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As Oportunidades E Os Desafios Econômicos Do Processo De Unitização No Pré-Sal

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Academic year: 2021

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1 Oferta e Demanda de Energia – o papel da tecnologia da informação na integração dos recursos

26 a 28 de setembro de 2016 Gramado – RS

As Oportunidades E Os Desafios Econômicos Do Processo De

Unitização No Pré-Sal

Felipe Botelho Tavares1 , Luciano Losekann2 , Yanna Clara Prade e Braga3

RESUMO

O processo de individualização (ou também chamado de unitização) de jazidas é uma prática recorrente na indústria do petróleo e gás natural. O processo se torna necessário quando o reservatório descoberto se estende para além do bloco exploratório concedido. No Brasil, a unitização ganhou contornos especiais com a instauração do regime de partilha e a possibilidade de convivência de regimes distintos para o mesmo campo. O artigo foca a análise sobre o impacto das regras atuais de unitização na atratividade de projetos com reservatórios que se estendem por áreas da União (não concedidas), situação que se verifica em vários campos do pré-sal brasileiro. As simulações realizadas que a rentabilidade dos projetos é comprometida quando o consórcio arca com os investimentos correspondentes a recursos fora da área de concessão. Assim, o desenvolvimento de parcela relevante das reservas brasileiras pode ser inviabilizado.

Palavras-chave: Unitização, Pré-Sal, Investimentos, Oportunidades ABSTRACT

Unitization is a very usual procedure in the oil and gas industry. It is necessary when the hydrocarbon reservoir exceeds the concession area. In Brazil, unitization became peculiar when the production sharing agreement (PSA) was introduced. The

1

Doutorando Economia UFRJ

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Grupo de Economia da Energia (GEE-UFF)

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same oil field can be operated under concession regime and PSA simultaneously. This paper focuses on the impacts of current unitization rules to Pre salt fields where reservoirs reach areas owned by the Federal Government (i.e. areas that has not been licensed to oil companies yet). Various Pre salt fields are under this situation. The simulation shows that the projects where operation consortium pays the investment cost related to the area under Federal ownership are not attractive. Therefore, the development of a relevant share of the Brazilian oil reserves is under risk.

Keywords: Unitization, Pre-Salt, Investment, Attractiveness.

1. INTRODUÇÃO

O processo de individualização (ou também chamado, e doravante neste artigo, de unitização) de jazidas é uma prática recorrente na indústria do petróleo e gás natural. O processo se torna necessário quando o reservatório de propriedade de um agente se estenda para além de sua área concedida para a de outro agente, sendo necessária acordo para produção conjunta das partes, readequando custos e lucros, de forma a evitar a produção individualista e predatória das reservas (na literatura chamada como “regra da captura”).4

A unitização da produção permite a otimização da produção e potencialmente reduz custos (por economias de escala e escopo), ampliando os ganhos resultantes da produção. Por exemplo, BORGES (2014) estima receitas extraordinárias (windfall profits) de 6,5% em campos no pré-sal brasileiro através da otimização da produção e subaditividade de custos no contexto de processos de unitização. No entanto, são necessárias condições apropriadas de recuperação e divisão de custos e lucros para a consecução deste tipo de processo, sendo o foco principal deste trabalho. A sessão 2 tem como objetivo contextualizar o tema as especificidades brasileiras. A sessão 3 apresenta a metodologia de nossas estimativas e a sessão 4 contém os resultados da simulação técnico-econômica de viabilidade de projetos no contexto de unitização em campos no pré-sal brasileiro. Por fim, serão levantadas conclusões e discussão sobre desdobramentos atuais sobre o tema.

4 Vale distinguir aqui a unitização de processos de “anexação” e “unificação” da produção, que dizem

respeito a situações bastante específicas no contexto de compartilhamento das atividades e incorporação de recursos em campos na atividade de exploração e produção (E&P) no Brasil.

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3 2. QUESTÕES SOBRE O PROCESSO DE UNITIZAÇÃO DA PRODUÇÃO NO PRÉ-SAL

A unitização consiste em um processo que visa contornar de forma equilibrada questões sobre a propriedade de reservas de hidrocarbonetos compartilhadas por agentes distintos. No caso brasileiro, incorpora-se ainda casos em que áreas sujeitas a unitização sejam de posse de uma mesma empresa sob regimes contratuais distintos, ou ainda, que envolvam áreas não contratadas de propriedade da União (DAVID; LOPES & BRAGA, 2014), sendo esses casos comuns no polígono do pré-sal.

A Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) é a empresa pública responsável por administrar contratos de partilha de produção nas áreas do Pré-sal, além de representar a União em áreas não contratadas para acordos de individualização. A PPSA participa dos acordos de individualização, porém não existe prerrogativa de investimento, ficando a cargo do consórcio operador tal responsabilidade.

Como já exposto, a diversidade de regimes fiscais no país representa outro fator relevante no contexto de unitizações. Atualmente, existem três regimes contratuais em paralelo no polígono do pré sal (Tabela 1).

Concessão Partilha da Produção Cessão Onerosa

- Criado em 1997 pela Lei nº 9.478

- Licenciamento obtido através de licitação

- Participação estatal não mandatória

- Óleo produzido pertence ao concessionário após o pagamento de taxas e

participações governamentais

- Criado em 2010 pela Lei nº 12.304 e Lei nº12.351 - Aplicável às áreas não-concedidas e não cedidas onerosamente no Polígono do Pré-Sal das Bacias de Santos e Campos

- Criado em 2010 pela Lei nº 12.276

- Licença assegurada à Petrobras para o prospecto de Franco (agora Búzios) e áreas adjacentes

- Capitalização governamental da Petrobras pela transferência do direito de produzir até 5 bilhões de barris de óleo equivalente

Fonte: PPSA (2016a)

Tabela 1 - Regimes Regulatórios de E&P no Pré-Sal

BRAGA (2014) aponta as dificuldades da gestão destes três regimes contratuais e os desafios para unitização no pré-sal. O processo que harmoniza tais regimes demanda negociações entre as empresas e os órgãos encarregados (ANP e PPSA). Assim, é fundamental se buscar alternativas regulatórias para diminuir a complexidade contratual na área do Pré-sal evitando custos adicionais que venham a se contrapor aos ganhos resultados da produção otimizada pela unitização.

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Sobre a regulamentação específica à individualização da produção, tem-se a Resolução ANP nº 25/2013 que detalha o processo se adaptando a Lei nº 12.351/2010 (Lei do Pré-Sal), suprindo necessidades legais que a Lei nº9.487/1997 (Lei do Petróleo) não amparava.

Segundo o Ministério de Minas e Energia (2016), existe uma listagem de Acordos de Individualização da Produção (AIP), são eles:

- 4 acordos assinados (Jazida Compartilhada de Tartaruga Mestiça/Campo de Tartaruga Verde, Jazida Compartilhada de Lula/Sul de Lula/Campos de Lula e Sul da Lula e Jazida Compartilhada de Massa/Campo de Argonauta e Campo de Sapinhoá),

- 3 acordos em andamento (Caxaréu, Pirambu e Sul de Sapinhoá);

- 4 pré-acordos de individualização em andamento (Libra, Gato do Mato, Carcará e Epitonium),

- 1 negociação finalizada com a conclusão sobre a não extensão da jazida para áreas não contratadas (Carapeba),

- 7 potenciais casos adicionais a serem avaliados pela PPSA, e início de negociação dependente de solicitação pela ANP.

Fonte: PPSA (2016b)

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No contexto de áreas abertas, a Resolução nº 2 de 3 de março de 2016 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) trata da questão de jazidas unitizáveis da União que encontram-se em áreas conectadas à blocos já concedidos, impondo celeridade nos estudos técnicos sobre o tema. A União, constitucionalmente, é a proprietária dos recursos no subsolo e detém controle sobre as áreas não concedidas. Assim, de acordo com a Resolução nº 25/2013 da ANP, o concessionário deverá “carregar” os investimentos em nome da União, sendo ressarcido a partir da produção mensal da jazida unitizada. A União por regra exime-se de quaisquer riscos exploratórios e, assim, de participação em custos de programas de atividade exploratória (sobretudo aquelas anteriores ao AIP). Esta questão necessita de aperfeiçoamento, em especial para custos incorridos após o AIP.

Vale destacar ainda, que a operação para as jazidas não contratadas localizadas no polígono do Pré-Sal passíveis à individualização pode ser feita por qualquer empresa a despeito da regra do Operador Único da Lei do Pré-Sal, ou seja, mesmo que a empresa não seja a Petrobras. No entanto, a operação será definida a partir da vontade das partes unitizantes, criando um agente operador específico à área que se distingue do operador mais genérico de áreas do Pré-Sal, no caso a Petrobras (DAVID; LOPES & BRAGA, 2014).

Em termos da grandeza do tema sobre unitização, a estimativa da ANP para as áreas com acordo de individualização já protocolados (até maio de 2016) seria de 2,2 bilhões de barris de óleo equivalentes, o que potencialmente atrairia investimentos (CAPEX) de US$ 24,2 bilhões e gastos na operação das atividades (OPEX) de US$ 86,8 bilhões em um horizonte de 10 anos (SPE/MF, 2016). A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda acredita que nestes 10 anos o impacto para economia deste volume de investimentos estaria na ordem de 1,4 p.p. do PIB brasileiro (1 p.p. em impactos diretos e 0,3 p.p. em impactos indiretos).

3. METODOLOGIA

O objetivo do artigo é analisar os impactos econômicos das regras atuais em projetos sob processo de individualização das jazidas do Pré-sal. Especificamente, serão estudadas as questões acerca da viabilidade econômica, sobretudo no que se refere o chamado “carregamento” do investimento, o prazo para desenvolvimento de reservas e os impactos resultantes sobre a economicidade dos campos.

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Para a avaliação dos impactos econômicos do processo de unitização de reservas no pré-sal utilizaremos o Modelo Upstream GEE-IBP desenvolvido pelo Grupo de Economia da Energia em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis. A partir de uma certa quantidade de reservas estimada, o modelo estima a infra-estrutura necessária para seu desenvolvimento (baseado em unidades de produção). Através de informações da indústria foi identificado o valor de investimentos associados a cada grupo de infra-estrutura (sísmica, poços pioneiro, extensões e desenvolvimento, subsea, FPSO, escoamento, abandono e outros). O Quadro 1 apresenta a parametrização específica da simulação feita para este artigo.

Neste modelo são avaliados cenários para reservas potenciais em campos no Pré-sal estimando: investimentos necessários, impactos em termos de produção, receitas das concessionárias e do governo. Ainda é possível com esta abordagem, identificar os potenciais ganhos de escala e escopo oriundos da unitização e levantar questões sobre a necessidade de um arranjo regulatório adequado para a viabilização do desenvolvimento dessas reservas.

Quadro 1 - Parâmetros do Modelo

O modelo permite calcular indicadores de atratividade dos projetos, valores de investimento e participações governamentais.

- Preço do petróleo: US$ 60/bl (referência) - Reservas consideradas: 8,5 bilhões bep - Capacidade produtiva FPSO: 100 mil barris/dia - Taxa de desconto: 10%

- Proporção Óleo/Gás: 80/20 - Produtividade poço: 12 mil barris - Capex US$ 11/boe

- Opex US$ 10/boe

- Não considera Custo de exploração nem bônus de assinatura

- Impostos Indiretos – Taxação aplicada aos componentes do CAPEX derivados dos projetos. Inclui: ISS, CIDE, IPI, ICMS, PIS/Cofins, Imposto de Importação e Imposto de renda.

- Royalty – alíquota de 10% na área contratada em concessão e 15% na não contratada - Imposto de Renda – Inclui imposto de renda e CSLL (34% no total)

- Participação Especial – Participação especial incidente na parcela na área contratada em concessão Partilha da Produção – Parcela em óleo do governo na área não contratada. Nesse caso, corresponde a 100% do profit oil da parcela não contratada.

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As regras consideradas quanto ao compartilhamento de custos e benefícios da produção segue a Resolução ANP nº 25/2013, onde, por exemplo, considera que a recuperação dos investimentos realizados para as áreas pós-AIP serão ressarcidos a empresa unitizante em um percentual de 20% da produção mensal compartilhada. David, Lopes e Braga (2014) alertam aos efeitos da regra sobre a viabilidade de projetos, considerando que o percentual por sua inflexibilidade e baixo valor relativo (por exemplo se comparado ao contrato de Libra) poderá inviabilizar economicamente projetos para áreas para unitização.

4. SIMULAÇÃO

Nas simulações propostas, supõem-se áreas com parcela dos recursos fora de sua concessão em área não contratada. Foram considerados como reservas totais potenciais 8,5 bilhões de barris, com 13% como reservas ainda não contratadas (1,1 bilhões de barris). A simulação realizada visa capturar os impactos da aplicação das condições definidas pela unitização na viabilidade dos projetos. Desta forma avalia-se a magnitude do impacto através dos seguintes resultados:

1. Produção nos campos 2. Investimentos previstos

3. Parcela dos investimentos correspondente a recursos fora da área de concessão (carrego)

Gráfico 1 – Resultados de Produção e Investimentos (CAPEX) em reservas de 8,5 bilhões de barris

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Como apresentado no Gráfico 1, os investimentos totais estimados nesses projetos são de US$ 92 bilhões ao longo de toda sua extensão de tempo. Esse montante é concentrado nos primeiros 10 anos dos projetos e nos anos de maiores desembolsos (2018 e 2019), seriam investidos US$ 13 bilhões.

Parcela relevante dos investimentos seria orientada para recursos que não estão na área de concessão. Esse investimento que corresponde ao carrego seria da ordem de US$ 12 bilhões. Nos anos de maiores desembolsos (2018 e 2019), os montantes anuais alcançariam quase US$ 2 bilhões.

Ainda no Gráfico 1, observa-se que nos anos de produção de pico, 2021 a 2024, esses projetos produziriam um total de 1,2 milhão de barris diários. Sendo 160 mil barris diários fora da área de concessão.

Quanto aos resultados para as government take (o que inclui royalties, participações especiais, impostos diretos e indiretos) ao longo da vigência desses projetos acumula US$ 176 bilhões (US$ 50 bilhões se descontados a 10%).

A arrecadação mais significativa ocorre até 2030. Nos anos de pico, a arrecadação alcança US$ 12 bilhões ao ano.

Como por hipótese, e seguindo a regulamentação vigente, a recuperação dos custos em óleo é limitada a 20% da receita, parte do investimento não é recuperada.

No caso de referência, em que 13% dos recursos estão em área não contratada, US$ 160 milhões de custos não são recuperados durante a vida dos projetos. Esta restrição torna o projeto inviável na análise de projeto sob os critérios de viabilidade considerados.

Analisando os valores de CAPEX e OPEX resultantes para o tamanho estabelecido da infraestrutura de produção, podemos avaliar possíveis ganhos de escala potenciais para projetos passíveis de unitização. Na simulação realizada, foi considerada uma escala para FPSOs de 100 mil barris dia. Na possibilidade de se ampliar esta escala para 150 mil barris dia, por motivo da unitização de reservas ainda maiores, para um mesmo volume de reservas e para o nível de custos considerado no modelo, seria possível obter ganhos de escala de até 38,4% no CAPEX total do projeto e 13,6% no OPEX total. Note que tais ganhos vão depender justamente da possibilidade de otimização, tendo de ser avaliados campo a campo.

Como critério de sensibilidade optou-se por variar a parcela das reservas não contratadas (7% e 20%) buscando identificar se a dimensão da área unitizada não

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contratada influiria na avaliação econômica e ainda testar a hipótese de produção sob regime tradicional de concessão, sem o limite de ressarcimento do carregamento da União.

Nota: O critério adotado para a viabilidade é 10% nesta simulação

Gráfico 2 – Resultados para a Taxa Interna de Retorno em diversos cenários

O Gráfico 2, apresenta os resultados que indicam que para o projeto em questão, apenas na hipótese de não restrição de reembolso ao carregamento da União, haveria viabilidade. Note que a medida que a área a ser unitizada se reduz, a atratividade econômica do investimento se eleva, denotando uma menor restrição na recuperação de custos do projeto.

Portanto, as regras de unitização que estão definidas comprometem a rentabilidade dos projetos, inviabilizando-os nas condições que foram expostas. Para projetos que contam com 20% dos recursos em áreas não contratadas, a taxa interna de retorno é de 7,2%. Mesmo para projetos com menor proporção em áreas não contratadas, a rentabilidade é inferior a 10%, ou seja, inviáveis dado o critério estabelecido neste estudo.

Apesar das simplificações aqui expostas como as de preços do barril constantes, análise a valores reais e rentabilidade esperada de 10%, estas são consideradas hipóteses conservadoras para empresas (i.e. abrangendo requisitos mínimos de viabilidade). Outras possíveis limitações para esta simulação se referem ao

10,3% 8,8% 8,1% 7,2% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% sem carrego 7% 13% 20% T IR (%)

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nível de custos estabelecido no modelo que vem sendo rapidamente reduzidos no cenário atual de preços baixos/moderados de petróleo.5

5. CONCLUSÕES

As soluções regulatórias e contratuais necessárias para campos sujeitos a unitização devem respeitar a economicidade e manutenção das condições mínimas dos contratos firmados anteriormente. Neste contexto, a definição de regras adequadas pode destravar investimentos no upstream brasileiro de forma rápida, ampliando a produção.

Como exposto, possíveis conflitos legais quanto a operação que não seja realizada pela Petrobras, nas áreas não contratadas do polígono do Pré-Sal, foram aparentemente contornadas pela Resolução ANP n 25/2013. Isto permite que novos AIPs sejam assinados sem haver dependência quanto aos recursos financeiros e técnicos de uma só empresa, no caso da Petrobras.

As estimativas da simulação proposta, a partir de modelo de avaliação técnico econômica do GEE/IBP, apontam que o desenvolvimento de reservas de 8,5 bilhões de barris sujeitas a processos de unitização, resultariam em investimentos de cerca de US$ 92 bilhões, podendo gerar retornos relevantes para as empresas envolvidas e para a sociedade, que em termos de government take atingiria US$ 176 bilhões ao longo da vida dos projetos. Ao mesmo tempo, a possibilidade de unitizar reservas que extrapolem áreas contratadas, permite que se otimize a produção apresentando ganhos de escala significativos (38,4% em CAPEX e 13,6% em OPEX).

A partir da avaliação econômica foi possível constatar que a regra que limita a recuperação de custos relativo ao carregamento da União (20% mensais), tem forte impacto negativo no retorno dos projetos, inviabilizando-os nas condições especificadas neste artigo.

Pela relevância deste tema, dos potenciais impactos deletérios de processos como este e da percepção de que a indústria se encontra paralisada necessitando de estímulos, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) vem encarando a questão como prioritária, estipulando prazo para estudos técnicos e definição de novos processos de unitização ainda para o ano de 2016 (CNPE, 2016).

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11 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMORELLI, D. “Um modelo para produção coordenada de jazidas comuns de petróleo e gás natural no Brasil.” Tese de Doutorado em Planejamento Energético COPPE/UFRJ. 2013.

ALMEIDA, E.; LOSEKANN, L.; BRAGA, Y; NUNES, L.; TAVARES, F. “Custos e Competitividade na atividade de E&P no Brasil” Texto para Discussão IBP/GEE. Ciclo de Debates sobre Petróleo e Economia. 2016

BORGES, C. “Análise da unitização da produção de petróleo no Brasil e seus impactos sobre a política de conteúdo local e receitas extraordinárias.” Tese de Doutorado em Planejamento Energético COPPE/UFRJ. 2014.

BRAGA, L. “Pré-Sal: Individualização da Produção e Contratos Internacionais de Petróleo.” Ed. Saraiva. 230p. 2014

CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA ENERGÉTICA – CNPE, “Resolução n 2, de 3 De Março De 2016.” Diário Oficial da União, p. 5 Seção 1. Brasília. 2016.

CONSOLI, H. “Avaliação da Atratividade de Projetos de E&P em Águas Profundas: Uma Análise Comparativa entre os Regimes de Concessão e de Partilha” Dissertação de Mestrado em Economia Instituto de Economia/UFRJ. 2015.

DAVID, O., LOPES, L.; BRAGA, L. “Compromisso de Individualização da Produção e

Unitização em Áreas Não Contratadas à Luz da Resolução ANP nº 25/2013”

Conferência Rio Oil & Gas 2014. 2014.

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – MME. “Relatório Semestral de Atividades Relacionadas aos Contratos de Partilha de Produção para Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural” 2º Semestre 2015. Brasília. 2016

PRÉ-SAL PETRÓLEO S.A. – PPSA, “Perspectivas do Pré-Sal e a Crise do Petróleo” Apresentação de Oswalo A. Pedrosa Jr. (Diretor Presidente-PPSA) no Instituto de Economia da UFRJ. Rio de Janeiro. 2016a

---, “Perspectivas para Exploração e Desenvolvimento do Pré-Sal” Apresentação de Oswalo A. Pedrosa Jr. (Diretor Presidente-PPSA) na Fundação Getúlio Vargas. Rio de Janeiro. 2016b

SECRETARIA DE POLÍTICA ECONÔMICA – SPE/MF, “Medidas regulatórias no setor de óleo e gás elevarão o crescimento da economia”. Ministério da Fazenda. Brasília. 14 Março 2016

Referências

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