (OLIVEIRA JÚNIOR, CONSTANTIN e INOUE, 2011).

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A seletividade por metabolismo é provavelmente o mais comum dos mecanismos que contribuem para a seletividade de herbicidas nas plantas. Uma planta capaz de tolerar um herbicida em função desse mecanismo é capaz de alterar ou degradar a estrutura química do herbicida por meio de reações que resultam em substâncias não toxicas. Plantas que não possuem a habilidade de detoxificar um determinado herbicida são mortas, enquanto as plantas tolerantes que possuem essa capacidade escapam (AKOBUNDU, 1987).

A seletividade dos herbicidas inibidores da HPPD, que é o caso do tembotrione, ocorre pelo rápido metabolismo de suas moléculas, devido principalmente à ação do complexo citocromo P-450 (MITCHELL et al., 2001; PATAKY et al., 2008). Essas enzimas desempenham papel fundamental no metabolismo de herbicidas de pelo menos seis famílias químicas (BARRETT, 1995; BARRETT, COBB e KIRKWOODS, 2000).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi desenvolvido em área do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais - IFSULDEMINAS, campus Machado (Figura 2), MG (21°40’ 29” S, 45° 55’ 11” W e altitude de 820 m), em LATOSSOLO Vermelho-Amarelo distrófico (EMBRAPA, 1999). O híbrido de milho (Zea mays L.) RB9006 (Riber®) (Figura 3) foi semeado mecanicamente no dia 14/03/2015, visando densidade populacional de 80.000 plantas ha-1 e profundidade de 0,05 m em sistema de “plantio direto na palha”. A adubação de semeadura utilizada foi de 12 kg de N ha-1, 42 kg de P2O5 ha-1 e 24 kg de K2O ha-1, na

adubação de cobertura foi aplicado 72 kg de N ha-1 e 72 kg de K2O ha-1 aplicados por duas

vezes, uma no dia 15/04/2015 a lanço e incorporado ao solo e outra no dia 22/04/2015 também incorporado ao solo.

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Figura 3. Híbrido de milho RB9006, Machado – MG, 2015

O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com cinco tratamentos e cinco repetições. As parcelas foram delimitadas em 5 x 3 m e o espaçamento de semeadura de 0,5 x 0,2 m, dessa forma, cada parcela continha seis linhas de milho.

O produto comercial usado foi o Soberan® (Bayer®), o qual é composto de tembotrione a 420 g L-1 e ingredientes inertes 783 g L-1. A dose utilizada foi a recomendada pelo fabricante, de 100,8 g ha-1, acrescentando-se óleo vegetal Aureo® (Bayer®) a 0,5% v/v, também recomendado pelo fabricante.

À fim de homogeneizar a área e eliminar as plantas daninhas, foi feita uma aplicação de atrazine a 1.000 g ha-1 em área total, em 25/03/2015. Sucessiva a esta aplicação, apenas as parcelas que atingiram o estádio fenológico adequado, receberam aplicação de herbicida

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(tembotrione), as demais parcelas receberam controle mecânico (capina manual), durante todo o experimento.

As aplicações de tembotrione (tratamentos) foram realizadas em V2, V4, V7 e V10 (Tabela 1), além de testemunha sem aplicação (Tabela 2). Para tanto, foi utilizado pulverizador costal de precisão, pressurizado por CO2, acoplado a barra com quatro pontas

espaçadas à 0,5 m do tipo TeeJet 110.02, posicionada a 0,50 m dos alvos, com consumo relativo de calda de 200 L ha-1.

Tabela 1. Estádios fenológicos da cultura do milho (FANCELLI, 1991).

Vegetativo Reprodutivo

VE Emergência R1 Florescimento

V1 Primeira folha R2 Grão leitoso

V2 Segunda folha R3 Grão pastoso

V3 Terceira folha R4 Grão farináceo

V6 Sexta folha R5 Grão farináceo-duro

V9 Nona folha R6 Maturidade fisiológica

V12 Décima segunda folha V15 Décima quinta folha V18 Décima oitava folha

VT Pendoamento

Tabela 2. Dados meteorológicos e horários dos dias das aplicações de tembotrione.

Machado, 2015

Tratamento Temperatura UR% Velocidade do vento Tempo de aplicação

V2 27,7 °C 66,0 0,00 m s-1 15:04 às 15:07 h

V4 24,6 °C 59,6 0,66 m s-1 14:42 às 14:47 h

V7 23,0 °C 84,0 0,00 m s-1 16:33 às 16:36 h

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A colheita foi efetuada no dia 16/09/2015. De cada parcela, apenas 20 plantas foram colhidas, as quais encontravam-se nas duas linhas centrais da parcela, respeitando-se 1 m em cada extremidade como bordadura.

Em seguida, as variáveis analisadas foram:

- Número de grãos por fileira; foram contados os grãos das fileiras de cinco espigas por parcela, após contados fez-se a média entre elas à fim de melhor representar a parcela.

- Número de fileiras; foram contadas as fileiras de cinco espigas por parcela assim como feito com os grãos, fez-se a média entre as amostras.

- Diâmetro de sabugo; logo após ser debulhado em debulhadora manual, cinco sabugos foram medidos com um paquímetro e tirado a média dos valores obtidos, permitindo avaliar as amostras quanto ao diâmetro de sabugo.

- Correção da umidade; as grãos recolhidos após debulha manual foram armazenados em sacos de papel e submetidos a correção de umidade em estufa de circulação forçada a ar com temperatura de 105 °C por vinte e quatro horas, após secagem a umidade das parcelas foi medida por meio de um medidor de umidade de grãos e então padronizados em 13%.

- Produção bruta; após corrigida a umidade, os grãos foram pesados em balança científica e os dados foram convertidos para escala em hectare.

- Massa de mil grãos; inicialmente, mediu-se três vezes a massa de 100 grãos por parcela em balança científica, onde posteriormente tirou-se a média dos valores obtidos e o resultado foi convertido para 1000 grãos.

Os dados foram submetidos à aplicação do teste F na análise da variância. Na ocorrência de efeito de tratamentos, adotou-se teste de agrupamento de médias de Scott-Knott. Todos os testes foram aplicados com 5% de significância.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A aplicação do teste F na análise da variância não foi significativa para nenhuma variável analisada (grãos por fileira, fileiras por espiga, diâmetro de sabugo, massa de mil grãos e produtividade). Por conta desta observação, não foi necessária a adoção do teste de agrupamento de médias, de modo que todos os tratamentos foram considerados iguais entre si, bem como com a testemunha sem aplicação (Tabelas 3 e 4).

Tabela 3. Componentes de produção de plantas de milho submetidas a aplicações de

tembotrione1 (100,8 g ha-1) em diferentes estádios fenológicos. Machado - MG, 2015

Tratamentos

Grãos Fileiras Diâmetro de

por Fileira por Espiga Sabugo (mm)

Testemunha 26,6 15,5 2,92 Aplicação em V2 26,3 15,1 2,87 Aplicação em V4 26,6 15,4 2,83 Aplicação em V7 29,7 15,0 2,84 Aplicação em V10 25,8 15,5 2,79 Ftrat 1,678NS 0,436NS 1,62NS CV (%) 9,96 5,15 3,64 1

Soberan® a 240 mL ha-1, acompanhado de Aureo®, a 0,5% v/v ; NSNão significativo ao teste F, com 5% de significância.

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Tabela 4. Componentes de produção de plantas de milho submetidas a aplicações de

tembotrione1 (100,8 g ha-1) em diferentes estádios fenológicos. Machado - MG, 2015

Tratamentos

Massa de 1.000 Grãos Rendimento

(g) (kg ha-1) Testemunha 283,2 7349,0 Aplicação em V2 279,5 6668,0 Aplicação em V4 278,7 6956,3 Aplicação em V7 291,0 7577,1 Aplicação em V10 276,7 6500,2 Ftrat 0,902 NS 1,312NS CV (%) 4,70 12,58 1

Soberan® a 240 mL ha-1, acompanhado de Aureo®, a 0,5% v/v ; NSNão significativo ao teste F, com 5% de significância.

A produtividade média obtida na colheita foi de 7.010,12 kg ha-1, excelente para milho safrinha e acima da média nacional, que neste período foi de 5.475 kg ha-1 (CONAB, 2015).

O manejo com o tembotrione, em pós-emergência, pode causar leve toxicidade às variedades de milho pipoca Beija-Flor, Pr-023, SE-013, Ângela, PA-038 e Viçosa-Maringá. Apenas a variedade PA-038 é sensível ao herbicida aos 2 DAA (50% de fitotoxicidade), seguida de Viçosa-Maringá (18,75%). Ambas (PA-038 e Viçosa – Maringá) apresentaram rápida recuperação e, a partir de 8 DAA, já não mostram sintomas de danos, nem diferenças significativas de produção (FREITAS et.al., 2009).

Quando aplicado na cultivar RB9006, utilizada neste experimento, não causou fitotoxicidade perceptível. Sabendo que a seletividade do tembotrione ao milho ocorre por metabolismo, supõe-se que alguns híbridos possuem maiores quantidades de citocromo P-450, já que o mesmo é responsável pelo eficiente metabolismo do tembotrione (MITCHELL et al., 2001; PATAKY et al., 2008).

Monooxigenases do citocromo P-450 tem sido considerado por muito tempo um sistema de enzimas potencialmente importante para a desintoxicação de herbicidas no milho e outras plantas cultivadas. Só no ano de 1995 o metabolismo do herbicida por P450 em microssomas de milho foi conclusivamente demonstrado. Quatorze herbicidas em seis

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famílias químicas foram mostrados para ser metabolizado pelo citocromo P-450 no milho, inclusive o tembotrione (BARRETT, 1995).

O citocromo P-450 é considerado de extrema importância para o metabolismo dos herbicidas no milho. Sua forma de metabolizar os herbicidas é caracterizada como uma atividade enzimática que catalisa hidroxilações e desmetilações dos herbicidas. A indução da atividade metabólica do herbicida é específica, com apenas pequenas mudanças no nível total P450 tem-se aumento significativo no metabolismo do herbicida. Microssomas isolados de ambos os brotos e raízes metabolizam herbicidas, embora a maioria das atividades metabólicas são realizadas mais intensamente em microssomas isolados de brotos de mudas jovens. Muitas questões sobre o metabolismo P450 de herbicidas no milho permanecem. Estes incluem determinar a quantidade de P450 que está envolvida no metabolismo de herbicidas e como os seus níveis são regulados. (BARRETT, 1995).

Mostrou-se assim que o tembotrione é extremamente seletivo quando aplicado nas doses recomendadas, sobre todos os estádios fenológicos avaliados.

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5 CONCLUSÃO

Conclui-se que o tembotrione foi plenamente seletivo ao milho safrinha na dose recomendada pelo fabricante, em todos os estádios fenológicos avaliados.

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6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AKOBUNDU, I. O. Weed science in the tropics: Principles and practices. New York: John Wiley & Son’s, 1987. 522p.

ALMEIDA, A. C. L.; OLIVEIRA, E.; RESENDE, R. O. Fatores relacionados à incidência e disseminação do vírus do mosaico comum do milho. Fitopatologia Brasileira, v.6, n.4, p.766-769, 2001.

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