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Direito Internacional Privado. Tâmara Biolo Soares

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Academic year: 2021

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Direito Internacional Privado

(2)

Objeto de estudo

Corrente francesa: 4 matérias:

Nacionalidade: caracterização do

nacional de cada Estado, formas

originárias e derivadas de aquisição,

perda e reaquisição, conflitos positivos e

negativos;

Condição jurídica do estrangeiro: direito

de entrar e permanecer, direitos do

(3)

conflito de leis: relações jurídicas

vinculadas a dois ou mais ordenamentos

cujas normas materiais não coincidem;

conflito de jurisdições: competência do

Judiciário de cada país na solução de

conflitos (execução de sentenças estr.);

direitos adquiridos na sua dimensão

internacional: uma relação jurídica que

gera efeitos em outro ordenamento.

 Corrente Alemã só conflito de leis e Corrente anglo-saxã, EUA e Inglaterra, somente conflito de leis e jurisdição.]

(4)

Conceito

É o ramo da ciência jurídica no qual se

formulam os princípios e regras

conducentes a determinar a lei ou leis

aplicáveis às questões emergentes das

relações jurídico-privadas de caráter

internacional.

Normas de sobredireito.

Crítica à denominação:

a norma não é

internacional, e sim interna; tampouco é de

caráter privado e sim público. O conflito é

internacional e o sujeito é privado.

(5)

Origens e Evolução histórica

 Antiguidade: estrangeiro não tinha direitos, porque estes os direitos derivavam da religião; não podia ser proprietário e seus filhos eram bastardos. Não havia conflito entre as ordens jurídicas locais.

Roma: jus civile para cidadãos e jus peregrinum

para estrangeiros. O jus gentium era um sistema de normas materiais uniforme para regular a relação de peregrimos entre si e com cidaãos.

 Invasão dos bábaros: personalidade das leis e a conservação das leis antigas.

 Feudalismo: territorialidade da lei, sem necessidade de dirimir conflitos.

(6)

Origens e Evolução histórica

 Cidades-estado italianas e o comércio.

 Escolas estatutárias:

 Escola italiana: glosadores e pós-glosadores: Bártolo de Sassoferato (1314-1357): lei do lugar rege os

contratos e são inaplicáveis os estatutos estrangeiros de “caráter odioso” - origem da teoria da ordem

pública.

 Escola francesa (1500): Dumoulin: autonomia da vontade para aplicação do foro escolhido pelas partes; e D’Argentré: leis estrangeiras só

(7)

Origens e Evolução histórica

 Movimento de codificação: Código Napoleônico -soberania das ordens jurídicas internas.

 Friedrich Carl von Savigny. “Sistema do Direito Romano atual”: limites do império das regras do direito no tempo e no espaço.

 Discorda das teorias territorialistas. Princípio da comunidade de direito entre os povos: “para cada relação jurídica há que determinar o direito mais de conformidade com a natureza dessa relação”:

domicílio para as pessoas; localização para as coisas; lugar das obrigações para questões dela decorrentes.

 Exceções: leis obrigatórias e instituições não reconhecidas.

(8)

Origens e Evolução histórica

 Pasquale Mancini. Moderno DIPr italiano. Igualdade para estrangeiros: “o tratamento de estrangeiros não pode depender da vontade soberana e arbitrária de cada Estado”.

 Nacionalidade, Liberdade e Soberania:

 Estabelece a nacionalidade como critério para a aplicação da lei quanto ao estado e à capacidade da pessoa. (Para fins de unificação italiana.)

 Liberdade de escolha da lei que rege as obrigações contraídas, tanto contratos como referentes aos bens.  Há leis que, por força da Soberania, deverão sempre ser

aplicadas.

(9)

Nacionalidade

 É o vínculo jurídico-político do indivíduo com o Estado. São os Estados que têm competência para definir os critérios de aquisição da sua

nacionalidade. (Limites: princípio de igualdade e não-discriminação)

 Dimensão vertical: sujeição do indivíduo ao Estado em troca da proteção diplomática.

 Dimensão horizontal: membro de uma

comunidade política. Dimensão sociológica.

 Nacionalidade e cidadania: direitos políticos (art. 14), ação popular (art. 5o), .

(10)

Aquisição da nacionalidade

Ius sanguinis: aquisição da nacionalidade dos

pais à época do nascimento. Emigração.

Ius soli: aquisição da nacionalidade do país em

que nasce. Feudal, abolido na Europa, renascido na América.

Ius domicilii: critério autônomo de aquisição da

nacionalidade para quem se encontra num país por certo período de tempo. Solução de

conflitos internacionais. Residência habitual como critério no art. 5o Conv. sobre Nacionalidade da Haia.

Ius laboris: serviço em prol do Estado facilita

(11)

Aquisição primária da nacionalidade

no Brasil

É Brasileiro Nato:

 aquele que nasce* no Brasil, mesmo filho de pais estrangeiros, desde que os pais não estejam a serviço do seu país;

 aquele que nasce no exterior, filho de pai ou mãe brasileira, desde que algum dos pais esteja a serviço do Brasil;

 aquele que nasce no exterior, filho de pai ou mãe brasileira, desde que venha a

residir no Brasil e opte, a qualquer

tempo, pela nacionalidade brasileira. EC 3/94.(Registro consulado e maioridade)

 *O mesmo tratamento é dado a filhos biológicos e adotados.

(12)

Aquisição secundária:

Naturalização

 Aquisição secundária da nacionalidade, pelo processo de naturalização, depende da manifestação de vontade. (Arts. 115 e 116 do Estatuto do Estrangeiro)

 Para que a naturalização seja concedida, o estrangeiro deve atender as condições estipuladas nos arts. 112 a 114 do Estatuto do Estrangeiro. (Lei No. 6.815 de 1980)

 Conceder a naturalização é ato discricionário do poder público. Ela poderá ser denegada, mesmo quando atendidos os requisitos legais para a concessão. (Art. 111 Estatuto)

(13)

O Naturalizado:

 i. pode ser extraditado pela prática de crime comum cometido antes da naturalização, assim como pela participação em tráfico ilícito de entorpecentes (art. 5o

LI da CF);

 ii. não pode exercer os cargos de Presidente e Vice-Presidente da Repúbli, Vice-Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado, Ministro do STF, oficial das Forças Armadas, membro da carreira

diplomática e membro do Conselho da República

(arts. 12, par. 3o, I, II, III, IV, V, VI, e 89, VII da CF);  iii. naturalizado a menos de 10 anos não pode

adquirir empresa jornalística ou de radiofusão. (art. 222 da CF)

(14)

Extradição

 É a entrega, por um Estado a outro, a pedido deste, de indivícuo que em seu território deva responder a processo penal ou cumprir pena. Somente estrangeiros estão sujeitos à extradição, com

exceção dos naturalizados que tiverem cometido crime doloso antes da nat., ou de tráfico de entorpecentes a qq tempo.

 Condições para a extradição:

 i. processo penal em andamento ou concluído contra o extraditando;

 ii. pedido de extradição fundado em tratado bilateral ou em promessa de reciprocidade entre os dois países.

 Competência do STF (art. 102, I, g da CF)

 Vedada a extradição por crime político ou de opinião (art, 5o, LI da CF).

(15)

Expulsão

 Se dá por iniciativa do Estado em que se encontra o estrangeiro, não do país de origem.

 Somente estrangeiros serão expulsos. Uma vez expulso, o estrangeiro não poderá retornar ao país.

 Causas de expulsão: atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade e a moralidade pública e a economia popular, assim como ter atitudes nocivas à convivência e aos interesses nacionais.

 Não haverá expulsão:

 i. nas hipóteses em que a extradição não é permitida;

 ii. do estrangeiro casado há mais de 5 anos, e que assim permanece de fato, com brasileiro;

 iii. do estrangeiro que possui, sob sua guarda e dependência econômica, um filho brasileiro.

(16)

Deportação

 Saída compulsória do estrangeiro (não importando o país de destino) que não atende às condiões legais de entrada (ingressou clandestinamente) ou de permanência (visto expirou) no país.

 A deportação, assim como a expulsão, é ato discricionário, mas tal discricionaridade encontra limites na legislação interna, porque não é permitida a deportação em casos em que não se permite a extradição, assim como na lei internacional, em especial pelo direito internacional dos direitos humanos.

 Asilo Político: será outorgado de forma discrionária ao que estiver sendo perseguido ou que sofrerá punição injusta, motivada ideologicamente, no seu país de origem.

(17)

Fontes de DIPr

Fontes Legislativas Nacionais:

LICC, arts. 7 a 17;

CF: nacionalidade (art. 12), deveres dos

estrangeiros, tratados internacionais (art. 49,

84), competência STJ para a cooperação

internacional (art. 105) e da Justiça Federal

para tratados internacionais (art. 109);

CPC: jurisdição internacional (art. 88-90),

cartas rogatórias (art. 200-204, 210-212),

prova do direito estrangeiro (art. 337),

(18)

Outras fontes nacionais:

Jurisprudência:

STF: extradição

STJ: homologação de sentenças

estrangeiras, cartas rogatórias, tratados

internacionais;

Justiça estadual: contratos internacionais,

impostos, direito de família, sucessões,

processo civil (competência e prova) e;

Justiça federal: nacionalidade, propriedade

intelectual, impostos, tratados.

(19)

Fontes Internacionais

1990: processo de uniformização do DIPr

através das CIDIPS;

Mercosul

Fórum universal específico: Conferência da

Haia de DIPr

Estatuto da Conferência da Haia de 1955;

Brasil: 1972, 1997, 2000

(20)

Conflitos de leis civis e comerciais

Regras unificadoras (DIPr Uniformizado): regras

de conexão indicadoras das leis aplicáveis

 Europa: Convenções da Haia, Convenções da União Escandinava, Convenção da União Europeia, etc.

 Tratado de Lima (1878): nunca em vigor, valor histórico e doutrinário (igualdade de dir civis a estrangeiros)

Tratados de Montevidéu (1889 e 1940): nacionalidade para dirimir conflito de leis, Brasil não ratifica.

 Código de Bustamante (1889): art. 7o não define se o estado e a capacidade se determinarão pela nacionalidade ou

domicílio. Brasil: somente a nacionais de países que o ratificaram? STF (Sent. Estr. 993): não! Se por nós ratificado, é lei no Brasil e aqui se aplica, a despeito da nacionalidade daquele que o invoca.

(21)

Conflito de fontes

 Debate entre monismo (Kelsen: ordem jurídica única, hierarquia das normas, primazia do direito

internacional) e dualismo (Trieppel: há que editar no ordenamento interno norma idêntica à internacional para que esta tenha valor).

 Brasil: necessária a incorporação (recepção) do tratado no plano interno. Segundo o STF e STJ, tratados não têm aplicação imediata no nosso ordenamento. Não havendo a promulgação pelo Executivo, não se considera vigente o tratado.

 Demais conflitos de leis: critérios da hierarquia (pirâmide das leis), especialidade, temporal.

(22)

Relações típicas e atípicas

Relação típica: envolve apenas um

ordenamento jurídico. A norma substantiva

interna incide diretamente. Não há

necessidade de que o DIPr indique qual o

direito vigente.

Relação atípica: vinculada a mais de um

ordenamento jurídico e, portanto, existe mais

de uma lei substantiva que pode ser aplicada.

Há conflito de leis. É necesário recorrer às

normas de DIPr para determinar qual lei irá

reger o caso.

(23)

Conflito de leis no espaço?

passos para solucioná-lo:

 Classificação ou qualificação: classificar a relação jurídica dentre um rol de qualificações, ou categorias jurídicas

(estado ou capacidade da pessoa, situação de um bem, um ato ou fato jurídico).

 Localização: cada categoria tem sua sede jurídica: o

estado e a capacidade da pessoa se localizam no país de nacionalidade ou de domicílio; a coisa no país em que

está situada; o ato jurídico no lugar onde tiver sido constituído ou onde deva ser cumprido.

(24)

Conflitos de leis no espaço

Regra de conexão: é norma que diz qual será a lei

aplicável à situação jurídica conectada a mais de um sistema legal.

 O processo de classificação que leva ao elemento de conexão toma em conta um de três diferentes

aspectos: o sujeito, o objeto ou o ato jurídico. Dependerá da relação jurídica que se esteja discutindo.

(25)

Conflitos de leis no espaço

 Quando se quer saber qual direito vai reger o estatuto pessoal e a capacidade da pessoa, a localização da sede da relação jurídica se fará em relação ao sujeito;

 No tratamento do estatuto real, debe-se localizar a sede jurídica através do lugar onde bem, imóvel ou móvel, estiver situado;

 No que tange à localização do direito aplicável aos atos jurídicos, sua sede se define ou pelo local da constituição da obrigação, ou pelo local da sua execução.

Referências

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