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ATA DE REUNIÃO Ref: Auditoria da AECOM - TAC Dam Break

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1 ATA DE REUNIÃO

Ref: Auditoria da AECOM - TAC Dam Break

Aos 05 de fevereiro de 2020, às 10h30 na sala de reuniões do Núcleo de Resolução de Conflitos Ambientais (NUCAM), no Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), em Belo Horizonte, compareceram os representantes da Vale S.A. (Vale) e da AECOM do Brasil Ltda. (AECOM), na presença da Coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (CAOMA), Promotora de Justiça Andressa de Oliveira Lanchotti, conforme lista de presença anexa.

Aberta a reunião, a AECOM iniciou a apresentação com atualizações relativas aos progressos feitos pela Vale até o momento. Nesse sentido, destacou-se que a mineradora revisou o fluxograma das atividades para incorporar as recomendações discutidas no workshop de novembro de 2019. Relatou-se também que a base de dados com informações referentes às rupturas de barragens de rejeitos foi revisada e validada com a inclusão de novas referências.

A auditora afirmou que a Vale apresentou a análise de cenários de simulação com a variação de altura do maciço, tensão de escoamento e viscosidade. A AECOM destacou a variável de maior influência na determinação do impacto na ZAS e/ou nos primeiros 10km, é a energia inicial do evento de ruptura, que está atrelada à altura do maciço. Concluiu-se que a altura do maciço é fator de maior influência no desenvolvimento do evento de ruptura em barragens de 8 a 12 metros. Em contrapartida, volume, tensão e viscosidade não apresentam efeito significativo no impacto da ZAS nos primeiros 10 km após o rompimento. A Vale esclareceu que essa afirmação está em análise e que tem maior relevância para fluidos com tensão de escoamento inferiores a 100Pa. Tal informação é relevante para compreensão da exigência feita pela Lei “Mar de Lama Nunca Mais” de ser necessário o licenciamento trifásico para os barramentos cuja altura do maciço, contada do ponto mais baixo da fundação à crista, seja maior ou igual a 10m. Assim, sob o ponto de vista da auditora, a definição da altura máxima de 10 metros do maciço, a partir do ponto mais baixo da fundação, para eximir o empreendimento de licenciamento trifásico é uma medida que aumenta a segurança das barragens de rejeito.

A AECOM afirmou que a Vale apresentou dados que confirmam a definição adequada do parâmetro de erodibilidade para reservatórios. As simulações serão feitas com um cenário de 20%, sendo medida conservadora, pois a base de dados das operações de flushing mostra uma capacidade de volume transportado por sedimento/volume total entre 8% a 11%. Essa

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2 previsão é para os sedimentos imersos. A auditora ainda elucidou que, para as barragens de rejeito, será levado em consideração o ângulo de repouso e a caracterização geotecnia e reológica e, paras as barragens de sedimentos, será considerada o do sedimento imerso.

Para os complexos minerários de Fábrica, Gongo Soco e Mar Azul, a Vale apresentou a estimativa do N.A. máximo nos reservatórios associados a uma PMP, bem como a estimativa do volume total de rejeitos mobilizados para os piores casos para essas estruturas. A AECOM relembrou que essas são estruturas embargadas pela Superintendência Regional do Trabalho (SRT), não sendo possível fazer a sua caracterização. Nesse sentido, será utilizado um ângulo de repouso de 2 e 3 graus (esse é o ângulo de repouso natural do material. Esclareceu-se ainda que, quanto mais competente o material, maior é o ângulo de repouso).

Com esse ângulo, os resultados de volume mobilizado para as barragens foram: Grupo – 83,1%, Forquilha I – 99,9%, Forquilha II – 99,9%, Forquilha III – 98,6%, Forquilha IV – 100%, B3/B4 – 99,3%, Sul Superior 100%.

O MPMG questionou acerca do cálculo da mancha de inundação de B3/B4, como havia sido solicitado na última reunião. A AECOM esclareceu que uma parte da mancha já foi calculada, mas não foi totalmente concluída, pois o modelo de simulação ainda está rodando no computador.

Na sequência, a AECOM apresentou conclusões importantes acerca dos dados gerados com os estudos. Nesse sentido, concluiu-se que a backup dam no ribeirão Mata-Porcos, a jusante da Mina de Fábrica, não tem capacidade suficiente de reservação para conter o evento de ruptura das barragens de Forquilhas I, II, III e IV. Verificou-se que não é possível a contenção total dos rejeitos e haveria um déficit de pelo menos 25 milhões de metros cúbicos na capacidade de contenção da estrutura. A capacidade de contenção está inadequada, pois não se equacionou o cenário de ruptura de Forquilhas III (alteração feita recentemente).

Anteriormente, era considerado o pior cenário o rompimento de Forquilha I, Forquilha II e Forquilha IV, sem a ruptura de Forquilha III. Assim, tendo em vista a alteração do cenário, será necessário altear a backup dam. O delta de pelo menos 25 milhões de m³ abarca o novo cenário, considerando o rejeito, a água e o maciço da estrutura Forquilha III. A hipótese que existe, confirmada pela Vale e pela AECOM, é que será necessário altear a estrutura. Contudo, não se sabe a altura exata, que será determinada após a conclusão das simulações.

A AECOM ressaltou ainda que a backup dam no rio Barão de Cocais, a jusante da Mina de Gongo Soco, tem capacidade suficiente de reservação para conter o evento de ruptura das barragens. Todavia, a backup dam no ribeirão dos Macacos, a jusante da Mina de Mar Azul,

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3 não tem capacidade de reservação para conter o evento de ruptura da barragem B3/B4 e da pilha PDE X.

A AECOM esclareceu também que, para o pior cenário, se tem considerado o escorregamento da PDE X, cuja fundação já se confirmou ter sido construída sob uma pilha de rejeitos. Em resposta a questionamento do MPMG, a auditora afirmou que, para este cenário de ruptura, não se tem considerado a PDE Oeste, pois a fundação desta pilha não está sob rejeitos, não tendo o risco de ser transportada. Apenas a PDE X será levada em eventual rompimento, já que se constatou que a sua fundação está sob uma camada de rejeitos.

A auditora ainda elucidou que no caso da mina de Fábrica, o que pode ocorrer é o galgamento da altura da atual backup dam. Já no caso da mina de Mar Azul há um extravasamento pelo extravasor (sendo o método construtivo desta backup dam o enrocamento). Estimou-se que haveria 4 metros de água e rejeitos, passando pelo extravasor, causando o vertimento. Essa perspectiva é apenas ligada à capacidade do reservatório.

A Vale destacou que, no dia 04 de fevereiro de 2020, foi realizada a última coleta na PDE Oeste e constatou-se que esta estrutura não tem capacidade de liquefação, existindo uma grande chance de a estrutura ficar no reservatório. As amostragens da PDE Oeste têm sido feitas também para analisar o material da PDE X, tendo em vista o embargo desta última e o fato de serem pilhas gêmeas.

No que se refere à evacuação de 4 famílias da região de Macacos, a mineradora esclareceu que foi feita uma mancha de 100% do reservatório, propagando como água. Com a concordância da SLR (empresa de auditoria responsável pelas estruturas da mina de Mar Azul), foi adicionado um buffer vertical de 3 metros, o que culminou na referida evacuação (esse foi o pior cenário verificado para a região). Diante disso, o MPMG questionou se a AECOM está de acordo com as medidas tomadas pela Vale. A auditora, em resposta, afirmou estar fora de seu escopo de avaliação tal decisão, pois a responsável pela estrutura é a SLR Consulting Canada, que deverá, a partir da informação coletada pela AECOM nos estudos de dam break, verificar se medidas adicionais são necessárias.

Em seguida, a AECOM recomendou que, para os casos das backups dams de Fábrica e Mar Azul, a Vale estude e apresente a revisão de seus projetos para aumentar a capacidade de reservação dessas estruturas.

A Vale informou que a PDE X será 100% mobilizada. No entanto, ainda é necessário saber onde os rejeitos param, ou seja, qual é o impacto da onda de rejeitos. Estima-se um prazo até 13 de março de 2020 para verificar tais questões.

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4 A AECOM destacou ainda que, para o dia 13 de março, é necessário verificar questões, como: quanto precisa altear a montante e quais adaptações são necessárias no projeto. Segundo a auditora, essas são informações fundamentais para a continuidade das atividades. Dessa forma, a Vale pode adiantar tais aspectos até a referida data.

A AECOM ressaltou que a mineradora apresentou o cronograma atualizado relativo ao andamento da revisão dos estudos de ruptura hipotética das estruturas em nível 2 e 3 de emergência. Nesse sentido, o cronograma atual indica que os relatórios finais estarão disponíveis até o dia 20 de março de 2020. Além disso, a Vale ainda apresentou o progresso da revisão dos estudos de ruptura hipotética das estruturas em Nível 1 de emergência. Para esse ponto, a auditoria recomenda que haja a revisão do cronograma para as estruturas em nível 1 e sem nível de emergência, incorporando os atrasos ocorridos.

A auditora relatou que o diagrama para desenvolvimento dos estudos de ruptura foi revisado, observando-se a hidrologia, modo de falha, formação da brecha, volume e a propagação deste volume. Os parâmetros foram calibrados conforme a base de dados revisada, que tem como referência mais de 20 (vinte) rupturas que aconteceram no mundo. Para observar a relação dos cenários e melhor visualizar os estudos, essas informações foram plotadas em um gráfico para se ter consistência da relação existente entre altura da brecha, altura da estrutura e volume mobilizado.

Ademais, a AECOM explicou que, anteriormente, a Vale estava realizando uma análise determinística para os estudos de ruptura. Contudo, atualmente, foram incluídas análises e considerações probabilísticas.

A auditora destacou que foram feitas simulações de 30 cenários. Os cenários consideravam estruturas com reservatórios com capacidade fixa de 5 milhões de metros cúbicos, e alturas diferentes do maciço, tensão de escoamento distintas e coeficientes de viscosidades variando.

Em seguida, a auditora relatou que, a partir de dados históricos das rupturas escolhidas, foram definidos os parâmetros. A AECOM apresentou os dados obtidos, conforme todas as simulações feitas: estruturas de 10m, 35m, 65m. Tem-se saído de um material aquoso para um material que não se comporta como água, sendo um fluído hiperconcentrado. Assim, nos primeiros 10 km, observa-se que a altura é o elemento crítico para definir como o evento se comporta, não sendo relevante, nesse primeiro momento, o volume e a viscosidade, que apenas será relevante à medida que o evento for se propagando. Após essas avaliações, a auditora concluiu que, em termos técnicos, o ideal é ter barragens mais baixas e maiores, de maneira global, sob o ponto de vista de segurança de barragens.

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5 O MPMG indagou se não seria necessário revisar as manchas de inundação, principalmente das áreas já evacuadas. A AECOM afirmou que será feita essa revisão. A Vale ainda destacou que tem uma simulação de 100% para as barragens níveis 2 e 3. Além disso, avaliando se há ainda pessoas na área de diferença entre o dam break anterior e o dam break de 100%, a empresa afirmou não existir mais ninguém nessas regiões.

A auditora relatou que, em paralelo às operações de flushing, tem-se realizado análises volumétricas com resultados na ordem de 8% a 11%.

A AECOM destacou a “footprint” da mina de Fábrica, apresentando o local e a construção da backup dam, que foi feita em duas fases. Destacou que ela não tem capacidade para suportar o pior cenário reconhecido. No caso de Gongo Soco, há o mesmo método construtivo, uma barragem de CCR, tendo o reservatório capacidade de contenção para o pior cenário previsto. A auditora destacou que há duas backup dams com estrutura em CCR e uma com estrutura em enrocamento.

Sobre a operação da estrutura, o MPMG questionou se existe algum impacto na backup dam, tendo em vista o período de chuvas, porque foi observada a criação de um lago em B3/B4. O representante da Vale relatou que não saberia dizer os possíveis impactos da chuva na estrutura, por não conhecer, de forma aprofundada, o projeto.

Em relação à operação das backup dams, a AECOM informou que é possível que exista uma lacuna, em termos de avaliação pela auditoria, uma vez que não se sabe qual empresa está auditando essa questão. Precisa-se averiguar os responsáveis por verificar o manual de operações das backup dams. Nesse sentido, o MPMG avaliou a necessidade de demandar formalmente à SLR Consulting o esclarecimento desta questão.

Na sequência, a AECOM esclareceu que foram feitos estudos de ruptura hipotética para as estruturas N2 e N3, considerando a ruptura: (i) de Forquilha III; (ii) de Forquilha IV; (iii) de Grupo; (iv) em cascata de Forquilha I, II e IV; (v) global de Forquilha I, II, III e IV; (vi) em cascata de Sul Superior e Sul Inferior e (vii) em cascata de B3/B4.

A AECOM relatou que foram feitas 3 simulações, sendo: cenário A – cenário base (estrutura de contenção a jusante), sem estrutura de contenção a jusante; cenário B – sem falha de estrutura de contenção; cenário C – com falha global de estrutura de contenção.

No que se refere à metodologia, teve como base o modo de falha das barragens de contenção de rejeitos: liquefação/instabilização (FIV); modo de falha das estruturas de contenção: instabilização para maciços em enrocamento e deslizamento/ tombamento para maciços em CCR; ruptura em cascata ocorre a partir do galgamento pela crista da estrutura a jusante; aplicação de modelos 2D (RiverFlow2D) e 3D (FLOW-3D); fluido hiperconcentrado,

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6 não-newtoniano (quando aplicável); alteração das propriedades reológicas do fluído em função do volume de água armazenado no vale. Em relação à modelagem 3D, para a B3/B4, deve-se avaliar a propagação do volume mobilizado na pilha PDE X. Para Forquilha IV, deve-se avaliar o deslocamento da massa de rejeitos, água no reservatório e erosão do maciço.

Abordou-se também a questão da NA máxima Maximorum decorrente de PMP, em relação aos estudos de ruptura hipotética N2 e N3. No Vale a jusante, constatou-se a redução progressiva do período de retorno da vazão de base em função da magnitude da área de drenagem.

A AECOM demonstrou como seria a ruptura atual de Forquilhas, levando em consideração um volume de 100%. Assim, relatou que em 15 segundos, ocorre a liquefação. Em 45 segundos, a onda de rejeitos chega a Forquilhas IV. Após, inicia-se o galgamento do Dique 4 e se propaga. Ficou demonstrada a maneira que este dique vai sendo erodido pela ombreira direita. A modelagem final ficará pronta no dia 14 de fevereiro. A auditora reforçou que esta modelagem será feita para todas as estruturas. Este modelo define como o evento se comporta na ruptura e se observa a mancha de inundação. A AECOM ainda destacou que é pouco provável que o dique permaneça intacto com uma possível ruptura e que, de acordo com os estudos de ruptura hipotética, este dique será levado.

A AECOM destacou que a Vale, em 24 de fevereiro de 2020, concluiu as envoltórias rainy day, sem backup dam das barragens Forquilha III, Grupo, Sul Superior e Sul Inferior (Minas de Fábrica e Gongo Soco), que não são os piores cenários. Em Mar Azul, foi feita a coleta de testemunhos da PDE X dispostas sobre a barragem B3/B4 (23 de dezembro de 2019); a coleta na Cava CPX dos litotipos que deram origem à PDE X e PDE Oeste (10 de janeiro de 2020); coleta na PDE Oeste dos litotipos gêmeos à PDE X (28 de janeiro 2020); definição dos testemunhos a serem ensaiados e cronograma de ensaios (29 de janeiro de 2020).

A AECOM destacou que, para todos os cenários de simulação das estruturas de contenção níveis 2 e 3, para o pior caso, serão obtidas as manchas de inundação até o dia 20 de março de 2020.

A AECOM informou que, em Pontal, foi iniciada uma nova caracterização geotécnica e reológica em 09 de dezembro de 2020. A previsão final da campanha de investigação reológica é 28 de fevereiro de 2020 para a Vale finalizar os pontos de Pontal e Dique 2. Em relação ao Dique 3, Dique Minervino e Cordão Nova Vista, a data final das novas investigações está prevista para o dia 31 de março de 2020.

A AECOM relatou que a Vale está mobilizando novas empresas para trabalhar com as estruturas. Na caracterização geotécnica e amostragem reológica, tem-se duas empresas: (1) a

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7 Fugro – Brasil (12 estruturas, bem como diques internos de Pontal, em Itabira), que iniciará a compilação dos dados existentes e disponibilizará equipe técnica de acompanhamento de campo e laboratório para as estruturas; (2) Conetech, Canadá (10 estruturas), cuja data final da contratação está previsto para a segunda semana de fevereiro e o início dos trabalhos está previsto para final de março.

Por fim, a AECOM apresentou as seguintes recomendações:

(i) Revisar os projetos e dimensionamento das backup dams das minas de Fábrica e Mar Azul; (ii) Revisar as proteções projetadas e construídas para a ETA de Bela Fama: é necessário verificar o impacto dos novos volumes;

(iii) Revisar os projetos e estudos para o tratamento primário para a ETA de Bela Fama; (iv) Revisar o cronograma para a realização dos estudos de ruptura hipotética, tendo em vista a versão 1.0 da metodologia e incorporando os atrasos já ocorridos;

(v) revisar e propor nova estrutura organizacional para evitar que a área interna da Vale se torne um gargalo para a realização dos estudos de ruptura hipotética: novamente a AECOM reforçou a necessidade de novas contratações para a realização dos referidos estudos.

Na sequência, o MPMG destacou que, em seu entendimento, a situação da mina de Mar Azul é bastante preocupante, diante da existência de uma backup dam praticamente pronta e que não comporta o volume estimado de vazamento das barragens de referida mina levando-se em consideração o pior cenário. Neslevando-se levando-sentido, a reprelevando-sentante do MPMG ressaltou a necessidade de a Vale alinhar internamente sua comunicação junto à população dos problemas relativos a este backup dam e os possíveis encaminhamentos para a solução da questão.

Em resposta, a Vale informou que levará tais questionamentos à equipe de engenharia. Assim, a AECOM destacou que são necessários os seguintes encaminhamentos, a serem repassados aos profissionais técnicos da Vale, quais sejam: (i) a mineradora deve verificar se a backup dam de Mar Azul é passível de redimensionamento (se pode ser alteada, etc.); (ii) a partir de 13 de março, a empresa saberá o volume do reservatório e assim será possível analisar o quanto deverá erguer a soleira do extravasor; (iii) é necessário ter um manual de operação do sistema de backup dam de Mar Azul, com estudos que simulem situações de reservatório cheio, na soleira do extravasor, ocorrendo a ruptura, constatando a maneira de propagação da onda no reservatório, visando a avaliar o seu comportamento.

A representante MPMG ressaltou que há alguns dias expediu um ofício à Vale demandando providências para a correção do sistema de bombeamento da back up dam da mina de Mar Azul, mesmo sem ter à época conhecimento do subdimensionamento de tal backup dam. Salientou, ainda, a necessidade da Vale, desde já, antecipar as medidas de

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8 avaliação e, se o caso, proceder à ampliação do sistema de bombeamento em questão, tendo em vista as especificidades da região e as previsões de chuvas para os próximos dias.

A AECOM reforçou a necessidade de haver um sistema de bombas para manter a backup dam deplecionada, retirando o volume de água. De imediato, é possível começar a dimensionar quantos conjuntos de bombas são necessários para resolver a questão para tomar, na sequência, as medidas para efetivação do reforço do sistema (contratação, dimensionamento do gasto de energia elétrica e etc.).

A Vale destacou ser importante entender, inicialmente, como funciona o sistema de bombeamento da backup dam de B3/B4. A mineradora relatou que, especificamente para o reservatório de B3/B4 tem 800 m³/h já instalados e deve-se chegar a 2.000 m³/h e que a bomba está para chegar na sexta-feira (07 de fevereiro de 2020).

Assim, restou deliberado que a Vale buscará esclarecimentos sobre como funciona a operação do sistema de bombeamento da estrutura e, na sequência, tomará as medidas cabíveis prestando os devidos esclarecimentos ao MPMG.

Em Macacos, destacou-se ser fundamental saber a extensão da mancha de inundação, pois, como relatado pelo MPMG, a demanda da população por respostas é muito significativa e urgente.

A Vale destacou que, diante da última reunião com a SLR, considera que a comunidade está com informações equivocadas em relação aos trabalhos exercidos pela mineradora na região. Em vista disso, a empresa concluiu pela necessidade de melhorar o projeto de comunicação interno e o diálogo com a população em Macacos, sendo o desafio manter a simetria informacional. A mineradora destacou que seria necessário, depois de realizados os estudos, convocar a comunidade para uma apresentação dos dados com a presença da auditoria.

O MPMG reforçou ser, de fato, necessária a referida apresentação dos estudos, quando concluídos, para a comunidade. A representante do MPMG ainda ressaltou que realmente a empresa precisa melhorar sua comunicação interna e a maneira pela qual transmite as informações à comunidade, uma vez que, por exemplo, quanto à backup dam da mina de Mar Azul, a mineradora tem difundido junto à comunidade informações com tom de certeza quanto à segurança proporcionada pela back up dam, o que não condiz com a realidade, dado o subdimensionamento da estrutura, reconhecido pela própria Vale na presente reunião. Por isso, o MPMG alerta sobre a importância de coerência e responsabilidade por parte da Vale na divulgação de dados para os moradores da região de Macacos para evitar transmitir a estes uma falsa sensação de segurança.

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9 Restou deliberado que será realizado no MPMG um workshop para discussão de assuntos relativos às backup dams e outros aspectos ligados à segurança das barragens.

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